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História, Fontes e Contagem do Tempo

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O que é história, fontes históricas e 
contagem do tempo 
O que é história? 
Uma das possíveis definições para história é “a ciência que estuda os seres humanos através 
do tempo e do espaço”. Por isso, a história não se interessa somente pelo passado. Essa 
ciência também se dedica às ligações e influências que cada fenômeno possui com diferentes 
locais e períodos, incluindo o presente. 
O historiador Fernand Braudel criou a concepção de que haveria diferentes 
ritmos de tempo. Seriam eles a curta duração (o acontecimento), a média 
duração (a conjuntura), e a longa duração (estrutura). O que Braudel quis 
explicar é que certos acontecimentos só ocorrem de determinada forma porque 
estão localizados em um período com características específicas. 
Vamos pensar na escravidão de africanos, por exemplo. O tráfico de uma 
pessoa da África para o Brasil não ocorreria no século XXI da mesma forma 
como ocorreu no século XVIII. O tráfico negreiro é o acontecimento e 
a colonização baseada no sistema escravista é a conjuntura. Como hoje não 
estamos mais na mesma conjuntura, um acontecimento que já foi considerado 
normal nos soaria, no mínimo, escandaloso. 
Para escrever a história, são buscados registros deixados por cada sociedade, 
que podem ser materiais ou imateriais. Chamamos esses registros de fontes. 
Para examinar cada tipo de fonte existem metodologias diferentes e cabe ao 
pesquisador escolher a mais adequada para conseguir elaborar o conhecimento 
científico. Tudo o que conhecemos sobre a história do Brasil e do mundo vem 
do cruzamento dos vários tipos de fontes disponíveis. Podemos dividi-las em: 
-Fontes escritas 
São as mais tradicionais na pesquisa histórica. Podemos citar cartas, jornais, 
revistas, diários, livros, certidões e entre outros. 
- Fontes materiais 
É possível trabalhar com todo o tipo de vestígio material produzido por cada 
sociedade. Alguns exemplos são monumentos, utensílios, ferramentas de 
trabalho, e meios de transporte. 
Fontes iconográficas: 
A arte produzida por cada grupo social pode revelar muito sobre a forma como 
se expressavam, viviam e pensavam. Além disso, é possível estudar o papel que 
a arte tem em cada sociedade, a importância a ela conferida, como era 
patrocinada e comercializada, entre outras características. Pinturas e fotografias 
são exemplos de fontes iconográficas. 
https://cursoenemgratuito.com.br/formas-de-resistencia-dos-escravos/
https://cursoenemgratuito.com.br/trafico-negreiro/
https://cursoenemgratuito.com.br/colonizacao-mercantilista-historia-enem/
Fontes orais: 
Nas últimas décadas, as fontes orais tem ganhado cada vez mais importância 
para a escrita da história. Ouvir e interpretar informações que podem ser 
transmitidas pela fala, como experiências pessoais, cantos, lendas e orações 
permitem que o historiador entenda o passado por meio de memórias 
individuais e coletivas. 
Contagem do tempo 
Ao longo da história, diferentes povos criaram diversas formas de contar o 
tempo. Os maias, por exemplo, apesar de seguirem um calendário solar com 
365 dias, também possuíam um calendário religioso de 260 dias. Outro caso é o 
dos muçulmanos, que estabeleceram o ano 1 de sua contagem na ocasião da 
fuga de Maomé de Meca para Medina. Essa data corresponde ao ano 622 d. C. 
Medidas de tempo 
As principais medidas de tempo utilizadas pela história: 
Milênio: 1.000 anos; 
Século: 100 anos (representados em algarismos romanos); 
Década: 10 anos. 
Para identificar em qual século está localizado determinado ano, basta 
identificar os dois primeiros algarismos do ano e somar mais um. Veja um 
exemplo: 
1789 -> 17+1 = 18 (século XVIII) 
No caso de anos com três algarismos, isolamos apenas o primeiro e somamos 
mais um: 
476 -> 4+1 = 5 (século V). 
O que é Patrimônio Cultural 
Primeiramente, o termo patrimônio histórico pode ser definido como uma 
herança composta por diversos bens históricos, ou seja, são diversas peças 
históricas que evocam um passado que se pretende rememorar. 
Patrimônio cultural é um termo bem mais abrangente, ele envolve questões 
com um alcance mais amplo. Este conceito, além de envolver a questão 
https://cursoenemgratuito.com.br/civilizacoes-pre-colombianas-historia-enem/
https://cursoenemgratuito.com.br/imperio-arabe/
histórica que se refere à memória e resgate de experiências passadas, traz 
também a questão ecológica de alguma região. 
Patrimônio cultural, por fim, envolve uma série de características específicas. 
Envolve, então, um complexo de monumentos, conjuntos arquitetônicos, sítios 
históricos arqueológicos, parques nacionais de preservação de certa região que 
possui uma carga de resgate histórico e artístico. 
Patrimônio Imaterial 
O patrimônio imaterial defini-lo como a produção humana que não se restringe à produção 
material, e que se estende à produção intelectual e emocional. 
Portanto, tudo que o ser humano produz para conhecer a si mesmo, enquanto 
indivíduo, e ao mundo que o cerca. No Brasil, a roda de capoeira é considerada um 
patrimônio imaterial, pois carrega toda uma herança histórica de resistência dos povos 
negros escravizados, a capoeira não pode ser tocada e não acabará assim que seus 
participantes decidirem parar de dançar. Enquanto a prática popular a manter viva, ela 
será um patrimônio cultural imaterial. 
Bens intelectuais seriam o conjunto do conhecimento humano, as experiências 
cognitivas que a humanidade acumulou ao longo das eras, como por exemplo a 
ciência, enquanto método de análise do mundo. 
Já os bens emocionais, seriam aqueles que envolvem as questões menos 
racionais, mas nem por isto devem deixar de ser ferramentas para 
compreendermos os indivíduos e a sociedade que nos cercam, como por 
exemplo as manifestações folclóricas, religiosas e artísticas. 
Pré-história – A ascensão do ser humano 
sobre à natureza 
Dentro dos estudos de história, os períodos históricos são definidos de acordo 
com seu recorte temporal. Por exemplo, na divisão tradicional, o período 
conhecido como História Antiga termina com o fim do Império Romano, no ano 
de 476 d.C. 
Este tipo de escrita utiliza ferramentas na forma de cunha, uma estaca 
pontiaguda que perfurava a argila para cavar placas de argila. Esta é uma fase 
importante para o ser humano, pois aqui ele começa a dominar a natureza e 
utilizá-la para sua própria comodidade, como, por exemplo, através da 
agricultura e pecuária. 
Divisões da pré-história: Paleolítico ou Idade da pedra lascada 
Tal como os outros períodos da história, a pré-história também possui suas 
subdivisões. No paleolítico, aproximadamente 10.000 a.C, o ser humano era um 
caçador-coletor. 
Muitas vezes disputavam as cavernas com animais selvagens e, quando 
consumiam todo o alimento da região, migravam para novas localidades. 
Alimentavam-se de animais, frutas, raízes e através da pesca, ou seja, através de 
qualquer fonte de alimento não fixa. 
O nome do período se deve por causa das ferramentas produzidas, através de 
pedras lascadas rudimentares e ossos. A linguagem do período era limitada, 
primitiva e a principal forma de se comunicar era por meio das pinturas 
rupestres. 
Pinturas em parede feitas com tintas primitivas, mas que duram até hoje. Essas 
pinturas por vezes eram utilizadas de forma mística, como se as pessoas do 
período procurassem projetar suas intenções ou desejos, focadas 
principalmente nas caçadas. 
Mesolítico 
Uma grande mudança do período mesolítico, aproximadamente 9000 a.C, é a 
descoberta do fogo. Essa descoberta possibilitou o cozimento de alimentos, 
proteção contra animais, iluminação e aquecimento durante o inverno. 
Neolítico ou Idade da pedra polida 
A maior revolução que ocorreu neste período foi a produção de alimentos no 
solo, a agricultura, e a criação de animais, a pecuária. Devido a isto, o ser 
humano já não possuía a necessidade de migrar de região em região à procura 
de alimento. Poderia plantare criar sua própria fonte de sustento em um local 
fixo. Eis, então, que o ser humano deixa de ser nômade, em larga escala, e 
torna-se um ser sedentário, fixado em uma região mais restrita. 
Tendo em vista que a busca por alimento agora era uma preocupação menor, o 
ser humano, então sedentário, procurou desenvolver outras capacidades. 
A metalurgia, ou seja, a manipulação de metais, passou a ser algo importante 
na pré-história. 
As ferramentas (lanças, machados e etc) agora se tornam de metal, o que 
otimiza a caça e agricultura. Com a grande produção de alimento e o 
crescimento das comunidades, sentiu-se a necessidade de movimentar os 
excedentes. 
Ou seja, um protótipo de comércio começou a surgir, o escambo. O que 
sobrava em uma comunidade comumente era trocado pelo que sobrou na 
outra, preenchendo, assim, as lacunas produtivas de cada grupo. 
Periodicidade clássica e perspectiva 
Por fim, embora as denominações nos levem ao contrário, o período da pré-
história compõe sim momentos importantes do desenvolvimento do ser 
humano no tempo e espaço. Entender a pré-história como um período fora da 
história é desconsiderar toda a experiência destes seres, assim como os 
impactos de suas descobertas em nossas vidas. 
O que marca o fim do período pré-histórico, como já dito, é a invenção da 
escrita. Compreende-se que no momento em que o ser humano desenvolveu 
uma maneira eficiente de registrar os acontecimentos, ele passou a fazer 
história de fato. No entanto, como também visto, existem outras formas de se 
comunicar através dos milênios. As pinturas rupestres são maneiras mais diretas 
e espontâneas destas formas de comunicação, entretanto a arqueologia 
também utiliza de diversos outros vestígios involuntários. As ferramentas já 
citadas, os esqueletos, esculturas de cunho religioso entre diversas outras 
produções feitas, ou não, para durarem ou comunicarem algo de forma 
deliberada. 
