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Pesquisa documental

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1
A Pesquisa Documental nos Estudos Recentes em Administração Pública e Gestão Social 
no Brasil 
 
Autoria: Ricardo Ernesto Vasquez Beltrão, Fernando do Amaral Nogueira 
 
Resumo: 
 
 
O objetivo deste artigo é discutir o emprego da pesquisa ou análise documental na recente 
produção brasileira em administração pública e gestão social. De forma mais específica, 
pretende-se entender como a pesquisa ou análise documental vem sendo utilizada, com quais 
objetivos, e em que grau de detalhe e precisão seu procedimento é relatado. 
Isso permite também contrastar a prática dessa técnica metodológica com algumas das 
recomendações presentes em trabalhos teóricos que aprofundaram o tema do uso desta 
metodologia e tentaram delimitá-la conceitualmente, como CELLARD (2008) e MAY (2004), 
entre outros, os quais são detalhados na seção teórica do artigo. 
Busca-se, assim, contribuir para a melhoria do emprego desta metodologia de pesquisa 
nas pesquisas em gestão social e pública no Brasil. 
Para isso, foi feita uma pesquisa documental nos artigos do ENANPAD entre 2005 a 
2009, especificmante da temática de Administração Pública e Social. Foram encontrados 673 
artigos no total, dos quais 28,5% declaram utilizar pesquisa ou análise documental. Em 
seguida, passou-se à leitura detalhada de cinco artigos de cada ano pesquisado, analisando 
questões pensadas a partir da revisão bibligráfica como descrição dos procedimentos na 
seleção e análise dos documentos, entendimento do contexto em que os documentos foram 
produzidos, entre outros pontos. 
Os principais resultados do estudo mostram que em geral dá-se pouca atenção à descrição 
de como este método é utilizado, muitas vezes nem citando que documentos foram 
consultados, qual sua origem ou como foram analisados. Há uma tendência de se focar mais 
nessa questão se o objetivo de pesquisa estiver diretamente relacionado a um documento, ou a 
um tipo de material específico – como relatórios anuais de organizações, planos estratégicas 
ou de ação e balanços sociais. A técnica costuma estar acompanhada de outras tradicionais da 
pesquisa qualitativa, como entrevistas, questionários e observação, além de por vezes ser 
parte da metodologia de estudos de caso. Há uma considerável associação também de 
pesquisa documental com análise de conteúdo, já que muitas vezes o que se quer de um 
documento específico é extrair dele um sentido, uma representação de um pensamento ou 
ideologia subjacentes. Nesse ponto, seria interessante que os livros e textos que abordam a 
pesquisa documental dessem mais atenção às técnicas e procedimentos de análise de seu 
conteúdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2
A Pesquisa Documental nos Estudos Recentes em Administração Pública e Gestão Social 
no Brasil 
 
1. Introdução 
Se a permanente busca de maior rigor e consistência na escolha e adequada aplicação dos 
procedimentos metodológicos é um dos principais desafios da pesquisa acadêmica de uma 
forma geral, no campo das ciências sociais talvez ainda estejamos longe de alcançarmos 
maior consenso quanto às formas de categorizar e delimitar com maior precisão conceitual as 
possibilidades de adoção desta ou daquela metodologia de pesquisa. 
Até mesmo em relação às denominações empregadas nas tipologias propostas parece 
haver mais diferenças do que semelhanças. RAUPP & BEUREN (2003, 77-9), em balanço 
ilustrativo no qual apresentam as tipologias preconizadas por oito trabalhos sobre 
metodologia nas ciências sociais publicados em língua portuguesa entre 1977 e 2002, 
mostram que cada um deles propõe uma tipologia diferente das demais para a classificação 
dos delineamentos de pesquisa. 
A pesquisa ou análise documental – com frequência também denominada, “método 
documental” ou “técnica documental” (SÁ-SILVA, ALMEIDA & GUINDANI, 2009, p. 3), 
ou mesmo “investigação” ou “levantamento” documental – não parece fugir a esta regra. Para 
alguns, ela é vista como um “procedimento” (RAUPP & BEUREN, 2003), “estratégia” 
(HOCAYEN-DA-SILVA, ROSSONI & FERREIRA JÚNIOR, 2008), ou “técnica” para 
coleta de dados (CUNHA, YOKOMIZO & BONACIM, 2010), e para outros adquire em si 
mesma o status mais amplo de “delineamento” (GIL, LICHT & OLIVA, 2005) ou de 
“metodologia” (MAY, 2004; SÁ-SILVA, ALMEIDA & GUINDANI, 2009) de pesquisa. 
Entre as formas de delineamento propostas nos oito textos mencionados por RAUPP & 
BEUREN (2003), em cinco casos a pesquisa documental sequer figura entre as tipologias 
propostas, enquanto é classificada como “delineamento” propriamente dito em apenas um 
caso, e como “meio” ou “procedimento de coleta” nos outros dois 1. 
De qualquer forma, apesar destas diferenças e qualquer que seja o contorno conceitual 
adotado, a pesquisa de caráter documental apresenta potencial de assumir cada vez maior 
relevância, sobretudo se considerarmos o quanto rapidamente vem crescendo a produção de 
dados, a diversificação dos suportes de registro, a velocidade da circulação de dados, e as 
próprias possibilidades de acesso aos múltiplos formatos de documentos na assim chamada 
era da informação. Não apenas os textos, mas também fotos, vídeos, bancos de dados e vários 
outros tipos de documentos de origem pública ou privada estão cada vez mais disponíveis e 
amplamente acessíveis aos pesquisadores, apresentando-se quase sempre como “matéria-
prima” a ser lapidada sob múltiplos enfoques e infinitas possibilidades. 
Ao mesmo tempo, a opção por este ou aquele delineamento de pesquisa, seja de forma 
exclusiva ou por conjugação de dois ou mais procedimentos de coleta e seleção de dados, 
requer esforço bastante mais cuidadoso do que uma simples escolha por este ou por aquele 
“pacote” já que, em pesquisa, não se trata de irmos às compras para escolher produtos ou para 
adotar modelos que pareçam mais “modernos” ou de melhor qualidade. 
Para que a comunidade acadêmica reconheça como relevantes e válidos os resultados de 
qualquer pesquisa é condição indispensável que o percurso metodológico mostre-se não 
apenas adequado à análise do objeto ou do campo temático em questão, mas também que 
esteja ancorado teoricamente e desenhado de forma coerente com os objetivos da investigação 
proposta. É necessário evidenciar, discutir e justificar não apenas o objeto, as questões, e as 
hipóteses de pesquisa, mas também vantagens e limites do método adotado em cada caso. 
Essa preocupação com o desenho metodológico parece ainda mais importante quando a 
abordagem é de cunho qualitativo. Talvez pela inexistência de padrões mais amplamente 
aceitos de mensuração (como ocorre com maior frequência nas abordagens quantitativas), as 
 
