Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
22 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. Esse Ebook é um trecho retirado de uma das sinopses do Plenus. O Acompanhamento Plenus é seu acompanhamento TOTAL para concursos públicos, sendo voltado para cada uma das principais áreas das carreiras jurídicas: - Defensoria Pública Estadual; - Ministério Público Estadual; - Magistratura Estadual; - Procuradorias Municipais, Estaduais e Federais; - Delegado de Polícia. A preparação englobará tudo aquilo que é essencial para suas aprovação, com a junção de seis pi- lares: 1) Acompanhamento Personalizado para Concursos com Professor Tutor e elaboração de Planeja- mento Mensal de Estudos. 2) Fornecimento de Materiais Doutrinários de Estudos. 3) Fornecimento de Questões Objetivas e Subjetivas super detalhadas. 4) Análise permanente e contínua da mais atualizada jurisprudência. 5) Estudo da Legislação. 6) Videoaulas sobre temas especiais. Nota-se assim que o Plenus vem para fornecer uma preparação completa para o seu estudo. Para mais informações, acesse o site do Ouse Saber ou procure um dos nossos canais de atendimento. Bons estudos e Ouse Saber! 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 33 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 3 2. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO ................................................................................... 4 2.1 Rejeição da peça acusatória ................................................................................................ 5 2.2 Recebimento da peça acusatória ........................................................................................ 7 2.3 Citação do acusado e revelia ............................................................................................... 8 2.4 Resposta à acusação ............................................................................................................ 9 2.5 Absolvição sumária ............................................................................................................ 11 2.6 Audiência una de instrução e julgamento......................................................................... 13 3. PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO .................................................................................... 17 4. PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO (LEI Nº 9.099/95)................................................20 4.1 Princípios ............................................................................................................................ 20 4.2 Competência ...................................................................................................................... 21 4.3 Flagrante nas infrações de menor potencial ofensivo...................................................... 22 4.4 Fase preliminar................................................................................................................... 23 4.5 Citação do acusado ............................................................................................................ 28 4.6 Audiência de instrução e julgamento................................................................................ 29 4.7 Recursos.............................................................................................................................. 30 4.8 Suspensão condicional do processo ................................................................................. 31 4.9 Execução ............................................................................................................................. 38 5. DISPOSITIVOS LEGAIS .......................................................................................................... 39 BIBLIOGRAFIA UTILIZADA ........................................................................................................ 40 44 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 3 1. INTRODUÇÃO Processo e procedimento não são sinônimos. Procedimento consiste na suces- são de atos praticados nos termos da legislação, enquanto que processo é o conjunto des- ses atos cuja finalidade é um ato final detentor de coisa julgada. Portanto, procedimento é a forma como o processo se desenvolve. As fases do procedimento são as seguintes: FASES DO PROCEDIMENTO Fase postulatória Abrange a acusação e atos de defesa. Fase instrutória Produção das provas requeridas pelas partes ou determinadas pelo juiz subsidiariamente. Fase decisória Manifestação das partes sobre as provas produzidas e proferimen-to da sentença. Fase recursal Impugnação da decisão contrária ao interesse da(s) parte(s). O procedimento é dividido entre comum e especial (art. 394, caput). Procedi- mento especial é o previsto no CPP ou em leis esparsas para determinados delitos, com regras próprias de tramitação do processo. Ex.: procedimento especial do tribunal do júri, procedimento