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0 0 O SEU SONHO É NOSSO OBJETIVO! HISTÓRIA Prof. Especialista Gustavo Henrique 1 PROJETO VOU SER PMPE como surgiu O projeto VOU SER PMPE, idealizado pelo professor Everton Mota, surge a partir dos resultados alcançados por ele utilizando seu próprio método e estratégias de estudo. Em sua vida de concurseiro obteve aprovação em 15 concursos públicos e promete não parar por aí. Devido à prova da eficácia de seu método de estudo, decide compartilhar seu conhecimento e experiências com concurseiros cujo sonhos consistam na aprovação do concurso público da polícia militar. Este projeto conta também com a participação de grandes mestres de concursos das diversas áreas do conhecimento para a formação total do aluno. “Seu sonho é nosso objetivo!”, palavras do professor Everton Mota. O CURSO PREPARATÓRIO surgiu a partir da crescente demanda pelos nossos serviços. Em menos de um ano de projeto conseguimos mudar a vida de muita gente e a procura pelos nossos métodos aumentou significantemente. Com isso, para realizar um sonho da Profa. Zeneide Mota, (de ter uma escola/curso), criamos o Curso preparatório para concursos Prof. Everton Mota, que a pesar de levar esse nome, tem como dona e diretora a Profa. Zeneide Mota. Nosso lema: Discite, Actum, Vincere. (Estudar, Agir e Vencer) Everton Mota, Tecnólogo em Logística pela UNINTER, Bacharel em Direito pela FAVIP Devry, aprovado na OAB, Especialista em Direito pela UNINTER. Atua como agente de polícia civil de Pernambuco e é professor de direito para concurso. Aprovado nos concursos para Analista e Tecnico Judiciário do TJ-PE (2011), ACS Caruaru (2012), Agente de Polícia civil-AL (2012), Polícia Militar-PB (2014), Inspetor de Policial Civil-CE (2015), Técnico do TJ, Polícia Civil- PE (2016), Oficial de Justiça TJ-PE (2016), dentre outros. 2 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA Ocupação pré-colonial do atual Estado de Pernambuco: Ocupação Pré-Histórica de Pernambuco; Características socioculturais das populações indígenas que habitavam o território do atual estado de Pernambuco, antes dos primeiros contatos euro-americanos. A Capitania de Pernambuco: a “Guerra dos Bárbaros”; a lavoura açucareira e mão de obra escrava; a Guerra dos Mascates; as instituições eclesiásticas e a sociedade colonial; Insurreição Pernambucana. A Província de Pernambuco no I e II Reinado: Pernambuco no contexto da Independência do Brasil; Movimentos Liberais: Confederação do Equador e Revolução Praieira; O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas; Cotidiano e formas de resistência escrava em Pernambuco; Crise da Lavoura canavieira; A participação dos políticos pernambucanos no processo de emancipação/abolição da escravatura. Pernambuco Republicano: Voto de Cabresto e Política dos governadores; Pernambuco sob a interventoria de Agamenon Magalhães; Movimentos sociais e repressão durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985) em Pernambuco; Herança afro-descente em Pernambuco; Processo político em Pernambuco (2001-2015). PRÉ-HISTÓRIA Pré-história é um período que compreende aproximadamente cinco milhões de anos, tendo se encerrado por volta de 6 mil a.C. Esse período é alvo de estudos multidisciplinares, isto é, envolve especialistas como arqueólogos, biólogos, paleontólogos, químicos, historiadores etc. Mas em termos propriamente restritos à linguagem historiográfica (utilizada por historiadores profissionais), a Pré- história pode ser qualificada como o período anterior ao aparecimento das cidades (organização urbana) e da escrita. Esta é uma convenção criada pelos historiadores europeus do século XIX que acreditavam nos estudos históricos apenas com os registros escritos. Hoje utilizamos essa nomenclatura e a periodização sobre a qual ela se assenta apenas como elemento facilitador e organizador dos estudos históricos. Esse longo período é geralmente dividido em duas fases: o Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, e Neolítico, ou Idade da Pedra Polida. Os humanos do paleolítico garantiram sua subsistência por meio da caça, da pesca e da coleta de frutas e raízes. Viviam em grupos, dividiam coletivamente o espaço e as atividades, utilizando objetos feitos com pedra, madeira, osso e dentes de animais. O nomadismo é outra característica desse período.No paleolítico homem aprendeu a controlar o fogo, que permitiu o aquecimento durante o frio, a defesa controla animais e a preparação de alimentos. Nesse período deu-se também o desenvolvimento da pintura(arte rupestre). No início do período neolítico os grupos humanos já dispunham de razoável bagagem cultural. A experiência lhes ensinara a identificar quais animais podiam caçar e quais plantas eram comestíveis ou uteis no tratamento de doenças. Aprenderam a construir canoas, jangadas e barcos. Também começaram a triturar alimentos e a polir seus instrumentos de pedra (Idade da Pedra Polida). E haviam desenvolvido crenças religiosas. A descoberta da agricultura mudaria a vida das comunidades neolíticas. A atividade agrícola forneceu aos indivíduos uma fonte estável de alimento, contribuindo para que eles se fixassem nas áreas mais férteis. Também se desenvolveram a domesticação dos animais. Conhecidas como revolução neolítica ou revolução agrícola essas mudanças aplicaram o domínio do homem sobre a natureza resultando em maior produção de alimentos e no consequente crescimento populacional. SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DE PERNAMBUCO Sítio Arqueológico Furna do Estrago 3 Se encontra a norte da Serra da Boa Vista, conhecida no local como Serra do Estrago, e a pouco de mais de 1km a oeste da cidade do Brejo. Encontra-se nas proximidades dos rios Capibaribe e Ipojuca. Paisagens que tem a presença de depressões, declives e aclives e uma vegetação exuberante. Com presença de formações rochosas graníticas. O solo com material depositado bem raso. Os climas locais variam de semi-árido na caatinga; quente e úmido com chuvas no período de outono-inverno numa faixa restrita; e úmido na Mata Serrana. Não houve grandes mudanças nos clima desde a época pré-histórica, a não ser no período de 2.000 anos de seca devido à glaciação. A primeira população esteve na Furna em mais ou menos 11.000 anos atrás, esta foi a única a consegui a dominar a técnica de fazer fogo; já à segunda passou por lá há 8.000 anos e a terceira a 2.000 anos. Todas as três usavam como abrigo temporário. Porem a terceira migrou do abrigo para as beiras dos rios quando a glaciação secou mais a área. Transformando se em comunidade ribeirinha por um período e se alimentando da abundancia de peixes do local. Podemos dizer que eles eram uma comunidade caçadora e coletora. Totalmente diferentes dos que tinham habitado antes. Pois a primeira comunidade que passou por lá há 11.000 anos tinha o domínio do fogo e a ultima não. Por isso se alimentavam de carne crua e sementes duras. É o que denuncia seus esqueletos que nos mostram os dentes quase que totalmente gastos. Mas, o que mais chama atenção no tocante é a maneira com que eles cuidavam de seus mortos e de como eram enterrados. Eles eram colocados em covas que tinha um espaço de 1m2, envoltos numa espécie de esteira, em posição fetal, com alguns pertences e geralmente com o rosto virado para o leste ou oeste. Poucos foram encontrados com a face voltada para o chão. Pode-se dizer que esta maneira ritualística por assim dizer já expressava de certa forma uma experiência religiosa ou divina. Analisando a posição fetal pode-se interpretar como uma espera para o renascimento ou que ele esta voltando para onde veio da mesma forma. E a face para o leste ou oeste, ambos respectivamente são as posições na qual o sol nasce e se põem. Já ai se juntando com a posição com que eram enterrados poderia embasar mais. Mas não se pode afirmar nada já que não existe nada escrito.Já na parte de cultura o que é mais expressivo são as pinturas rupestres. Ao redor da furna existem 53 pontos que estão dentro de uma área de 45km2. O material utilizado para fazer tais figuras era de origem mineral e vegetal. O ocre é um minério de ferro de cor avermelhada que era misturada a uma cera vegetal para haver a boa fixação da “tinta” na parede. Estas pinturas podem ser classificadas em três tipos, a zoomórfica que mostra figuras de animais; a antropomórfica que representava seres humanos e as geométricas que como o nome já diz representava figuras conhecidas por todos. As gravuras podem ser relacionadas à espiritualidade e também ao imaginário do que veio ou estaria por vir na caça. Ainda não se pode dizer com certeza o que eles queriam passar com estas gravuras, e é altamente perigoso por assim dizer que nós com a cultura atual possamos interpretar elas, podendo distorcer a realidade. Para tentar preservar ao menos um esboço delas foi aplicada a técnica de decalque do professor Paulo Tadeu de Albuquerque, que utilizava uma lona plástica transparente para fazer a “Xerox” da imagem. Outra parte cultural também é a produção de adornos como colares de ossos e pedras locais nas quais eram utilizados em vida como também no momento do enterro. Vendo assim que havia a formação e desenvolvimento de uma cultura bastante peculiar. Parque Nacional do Catimbau O Parque Nacional do Catimbau, também conhecido como Vale do Catimbau, é um parque nacionalbrasileiro do estado de Pernambuco. Criado em 22 de agosto de 2002, abrange os municípios de Buíque, Ibimirim, Sertânia e Tupanatinga, entre o Agreste e o Sertão pernambucano. O parque é o segundo do estado (o primeiro é o de Fernando de Noronha). Catimbau preserva uma das últimas áreas da Caatinga. É formado por montanhas de topo