 3
pesquisas que adotam exclusiva ou predominantemente métodos qualitativos estão sujeitas a 
maior grau de subjetividade tanto em seus procedimentos quanto nas formas de seleção e 
organização dos dados, aumentando os riscos de interpretações enviesadas. É por isso, entre 
outras razões, que a maior parte dos autores que refletem sobre os métodos qualitativos de 
pesquisa insistem quanto à importância da maior clareza possível no relato dos procedimentos 
adotados por parte dos pesquisadores. Se não é viável (e, para muitos autores, nem mesmo 
desejável) buscar uma objetividade absoluta, cabe ao menos ser o mais transparente possível. 
Se essas premissas e a preocupação com a visibilidade dos processos de busca e 
construção do conhecimento são amplamente aceitas na pesquisa social de uma forma geral, 
elas parecem imprescindíveis em campos temáticos e objetos de estudo direta ou 
indiretamente relacionados à área da administração pública e gestão social 2. 
De forma coerente com as diversas formas de luta pela democratização do Estado e pela 
garantia de direitos, cresce a demanda pela maior participação nos processos decisórios e 
abrangência dos resultados. Torna-se imperativo avançar na transparência quanto ao uso dos 
recursos públicos, à priorização para a prestação de serviços e à execução de programas 
sociais. Da mesma forma, também são os poderes Legislativoe Judiciário cada vez mais 
exigidos a respeito, e não parece ser outra a tendência quanto ao acompanhamento da 
sociedade no que diz respeito à crescente atuação das organizações não-governamentais e 
mesmo de empresas que atuam nas diversas arenas públicas ou na provisão dos bens públicos, 
com a emergência da responsabilidade social e ambiental como tema cada vez mais relevante 
no âmbito das diversas formas de regulação do mercado e das relações internacionais. 
Assim, ao pesquisar (e principalmente avaliar) processos e resultados relacionados à 
esfera pública, seria incoerente que a comunidade acadêmica não buscasse avançar na 
discussão detalhada de questões tais como seus próprios critérios de preferência para a 
construção ou adoção deste ou daquele percurso metodológico. Assim, pela sua própria 
vocação, parece decorrência lógica que o campo investigativo em administração pública e 
gestão social procure imprimir confiabilidade cada vez maior aos seus estudos já que, por 
definição, estes objetivam também fornecer parâmetros e subsidiar a melhoria e 
aperfeiçoamento das escolhas realizadas por governantes, burocratas, representantes e 
eleitores de uma forma geral. 
Considerado esse contexto mais amplo, o objetivo deste artigo é discutir, ainda que de 
forma preliminar, o emprego da pesquisa ou análise documental na recente produção 
brasileira em administração pública e gestão social. Para isso, utilizamos uma amostra 
aleatória de 25 artigos apresentados nesta área temática nos Encontros da ANPAD 
(ENANPAD) nos anos de 2005 a 2009. 
De forma mais específica, pretende-se entender como a pesquisa ou análise documental 
vem sendo utilizada, com quais objetivos, e em que grau de detalhe e precisão seu 
procedimento é relatado. Isso permitirá também contrastar a prática dessa técnica 
metodológica com algumas das recomendações presentes em trabalhos teóricos que 
aprofundaram o tema do uso desta metodologia e tentaram delimitá-la conceitualmente, como 
CELLARD (2008) e MAY (2004), entre outros, a respeito dos quais destacamos na seção 
seguinte algumas das principais possibilidades e alguns limites que apontaram acerca desta 
técnica de pesquisa documental. Em seguida, apresenta o percurso metodológico utilizado 
neste estudo, descrevendo a seleção de artigos de 2005 a 2009 dos encontros da ENANPAD e 
os critérios adotados para sua análise. Vêm então a apresentação dos dados encontrados e sua 
análise. Por fim, apresenta-se a conclusão do artigo, discutindo os resultados encontrados e 
propondo-se questões para pesquisas futuras. 
Busca-se, assim, contribuir para a melhoria do emprego desta metodologia qualitativa de 
pesquisa nas pesquisas em gestão social e pública no Brasil, já que os resultados desta 
pesquisa inicial mostra ser quase inexistente a discussão em torno do uso desta modalidade de 
 
 4
delineamento de pesquisa no campo da administração pública no país, ainda que, conforme se 
verá, não sejam poucos os autores que informam adotá-la nos estudos que desenvolvem. 
 
2. A pesquisa ou análise documental – aspectos conceituais, possibilidades e limites 
Se parecem ser diversas as percepções acerca da categorização ou do status da pesquisa 
documental enquanto delineamento de pesquisa, procedimento metodológico ou simples 
técnica de coleta de dados, o que permite afirmar ser este um conceito ainda em fase de 
discussão no campo científico em busca de elaboração mais refinada, alguns aspectos e 
características a respeito parecem ser convergentes, seja pelo amadurecimento teórico desta 
discussão, seja pelo aprendizado prático gerado pela sua aplicação científica, o que vem 
gerando um reconhecimento compartilhado acerca do potencial do uso e de análise dos mais 
diversos tipos de documentos por parte de diferentes campos disciplinares. 
Um primeiro aspecto a ser ressaltado quanto a esta percepção convergente diz respeito às 
origens e, portanto, a um uso mais disseminado da pesquisa documental no campo da história 
(CELLARD, 2008; MAY, 2004; BOSCHI, 1986; RAUPP & BEUREN, 2003; CUNHA, 
YOKOMIZO & BONACIM, 2010) e, ainda que em menor medida, também em outras áreas 
do conhecimento quando estas buscam olhar a realidade a partir de uma perspectiva histórica. 
O próprio título – “Pesquisa documental: escavações e evidências” – capítulo dedicado ao 
tema no livro de MAY (2004) é sugestivo a respeito. 
Mais que isso, a intimidade deste campo do conhecimento com o documento enquanto 
matéria-prima já engendrou, do ponto de vista epistemológico, importante crítica quanto ao 
uso e à maneira como os historiadores o percebem. Michel Foucault é referência praticamente 
obrigatória a respeito. Uma passagem d’A Arquelogia do Saber é bastante elucidativa a 
respeito desta mudança de percepção que permite que ao uso do documento a transposição 
dos limites impostos pelo seu uso como mera matéria bruta destinada ao resgate de uma 
memória idealizada para algo com o qual dialogamos, reconstruímos o conhecimento e 
reinterpretamos o mundo: 
 
(…) por uma mutação que não data de hoje, mas que, sem dúvida, ainda não 
se concluiu, a história mudou sua posição acerca do documento: ela 
considera como sua tarefa primordial, não interpretá-lo, não interpretar se 
diz a verdade nem qual é o seu valor expressivo, mas sim trabalhá-lo no 
interior e elaborá-lo: ela o organiza, recorta, distribui, ordena e reparte em 
níveis, estabelece séries, distingue o que é pertinente do que não é, identifica 
elementos, define unidades, descreve relações. O documento, pois, não é 
mais, para a história, essa matéria inerte através da qual ela tenta reconstituir 
o que os homens fizeram ou disseram, o que é passado e o que deixa apenas 
rastros: ela procura definir, no próprio tecido documental, unidades, 
conjuntos, séries, relações. É preciso desligar a história da imagem com que 
ela se deleitou durante muito tempo e pela qual encontrava sua justificativa 
antropológica: a de uma memória milenar e coletiva que se servia de 
documentos materiais para reencontrar o frescor de suas lembranças; ela é o 
trabalho e a utilização de uma materialidade documental (livros, textos, 
narrações, registros, atas, edifícios, instituições, regulamentos, técnicas, 
objetos, costumes etc.) que apresenta sempre e em toda a parte, formas de 
permanência, quer espontâneas, quer organizadas. O documento não é o feliz 
instrumento de uma história que seria em si mesma, e de pleno direito, 
memória; a história é, para uma sociedade, uma certa maneira de dar status e 
elaboração à massa documental de que ela não se separa (FOUCAULT, 
2008, pp. 7-8, grifos no original). 
 