Mesopotâmia – um dos berços da 
civilização. 
Mesopotâmia é uma palavra de origem grega que significa “entre rios”. A região 
leva este nome por estar em um vale entre os rios Tigres e Eufrates. A antiga 
Mesopotâmia ocupou a região dos atuais Iraque, Kwait, Síria e o sul da Turquia, 
localizados no Oriente Médio. 
Ao longo de vários séculos os dois rios, no período de cheias, irrigavam suas 
margens, tornando-as extremamente férteis e, assim, atraindo diversas 
populações. Esta região ficou conhecida como crescente fértil, pois formava, 
cartograficamente, uma lua crescente. 
A fertilidade da região e, por consequência, a alta produção de alimentos 
permitiu que os excedentes servissem como um catalisador do comércio entre 
as cidades. 
Por volta de 4000 a.C. esses povos desenvolveram-se tanto que suas cidades se 
tornaram autossuficientes. Os governantes tinham poderes políticos e 
religiosos, entretanto restritos apenas às cidades. Este conjunto de qualidades 
caracterizava as comunidades como cidade-Estado, pois possuíam autonomia. 
Os povos da Mesopotâmia eram politeístas, ou seja, acreditavam em uma 
multiplicidade de entidades, naturalmente ligadas à natureza, devido à condição 
de vida extremamente dependente de elementos naturais. 
Comumente os líderes políticos também exerciam a função de sacerdotes 
religiosos, lidando com rituais, oferendas e outros processos ligados ao mundo 
místico. Os sacerdotes eram considerados uma conexão entre o mundo terreno 
e o divino e os únicos que eram permitidos entrarem nos templos. 
Os sumérios 
Os sumérios foram os primeiros povos a se estabelecerem no local, vindos da 
região oeste da Ásia. A partir do ano 3000. a.C. diversas cidades sumérias já se 
formavam. O Patesi, cargo de liderança, aglutinava poder político religioso e 
militar. 
Com o crescimento da população outras funções surgiram, além das ligadas à 
produção de alimento, como comerciantes, pastores mercenários entre outras. 
Estas profissões eram administradas pelo governo, que controlava o comércio e 
recolhimento de impostos. 
Para otimizar o registro das atividades foi criado um sistema de anotações que 
levaram à invenção da escrita cuneiforme. Outras grandes invenções surgiram a 
partir da civilização suméria, como o arado de cobre, o uso da força animal na 
agricultura e a construção de diques e canais de irrigação, que transportavam 
água para as regiões afastadas dos rios. 
Os sumérios também dividiam o ano em 12 meses, a hora em 60 minutos e o 
círculo em 360 graus. Criaram o mais antigo sistema numérico da história com 
base em 60 símbolos e um calendário lunar de 28 dias, que permitia prever com 
exatidão as épocas boas para plantio e colheita. Também se atribui aos 
sumérios a invenção da roda e descoberta do vidro. 
Na sociedade suméria a escrita surgiu cerca de 4000. a.C. A organização social 
suméria se concentrava em torno dos templos religiosos e dos palácios onde 
era depositada a produção agrícola e a arrecadação de impostos. Tudo isto 
exigia um controle rígido, portanto os funcionários públicos utilizavam placas 
de argila e as marcavam com desenhos que representavam os objetos a serem 
registrados como animais, ferramentas entre outros. Após isto as placas eram 
colocadas ao sol para secarem e, assim, guardadas. 
Cerca de 500 anos depois outro sistema mais complexo foi desenvolvido, a 
escrita cuneiforme. As pessoas marcavam a argila ainda molhada utilizando 
cunhas (ferramentas semelhantes a estiletes). Neste momento os desenhos, 
também chamados de logogramas (desenhos que representam conceitos) 
passam a representar sons e palavras específicas, parecido com o alfabeto 
ocidental. 
Formação de Impérios 
A mesopotâmia encontra-se rodeada por uma região desértica extremamente 
infértil. Este oásis em meio ao atual oriente médio atraiu diversos povos que, 
naturalmente, procuravam uma localidade que permitisse sobreviver no deserto 
árido. Certamente uma região tão cobiçada e com tanta diversidade cultural 
seria palco de diversos conflitos, ascensões e quedas de impérios. 
Por volta de 2350 a.C. os sumérios foram dominados pelo rei Sargão, soberano 
do povo acadiano. Sargão unificou diversos povos em um único governo, 
originando o primeiro Império Acadiano, um dos primeiros da história. 
Em 1950 a.C. os amoritas dominaram a região mesopotâmica, erguendo então 
Babilônia, uma das cidades e centros comerciais mais famosos da região. O 
povo amorita só seria unificado por Hamurabi, o governante mais conhecido do 
período, entre 1792-1750 a.C. 
Inaugurando o Primeiro Império Babilônico, o soberano era bastante habilidoso 
militarmente e politicamente. Foi o primeiro a registrar um código de leis, o 
Código de Hamurabi, conhecido pela célebre sentença “olho por olho, dente 
por dente”. 
Egito Antigo – uma dádiva do Nilo em 
meio à vastidão do Saara 
O Egito é ocupado quase em sua totalidade pelo deserto do Saara, o que levou 
a população a se fixar às margens do Rio Nilo há quase 8000 anos atrás. As 
chuvas tropicais nas margens do rio tornaram a região do Egito Antigo 
extremamente fértil para o plantio. Além disto, as margens contam com um 
terreno rico em Humus, uma espécie de adubo orgânico proveniente da 
decomposição de animais e plantas. 
A população em volta aprendeu a manipular as águas do rio para tornar a 
produção agrícola mais eficiente, tudo isto através de diques, canais de 
irrigação e drenagem das margens. O desenvolvimento destas técnicas em uma 
região cercada por deserto foi a diferença entre prosperidade e miséria. 
Com o aumento da produção de alimento as organizações no entorno do rio 
começaram a crescer e dar lugar a centros comerciais. Os povoados eram 
conhecidos como “nomos”, e seus líderes os “normarcas”. A maioria da 
população era de agricultores, chamados de Felás. 
Considerando as circunstâncias geográficas bastante específicas, muitos 
egípcios atribuíam o fato de existir uma região tão abundante em meio ao 
deserto infrutíferoaos desejos divinos. 
Consequentemente os líderes nomarcas mais eficientes em garantir a produção 
passaram a assumir a imagem dos deuses protetores. Gradualmente o poder 
político e administrativo dos nomos foram se mesclando ao religioso. 
A unificação dos reinos no Egito Antigo 
Por volta do ano de 3500 a.C. os nomos se unificaram em dois grandes reinos: 
O Reino de Delta (baixo Egito), com a capital em Saís, e o Vale do Nilo (alto 
Egito), com a capital em Tebas. 
Cerca de 300 anos depois o Rei Menés do Vale do Nilo conquistou a região de 
Delta, do baixo Egito. Pela primeira vez a região foi unificada na imagem de um 
único líder, agora um Faraó, uma mistura de Rei e sacerdote religioso. A capital 
deste novo reino era Mênfis. 
Além de ser considerado sábio, o Faraó conduzia os rituais religiosos, recebia 
auxílio dos nomarcas e dos líderes militares. Os Faraós reinaram no Egito por 
mais de 3000 anos através de dinastias, família que revezava o governo. 
Além de concentrar o poder administrativo, político e militar, o Faraó ia além, 
sendo considerado um descendente direto dos deuses, tendo também um 
aspecto divino. 
A escrita egípcia também foi uma novidade no período de unificação. 
Os hieróglifos são símbolos que significavam palavras. Posteriormente 
passaram a representar os sons também (fonogramas). Ao mesmo tempo uma 
escrita cursiva foi desenvolvida que procurava ser mais ágil e mais simples, 
chamada de herática. 
A sociedade egípcia era dividida em grupos sociais rígidos. Podemos separá-la 
em diversas camadas no formato de uma pirâmide. A organização do gráfico é 
equivalente à proporção da população, enquanto a nobreza ocupava um lugar 
de prestígio com um número menor de membros, os escravos e camponeses 
tinham menos privilégios e estavam em vantagem numérica. 
Apesar de poucas cidades terem resistido ao tempo, sabe-se que as moradias 
eram de junca ou madeira e contavam com pouca mobília. Tinham alguns 
cômodos e um altar na sala principal, os telhados eram planos para as pessoas 
se refrescarem durante a noite. Algumas casas e construções, como os templos, 
mais sofisticadas eram feitas de tijolos de barro. 
Assim como várias sociedades, os egípcios tinham uma relação bem próxima 
com a religiosidade e esta característica marcou bastante a população às 
margens do Nilo. Ainda no misticismo, os egípcios acreditavam que o ser 
humano seguiria eternamente após a morte, caso fosse considerado digno 
pelos deuses. Portanto a morte tornou-se um grande evento para os egípcios. 
Não atoa as grandes pirâmides eram tumbas, nas quais os corpos dos Faraós 
eram depositados. 
Nas paredes eventos do reinado do governante eram entalhados para que 
servissem de informação aos deuses na hora da passagem para o pós-morte. 
Muitas vezes os familiares e servos dos faraós eram enterrados junto ao corpo 
do soberano para servi-lo após a passagem. 
A hierarquia e a religião eram elementos muitos presentes no Egito Antigo, 
assim as principais obras arquitetônicas eram ligadas a estas características, 
como as pirâmides. A arte também era direcionada aos deuses e Faraós. 
Existiam várias técnicas rígidas para representar tanto as entidades quanto os 
soberanos, artes sem perspectiva, rosto de perfil, corpo de frente entre outras. 
A mumificação também impulsionou o conhecimento sobre anatomia humana, 
tendo viés religioso. A engenharia hidráulica (diques e represas) e o transporte 
por meio do Rio Nilo catalisaram e criação e desenvolvimento de diferentes 
tipos embarcações. Os egípcios possuíam, também, um vasto conhecimento em 
astronomia e matemática, possuindo um calendário anual com divisão de 365 
dias e 6 horas. 