especial da Lei de Drogas. Procedimento comum é o rito padrão previsto no CPP a ser aplicado a todos os delitos, exceto àqueles que possuem procedimento especial. Classifica-se em ordinário, sumário e sumaríssimo (art. 394, § 1º), a depender da pena abstratamente cominada ao delito a ser julgado: CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM Procedimento ordinário Pena privativa de liberdade máxima cominada igual ou superior a 4 (quatro) anos. Procedimento sumário Pena privativa de liberdade máxima cominada inferior a 4 (quatro) anos e superior a 2 (dois) anos. Procedimento sumaríssimo Infrações de menor potencial ofensivo: contravenções penais e crimes com pena privativa de liberdade máxima cominada não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. O procedimento sumaríssimo é destinado aos crimes de apuração pelos Juiza- dos Especiais Criminais, regulados pela Lei nº 9.099/95. 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 55 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador.3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 3 1. INTRODUÇÃO Processo e procedimento não são sinônimos. Procedimento consiste na suces- são de atos praticados nos termos da legislação, enquanto que processo é o conjunto des- ses atos cuja finalidade é um ato final detentor de coisa julgada. Portanto, procedimento é a forma como o processo se desenvolve. As fases do procedimento são as seguintes: FASES DO PROCEDIMENTO Fase postulatória Abrange a acusação e atos de defesa. Fase instrutória Produção das provas requeridas pelas partes ou determinadas pelo juiz subsidiariamente. Fase decisória Manifestação das partes sobre as provas produzidas e proferimen-to da sentença. Fase recursal Impugnação da decisão contrária ao interesse da(s) parte(s). O procedimento é dividido entre comum e especial (art. 394, caput). Procedi- mento especial é o previsto no CPP ou em leis esparsas para determinados delitos, com regras próprias de tramitação do processo. Ex.: procedimento especial do tribunal do júri, procedimento especial da Lei de Drogas. Procedimento comum é o rito padrão previsto no CPP a ser aplicado a todos os delitos, exceto àqueles que possuem procedimento especial. Classifica-se em ordinário, sumário e sumaríssimo (art. 394, § 1º), a depender da pena abstratamente cominada ao delito a ser julgado: CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM Procedimento ordinário Pena privativa de liberdade máxima cominada igual ou superior a 4 (quatro) anos. Procedimento sumário Pena privativa de liberdade máxima cominada inferior a 4 (quatro) anos e superior a 2 (dois) anos. Procedimento sumaríssimo Infrações de menor potencial ofensivo: contravenções penais e crimes com pena privativa de liberdade máxima cominada não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. O procedimento sumaríssimo é destinado aos crimes de apuração pelos Juiza- dos Especiais Criminais, regulados pela Lei nº 9.099/95. 4 Ressalta-se que, para definir-se o procedimento, devem ser levadas em conside- ração as qualificadoras e privilégios, causas de aumento ou diminuição de pena, bem como, no caso de concurso de crimes, a soma ou majoração das penas. No caso das causas de aumento ou diminuição, leva-se em conta o maior aumento e a menor diminuição, já que o parâmetro é a pena máxima. As agravantes e atenuantes não influenciam na determinação do procedimento. Atenção! O quadro representa a regra, que possui exceções. Não estão sujeitas aos crité- rios acima as seguintes infrações: I. Infrações penais praticadas com violência doméstica e familiar contra a mulher: vedada a aplicação da Lei nº 9.099/95 (art. 41 da Lei nº 11.340/06) independentemente da pena cominada, sujeita-se ao procedimento comum ordinário ou sumário a depender da pena. II. Crimes tipificados no Estatuto do Idoso cuja pena máxima não ultrapasse 4 (quatro) anos: aplica-se o procedimento comum sumaríssimo da Lei nº 9.099/95 (art. 94 da Lei nº 10.741/03). III. Crimes falimentares: submete-se ao procedimento comum sumário, independente- mente da pena cominada (art. 184 da Lei nº 11.101/05). IV. Crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas: aplica-se o procedimento co- mum ordinário, independentemente da pena cominada (art. 22 da Lei nº 12.850/13). Apesar dessa divisão entre procedimento especial e comum, ordinário, sumário e sumaríssimo, há disposições do procedimento comum que se aplicam aos especiais, bem como disposições do procedimento ordinário que se aplicam subsidiariamente aos demais: Art. 394 (...) § 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a to- dos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regu- lados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, su- mário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 2. PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO O procedimento comum ordinário inicia-se com o oferecimento da peça acusa- tória: 66 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 