 
 5
Outro aspecto no qual a posição parece convergente é dia respeito ao uma visão ampliada 
de documento que vai muito além dos registros escritos. Além da mencionada referência de 
Foucault a respeito, também outros autores, mesmo quando preocupados mais 
especificamente com a discussão metodológica sobre o uso da documentação escrita 
(CELLARD, 2008; MAY, 2004) ressaltam, exemplificando com ampla gama de exemplos, 
que a noção de documento não pode ficar restrita ao que está escrito. A arquitetura e as 
diversas linguagens ou formas de expressão das artes plásticas em geral são lembradas como 
constituindo riquíssimas fontes documentais. Mais do que o “escrito”, para o estudioso, todo e 
qualquer tipo de testemunho registrado constitui documentação que pode ser aproveitada 
(CELLARD, 2008). MAY (2004) refere ainda uma ampla lista de possibilidades, que varia 
entre muitas formas de registro escrito (por exemplo, desde anais de congressos até histórias 
orais) e não escrito (fotografias, por exemplo). 
Os autores por nós consultados parecem também convergir quanto ao ponto de vista de 
que a pesquisa documental baseada em variadas fontes garante maiores possibilidades para 
um sólido teste de hipóteses de trabalho, para o aprofundamento do conhecimento sobre o 
objeto, e para consolidar conclusões. Mas, mesmo o uso de uma única fonte ou tipode 
documento pode também abrir novas perspectivas e possibilitar múltiplas formas de 
investigação. É nesse sentido que, ainda no campo da história, dois exemplos são ilustrativos 
destas possibilidades. 
No primeiro caso (variadas fontes documentais), em seu estudo sobre os pobres na Idade 
Média, no qual a técnica da pesquisa documental foi de ampla envergadura mesmo 
considerando-se que “não se encontram fundos documentais específicos dos pobres em país 
algum”, MOLLAT (1989, 293) refere a utilização de extensa lista de fontes documentais tais 
como as relativas à assistência, e as de caráter administrativo, judiciário, literário, 
iconográfico, e cita, entre tantas outras, os “sermões, manuais de confessores, tratados de 
educação, obras espirituais, teológicas e canônicas, biografias, vidas de santos” (idem), isto 
apenas para citarmos algumas do conjunto de fontes que denominou como de caráter 
religioso. Já quanto à multiplicidade de perspectivas e interesses analíticos que um único tipo 
de fonte documental pode propiciar, o texto de BOSCHI (1986) é bastante ilustrativo já que 
nele o autor busca justamente 
 
descrever a experiência pessoal de pesquisa com um tipo de documento 
aparentemente hermético – os compromissos das irmandades mineiras – que, 
mesmo não tendo sido objeto de nosso trabalho, gerou uma mudança de 
perspectiva metodológica, além de abrir amplos e variados caminhos para 
outros projetos de pesquisa, ante a sua incontestável fertilidade informativa 
(BOSCHI, 1986, p. 61). 
 
Os autores aqui referidos buscam analisar ou mencionam a pesquisa documental com 
diferentes interesses. Em alguns casos, discutem centralmente a pesquisa documental de 
forma mais aprofundada no campo específico da história (CELLARD, 2008; BOSCHI, 1986), 
em outros olham o tema com interesse voltado ao potencial de seu uso na pesquisa em 
ciências sociais de uma forma geral (MAY, 2004; RAUPP & BEUREN, 2003; SÁ-SILVA, 
ALMEIDA & GUINDANI, 2009). Busca-se ainda alertar sobre os limites e as precauções da 
pesquisa documental para o adequado estudo das organizações (CUNHA, YOKOMIZO & 
BONACIM, 2010), ou então a pesquisa documental é simplesmente referida (sem interesse de 
aprofundamento específico a respeito) entre outras formas de delineamento de pesquisa na 
área da administração de uma forma geral (GIL, LICHT & OLIVA, 2005) ou entre outras 
modalidades de “estratégia qualitativa de pesquisa” no campo específico da administração 
pública e gestão social (HOCAYEN-DA-SILVA, ROSSONI & FERREIRA JÚNIOR, 2008). 
 
 6
Mas, mesmo que mencionados apenas por este ou aquele autor, nos parece importante 
ressaltar alguns outros aspectos por eles abordados de forma a melhor compreendermos o 
tema, ainda que nestes casos não se possa evidentemente falar em convergência (e nem em 
divergência) de pontos de vista. 
MAY, por exemplo, menciona que, frente a alguns problemas que, em termos práticos, 
limitam a pesquisa documental em variadas situações, é bastante frequente o uso deste 
delineamento de pesquisa de forma conjugada com outros (2004, p. 214). Na mesma linha, 
embora por razões diversas, GIL, LICHT & OLIVA (2005) alertam para alguns riscos do uso 
da documentação com fonte única de dados, sendo mais adequado adotá-la na forma de 
triangulação com outras formas de coleta de dados de forma a garantir-se maior 
confiabilidade ao estudo. Com o mesmo tipo de preocupação, CUNHA, YOKOMIZO & 
BONACIM (2010) nos alertam acerca de cinco tipos de “miopias” que a análise documental 
pode engendrar – a miopia do “contexto social”, do “conhecimento prévio”, do “conteúdo 
pré-estabelecido”, da “retórica” e da “fonte única de dados”, propondo estratégias de pesquisa 
que devem complementar a análise de documentos de forma a superarmos as limitações 
recorrentes da pesquisa documental. 
Embora ambos valorizem a pesquisa documental como relevante e promissor caminho 
para a pesquisa nas ciências sociais, tanto CELLARD (2008) quanto MAY (2004) chamam 
atenção para o fato de que os processos de procura e de seleção de documentos a serem 
analisados devem estar seguramente amparados na clara formulação das questões e das 
hipóteses de pesquisa. E, ainda que o próprio processo de contato com as fontes potencialize 
mudanças de rota (e é desejável que assim seja), a pesquisa documental fica comprometida ou 
é até mesmo inviabilizada se formos às fontes sem a devida clareza do que pretendemos 
buscar nelas. 
Outra questão diz respeito à confusão bastante comum que se faz entre a pesquisa 
bibliográfica, pesquisa ou análise documental, e ainda as técnicas de análise de conteúdo. 
Uma rápida busca de textos acadêmicos na internet por meio da ferramenta Google é 
ilustrativa a respeito desta confusão existente entre pesquisa documental e levantamento 
bibliográfico mencionada no estudo de RAUPP & BEUREN (2003, p. 89). Os esforços de 
categorização ou de tipificação dos documentos escritos pouco parecem ajudar acerca desta 
dificuldade, já que um texto acadêmico poder ser analisado sob vários pontos de vista e 
diferentes técnicas de abordagem. 
O estabelecimento das fronteiras e o uso de cada texto (e, portanto, também a forma 
como é analisado) depende assim do interesse do pesquisador, e não da natureza do 
documento. Uma coisa é o documento enquanto fonte (seja ele uma carta, uma lei ou um texto 
acadêmico), outra é a pesquisa documental que, ao estabelecer um “diálogo” entre sujeito e 
objeto, pode potencializar novos conhecimentos e mudanças de perspectivas. Nesse sentido, 
qualquer fonte de dados nada é em si mesma, mas parece poder se materializar em múltiplas 
possibilidades conforme os interesses e habilidades do pesquisador que busca explorá-la. 
 