suave, acredita-se que o nome Catimbau provenha de "morro que perdeu a ponta". Entre as montanhas encontram-se encostas abruptas e vales abertos. É uma região de intensa erosão. As formações geológicas são compostas de arenitos de diversas cores e tipos que datam de mais de 100 milhões de anos. Apresenta cerca de duas mil cavernas e 28 cavernas- cemitério. Considerada Área de Extrema Importância Biológica, a unidade apresenta também registros de pinturas rupestres e artefatos da ocupação pré-histórica datados de pelo menos 6 000 anos. Os https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_nacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_nacional https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco https://pt.wikipedia.org/wiki/Bu%C3%ADque https://pt.wikipedia.org/wiki/Ibimirim https://pt.wikipedia.org/wiki/Sert%C3%A2nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupanatinga https://pt.wikipedia.org/wiki/Agreste https://pt.wikipedia.org/wiki/Sert%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_de_Noronha https://pt.wikipedia.org/wiki/Caatinga https://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Arenito https://pt.wikipedia.org/wiki/Caverna https://pt.wikipedia.org/wiki/Pinturas_rupestres 4 pesquisadores acharam 27 sítios arqueológicos no Vale do Catimbau. Com isso, o Catimbau é considerado o segundo maior parque arqueológico do Brasil, perdendo somente para a Serra da Capivara, no Piauí. Um dos sítios arqueológicos mais importantes é o de Alcobaça, localizado em um paredão rochoso em forma de anfiteatro. As pinturas rupestres nesta localidade foram efetuadas por distintos grupos étnicos de épocas também distintas, apresentando diversidade nas técnicas e estilo de pintura. Dentro do parque há diversos pontos de visita, inclusive a Pedra Furada. Acredita-se que há milhares de anos o local onde fica a Pedra Furada era coberto pelo oceano e que a pedra se furou a partir da erosão causada pelo vento e pela água das chuvas. O vale do catimbau possui elevações com altitude de 900 metros. Sítio arqueológico Alcobaça Localizado na zona rural do município de Buíque, o sítio arqueológico Alcobaça impressiona a comunidade científica brasileira e até mesmo internacional por sua enorme concentração de registros rupestres, sobretudo pinturas. O sítio recebe este nome pela sua localização rural homônima, o acesso ao mesmo é por meio da Vila Carneiros, situada há doze quilômetros da cidade de Buique, no sentido Arcoverde – Buique, contudo, os turistas e estudiosos ainda percorrem seis quilômetros de estrada de terra até a residência da guia e protetora do sítio, Cida. Mas não pára por aí, após estacionar os veículos, todos devem realizar uma caminhada de mais ou menos quarenta minutos sobre um solo muito arenoso. O sítio é Situado em um pé de monte, num vale fechado em forma de U a 800 metros sobre o nível do mar, tem um olho d’água perene situado a menos de 50 metros do abrigo. Com aproximadamente 50 metros de comprimento e 14 de largura, no ponto mais amplo, e uma altura de 8 a 10 metros, apresenta as paredes cobertas em grande parte, por grafismos puros e alguns antropomorfos típicos da tradição agreste. (MARTIN, 2005) O local onde se encontram os painéis com pinturas rupestres é um enorme abrigo sob rocha, na verdade é um afloramento ou formação rochosa arenítica, denominada de matacão, com sulcos na base que proporcionam uma enorme proteção dos fortes raios solares daquela região. O sítio alcobaça é considerado o segundo maior sítio arqueológico com concentrações de pinturas rupestre do Brasil, perdendo apenas para o abrigo sob rocha Boqueirão da Pedra Furada de São Raimundo Nonato, Piauí. No sítio existem grafismos rupestres (pinturas e gravuras) decorados por mais de 50 metros do painel, inclusive, algumas pinturas encontram-se numa elevação de 08 a 10 metros do solo do abrigo. As pinturas estão classificas na Tradição Agreste, que compreende uma prática estilística comum na região agreste do Estado de Pernambuco, por isso sua definição. A tradição agreste é muito complexa e de difícil interpretação, podemos até inferir que são as pinturas rupestres mais enigmáticas e incompreensíveis da pré-história brasileira. Nesta tradição é comum a representação de antropomorfos, zoomorfos e fitomorfos (seres humanos, animais e vegetais) de maneira estática, sem movimento, além dos grafismos puros, denominação da arqueóloga Anne Marie-Pessis do Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, que consiste na reprodução de espirais, grades, bastões, nuvens de pontos, tridáctilos, linhas paralelas e sinuosas, sobretudo, representações geométricas. Estes sem dúvidas são os grafismos mais difíceis de interpretação, jamais se pode afirmar com segurança o que aqueles povos pré-históricos queriam reproduzir com seus grafismos. Vale salientar que os grafismos puros são encontrados com freqüência em todo o Nordeste do Brasil e igualmente em alguns sítios do restante do nosso país e noutros países também. Para os arqueólogos fica muito difícil até mesmo inferir e supor sobre a intencionalidade, funcionalidade e representatividade destes grafismos, sobretudo, porque não podemos associar as pinturas geométricas com os nossos conceitos contemporâneos. Ademais, os autores dos grafismos do sítio alcobaça viviam num tempo muito recuado do nosso e conferiam uma representatividade e interpretação de mundo muito distinta da nossa. Como diz a arqueóloga NièdeGuidon, não temos o código lingüístico, tampouco simbólico daqueles povos pré-históricos, o que a arqueologia pode concluir, não passa de apenas algumas inferências. Em toda a extensão do paredão decorado por pinturas rupestres são poucas as representações humanas e animais, mesmo assim existem alguns grafismos que lembram figuras de seres humanos, apesar de algumas com apenas três dedos. Os animais representados são sáurios (lagartos) e outros répteis que são abundantes no bioma da caatinga. Não há dúvidas de que os animais representados nos painéis pintados faziam parte da dieta daqueles povos pré-históricos, sobretudo, para grupos humanos caçadores-coletores. Estes povosconsumiam mais alimentos vegetais que animais, isso ocorria pela dificuldade encontrada na caça com êxito de pequenos roedores, aves, répteis e insetos. Os vegetais mais consumidos eram coquinhos, raízes, tubérculos e frutos encontrados nas imediações. https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADtios_arqueol%C3%B3gicos https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_da_Capivara https://pt.wikipedia.org/wiki/Serra_da_Capivara https://pt.wikipedia.org/wiki/Piau%C3%AD 5 O sítio, provavelmente, não servia de habitação visto que aqueles povos eram caçadores- coletores, agrupamentos humanos que exigiam uma grande mobilidade em busca de sua própria sobrevivência, quando os alimentos cessavam num determinado local estes povos buscavam outras fontes alimentares noutros lugares. O sítio não foi ocupado apenas por um único agrupamento humano, mas por diversos e distintos povos pré-históricos. A arqueologia comprovou esta teoria a partir dos vários estilos pintados no sítio, variando os grafismos em cores, sobreposição, estilos e objetos representados. A cor predominante é a ocre (óxido de ferro) que é obtida a partir da hematita, mineral muito comum na região, o preparo dos pigmentos exigia muita habilidade. As técnicas de pinturas no sítio são várias, com os próprios dedos, com pincéis naturais (galhos) e bastões de ocre (lápis). Existem grafismos na cor amarela, branca e preta. Os amarelos são obtidos a partir da argila amarela e também por hematita, a cor branca é obtida pelo Kaolin (argila branca) e a cor preta por meio de carvões e ossos queimados. Em escavações realizadas no local, foram descobertos sepultamentos humanos de alguns indivíduos, logo abaixo dos painéis pintados, onde estes estavam acompanhados por pigmentos vermelhos (ocre), coquinhos, utensílios cerâmicos, cestaria e revestidas por esteiras trançadas. Estes ritos fúnebres são comuns no Nordeste do Brasil. No abrigo sob rocha vários blocos desprenderam-se da formação arenítica original caindo no solo, inclusive, alguns painéis de pinturas rupestres também sofreram descamação e caíram no terreno do abrigo. É muito difícil realizar datações radiocarbônicas das pinturas rupestres, contudo, as datações de muitos sítios arqueológicos com registros rupestres são obtidos a partir de blocos decorados deslocados (caídos) para o chão formando uma camada estratigráfica (sedimentos) que pode, eventualmente, ser datada a partir dos refugos de materiais orgânicos encontrados no mesmo nível que os blocos. O Alcobaça tem diversas datações radiocarbônicas 1.766 e 1.785 anos antes do presente. Mais outros indícios sugerem que o sítio foi ocupado inicialmente a 4 mil anos atrás. No sítio também foram encontradas várias fogueiras espalhadas pelo abrigo o que indica uma ocupação intermitente daquele abrigo. As fogueiras serviam para aquecer os agrupamentos pré- históricos, assim também como proteção de animais selvagens e picadas de insetos. O sítio alcobaça impressiona a todos que o visitam pela sua magnitude, pelo enorme conforto do abrigo que encobre os raios solares, pela sutileza e requinte dos registros rupestres da tradição agreste, somado a tudo isso, destaca-se pela sua preservação, sobretudo, pelos cuidados da guia Cida, que não permite a entrada no abrigo de mais de dez pessoas por vez e fica sempre atenta quando os turistas, estudantes e curiosos se aproximam demais para tocar nas pinturas rupestres. Sem dúvida é um local que merecer ser estudado e admirado por aqueles que se encantam com a pré-história e arte rupestre