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Educador Infantil_ Formação e Identidade tema 4

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DESCRIÇÃO
Este tema refere-se ao educador infantil. Abordaremos a formação mínima exigida, a importância da
formação continuada e as competências necessárias para este profissional, assim como a
construção da identidade do professor infantil.
PROPÓSITO
Conhecer a história, a legislação e os requisitos da formação do educador infantil é importante para o
aperfeiçoamento de habilidades significativas, a atuação profissional e a construção de sua
própria identidade docente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a construção histórica da formação do educador infantil
MÓDULO 2
Identificar o cuidar e o educar como competências indissociáveis e fundamentais do docente infantil
MÓDULO 3
Descrever os diferentes saberes presentes na identidade do professor
A professora Maria Inmaculada Chao Cabanas fala sobre a importância da educação infantil e da
formação do educador.
MARIA INMACULADA CHAO CABANAS
Doutora em Educação e professora aposentada do município e Estado do Rio de Janeiro, atua na
educação infantil. É coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá
(UNESA).
MÓDULO 1
 Reconhecer a construção histórica da formação do educador infantil
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INTRODUÇÃO
Precisamos compreender brevemente o contexto histórico da educação infantil no Brasil. Nunes e Leite
Filho (2013) explicam que:
“NEM SEMPRE SE TEVE NO BRASIL UMA LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA SOBRE A INFÂNCIA E A EDUCAÇÃO DAS
CRIANÇAS PEQUENAS, O QUE PERMITE DIZER QUE, POR
MUITOS SÉCULOS, NÃO SE RECONHECEU O ACESSO ÀS
INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO DESTINADAS A PRÉ-
ESCOLARES COMO UM DIREITO, SEJA ELE DA MÃE OU DA
CRIANÇA PEQUENA, MAS SIM COMO UM FAVOR.”
(NUNES; LEITE FILHO, 2013, p. 68)
Não existia uma legislação que, de forma mais clara, pensasse sobre os direitos das crianças, assim
como também não havia parâmetros mais concretos para o funcionamento dessas instituições nem
critérios mínimos para a formação dos educadores infantis.
 ATENÇÃO
Neste período emblemático, as creches são descritas por muitos autores como um “mal necessário”. Elas
atendiam, em sua maioria, os filhos das mulheres da classe trabalhadora. Os jardins de infância (ou pré-
escolas), por sua vez, atuavam como uma preparação dos filhos das classes mais abastadas para a vida
escolar.
Tais instituições dividiam-se da seguinte forma:
 
Imagem: Wikimedia Commons/Domínio público, adaptada por Luís Salgueiro
 
Imagem: Wikimedia Commons/Domínio público, adaptada por Luís Salgueiro
Podemos observar que as instituições infantis ainda não eram responsabilidade do Estado, que
deveria apenas fiscalizá-las.
Desse modo, não havia uma formação mínima exigida para atuar com as crianças pequenas, como
podemos observar na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) tanto de 1961 quanto de 1971: nos dois períodos,
não há qualquer menção à formação do educador para atuar com as crianças pequenas.
 SAIBA MAIS
No Brasil, a educação infantil, desde o seu surgimento até o final do século XX, esteve vinculada a
funções assistencialistas para atender a uma demanda social por espaços nos quais as crianças pequenas
(de zero a sete anos) permaneciam até atingir a idade escolar.
Clique aqui para entender mais sobre o contexto assistencialista da educação infantil no Brasil.
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SAIBA MAIS
A educação no Brasil tem uma tradição assistencialista quando falamos dos mais pobres:
primeiramente, em relação aos órfãos, cujos abrigos davam rudimentos de educação; em seguida, com
uma assistência para mulheres que precisavam trabalhar e não tinham onde deixar seus filhos. Repare
que o foco não era a educação infantil, e sim a prestação de algum tipo de assistência.
O que aproxima a educação infantil do assistencialismo é a tradição de caridade cristã; por isso, ele
tende a ser reproduzido, mesmo quando se tentam inovações importantes.
A relação assistencialista também é percebida nas ações governamentais. Por exemplo, o cuidado com
as crianças e a sua educação somente surge na legislação do período do Estado Novo, quando um
fundo assistencial é criado para elas. Este sistema era chamado de caixas públicas, cujos recursos
assistenciais eram buscados a fim de conseguir tratamento de saúde para essa faixa etária ou para
colocá-la na escola.
A educação voltada às crianças pobres não era entendida como um processo de transformação (ou
reinstrumentalização social), e sim como políticas que pretendiam gerar, por meio do assistencialismo,
um início de mudança. Apesar da organização do Ministério da Educação e das Leis de Diretrizes e
Bases, este modelo assistencialista continuou a existir.
Para conhecer um pouco mais essa história da tradição assistencial no Brasil você pode ler alguns
artigos indicados no Explore +.
Existiam pedagogos no Brasil? Sim!
Os primeiros cursos de Pedagogia são do início do século XX. Contudo, os pedagogos estavam em
seus gabinetes; portanto, a educação era seu objeto de estudo em vez de sua área de atuação. Até
poderia haver pedagogos atuando em grandes escolas, mas nunca na relação direta com as crianças.
VISIBILIDADE E LEGITIMIDADE DA INFÂNCIA
Você deve estar se perguntando:
Quando a infância se tornou legítima e visível aos profissionais e às instituições que atendem
crianças pequenas?
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LEGÍTIMA
Torna-se legítima significa reconhecer direitos e especificidades, expressando, de forma mais viva,
a necessidade de proteção à criança.
VISÍVEL
Ser visível é debruçar-se sobre as características singulares da infância social psicológica e
pedagogicamente.
A seguir, apresentaremos os marcos legais que lhes trouxeram visibilidade e legitimidade.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A partir da Constituição Federal de 1988, o processo de legitimação da infância e, consequentemente,
do educador infantil começou a tomar forma. Um novo olhar é lançado sobre as crianças, percebendo-as
como sujeitos de direito.
Nunes e Leite Filho (2013) salientam que, a partir da Constituição de 1988, ocorre o reconhecimento da
educação infantil como um direito delas, enquanto a creche e a pré-escola passam a ser identificadas
como instituições infantis.
Leia o artigo 208, incisos I e IV
Vale destacar que ainda não havia qualquer obrigatoriedade legal quanto à formação mínima para
a atuação na educação infantil.
SUJEITOS DE DIREITOS
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Crianças ou jovens protegidos integralmente pela lei e capazes de exercer direitos em nome
próprio. Este termo só passou a ser efetivamente considerado no país a partir da vigência do
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no ano de 1990.
Fonte: Rede peteca – chega de trabalho infantil.
MARIA FERNANDA REZENDE NUNES
Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-
RIO), mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e doutorado
em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Tem experiência na área de
Educação, com ênfase em educação infantil, atuando principalmente nos seguintes temas: política
pública, formação, alfabetização e currículo.
 