2.1 Algumas pistas sobre a pesquisa documental no campo da administração pública 
e gestão social no Brasil 
Se estas e outras discussões parecem mais bem sedimentadas para historiadores ou outros 
estudiosos que adotam a perspectiva histórica, a crescente velocidade com que são 
produzidos, disponibilizados e com a qual circulam variados tipos de registros em diferentes 
suportes informacionais expande consideravelmente a facilidade do emprego da pesquisa 
documental nas diversas áreas do conhecimento. Com o advento da internet vem crescendo de 
forma muito rápida não apenas o volume de informações registradas, armazenadas, 
processadas, transmitidas, distribuídas, disseminadas ou simplesmente disponibilizadas para 
 
 7
consulta para serem acessadas por qualquer interessado em questão de instantes, mas 
multiplicam-se também as formas pelas quais as informações são organizadas para consulta. 
Além disso, as possibilidades relativas às mídias interativas permitem que em muitos 
casos quase se extingua o lapso de tempo entre a produção e a ampla disseminação de 
qualquer informação. Neste contexto de “hiperinformação”, tornam-se cada vez mais 
relevantes também as chamadas ferramentas de busca na internet que, desenvolvidas em 
vários formatos, talvez, devessem ser mais apropriadamente chamadas de ferramentas de 
seleção de documentos. O que fazem basicamente é, uma vez definidos os critérios de escolha 
pré-determinados, não mais do que selecionar e ordenar listas de documentos, nas mais 
diversas formas, aos quais o usuário pode ter acesso. 
Para o campo da administração pública, sobretudo na medida em que avançam as 
democracias, as pesquisas parecem ser cada vez menos limitadas por conta de eventuais 
dificuldades de acesso aos registros escritos. No caso brasileiro o avanço nesse sentido tem 
sido considerável, e tanto os levantamentos estatísticos quanto a maior parte dos atos 
administrativos são disponibilizados para consulta em prazo bastante breve. Com algumas 
poucas exceções – entre as quais é exemplo lapidar, infelizmente, a ainda persistente 
resistência à abertura dos arquivos da ditadura militar – o que predomina é a ampla 
disponibilidade das mais diversas fontes de consulta relativas ao ciclo orçamentário, aos 
trâmites de projetosde leis, aos dados sobre os mais diversos programas sociais etc., 
facilitando em grande medida o acompanhamento do cotidiano do poder público. 
Evidentemente, a abundância de fontes e a facilidade de acesso aos documentos em nada 
eliminam ou diminuem a necessidade de que sejam analisados desde uma perspectiva crítica, 
que busque uma adequada compreensão acerca do contexto social, político e cultural no qual 
são produzidos, sobre os autores (sejam instituições ou pessoas) e os interesses que 
representam, sobre a autenticidade e credibilidade dos dados que veiculam, sobre a natureza 
ou o papel social dos textos (ou seja, para que e a quem se destinam), e também algum 
domínio, ainda que básico, dos jargões, conceitos-chave, estrutura, e termos técnicos que 
contém (CELLARD, 2008) e, ainda, do próprio processo em que são produzidos. Enfim, a 
apreensão de sua lógica interna e da finalidade última de sua produção não pode ser 
menosprezada. 
A discussão sobre a pesquisa documental vem sendo pouco explorada na área da 
administração no Brasil. No caso da base bibliográfica da ANPAD, com a exceção do já 
referido trabalho de CUNHA, YOKOMIZO & BONACIM (2010), e a julgar pelos títulos dos 
textos localizados pela ferramenta de busca de sua página eletrônica, para os 14 anos (1997 a 
2010) para os quais estão disponibilizados os anais de seus encontros anuais em meio 
eletrônico, não localizamos nenhum outro trabalho no qual o interesse específico de 
investigação seja a análise documental. No campo da administração pública, a busca foi ainda 
mais detalhada, mas igualmente infrutífera 3. 
Apesar disso, conforme se verá na tabela 1, entre 2005 e 2009, em 28,5% dos trabalhos 
(192 em 673 casos) a pesquisa ou análise documental é referida pelos autores como 
delineamento, metodologia, ou técnica de coleta de dados empregadas nas investigações 
realizadas. Para esta contagem, foi utilizado como critério apenas a existência nos textos de 
alguma afirmação por parte de seus autores quanto ao emprego da pesquisa ou análise 
documental (aí incluídas algumas variações destas denominações). 
Usando critérios de seleção diferenciados e realizando análise mais minuciosa do que 
aqui foi possível, o trabalho de GIL, LICHT & OLIVA (2005), voltado à discussão da 
utilização de estudos de caso na pesquisa em administração, contabilizou 35 “pesquisas 
documentais” entre os 268 trabalhos apresentados no XXVI Encontro Nacional de Pós-
Graduação em Administração (ENANPAD), realizado em 2002, que os autores consideraram 
como resultantes de “produtos de pesquisa de campo, de laboratório ou documental”, 
 
 8
representando uma incidência de 13,1% neste total de artigos, percentual superado apenas 
pelos totais de publicações que adotaram delineamentos de pesquisa denominados pelos 
autores como “levantamentos” (117 ocorrências ou 43,6%) e como “estudos de caso” (90 
ocorrências ou 33,5%) (idem, 50-1) 4. Entretanto, analisando especificamente as “fontes de 
evidência utilizadas nos estudos de caso, os autores constataram que em todos os 77 casos 
para os quais há esclarecimento a respeito, ocorreu a utilização de “documentação”, sempre 
de forma conjugada a outras técnicas (entrevista, questionário, observação etc.) (ibidem, 52, 
tabela 3). Em parte, este emprego dúbio da idéia de documento ora como referência às fontes 
consultadas, ora como metodologia de pesquisa, pode ajudar a compreendermos porque, em 
tantas ocasiões, os autores referem-se à análise documental como técnica de pesquisa mesmo 
em situações em que a simples consulta a um outro documento ou mesmo referência 
bibliográfica é adotada de forma absolutamente lateral como um complemento para obtenção 
de uma outra informação. 
Por sua vez, o trabalho realizado por HOCAYEN-DA-SILVA, ROSSONI & FERREIRA 
JÚNIOR (2008), também relativo ao ENANPAD, e cobrindo a totalidade dos trabalhos 
apresentados para o período de 2000 a 2005 no que diz respeito apenas às subáreas de 
“administração pública” e “gestão social”, de um total de 549 artigos, classificou 318 como 
pesquisas do tipo qualitativo ou “multimétodos”. Entre estas, 177 (55,7%) foram 
caracterizadas pelos autores como estudos de caso, e outras 93 (ou 29,2%) como tendo 
utilizado a estratégia de pesquisa documental. 
Uma caracterização preliminar dos artigos por nós analisados, sem a pretensão de 
buscarmos contabilizar a incidência de algumas situações, já que esta não foi a proposta deste 
estudo, permite perceber que seguramente é considerável o número de pesquisas em 
administração pública e gestão social em que não é seguida nenhuma das estratégias 
preconizadas por MAY (2004) quanto à apresentação da forma como foram obtidos os dados, 
limitando-se, muitos deles, a meramente referir fontes de informação nas quais, em muitos 
casos, seguramente uma verificação minuciosa desautorizaria referência rigorosa ao emprego 
da análise documental. Outra evidência é a predominância dos estudos de casos entre os 
artigos que adotaram a pesquisa documental, em grande parte das situações de forma 
conjugada com entrevistas (e, em menor escala, com outras técnicas), seja com o intuito de 
que a pesquisa documental permita uma aproximação preliminar com o objeto de estudo, seja 
como forma de complementação de informações a partir da análise dos dados coletados por 
meio de outros procedimentos, e principalmente por meio de esforços concomitantes com a 
preocupação ou não do uso da triangulação para a confrontação dos achados. 
Ainda que, ao que parece, com menor incidência, também há estudos que utilizam apenas 
a análise de documentos como procedimento metodológico, e outros casos nos quais a 
pesquisa documental se vale de técnicas de análise de conteúdo para confrontar discursos e 
práticas, ou para a busca de evidências que permitam confrontar o objeto com modelos 
teóricos de interpretação da realidade preconizados por autores dedicados a esta ou aquela 
área de interesse. 
Vale mencionar, a título de exemplo, alguns artigos que, nos parecem, evidenciam um 
uso mais apurado da análise documental e maior cuidado na apresentação dos procedimentos 
adotados, ainda que eles não tenham sido incluídos na amostra aqui selecionada por terem 
sido publicados em encontros realizados em anos anteriores ao período aqui analisado. A 
pesquisa de SOUZA & SAMPAIO chama atenção por ter encadeado articuladamente a 
pesquisa documental com a realização de um survey: “A coleta de dados ocorreu em duas 
etapas e com diferentes finalidades. Na primeira para fundamentar, teoricamente, o assunto e 
mapear o Programa [objeto da pesquisa], foram coletados dados por meio de análise 
documental” (2002, p. 8). No mesmo sentido, o artigo de CHERMAN & TOMEI (2003) 
resultou de estudo que adotou ampla pesquisa documental como estratégia inicial que 
 