brasileira. Parque da Pedra Furada Localizada no município de Venturosa a Pedra Furada, é uma das mais belas paisagens da região. A região faz parte do pólo Buíque/Pesqueira/Venturosa que é um dos sete pólos de ecoturismo de Pernambuco apresentado pela Embratur. Em 1985, a Prefeitura de Venturosa construiu o Parque Pedra Furada que dispõe de infra-estrutura básica. Situada em um parque municipal, seu acesso é feito por uma trilha com escadaria (360 degraus). O mirante oferece paisagens de grande beleza. A cidade possui também outros sítios arqueológicos de grande valor histórico-cientifico, como a pedra do Tubarão, onde foram descobertos um cemitério de índios pré-históricos; Peri-peri ou Morro dos Ossos, formados por dois grandes blocos de granito, que afloram em meio a uma planície e que possuem em suas paredes inúmeras pinturas rupestres. SIMULADO 1. (UFSCAR) “(...) Pré-História do Brasil compreende a existência de uma crescente variedade linguística, cultural e étnica, que acompanhou o crescimento demográfico das primeiras levas constituídas por poucas pessoas (...) que chegaram à região até alcançar muitos milhões de habitantes na época da chegada da frota de Cabral. (...) não houve apenas um processo histórico, mas numerosos, distintos entre si, com múltiplas continuidades e descontinuidades, tantas quanto as etnias que se formaram constituindo ao longo dos últimos 30, 40, 50, 60 ou 70 mil longos anos de ocupação humana das Américas.” (Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noeli. "Pré- História do Brasil", 2002.) Considerando o texto, é correto afirmar que: a) as populações indígenas brasileiras são de origem histórica diversa e, da perspectiva linguística, étnica e cultural, constituíram-se como sociedades distintas. 6 b) uma única leva imigratória humana chegou à América há 70 mil anos e dela descendem as populações indígenas brasileiras atuais. c) a concepção dos autores em relação à Pré-História do Brasil sustenta-se na ideia da construção de uma experiência evolutiva e linear. d) os autores descrevem o processo histórico das populações indígenas brasileiras como uma trajetória fundada na ideia de crescente progresso cultural. e) na época de Cabral, as populações indígenas brasileiras eram numerosas e estavam em um estágio evolutivo igual ao da Pré-História europeia. 2. (1ª Olimpíada Nacional de História do Brasil – Unicamp 2009) Nos últimos 20 anos vários pesquisadores vêm sugerindo que a ocupação da América seria mais antiga, mas, há pouco tempo, surgiram provas convincentes. Entre elas está Luzia, cujos estudos trouxeram ainda outras novidades. No município de Pedro Leopoldo, região de Lagoa Santa, Minas Gerais, um grupo de arqueólogos brasileiros e franceses encontrou, em 1975, partes de um esqueleto em uma gruta chamada Lapa Vermelha IV. As informações iniciais sugeriam que o esqueleto (de uma mulher entre 20 e 25 anos de idade – Luzia) deveria ser muito antigo, mas naquela época não foi possível datar com precisão o material. (…) Só a partir das pesquisas feitas [por] Walter Neves, da Universidade de São Paulo, Luzia teve sua idade revelada. O resultado foi surpreendente: ela tinha vivido em Minas Gerais há 11.500 anos! Essa data, junto com outros vestígios de populações pré-históricas que teria vivido há mais de 11.000 anos nas Américas do Sul e do Norte, revelou que o povoamento do nosso continente ocorreu antes do que se pensava. Apesar de existir muita discussão sobre o tempo necessário para que todo o continente tenha sido ocupado, a presença de humanos na América do Sul há 11.500 anos indica que os primeiros migrantes teriam chegado no continente americano há pelos menos 14.000 ou 15.000 anos. Hoje, muitos cientistas já admitem que a primeira migração deva ter ocorrido entre 15.000 e 20.000 anos. Mas há pesquisadores que admitem até 50.000 anos! Os dados que existem ainda não são suficientes para que possamos chegar a uma conclusão. Assinale a alternativa incorreta. O texto sobre descobertas arqueológicas no atual território brasileiro revela que: A) Existe uma pré-história na América do Sul. B) Assim como em outras áreas do conhecimento histórico, uma nova descoberta permite novas interpretações sobre o passado. C) A datação de Luzia permitiu retroceder a época da presença humana no continente americano. D) O conhecimento sobre o passado remoto não tem basecientífica e por isso as datas podem apresentar enormes diferenças. 3. A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil. b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros. c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil. d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos. e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial. 7 4. (UFPE) O conhecimento sobre as formas de sobrevivência humana, na pré-história brasileira, é um grande quebra-cabeça que vem sendo estudado por pré-historiadores e arqueólogos. Sobre a pré-história brasileira, assinale a alternativa correta. a) Os habitantes dos sambaquis sepultavam os seus mortos, colocando os corpos em urnas funerárias e os enterravam sob suas cabanas. b) Denomina-se arte rupestre o conjunto de pinturas corporais, em cerâmica e em artefatos de madeira, produzidos na pré-história brasileira. c) O estudo da cultura material, incluindo a arte rupestre, pode gerar conhecimento sobre aspectos da vida material e espiritual dos povos que a produziram. d) As recentes pesquisas arqueológicas realizadas no Nordeste brasileiro comprovam a tese defendida na década de sessenta: o homem mais antigo do Brasil teria existido por volta de doze mil anos atrás. e) Através de escavações realizadas nos Estados de Goiás e Mato Grosso, foi comprovada a tese de que, nestas regiões, habitavam povos descendentes de incas bolivianos. 5. (FCSCL-SP) Examine as três proposições, julgando se são verdadeiras ou falsas. Em seguida, assinale a alternativa correta. I. A Pré-História, época compreendida entre o aparecimento do homem sobre a Terra e o uso da escrita, é dividida tradicionalmente em dois períodos: Paleolítico e Neolítico. II. A domesticação de animais e o surgimento da agricultura ocorreram apenas após a invenção da escrita, posterior, portanto, ao Neolítico. III. A duração do Paleolítico é bem mais extensa que a do Neolítico, envolvendo níveis técnicos naturalmente mais primitivos. a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas as proposições I e II são verdadeiras. c) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. e) Todas as proposições são falsas. 6. (UFRR/RR) Considere as afirmações sobre o período paleolítico: I - Paleolítico é o primeiro e mais extenso período que conhecemos da história da humanidade, nele surgem os primeiros hominídeos antepassados do homem moderno; II - Com o desenvolvimento da mente e a acumulação de experiências e conhecimentos, os homens primitivos foram aperfeiçoando seus instrumentos, utensílios domésticos e armas, suas técnicas e meios de subsistência; III - Os homens do paleolítico viviam de uma maneira muito primitiva, em grupos nômades, ou seja, se deslocavam constantemente de região para região em busca de alimentos. Habitavam em cavernas, copas de árvores, saliências rochosas, ou tendas feitas de galhos e cobertas de folhas ou de pele de animais; IV - Os instrumentos ou ferramentas do paleolítico eram de pedra, madeira ou osso. A técnica usada para fabricar seus instrumentos era de bater na pedra de maneira a lhe dar a forma adequada para cortar, raspar ou furar. Em relação às proposições acima podemos afirmar que: a) Todos os itens são falsos. b) Todas estão corretas. c) Apenas o item I é verdadeiro. d) Apenas o item II é falso. e) Os itens II, III e IV são falsos. 7. Na bacia do Rio São Francisco, nas paleolagoas conhecidas hoje como tanques, foram achados ossos de animais extintos da fauna pleistocênica, que conviveram com o homem em diversas áreas da região, como Salgueiro e Alagoinha, em Pernambuco. Pesquisas mais recentes assinalaram, também, a presença de megafauna, como o mastodonte e a preguiça-gigante, como é o caso da Lagoa Uri de Cima em Salgueiro. MARTIN, Gabriela; PESSIS, Anne-Marie. Breve Panorama da Pré-História do Vale do São Francisco no Nordeste do Brasil. Revista FUMDHAMentos, Volume 1 – Número 10 – Ano 2013, p. 14, adaptado. 8 O trecho acima propõe uma leitura da História do Brasil, que se caracteriza pela a) presença essencial dos europeus no continente americano. b) inexistência de exemplares da megafauna em território brasileiro. c) carência de estudos paleoantropológicos e sítios arqueológicos no Nordeste. d) antiguidade da presença humana no país, anterior à chegada dos portugueses. e) existência de répteis de porte avantajado, popularmente conhecidos como dinossauros. 8. Os nossos ancestrais dedicavam-se à caça, à pesca e à coleta de frutas e vegetais, garantindo sua subsistência, porque ainda não conheciam as práticas de agricultura e pecuária. Uma vez esgotados os alimentos, viam-se obrigados a transferir o acampamento para outro lugar. HALL, P.P. Gestão ambiental. São Paulo: Pearson, 2011 (adaptado). O texto refere-se ao movimento migratório denominado a) sedentarismo. b) transumância. c) êxodo rural. d) nomadismo. e) pendularismo. 