Foto: Lattes
 Maria Fernanda Rezende Nunes.
ARISTEO GONÇALVES LEITE FILHO
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Santa Úrsula, mestrado em Educação pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutorado em Ciências Humanas -
Educação pela PUC-Rio.
 
Foto: Escavador
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 Aristeo Gonçalves Leite Filho.
ARTIGO 208, INCISOS I E IV
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
Fonte: Constituição Federal de 1988.
 
Foto: WikimediaCommons/Domínio público
 
Foto: Wikimedia Commons/Domínio público
LEI Nº 9.394/1996 (DIRETRIZES E BASES DA
EDUCAÇÃO)
Ainda em vigor, a LDB n° 9.394/1996 deu continuidade ao processo de legitimação dos direitos da
criança segundo o viés escolar. A formação dos educadores infantis finalmente é mencionada,
garantindo a figura da professora na educação infantil, e não apenas a das cuidadoras.
A formação mínima exigida para o professor de educação infantil passa a ser:
Licenciatura plena (nível superior);
Curso Normal (nível médio).
Leia o artigo 62
ART. 62
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de
licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida,
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como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras
séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.
Fonte: (BRASIL, 1996).
LEI Nº 12.014, DE 2009
A Lei nº 12.014/2009 alterou trechos do texto da LDB de 1996. Em seu artigo 61, ela reforça a
necessidade da inclusão no quadro da escola de um professor habilitado na educação infantil e
considera como profissionais da educação outros integrantes do corpo escolar, como técnicos,
supervisores, orientadores e auxiliares de creche, os quais, mesmo sem formação específica, têm
atuado ao longo do tempo em instituições infantis.
Isso determina, contudo, que eles possuam uma formação mínima para a função que exercem. Ao
apontar a necessidade do diploma, a Lei nº 12.014 acaba incentivando a formação desses profissionais.
Leia o artigo 61
ART. 61
Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício
e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são:
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos
ensinos fundamental e médio.
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em
administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com
títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas;
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área
pedagógica ou afim.
Fonte: (BRASIL, 2006).
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Foto: Shutterstock.com
QUEM FOI O RESPONSÁVEL PELO PROJETO DE LEI
QUE FUNDAMENTA A EDUCAÇÃO NACIONAL?
O então senador Darcy Ribeiro foi o autor do projeto. Seu trabalho transformador fez com que a LDB
seja também chamada de Lei Darcy Ribeiro.
Vamos ouvir o que a professora Flávia Miguel tem a dizer sobre as ações deste grande educador.
DARCY RIBEIRO
Foi um antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido por seu foco em relação à educação no
país.
 