5 Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato crimino- so, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Além dos requisitos do art. 41, a doutrina aponta outros, como o endereçamento da peça acusatória, redação em vernáculo, razões de convicção ou presunção de delinquên- cia, assinatura pelo membro do Ministério Público ou por advogado, no caso de queixa- -crime, havendo a necessidade de se juntar procuração com poderes especiais e recolher custas. Ressalta-se que, com a Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime), a denúncia deve ser oferecida ao juiz das garantias, a quem compete decidir sobre seu recebimento, nos termos do art. 3º-B, XIV, do CPP. Frisa-se que sua competência somente se encerra após a análise da absolvição sumária do acusado, ou seja, somente após a resposta à acusação. Após seu oferecimento e antes de analisar a peça acusatória, o juiz deverá pro- nunciar-se sobre alguma causa de suspeição eventualmentepresente, sem prejuízo de as partes alegarem-na posteriormente, e verificar sua competência, afinal, no processo penal, a incompetência relativa pode ser reconhecida de ofício. Quanto à análise da peça acusatória, cabe ao juiz duas opções: rejeitá-la, presen- te as hipóteses do art. 395, ou recebê-la e determinar a citação do acusado, nos termos do art. 396 do CPP. 2.1 Rejeição da peça acusatória As causas de rejeição da peça acusatória aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo CPP (art. 394, § 4º), e são as seguin- tes: Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 77 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 5 Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato crimino- so, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. Além dos requisitos do art. 41, a doutrina aponta outros, como o endereçamento da peça acusatória, redação em vernáculo, razões de convicção ou presunção de delinquên- cia, assinatura pelo membro do Ministério Público ou por advogado, no caso de queixa- -crime, havendo a necessidade de se juntar procuração com poderes especiais e recolher custas. Ressalta-se que, com a Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime), a denúncia deve ser oferecida ao juiz das garantias, a quem compete decidir sobre seu recebimento, nos termos do art. 3º-B, XIV, do CPP. Frisa-se que sua competência somente se encerra após a análise da absolvição sumária do acusado, ou seja, somente após a resposta à acusação. Após seu oferecimento e antes de analisar a peça acusatória, o juiz deverá pro- nunciar-se sobre alguma causa de suspeição eventualmente presente, sem prejuízo de as partes alegarem-na posteriormente, e verificar sua competência, afinal, no processo penal, a incompetência relativa pode ser reconhecida de ofício. Quanto à análise da peça acusatória, cabe ao juiz duas opções: rejeitá-la, presen- te as hipóteses do art. 395, ou recebê-la e determinar a citação do acusado, nos termos do art. 396 do CPP. 2.1 Rejeição da peça acusatória As causas de rejeição da peça acusatória aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo CPP (art. 394, § 4º), e são as seguin- tes: Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 6 COMO ISSO FOI COBRADO EM PROVAS Ano: 2018 / Banca: VUNESP / Órgão: Prefeitura de Sorocaba – SP / Prova: Procurador do Município A denúncia ou queixa, nos termos do art. 395 do Código de Processo Penal, será rejeitada quando a) o acusado for comprovadamente inimputável. b) faltar justa causa para o exercício da ação penal. c) o fato narrado evidentemente não constituir crime. d) o fato tiver sido praticado em legítima defesa, excluindo sua ilicitude. e) existir manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente. R – B. A denúncia ou queixa serão ineptas quando não observarem os requisitos do art. 41 do CPP. Por outro lado, não é qualquer inobservância que pode resultar na sua rejeição. A título de exemplo, a incorreta classificação do crime não autoriza a rejeição da denúncia, afinal poderá haver emendatio libelli futuramente, mas a ausência de qualificação do acu- sado, não permitindo sua identificação, é apta a autorizar a rejeição da inicial acusatória. Conforme o entendimento dos Tribunais Superiores, os vícios da queixa ou da denúncia somente podem ser reconhecidos até a sentença, estando submetidos à preclu- são. Após, somente será possível discutir a nulidade da sentença. A segunda hipótese de rejeição trata-se de ausência de pressuposto processual, seja de existência ou de validade, ou de condição da ação, seja genérica ou específica. Por fim, a ausência de justa causa também é hipótese apta à rejeição da inicial acusatória. Justa causa é o lastro probatório mínimoda ação penal, consistindo em prova da materialidade do delito e indícios de autoria. Sua ausência é chamada de inépcia mate- rial da peça acusatória. A rejeição da peça acusatória com base no art. 395 do CPP somente faz coisa jul- gada formal, possibilitando o oferecimento de nova denúncia ou queixa quando corrigido o vício, enquanto não extinta a punibilidade. Por outro lado, contra a decisão cabe recurso em sentido estrito, conforme art. 581, I, do CPP, devendo-se intimar o autor do fato para apresentar contrarrazões: 88 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 7 Súmula 707-STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomea- ção de defensor dativo. Renato Brasileiro (p. 1302) defende ser possível a rejeição parcial da peça acu- satória, cabendo recurso em sentido estrito contra a decisão, a exemplo de na denúncia constar dois delitos, mas não haver justa causa quanto a um deles. 