Hebreus, diásporas e o pioneirismo 
monoteísta 
Segundo a historiografia, o povo hebreu pode ser caracterizado como nômade, 
pastor, tendo se organizado em várias tribos que por milhares de anos 
circulavam pelo atual oriente médio, pleiteando as fontes de água e locais de 
pastoril com outros povos da região. 
Neste período, onde os hebreus não possuíam uma organização institucional, 
baseavam-se em um sistema comunal, no qual os líderes eram escolhidos em 
um momento de grande necessidade, como em guerras ou períodos de seca e 
escassez de alimentos. 
Sem uma organização centralizada, as responsabilidades de gerir as tribos 
recaiam sobre um conselho de anciões que conduziam a população para 
algumas decisões importantes. 
Os anciões eram liderados por um juiz, que também exercia o cargo de líder 
militar e religioso quando necessário. Os juízes, por vezes, utilizavam a religião 
como ferramenta na tentativa de unificação destas tribos, como a ligação, 
segundo a Bíblia, entre Abraão e Iavé, o deus hebraico. 
Um importante passo para a construção da identidade judaica foi justamente o 
abandono das práticas politeístas para a adoção de um único deus, Iavé. Uma 
das justificativas para esta mudança, reforçada pelos juízes anciões, era de que 
o povo hebraico havia sido escolhido por deus para ocupar a região da 
Palestina. 
Por volta de 1010 a.C. o reino de Israel foi fundado, Saul, primeiro rei de Israel, 
unificou as tribos sob uma liderança. Seu sucessor, Davi, foi além e tratou de 
expulsar povos rivais, como os filisteus, da região palestina, determinando a 
antiga cidade de Jerusalém como capital do reino. 
O rei também determinou a divisão de Israel em doze províncias, ou tribos 
como eram denominadas. O apogeu de Israel veio com o filho de Davi, Salomão 
entre 966 e 926 a.C. 
Neste período, o Templo de Jerusalém, conhecido como Templo de Salomão, 
foi construído. O falecimento de Salomão dividiu o reino em dois, consequência 
dos diversos conflitos que sucederam o fim de seu reinado. Dez tribos 
localizaram-se ao sul, mantendo o nome de Israel, e as duas ao sul passaram a 
chamar-se Reino de Judá. 
Durante o século VIII a.C. os profetas ganharam preponderância entre os 
hebreus. Os profetas eram sacerdotes reconhecidos entre a população. Eram 
atribuídos a eles o dom de conexão com Iavé, como porta-vozes, e de prever o 
futuro. 
Estas figuras costumavam criticar os membros mais ricos e influentes da 
sociedade, contestando oferendas, afirmando que os desígnios religiosos eram 
muito mais próximos de bondade e justiça social do que ostentação de riqueza 
e poder. 
Estas características garantiram ao judaísmo o título de primeira religião 
monoteísta e ética da história, ou seja, a primeira religião apoiada na crença de 
um único deus que também estimulava um comportamento moral e ético 
específico. 
Determina-se como diáspora qualquer dispersão ou fuga de uma região, 
causada por algum tipo de perseguição cultural, em aspecto religioso ou étnico. 
Porém, o termo geralmente é ligado ao povo hebreu. 
A primeira diáspora judaica é datada de 586 a.C., quando o Imperador da 
Babilônia, Nabucodonosor II invadiu Jerusalém forçando os hebreus a migrarem 
para a região da Mesopotâmia após a destruição da cidade. 
A segunda diáspora veio aproximadamente em 70 d.C. durante a expansão do 
Império Romano. Jerusalém foi novamente destruída e os judeus espalharam-se 
pelo norte da África, em comunidades chamadas Sefardins, e no leste europeu, 
os Asquenazi. 
Após a Segunda Guerra Mundial, com a dizimação de milhões de pessoas por 
conta da política genocida e antissemita da Alemanha Nazista, os judeus da 
região espalharam-se novamente por outros países. 
Embora a migração de judeus para outras localidades do planeta ocorresse em 
vários momentos da história, ao início do século XX teve uma leve concentração 
na região da Palestina. 
Este número aumentou consideravelmente entre 1939 e 1945, por conta da 
Segunda Guerra e ainda mais após 1948, com a criação do Estado de Israel pela 
Organização das Nações Unidas. 
A criação do Estado de Israel poderia ser uma boa ideia, entretanto foi uma 
ação extremamente malsucedida, pois na região já viviam milhares de árabes,desde o século anterior, oriundos do antigo Império Otomano. O conflito antes 
focado na geografia, pouco a pouco, adentrava o campo político e agravou-se 
ainda mais após as decisões da ONU. 
Fenícios 
Este povo se acomodou próximo às margens do Mar Mediterrâneo, local que 
propiciou aos cananeus uma boa relação comercial e a formação de diversas 
cidades portuárias. 
https://cursoenemgratuito.com.br/a-questao-de-israel/
As regiões cananeias se configuravam na organização de cidade-Estado, ou seja, 
embora possuíssem os mesmos hábitos, cultura e idioma, não eram unificadas 
sob um único governo, mas sim de forma autônoma em cada cidade. 
Os líderes eram monarcas, aos quais orbitavam uma aristocracia composta por 
mercadores, latifundiários e sacerdotes religiosos. Embora conhecida como 
Canaã, a região também era chamada pelos gregos de Phoenícia, traduzido 
como púrpura, referente à intensa produção de corantes e tintas de tecido. Os 
povos da região costumavam extrair um líquido cor púrpura de pequenos 
moluscos, material que era utilizada no tingimento. 
A comunicação entre as cidades ocorria principalmente por meio marítimo, as 
navegações pela região também possibilitaram os cananeus estreitarem suas 
relações com outras cidades mercantis do Mediterrâneo. Por volta de 2500 a.C., 
as Cidades-Estado fenícias haviam crescido tanto que se tornaram pontos de 
encontro pelos quais passavam mercadores vindos de várias regiões. 
Os fenícios eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses distintos. As 
cidades possuíam uma espécie de deus padroeiro, frequentemente uma figura 
feminina e ligada aos elementos da natureza, como terra, ar, sol, as estações do 
ano ou mesmo fertilidade. 
Como forma de veneração, praticavam sacrifícios de animais, algumas vezes 
estendendo os rituais aos humanos. Os eventos de sacrifícios eram vistos como 
uma forma de aplacar as incursões divinas. 
Os fenícios eram predominantemente comerciantes. Na busca de expansão, 
optaram pelo trajeto marítimo, já que possuíam um conhecimento náutico 
bastante desenvolvido. O conhecimento sobre fluxo de correntes marítimas, o 
comportamento de aves da região, correntes migratórias de peixes e as 
movimentações eólicas auxiliavam os fenícios a fazerem longas viagens 
afastadas da costa e retornar em segurança. 
A presença fenícia em regiões como Lepsis, Cirene e Cartago, por exemplo, 
acabava se manifestando muito mais intensamente por conta do fluxo 
mercantil. Além da predominância geográfica, os fenícios passavam por vários 
processos de miscigenação cultural por conta do contato constante com povos 
e culturas diferentes, ou seja, acabavam assimilando diversos aspectos étnico-
culturais, religiosos e artísticos de outros povos para si 
Por volta do século IX a.C, a região da fenícia entrou em declínio. As constantes 
invasões por outros povos acabaram por minar o crescimento fenício 
fomentado por conta da expansão marítima e comercial. Por volta do século V 
a.C. a região já havia sido invadida por assírios, babilônios e gregos, sendo 
anexada ao Império Romano somente em 64 a.C, quando Roma incorporou as 
cidades em seu território. 
Tendo em vista a grande constância no comércio, uma necessidade de registrar 
os produtos que entravam e saíam da economia surgiu. Por volta de 1500 a.C., 
começou a se desenvolver um formato de escrita para que fosse utilizado para 
estes fins. 
O alfabeto era composto por 29 símbolos, que eram individualmente atribuídos 
a um fonema, ou seja, uma sonoridade, tal qual o alfabeto ocidental. Assim 
como no português, o alfabeto fenício permitia a combinação dos caracteres 
para que palavras fossem formadas. 
Posteriormente o alfabeto foi ainda mais simplificado, sendo reduzido em 22 
caracteres, os quais referiam-se apenas às consoantes, pois as vogais não eram 
escritas, cabendo ao leitor completar as lacunas, dando sentido às consoantes. 
Este processo todo era cunhado em placas de argila, através das cunhas. 
Posteriormente a argila deu lugar aos papiros, muito mais leves, fáceis de 
carregar e guardar. Com o tempo outros segmentos da população, para além 
dos escribas, aprenderem o ofício da escrita e leitura, tornando a atividade mais 
difundida e menos restrita. 
Não é absurdo dizer que a maior contribuição dos fenícios foi o 
desenvolvimento do alfabeto. Além de ter possibilitado o registro mais eficiente 
das mercadorias, este processo influenciou na produção do formato escrito de 
outros povos. Os gregos, por exemplo, adaptaram o alfabeto fenício, por volta 
do século IX a.C., resgatando as vogais, tal como os romanos, posteriormente, 
adaptaram a combinação grega e fenícia para dar origem ao alfabeto latino, 
utilizado largamente no dito mundo ocidental. 
Os persas – Conflitos culturais de uma 
região turbulenta 
Pérsia foi a denominação dada pelos gregos antigos à região que compreendeu 
a dominância dos reis aquemênidas, responsáveis pelo primeiro Império Persa. 
Os persas começaram a povoar a região do atual Irã, juntamente com diversos 
outros povos nômades, por volta de 2000 a.C. 
Aproximadamente em 559 a.C. o povo persa unificou em torno da figura de 
Ciro, O Grande, por conta de suas vitórias militares e por sua habilidade de 
liderança e estratégia. Através de Ciro os persas puderam subjugar outros 
povos, expandir seu território e dar início à formação do território persa em 
uma configuração imperial. 