Foto: Wikimedia Commons/Domínio público
 Darcy Ribeiro.
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Quando o jardim de infância e a creche se equiparam, temos então um novo olhar sobre a
educação: agora, educar e cuidar se fundem.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A EDUCAÇÃO INFANTIL, DESDE O SEU SURGIMENTO ATÉ O FINAL DO
SÉCULO XX, ESTEVE VINCULADA A AÇÕES PRIVADAS OU FILANTRÓPICAS. O
ESTADO AINDA NÃO POSSUÍA RESPONSABILIDADE DIRETA SOBRE AS
INSTITUIÇÕES INFANTIS. QUAIS AS IMPLICAÇÕES DISSO PARA OS
PROFISSIONAIS DELAS?
A) Seus profissionais ficavam desestimulados.
B) Educadores não criavam vínculos com as crianças e os demais educadores.
C) Não havia a obrigatoriedade de formação mínima para trabalhar com as crianças pequenas.
D) Existia uma grande rotatividade de profissionais nas instituições infantis.
2. A LDB Nº 9.394/96 DEFINE COMO FORMAÇÃO MÍNIMA PARA A ATUAÇÃO NA
EDUCAÇÃO INFANTIL:
A) Nível superior em pedagogia e especialização em educação infantil.
B) Nível superior em licenciatura plena ou curso normal a nível médio.
C) Mestrado em Educação.
D) Ensino fundamental ou médio com experiência na área.
GABARITO
1. A educação infantil, desde o seu surgimento até o final do século XX, esteve vinculada a ações
privadas ou filantrópicas. O Estado ainda não possuía responsabilidade direta sobre as
instituições infantis. Quais as implicações disso para os profissionais delas?
A alternativa "C " está correta.
 
Somente a partir da LDB (1996), é definida a formação mínima exigida para o educador infantil, como
você pôde ver na introdução deste módulo.
2. A LDB nº 9.394/96 define como formação mínima para a atuação na educação infantil:
A alternativa "B " está correta.
 
A LDB de 1996 determina que os profissionais da educação infantil devem ser professores com
formação superior em licenciatura plena, sendo admitida, porém, a adquirida no curso normal em nível
médio como formação mínima, como você pôde ver nos conceitos deste módulo.
MÓDULO 2
 Identificar o cuidar e o educar como competências indissociáveis e fundamentais do docente infantil
INTRODUÇÃO
EDUCAR E CUIDAR SÃO FUNDAMENTAIS NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Porém, antes de esmiuçarmos esse conceito, precisamos compreender quais valores eram
considerados importantes para quem trabalhava com crianças pequenas antes da promulgação da LDB
nº 9.394/96, lei responsável por definir a formação mínima do educador infantil.
Antes da exigência por essa formação mínima, critérios superficiais e subjetivos eram levados em conta
para o trabalho com crianças pequenas, como:
Ser mulher;
Ter instinto maternal;
Gostar de crianças;
Possuir um comportamento doce;
Demonstrar um lado afetivo;
“Levar jeito” na relação com as crianças;
Saber “tomar conta” delas.
 
Foto: Wikimedia Commons/Domínio público
Em outras palavras, buscavam-se profissionais que substituíssem parcialmente a figura materna.
Muitos dos valores citados acima ainda são, mesmo que de forma indireta, considerados importantes
para alguns empregadores.
Você sabe por quê?
Porque ainda vivemos o processo de desconstrução de um conceito histórico de infância e de educador
infantil ainda muito voltado para o assistencialismo e a visão da escola (em especial, as creches) como
uma extensão da casa e da família.
O vídeo a seguir mostra a quebra desse paradigma. O professor Ralphen Rocca, do Colégio de
Aplicação da PUC, conta sua experiência como educador na educação infantil.
RALPHEN ROCCA
Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (PPGEDU/UNIRIO). Possui graduação em licenciatura em música pela
mesma instituição. Professor de educação infantil e anos iniciais do Teresiano - Colégio de
Aplicação da Pontifícia Universidade Católica – Rio de Janeiro (PUC-RJ). Organizador do projeto
de musicalização infantil Tralala canções de Brincar.
CUIDAR E EDUCAR
Conforme sinalizamos no módulo anterior, cuidar e educar eram vistos como pontos separados. No
contexto histórico apresentado, podemos observar que:
CUIDAR
Função associada às crianças bem menores, estava estritamente vinculada às creches.
CRECHES
Instituições filantrópicas que atendiam os filhos das trabalhadoras da classe baixa.
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
EDUCAR
Era normalmente relacionado às práticas dos jardins de infância.
JARDINS DE INFÂNCIA
Cuidavam das crianças da classe média, a partir dos quatro anos de idade, como preparo para a
vida escolar.
Com a interferência do Estado nos espaços infantis, definindo creches e pré-escolas (ou jardins de
infância) como espaços de educação infantil, além da formação dos educadores estabelecida pela LDB
nº 9.394/96, temos a junção do Cuidar, antes atribuído às creches, com o educar, voltado para as
pré-escolas.
Você sabe a consequência disso?
Ambos passam a ser competências igualmente fundamentais para o trabalho do educador infantil.
Com a valorização da figura do professor na educação infantil e as definições mais claras de sua
formação, podemos dizer que o educar e o cuidar constituem as premissas do seu trabalho.
Vamos analisar as mudanças da LDB:
 