2.2 Recebimento da peça acusatória Ao contrário da rejeição, o CPP não trouxe as hipóteses de recebimento da ini- cial acusatória, devendo-se interpretar a contrario sensu o art. 395 do CPP: será recebida quando cumpridos todos os requisitos formais, presentes os pressupostos processuais e as condições da ação e houver lastro probatório mínimo de materialidade do delito e indícios de autoria. A doutrina majoritária defende que o recebimento da denúncia ou queixa deve ser fundamentado pelo juiz, pois se trata de decisão, não despacho. Entretanto, o enten- dimento da jurisprudência é no sentido de que não é obrigatória a fundamentação do re- cebimento da inicial acusatória, até mesmo para evitar que a fundamentação acarrete na antecipação da análise do mérito. Atenção! Uma exceção ao entendimento acima se refere aos procedimentos em que há uma defesa preliminar após o oferecimento da denúncia, mas antes de seu recebimento. Nesses casos, é necessário que o recebimento seja fundamentado, com a devida análise dos argumentos apresentados pelo acusado. O recebimento da denúncia ou queixa acarreta duas importantes consequências: fixa a competência do juízo por prevenção (art. 83) e interrompe a prescrição (art. 117, I, do CP), exceto se recebida por juízo incompetente, quando não haverá esta última. Além disso, por ausência de uma determinação legal, a doutrina aponta o recebimento da peça acusa- tória como o marco inicial do processo penal, e não seu oferecimento. Em regra, não cabe recurso contra o recebimento da inicial acusatória, pois não há previsão legal. Entretanto, a jurisprudência admite excepcionalmente a impetração de habeas corpus com o objetivo de trancamento da ação penal nos seguintes casos: • Manifesta atipicidade formal ou material; • Presença de causa extintiva de punibilidade; • Ausência de pressupostos processuais ou de condições da ação penal; • Ausência de justa causa para o exercício da ação penal. 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 99 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do CódigoCivil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 7 Súmula 707-STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomea- ção de defensor dativo. Renato Brasileiro (p. 1302) defende ser possível a rejeição parcial da peça acu- satória, cabendo recurso em sentido estrito contra a decisão, a exemplo de na denúncia constar dois delitos, mas não haver justa causa quanto a um deles. 2.2 Recebimento da peça acusatória Ao contrário da rejeição, o CPP não trouxe as hipóteses de recebimento da ini- cial acusatória, devendo-se interpretar a contrario sensu o art. 395 do CPP: será recebida quando cumpridos todos os requisitos formais, presentes os pressupostos processuais e as condições da ação e houver lastro probatório mínimo de materialidade do delito e indícios de autoria. A doutrina majoritária defende que o recebimento da denúncia ou queixa deve ser fundamentado pelo juiz, pois se trata de decisão, não despacho. Entretanto, o enten- dimento da jurisprudência é no sentido de que não é obrigatória a fundamentação do re- cebimento da inicial acusatória, até mesmo para evitar que a fundamentação acarrete na antecipação da análise do mérito. Atenção! Uma exceção ao entendimento acima se refere aos procedimentos em que há uma defesa preliminar após o oferecimento da denúncia, mas antes de seu recebimento. Nesses casos, é necessário que o recebimento seja fundamentado, com a devida análise dos argumentos apresentados pelo acusado. O recebimento da denúncia ou queixa acarreta duas importantes consequências: fixa a competência do juízo por prevenção (art. 83) e interrompe a prescrição (art. 117, I, do CP), exceto se recebida por juízo incompetente, quando não haverá esta última. Além disso, por ausência de uma determinação legal, a doutrina aponta o recebimento da peça acusa- tória como o marco inicial do processo penal, e não seu oferecimento. Em regra, não cabe recurso contra o recebimento da inicial acusatória, pois não há previsão legal. Entretanto, a jurisprudência admite excepcionalmente a impetração de habeas corpus com o objetivo de trancamento da ação penal nos seguintes casos: • Manifesta atipicidade formal ou material; • Presença de causa extintiva de punibilidade; • Ausência de pressupostos processuais ou de condições da ação penal; • Ausência de justa causa para o exercício da ação penal. 