O sucessor de Ciro foi Dario, tendo chegado ao poder aproximadamente em 
522 a.C. Com o novo governante, o Império Persa aumentou seus domínios 
ainda mais, comandando cerca de 10 milhões de habitantes, que possuíam 
culturas, costumes, idiomas e religiões diferentes. 
Com uma população tão plural, foram necessárias algumas medidas para 
controlar os povos da região. Dario então propôs um sistema único de 
impostas, uma legislação que abrangesse a todos. 
Além disso, criou também um sistema de moedas unificado e diversas 
construções civis de estradas que proporcionavam um deslocamento facilitado 
entre as áreas do império. A rota mais conhecida foi denominada Estrada Real, 
ligando as cidades de Susa e Sardes. 
A partir de 514 a.C. Dario intentou invadir os territórios gregos. Entretanto, 
enfrentou algumas derrotas. Este evento é conhecido como Guerras Médicas, 
ou também Guerras Greco-Pérsicas. 
A derrota possibilitou a Grécia tornar-se temporariamente a maior potência da 
região oriental do Mediterrâneo. Em uma resposta lenta a estes conflitos, Xerxes 
I, filho de Dario, avançou sobre os domínios Gregos em aproximadamente 480 
a.C. O confronto ocorreu no desfiladeiro das Termópilas, e envolveu mais de 
300 mil soldados persas contra aproximadamente 7 mil soldados do lado grego. 
Por dias, o exército grego foi capaz de bloquear a passagem pelos portões 
estreitos das Termópilas para impedir a invasão persa, até que um residente 
grego auxiliou o exército de Xerxes a encontrar um caminho alternativo que 
permitiu um avanço mais contingente. 
Aos poucos o exército grego foi minado, até que o Rei Leônidas decidiu manter 
300 soldados espartanos, juntamente com outros batalhões de téspios e 
tebanos para que a maior parte de seus soldados pudessem bater em retirada. 
Esta batalha ficou bastante conhecida por conta das adaptações para histórias 
em quadrinhos e posteriormente para o cinema. Entretanto, é necessário 
analisar essas obras com cautela, já que, em nome do entretenimento, muitos 
acontecimentos, personagens e relatos são manipulados para que sejam mais 
épicos, tristes, emocionantes e outras intenções de seus produtores. 
Religião dos persas 
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As principais contribuições da religião persa são ligadas às ideias de Juízo Final, 
o conceito de paraíso pós morte, da dicotomia entre bem e mal, da chegada de 
um messias e a ideia de ressurreição. 
O profetado Zoroastrismo é Zaratustra. Segundo relatos religiosos, teria 
ascendido à presença divina de Aúra-Masda, entidade que representa o Bem e 
opositora ao Mal, aglutinado na imagem do deus Arimã. A partir desta 
experiência, o profeta teria se dedicado à vida sacerdotal intensamente, através 
de pregações e peregrinações. Zaratustra também escreveu o Zend-Avesta, o 
principal texto sagrado zoroastrista, contendo hinos, orações, rituais religiosos e 
práticas civis. 
A princípio, somente o deus Aúra-Masda era cultuado entre a população, 
entretanto, na prática, diversos outros deuses que representavam a força do 
bem e a constante luta contra as trevas também eram alvos de adoração. Uma 
crença muito presente entre os persas era de que a luta insistente contra o mal 
proporcionaria a vida eterna. 
Pluralidade cultural e herança 
O Império Persa proporcionou uma das primeiras oportunidades de povos 
distintos, em diversos aspectos como cultura, origem, idiomas e costumes 
diferentes, de conviverem em um território unificado. Essa configuração singular 
possibilitou um sincretismo cultural bastante intenso, ou seja, as diferentes 
características destes povos, por vezes, acabavam entrelaçando-se, o que dava 
origem a um novo costume. 
As constantes disputas pela área de influência da antiga Pérsia, foram temas da 
história em quadrinhos Persépolis da franco-iraniana Marjane Satrapi. Na 
história a autora fala bastante sobre como o Irã historicamente foi alvo de 
diversas invasões, por ficar em uma região estratégica. 
Mas, para além da geopolítica, ela fala de como esses conflitos duraram muito 
mais do que as longínquas batalhas da antiguidade clássica. Durante o século 
XX, o Irã entrou em guerra com o Iraque e com outros povos da região por 
conta da disputa pelo petróleo, conflito que envolveu não só interesses 
internos, mas intenções geopolíticas internacionais. 
É interessante percebermos que, se em outrora, a região da Pérsia foi imbuída 
de muita diversidade cultural em certa medida harmônica, a partir da segunda 
metade do século XX a cultura tornou-se um elemento crucial para o estopim 
de diversos conflitos. 
Ascensão e queda do Império Romano 
Gregos e Romanos 
Após as conquistas dos povos periféricos à cidade, a cultura romana se 
misturou com diversas outras culturas. A grega, por exemplo, teve forte 
influência nas artes plásticas (pintura e escultura) e na arquitetura, com adesão 
ao uso do mármore. 
O latim incorporou palavras gregas ao vocabulário e a educação também era 
usualmente relegada aos gregos. Na religião, os deuses gregos passaram a ser 
venerados, apesar de ganharem nomes latinos. Este processo é chamado de 
“helenização”, pois ocorre no período helenístico da região grega. 
Declínio da República 
A expansão territorial e comercial modificou a realidade em Roma. Os 
comerciantes, classe nobre em formação, começaram a influenciar em decisões 
políticas e em outros setores da sociedade. Neste processo os Patrícios 
perderam poder, por estarem em menor número e por serem um grupo mais 
restrito. 
Já que os Plebeus tinham voto nas assembleias, para conquistá-los os nobres 
promoviam festas, distribuíam esmolas, alimentos e faziam espetáculos. 
Posteriormente os gladiadores e seus embates também compuseram a 
chamada política do “Pão e circo”, o que possibilitou que os nobres 
controlassem o Senado e vários cargos da Magistratura. 
Outra classe oriunda desse momento é a dos cavaleiros. Eram pessoas ricas que 
agiam como comerciantes e faziam serviços públicos, como cobrança de 
impostos e coordenação de obras públicas. 
A desigualdade neste período crescia muito. Enquanto nobres e cavaleiros 
enriqueciam, os Plebeus sofriam com o empobrecimento, muitos camponeses 
fixavam-se mais nas cidades, assim como os pequenos proprietários que 
perderam suas terras por conta de dívidas. 
Nas cidades os serviços eram feitos por escravos e estrangeiros livres, portanto 
estes lavradores que agora estavam nas cidades, juntavam-se a uma massa de 
pessoas sem emprego. A política de guerra e expansão contribuiu para a 
desintegração dessas classes médias agrárias. 
Este êxodo rural contribuiu para o surgimento de diversos problemas como: 
saneamento básico, falta de moradia, escassez de alimento, desemprego e 
acúmulo de lixo urbano. Estas questões ocasionaram problemas e conflitos 
sociais entre ricos e pobres, que começaram a abalar a república. 
A Plebe e o Senado 
Em 133 a.C. o representante da Plebe (Tribuno da Plebe) propôs algumas 
medidas para reduzir a desigualdade e o êxodo rural. Tibério Graco pretendia 
estabelecer limites para a posse de terras. Isto incomodou os latifundiários e 
senadores poderosos que planejaram seu assassinato. 
Anos após, em 124 a.C., seu irmão Caio retomou as ideias de Tibério e propôs 
que as decisões da república fossem feitas por uma assembleia popular, como 
na democracia grega, e não mais pelo Senado. 
Ele também defendia uma reforma agrária, para que as terras públicas fossem 
distribuídas entre os mais pobres. Tal como o irmão, Caio foi assassinado por 
membros do Senado descontentes. Este evento agravou ainda mais os 
enfrentamentos entre Plebe e Patrícios, gerando uma guerra civil que acabou 
correndo ainda mais o período republicano de Roma. 
Posteriormente Cesar tornou-se diretor vitalício e concentrou todo o poder 
político em sua figura. Uma característica de seu governo foi que não liderou 
Roma pensando em uma classe específica, tomando algumas decisões 
controvérsias em relação às classes privilegiadas. 
Além disto concentrou em si diversas funções de cargos públicos e tomou 
medidas para diminuir o desemprego, como distribuir mais de 80 mil pessoas 
para além mar, exigir que pecuaristas possuíssem pelo menos um terço de seus 
trabalhadores em condição de libertos e estendeu cidadania a quase todos os 
habitantes da península itálica, antes resguardada a quem praticasse a cultura 
romana. 
O Império Romano 
Visto como uma ameaça à república romana, Júlio César foi assassinado e Roma 
passou a ser governada por outro triunvirato: Marco Antônio, Lépido e Caio 
Otávio, filho de César. Em 27 a.C. Caio Otávio assumiu Roma e deu inicio a uma 
nova era para a cidade de Roma, iniciando o maior Império da Antiguidade 
Clássica. 
Após assumir o Império Romano e atribuição de “Augusto” (divino), Caio Otávio 
procurou controlar o descontentamento social e as crises econômicas, no 
intuito de solidificar a nova fase da cidade romana. Foi um momento de relativa 
tranquilidade nestes setores, também conhecido como Pax Romana, auxiliado 
pela manutenção da política do Pão e Circo, já adotada em outros momentos. 
Foi um período bastante calcado no comércio, em uma economia escravocrata 
e principalmente na expansão territorial. Entretanto a força econômica do 
Império também se tornou um grande problema. A necessidade constante de 
mão de obra escrava forçava o Império Romano a estar constantemente em 
conflito com outros povos, o que resultava em perdas materiais e humanas 
crescentes. 
O aumento territorial também apresentava uma dificuldade administrativa 
diferente de outros tempos. Tal como o constante aumento de impostos, que 
provocava cada vez mais o descontentamento da população, necessário para a 
manutenção de um Império com a envergadura que tinha. 