 9
delineou a investigação como um todo, servindo os documentos como fonte rica de material 
em si mesma e que orientaram a etapa seguinte do trabalho de campo, incluindo o desenho 
das entrevistas e a própria definição dos informantes-chave em cada organização pesquisada. 
 
3. Metodologia 
A pesquisa realizada para este artigo é exploratória quanto aos seus objetivos, qualitativa 
quanto à abordagem, e utiliza a pesquisa documental como principal procedimento 
metodológico. A pesquisa bibliográfica também é utilizada para embasar a seção teórica vista 
anteriormente. Cabe, agora, explicar o porquê da escolha do ENANPAD como fonte de 
artigos, como foram selecionados os trabalhos pesquisados e como foi feita sua análise. 
 
3.1. Foco no ENANPAD 
A ANPAD – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração foi 
criada em 1976 e é hoje o principal fórum acadêmico na produção e disseminação de pesquisa 
e conhecimento em ciências administrativas e contábeis no Brasil (ANPAD, 2010a). 
Uma de suas principais realizações são os encontros promovidos em torno de temas da 
administração. O maior e mais tradicional desses encontros é o ENANPAD, realizado 
anualmenteem setembro. A organização declara ser esse “o maior evento da comunidade 
científica e acadêmica de administração no país. [...] nos últimos três anos, em cada evento 
cerca de 3000 trabalhos nas diversas áreas temáticas foram submetidos à apreciação, dos 
quais, aproximadamente, 800 foram apresentados” (ANPAD, 2010b). 
A justificativa da escolha de artigos desse encontro como objetos de pesquisa também se 
dá pois uma das áreas temáticas, Administração Pública e Gestão Social (APS), tem como 
foco a gestão pública e social, distribuídos em 2009 em temas de pesquisa como relações 
entre Estado, administração pública, mercado e sociedade, federalismo, capital social, 
formulação e gestão de políticas públicas e sociais, accountability, entre muitos outros 
(ANPAD, 2010c). 
Para a realização desta pesquisa, foram escolhidos portanto artigos destes encontros, nos 
anos de 2005 a 2009. Optou-se por esse período pois foram cinco encontros seguidos em que 
a nomenclatura da área – Administração Pública e Social – foi mantida sem alterações, 
favorecendo a comparação de trabalhos. Esse procedimento será detalhado a seguir. 
 
3.2. Levantamento, leitura e classificação 
Os artigos foram pesquisados nas bases eletrônicas (CDs com os anais) e em seguida os 
artigos foram baixados do site da ANPAD (ANPAD 2010d, 2010e, 2010f, 2010g, 2010h). 
Dentre os artigos disponíveis na divisão APS, descrita acima, foram selecionados trabalhos 
que continham algumas das seguintes expressões: pesquisa documental, análise documental, 
documento, documentos. Houve uma leitura inicial para verificar se os termos efetivamente se 
referiam à metodologia da pesquisa, resultando no descarte de alguns trabalhos. 
De 686 artigos nessa divisão nestes cinco anos, em 192 os autores declararam utilizar 
alguma forma de pesquisa documental como parte de seus procedimentos de pesquisa. Assim, 
28,5% dos artigos a utiliza, conforme a seguinte distribuição para os anos selecionados: 
 
Tabela 1: distribuição de artigos na divisão APS com menção à pesquisa documental em 
sua metodologia 
Ano 2005 2006 2007 2008 2009 total 
Artigos em APS 125 133 150 154 111 673 
Com Pesquisa Documental 30 33 48 51 30 192 
Proporção 24,0% 24,8% 32,0% 33,1% 27,0% 28,5% 
Fonte: autoria própria com base em ANPAD (2010d, 2010e, 2010f, 2010g, e 2010h) 
 
 10
 
Optou-se por trabalhar de forma aprofundada com uma amostra de cinco textos 
selecionados aleatoriamente por ano, cuja relação se encontra em apêndice. Procedeu-se então 
à leitura crítica destes 25 textos, com ênfase no resumo, na introdução, na seção de 
metodologia (quando existente) e na apresentação dos dados e/ou resultados, para verificar se 
havia alguma menção ao uso dos documentos coletados. Essa leitura foi ajudada pelas 
ferramentas de busca de leitores de pdf, sempre pesquisando por termos como metodologia, 
documento, pesquisa, entre outros. Os resultados da leitura foram tabulados em planilha que 
já continha categorias previamente definidas, como explicado no próximo item. 
 