8 Ressalta-se que somente caberá o habeas corpus no caso de se tratar de infração penal cuja pena seja privativa de liberdade. Caso contrário, não haverá ameaça à liberdade de locomoção. Nesses casos, é cabível a impetração de mandado de segurança. Súmula 693-STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de mul- ta, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. Por fim, o STJ já se manifestou sobre a possibilidade de reconsideração da deci- são de recebimento da denúncia após a defesa do réu: O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o juízo de pri- meiro grau de, logo após o oferecimento da resposta do acusado, prevista nos artes. 396 e 396-A do CPP, reconsiderar a anterior deci- são e rejeitar a peça acusatória, ao constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art. 395 do CPP, suscitada pela defesa. STJ. 6ª Turma. REsp 1318180/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, jul- gado em 16/05/2013 (Info 533). 2.3 Citação do acusado e revelia Conforme art. 396 do CPP, após o recebimento da denúncia, o juiz ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Como estudado anteriormente, a regra no processo penal é a citação pessoal, sendo possível a citação por hora certa, no caso de o acusado estar se ocultando, e por edi- tal, no caso de estar em local incerto e não sabido. Em sendo citado por edital e não apre- sentando resposta à acusação nem constituindo defensor, o processo e a prescrição serão suspensos (art. 366). Entretanto, sendo o caso de o acusado ser citado pessoalmente ou por hora cer- ta, mas não apresentar resposta à acusação, ocorrerá a revelia e o processo prosseguirá sem sua presença. A revelia ocorrerá também nos seguintes casos: Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo. 1010 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 9 Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. COMO ISSO FOI COBRADO EM PROVAS Ano: 2017 / Banca: FCC / Órgão: DPE-SC / Prova: Defensor Público Substituto Sobre a revelia no processo penal, é correto afirmar: a) Em caso de três tentativas frustradas de intimação em horário comercial no endereço fornecido pelo réu, fica evidenciada a sua ocultação e a revelia deve ser decretada. b) Se o réu regularmente intimado da audiência de instrução, debates e julgamento não comparecer sem motivo justificado será considerado revel. c) Se o réu citado não apresentar resposta à acusação será considerado revel, mas não presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pela acusação. d) É inaplicável aos processos iniciados mediante o oferecimento de queixa. e) O réu assistido pela Defensoria Pública não poderá ser declarado revel, sob pena de violação do princípio da ampla defesa. R – B. Os efeitos da reveliano processo penal são distintos dos mesmos no processo civil. Por conta do princípio da presunção de inocência, não é possível haver a presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial acusatória, não havendo que se falar em confissão ficta ou presumida. O Ministério Público e o querelante não se desincumbem do seu ônus probatório, sob pena de improcedência da ação penal. A única consequência da revelia no processo penal é a desnecessidade de inti- mação do acusado para a prática de atos processuais, devendo haver a comunicação ape- nas ao defensor, com exceção da intimação da sentença condenatória (art. 392) proferida em primeiro grau de jurisdição, uma vez que, em relação às decisões proferidas por Tribu- nal, a intimação do acusado ocorrerá por publicação na imprensa oficial. O comparecimento posterior do acusado revel ao processo faz cessar os efeitos da revelia, recebendo ele o processo no estado em que se encontra. 2.4 Resposta à acusação A resposta à acusação é a reação defensiva à peça acusatória. Doutrinariamente, ela se distingue da defesa preliminar, mas a jurisprudência utiliza as expressões como si- nônimas. 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 1111 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 9 Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. COMO ISSO FOI COBRADO EM PROVAS Ano: 2017 / Banca: FCC / Órgão: DPE-SC / Prova: Defensor Público Substituto Sobre a revelia no processo penal, é correto afirmar: a) Em caso de três tentativas frustradas de intimação em horário comercial no endereço fornecido pelo réu, fica evidenciada a sua ocultação e a revelia deve ser decretada. b) Se o réu regularmente intimado da audiência de instrução, debates e julgamento não comparecer sem motivo justificado será considerado revel. c) Se o réu citado não apresentar resposta à acusação será considerado revel, mas não presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pela acusação. d) É inaplicável aos processos iniciados mediante o oferecimento de queixa. e) O réu assistido pela Defensoria Pública não poderá ser declarado revel, sob pena