Imagem: WikimediaCommons/Domínio público, adaptada por Luís Salgueiro
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Imagem: Shutterstock.com, adaptada por Luís Salgueiro
Cuidar e educar, portanto, são atos indissociáveis no trabalho do educador infantil. É a partir dessa
compreensão que muitos aspectos importantes do desenvolvimento infantil são valorizados.
Foto: Shutterstock.com
Dessa maneira, a indissociabilidade entre tais atos corrobora uma visão ampla da criança, respeitando
diferentes saberes e contextos sociais e familiares, além das formas de pensar, sentir e viver.
No vídeo a seguir, a professora Simone Berle comenta sobre essa relação, aproximando as noções de
cuidado e ato educativo.
SIMONE BERLE
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Possui graduação em Pedagogia com ênfase em Educação Infantil (2010) pela UNISC e Mestrado
em Educação (2011) pela mesma universidade; doutorado em Educação (2018) pela
ProPEd/UERJ. É integrante do Núcleo de Estudos de Filosofias e Infâncias - NEFI. Tem
experiência na área do ensino superior, educação a distancia e formação de professores, atuando
principalmente nos seguintes temas: infância, filosofia da educação, educação da infância, escola,
experiência educativa, formação de professores, filosofia com crianças.
Vamos refletir mais um pouco sobre a impossibilidade da separação de ambos, especificando, para
isso, suas definições e contribuições para a qualidade do trabalho com crianças pequenas.
 
Foto: Shutterstock.com
Definindo as crianças enquanto sujeitos de direitos, Lima e Vendas (2017) falam sobre um cuidar que
não se atenha apenas aos cuidados físicos, indicando a escuta como uma de suas formas de atuação.
“TEMOS ENTÃO UM CUIDADO QUE NÃO É SÓ FÍSICO – SEM
DEIXAR DE TAMBÉM SER – MAS QUE É UM CUIDADO COM
O SER HUMANO, COM O INDIVÍDUO QUE ESTÁ CONOSCO E
NECESSITA DE NÓS TANTO QUANTO NÓS DELE. ESTE SER
HUMANO, DETENTOR DE DIREITOS, PODE SER CRIANÇA.
SOMOS NÓS, ADULTOS EDUCADORES, SUJEITOS EM
INTERAÇÃO COM AS CRIANÇAS, QUE SÃO TAMBÉM
SUJEITOS. QUANDO ESCUTAMOS NOSSAS CRIANÇAS,
RESPEITAMOS E VALORIZAMOS O QUE ELAS JÁ SABEM,
ISSO É CUIDADO.”
(LIMA & VENDAS, 2017, p.58).
Ao analisarmos o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), de 1998,
podemos destacar dois pontos importantes:
REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A
EDUCAÇÃO INFANTIL (RCNEI)
Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional destacam a necessidade de as
instituições de educação infantil incorporarem, de maneira integrada, as duas funções, não mais
diferenciando nem hierarquizando os profissionais e as instituições que atuam com crianças
pequenas e/ou maiores.
Fonte: (BRASIL, 1998)
INTEGRAÇÃO ENTRE EDUCAR E CUIDAR
Reverbera a importância da integração entre as duas funções, favorecendo a formação integral da
criança.
IGUALDADE ENTRE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO
INFANTIL E DEMAIS DOCENTES
Como historicamente o profissional da educação infantil sempre foi muito desvalorizado e sua conquista
por espaço e formação ainda é recente, a quebra dessa hierarquia significa um ponto favorável para ele.
No entanto, a busca pela igualdade de direitos entre os docentes de diferentes segmentos ainda é um
processo em andamento.
 
Foto: Shutterstock.com
PREMISSAS DO TRABALHO DO EDUCADOR
INFANTIL
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Educadores infantis precisam construir trajetos formadores que possibilitem aos educandos o
desenvolvimento de suas capacidades, zelando, ao mesmo tempo, por sua segurança e pelos
sentimentos envolvidos.
Todas as crianças devem ser estimuladas para o desenvolvimento dos seguintes atributos:
Motor
Aquisição de movimentos amplos e finos
Sensorial
Constituição de capacidades sensoriais.
SENSORIAIS
Visão, audição, olfato, paladar e tato.
Socioemocional
Atitudes e habilidades necessárias ao meio sociocultural
Linguístico
Capacidade de compreender e se comunicar por meio de linguagem verbal e não verbal.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
Gestos, vocalizações e palavras.
Estabeleceremos, a seguir, algumas premissas do trabalho do educador infantil. Perceba como sua
atuação está relacionada a cuidar e educar:
RESPEITAR O TEMPO DE CADA CRIANÇA APRENDER E SE
DESENVOLVER
Cuidar: Atender cada criança como um indivíduo com peculiaridades e características próprias que
recebe a proteção e o estímulo do professor. 
 
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Educar: Desenvolver competências motoras e cognitivas, percebendo e buscando estratégias para
estimular cada aluno de forma correta.
RESOLVER CONFLITOS ENTRE AS CRIANÇAS, ALÉM DE
MOSTRAR FORMAS AMISTOSAS DE LIDAR COM AS
SITUAÇÕES
Cuidar: Evitar que os alunos se machuquem ou se isolem por conta de alguma mágoa, tentando
promover uma mediação para vida em sociedade. 
 
Educar: Estimular competências socioemocionais que estejam em consonância com uma educação
voltada para paz, além de transformar o espaço em um clima acolhedor.
OBSERVAR AS MANIFESTAÇÕES INFANTIS COMO
BRINCADEIRAS E FALAS, BUSCANDO ENTENDER O QUE
ELAS PODEM ESTAR EXPRESSANDO
Cuidar: Ouvir as crianças e lhes dar atenção, permitindo que lidem com a ideia de ruptura (achando-se
o centro do mundo, elas enfim descobrem que ele é grande e que sua vontade não é soberana, algo
definitivamente difícil). Isso pode ser realizado ao se transitar, treinar, falar e respeitar esses sujeitos no
seu desenvolvimento. 
 
