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Livro de Edgard de Alencar Filho - CAP. 2 1 Indução Matemática 1.1 Elemento Mı́nimo de um Conjunto de Inteiros Definição 2.1 Seja A um conjunto de inteiros. Chama-se elemento mı́nimo de A um elemento a ∈ A tal que a ≤ x para todo x ∈ A. Representa-se pela notação “mı́nA”, que se lê: “mı́nimo de A”. Portanto, simbolica- mente: mı́nA = a⇔ (a ∈ A e (∀x ∈ A)(a ≤ x)). Teorema 2.1 Se a é elemento mı́nimo de A, então este elemento é único. Demonstração: Com efeito, se existisse um outro elemento mı́nimo b de A, teŕıamos: (i) a ≤ b, porque a = mı́nA (ii) b ≤ a, porque b = mı́nA Logo, pela propriedade anti-simétrica da relação de ordem natural “≤”em Z, temos a = b. O elemento mı́nimo de A, se existe, denomina-se também primeiro elemento de A ou menor elemento de A. Exemplo 2.1 O conjunto N = {1, 2, 3, ...} dos inteiros positivos tem o elemento mı́nimo, que é 1 (mı́nN = 1), porque 1 ∈ N e 1 ≤ n para todo n ∈ N. Exemplo 2.2 O conjunto A = {x ∈ Z|x > 12} tem o elemento mı́nimo, que é 13 (mı́nA = 13), porque 13 ∈ A e 13 ≤ x para todo x ∈ A. Exemplo 2.3 O conjunto Z− = {0,−1,−2,−3, ...} dos inteiros não positivos não tem o elemento mı́nimo, porque não existe a ∈ Z− tal que a ≤ x para todo x ∈ Z−. Exemplo 2.4 O conjunto A = {x ∈ N|3 divide x2} tem o elemento mı́nimo 3 (mı́nA = 3), porque 3 ∈ A (3 divide 9) e 3 ≤ x para todo x ∈ A (1��∈A e 2��∈A). 1.2 Prinćıpio da Boa Ordenação Todo conjkunto não vazio A de inteiros não negativos possui o elemento mı́nimo. Em outros termos, todo subconjunto não vazio A do conjunto Z+ = {0, 1, 2, 3, ...} dos inteiros não negativos (∅ 6= A ⊂ Z+) possui o elemento mı́nimo, isto é, simbolica- mente: (∀A ⊂ Z+, A 6= ∅)⇒ ∃ mı́nA Exemplo 2.5 O conjunto A = {1, 3, 5, 7, 11, ...} dos inteiros positivos ı́mpares é sub- conjunto não vazio de Z+(∅ 6= A ⊂ Z+). Logo, pelo “prinćıpio da boa ordenação”, A possui o elemento mı́nimo (mı́nA = 1). 1 Exemplo 2.6 O conjunto P = {2, 3, 5, 7, 11, ...} dos inteiros primos é um subconjunto não vazio de Z+(∅ 6= P ⊂ Z+). Logo, pelo “prinćıpio da boa ordenação”, P possui o elemento mı́nimo (mı́nP = 2). Teorema 2.2 (de Archimedes) Se a e b são dois inteiros positivos quaisquer, então existe um inteiro positivo n tal que na ≥ b. Demonstração: Suponhamos que a e b são dois inteiros positivos para os quais na < b para to inteiro positivo n. Então, todos os elementos do conjunto: S = {b− na|n ∈ N são inteiros positivos e, pelo “Prinćıpio da boa ordenação”, S possui o elemento mı́nimo, digamos mı́nS = b− ka. E como b− (k + 1)a pertence a S, porque S contém todos os inteiros positivos desta forma, temos: b− (k + 1)a = (b− ka)− a < b− ka isto é, b− ka não é elemento mı́nimo de S, o que é uma contradição. Logo, a propriedade archimediana é verdadeira. Assim, por exemplo: (i) se a = 2 e b = 11, então n = 6, porque 6 · 2 > 11. (ii) se a = 9 e b = 5, então n = 1, porque 1 · 9 > 5. 