9. Arte rupestre é o mais antigo tipo de arte da História. Também é conhecida como gravura ou pintura rupestre. Esse tipo de arte teve início no período Paleolítico Superior e é encontrada em todos os continentes. O estudo da arte rupestre favoreceu o conhecimento de pesquisadores em relação aos hábitos dos povos da Antiguidade e a sua cultura. As matérias-primas utilizadas para a expressão artística dos povos da antiguidade eram pedras, ossos e sangue de animais. O sangue, assim como o extrato de folhas de árvores, era utilizado para tingir, constituindo o que devem ser as mais primitivas expressões artísticas, conforme a imagem abaixo. Durante muito tempo, os povos que assim se expressavam foram conhecidos como ¯ “Pré- históricos”. Essa denominação, hoje em desuso entre a maioria dos historiadores, mas ainda presente nos livros didáticos, está diretamente relacionada ao fato de esses povos: a) desconhecerem a escrita. b) manterem relações comerciais. c) viverem sob a forma de Estado. d) dominarem as técnicas agrícolas. e) ocuparem as margens dos grandes rios. 10. “...não se pode ignorar o NE na hora de se discutir a antiguidade do homem na América e as vias de dispersão por ele percorridas, não importando se foi há 20, 30 ou 40 mil anos... É conhecida de todos a longa sequência estratigráfica lograda no Sítio do Boqueirão da Pedra Furada, que pode significar a permanência do homem pré-histórico nesse sítio, a partir de 48 mil anos. Mas a Pedra furada não é um caso único.” (MARTIM, G. Pré-História do Nordeste: pesquisas e pesquisadores. Clio Arqueológica, Recife: UFPE, n° 12, p. 7-15. ano 1997. p.11. Adaptado. Em Pernambuco, por exemplo, localizado no município de Buíque, o sítio de “Alcobaça” possui um dos maiores e mais representativos painéis de figura rupestre do estado, que, por seu tamanho e https://i1.wp.com/10dehistoria.com/wp-content/uploads/2017/04/pre16.png 9 complexidade, é de grande relevância para o entendimento da pré-história local e nacional. Em relação ao estudo do período pré-colonial sobre o atual estado de Pernambuco, assinale a alternativa INCORRETA. A) O sítio “Furna do Estrago”, localizado no município do Brejo da Madre de Deus, é de grande importância para o entendimento dos grupos que habitaram o atual agreste nordestino, uma vez que permite se entender um pouco mais sobre os rituais funerários da época. B) O material arqueológico, encontrado nos sítios que remontam ao período pré-colonial do estado, é fundamental para se entender o povoamento da região, bem como parte das características socioculturais daqueles que os utilizaram. C) As figuras rupestres, encontradas em vários sítios de Pernambuco,são de grande relevância para a compreensão das populações que habitaram as terras pertencentes hoje a esse estado. D) Embora a região da Zona da Mata também possua vestígios da presença dos Homo Sapiens Sapiens, o Agreste e o Sertão pernambucano, durante o longo período pré-colonial, são os locais onde pode ser encontrado o maior número de sítios arqueológicos do Estado. E) Embora “Alcobaça” possua grande representatividade entre os arqueólogos, o estado de Pernambuco, como um todo, tem pouca importância para o entendimento do período pré-colonial. Isso se deve, dentre outras coisas, ao pequeno número de sítios encontrados em seu território. Índios em Pernambuco Quando os primeiros europeus chegaram ao território brasileiro, no início do século XVI, vários grupos indígenas ocupavam a região Nordeste. No litoral, predominavam as tribos do tronco linguístico tupi, como os Tupinambás,Tabajaras e os Caetés, os mais temíveis. No interior, habitavam grupos dos troncos linguísticos Jê, genericamente denominados Tapuias. Como em outras regiões brasileiras, a ocupação do território em Pernambuco começou pelo litoral, nas terras apropriadas para a agroindústria do açúcar, onde os indígenas eram utilizados pelos portugueses como mão-de-obra escrava nos engenhos e nas lavouras, especialmente por parte daqueles que não dispunham de capital suficiente para comprar escravos africanos. Após um período de paz aparente, os índios reagiram a esse regime de trabalho através de hostilidades, assaltos e devastações de engenhos e propriedades, realizados principalmente pelos Caetés, que ocupavam a costa de Pernambuco. A guerra e a perseguição dos portugueses tornaram-se sistemáticas, fazendo com que os índios sobreviventes tivessem que emigrar para longe da costa. Porém, a criação de gado levou os colonizadores a ocupar terras no interior do Estado, continuando assim a haver conflitos. As relações entre os criadores de gado e os índios, no entanto, eram bem menos hostis do que com os senhores de engenho, mas a sobrevivência das tribos, que não se refugiavam em locais remotos, só era possível quando atendia aos interesses dos criadores e não era assegurada aos indígenas a posse de suas terras. Durante os dois primeiros séculos do Brasil Colônia, as missões religiosas jesuíticas eram a única forma de proteção com que os índios contavam. Com a expulsão dos jesuítas, em 1759, os aldeamentos permaneceram sob a orientação de outras ordens religiosas, sendo entregues, posteriormente, a órgãos especiais, porém as explorações e injustiças contra o povo indígena continuaram acontecendo. Sabe-se, através de algumas fontes, que nos séculos XVIII e XIX uma quantidade indeterminada de índios foi aldeada no território pernambucano, mas aparentemente não há registros de sua procedência. Existiam os aldeamentos dos Garanhuns, próximo à cidade do mesmo nome; dos Carapatós, Carnijós ou Fulni-ô, em Águas Belas; dos Xucurus, em Cimbres; dos Argus, espalhados da serra do Araripe até o rio São Francisco; dosCaraíbas, em Boa Vista; do Limoeiro na atual cidade do mesmo nome; as aldeias de Arataqui, Barreiros ou Umã, Escada, da tribo Arapoá- Assu, nas margens dos rios Jaboatão e Gurjaú; a aldeia do Brejo dos Padres, dos índios Pankaru ouPankararu; aldeamentos em Taquaritinga, Brejo da Madre de Deus, Caruaru e Gravatá. No século XIX, a região do atual município de Floresta e diversas ilhas do rio São Francisco se destacavam pelo grande número de aldeias, onde habitavam os índios Pipiães, Avis, Xocós, Carateus, Vouvês, Tuxás, Aracapás, Caripós, Brancararus e Tamaqueús. O desaparecimento da maioria das tribos deve-se às diversas formas de alienação de terras indígenas no Nordeste ou da resolução do Governo de extinguir os aldeamentos existentes. Dos grupos que povoaram Pernambuco, salvo alguns sobreviventes, pouco se sabe. O fato dos índios não possuírem uma linguagem escrita, dificultou muito a transmissão das informações. 10 Existem legalmente em Pernambuco, sete grupos indígenas: os Fulni-ô, em Águas Belas; os Pankararu, nos municípios de Petrolândia e Tacaratu; os Xucuru, em Pesqueira; os Kambiwá, em Ibimirim, Inajá e Floresta; os Kapinawá, em Buíque os Atikum, em Carnaubeira da Penha e os Truká, em Cabrobó. Essestrês últimos grupos foram identificados mais recentemente. Após terem passado por uma série de mudanças ambientais e culturais, esses índios conseguiram sobreviver e, apesar de terem estabelecido contato com os não-índios, alguns ainda conservam, ainda que precariamente, traços da sua tradição. Todos se auto identificam como indígenas e pouco se diferenciam uns dos outros racial ou culturalmente. Devido à forte miscigenação com brancos e negros, a sua aparência física perdeu a identidade. São índios aculturados, mas que mantêm sua sociedade à parte. As tradicionais figuras do cacique e do pajé, ainda sobrevivem em todos os grupos, assim como o toré é dançado em todas as comunidades, não apenas como divertimento, mas também na transmissão de traços culturais. Com exceção dos Fulni-ô, nenhum dos grupos conservou o idioma tribal. O índio teve uma grande influência na formação étnica, na cultura, nos costumes e na língua portuguesa falada no Brasil. Em Pernambuco, palavras como Gravatá, Caruaru, Garanhuns e bairros do Recife com Parnamirim eCapunga, estão associados a antigos locais de moradia indígena. Atualmente, os principais problemas enfrentados pelos grupos indígenas pernambucanos são os conflitos entre facções rivais da tribo Xucuru; a influência do tráfico de drogas entre os Truká e a invasão de terras pertencentes aos Fulni-ô. Pernambuco é o quarto Estado do Brasil em número de indígenas. Povos Indígenas: conheça os direitos previstos na Constituição A Constituição de 1988 pode ser considerada um marco na conquista e garantia de direitos pelos indígenas no Brasil. A afirmação é do professor de direito Gustavo Proença, pesquisador da área de direitos humanos. Para ele, a Carta Magna modificou um paradigma e estabeleceu novos marcos para as relações entre o Estado, a sociedade brasileira e os povos indígenas. Enquanto o Estatuto do Índio (Lei 6.001), promulgado em 1973, previa prioritariamente que as populações deveriam ser "integradas" ao restante da sociedade, a Constituição passou a garantir o respeito e a proteção à cultura das populações originárias. “O constituinte de 1988 entende que a população indígena deve ser protegida e ter reconhecidos sua cultura, seu modo de vida, de produção, de reprodução da vida social e sua maneira de ver o mundo”, destaca Proença. Na Constituição de 1988, os direitos dos índios estão expressos em capítulo específico (Título VIII, Da Ordem Social, Capítulo VIII, Dos Índios) com preceitos que asseguram o respeito à organização social, aos costumes, às línguas, crenças e tradições. “A população indígena hoje no Brasil tem o direito de buscar maior integração, bem como de se manter intacta em sua cultura, aldeada, se assim entender que é a melhor forma de preservação”, explica Proença. Ainda no texto constitucional, os direitos dos índios sobre suas terras são definidos como “direitos originários”, isto é, anteriores à criação do próprio Estado e que levam em conta o histórico de dominação da época da colonização. “O direito indígena se insere dentro dessa problemática de como lidar com os resquícios da desigualdade derivada de uma colonização que continua criando um panorama de genocídio, de negação da humanidade, da dignidade, das coisas mais básicas”, avalia a estudante