3.3 Categorias para análise 
A planilha continha três grandes itens, divididos em várias colunas: 
• identificação geral do trabalho; 
• visão geral da metodologia; 
• visão específica sobre o uso da pesquisa documental (cujas questões de análise vieram a 
partir da revisão teórica). 
Para identificação geral do trabalho, foram indicados o ano do trabalho, seu título, 
autores, resumo e questão de pesquisa. 
Para a visão geral da metodologia, foi resumida uma descrição da metodologia, qual sua 
abordagem (qualitativa, quantitativa, mista), e se houve o uso de outras técnicas em 
combinação à pesquisa documental. 
Finalmente, na visão específica sobre o uso da pesquisa documental buscou-se listar 
inicialmente se havia menção de preparação para a técnica, de como a técnica foi usada, da 
forma de análise dos documentos e de suas fontes. Além disso, foi feito um julgamento sobre 
a importância aparente da técnica quanto à metodologia do trabalho. Por último, queria-se 
saber se havia alguma menção de referência bibliográfica que justificasse ou desse base ao 
uso dessa técnica metodológica. 
É interessante detalhar como foi feito o julgamento da relevância da pesquisa documental 
frente à metodologia como um todo. A leitura de alguns poucos artigos já deixou claro que 
havia grande variação nesse ponto. Assim, classificou-se a importância em três níveis – como 
centro da pesquisa, como parte, ou como complemento. 
Entende-se que a pesquisa documental é centro da pesquisa quando um documento (ou 
um tipo de documento, como relatórios anuais e balanços sociais) é ponto fulcral do objetivo 
de pesquisa do artigo. Ademais, outras técnicas de pesquisa como entrevistas ou observação 
participantes não são utilizadas, ou o são de forma a complementar a análise do documento. 
Além disso, a descrição dos procedimentos com a pesquisa documental costuma ser 
detalhada. 
Dizer que a pesquisa documental é parte da metodologia corresponde a trabalhos em que 
há o uso de diversas técnicas de pesquisa – entrevistas, surveys, observação participante, 
análise de conteúdo, entre outras –, mas os documentos apresentam relevância em âmbito 
geral ou específico (por exemplo, para comparar com a visão de entrevistados). Há uma 
descrição minimamente consistente de como a técnica foi utilizada, no mínimo citando que 
documentos foram utilizados e sua fonte. 
Finalmente, artigos em que a pesquisa documental foi vista como complemento não 
costumam ir além de citar a técnica em seu resumo e/ou em sua seção metodológica. Muitas 
vezes nem são citados que documentos foram pesquisados nem como foi feita sua utilização5. 
Imagina-se que o autor apenas utilizou documentos variados que tiveram alguma utilidade 
para achar dados específicos ou complementar o que foi devidamente encontrado por meio de 
entrevistas e observação participante, sobretudo. Descritos os procedimentos desta pesquisa, 
passa-se a seguir ao relato dos dados encontrados. 
 
 11
4. Dados encontrados e análises 
Os temas dos artigos estudados eram os mais variados possíveis – análise de gestão 
pública, estudo orçamentários municipais, implementação e avaliação de políticas públicas, 
desafios da gestão social, problemas e estudos de casos em associações e fundações 
empresariais, análise do discurso da responsabilidade social empresarial, entre outros. 
A diversidade de temas também se refletiu na variação da qualidade e da profundidade da 
atenção dada à metodologia, em geral, e à pesquisa documental, em particular. 
 
4.1. Visão geral sobre metodologia 
Antes de entrar na discussão sobre a pesquisa documental, é interessante descrever 
brevemente como é a visão metodológica dos trabalhos em geral. 
 
Tabela 2: Tem seção específica para metodologia? 
Sim 19 
Não 6 
Total 25 
Fonte: autoria própria. 
 
As que não têm seção, em geral, descrevem a metodologia em um ou dois parágrafos ao 
final da introdução. Uma preocupação comum deste espaço era deixar claro a abordagem da 
pesquisa, conforme se vê na tabela a seguir. 
 
Tabela 3: Tipo de abordagem metodológica 
Qualitativa 22 
Mista, mas principalmente qualitativa 2 
Quantitativa 1 
Total 25 
Fonte: autoria própria 
 
Chama atenção o predomínio da abordagem qualitativa. Ainda não é possível dizer se 
isso é um viés da amostra selecionada, se é uma característica das pesquisas que fazem uso de 
documentos ou mesmo se é típico das pesquisas em geral em gestão pública e social. É 
interessante apontar também que 11 destes 25 artigos se caracterizam como estudo de caso 
(dos quais dez de caso único e apenas um de múltiplos casos), o que talvez ajude também a 
explicar a predominância dos artigos qualitativos. 
Um dos pontos mais interessantes é entender com que outras técnicas a pesquisa 
documental se combina 6. 
 
Tabela 4: Outras técnicas encontradas 
Observação 6 
Análise de conteúdo / de discurso 7 
Entrevistas 16 
Total 29 
Fonte: autoria própria 
 
É interessante notar que na seçãometodológica entrevistas e análise de conteúdo eram as 
técnicas mais detalhadas. Quando muitas vezes mal eram mencionados os documentos 
pesquisados, havia parágrafos e parágrafos explicando a seleção dos entrevistados, o roteiro 
de entrevista, as bases teóricas e procedimentais da análise de conteúdo etc. 
 
 12
Além disso, quando havia citação de fontes bibliográficas a fundamentar as técnicas de 
pesquisa, via de regras os textos vinham de suporte ou à pesquisa qualitativa em geral ou a 
estas duas técnicas – entrevistas e análise de conteúdo – em particular. Em apenas três textos 
se encontrou alguma menção de fonte bibliográfica relacionada à pesquisa documental. 
 
4.2. Sobre pesquisa documental 
Um primeiro aspecto a se observar é que os artigos, em sua grande maioria, não 
apresentam maior reflexão sobre a prática da pesquisa documental. Quando muito, há 
procedimentos descritos em algum nível de detalhe. Chama a atenção que apenas cinco 
mencionam algum tipo de preparação antes da pesquisa documental. 
É verdade que 15 descrevem algum tipo de cuidado na análise dos documentos, em 
especial os que declaram especificamente fazer uso da análise de conteúdo nos documentos7. 
Ainda assim, varia muito o nível de cuidado e detalhe com que tais ações são listadas. 
Quanto à fonte dos documentos, novamente se encontra uma situação quase precária. 
Quando há um esclarecimento, na grande maioria dos casos os documentos provém da 
organização estudada (muitas vezes de forma genérica – “foram utilizados documentos da 
organização X”, sem dizer de qual departamento, alçada, ou mesmo que tipo de documento). 
São raros os casos onde é possível precisar se as fontes são públicas ou privadas, ou ainda se 
são do tipo arquivado ou não-arquivado. 
 
4.3. Análise dos dados 
A partir das evidências encontradas, foi possível classificar os artigos nas categorias 
explicadas na seção metodológica, conforme se vê a seguir. 
 
Tabela 5: classificação dos artigos quanto à relevância da pesquisa documental 
Centro 5 
Parte 12 
Complemento 6 
Não é possível classificar 2 
Total 25 
Fonte: autoria própria 
 
Vê-se assim que a pesquisa documental apresenta alguma relevância na pesquisa em 
gestão social e pública, ainda que os cuidados com a descrição de sua aplicação deixem a 
desejar. Para além dessa classificação, é possível pensar em outros três aspectos que 
sobressaem na reflexão sobre os resultados encontrados: 
• Pesquisa documental como “dada” – em muitos artigos, parece não se sentir a 
necessidade de se detalhar essa técnica, seja por que não se considera relevante, seja por 
que nem se parou para pensar no assunto. A técnica é pequena parte no artigo como um 
todo, praticamente não há descrição de procedimentos ligados a ela, não deixa claro quais 
são os documentos, como foram selecionados ou analisados; 
• Pesquisa documental como centro em função do objeto de pesquisa – em alguns 
trabalhos, a maior atenção se explica pelo objetivo declarado. Aqui, por exemplo, se 
encontram a análise de relatórios, orçamentos, balanços – documentos padronizados e 
considerados como válidos e representativos de uma prática organizacional; 
• Pesquisa documental como suporte à análise de discurso – finalmente, alguns artigos 
fazem uso da pesquisa documental como fonte do texto que será analisado, mas com as 
considerações metodológicas focadas mais em análise de discurso do que em documento. 
 