O Império durou alguns séculos, tendo seu fim no século V d.C, com a queda do 
Império Romano do Ocidente. Um império tão vasto quanto o romano, 
certamente receberia pressão de todos os lados de suas fronteiras. 
As constantes invasões dos povos germânicos trataram de drenar pouco a 
pouco as riquezas e o material humano do império. Em 476 d.C. o último 
Imperador Romano, Rômulo Augusto, foi deposto pelo general Flávio Odoacro. 
Este evento é considerado o marco para o fim do Império Romano, mas, 
também, para o início da Idade Média, segundo a divisão clássica da históriaocidental. 
Organização social da Antiguidade 
Clássica 
A Antiguidade Clássica é comumente classificada com início em 4000 a.C., com 
o marco da invenção da escrita pelo povo sumério, e com o fim no século V 
d.C., com o fim do Império Romano. Dentro desse período existiram diferentes 
formas de organização social, que variaram de acordo com os povos e com o 
regime político de cada época. Nesta aula você verá como era a divisão da 
sociedade dos gregos, romanos e mesopotâmicos. 
Organização social da antiguidade romana 
Segundo estudos arqueológicos, por volta de 2000 a.C. a península itálica, mais 
precisamente a região do Lácio, foi ocupada pelo povo latino. Posteriormente, 
os etruscos ocuparam a cidade de Roma, sendo reconquistada pelos latinos 
apenas em 509 a.C., iniciando o período monárquico romano. 
A organização social da antiguidade romana variou de acordo com os períodos, 
que podem ser divididos em três: Monarquia (753 a.C. – 509 a.C.); República 
(509 a.C. – 27 a. C.); e Império (27 a.C. – 476 d.C.). Dentro da monarquia romana 
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existiam diferentes classes sociais: patrícios, plebeus, clientes e escravizados. Os 
patrícios eram aristocratas ligados por laços familiares, ricos proprietários de 
terra e, em termos mitológicos, considerados descendentes dos fundadores da 
cidade de Roma. Os patrícios possuíam todos os direitos políticos e 
administrativos em detrimento das outras classes sociais romanas. 
Os plebeus compunham a camada com quase nenhuma participação política 
institucional. Era composta por pequenos agricultores, comerciantes, artesãos e 
estrangeiros. Os clientes prestavam serviços aos patrícios e, em troca, recebiam 
terras para cultivarem e proteção. 
Os escravizados eram as pessoas presas por conta de conflitos com outros 
povos, e eram submetidos a trabalhos forçados. Durante os períodos 
posteriores, republicano e imperial, as estruturas sociais de Roma não se 
alteraram com tanta expressividade quanto no campo político. No entanto, as 
dinâmicas entre classes sociais ganham outras cores à medida que as relações 
políticas, geográficas e, claro, sociais, vão se alterando. 
 
Organização social da antiguidade grega 
A Grécia possuía dois grandes núcleos organizacionais: as cidades-Estado de 
Atenas e Esparta. Em Esparta as posições sociais eram rígidas e definidas a partir 
do nascimento. Podemos dividi-las em esparciatas, periecos e hiliotas. Os 
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esparciatas governavam a polis, eram donos de escravizados, terras e 
dedicavam-se à guerra. 
Os periecos eram pequenos proprietários livres. Como as terras férteis eram dos 
esparciatas, os periecos ficavam com as propriedades periféricas. Além disso, 
exerciam atividades de comércio e artesanato. Os hiliotas eram prisioneiros de 
guerra que acabavam sendo escravizados. Eram a maioria da população, sendo 
considerados propriedade do Estado e distribuídos aos esparciatas juntamente 
com as terras produtivas 
Já Atenas possuía diferenças substanciais de Esparta. Os eupátridas eram os 
ditos “bem-nascidos”, de famílias ricas e antigas e grandes proprietários de 
terras. Havia também os pequenos proprietários, os comerciantes, os artesãos e 
a população mais empobrecida. 
No entanto, o aspecto mais marcante da organização social ateniense era o 
conceito de cidadão, o que classificava a maioria de sua população como 
metecos. Os metecos eram os estrangeiros e seus filhos, que costumavam se 
dedicar ao comércio, ao artesanato e, por vezes, participavam das guerras. As 
mulheres e jovens, tal qual os estrangeiros, não detinham direito político algum, 
sendo excluídos das decisões importantes. 
 
Organização social da antiguidade mesopotâmica 
A importância dos povos romanos e gregos é imprescindível para a constituição 
da civilização dita ocidental, no entanto, existem outros povos importantes do 
período que marcaram época e proporcionaram grandes contribuições à 
humanidade, como, por exemplo, os povos da Mesopotâmia. 
Os povos da Mesopotâmia tinham uma estrutura social muito voltada à 
produção agrícola devido à proximidade e dependência dos rios Tigres e 
Eufrates. Os sumérios concentravam sua organização social no entorno dos 
palácios, que eram postos centrais para o recolhimento de impostos, sistema 
administrativo que acabou desencadeando a invenção da escrita. 
Os caldeus, que compunham o dito Segundo Império Babilônico (612 a.C. – 539 
a.C.) também possuíam uma organização social específica. A sociedade caldeia 
era composta pelo rei, que reunia poderes religiosos, políticos e militares. Havia 
também os homens livres de classe alta, que eram os sacerdotes, membros do 
exército, nobres, e outras classes que possuíam influência social. 
Os homens livres de classe baixa eram os funcionários públicos, comerciantes, 
artesãos, camponeses e trabalhadores da cidade. Por fim, os escravizados 
compunham a camada com menos direitos sociais e eram oriundos de dívidas 
ou conflitos e exerciam trabalhos de menor prestígio. 
A diversidade entre os povos mesopotâmicos em termos de organização social 
é algo estabelecido. Não é surpresa uma região tão fértil em produção agrícola 
em meio a uma região árida atrair diferentes povoados. No entanto, é possível 
acentuar algumas características que convergem entre os povos, as classes mais 
abastadas, compostas geralmente pelos governantes, sacerdotes e militares e as 
classes mais populares, sendo composta por camponeses, escravizados por 
dívidas e guerras, e artesões. Os reis eram as classes mais influentes na 
organização social da antiguidade, já que dominavam através do aspecto 
político, mas também religioso, militar e até mesmo epistemológico. 
Grécia Antiga e Roma: o legado cultural 
greco-romano 
Grécia Antiga 
O rico legado cultural grego deixou marcas simbólicas e permanentes em toda 
a história da sociedade ocidental. O ideal de beleza impresso pelos gregos em 
suas obras artísticas, bem como o grande afinco que dedicaram a suas obras 
arquitetônicas, científicas e filosóficas consistem em um marco cultural sem 
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precedentes, ainda que milhares de anos tenham se passado desde suas 
realizações. 
História 
São da Grécia Antiga alguns dos principais estudiosos a tratar a História, 
independente da tradição mitológica e religiosa, como um campo do 
conhecimento específico. Ao grande Heródoto de Halicarnasso coube a alcunha 
de “Pai da História” quando dedicou-se a relatar os acontecimentos das Guerras 
Médicas, conflito entre gregos e persas pelo domínio de áreas comerciais do 
Mar Egeu. 
Autores como Xenofonte, soldado e discípulo de Sócrates e Tucídides, general 
das hostes atenienses, por sua vez relataram o que presenciaram durante a 
Guerra do Peloponeso. Tucídides, por sua conta, buscou imprimir 
imparcialidade, confrontando informações e cruzando dados distintos em seus 
escritos e ainda hoje é considerado um clássico entre os historiadores mais 
antigos. 
Filosofia 
Em se tratando de filosofia é impossível conceber o conceito acerca do tema 
sem considerar a primazia grega para o desenvolvimento deste campo do 
conhecimento. 
O forte espírito crítico grego os levou a questionar absolutamente tudo, desde a 
transformação do caos em cosmo até a conduta humana dentro da sociedade. 
Suas correntes filosóficas e personalidades influenciam até os dias atuais as 
concepções filosóficas em geral. 
Os primeiros filósofos gregos teriam surgido por volta do século VI a.C e 
buscaram compreender como e porque os fenômenos naturais ocorriam. Desta 
maneira passaram pela história como filósofos da natureza ou pré-socráticos, e 
de certa maneira buscavam compreender a origem de tudoe todos a partir de 
uma substância material específica. 
Nomes como Tales de Mileto, Anaxágoras, Anaximandro, Pitágoras, Filolau, 
Xenófanes, Parmênides, Zenão, Leucipo, Demócrito, entre outros, tornaram-se 
bastante famosos e são classificados em escolas filosóficas específicas, a 
exemplo: Escola Jônica, Pitagórica, Eleata e Atomista. 
Posteriormente, Sócrates de Atenas inauguraria uma nova forma de 
conhecimento filosófico, destinada a compreender e inserir o homem no 
contexto social e político das polis gregas fazendo frente a chamada escola 
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sofista, que em suma negava a existência de qualquer verdade absoluta e 
centrava-se na capacidade de buscar conhecimentos práticos para a vida, 
utilizando-se de muita retórica. 
Sócrates, assim como seus discípulos e sucessores, era partidário do 
desenvolvimento da virtude e reflexão, e ao longo de sua vida buscou 
transformar a sociedade a partir da atuação ética dos seus respectivos cidadãos. 
Seu método baseava-se no diálogo constante com os indivíduos, buscando 
mostrar o quanto somos ignorantes a respeito dos mais variados temas a partir 
de nossas próprias contradições. Foi condenado à morte por ingestão de cicuta 
por perverter a juventude ateniense. 
Seu discípulo mais famoso foi Platão, também ateniense e fundador da 
Academia, uma instituição de ensino para formação de filósofos. Haja vista que 
Sócrates não tenha deixado nada escrito, coube a Platão registrar os 
ensinamentos do mestre. 