Educar: Ampliar os aspectos linguísticos, valorizando e estimulando a fala delas para dar sentido e
significado à sua voz.
AJUDÁ-LA A DESENVOLVER UMA AUTONOMIA PARA
ORGANIZAR E CUIDAR DE SEUS PERTENCES, ASSIM
COMO DO MATERIAL COLETIVO
Cuidar: Supervisionar sem intervir diretamente, evitando que a criança se sinta incapaz ou que entenda
ser responsabilidade do outro fazer algo para ela. 
 
Educar: Fomentar a autonomia das crianças, permitindo que percebam suas capacidades e busquem
soluções para problemas com os quais se deparem.
RESPEITAR AS SINGULARIDADES DO CONTEXTO SOCIAL
E FAMILIAR DE CADA CRIANÇA
Cuidar: Fazer a criança se sentir acolhida por ser como é, pertencendo à tradição que ela tiver sem
medo de não ser aceita por isso. 
 
Educar: Fortalecer competências socioemocionais é função do professor; uma vez estimuladas, isso
permite aos alunos respeitar as diferenças.
PROPOR SITUAÇÕES DE CONTATO COM O AMBIENTE E OS
DIFERENTES ELEMENTOS DA NATUREZA
Cuidar: Fortalecer sentimentos e medos que precisam ser mediados para o desenvolvimento dela.
Afinal, o medo é um elemento que acompanha o novo. Por não o abstrair, a criança percebe uma
verdade que a aflige. 
 
Educar: Aprimorar competências sensoriais, despertando para a realidade de que existe um mundo no
seu entorno e uma natureza à qual a criança se integra.
Reflexão
Apesar de a educação infantil ser uma fase essencial para o desenvolvimento e de os educadores
precisarem de uma formação adequada, o Brasil ainda apresenta professores que estudaram só até o
ensino fundamental ou médio.
Leia este matéria de O Globo: 35% dos professores de educação infantil não têm diploma; entenda
a importância da formação em pedagogia. Em seguida, reflita sobre a importância da graduação para
a qualidade do ensino infantil.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A LEI Nº 9.394/96 (LDB) DEFINIU A FORMAÇÃO MÍNIMA DOS EDUCADORES
INFANTIS, BUSCANDO SUPERAR A VISÃO DESTES PROFISSIONAIS COMO OS
QUE “DEVERIAM SUBSTITUIR PARCIALMENTE A FIGURA MATERNA”. NO
ENTANTO, HOJE EM DIA, SABEMOS QUE MUITOS VALORES PRESENTES NA
CONCEPÇÃO DELE AINDA SÃO, MESMO QUE DE FORMA INDIRETA,
CONSIDERADOS IMPORTANTES POR ALGUNS EMPREGADORES. PODEMOS
AFIRMAR QUE ISSO ACONTECE PORQUE: 
 
I - NÃO SUPERAMOS PLENAMENTE O PROCESSO DE DESCONSTRUÇÃO DE
UMA CONCEPÇÃO HISTÓRICA DE INFÂNCIA. 
II - A CONCEPÇÃO DE EDUCADOR INFANTIL QUE POSSUÍMOS É MUITO
LEGALISTA. 
III - A VISÃO QUE TEMOS DAS ESCOLAS – E, EM ESPECIAL, DAS CRECHES –
NOS LEVA A RECONHECÊ-LAS COMO UMA EXTENSÃO DA CASA E DA FAMÍLIA.
 
DAS AFIRMATIVAS ACIMA:
A) Apenas a II é verdadeira.
B) I e III são verdadeiras.
C) Apenas a III é verdadeira.
D) I e II são verdadeiras.2. EDUCAR E CUIDAR SÃO ASPECTOS INDISSOCIÁVEIS NA EDUCAÇÃO
INFANTIL. COM ESSA COMPREENSÃO, O EDUCADOR:
A) Trabalha melhor os conteúdos do currículo.
B) Mantém-se atualizado e em constante formação.
C) Contribui para a formação integral da criança.
D) Supre as necessidades da família.
GABARITO
1. A Lei nº 9.394/96 (LDB) definiu a formação mínima dos educadores infantis, buscando superar
a visão destes profissionais como os que “deveriam substituir parcialmente a figura materna”.
No entanto, hoje em dia, sabemos que muitos valores presentes na concepção dele ainda são,
mesmo que de forma indireta, considerados importantes por alguns empregadores. Podemos
afirmar que isso acontece porque: 
 
I - Não superamos plenamente o processo de desconstrução de uma concepção histórica de
infância. 
II - A concepção de educador infantil que possuímos é muito legalista. 
III - A visão que temos das escolas – e, em especial, das creches – nos leva a reconhecê-las
como uma extensão da casa e da família. 
 
Das afirmativas acima:
A alternativa "B " está correta.
 