 
 
 13
5. Considerações finais 
Este artigo procurou entender como a pesquisa documental vem sendo utilizada como 
procedimento metodológico em pesquisa nas áreas da gestão pública e social no Brasil, por 
meio da leitura de 25 artigos apresentados à divisão APS dos ENANPAD de 2005 a 2009. 
Viu-se que o uso desta técnica, geralmente associado a pesquisas qualitativas, é 
considerável, chegando a 28,5% dos artigos como um todo. Ainda assim, via de regra, dá-se 
pouca atenção à descrição de como este método é utilizado, muitas vezes nem citando que 
documentos foram consultados, qual sua origem ou como foram analisados. Há uma 
tendência de se focar mais nessa questão se o objetivo de pesquisa estiver diretamente 
relacionado a um documento, ou a um tipo de material específico – como relatórios anuais de 
organizações, planos estratégicas ou de ação e balanços sociais. 
Esta técnica costuma estar acompanhada de outras tradicionais da pesquisa qualitativa, 
como entrevistas, questionários e observação, além de por vezes ser parte da metodologia de 
estudos de caso. Há uma considerável associação também de pesquisa documental com 
análise de conteúdo, já que muitas vezes o que se quer de um documento específico é extrair 
dele um sentido, uma representação de um pensamento ou ideologia subjacentes. Nesse 
ponto, seria interessante que os livros e textos que abordam a pesquisa documental dessem 
mais atenção às técnicas e procedimentos de análise de seu conteúdo. 
As discussões feitas aqui não pretendem esgotar o assunto. Pelo fato de trabalhar com 
uma amostra selecionada, não é possível buscar uma generalização ou mesmo dizer se é 
possível perceber nitidamente alguma uma tendência ao longo dos últimos anos em qualquer 
direção - se de um uso mais ou menos rigoroso do método. Mesmo assim, considera-se que os 
pontos levantados a partir da leitura dos 25 artigos já trazem reflexões valiosas e que merecem 
maior aprofundamento. 
Como uma de suas principais contribuições, a pesquisa feita para esse artigo deixa 
algumas questões para aprofundamento em estudos futuros: 
• por qual razão há tão pouca preocupação em relatar em mais detalhes os procedimentos da 
pesquisa documental? Uma pesquisa de campo entrevistando pesquisadores da área 
poderia trazer resultados interessantes para iluminar essa questão. 
• como a ampliação no uso e na disseminação de novos meios tecnológicos tem impactado 
a pesquisa documental? Os novos formatos (vídeo, som, hipertexto etc.) têm sido 
considerados como fonte válida para pesquisa? Há base teórica nova sendo criada para o 
uso de tais recursos? 
• seria interessante também entender como essa técnica é ensinada nos cursos de pós-
graduação voltados à gestão pública e social. Isso poderia fazer parte de um estudo mais 
amplo sobre o ensino e uso de metodologia em pesquisa no Brasil. 
 
 
Referências 
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_____. ENANPAD 2005 – Trabalhos Apresentados. Disponível em: 
http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=subsecao&cod_edicao_subsecao=30&cod_eve
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 14
_____. ENANPAD 2006 – Trabalhos Apresentados. Disponível em: 
http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=subsecao&cod_edicao_subsecao=149&cod_e
vento_edicao=10. Acesso em 3/junho/2010e. 
_____. ENANPAD 2007 – Trabalhos Apresentados. Disponível em: 
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vento_edicao=33. Acesso em 3/junho/2010f. 
_____. ENANPAD 2008 – Trabalhos Apresentados. Disponível em: 
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vento_edicao=38. Acesso em 3/junho/2010g. 
_____. ENANPAD 2009 – Trabalhos Apresentados. Disponível em: 
http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=subsecao&cod_edicao_subsecao=506&cod_e
vento_edicao=45. Acesso em 3/junho/2010h. 
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de Recursos Humanos: o caso do Programa de Graduação Sanduíche para as Áreas 
Tecnológicas. Anais do Enanpad, 2002. 
 
 
 15
Figura 1: Apêndice – Relação de artigos analisados 
 
Nº / Ano / 
Ref. Enanpad Título Autor(es) 
1 / 2009 / 
APS378 
Nova Administração Pública: O Processo de Inovação 
na Administração Pública Federal Brasileira Visto pela 
Experiência do “Concurso Inovação na Gestão Pública 
Federal” 
Luciana Jacques Faria 
2 / 2009 / 
APS632 
Artifícios adotados pelos gestores associados à presença 
potencial do contingenciamento orçamentário e 
financeiro da união: a esfera de poder e o órgão de 
vinculação importam? 
José Antonio Gouvêa 
Galhardo, Cláudio Parisi, 
Anísio Candido Pereira, 
Aldy Fernandes da Silva 
3 / 2009 / 
APS729 
Instrumentos de política ambiental: uma abordagem 
crítica da articulação político-institucional para a sua 
implantação na gestão ambiental empresarial no Brasil 
Luis Peres Azevedo, 
Maria Gracinda Carvalho 
Teixeira 
4 / 2009 / 
APS1113 
Avaliação de desempenho na Polícia Militar do Espírito 
Santo José Dirceu Pereira 
5 / 2009 / 
APS1125 
As Demonstrações Contábeis previstas na Lei n° 
4.320/64: a análise de resultados como uma forma de 
contribuição ao Gestor Público em sua Tomada de 
Decisões 
Roseli Costa Bonifácio, 
Gabriela Bonifácio 
Cardoso, Paula Bonifácio 
Barcelos, Ernesto 
Fernando Rodrigues 
Vicente 
6 / 2008 / 
APSA383 
O Desafio da Formação do Policial Militar do Estado do 
Rio de Janeiro: Utopia ou Realidade Possível? Marcio Pereira Basilio 
7 / 2008 / 
APSB887 
Uma Análise Da Política Pública De Assistência 
Técnica E Extensão Rural Existente No Estado Do Rio 
De Janeiro Aos Produtores De Leite: O Caso Emater-
Rio 
Marcio Silva Borges, 
Renato Linhares de Assis 
8 / 2008 / 
APSB2367 
Análise do plano de desenvolvimento turístico no estado 
do maranhão: potencialidades e entraves na gestão de 
pólo turístico em município estratégico 
Saulo Ribeiro dos Santos, 
Maria Gracinda Carvalho 
Teixeira 
9 / 2008 / 
APSC2104 
Mineração de Gemas, APLs e Sustentabilidade: O Caso 
do APL de Opalas em Pedro II (Piauí) 
Bruno Milanez, José 
Antonio Puppim de 
Oliveira 
10 / 2008 / 
APSC3013 
Sustentabilidade Empresarial: Avaliação do Equilíbrio 
Socioeconômico e Ambiental da Empresa Natura 
Cosméticos S.A. 
Pedro Henrique Duarte 
Oliveira, Solange Garcia 
dos Reis 
11 / 2007 / 
APSA2261 
O Processo de Implantação da Gestão de Projetos em 
Órgãos Públicos: um Estudo de Caso na Prefeitura 
Municipal de Dourados/MS. 
Renato Fabiano Cintra, 
Saulo Fabiano Amâncio 
Vieira 
12 / 2007 / 
APSB1952 
Condicionantes para a Implementação de uma Política 
Ambiental – o Caso do Plano de Desenvolvimento 
Sustentável do Rio Grande do Norte 
Estela Najberg, Nelson 
Bezerra Barbosa 
13 / 2007 / 
APSC459 Fortalecimento institucional de organizações indigenas 
Vera Lúcia de Almeida 
Corrêa, Fernando Filardi 
14 / 2007 / 
APSA2046 
Governança em Redes: Estudo de Caso em uma Rede de 
Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de 
Rua 
Autoria: June Alisson 
Westarb Cruz, Roberta da 
Rocha Rosa, Roberto Ari 
Guindani, Tomas Sparano 
Martins 
15 / 2007 / 
APSC548 
Integração entre a Gestão Ambiental e o Planejamento 
Estratégico no Segmento de 
Petróleo e Gás 
Autoria: Luiz dos Santos 
Lins, Alessandra Magrini, 
Raimundo Nonato Sousa 
 