1.3 Prinćıpio de Indução Finita Teorema 2.3 Seja S um subconjunto do conjunto N dos inteiros positivos (S ⊂ N) que satisfaz as duas seguintes condições: (i) 1 pertence a S (1 ∈ S); (ii) para todo inteiro, positivo k, se k ∈ S, então k + 1 ∈ S. Nestas condições, S é o conjunto N dos inteiros positivos: S = N. Demonstração: Suponhamos, por absurdo, que S não é o conjunto N dos inteiros positivos (S 6= N) e seja X o conjunto de todos os inteiros positivos que não pertencem a S, isto é: X = {x|x ∈ N e x��∈S} = N− S. Então, X é o subconjunto não vazio de N(∅ 6= X ⊂ N) e, pelo Prinćıpio da boa ordenação existe o elemento mı́nimo x0 de X(mı́nX = x0). Pela condição (i), 1 ∈ S, de modo que x0 > 1 e, portanto, x0 − 1 é um inteiro positivo que não pertence a X. Logo, x0 − 1 ∈ S e, pela condição (ii), segue-se que (x0 − 1) + 1 = x0 ∈ S, o que é uma contadrição, pois, x0 ∈ X = N − S, isto é, x0��∈S. Assim sendo, X = ∅ e S = N. Consoante este Prinćıpio de indução finita, o único subconjunto de N que satisfaz às condições (i) e (ii) é o próprio N. 1.4 Indução Matemática Teorema 2.4 Seja P (n) uma proposição associada a cada inteiro positivo n e que satisfaz as duas seguintes condições: (i) P (1) é verdadeiro; 2 (ii) para todo inteiro positivo k se P (k) é verdadeira, então P (k + 1) tambám é verdadeira. Nestas condições a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. Demonstração: Seja S o conjunto de todos inteiros positivos n para os quais a proposição P (n) é verdadeira, isto é: S = {n ∈ N|P (n) é verdadeira } Pela condição (i), P (1) é verdadeira e, portanto 1 ∈ S. Pela condição (ii), para todo inteiro positivo k, se k ∈ S, então k + 1 ∈ S. Logo, o conjunto S satisfaz as condições (i) e (ii) do “Prinćıpio de indução finita”e, portanto, S = N, isto é, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. NOTA: O teorema 2.4 é geralmente denominado “Teorema da indução matemática”ou “Prićıpio de indução matemática”, e a demonstração de uma proposição usando-se este teorema chama-se “demonstração por indução matemática”ou “demonstração por indução sobre n”. Na “demonstração por indução matemática” de uma dada proposição P (n) é obri- gatório verificar que as duas condições (i) e (ii) são ambas satisfeitas. A verificação da condição (i) e geralmente muito fácil, mas a verificação da condição (ii) implica em demonstrar o teorema auxiliar cuja hipótese é: H : proposição P (k) é verdadeira , k ∈ N denominada “hipótese de indução”, e cuja tese ou conclusão é; T : proposição P (k + 1) é verdadeira. 1.5 Exemplos de Demonstração por Indução Matemática Exemplo 2.7 Demonstrar a proposição: P (n) : 1 + 3 + 5 + ... + (2n− 1) = n2, ∀n ∈ N Demonstração: (i) P (1) é verdadeira, visto que 1 = 12. (ii) A hipótese de indução é que a proposição: P (k) : 1 + 3 + 5 + ... + (2k − 1) = k2, ∀k ∈ N é verdadeira. Adicionando 2k + 1 em ambos os membros desta igualdade, obtemos: 1 + 3 + 5 + ... + (2k − 1) + (2k + 1) = k2 + (2k + 1) = (k + 1)2 isto significa que a proposição P (k + 1) é verdadeira. Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. Exemplo 2.8 Demonstrar a proposição: P (n) : 1 1 · 2 + 1 2 · 3 + 1 3 · 4 + ... + 1 n(n + 1) = n n + 1 ,∀n ∈ N. Demonstração: (i) P (1) é verdadeira, visto que 1 1·2 = 1 1+1 . 