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Conceitos de normalidade - Paulo Dalgalarrondo

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PSICOPATOLOGIA 
CAP 4. A questão da normalidade e da medicalização
	CONCEITOS DE NORMALIDADE
	Normalidade como ausência de doença: Os indivíduos seriam considerados normais se não forem portadores de transtorno mental definido. É reducionista pois fica em definir a normalidade não pelo que ela é, mas pelo que lhe falta.
	Normalidade ideal: Há uma norma tida como mais “saudável” e “evoluída” de ser. E essa norma é constituída socialmente e referendada, dependendo de critérios socioculturais, ideológicos, dogmáticos e doutrinários. 
	Exemplos seriam adaptações dos indivíduos às normas morais e políticas de determinada sociedade.
	Normalidade estatística: O normal é o que se observa com mais frequência; quantitativo. É falho porque nem tudo o que é frequente é “saudável” e nem tudo que é raro é patológico. 
	Normalidade como bem-estar: Por definição da OMS, a saúde não seria mais somente ausência de doença, mas sim “completo bem-estar físico, mental e social”. É criticável por ser muito amplo e impreciso, não dá pra ser definido objetivamente. O bem-estar em todos os âmbitos é utópico e poucas pessoas se encaixariam nessa categoria de normalidade.
	Normalidade funcional: O fenômeno é patológico se for disfuncional e produzir sofrimentos ao indivíduo ou o seu grupo social.
	Normalidade como processo: Considera os aspectos dinâmicos do desenvolvimento psicossocial, crises, mudanças ao longo do tempo e próprias a certos períodos etários. É útil na psicopatologia do desenvolvimento e psicologia clínica de crianças, adolescentes e idosos.
	Normalidade subjetiva: Ênfase à percepção subjetiva do próprio indivíduo em relação ao seu estado de saúde e suas vivências O ponto falho é que muitas pessoas podem dizer se sentir bem, mas estar em um transtorno mental grave, como por exemplo a fase de mania.
	Normalidade como liberdade: Uma visão mais fenomenológica, em que se propõe conceituar a doença mental como perda da liberdade existencial. 
	*As enfermidades físicas são ameaças à vida, as enfermidades mentais são ataques à liberdade.” 
	O transtorno mental nessa concepção de normalidade é o fechamento das possibilidades existenciais. A saúde mental, então, seria o senso de realidade, de humor e sentido poético perante a vida; atributos que permitiriam ao indivíduo “relativizar” os sofrimentos e limitações inerentes à condição humana e desfrutar do resquício de liberdade e prazer que a existência oferece.
	Normalidade operacional: Pela ausência de conceitos, é um critério arbitrário com finalidades pragmáticas; define-se o que é normal e o que é patológico e busca-se trabalhar operacionalmente com esses conceitos assumindo as consequências de suas definições. Até certo ponto a separação entre normal e patológico no DSM e CID segue critérios de normalidade operacional na definição dos transtornos mentais.
Referências bibliográficas: 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.

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