de mestrado em direito pela Universidade de Brasília e especialista em direitos indígenas DaiaraTukano. De acordo com o texto constitucional, a obrigação de proteger as terras indígenas cabe à União. Nas Disposições Constitucionais Transitórias, fixou-se em cinco anos o prazo para que todas as terras indígenas no Brasil fossem demarcadas. Porém, o prazo não se cumpriu. Para a professora DaiaraTukano,atualmente, a lesão mais grave aos direitos indígenas se refere, justamente, à demarcação de terras. “Os povos que estão fora da Amazônia Legal – os tupinambás, os pataxós – são os mais massacrados por conta dessa dificuldade. Trazer a ideia de que o indígena só tenha direito dentro do seu território é uma grande ofensa. Os direitos são válidos em todo o território nacional.” Também há garantias aos povos indígenas em outros dispositivos ao longo da Constituição. No Artigo 232, é garantida aos povos indígenas a capacidade processual, ao trazer expresso que “os índios, suas comunidades e organizações, são partes legítimas para ingressar em juízo, em defesa dos seus direitos e interesses”. Apesar de o texto magno ter estabelecido um novo panorama sobre os direitos dos povos originários do Brasil, a concretização dessa ruptura ainda está em curso, segundo os especialistas entrevistados. “A quebra que existe entre a formulação e a execução desses direitos é de política de http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=674 http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=647 http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=646&Itemid=1 http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=648 http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=306&textCode=1236&date=currentDate http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=650&Itemid=1 http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=671 11 governo. Nós temos boas leis. Mas para executá-las, precisamos combater o racismo que é histórico, estrutural, institucional”, considera a especialista em direitos indígenas DaiaraTukano. “Até esses direitos serem respeitados e de o cidadão brasileiro comum vir, de fato, a respeitar e até a se orgulhar dos indígenas são, quem sabe, outros quinhentos anos”, acrescenta. Outros dispositivos A Constituição prevê que a responsabilidade de defender judicialmente os direitos indígenas é atribuição do Ministério Público Federal (Art. 129, V). Já a competência de legislar sobre populações indígenas é exclusiva da União (Art. 22. XIV). Processar e julgar a disputa sobre direitos indígenas, por sua vez, é competência dos juízes federais (Art. 109. XI). O texto constitucional também diz que o Estado deve “proteger as manifestações das culturas populares, inclusive indígenas” (Art. 215) e garantir “o respeito a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem” (Art. 210). Veja alguns dos direitos dos povos indígenas divididos por setor: Direito à educação Os povos indígenas têm direito a uma educação escolar diferenciada e intercultural (Decreto 6.861) (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6861.htm), bem como multilíngue e comunitária. Seguindo o que diz a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a coordenação nacional das políticas de Educação Escolar Indígena é de competência do Ministério da Educação (Decreto nº26, de 1991), cabendo aos estados e municípios a execução para a garantia desse direito dos povos indígenas. “Hoje há também o papel preservacionista, a população indígena tem direito a uma escola dentro de sua aldeia, onde são ensinados, além do português, a sua língua originária, a sua forma de reprodução cultural tradicional”, detalha o professor Proença. Direito à terra A Constituição de 1988 estabeleceu que os direitos dos índios sobre as terras que tradicionalmente ocupam são de natureza originária. Os índios têm a posse das terras, que são bens da União. “A necessidade de demarcação da terra indígena é a espinha dorsal de toda a luta ancestral da população indígena no Brasil. Recentemente, tivemos alguns avanços nos direitos na demarcação da terra, o maior exemplo foi a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, avalia Proença. O advogado chama a atenção para ameaças e “possibilidades de retrocesso” nesse quesito. “Qualquer exploração econômica da terra dentro da comunidade indígena deve ficar a cargo exclusivamente da população indígena. Deve ser respeitada a sua autonomia, e os lucros, os ganhos dali provenientes devem ser geridos autonomamente pela população indígena.” Direitos sociais Os indígenas são cidadãos plenos e têm direito aos benefícios sociais e previdenciários do Estado brasileiro. Como resultado da Constituição de 1988, e o reconhecimento dos novos direitos indígenas, houve um avanço no reconhecimento dos direitos previdenciários. Segundo o advogado Gustavo Proença, “os índios têm direito a todos os benefícios sociais que qualquer trabalhador tem, a partir da sua economia familiar”. Direito à saúde O Subsistema de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, criado em 1999 (Lei nº 9.836/99, conhecida como Lei Arouca) (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9836.htm), é formado pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) que se configuram em uma rede de serviços implantada nas terras indígenas para atender essa população, a partir de critérios geográficos, demográficos e culturais. Seguindo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), esse subsistema considerou a participação indígena como uma premissa para aumentar o controle e o planejamento dos serviços, bem como uma forma de reforçar a autodeterminação desses povos. 12 Caetés Os caetés ou Kaeté foram um povo indígena brasileiro de língua tupi antiga que habitou o litoral do Brasil entre a ilha de Itamaracá e o rio São Francisco no século XVI. Eram 75 000 indivíduos. A área que habitavam era limitada ao norte pelas terras dos potiguaras e, ao sul, pelas dos tupinambás. Aliaram-se aos comerciantes franceses que percorriam o litoral brasileiro no século XVI,[2] tornando- se, então, inimigos dos portugueses.[3] Os caetés, antes de serem extintos, foram escravizados pelos portugueses e utilizados como mão de obra no plantio da cana-de-açúcar. "Caeté" é originário do termo tupi antigo ka'aeté, que significa "mata verdadeira, mata virgem, que nunca foi roçada" (ka'a, mata +eté, verdadeira). Em liberdade, os caetés eram exímios pescadores e caçadores. Na pesca, utilizavam redes, anzóis e arpões feitos de ossos. Na caça, faziam uso de arcos, flechas, e arapucas, capturando pássaros e mamíferos. Consumiam peixes e carnes assados sobre brasa ou moqueados. Eram navegadores de canoas costeiras, sendo considerados, portanto, um dos povos canoeiros, sendo, também, construtores desse tipo de embarcação. Teciam rede de dormir, entalhavam gamelas, e cabaças que usavam como prato e copos. Fabricavam cestas de palha de bananeiras e de palmeiras e também utensílios e panelas de barro. Eram agricultores, cultivando milho, feijão, fumo e mandioca. Comiam também frutas e outras raízes como a batata e o inhame. Os índios desta tribo praticavam a antropofagia ritual e, supostamente, consumiram o primeiro bispo do Brasil, dom Pero Fernandes Sardinha, cujo navio em que regressava a Portugalnaufragou nas costas da foz do rio Coruripe, junto a outros cem náufragos. Devido a este fato histórico ocorrido no início do período colonial, os alagoanos possuem a alcunha regional de "papa-bispo". Em sua época, o incidente provocou a ira da Igreja Católica e da Inquisição. Em 1562, depois de serem acusados de devorar o bispo, foram considerados "inimigos da civilização" e, com o aval da Igreja Católica, se tornaram alvos de implacável perseguição pelo governador português Mem de Sá, que escravizou a todos. São considerados extintos atualmente. Pesquisas recentes colocam em dúvida se o bispo Pero Sardinha teria mesmo sido devorado pelos Caetés. O verdadeiro motivo da morte do primeiro bispo do Brasil poderia ter sido a vingançado Governador Geral, Duarte da Costa, e de seu filho Álvaro da Costa, que poderiam ter tramado tal crime e incriminado os caetés. Álvaro da Costa, homem violento, que usava da força para intimidar principalmente os índios, se relacionava sexualmente com as indígenas. Durante um de seus sermões, o bispo Sardinha teria condenado as ações de Álvaro da Costa, o que resultou no início de um conflito entre o bispo e o governador-geral. Tabajaras Os tabajara (do tupi antigotabaîara, "senhor de aldeia") foram um povo indígena que habitou o litoral brasileiro no trecho entre a foz do Rio Paraíba e a Ilha de Itamaracá. No século XVI, eram 40 mil indivíduos, e se aliaram aos colonizadores portugueses para ajudar a fundar o que viria a ser a capitania da Paraíba. Atualmente, grupos dos estados da Paraíba e do Ceará reivindicam a identidade e a ancestralidade tabajara. Pacíficos com os luso-brasileiros após acordo de paz assinado durante as tentativas de conquista da Paraíba, foram os primeiros nativos dessa região do Nordeste Oriental a entrar em contato com os conquistadores portugueses. Duarte Coelho viu, durante seis meses, os seus desejos de colonização da Paraíba frustrados devido à resistência pertinaz oferecida pelos potiguaras, inimigos tradicionais dos tabajaras. Por fim, os conquistadores conseguiram uma aliança com os chefes indígenas tabajaras Pirajibe, Tabira (cacique UirÁUbi) e Itajiba e, com eles, dominaram completamente os potiguaras, conquistando o litoral paraibano e fundando Filipeia de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa). A aliança com a tribo Tabira se deu por uma questão curiosa: a filha do cacique se apaixonou e casou