3 (ii) A hipótese de indução é que a proposição: P (k) : 1 1 · 2 + 1 2 · 3 + 1 3 · 4 + ... + 1 k(k + 1) = k k + 1 , k ∈ N é verdadeira. Adicionando 1 (k+1)(k+2) em ambos os membros desta igualdade, obtemos: 1 1 · 2 + 1 2 · 3 + 1 3 · 4 + ... + 1 k(k + 1) + 1 (k + 1)(k + 2) = k k + 1 + 1 (k + 1)(k + 2) = k2 + 2k + 1 (k + 1)(k + 2) = k + 1 k + 2 . isto significa que a proposição P (k + 1) é verdadeira. Logo, pelo ”Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. Exemplo 2.9 Demonstrar a proposição: P (n) : 3|(22n − 1),∀n ∈ N Demonstração: (i) P (1) é verdadeira, visto que 3|(22 − 1). (ii) A hipótese de indução é que a proposição: P (k) : 3|(22k − 1), k ∈ N é verdadeira. Portanto: 22k − 1 = 3q, com q ∈ Z o que implica: 22(k+1) − 1 = 22 · 22k − 1 = 4 · 22k − 1 = 4 · 22k − 4 + 4− 1 = 4 · (22k − 1) + 3 = 4 · 3q + 3 = 3(4q + 1) isto significa que a proposição P (k + 1) é verdadeira. Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. Exemplo 2.10 Desmonstrar a proposição: P (n) : 2n > n,∀n ∈ N Demonstração: (i) P (1) é verdadeira, visto que 21 = 2 > 1. (ii) A hipótese de indução é que a proposição: P (k) : 2k > k, k ∈ N é verdadeira. Portanto: 2 · 2k > 2k ou 2k+1 > k + k ≥ k + 1 o que implica: 2k+1 > k + 1, isto é, a proposição P (k + 1) é verdadeira. Logo, pelo “Teo- rema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivon. 4 1.6 Outras Formas da Indução Matemática Teorema 2.5 Seja r um inteiro positivo fixo e seja P (n) uma proposição associada a cada inteiro n ≥ r e satisfaz às duas seguintes condições: (i) P (r) é verdadeira. (ii) para todo inteiro k ≥ r, se P (k) é verdadeiro, então P (k+1) também é verdadeira. Nestas condições, P (n) é verdadeira para todo inteiro n ≥ r. Demonstração: Seja S o conjunto de todos inteiros positivos n para os quais a proposição P (r+n−1) é verdadeira, isto é: S = {n ∈ N|P (r + n− 1) é verdadeira } Pela condição (i), P (r) = P (r + 1 − 1) é verdadeira, isto é, 1 ∈ S. E, pela condição (ii), se P (r + k − 1) é verdadeira, então: P ((r + k − 1) + 1) = P (r + (k + 1)− 1) também é verdadeira, isto é, se k ∈ S, então k + 1 ∈ S. Logo, pelo “Teorema da indução finita”, se S é o conjunto dos inteiros positivos: S = N, isto é, a proposição P (r + n− 1) é verdadeira para todo n ∈ N, ou seja, o que é a mesma coisa, a proposição P (n) é ver- dadeira para todo inteiro n ≥ r. Exemplo 2.11 Demonstrar a proposição: P (n) : 2n < n!, ∀n ≥ 4. Demonstração: (i) P (4) é verdadeira, visto que 24 = 16 < 4! = 24. (ii) Suponhamos, agora, que é verdadeira a proposição: p(k) : 2k < k!, k ≥ 4 Então, por ser 2 < k + 1 para k ≥ 4, temos: 2k+1 < k! · (k + 1) ou 2k+1 < (k + 1)! isto é, a proposição p(k + 1) é verdadeira. Logo, pelo Teorema 2.5, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n ≥ 4. Obeserve que a proposição P (n) é falsa para n = 1, 2, 3, pois, temos: 21 > 1!, 22 > 2!, 23 > 3! Exemplo 2.12 Demonstrar a proposição: P (n) : n2 > 2n + 1,∀n ≥ 3. Demonstração: (i) P (3) é verdadeira, visto que 32 = 9 > 2 · 3 + 1 = 7. (ii) Suponhamos, agora, que é verdadeira a proposição: P (k) : k2 > 2k + 1,∀k ≥ 3. 