 16
da Silva 
16 / 2006 / 
APSB888 
A Política Pública de Turismo no Rio Grande do Norte: 
um Estudo dos Impactos Econômicos e Socioculturais 
na Grande Natal 
Autoria: Joyce de Souza 
Gonçalves, Lia Sales 
Serafim 
17 / 2006 / 
APSC1972 
Gestão de Recursos Humanos no Terceiro Setor: Um 
Estudo Descritivo das 
Organizações de Belo Horizonte 
Lilian Bambirra de Assis, 
Ivan Beck Ckagnazaroff, 
Débora Nacif de Carvalho 
18 / 2006 / 
APSB2493 
Um Modelo de Políticas Públicas Gerador de Renda, 
que Inclui os Marginalizados pela Informalização e 
Precarização do Trabalho: Uma Experiência Promovida 
pela Prefeitura Municipal de São Paulo. 
Autoria: Antonio Del 
Maestro Filho, Rogério 
Braga Silveira 
19 / 2006 / 
APSC2308 
Os Discursos da Responsabilidade Social nas 
Organizações e a Incorporação da 
Temática Ambiental: o Caso de Uma Empresa de 
Telefonia 
Alexandre de Padua 
Carrieri, Alfredo 
Rodrigues Leite-da-Silva, 
Thiago Duarte Pimentel, 
Diogo Junqueira de Castro
20 / 2006 / 
APSC576 
Responsabilidade Social Corporativa Segundo o Modelo 
de Hopkins: Um Estudo nas Empresas do Setor 
Energético do Nordeste Brasileiro 
Wilton de Medeiros 
Daher, Marcelle Colares 
Oliveira, Vera Maria 
Rodrigues Ponte, 
Bruno Cals de Oliveira 
21 / 2005 / 
APS-B1970 
O Grande ABC Paulista: Políticas Públicas e 
Perspectivas de Desenvolvimento de um Arranjo 
Produtivo do Plástico 
Marcia Marisa Corrêa, 
Eduardo de Camargo 
Oliva 
22 / 2005 / 
APS-C1142 
Benefícios do capital social: A experiência da Escola de 
Voluntários da Celpe 
Simone de Lira Almeida, 
Silze Anne Gonçalves 
Lins, Rezilda Rodrigues 
Oliveira 
23 / 2005 / 
APS-C906 
Programa Berimbau: Iniciativa Político-institucional de 
Regulação de Conflitos Socioambientais na Área de 
Influência de Costa do Sauípe-Ba 
José Célio Silveira 
Andrade, Maria Teresa 
Franco Ribeiro, Maria de 
Fátima Barbosa Góes, 
Fabiana Rezende Abreu 
24 / 2005 / 
APS-B2081 
A Aplicação do Conceito de Poder Brando (soft power) 
na Política Externa Brasileira 
Ronaldo Guimarães 
Gueraldi 
25 / 2005 / 
APS-C850 
Gestão Ambiental como Prática Social em uma 
Organização Produtora de Celulose: Uma Análise 
Interpretativa 
Beatriz Christo Gobbi, 
Mozar José de Brito 
Fonte: autoria própria 
 
1 Os autores e respectivos textos referidos são os seguintes: GIL, A. C. (Métodos e técnicas de pesquisa social. 
São Paulo: Atlas, 1999), que classifica a pesquisa documental como um entre sete possibilidades de 
delineamento de pesquisa; SANTOS, A. R. (Metodologia Científica: a construção do conhecimento. Rio de 
Janeiro: DP & A, 1999), cuja tipologia propõe a classificação das pesquisas “quanto aos objetivos”, “aos 
procedimentos de coleta”, na qual elenca a pesquisa a documental e outros nove procedimentos, e quanto às 
“fontes de informação”;e VERGARA, S. C. (Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São 
Paulo: Atlas, 1997), que classifica as pesquisas “quanto aos fins” (são seis tipos) e “quanto aos meios” (com dez 
tipos, entre os quais a documental). 
2 “Administração Pública e Gestão Social” foi a denominação adotada entre 2005 e 2009 pela Associação 
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad) para designar uma de suas divisões 
acadêmicas, na qual são apresentados os estudos que compreendem variada gama de preocupações temáticas 
relacionadas a questões que abrangem desde as relações Estado-sociedade e gestão das políticas públicas de uma 
forma geral até a administração das organizações e a gestão de iniciativas não-estatais com atuação na esfera 
pública, como é o caso daquelas vinculadas ao terceiro setor. 
 
 17
 
3 Para esta pesquisa, foram “baixados” os 1.302 artigos relativos à divisão de administração pública (e 
respectivas sub-áreas para os mesmos 14 anos, e com a ferramenta de localização disponibilizada pelo software 
Adobe Reader (versão 9.1.0) foram verificados todos os textos que contém a expressão-chave “document” (que 
permitiria localizar as palavras documento e documental inclusive nos textos também em inglês e espanhol). 
4 Os autores excluíram da amostra selecionada os 272 trabalhos publicados no mesmo ano que consideraram 
como ensaios: “Alguns dos trabalhos foram definidos por seus autores como pesquisas, mas não foram assim 
considerados no presente trabalho. Foram os trabalhos fundamentados apenas em fontes bibliográficas. Embora 
possam ser consideradas pesquisas num sentido amplo, devem ser mais apropriadamente definidas como ensaios. 
Apesar de existirem trabalhos elaborados exclusivamente a partir de fontes bibliográficas, há os que podem ser 
considerados como pesquisas rigorosamente científicas” (GIL, LICHT & OLIVA, 2005, 50). 
5 Pode-se argumentar que o fato dos artigos apresentados à ENANPAD terem tamanho limitado – no máximo 16 
páginas – faz com que em muitos trabalho a seção metodológica tenha seu tamanho reduzido. Ainda assim, 
acredita-se que este estudo mantém sua validade: os limites de páginas também fazem com que o autor do 
trabalho tenha que priorizar o que considera realmente relevante em seu trabalho, no mínimo demonstrando 
assim a pouca importância no cuidado em relatar os procedimentos da pesquisa documental. 
6 Praticamente todos os textos revisados citam também o uso da pesquisa bibliográfica de forma a embasar a 
parte teórica dos trabalhos. Pela sua ubiqüidade, não se considerou necessário promover essa discussão na parte 
principal deste artigo. 
7 Pois há alguns que fazem uso da análise de conteúdo para as entrevistas, e não para os documentos. 
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