com o administrador colonial português, Jerônimo de Albuquerque, salvando-o da morte, após ser ferido e se tornar prisioneiro. A tribo foi, paulatinamente, fragmentada pela miscigenação e integração aos conquistadores após a conquista da capitania. Antes da migração para o litoral centro–sul paraibano, seu território estendia-se das proximidades da Ilha de Itamaracá, no litoral pernambucano, até o agreste, no vale do rio Pajeú. https://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_tupi https://pt.wikipedia.org/wiki/Litoral_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Litoral_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Itamarac%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_S%C3%A3o_Francisco https://pt.wikipedia.org/wiki/Potiguaras https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupinamb%C3%A1s https://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI https://pt.wikipedia.org/wiki/Caet%C3%A9s_(tribo)#cite_note-escritoresalagoanos.com.br-2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Caet%C3%A9s_(tribo)#cite_note-:0-3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3o_de_obra https://pt.wikipedia.org/wiki/Cana-de-a%C3%A7%C3%BAcar https://pt.wikipedia.org/wiki/Pescador https://pt.wikipedia.org/wiki/Ca%C3%A7ador https://pt.wikipedia.org/wiki/Arco https://pt.wikipedia.org/wiki/Flecha https://pt.wikipedia.org/wiki/Arapuca https://pt.wikipedia.org/wiki/Moqu%C3%A9m https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Povos_canoeiros&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Povos_canoeiros&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Construtor https://pt.wikipedia.org/wiki/Rede_de_dormir https://pt.wikipedia.org/wiki/Gamela https://pt.wikipedia.org/wiki/Caba%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Bananeira https://pt.wikipedia.org/wiki/Palmeira https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultor https://pt.wikipedia.org/wiki/Milho https://pt.wikipedia.org/wiki/Feij%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicotiana https://pt.wikipedia.org/wiki/Mandioca https://pt.wikipedia.org/wiki/Batata https://pt.wikipedia.org/wiki/Inhame https://pt.wikipedia.org/wiki/Antropofagia https://pt.wikipedia.org/wiki/Bispo https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_Sardinha https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.wikipedia.org/wiki/Foz https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Coruripe https://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B4nia_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Alagoas https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica https://pt.wikipedia.org/wiki/Inquisi%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/1562 https://pt.wikipedia.org/wiki/Civiliza%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Cat%C3%B3lica https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Mem_de_S%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o_ind%C3%ADgena_no_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_da_Costa https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvaro_da_Costa_(Brasil_Col%C3%B3nia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Serm%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_tupi https://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Litoral_brasileiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Foz https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Para%C3%ADba https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_de_Itamarac%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI https://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_da_Para%C3%ADba https://pt.wikipedia.org/wiki/Para%C3%ADba https://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_cultural https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_de_paz https://pt.wikipedia.org/wiki/Nordeste_Oriental https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal https://pt.wikipedia.org/wiki/Duarte_Coelho_Pereira https://pt.wikipedia.org/wiki/Coloniza%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Potiguaras https://pt.wikipedia.org/wiki/Pirajibe https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cacique_Tabira&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Itajiba&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Pessoa https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_col%C3%B4nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil_col%C3%B4nia https://pt.wikipedia.org/wiki/Jer%C3%B4nimo_de_Albuquerque https://pt.wikipedia.org/wiki/Miscigena%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Agreste https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paje%C3%BA 13 PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500-1530) A esquadra de Cabral passou cerca de dez dias fazendo pequenas incursões de reconhecimento pelo litoral do que chamaram provisoriamente de Ilha de Santa Cruz. O escrivão da frota, Pero Vaz de Caminha, redigiu a famosa carta que dava conta ao rei de Portugal dos primeiros momentos dos lusos nessa parte do mundo. Caminha não escondeu sua admiração pelas belezas do lugar, pelo caráter saudável dos homens e das mulheres que encontrou na costa e também pelo enorme potencial que a terra parecia sugerir. Mas, entre contrariado e esperançoso, informava ao rei que não era seguro haver prata ou ouro em seus novos domínios. Pelo menos não com a evidência que justificaria um maior empreendimento da Coroa. As razões desse desinteresse inicial são relativamente simples de justificar. O Brasil não possuía nenhum atrativo comercial semelhante ao das Índias, que, durante as primeiras décadas do século XVI, se mostrava altamente lucrativo para os portugueses com suas especiarias. O Brasil também não havia revelado até aquele momento a presença de metais ou pedras preciosas, como a costa africana ou os mercados orientais. Entretanto, para manter a posse, a Coroa portuguesa instalou algumas poucas feitorias pelo litoral brasileiro e estabeleceu minimamente a vigilância da costa para combater a pirataria. Além disso, o Brasil foi usado por esse tempo, e mesmo durante os séculos seguintes, como um território de abastecimento de água e comida chamado “porto de aguada”, espécie de entreposto que auxiliava as viagens de longo curso da Europa para o Oriente, ou o contrário, das Índias para Portugal. Por essas razões, os anos que se seguiramà viagem de Cabral e sua frota foram chamados de período Pré-colonial (1500-1530), ou seja, a fase em que o Brasil, apesar de descoberto pelos portugueses, não foi objeto de colonização sistemática. Apesar do grande desinteresse, os portugueses acharam vantajosa a exploração de um recurso natural existente no novo território. Assim que chegaram notaram uma madeira semelhante a outra de igual uso e manifestação nas ilhas atlânticas. Foi chamada de pau-brasil, ou pau-de-brasa, por causa da forte coloração avermelhada e do pigmento que com ela poderia ser desenvolvido para tingir tecidos. Então, a primeira exploração econômica que os portugueses realizaram em suas possessões americanas foi a extração do pau-brasil. Desde o primeiro momento o Estado português declarou o monopólio da exploração do pau-brasil e organizou alguns pontos do litoral onde pudessem ser instaladas feitorias, que funcionaram como armazéns da madeira. Foi utilizada a mão de obra indígena, realizada por meio do escambo, isto é, da simples troca de trabalho por alguns produtos pouco valorosos para os portugueses, mas aparentemente muito desejados pelos indígenas, como espelhos, miçangas e objetos metálicos de fio cortante, como facas, machados e punhais. É importante mencionar que a exploração do pau-brasil nunca deixou de ocorrer durante todo o período colonial, sendo praticada no Brasil até o início do século XIX, e que essa prática extrativista é reconhecida como um dos principais fatores responsáveis pela devastação quase completa da mata Atlântica. Mas os portugueses não estavam sozinhos por aqui. Frequentavam o litoral brasileiro, com uma assiduidade muito além da aceitável para as relações coloniais, piratas de diversas origens. Os franceses, por exemplo, estavam em constante contato com indígenas da região Sudeste do Brasil, com os quais faziam comércio de madeira e animais exóticos aos olhos europeus, como macacos, papagaios e capivaras. Por mais que os portugueses tentassem combater o que chamavam de contrabando e pirataria em seus territórios, era cada vez mais preocupante a presença desses “estrangeiros” na costa brasileira. Depois de algumas décadas sem obter sucesso contra as ações de pirataria, Portugal entendeu que era necessário colonizar o Brasil de forma efetiva. Esse processo teve início nos anos 1530. Além da preocupação em combater a presença de “estrangeiros” no litoral – que ameaçavam a autonomia dos portugueses sobre sua colônia – existiram outros fatores que os motivaram a iniciar a colonização efetiva do território americano, como a crise do comércio de especiarias, a partir de fins da década de 1520 – seja pela concorrência de outros comerciantes no Oriente, seja pela queda dos preços nos mercados europeus – e a descoberta de enormes quantidades de prata e ouro nas colônias espanholas da América, o que despertava a esperança de haver no Brasil algo semelhante. A colonização a partir da década de 1530 Antes de tudo é preciso dizer que colonizar significa simultaneamente ocupar e cultivar. E foi exatamente o que fizeram os portugueses: ocuparam o litoral, com o objetivo de garantir a defesa da colônia, ao mesmo tempo que desenvolveram os recursos de exploração econômica sistemática, com a adoção de uma agricultura de exploração. 