A concepção de educador infantil que possuímos ainda é muito voltada para o assistencialismo; por
isso, permanece a mentalidade anterior à da promulgação da LDB. Se nossa visão fosse legalista,
estaria presa à formação mínima para este profissional.
2. Educar e cuidar são aspectos indissociáveis na educação infantil. Com essa compreensão, o
educador:
A alternativa "C " está correta.
 
Educar e cuidar são indissociáveis no trabalho do educador infantil. É a partir dessa compreensão que
muitos aspectos importantes do desenvolvimento infantil são valorizados, buscando sua formação
integral enquanto indivíduo detentor de direitos.
MÓDULO 3
 Descrever os diferentes saberes presentes na identidade do professor
IDENTIDADE DO EDUCADOR
Apresentaremos algumas situações hipotéticas cujos fatores constituem a identidade do educador.
Após a leitura, reflita sobre elas, buscando em sua memória escolar (seja como aluno, responsável,
professor ou algum outro papel já desempenhado) vivências que se assemelhem às descritas a seguir:
RELAÇÕES E TROCAS ESTABELECIDAS COM SEUS
COLEGAS DE PROFISSÃO
Uma professora possui um aluno em sua turma com uma dificuldade de aprendizado específica; por
causa disso, sente-se esgotada, pois não sabe como proceder. 
 
Após uma conversa com seus colegas docentes, eles resolveram elaborar novas estratégias para lidar
com a situação, fazendo com que esta profissional se mantivesse mais motivada.
CONTEXTO SOCIOCULTURAL
Uma professora de origem muito simples começou a trabalhar em uma escola da periferia. Ela se
sensibiliza bastante com a realidade de seus alunos, pois se identifica com as histórias de vida deles;
assim, busca realizar ações afirmativas em sala.
CURSOS E APERFEIÇOAMENTOS
Uma professora possui especialização em educação especial. Ao receber um aluno incluído, ela se
sente mais segura que sua colega da sala ao lado, a qual, também tendo recebido um estudante
incluído, não possui esse aperfeiçoamento.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL
Ao longo dos anos de magistério, uma professora só teve oportunidades profissionais para trabalhar no
Ensino Fundamental. Em dado ponto da carreira, foi-lhe oferecido o desafio de atuar na educação
infantil. Sua trajetória profissional não a preparou amplamente para lidar com esta faixa etária, mas, com
a ajuda de colegas e a busca por capacitações, ela pôde desenvolver um bom trabalho.
RELAÇÕES ESTABELECIDAS COM OS ALUNOS
Uma professora prefere manter uma relação mais distante em relação às crianças de sua turma. Certa
vez, a mãe de uma delas contou- lhe sobre as dificuldades que seu filho estava enfrentando em casa. 
 
A profissional finalmente entendeu por que o menino passou a ficar mais sozinho e vinha demonstrando
tão pouco interesse nas atividades, comportamento este que ela repreendia diariamente. Desse modo,
ela pôde compreender a importância de manter vínculos de afeto e confiança com as crianças.
MEMÓRIAS E EXPERIÊNCIAS DE VIDA E DA SUA PRÓPRIA
INFÂNCIA
Quando era criança, uma professora brincava bastante na rua com seus vizinhos, explorando
brincadeiras de pique e outras inventadas. Subir em árvores e andar de bicicleta, além de outras
brincadeiras ao ar livre ou feitas coletivamente, pode ser um traço marcante de suas práticas
pedagógicas.
Ao refletir sobre essas situações, você conseguiu encontrar vivências próximas às suas ou
conhece relatos que se enquadrem nesses cenários?
Tais reflexões são importantes para compreendermos a complexidade da formação docente.
SABER DOCENTE
A partir das reflexões que você fez sobre as situações hipotéticas, é possível correlacionar os diferentes
saberes docentes que constituem a identidade do professor. Mas, primeiramente, precisamos conceituar
a expressão saber docente.
Para Maurice Tardif, a identidade docente vai se construindo, além da formação básica do professor, a
partir de diversos fatores, como as situações hipotéticas às quais você foi apresentado.
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MAURICE TARDIF
Importante filósofo e sociólogo canadense, ele tem suas pesquisas voltadas para a área da
formação de professores e da profissão docente, sendo uma referência no assunto.
“O SABER DOS PROFESSORES É O SABER DELES E ESTÁ
RELACIONADO COM A PESSOA E A IDENTIDADE DELES,
COM A SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA E COM A SUA HISTÓRIA
PROFISSIONAL, COM AS SUAS RELAÇÕES COM OS
ALUNOS EM SALA DE AULA E COM OS OUTROS ATORES
ESCOLARES NA ESCOLA ETC. POR ISSO, É NECESSÁRIO
ESTUDÁ-LO, RELACIONANDO-O COM ESSES ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS DO TRABALHO DOCENTE.”
(TARDIF, 2008, p. 11)
Em Saberes docentes e formação profissional, Tardif (2008) classifica tais saberes da seguinte
forma:
SABERES DOCENTES E FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
Esta obra de Maurice Tardif discorre sobre os saberes docentes e a sua relação com a formação
profissional dos professores.
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Saberes da formação profissional 
 
Conhecimentos científicos adquiridos durante o processo de formação inicial ou continuada. Engloba
também os conhecimentos pedagógicos, relacionados aos métodos de ensino.
Saberes disciplinares 
 