de violação do princípio da ampla defesa. R – B. Os efeitos da revelia no processo penal são distintos dos mesmos no processo civil. Por conta do princípio da presunção de inocência, não é possível haver a presunção de veracidade dos fatos narrados na inicial acusatória, não havendo que se falar em confissão ficta ou presumida. O Ministério Público e o querelante não se desincumbem do seu ônus probatório, sob pena de improcedência da ação penal. A única consequência da revelia no processo penal é a desnecessidade de inti- mação do acusado para a prática de atos processuais, devendo haver a comunicação ape- nas ao defensor, com exceção da intimação da sentença condenatória (art. 392) proferida em primeiro grau de jurisdição, uma vez que, em relação às decisões proferidas por Tribu- nal, a intimação do acusado ocorrerá por publicação na imprensa oficial. O comparecimento posterior do acusado revel ao processo faz cessar os efeitos da revelia, recebendo ele o processo no estado em que se encontra. 2.4 Resposta à acusação A resposta à acusação é a reação defensiva à peça acusatória. Doutrinariamente, ela se distingue da defesa preliminar, mas a jurisprudência utiliza as expressões como si- nônimas. 10 A defesa preliminar consiste na reação apresentada pelo acusado antes de o juiz receber a inicial acusatória, ou seja, entre seu oferecimento e o recebimento. Seu objetivo é convencer o juiz a rejeitar a peça acusatória. É a espécie de defesa prevista na Lei de Drogas, nos Juizados Especiais Criminais e nos crimes funcionais afiançáveis. A resposta à acusação, por sua vez, somente é apresentada após o recebimento da peça acusatória. Como aduz o art. 396, o prazo para sua apresentação é de 10 (dez) dias, podendo conter: Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e ale- gar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e jus- tificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. Lembrem-se de que as testemunhas devem ser indicadas na resposta àacusação sob pena de preclusão, apesar de nada impedir que o juiz determine sua oitiva como teste- munhas do juízo. Obviamente, a resposta à acusação deverá ser subscrita por um advogado ou de- fensor público. Esse último possui prazo em dobro, conforme prerrogativa constante na LC nº 80/94. O prazo inicia-se com a efetiva citação, não com a juntada aos autos do mandado cumprido ou da carta precatória: Súmula 710-STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. Entretanto, se o acusado foi citado por edital e comparece posteriormente, seu prazo começará a fluir a partir de seu comparecimento pessoal ao processo ou da constitui- ção de defensor (art. 396, parágrafo único). Sendo a defesa técnica irrenunciável, o § 2º do art. 396-A deixa transparecer a importância da resposta à acusação: Art. 396-A (...) § 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, cita- do, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. Ainda que o acusado seja revel, deverá haver a resposta à acusação, apresentada por defensor dativo. Sua ausência é causa de nulidade absoluta. Dessa forma, o prazo de dez dias acaba sendo impróprio, já que seu descumprimento não pode gerar prejuízo ao acusado. 1212 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 11 A doutrina defende que o juiz deverá abrir vista ao Ministério Público ou ao que- relante após a apresentação da resposta à acusação quando a defesa apresentar alegações, fatos ou provas sobre as quais a acusação não tinha ciência, em homenagem ao princípio do contraditório, aplicando-se subsidiariamente o art. 409, relativo ao procedimento no Tri- bunal do Júri: Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. O STF já se manifestou no sentido de que não há previsão legal para tal mani- festação após a peça defensiva, mas, caso o juiz abra vista ao Ministério Público, não ha- verá nulidade (STF. 1ª Turma. HC 105739/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, julgado em 08/02/2012). Somente após esse procedimento, o juiz passaria à análise da presença de cau- sas de absolvição sumária. 2.5 Absolvição sumária Conforme art. 394, § 4º, do CPP, as hipóteses de absolvição sumária aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo Código. São elas: Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágra- fos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 1313 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguira anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 11 A doutrina defende que o juiz deverá abrir vista ao Ministério Público ou ao que- relante após a apresentação da resposta à acusação quando a defesa apresentar alegações, fatos ou provas sobre as quais a acusação não tinha ciência, em homenagem ao princípio do contraditório, aplicando-se subsidiariamente o art. 409, relativo ao procedimento no Tri- bunal do Júri: Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. O STF já se manifestou no sentido de que não há previsão legal para tal mani- festação após a peça defensiva, mas, caso o juiz abra vista ao Ministério Público, não ha- verá nulidade (STF. 1ª Turma. HC 105739/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª Turma, julgado em 08/02/2012). Somente após esse procedimento, o juiz passaria à análise da presença de cau- sas de absolvição sumária. 