5 Então, temos: k2 + (2k + 1) > (2k + 1) + (2k + 1) (k + 1)2 > 2(k + 1) + 2k ≥ 2(k + 1) + 6 e, portanto: (k + 1)2 > 2(k + 1) + 1 isto é, a proposição p(k + 1) é verdadeira. Logo, pelo Teorema 2.5, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n ≥ 3. Obeserve que a proposição P (n) é falsa para n = 1 e n = 2, pois, temos: 12 < 2 · 1 + 1 e 22 < 2 · 2 + 1. Teorema 2.6 Seja P (n) uma proposição associada a cada inteiro n e satisfaz às duas seguintes condições: (i) P (r) é verdadeira. (ii) para todo inteiro k, se P (1), P (2), ..., P (k) são todas verdadeiras, então P (k + 1) também é verdadeira. Nestas condições, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro n. Demonstração: Seja S o conjunto de todos inteiros positivos n para os quais a proposição P (n) é verdadeira, isto é: S = {n ∈ N|P (n) é verdadeira } Suponhamos, por absurdo, que S 6= N e seja X o conjunto de todos os inteiros positivos que não pertencem a S, isto é: X = {x|x ∈ N e x��∈S} = N− S Então, X é o subconjunto não vazio de N e, pelo ”Prinćıpio da boa ordenação”, existe o elemento mı́nimo j de X (mı́nX = j). Pela condição (i), 1 ∈ S, de modo que j > 1, e como j é o menor inteiro positivo que não pertence a S, segue-se as proposições P (1), P (2), ..., P (j − 1) são todas verdadeiras . Então, pela condição (ii), a proposição P (j) é verdadeira e j ∈ S, o que é uma con- tradição, pois, j ∈ X, isto é, j��∈S. Assim sendo, S = N e a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. Teorema 2.7 Seja r um inteiro positivo fixo e seja P (n) uma proposição associada a cada inteiro n ≥ r e satisfaz às duas seguintes condições: (i) P (r) é verdadeira. (ii) para todo inteiro k ≥ r, se P (m) é verdadeiro para todo m tal que r ≤ m < k, então P (k) é verdadeira. Nestas condições, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro n ≥ r. Demonstração: Seja S o conjunto de todos inteiros n ≥ r para os quais a proposição P (n) é falsa, isto é: S = {n ∈ N|n ≥ r e P (n) é falsa }. Suponhamos, por absurdo, que S é não vazio (S 6= ∅). Então, pelo “Prinćıpio da boa ordenação”existe o elemento mı́nimo j de S (mı́nS = j). 6 Pela condição (i), r��∈S, de modo que j > r, e por conseguinte P (m) é verdadeira para todo inteiro m tal que r ≤ m < j. Assim sendo, pela condição (ii), P (j) é verdadeira e j��∈S, o que é uma contradição, pois j ∈ S. Logo o conjunto S é vazio (S = ∅), e a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro n ≥ r. 7 EXERCÍCIOS 1. Demonstrar por “indução matemática”: (a) 12 + 22 + 32 + ... + n2 = n 6 (n + 1)(2n + 1),∀n ∈ N; (b) 13 + 23 + 33 + ... + n3 = n2 4 (n + 1)2,∀n ∈ N; (c) 12 + 32 + 52 + ... + (2n− 1)2 = n 3 (4n2 − 1),∀n ∈ N; (d) 13 + 33 + 53 + ... + (2n− 1)3 = n2(2n2 − 1),∀n ∈ N; (e) 1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + ... + n(n + 1) = n 3 (n + 1)(n + 2)∀n ∈ N; (f) 1 + 1 4 + 1 9 + ... + 1 n2 ≤ 2− 1 n ; (g) a + aq + aq2 + ... + aqn = a(qn+1 − 1) q − 1 , (q 6= 1)∀n ∈ N. 2. Demonstrar por “indução matemática”: (a) 2n < 2n+1,∀n ∈ N; (b) 2n > n2,∀n ≥ 5; (c) 2n > n3,∀n ≥ 10; (d) 4n > n4,∀n ≥ 5; (e) n! > n2,∀n ≥ 4; (f) n! > n3,∀n ≥ 6. 