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Normalidade e medicalização Olá, tudo bem? Nesse resumo vou tentar escrever o conteúdo de forma mais simples possível. Lembrando que é um resumo do capitulo 4 do livro de psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais de Paulo Dalgalarrondo, terceira edição. Espero que goste :D A questão da normalidade em psicopatologia: Classificar um indivíduo como normal/anormal ou patológico/saudável traz muitas repercussões em sua vida e, por isso, deve-se ter cuidado ao classifica-lo dessa forma. Quando há casos extremos, ou seja, quanto apresenta alterações mentais e comportamentais de grande intensidade, sofrimento mental intenso e disfunções graves, fica mais simples de estabelecer fronteiras entre normal e anormal. Entretanto, casos não tão intensos, são de difícil delimitação. ”O conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria definição do que é saúde e doença/transtorno mental.” Não se fala mais “doença mental” e sim “transtorno mental”, pois doença quase sempre implica em alterações no corpo (fisiológica, histológica e anatômica) e como muitas condições psicopatológicas não geram essas alterações, usa-se então o termo “transtorno”. Essa discussão sobre normalidade invade diversas áreas, como: - Psiquiatria e psicologia legal ou forense (por exemplo, na determinação de se o individuo é responsável ou não por seus atos) - Epidemiologia dos transtornos mentais (ajuda na discussão e aprofundamento desse conceito) - Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria (Exige estudo sobre as características socioculturais onde o individuo está incluído para tentar identificar significado das ações e discernir do patológico). - Planejamento em saúde mental e políticas de saúde. - Orientação e capacitação profissional - Prática clínica (Importante para discernir, no processo de avaliação e intervenção se as ações derivam de um momento existencial do individuo ou se é algo patológico). Critérios de Normalidade: Existem vários critérios de normalidade e a adoção de um ou outro ou de vários dependem do profissional ou da instituição procurada. Os principais critérios usados na psicopatologia são: - Normalidade como ausência de doença: Nesse critério a pessoa normal seria aquele individuo que não é portador de doença e nem de transtorno mental definido, sendo esse critério falho, pois não define a normalidade pelo que é, mas pelo que não é. - Normalidade ideal: É dependente de critérios socioculturais e ideológicos, ou seja, caracteriza como normal o indivíduo que segue as normas morais e políticas de sua determinada sociedade. - Normalidade estatística: Se aplica a fenômenos quantitativos, ou seja, prega que se há grande predomínio (frequência) de certo caso, seria normal. Entretanto, vemos como esse critério é falho, pois nem tudo que é frequente é saudável. - Normalidade como bem-estar: Nesse critério poucas pessoas se enquadrariam na normalidade, pois saúde pela OMS seria um completo bem-estar físico, mental e social. - Normalidade funcional: Caracteriza normalidade como tudo aquilo que não é disfuncional e não traz sofrimento para o individuo e para a sociedade. - Normalidade como processo: Nesse critério é considerado os aspectos do desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e das reestruturações ao longo do tempo. - Normalidade subjetiva: Nesse critério é dada maior ênfase no que o próprio indivíduo percebe sobre seu estado de saúde e suas vivências subjetivas. Também apresenta ponto falho, pois pessoas que aparentemente são saudáveis e felizes podem estar em fase maníaca. - Normalidade como liberdade: Nesse critério se considera que a doença mental é como a perda da liberdade existencial, sendo então o “constrangimento do ser, é fechamento, fossilização das possibilidades existenciais”. - Normalidade operacional: Nesse critério define-se o que é normal e patológico e busca trabalhar operacionalmente com esses conceitos, por exemplo, utilizados em DSM e CID. Medicalização, psiquiatrização e psicologização: Medicalização: “processo no qual problemas não médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médico, frequentemente em termos de doenças ou transtornos”(Conrad, 2007). Psiquiatrização: Quando transformam em problemas psiquiátricos os que não são psiquiátricos. Psicologização: Quando transformam em problemas psicológicos os que não são psicológicos. A grande discussão sobre esse processo gira em torno de que indivíduos com maior facilidade na busca de tratamentos, acabam sendo tratados para certos transtornos mentais podendo não ter nenhum transtorno, enquanto pessoas que realmente apresentam transtornos mentais podem não conseguir tratamento. Não se esqueça de avaliar s2 Para ler depois, basta salvar em alguma lista :D Isso me ajuda saber se meus resumos estão sendo bons e se devo melhorar em algo! Obrigada por ter lido s2
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