2.5 Absolvição sumária Conforme art. 394, § 4º, do CPP, as hipóteses de absolvição sumária aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo Código. São elas: Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágra- fos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. 12 COMO ISSO FOI COBRADO EM PROVAS Ano: 2016 / Banca: CESPE / Órgão: TJ-AM / Prova: Juiz Substituto Em se tratando de procedimento comum ordinário, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar que: a) a punibilidade está extinta em razão da ocorrência da prescrição da pretensão punitiva em perspectiva. b) o fato foi cometido em situação de manifesta inexigibilidade de conduta diversa. c) estão ausentes indícios mínimos de autoria e materialidade do fato supostamente pra- ticado. d) o acusado é portador de doença mental, atestada por laudo médico oficial, e inteira- mente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. e) o fato foi cometido em estrita obediência a ordem manifestamente ilegal. R – B. São hipóteses que permitem que o acusado seja absolvido sem necessidade de instrução probatória, por isso, sumariamente. Dessa forma, analisando a resposta à acusa- ção, por exemplo, o juiz pode identificar a ocorrência de legítima defesa ou coação moral irresistível, ou verificar a atipicidade formal ou material da conduta, e desde já absolver o acusado. A ressalva do inciso II refere-se aos inimputáveis por doença mental ou desen- volvimento mental incompleto ou retardado, que eram, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato ou de determinarem-se de acor- do com esse entendimento (art. 26 do CP). Nesse caso, o processo deverá prosseguir para averiguar a necessidade de impor-se medida de segurança, não sendo possível uma absol- vição sumária imprópria. Apesar de o art. 397, IV, do CPP indicar a absolvição sumária por extinção de puni- bilidade, a jurisprudência entende que a sentença que a reconhece não é absolutória, mas sim declaratória: Súmula 18-STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. Ressalta-se que a absolvição sumária somente pode ser decretada em casos nos quais não há qualquer dúvida sobre suas hipóteses. Portanto, é necessário um juízo de cer- teza, de modo que, havendo qualquer dúvida, dever-se-á aplicar o princípio do in dubio pro 1414 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 13 societate e prosseguir com a ação penal. Do mesmo modo, se necessária dilação probatória, não é cabível a absolvição sumária. A decisão de absolvição sumária é proferida por meio de uma cognição também sumária, não exauriente, limitada em sua profundidade. Portanto, a sua rejeição não faz coisa julgada formal ou material, permitindo que futuramente o juiz profira uma sentença absolutória se verificar que é o caso. Por outro lado, o acolhimento da absolvição sumária faz coisa julgada formal e material, sendo decisão de mérito. A decisão de absolvição sumária deve ser impugnada por apelação, no prazo de cinco dias (art. 593, I). Caso acolhida, não é permitido ao Tribunal analisar de plano o mérito da ação penal e condenar o acusado, devendo determinar o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, sob pena de supressão de instância e violação ao princípio do duplo grau de jurisdição. Não cabe recurso contra a decisão que rejeita a absolvição sumária, mas é pos- sível excepcionalmente a impetração de habeas corpus ou mandado de segurança com o objetivo de trancamento da ação penal nos seguintes casos: • Manifesta atipicidade formal ou material; • Presença de causa extintiva de punibilidade; • Ausência de pressupostos processuais ou de condições da ação penal; • Ausência de justa causa para o exercício da ação penal. Após a análise das hipóteses de absolvição sumária e decidindo o juiz das garan- tias pelo prosseguimento da ação penal, deve ele enviar os autos ao juiz competente para a realização da instrução processual. 2.6 Audiência una de instrução e julgamento Após a conclusão sobre a impossibilidade de absolvição sumária, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Minis- tério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente (art. 399). O ofendido também deve serintimado mesmo que não esteja ocupando a posição de assistente da acusação (art. 201, § 2º). De acordo com o art. 400 do CPP, a audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada no prazo máximo de 60 dias, havendo prioridade dos processos em que hou- ver réu preso. A lei é omissa quanto ao prazo de antecedência de intimação das partes relati- va à audiência de instrução e julgamento, porém, é possível entender que deve ser razoável, permitindo–as que se preparem. 