3. Demonstrar por “indução matemática”: (a) 2|(3n − 1),∀n ∈ N; (b) 6|(n3 − n),∀n ∈ N; (c) 5|(3n − 3n),∀n ∈ N; (d) 24|(52n − 1),∀n ∈ N; (e) 7|(23n − 1),∀n ∈ N; (f) 8|(32n + 7),∀n ∈ N. 4. Demonstrar que 10n+1− 9n+ 10 é um múltiplo de 81 para todo inteiro positicvo n. 5. Demonstrar que n3 3 + n5 5 + 7n 15 é um inteiro positivo para todo n ∈ N. 8 SOLUÇÃO DOS EXERCÍCIOS 1. a) Solução: Seja P (n) = 12 + 22 + 32 + ... + n2 = n 6 (n + 1)(2n + 1),∀n ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 1 6 (1 + 1)(2 · 1 + 1) = 6 6 = 1 = 12. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 12 + 22 + 32 + ...+k2 = k 6 (k+ 1)(2k+ 1),∀k ∈ N: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 12 + 22 + 32 + ... + k2 + (k + 1)2 = k + 1 6 (k + 2)(2k + 3),∀k ∈ N: “Tese”. De fato, 12 + 22 + 32 + ... + k2 + (k + 1)2 = k 6 (k + 1)(2k + 1) + (k + 1)2 = k(k + 1)(2k + 1) + 6(k + 1)2 6 = (k + 1)[k(2k + 1) + 6(k + 1)] 6 = (k + 1)(2k2 + 7k + 6) 6 = (k + 1)(k + 2)(2k + 3) 6 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. b) Solução: Seja P (n) = 13 + 23 + 33 + ... + n3 = n2 4 (n + 1)2,∀n ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 12 4 (1 + 1)2 = 4 4 = 1 = 13. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 13 + 23 + 33 + ... + k3 = k2 4 (k + 1)2,∀k ∈ N: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 13 + 23 + 33 + ... + k3 + (k + 1)3 = (k + 1)2 4 (k + 2)2,∀k ∈ N: “Tese”. De fato, 13 + 23 + 33 + ... + k3 + (k + 1)3 = k2 4 (k + 1)2 + (k + 1)3 = (k2)(k + 1)2 + 4(k + 1)3 4 = (k + 1)2(k2 + 4k + 4) 4 = (k + 1)2(k + 2)2 4 9 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. c) Solução: Seja 12 + 32 + 52 + ... + (2n− 1)2 = n 3 (4n2 − 1), ∀n ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 1 3 (4 · 12 − 1) = 3 3 = 1 = 12. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 12 +32 +52 + ...+(2k−1)2 = k 3 (4k2−1),∀k ∈ N: “Hipótese de Indução”. Então P (k+1) = 12+32+52+...+(2k−1)2+(2k+1)2 = (k + 1) 3 (4(k+1)2−1),∀k ∈ N: “Tese”. “Antes de tudo, note que (4n2 − 1) = (2n + 1)(2n− 1).” De fato, 12 + 32 + 52 + ... + (2k − 1)2 + (2k + 1)2 = (k) 3 (4k2 − 1) + (2k + 1)2 = (k) 3 (2k + 1)(2k − 1) + (2k + 1)2 = (k)(2k + 1)(2k − 1) + 3(2k + 1)2 3 = (2k + 1)[k(2k − 1) + 3(2k + 1)] 3 = (2k + 1)[2k2 − k + 6k + 3] 3 = (2k + 1)[2k2 + 5k + 3] 3 = (2k + 1)(k + 1)(2k + 3) 3 = (k + 1)(4k2 + 8k + 4− 1) 3 = (k + 1)[4(k + 1)2 − 1] 3 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. d) Solução: Seja P (n) = 13 + 33 + 53 + ... + (2n− 1)3 = n2(2n2 − 1),∀n ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 12(2 · 12 − 1) = 1 · 1 = 1 = 13. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 13+33+53+ ...+(2k−1)3 = k2(2k2−1),∀k ∈ N: “Hipótese de Indução”.Então P (k+1) = 13+33+53+...+(2k−1)3+(2k+1)3 = (k+1)2(2(k+1)2−1),∀k ∈ N: “Tese”. 10 De fato, 13 + 33 + 53 + ... + (2k − 1)3 + (2k + 1)3 = k2(2k2 − 1) + (2k + 1)3 = 2k4 − k2 + 8k3 + 12k2 + 6k + 1 = 2k4 + 8k3 + 11k2 + 6k + 1 = (k + 1)2(2n2 + 4n + 1) = (k + 1)2[2(n + 1)2 − 1] Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. e) Solução: Seja P (n) = 1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + ... + n(n + 1) = n 3 (n + 1)(n + 2)∀n ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 1 · 2 = 1·2·3 3 . Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + ...+ k(k + 1) = k 3 (k + 1)(k + 2)∀k ∈ N: “Hipótese de Indução”. Então P (k+1) = 1·2+2·3+3·4+...