Saberes específicos de um campo do conhecimento.
Saberes curriculares
 
Objetivos, conteúdos e métodos próprios dos programas escolares, específicos de cada instituição
educacional, que o professor deve apropriar-se deles.
Saberes experienciais 
 
Conhecimentos adquiridos a partir do exercício do magistério, da própria trajetória profissional.
Em suma, Tardif (2008) define o saber docente como um grupo de fatores que interfere na
formação e nas práticas dos professores.
Com tudo que vimos até agora, podemos chegar a uma conclusão:
O professor é um profissional em constante formação.
Na educação infantil, isso é ainda mais evidente, principalmente devido às recentes reconfigurações do
campo de ensino.
 ATENÇÃO
A formação mínima para o profissional que atua na educação infantil foi definida nas últimas décadas. Outros
avanços neste campo, como a promulgação de direitos mais claros da infância, também se configuram a
partir do final do século XX.
O que Paulo Freire, patrono da Educação brasileira, falava sobre o saber docente?
PAULO FREIRE
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Importante educador e filósofo brasileiro, Freire destacou-se por seu trabalho na área da educação
popular e suas inovações nos métodos de alfabetização.
Foi declarado patrono da educação brasileira por conta de suas grandes contribuições no campo
da educação.
“Não existe ensinar sem aprender”.
(PAULO FREIRE, 2012, p.57)
Segundo Paulo Freire (2012), o professor aprende:
NO DIA A DIA
Com a autoavaliação das práticas, cotidianamente com seus alunos, revendo suas propostas, com seu
planejamento, refletindo sobre suas escolhas e ações.
TROCANDO INFORMAÇÕES COM SEUS PARES
A troca de informações também é um diferencial, pois permite ampliar propostas, trazer novas ideias e
manter um trabalho mais integrado e dinâmico.
FORMAÇÃO CONTINUADA
É fundamental,pois o educador infantil precisa se manter sempre atualizado, buscar formações e
cursos, refletir sobre as mudanças no campo pedagógico, as novas tendências e tudo mais que puder
ampliar seus conhecimentos e favorecer a qualidade do seu trabalho com as crianças.
Sobre esse tema, Paulo Freire, em Professora, sim; tia, não (2012), salienta a necessidade de os
educadores buscarem conhecer a realidade de seus alunos.
PROFESSORA, SIM; TIA, NÃO
Este livro oferece reflexões para o crescimento e valorização profissional dos educadores infantis.
“CREIO QUE A QUESTÃO FUNDAMENTAL DIANTE DE QUE
DEVEMOS ESTAR, EDUCADORAS E EDUCADORES,
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BASTANTE LÚCIDOS E CADA VEZ MAIS COMPETENTES É
QUE NOSSAS RELAÇÕES COM OS EDUCANDOS SÃO UM
DOS CAMINHOS DE QUE DISPOMOS PARA EXERCER
NOSSA INTERVENÇÃO NA REALIDADE A CURTO E A
LONGO PRAZO. [...] PROCURAR CONHECER A REALIDADE
EM QUE VIVEM NOSSOS ALUNOS É UM DEVER ENTRE
OUTROS QUE A PRÁTICA EDUCATIVA NOS IMPÕE. SEM
CONHECER A REALIDADE DE NOSSOS ALUNOS, NÃO
TEMOS ACESSO À MANEIRA COMO PENSAM,
DIFICILMENTE PODEMOS SABER O QUE SABEM E COMO
SABEM.”
(FREIRE, 2012, p. 152)
Você sabia que a questão levantada por Freire ainda é muito atual?
Na sociedade moderna, tão voraz e em constante transição, o contexto no qual as crianças vivem,
socializam, interagem e se manifestam fala muito sobre a forma e o conteúdo aprendidos. Desse
modo, os interesses delas, suas famílias, suas relações e o seu ambiente constituem pontos relevantes.
 ATENÇÃO
O educador infantil deve estar atento a essas questões. Estabelecer uma relação de respeito, confiança e
afeto em relação à identidade da criança é um diferencial para o professor poder atuar na formação integral
dela.
COMO COMPREENDER A INFÂNCIA
ATUALMENTE?
Em uma roda de conversa, as professoras Camila Machado e Simone Berle abordam as perspectivas
sobre o tema nos dias de hoje.
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SIMONE BERLE
Possui graduação em Pedagogia com ênfase em Educação Infantil (2010) pela UNISC e Mestrado
em Educação (2011) pela mesma universidade; doutorado em Educação (2018) pela
ProPEd/UERJ. É integrante do Núcleo de Estudos de Filosofias e Infâncias - NEFI. Tem
experiência na área do ensino superior, educação a distancia e formação de professores, atuando
principalmente nos seguintes temas: infância, filosofia da educação, educação da infância, escola,
experiência educativa, formação de professores, filosofia com crianças.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. LEIA ESTE TRECHO DE TARDIF (2008): “O SABER DOS PROFESSORES É O
SABER DELES E ESTÁ RELACIONADO COM A PESSOA E A IDENTIDADE
DELES, COM A SUA EXPERIÊNCIA DE VIDA E COM A SUA HISTÓRIA
PROFISSIONAL, COM AS SUAS RELAÇÕES COM OS ALUNOS EM SALA DE
AULA E COM OS OUTROS ATORES ESCOLARES NA ESCOLA ETC. POR ISSO, É
NECESSÁRIO ESTUDÁ-LO, RELACIONANDO-O COM ESSES ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS DO TRABALHO DOCENTE”. (TARDIF, 2008, P. 11) 
 