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 1515 32 a existência de verdadeiro pacto comissório, expressamente vedado pelo artigo 765 do Código Civil anterior (1916). 2.1 Impedir o devedor de alegar a simulação, realizada com intuito de encobrir ilícito que favorece o credor, vai de encontro ao princípio da equidade, na medida em que o “respeito aparente ao disposto no artigo 104 do Código Civil importaria manifesto desrespeito à norma de ordem pública, que é a do artigo 765 do mesmo Código”, que visa, a toda evidência, proteger o dono da coisa dada em garantia (Cf. REsp nº 21.681/SP, Rel. Ministro Eduardo Ribeiro, Terceira Turma, DJ 03/08/1992) 2.2 Inexiste para o interessado na declaração da nulidade absoluta de determinado negócio jurídico, o ônus de propor ação ou reconvenção, pois, tratando-se de objeção substancial, pode ser arguida em defesa, bem como pronunciada ex officio pelo julgador. 3. Recurso especial conhecido em parte e, na extensão, não provido. (REsp 1076571/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 18/03/2014) Essa simulação poderá ser alegada pelo contratante/réu como matéria de defesa, em contestação, por se tratar de nulidade absoluta. A alegação dessa simulação em contestação vale mesmo que o negócio jurídico tenha sido celebrado sob a égide do Código Civil de 1916. • Prazos para arguir a anulabilidade: Com exceção da simulação que é causa de nulidade, no caso dos defeitos do negócio jurídico o prazo para arguir a anulabilidade é decadencial de quatro anos, cujo termo inicial dependerá do tipo do vício: Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. 13 societate e prosseguir com a ação penal. Do mesmo modo, se necessária dilação probatória, não é cabível a absolvição sumária. A decisão de absolvição sumária é proferida por meio de uma cognição também sumária, não exauriente, limitada em sua profundidade. Portanto, a sua rejeição não faz coisa julgada formal ou material, permitindo que futuramente o juiz profira uma sentença absolutória se verificar que é o caso. Por outro lado, o acolhimento da absolvição sumária faz coisa julgada formal e material, sendo decisão de mérito. A decisão de absolvição sumária deve ser impugnada por apelação, no prazo de cinco dias (art. 593, I). Caso acolhida, não é permitido ao Tribunal analisar de plano o mérito da ação penal e condenar o acusado, devendo determinar o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, sob pena de supressão de instância e violação ao princípio do duplo grau de jurisdição. Não cabe recurso contra a decisão que rejeita a absolvição sumária, mas é pos- sível excepcionalmente a impetração de habeas corpus ou mandado de segurança com o objetivo de trancamento da ação penal nos seguintes casos: • Manifesta atipicidade formal ou material; • Presença de causa extintiva de punibilidade; • Ausência de pressupostos processuais ou de condições da ação penal; • Ausência de justa causa para o exercício da ação penal. Após a análise das hipóteses de absolvição sumária e decidindo o juiz das garan- tias pelo prosseguimento da ação penal, deve ele enviar os autos ao juiz competente para a realização da instrução processual. 2.6 Audiência una de instrução e julgamento Após a conclusão sobre a impossibilidade de absolvição sumária, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Minis- tério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente (art. 399). O ofendido também deve ser intimado mesmo que não esteja ocupando a posição de assistente da acusação (art. 201, § 2º). De acordo com o art. 400 do CPP, a audiência de instrução e julgamento deverá ser realizada no prazo máximo de 60 dias, havendo prioridade dos processos em que hou- ver réu preso. A lei é omissa quanto ao prazo de antecedência de intimação das partes relati- va à audiência de instrução e julgamento, porém, é possível entender que deve ser razoável, permitindo–as que se preparem. 14 No procedimento comum ordinário, todos os atos instrutórios foram concentra- dos em uma única audiência – por isso una –, na qual as partes apresentarão alegações orais e o juiz proferirá a sentença, adotando-se o princípio da oralidade: Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de de- clarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando- -se, em seguida, o acusado. § 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelató- rias. § 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requeri- mento das partes. Provas irrelevantes são as inaptas a influir no julgamento da causa, enquanto que prova impertinente são as que não possuem relação com a questão objeto de discussão no processo. Por sua vez, provas protelatórias são as que objetivam apenas o retardamento do processo. Essas espécies de provas podem ser indeferidas pelo juiz, não configurando cer- ceamento de defesa ou acusação. Trata-se do exercício de poder de polícia do magistrado. As declarações do ofendido serão tomadas pelo
Compartilhar