14 As capitanias hereditárias O primeiro recurso administrativo de que os portugueses lançaram mão na América portuguesa foi o sistema de capitanias hereditárias. Estas foram instaladas pela primeira vez nas ilhas atlânticas ao longo do século XIV, podendo ser consideradas um sucesso em termos de modelo de exploração colonial. Dessa maneira, o Estado português repetiu a fórmula na América, tendo a intenção de garantir a defesa e o lucro de sua colônia. A extensão e complexidade que encontrariam por aqui não tinham paralelo com suas antigas experiências da costa africana. O sistema de capitanias hereditárias foi instituído no Brasil, em 1534, por decisão do rei dom João III, chamado de “o colonizador”. Elas eram grandes extensões de terra, recortadas a partir do litoral até a linha de Tordesilhas, no interior da América do Sul, que seriam administradas por um capitão donatário. Dois documentos regulavam as relações dos capitães donatários – homens da nobreza lusitana, ou mesmo militares de formação – com a Coroa e sua própria capitania. São eles: a carta de doação e o foral. A carta de doação estabelecia alguns privilégios dos capitães, entre eles a possibilidade de concessão de sesmarias – ou seja, lotes de terras em suas próprias capitanias, que poderiam ser sublocadas a outros interessados, com o objetivo de aperfeiçoar a exploração colonial –, o direito de escravizar indígenas, o monopólio dos engenhos de açúcar, a possibilidade de criar vilas e cidades, além do direito de recolha de uma parcela dos lucros com a extração do pau-brasil. A carta de doação ainda deixava claro que a capitania não era propriedade do capitão donatário, mas que era um direito de usufruto e exploração em caráter vitalício e hereditário. Portanto, as terras continuavam a pertencer ao Estado português. Já o foral determinava diversos compromissos do capitão donatário com Portugal, como o pagamento de impostos sobre todas as atividades econômicas desenvolvidas em sua capitania, seja a produção do açúcar, do sal marinho, do óleo de baleia, seja outras ainda que pudessem se tornar viáveis, como a exploração de metais ou pedras preciosas. As capitanias representavam o esforço português de ocupação e desenvolvimento simultâneo e sistemático de toda a costa da América portuguesa, valendo-se de capitais de origem privada. No entanto, apesar do que pareceu ser uma iniciativa administrativa inteligente para as circunstâncias de um território tão vasto, as capitanias só obtiveram sucesso em Pernambuco e São Vicente (atual litoral paulista), graças à exploração de cana-de-açúcar e de atividades comerciais. As demais capitanias sofreram com a forte resistência indígena, com o desinteresse de alguns capitães donatários e com a ausência de capital suficiente para os altos investimentos necessários para a viabilização econômica das capitanias. O Governo-Geral Portugal decidiu que seria melhor atuar de forma mais direta no processo colonizador, seja pelo fracasso generalizado das capitanias, seja pelo sucesso pontual de São Vicente e Pernambuco, que sozinhas chegaram a produzir mais de 60% do açúcar comercializado mundialmente. Em 1548, por decisão do rei dom João III, o nobre lusitano Tomé de Souza foi nomeado primeiro governador-geral da América portuguesa. Suas obrigações estavam explicitadas em um documento simples e direto, conhecido como Regimento Geral. Nele, o governador – representante direto do rei de Portugal e a maior autoridade política na colônia – deveria ser responsável pela criação de vilas e cidades, incluindo Salvador – que seria a sede do governo português na América –, pelo recolhimento de impostos, pela defesa da colônia, por fazer guerra ou paz com os indígenas, por viabilizar as condições para catequese e evangelização, por estimular o cultivo da cana-de-açúcar, entre outras tarefas. Em todos os casos o Regimento Geral aponta para a necessidade de colonizar o Brasil por meio de uma administração que representasse os interesses da Coroa portuguesa em toda a sua extensão. É importante destacar que, mesmo sendo uma atuação direta do Estado, o Governo-Geral não anulou as capitanias hereditárias. Ao contrário, essas duas instâncias administrativas coexistiram até meados do século XVIII, quando o Marquês de Pombal interviu para a anulação das concessões aos donatários que não haviam tornado suas capitanias lucrativas, assumindo o controle direto sobre elas, que então passaram a se chamar capitanias reais. Já os governos- -gerais foram substituídos no início do século XVIII pelo cargo de vice-rei, logo após a descoberta do ouro nas Minas Gerais. As Câmaras MunicipaisA Coroa portuguesa, no intuito de expandir seu controle sobre a vida dos colonos, instituiu, em âmbito local, as Câmaras Municipais. Este era um órgão administrativo já conhecido pelos europeus desde a Idade Média. Na América portuguesa, a primeira Câmara Municipal data de 1532, em São 15 Vicente, logo após sua elevação à categoria de vila. O que, porém, chama a atenção para as Câmaras Municipais instaladas na colônia é que, ao contrário de representarem os interesses da metrópole, acabaram por fazer as vontades e atenderem aos caprichos dos homens poderosos da colônia. As Câmaras Municipais, também chamadas de “câmaras de homens bons”, acabaram por provocar um alto grau de descentralização política, na medida em que representavam o poder local, considerado o “poder de fato” na colônia, e não exatamente o que a Coroa portuguesa, tão distante, decidia. Entre as regulamentações decididas pelas Câmaras Municipais estavam a criação, o aumento ou a redução de impostos conforme sua vontade; a contratação de mercenários para a captura de escravos fujões; a condução de guerra ou de paz com indígenas; a decisão dos valores dos produtos, como carne, sal, aguardente, farinha de mandioca, entre outras. Essa situação se manteve praticamente inalterada até o século XVIII, quando, após a descoberta do ouro no interior da colônia, a metrópole portuguesa se viu obrigada a ser mais exigente quanto à conduta dos colonos. Graças ao êxito do modelo de plantation instalado na Capitania de Pernambuco no final do século XVI, a América portuguesa se tornou responsável por boa parte da produção do açúcar mundial. Porém, a partir do início do século XVII, os preços começaram a cair no mercado internacional. Leia a seguir um texto sobre os engenhos de açúcar da colônia. Sociedade O ambiente social que se organizou no Brasil colônia de certa maneira refletia as condições da própria metrópole. Nas zonas açucareiras, por exemplo, eram muito limitadas as possibilidades de ascensão social, a ponto de frequentemente poder-se dizer que eram inexistentes. A segregação social se justificava pelas próprias condições de acesso à terra – através de concessões diretas do Estado e de seus representantes – e ao privilégio das elites lusitanas, em qualquer das principais atividades realizadas em suas colônias. De outro lado, a escravidão, indígena ou africana, impunha uma disposição prática e também ideológica de desumanização, o que ampliava as dificuldades para a mobilidade social. Além da estratificação social, a colônia, logo em seu primeiro século de organização, era igualmente definida como patriarcal e aristocrática. Não só pelas referências herdadas da metrópole mas também pela figura de grande destaque social, político e econômico dos senhores de engenho. Eles representavam e resumiam os principais traços de uma sociedade com significativas dificuldades de mobilidade social e de poder concentrado nas mãos de poucos indivíduos. Além disso, é preciso lembrar o papel exercido pela Igreja católica nas áreas coloniais portuguesas da América. Principalmente por meio de missionários cristãos. A evangelização e a catequese cumpriram a dupla tarefa de salvar almas e de prepará-las para as condições impostas pelo processo colonizador, ensinando as lições da humildade e da submissão. Em particular os jesuítas destacaram-se na organização de missões, ou seja, de aldeamentos liderados por padres da Companhia de Jesus, geralmente mais afastados das áreas de colonização, onde era possível preparar os indígenas não só para a salvação mas muitas vezes também para a formação de leitores, mestres artesãos, músicos, entre outras atividades notáveis. Não por acaso os jesuítas são tomados como responsáveis pelos primeiros esforços de educação na colônia. Ao lado dessas aspirações formadoras que os jesuítas foram capazes de protagonizar, a Igreja também enviou visitações do Tribunal do Santo Ofício. A primeira incursão ocorreu no final do século XVI – entre 1591 e 1595, com o objetivo de corrigir as más condutas que se manifestavam na colônia. Os inquisidores foram responsáveis pela abertura de vários processos que investigaram não só heresias, práticas de magia ou cultos religiosos apontados como demoníacos mas também – e com maior frequência – “desvios de conduta” sexual, mau comportamento social e até conflitos pessoais. SIMULADO. 1. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram: a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosi. b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos. c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais. 16 d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha. e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios. 2. Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil européia da época moderna: a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole. b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção. c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista européia. d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais. e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial. 3. Foram características dominantes da colonização portuguesa na América: a) pequenas unidades de produção diversificada, comércio livre e trabalho compulsório. b) grandes unidades produtivas de exportação, monopólio do comércio e escravidão. c) pacto colonial, exploração de minérios e trabalho livre. d) latifúndio, produção monocultora e trabalho assalariado de indígenas. e) exportação de matérias-primas, minifúndio e servidão. 4. A produção de açúcar, no Brasil colonial: a) possibilitou o povoamento e a ocupação de todo o território nacional, enriquecendo grande parte da população. b) praticada por grandes, médios e pequenos lavradores, permitiu a formação de uma sólida classe média rural. c) consolidou no Nordeste uma economia baseada no latifundiário monocultor e escravocrata que atendia aos interesses do sistema português. d) desde o início garantiu o enriquecimento da região Sul do país e foi a base econômica de sua hegemonia na República. e) não exigindo muitos braços, desencorajou a importação de escravos, liberando capitais para atividades mais lucrativas. 5. A criação do Governo-Geral no Brasil foi assinado em 1548 e representou: a) Maior controle da metrópole sobre a colônia. b) Liberdade do negro e do índio em todo o território. c) Liberação das atividades de mineração e da criação de gado; d) Fim do sistema de Capitanias Hereditárias; e) Proteção dos indígenas e descentralização administrativa da colônia. 6. No período do Brasil Colônia, existiam mecanismos de acesso à terra, como as sesmarias, que eram: a) autorizações de Portugal para importação de escravos negros como condição para que os filhos de donatários tivessem direito ao recebimento de terras. b) lotes de terra doados pelos donatários ao colono para que fossem explorados. c) impostoscorrespondentes ao uso da terra, cujo pagamento possibilitaria posterior aluguel. d) parcelas de recursos que a Coroa enviava aos donatários para financiar a distribuição das terras e que deveriam ser pagas a longo prazo. e) títulos de terra ocupada mediante mecanismo de compra, conforme a Lei de Terras. 7. O principal porto da Capital [de Pernambuco], que é o mais nomeado e freqüentado de navios que todos os mais do Brasil, (...) está ali uma povoação de 200 vizinhos, com uma freguesia do Corpo 17 Santo, de quem são os mareantes mui devotos, e muitas vendas e tabernas, e os passos do açúcar, que são umas lojas grandes, onde se recolhem os caixões até se embarcarem nos navios. (Frei Vicente do Salvador, "História do Brasil - 1500-627".) O texto refere-se ao povoado de Recife. A partir do texto, é correto afirmar que um aspecto histórico que explica a condição do povoado na época foi a) o investimento feito pelos franceses na sua urbanização. b) a concorrência econômica com São Vicente, o que justifica seu baixo índice de população. c) a relação que mantinha com o interior do país, sendo o principal entreposto do comércio interno da produção de subsistência. d) o fato de ser próspero economicamente por conta da produção de açúcar para exportação. e) a presença da Igreja católica, estimulando romarias e peregrinações de devotos. 8. A exploração do pau-brasil se fazia pelo sistema de escambo. Isto significa que: a) a exploração era monopólio real b) a exploração se baseava no trabalho forçado pelos indígenas. c) a exploração implicava a troca de produtos por mercadorias européias de baixo preço. d) a exploração era feita pelo sistema de arrendamento. e) a exploração era feita por contrabandistas. 9. Algumas décadas depois da chegada de Cabral à América, os portugueses viram-se na necessidade de efetivar a ocupação das suas descobertas territoriais. Sobre o processo de colonização implementado pelos lusitanos na América, podemos afirmar que: a) Foi viabilizado pela descoberta de ouro e diamantes no interior, particularmente, em terras hoje pertencentes aos Estados de Minas Gerais e Goiás. b) Teve, no cultivo da cana para a fabricação de açúcar a ser comercializado no mercado europeu e na utilização do trabalho escravo, fatores centrais. c) Teve, na exploração do pau-brasil, na utilização da mão-de-obra africana e na criação de um sistema colonial centrado na vida urbana, elementos vitais para o sucesso inicial do empreendimento colonial. d) Teve, na Coroa Espanhola e nos mercadores da Nova Lusitânia, parceiros vitais para o êxito do empreendimento. e) Só foi efetivamente viabilizado com a unificação da Península Ibérica em 1580. 10. Os portugueses chegaram ao território, depois denominado Brasil, em 1500, mas a administração da terra só foi organizada em 1549. Isso ocorreu porque, até então, a) os índios ferozes trucidavam os portugueses que se aventurassem a desembarcar no litoral, impedindo assim a criação de núcleos de povoamento. b) a Espanha, com base no Tratado de Tordesilhas, impedia a presença portuguesa nas Américas, policiando a costa com expedições bélicas. c) as forças e atenções dos portugueses convergiam para o Oriente, onde vitórias militares garantiam relações comerciais lucrativas. d) os franceses, aliados dos espanhóis, controlavam as tribos indígenas ao longo do litoral bem como as feitorias da costa sul-atlântica. e) a população de Portugal era pouco numerosa, impossibilitando o recrutamento de funcionários administrativos. 11. A colonização portuguesa no Brasil perdurou quase 300 anos. A forma de colonização foi denominada pela historiografia como Antigo Sistema Colonial. Entre as alternativas abaixo assinale as características desse sistema. a) Escravidão, produção para o consumo interno e minifúndios b) Trabalho assalariado, produção industrial e exportação c) Escravidão, agroexportação e latifúndio d) Trabalho assalariado, agroexportação e latifúndio e) Escravidão, produção industrial e exportação 18 12. Sobre as Capitanias Hereditárias, sistema administrativo adotado no Brasil por iniciativa de D. João III, é correto afirmar: a) O sistema já fora experimentado, com êxito, pelos portugueses em suas possessões nas ilhas atlânticas e marcou o início efetivo da colonização lusa no Brasil. b) Os donatários tornavam-se proprietários das capitanias através da Carta de Doação, a qual lhes dava o direito de vendê-las, de acordo com seus interesses. c) A maioria dos donatários era representante da grande nobreza de Portugal e demonstrava forte interesse pelo sistema de capitanias. d) O fracasso do sistema é associado às lutas ocorridas na disputa pelas terras e aos conflitos com estrangeiros que freqüentavam as costas brasileiras. 13. No Brasil colonial dos séculos XVI-XVII, a estrutura econômica tinha como suporte básico: a) extrativismo – trabalho livre – pequenas propriedades b) monocultura açucareira – escravidão – latifúndio c) cafeicultura – trabalho imigrante – latifúndio d) mineração – escravidão – médias propriedades e) pecuária – trabalho livre – grandes propriedades 14. A implantação da lavoura canavieira no Brasil colonial, em meados do século XVI, deveu- se, dentre outros fatores a, EXCETO: a) condições geográficas favoráveis: clima quente e terras em abundância. b) experiência portuguesa bem sucedida nas Ilhas Atlânticas. c) ampla aceitação do açúcar no mercado internacional. d) participação de capitais holandeses na distribuição do produto. e) baixíssimos custos na montagem do engenho açucareiro. 15. Quando da chegada dos europeus, em 1500, e durante as três primeiras décadas do domínio português sobre o Brasil, as relações com os nativos indígenas foram relativamente estáveis e amistosas, o que permitiu a constituição do chamado "escambo vegetal", através do qual, em troca de produtos tais como espelhos, aguardente e miçangas, os índios colaboravam com os europeus na exploração do pau-brasil. A substituição desse trabalho indígena pelo do escravo africano, na economia colonial, a partir do século XVII, decorreu: a) Do fato de serem os índios preguiçosos e naturalmente indispostos para o trabalho, o que diminuía a produtividade e, por consequência, depreciava os lucros coloniais. b) Da indisposição dos ingleses com o trabalho escravo indígena. Em razão de sua formação marcadamente cristã, os ingleses horrorizavam-se com a escravização dos índios. c) Da docilidade dos africanos, que se adaptavam facilmente ao cativeiro e ao trabalho nos engenhos, diferentemente dos índios que, estimulados pelos jesuítas, protagonizavam constantes fugas. d) De uma reação coordenada dos senhores de engenho, que se sentiam prejudicados com a baixa produtividade do trabalho indígena. e) De vários aspectos conjugados, entre os quais se ressalta o caráter mercantil da exploração colonial, a diminuição do número de índios e a reação da Igreja Católica à escravização destes. 16. "Costumam alguns senhores dar aos escravos um dia em cada semana para plantarem para si, mandando algumas vezes com eles o feitor para que não se descuidem. E isto serve para que não padeçam fome, nem cerquem cada dia a casa de seu senhor pedindo-lhes a ração de farinha. Porém não lhes dar farinha nem dia para a plantarem, e querer que sirvam de sol a sol no partido, de dia e de noite com pouco descanso no engenho, como se admitirá no Tribunal de Deus sem castigo?" Antonil. "Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e minas". 1711. A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre a sociedade colonial da América Portuguesa, examine as afirmativas a seguir. I - Na sociedade colonial, o prestígio social residia em ser senhor de terras e de homens, e a possibilidade de riqueza vinha da atividade comercial. 19 II - Os senhores de engenho permitiam que alguns de seus escravos possuíssem uma lavoura
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