A PARTIR DESSE TRECHO, PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) O saber docente corresponde somente à sabedoria de vida do professor, a tudo aquilo que ele
aprendeu no mundo.
B) O professor não deve permitir que influências diversas interfiram na sua forma de ensinar.
C) O saber docente corresponde somente aos conteúdos e ais conhecimentos do currículo que o
professor possui.
D) Os saberes docentes são adquiridos a partir das diferentes vivências de cada professor, sejam elas
profissionais ou relativas à sua formação, à sua prática e também à sua vida.
2. RELEIA E REFLITA SOBRE A CITAÇÃO ABAIXO: 
 
NÃO EXISTE ENSINAR SEM APRENDER. 
(PAULO FREIRE, 2012, P.57) 
 
ESSA FRASE NOS DÁ A IDEIA DE QUE:
A) O professor precisa certificar-se de que as crianças aprendam tudo o que ele ensina.
B) O aprendizado das crianças ocorre independentemente das ações dos educadores.
C) A formação do professor também se faz cotidianamente no exercício da sua prática docente.
D) O professor deve ensinar aos seus alunos tudo aquilo que ele próprio aprende.
GABARITO
1. Leia este trecho de Tardif (2008): “O saber dos professores é o saber deles e está relacionado
com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de vida e com a sua história
profissional, com as suas relações com os alunos em sala de aula e com os outros atores
escolares na escola etc. Por isso, é necessário estudá-lo, relacionando-o com esses elementos
constitutivos do trabalho docente”. (TARDIF, 2008, p. 11) 
 
A partir desse trecho, podemos afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
Os saberes docentes se constituem pelas experiências cotidianas e profissionais do educador,
transformando sua prática e constituindo sua identidade docente. Este ponto foi amplamente explorado
nos conceitos desse módulo.
2. Releia e reflita sobre a citação abaixo: 
 
Não existe ensinar sem aprender. 
(PAULO FREIRE, 2012, p.57) 
 
Essa frase nos dá a ideia de que:
A alternativa "C " está correta.
 
Para Paulo Freire, a prática docente também é um constante aprendizado para o professor, que se
forma e se transforma no exercício do magistério. Você pôde refletir sobre isso nas tendências deste
módulo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreender que a formação do educador infantil é uma construção histórica traz clareza não somente
ao próprio educador, como também àqueles que se dedicam a estudar a infância e suas relações. Afinal,
se não havia, por um longo tempo (e boa parte do século XX), uma exigência mínima e legal para que
as funções de tal profissional fossem devidamente assumidas, atualmente elas já estão definidas pela
LDB.
Deixando para trás uma visão meramente emotiva que caracterizava este profissional, ele, hoje em dia,
soma à formação acadêmica (licenciatura ou curso técnico normal) a própria vivência: aplicadas em sua
prática docente, ambas fornecem ao educador infantil as condições adequadas para contribuir na
formação integral das crianças.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Disponível em: https://www2.camara.leg.br. Acesso
em: 14 de outubro de 2019.
BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Disponível em: https://www2.camara.leg.br. Acesso
em: 14 de outubro de 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br. Acesso em: 14 de outubro de 2019.
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br. Acesso em:
14 de outubro de 2019.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br. Acesso
em: 14 de outubro de 2019.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. vol. 1.
BRASIL. Lei nº 12.014 de 2009. Disponível em: https://www2.camara.leg.br. Acesso em: 14 de outubro
de 2019.
FREIRE, Paulo. Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar. 23. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2012.
LIMA, C. M. de; VENDAS, F. A. Cuidar e educar na Educação Infantil: história, políticas, práticas e
formação docente. In: MENDONÇA, A; GUEDES, L; BASTOS, P. (Org). Jovens pesquisadoras:
professoras refletindo sobre políticas e práticas educacionais. 1. ed. – Rio de Janeiro: Autografia, 2017.
MICHAELIS ON-LINE. Verbete educar.
NUNES, M. F. R.; LEITE FILHO, A. G. Direitos da criança à Educação Infantil: reflexões sobre a história
e a política. In: NUNES; KRAMER; CARVALHO. (Org.). Educação Infantil: formação e
responsabilidade. 1. ed. São Paulo: Papirus, 2013, v. 1, p. 67-88.
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 9. ed. – Petrópolis: Vozes, 2008.
EXPLORE+
Para conhecer um pouco mais sobre a tradição assistencial no Brasil, leia estes artigos:
• Instituições pré-escolares assistencialistas no Brasil (1899-1922); 
• As exposições internacionais e a difusão das creches e jardins de infância (1867-1922); 
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• Educar crianças pequenas: em busca de um novo perfil de professor (Maria Malta Campos); 
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Visite o site:
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CONTEUDISTA
Fernanda Alves Vendas
 CURRÍCULO LATTES
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