Todavia, Platão possuía um entendimento de mundo próprio e dividia o 
conhecimento em duas áreas distintas, o mundo das ideias e o mundo dos 
sentidos, dando ênfase e importância muito maior ao mundo das ideias, uma 
vez que segundo seus argumentos o mundo dos sentidos tende a nos enganar. 
Suas obras mais conhecidas são: A República, Apologia de Sócrates, O 
Banquete, Mênon, e o Mito da Caverna. 
Último dos três grandes clássicos gregos da filosofia pós Sócrates, Aristóteles de 
Estagira foi discípulo de Platão e é considerado o “Pai da Lógica”. 
Ao contrário do mestre, deu maior importância ao mundo dos sentidos e a 
partir de seu conhecimento podemos conceber o método científico baseado no 
empirismo (doutrina segundo a qual todo conhecimento provém unicamente 
da experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo externo, pelos 
sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo descartadas as 
verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou apriorísticas e inatas do 
racionalismo). 
Todavia, ao longo de toda a sua história, a Grécia concebeu estudiosos das mais 
diversas áreas do conhecimento, especialmente na medicina, matemática e 
ciências da natureza. Afinal, devido a gregos como Pitágoras todos nós 
sabemos que “em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento 
da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos”. 
Ou Hipócrates, famoso pelo juramento proferido por todo médico, que por sua 
vez foi um dos primeiros estudiosos a buscar compreender a natureza das 
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doenças a partir de seus sintomas, evitando o misticismo marcante dos 
primeiros tempos ao se tratar enfermidades em geral. 
Por sua vez, durante o período helenístico, novas concepções filosóficas 
surgiriam, haja vista a decadência das grandes polis e o domínio estrangeiro. 
Neste período, correntes como o Ceticismo, Cinismo, Epicurismo e Estoicismo 
inauguraram um período onde filósofos destinavam-se a compreender a busca 
da felicidade a partir de valores individualistas. 
Arte 
A concepção de teatro na Grécia antiga baseou-se em duas ideias: tragédia e 
comédia e as peças em geral surgiram como homenagem ao deus Dionísio. Seu 
apogeu ocorreu por volta de 550 a.C, com destaque para Atenas, mas terminou 
espalhando-se por toda a Hélade. 
Entre os principais dramaturgos e obras figuram os nomes de Ésquilo (Prometeu 
Acorrentado), Sófocles (Édipo Rei), Eurípedes (As Troianas) e Aristófanes, 
considerado o maior autor do gênero comédia. 
Pode-se dizer que a tragédia surgiu antes da comédia, mas em si, todas as 
peças serviam tanto como forma de entretenimento como forma de critica à 
sociedade, abordando temáticas variadas. 
Em verdade, podemos dizer que os gregos obtiveram desenvolvimento 
bastante eficiente nas mais variadas formas de arte, caracterizada por valores 
humanistas e voltadas para suas crenças, desejos e paixões, buscando ordem e 
harmonia. 
Escultores buscavam retratar o corpo humano a perfeição, característica que 
mais tarde será resgatada pelos renascentistas. A música, a pintura e a literatura 
legaram valores igualmente humanos e harmoniosos, sempre embasadas em 
equilíbrio. Seu conhecimento arquitetônico foi ímpar e podem ainda hoje ser 
visto de perto a partir das ruínas de seus grandes templos, erigidos em 
homenagem aos seus Deuses. 
Ainda hoje suas colunas e ordens (Jônica, Dórica e Corintia) são admiradas e 
estudadas, além de refletirem as grandes transformações pelas quais sua 
sociedade passou ao longo de séculos de história. Sua mitologia é encontrada 
nas mais diversas obras, o que mostra a importância de seus valores religiosos 
para a sua cultura em si. 
Além disso, o desenvolvimento da democracia é herança direta da cultura 
grega. Este sistema de representação política que consiste em transferir ao 
cidadão o papel de decidir os rumos políticos, sociais e econômicos dos locais 
onde vivem é criação Ateniense. Atenas viveu ao longo de sua história reformas 
e sucessivas formas de poder que por fim resultariam na transferência do poder 
ao próprio povo. 
É preciso levar em conta que muitos habitantes das cidades gregas não eram 
considerados cidadãos, ao contrário de hoje em dia. Todavia, se a democracia 
ateniense não era perfeita, atualmente, com uma diferença de pelo menos dois 
milênios de história, nós homens ainda não conseguimos encontrar formas de 
garantir representatividade para todos os cidadãos e minorias. Entretanto, não 
fossem os gregos, quem sabe onde estaríamos hoje? 
Roma Antiga 
Do ponto de vista cultural pode-se dizer que os romanos não foram muito 
originais, embora tenham desenvolvido tradições próprias e baseadas em 
elementos etruscos ou latinos, como por exemplo, o idioma. Todavia, grosso 
modo o que se verifica é apropriação romana da cultura grega em geral, já que 
existe a proximidade e suas relações no mediterrâneo. 
No campo religioso foram politeístas até a ascensão cristã, ao fim do império. 
Suas divindades eram ligadas ao cotidiano geral da civilização e suas cerimônias 
estavam inseridas em assuntos militares, agrícolas, artes e até mesmo o 
comércio. 
Desta maneira, as divindades se assemelhavam ou assimilavam as divindades 
gregas com outros nomes e/ou representações (Júpiter é Zeus/ Minerva é 
Atenas, entre outros). 
 
Nomes como Políbio, Tito Lívio e Plutarco figuram como grandes historiadores, 
algumas das principais obras biográficas de governantes, generais, entre outros 
próceres da antiguidade são de autoria de Plutarco. Tito Lívio escreveu a 
obra História de Roma, composta por 142 volumes. 
Durante o governo de Otávio Augusto, Roma viveu o período de ouro de sua 
cultura. Por todo o império, principalmente a capital, recebeu um grande 
número de obras arquitetônicas com influências variadas, como por exemplo, o 
arco e a abóboda. No esquema abaixo você pode conferir elementos do arco 
romano e suas diversas partes e funções da mesma. 
Em se tratando de entretenimento, considerando o grande número de escravos, 
grande parte da população livre possuía muito tempo de ócio, elemento 
perigoso para a manutenção da paz. Assim sendo, diversas formas de 
entretenimento foram criadas, entre elas as arenas de gladiadores.O Coliseu, certamente a mais famosa, era palco de confrontos, muitas vezes até 
a morte entre gladiadores e mesmo homens contra animais ferozes capturados 
em todas as partes do império. A política do pão e circo foi justamente criada e 
aplicada para evitar que o grande número de homens livres se revolta-se contra 
o Estado. 
A filosofia latina foi profundamente marcada pela filosofia grega e correntes 
filosóficas como estoicismo, epicurismo, ceticismo e cinismo marcaram o 
período de hegemonia romana. O imperador Marco Aurélio foi considerado um 
grande filósofo estóico. 
Outra grande contribuição cultural romana foi o direito romano. Para se ter uma 
ideia, o direito praticado hoje em nosso país deriva de tradições e códigos de 
leis romanos. O direito em Roma era dividido em três áreas distintas, privado, 
estrangeiro e público. As leis romanas, a partir do período republicano seriam 
compiladas no “Jus Civile” (código civil). 
Além disso, algumas expressões comuns no mundo jurídico provem de Roma e 
seu idioma, o Latim. (ex: Habeas Corpus, Habeas Data, stricto sensu). Além 
disso, o português, o francês, o italiano e o espanhol, entre outros idiomas, 
derivam diretamente do latim. 
Por fim, desde o início do império, a partir do governo dos primeiros 
imperadores, o cristianismo, doutrina baseada nas pregações e vida de cristo foi 
proibida e perseguida pelo Estado romano. 
No entanto, já no ocaso do grande império, Constantino (imperador) liberou e 
ajudou a organizar a religião, e por fim, de proibido, o cristianismo viria a se 
tornar um dos maiores legados da cultura e período de dominação romana para 
as civilizações ocidentais. Basta observar que a própria hierarquia católica segue 
o padrão do império, sendo o papa (dentro da doutrina católica) comparado à 
figura do imperador. 
er captado do mundo externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela 
transformação do caos em cosmo até a conduta humana dentro da sociedade. 
Suas correntes filosóficas e personalidades influenciam até os dias atuais as 
concepções filosóficas em geral. 
Os primeiros filósofos gregos teriam surgido por volta do século VI a.C e 
buscaram compreender como e porque os fenômenos naturais ocorriam. Desta 
maneira passaram pela história como filósofos da natureza ou pré-socráticos, e 
de certa maneira buscavam compreender a origem de tudo e todos a partir de 
uma substância material específica. 
Nomes como Tales de Mileto, Anaxágoras, Anaximandro, Pitágoras, Filolau, 
Xenófanes, Parmênides, Zenão, Leucipo, Demócrito, entre outros, tornaram-se 
bastante famosos e são classificados em escolas filosóficas específicas, a 
exemplo: Escola Jônica, Pitagórica, Eleata e Atomista. 
Posteriormente, Sócrates de Atenas inauguraria uma nova forma de 
conhecimento filosófico, destinada a compreender e inserir o homem no 
contexto social e político das polis gregas fazendo frente a chamada escola 
sofista, que em suma negava a existência de qualquer verdade absoluta e 
centrava-se na capacidade de buscar conhecimentos práticos para a vida, 
utilizando-se de muita retórica. 
Sócrates, assim como seus discípulos e sucessores, era partidário do 
desenvolvimento da virtude e reflexão, e ao longo de sua vida buscou 
transformar a sociedade a partir da atuação ética dos seus respectivos cidadãos. 
Seu método baseava-se no diálogo constante com os indivíduos, buscando 
mostrar o quanto somos ignorantes a respeito dos mais variados temas a partir 
de nossas próprias contradições. Foi condenado à morte por ingestão de cicuta 
por perverter a juventude ateniense. 
Seu discípulo mais famoso foi Platão, também ateniense e fundador da 
Academia, uma instituição de ensino para formação de filósofos. Haja vista que 
Sócrates não tenha deixado nada escrito, coube a Platão registrar os 
ensinamentos do mestre. 
Todavia, Platão possuía um entendimento de mundo próprio e dividia o 
conhecimento em duas áreas distintas, o mundo das ideias e o mundo dos 
sentidos, dando ênfase e importância muito maior ao mundo das ideias, uma 
vez que segundo seus argumentos o mundo dos sentidos tende a nos enganar. 
Suas obras mais conhecidas são: A República, Apologia de Sócrates, O 
Banquete, Mênon, e o Mito da Caverna. 
Último dos três grandes clássicos gregos da filosofia pós Sócrates, Aristóteles de 
Estagira 
Por fim, desde o início do império, a partir do governo dos primeiros 
imperadores, o cristianismo, doutrina baseada nas pregações e vida de cristo foi 
proibida e perseguida pelo Estado romano. 
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No entanto, já no ocaso do grande império, Constantino (imperador) liberou e 
ajudou a organizar a religião, e por fim, de proibido, o cristianismo viria a se 
tornar um dos maiores legados da cultura e período de dominação romana para 
as civilizações ocidentais. Basta observar que a própria hierarquia católica segue 
o padrão do império, sendo o papa (dentro da doutrina católica) comparado à 
figura do imperador. 
Povos bárbaros – os outros além das 
fronteiras 
A história das civilizações grega e romana produziu o que os historiadores 
chamam de antiguidade clássica. Clássica porque no decorrer da história 
ocidental essas civilizações influenciaram profundamente a Europa medieval e 
moderna. 
Quando Carlos Magno disse que os homens de seu tempo eram anões nos 
ombros de gigantes, estava querendo afirmar que eles deviam a sua 
compreensão de mundo aqueles que vieram muito antes deles. Porém, a 
história não é feita de povos e culturas homogêneas e fechadas em si. 
Apesar dos gregos e, principalmente, dos romanos construírem sua própria 
identidade na diferenciação dos outros, o sincretismo cultural (mistura de 
culturas) foi inevitável. Então, quem eram os povos bárbaros? 
A origem da expressão “povos bárbaros” 
A ideia do termo “povos bárbaros” é anterior ao império romano. Os gregos 
utilizavam esse conceito para designar aqueles que tinham uma cultura (modo 
de vida e visão de mundo) distinta da sua. 
Essa noção, assim como muitos outros aspectos da cultura grega, foi assimilada 
pelos romanos. Estes, principalmente após a expansão de seus domínios 
durante o período da República (VI a.C. até I a.C.), defendiam que sua capital era 
o centro do mundo e que sua cultura era superior à de outros povos, já que não 
encontravam limites para suas conquistas. 
Essa é uma visão profundamente etnocêntrica de mundo (etno = povo e 
cêntrica = centro). Uma noção de seu tempo e superada para o nosso contexto 
histórico, já que sabemos que não há nenhum povo que manteve sua cultura 
sem influências e miscigenação. 
Hoje sabemos também que os ditos “povos bárbaros” também tinham suas 
instituições, valores morais e organização social (apenas eram distintos da 
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cultura romana). Além disso, os romanos também ficaram conhecidos pela 
violência praticada aos outros povos. 
 
Apesar disso, os romanos entendiam-se como um povo civilizado pela sua 
potência militar, por terem instituições fortes e formarem uma sociedade 
organizada na sua complexidade. 
Todos os outros povos que não falavam latim, vestiam peles, usavam barbas e 
cabelos compridos, não construíam suas casas em vilas pavimentadas, 
cultuavam entidades da natureza e baseavam suas leis em tradições tribais, 
eram considerados “bárbaros” e “selvagens”. 
Neste grupo destacam-se principalmente os povos ao norte, que por muito 
tempo ficaram separados dos romanos pelos rios Reno e Danúbio, e ao oriente 
do continente europeu, de onde vinham povos das estepes asiáticas, como foi o 
caso dos hunos. 
Quem eram os povos bárbaros? 
Diversos eram os povos que cercavam o império romano e disputavam os 
territórios em suas fronteiras. Alguns deles eram os Suevos, os Vândalos, os 
Hunos, os Lombardos, os Francos, os Anglo Saxões, os Vikings,os Godos (que 
foram divididos pelos intelectuais em Visigodos, que ocuparam a península 
Ibérica, e ostrogodos, que ocuparam a Europa central e a península itálica) entre 
outros tantos. 
Os termos “bárbaro” e “vândalo” nos remetem a uma noção de violência. Ideia 
esta que nos foi herdada dos romanos pela diferenciação que faziam destes 
povos. Estes segundos, por exemplo, ficaram conhecidos por arrasarem os 
povos por eles conquistados. 
Uma cena icônica do cinema que representa bem esta diferenciação cultural 
concebida pelos romanos está no filme “Gladiador”, dirigido por Ridley Scott 
em 2000. Quando o general Maximus, personagem interpretado por Russel 
Crowe, está visitando os limites do império e vê um bárbaro lançando a cabeça 
decepada de um soldado romano em sua direção. 
A própria noção de bárbaro servia para que os soldados evitassem nutrir algum 
sentimento de solidariedade em relação aos seus inimigos, não tendo piedade 
durante os confrontos. Tácito, historiador romano, descreveu os povos do norte, 
no livro Germânia, da seguinte forma: 
“Para tratar de negócios, ou quase sempre para o prazer dos banquetes, vão 
armados. Passar o dia e a noite em beberagens não se considera ato vexatório. As 
rixas, inevitáveis entre eles e poucas vezes ficam no terreno das injúrias: terminam 
comumente em ferimentos ou morte”. 
Apesar de todo esse distanciamento, as barreiras que separavam os romanos e 
os ditos povos bárbaros não eram impermeáveis. Além das disputas por 
territórios, houve também tratados de paz e negociações entre as partes. 
Principalmente quando o império começou a se enfraquecer pela crise 
econômica e escassez de escravizados. 
Como forma de evitar maiores perdas, diversas alianças foram estabelecidas, 
permitindo a entrada destas populações no império. Os próprios imperadores 
chegaram a ter guarda-costas germânicos, demonstrando a proximidade das 
relações entre os diferentes povos. 
Essa gradativa aproximação foi crucial para formar o cenário medieval na 
Europa: são heranças da realeza germânica os cabelos e barbas compridas, a 
liderança militar, os laços de suserania e vassalagem, o escambo e a ligação 
com a terra e a importância da agricultura. Essas heranças culturais dos povos 
bárbaros serão posteriormente características centrais no feudalismo. 
Com o tempo essa miscigenação foi se aprofundando cada vez mais. Para 
consolidarem seu poder, os reis germânicos precisaram estabelecer alianças 
com a Igreja e os bispados que restaram do antigo império, da mesma forma 
que estes tinham interesse em preservar a religião cristã. 
Exemplos disso foi o batizado e conversão ao cristianismo de Clóvis I, rei dos 
francos, e posteriormente, a coroação de Carlos Magno como Imperador do 
Sacro Império Romano Germânico pelo papa Leão 3º no natal do ano 800. 
Na península Ibérica, onde estão localizam-se Portugal e Espanha, os visigodos 
conquistaram terras, formaram reinos e lá se estabeleceram. Eles assimilaram 
muitas características do império romano, como o direito e o cristianismo. Na 
expansão do Império Árabe perderam territórios para os muçulmanos, que só 
foram recuperados na guerra de Reconquista. 
Representação cultural dos povos bárbaros na atualidade 
Para além das transformações no cenário e comportamentos da idade média, os 
ditos “povos bárbaros” exerceram sua influência nos vocabulários de diversas 
línguas (inclusive o português) e servem de inspiração para diversas produções 
culturais e artísticas de nosso tempo. 
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Pode-se identificar características destes povos em produções cinematográficas 
e televisivas, como nas séries Vikings e Game of Thrones. Os personagens 
gauleses, Asterix e Obelix, que viviam cercados pelos romanos nas histórias em 
quadrinhos de Albert Uderzo e René Goscinny, também são exemplos destas 
inspirações. 
Idade Média: Feudalismo e os reinos 
romano-germânicos 
Após a desagregação do Império Romano ocidental no ano de 476, quando 
Adroaco, líder dos hérgulos, tomou a cidade de Roma, a Europa ocidental viveu 
uma nova ordenação política e social. Mesmo antes do ocaso do antigo 
império, com a crise do sistema escravista que assolou o Estado Romano, 
diversos latifundiários deixaram o ambiente urbano e partiram para suas terras, 
nos vastos territórios que um dia compuseram o império. 
Aqueles que partiram buscavam proteção e abrigo. Boa parte dos homens livres 
seguiram o mesmo caminho e a partir deste momento novas relações de 
trabalho foram instituídas, lançando as bases do que viria a ser o sistema feudal. 
Muito antes, por volta do século II a.C. povos de origem germânica passaram a 
migrar (pacificamente) ou invadir o antigo território romano, dando início um 
longo processo de sincretismo cultural entre os chamados povos bárbaros e os 
romanos. 
As migrações pacíficas de bárbaros ocorreram durante os séculos II e III e 
contaram com a autorização dos governantes romanos, que viram nos 
germânicos aliados capazes de ajudar na defesa do território em um período 
bastante conturbado da história romana. Ao longo dos séculos VI e V novas 
levas de bárbaros adentraram ao território do império de maneira violenta. Isso 
se deve ao aumento do poderio Huno, que ameaçava a segurança do território 
original destes povos. 
Os germânicos eram divididos em diversos povos e, desta forma, formaram 
reinos independentes. Entre os principais podemos citar: borgundios, vândalos, 
francos, saxões, lombardos, godos, visigodos, ostrogodos, entre outros. Sua 
organização política era baseada em tribos chefiadas por líderes militares. Sua 
economia era baseada na agricultura e nos saques oriundos das guerras. 
O poder era determinado pela capacidade de liderança em batalha e garantido 
a partir de laços de respeito e reciprocidade. O chefe dividia as conquistas com 
seus pares, que por sua vez prestavam respeito e obediência. Esta relação ficou 
conhecida como Comitatus e Beneficium e teve grande importância durante o 
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período feudal, haja vista que as relações de suserania vassalagem entre nobres 
baseava-se nestes princípios. 
Entre as diversas experiências, as mais duradouras na Idade 
Média seriam: 
• Vândalos, no norte da África; 
• Ostrogodos, na península Itálica; 
• Visigodos, na península Ibérica; 
• Anglo-Saxões, na Britânia (atual Inglaterra); 
• Francos, na Europa central (atual Bélgica e França); 
• Suevos, no noroeste da península itálica. 
Reino Franco 
Entre todos os reinos bárbaros o reino Franco foi aquele de maior duração e, 
consequentemente, maior importância para a história européia. Formado a 
partir da ocupação do território da atual Bélgica pela dinastia merovíngia 
durante o reinado de Clóvis. Clóvis foi o responsável por unir os Francos dentro 
de um objetivo comum e para tal contou com o apoio da igreja católica ao 
converter-se a religião cristã. 
Esta parceria é diretamente responsável pela maior durabilidade do Reino 
Franco e para a igreja significou a ampliação de seu poder e riquezas cedidas 
pelos francos a partir de suas conquistas territoriais. 
Após a morte de Clóvis o reino passou por mudanças administrativas, 
sobremaneira no período dos chamados reis indolentes, monarcas que 
dedicaram-se mais ao estudo das questões cristãs do que propriamente o 
governo. Neste período a administração era exercida pelo “major domus” 
(administrador do palácio), figura política de caráter cada vez mais forte. 
Por volta de 732 d. C a Europa foi invadida por exércitos mouros (muçulmanos) 
a partir do norte da África. A península ibérica foi rapidamente dominada e 
ficaria em mãos muçulmanas por volta de 800 anos. No entanto, o avançoislâmico foi barrado justamente pelos exércitos francos, sob liderança do major 
domus Carlos Martel, com destaque para a batalha de Poitiers. Além disso, ao 
longo dos anos os francos ampliaram seus domínios ao submeter outros reinos 
bárbaros, sobremaneira os Lombardos, na Itália. 
Diante disso, Carlos Martel adquiriu respeito suficiente para que a Igreja 
legitimasse uma troca de poder que daria início à dinastia Carolíngia. Seu filho, 
Pepino, “O Breve”, reunificou os territórios francos e estreitou ainda mais os 
laços com a alta hierarquia católica. 
Após sua morte o reino foi dividido entre seus dois filhos, Carlos Magno e 
Carlomano, no entanto o último morreria pouco tempo depois e o primeiro 
escreveria seu nome na história ao expandir e organizar o grande império 
Carolíngio, tendo sido coroado Imperador dos Romanos em pleno natal de 800. 
Carlos Magno governou até sua morte em 811 e foi responsável pelo maior 
avanço territorial dos franco. Magno dividiu seu vasto império em províncias 
(condados) e era auxiliado por missi dominicis, funcionários ligados a ele e 
responsáveis por ajudá-lo na administração fiscal e jurídica. 
Disputas entre os netos de Carlos Magno resultaram no desaparecimento do 
grande império franco. O último reino bárbaro foi então substituído por uma 
nova ordem política, marcada pelo poder local dos nobres proprietários de 
terra, o papel central da igreja e a exploração da massa camponesa no que 
chamamos Feudalismo. 
Feudalismo na Idade Média 
O sistema feudal foi um modo de produção europeu aplicado durante a baixa e 
alta idade média. Este sistema, político, econômico, social e cultural era baseado 
na exploração do camponês pelos senhores feudais, que adquiriam suas terras 
com base nos princípios de suserania e vassalagem, onde um nobre doa terras a 
outro, menos poderoso e em troca recebe a homenagem daquele que foi 
agraciado com a terra. 
Além disso, neste período a Igreja era praticamente a única instituição com 
poderes supranacionais, ou seja, a doutrina católica exercia forte domínio sobre 
as mentalidades e culturas. 
Pode-se dizer que o feudalismo predominou na Europa entre os séculos V e XV, 
os iluministas, por exemplo, foram responsáveis pela expressão “mil anos de 
trevas” ao referirem-se ao feudalismo e o domínio exercido pela Igreja. 
A sociedade feudal da Idade Média, por sua vez era estratificada e não permitia 
mobilidade social. A divisão social era composta por três estados 
(estamentos/classes). O 1º estado era composto justamente pelos membros do 
clero católico e possuía duas subdivisões: 
Alto e Baixo Clero: 
Alto Clero: Composto geralmente por nobres, muitas vezes segundos filhos, 
que não possuíam direitos de herança. O alto clero representava a alta 
hierarquia católica, expressa pelos mais altos cargos (Bispos, Cardeais, Papa) 
Baixo Clero: Composto por membros do clero sem grande poder, geralmente 
os membros da igreja nascidos em famílias de servos. Eram os frades, monges, 
padres e afins. Eram importantes para a manutenção da influência cristã, mas 
não tinham acesso aos altos escalões do poder. 
Clero Regular e Clero Secular 
Clero Regular: Representado pelos membros do clero que viviam sob 
determinadas regras. Geralmente habitavam monastérios e conventos, viviam 
relativamente isolados da sociedade comum e faziam parte de ordens religiosas 
com características próprias. Algumas dessas ordens constumavam exigir de 
seus integrantes votos de pobreza, silêncio e afins. 
Clero Secular: Representado pelos membros do clero, alto ou baixo, que viviam 
inseridos na sociedade e cotidiano. Viviam no “séculum” e tinham contato 
direto com os demais entes sociais. Detentora da interpretação das escrituras 
sagradas, da lógica social, da psicologia, das formas de pensar, da filosofia e dos 
códigos de conduta moral, passados pelos clérigos aos demais estamentos, 
Igreja adquiriu enorme poder. Assim sendo, por quase um milênio a arte esteve 
ligada a temática religiosa em geral. 
O segundo estado era composto pela nobreza, ou senhores feudais. Pessoas de 
“alto nascimento” que possuíam de fato a terra. Eram responsáveis pelas 
decisões administrativas e proteção militar dos feudos. As relações entre 
senhores feudais eram marcadas por laços de amizade ou discórdia expressos 
nas relações de suserania e vassalagem. 
Tais relações basearam-se nos antigos costumes bárbaros de distribuição da 
terra por um nobre mais rico a outro mais pobre. Tais relações careciam de 
laços de fidelidade ou homenagem constantemente restabelecidos. 
Entre os nobres também encontramos subdivisão de acordo com suas posses. 
Duques, Marqueses e Condes compunham a alta nobreza, enquanto viscondes, 
barões e simples cavaleiros representavam a baixa nobreza. Cabia aos nobres a 
organização e liderança das forças militares. 
Por fim, a grande maioria da população era formada por camponeses e vilões 
que trabalhavam a terra em troca de abrigo e proteção. Os servos estavam 
presos a terra, o que de certa maneira garantia-lhes certa segurança. 
Porém, viviam imersos a miséria e trabalhavam praticamente todos os dias, 
guardando geralmente os sábados ou domingos, por razões religiosas. Seu 
cotidiano era marcado pelo pagamento de diversas obrigações, ou seja, 
impostos cobrados pelos dois estamentos superiores. 
 
No quadro acima encontramos algumas das principais obrigações servis, além 
dos acima expostos, a Igreja fazia a cobrança do chamado “Tostão de Pedro”, 
que na verdade consistia na cobrança de 10% de tudo que era produzido 
(DÍZIMO) para ajudar na manutenção da paróquia. A igreja, conforme já 
explicitado, possuía enorme poder dentro desta sociedade. 
Do ponto de vista econômico o feudo era uma unidade territorial que buscava 
independência produzindo quase tudo que era necessário para a manutenção 
da estrutura social e econômica. Neste período a atividade comercial reduziu 
drasticamente por toda a Europa e as trocas comerciais realizadas entre os 
feudos era baseada no escambo, ou seja, a troca direta de mercadorias sem o 
uso de padrões monetários. 
No infográfico abaixo podemos visualizar a organização estrutural de um feudo, 
que geralmente era dividido em três partes – manso senhorial, manso servil e 
manso comunal, embora toda a terra possuísse apenas ao senhor feudal ou a 
Igreja, no caso de feudos de propriedade desta última. 
Manso Senhorial: Compunha metade das terras agriculturáveis do feudo e 
tudo que ali era produzido pelos servos era propriedade dos senhores feudais. 
O trabalho realizado nessa área ocorria de 3 a 4 dias por semana e consistia na 
corvéia. 
Manso Servil: Composto pelas áreas destinadas a produção de alimentos para 
os próprios servos. Cada servo recebia uma gleba (lote) onde produzia o 
próprio sustento. Todavia, parte desta produção era repassada aos senhores 
feudais para o pagamento das demais obrigações servis (talha, banalidades, 
dízimo) 
Manso Comunal: Áreas de uso comum, tanto por senhores quanto servos, para 
pastagens, lenha, madeiras e afins. Nos bosques e florestas os senhores feudais 
praticavam a caça, prática vetada aos servos. 
Cabe ressaltar que durante o período feudal e Idade Média não encontraremos 
o conceito de nação ou estado, as relações políticas eram baseadas nas relações 
de suserania e vassalagem. 
A figura do rei permanece em determinados locais, mas na prática os monarcas 
eram apenas suseranos com mais terras e poder, possuindo poder de fato 
apenas nos seu feudo e influência sobre os feudos vassalos. Ou seja, o poder 
político era centralizado dentro do feudo, mas descentralizado em relação ao 
continente Europeu Ocidental. 
Igreja medieval 
Depois de séculos sendo perseguidos em Roma, os cristãos foram, aos poucos, 
conquistando espaço e poder. Um importante ponto de virada foi no ano 380, quando o 
cristianismo foi considerado a religião oficial do Império Romano. Com

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