+k(k+1)+(k+1)(k+2) = (k + 1)(k + 2)(k + 3) 3 ∀k ∈ N: “Tese”. De fato, 1 · 2 + 2 · 3 + 3 · 4 + ... + k(k + 1) + (k + 1)(k + 2) = k 3 (k + 1)(k + 2) + (k + 1)(k + 2) = k(k + 1)(k + 2) + 3(k + 1)(k + 2) 3 = (k + 1)(k + 2)(k + 3) 3 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo inteiro positivo n. 2. a) Solução: Seja P (n) = 2n < 2n+1,∀n ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 21 = 2 < 4 = 2(1+1). Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 2k < 2k+1,∀k ∈ N: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 2(k+1) < 2k+2,∀k ∈ N: “Tese”. Por hipótese temos: 2k < 2k+1, multiplicando por 2 em ambos os lados temos: 2 · 2k < 2 · 2k+1 ⇒ 2(k+1) < 2(k+2) 11 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. b) Solução: Seja P (n) = 2n > n2,∀n ≥ 5. P (5) é verdadeira pois, 25 = 32 > 25 = 52. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 2k > k2, ∀k ≥ 5: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 2(k+1) > (k + 1)2,∀k ≥ 5: “Tese”. Para podermos provar essa proposição primeiro devemos provar que 2m > 2m + 1,∀m ≥ 5. Seja P (m) = 2m > 2m + 1,∀m ≥ 5. P (5) é verdadeira pois, 25 = 32 > 11 = 2 · 5 + 1. Devemos mostrar que se P (k′) vale, então também vale P (k′ + 1), ou seja: Se P (k′) = 2k ′ > 2k′ + 1,∀k′ ≥ 5: “Hipótese de Indução”. Então P (k′ + 1) = 2(k ′+1) > 2(k′ + 1) + 1 = 2k′ + 3,∀k′ ≥ 5: “Tese”. Por hipótese temos: 2k ′ > 2k + 1 e como 2k ′ > 2 para k′ > 1, então 2k ′ + 2k ′ > 2k + 1 + 2⇒ 2 · 2k′ > 2k + 3⇒ 2(k+1) > 2k + 3 Com isso demonstrado podemos continuar com a questão inicial. Ora, se por hipótese, 2k > k2, e pelo que acabamos de demonstrar, 2k > 2k + 1, temos: 2k + 2k > k2 + 2k + 1⇒ 2 · 2k > (k + 1)2 ⇒ 2(k+1) > (k + 1)2 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo n ≥ 5 ∈ N. c) Solução: Seja P (n) = 2n > n3,∀n ≥ 10. P (10) é verdadeira pois, 210 = 1024 > 1000 = 103. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 2k > k3, ∀k ≥ 10: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 2(k+1) > (k + 1)3,∀k ≥ 10: “Tese”. Sabemos que (k + 1)3 = k3 + 3k2 + 3k + 1, como por hipótese 2k > k3 devemos mostrar que 2k > 3k2 + 3k + 1,∀k ≥ 10. P (10) é verdadeira pois, 210 = 1024 > 331 = 3 · 102 + 3 · 10 + 1. Devemos mostrar que se P (m) vale, então também vale P (m + 1), ou seja: Se P (m) = 2m > 3m2 + 3m + 1,∀m ≥ 10: “Hipótese de Indução”. Então P (m + 1) = 2(m+1) > 3(m + 1)2 + 3(m + 1) + 1 = 3m2 + 9m + 7,∀m ≥ 10: “Tese”. 12 Por hipótese temos 2m > 3m2 + 3m + 1 ⇒ 2m > 3m2, logo nos resta provar que 2m > 9m + 7. P (10) é verdadeira pois, 210 = 1024 > 97 = 9 · 10 + 7. Se P (k) = 2k > 9k + 7,∀k ≥ 10: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 2(k+1) > 9(k + 1) + 7 = 9k + 7 + 9,∀k ≥ 10: “Tese”. Como por hipótese 2k > 9k + 7 e 2k > 9, para k ≥ 10, temos: 2k + 2k > 9k + 7 + 9⇔ 2(k+1) > 9k + 16. Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo n ≥ 10 ∈ N. d) Solução: Seja P (n) = 4n > n4,∀n ≥ 5. P (5) é verdadeira pois, 45 = 1024 > 625 = 54. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = 4k > k4, ∀k ≥ 5: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = 4(k+1) > (k + 1)4,∀k ≥ 5: “Tese”. Mostramos no item b que 2k > k2,∀k ≥ 5, logo: 2k > k2 ⇔ (2k)2 > (k2)2 ⇔ 22·k > k2·2 ⇔ (22)k > k4 ⇔ 4k > k4 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo n ≥ 5 ∈ N. e) Solução: Seja P (n) = n! > n2,∀n ≥ 4. P (4) é verdadeira pois, 4! = 24 > 16 = 42. Devemos mostrar que se P (m) vale, então também vale P (m + 1), ou seja: Se P (m) = m! > m2,∀m ≥ 4: “Hipótese de Indução”. Então P (m + 1) = (m + 1)! > (m + 1)2,∀m ≥ 4: “Tese”. De fato, (m + 1)! = m!(m + 1) = m ·m! + m! para m ≥ 4 > m! + m! que por hipótese é > m2 + m2 = m2 + m ·m para m ≥ 4 > m2 + 3m = m2 + 2m + m para m ≥ 4 > m2 + 2m + 1 = (m + 1)2 13 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo n ≥ 4 ∈ N. f) Solução: Seja P (n) = n! > n3,∀n ≥ 6. P (6) é verdadeira pois, 6! = 720 > 216 = 63. Devemos mostrar que se P (k) vale, então também vale P (k + 1), ou seja: Se P (k) = k! > k3,∀k ≥ 6: “Hipótese de Indução”. Então P (k + 1) = (k + 1)! > (k + 1)3,∀k ≥ 6: “Tese”. De fato, (k + 1)! = k!(k + 1) = k · k! + k! para m ≥ 6 > k! + k! que por hipótese é > k3 + k3 = k3 + k · k2 para m ≥ 6 > k3 + 4k2 = k3 + 3k2 + k2 = k3 + 3k2 + k · k para m ≥ 6 > k3 + 3k2 + 4k = k3 + 3k2 + 3k + k para m ≥ 6 > k+3k2 + 3k + 1 = (k + 1)3 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo n ≥ 6 ∈ N. 3. a) Solução: Seja P (n) = 2|(3n − 1), ∀n ∈ N. Devemos mostrar que 2 divide (3n − 1), mas mostrar isso é o mesmo que mostrar que (3n − 1) = 2q, com q ∈ N. P (1) é verdadeiro pois, 31 − 1 = 2. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja, Se P (k) = (3k − 1) = 2q,∀k, q ∈ N, então P (k + 1) = (3(k+1) − 1) = 2q′,∀k, q′ ∈ N. De fato, 3(k+1) − 1 = 3k · 31 − 1 = 3k · 31 − 1 = 2 · 3k + 3k − 1 usando a hipótese de indução = 2 · 3k + 2q = 2(3k + q) = 2q′ 14 Onde q e q’ são interios positivos. Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. b) Solução: Seja P (n) = 6|(n3 − n), ∀n ∈ N. Devemos mostrar que 6 divide (n3 − n), mas mostrar isso é o mesmo que mostrar que (n3 − n) = 6q, com q ∈ N. P (1) é verdadeiro pois, 13 − 1 = 0 e 0 divide 6. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = (k3 − k) = 6q,∀k, q ∈ N, então P (k + 1) = [(k + 1)3 − (k + 1)] = 6q′′,∀k, q′′ ∈ N. De fato, [(k + 1)3 − (k + 1)] = k3 + 3k2 + 3k + 1− k − 1 = (k3 − k) + 3k(k + 1) Por hipótese, (k3 − k) = 6q, e como k(k + 1) são dois inteiros consecutivos um dos dois é par, por exemplo k = 2q′, onde q′ ∈ N, dessa forma podemos reescrever a equação como: (k3 − k) + 3k(k + 1) = 6q + 3 · 2q′(2q′ + 1) = 6q + 6q′(2q′ + 1) = 6[q + q′(2q′ + 1)] = 6q′′ Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. c) Solução: Seja P (n) = 5|(8n − 3n),∀n ∈ N. 5|(8n − 3n)⇒ ∃q ∈ N; (8n − 3n) = 5q. P (1) é verdadeiro pois, 81 − 31 = 5 = 5 · 1. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = (8k−3k) = 5q,∀k, q ∈ N, então P (k+1) = (8k+1−3k+1) = 5q′,∀k, q′ ∈ N. 15 De fato, 8k+1 − 3k+1 = 8k · 81 − 3k · 31 = 8 · 8k − 3 · 3k = 5 · 8k + 3 · 8k − 3 · 3k = 5 · 8k + 3(8k − 3k) = 5 · 8k + 3(5q) = 5 · 8k + 5(3q) = 5(8k + 3q) = 5q′ Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. d) Solução: Seja P (n) = 24|(52n − 1), ∀n ∈ N. 24|(52n − 1)⇒ ∃q ∈ N; (52n − 1) = 24q. P (1) é verdadeiro pois, 52·1 − 1 = 24 = 24 · 1. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = (52k−1) = 24q,∀k, q ∈ N, então P (k+1) = (52(k+1)−1) = 24q′,∀k, q′ ∈ N.De fato, 52(k+1) − 1 = 52k+2 − 1 = 52k · 52 − 1) = 25 · 52k − 1 = 25(52k + 1− 1)− 1 = 25(24q + 1)− 1 = 25 · 24q + 25− 1 = 25 · 24q + 24 = 24 · 25q + 24 = 24(25q + 1) = 24q′ Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. e) Solução: Seja P (n) = 7|(23n − 1),∀n ∈ N. 7|(23n − 1)⇒ ∃q ∈ N; (23n − 1) = 7q. P (1) é verdadeiro pois, 23·1 − 1 = 8− 1 = 7 = 7 · 1. 16 Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = (23k− 1) = 7q,∀k, q ∈ N, então P (k+ 1) = (23(k+1)− 1) = 7q′,∀k, q′ ∈ N. De fato, 23(k+1) − 1 = 2(3k+3) − 1 = 23k · 23 − 1 = 8 · 23k − 1 = 7 · 23k + 23k − 1 = 7 · 23k + 7q = 7(23k + q) = 7q′ Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. f) Solução: Seja P (n) = 8|(32n + 7),∀n ∈ N. 8|(32n + 7)⇒ ∃q ∈ N; (32n + 7) = 8q. P (1) é verdadeiro pois, (32·1 + 7) = 32 − 1 = 8 = 8 · 1. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeiro também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = (32k + 7) = 8q,∀k, q ∈ N, então P (k+ 1) = (32(k+1) + 7) = 8q′,∀k, q′ ∈ N. De fato, 32(k+1) + 7 = 32k+2 + 7 = 32k · 32 + 7 = 9 · 32k + 7 = 8 · 32k + 32k + 7 = 8 · 32k + 8q = 8(32k + q) = 8q′ Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. 4. Solução: 10n+1−9n−10 é um múltiplo de 81 se, e somente se, ∃q ∈ N; 10n+1−9n−10 = 81q. P (1) é verdadeira pois, 101+1 − 9 · 1− 10 = 102 − 9− 10 = 100− 19 = 81 = 81 · 1. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: 17 Se P (k) = 10k+1 − 9k − 10 = 81q com k e q interios positivos. Então P (k + 1) = 10k+2 − 9(k + 1)− 10 = 81q4 com k e q4 interios positivos. De fato, 10k+2 − 9(k + 1)− 10 = 10 · 10k+1 − 9(k + 1)− 10 = 9 · 10k+1 + 10k+1 − 9k − 9− 10 = 9 · 10k+1 − 9 + (10k+1 − 9k − 10) = 9(10k+1 − 1) + 81q Para continuar a desmonstração, mostremos que 10k+1 − 1 é múltiplo de 9. 10n+1 − 1 é um múltiplo de 9 se, e somente se, ∃q1 ∈ N; 10n+1 − 1 = 9q1. P (1) é verdadeira pois, 101+1 − 1 = 102 − 1 = 100− 1 = 99 = 9 · 11. Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = 10k+1 − 1 = 9q2 com k e q2 interios positivos. Então P (k + 1) = 10k+2 − 1 = 9q3 com k e q3 interios positivos. De fato, 10k+2 − 1 = 10 · 10k+1 − 1 = 9 · 10k+1 + 10k+1 − 1 = 9 · 10k+1 + 9q2) = 9(10k+1 + q2) = 9(q3) Portanto: 9(10k+1 − 1) + 81q = 9(9q3) + 81q = 81q3 + 81q = 81(q3 + q) = 81q4 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. 5. Demonstrar que n3 3 + n5 5 + 7n 15 é um inteiro positivo para todo n ∈ N. Solução: Note que n3 3 + n5 5 + 7n 15 = 5n 3+3n5+7n 15 , portanto basta provar que o numerador é múltiplo de 15, ou seja, demonstrar que 5n3 + 3n5 + 7n = 15q, com q ∈ N. P (1) é verdadeira pois, 5 · 13 + 3 · 15 + 7 · 1 = 5 + 3 + 7 = 15 = 15 · 1. 18 Supondo ser verdadeira para um k qualquer, mostremos que é verdadeira também para (k + 1), ou seja: Se P (k) = 5k3 + 3k5 + 7k = 15q com k e q interios positivos. Então P (k+1) = 5(k+1)3+3(k+1)5+7(k+1) = 15q1 com k e q1 interios positivos. De fato, P (k + 1) = 5(k + 1)3 + 3(k + 1)5 + 7(k + 1) = 5(k3 + 3k2 + 3k + 1) + 3(k5 + 5k4 + 10k3 + 10k2 + 5k + 1) + 7k + 7 = 5k3 + 15k2 + 15k + 5 + 3k5 + 15k4 + 30k3 + 30k2 + 15k + 3 + 7k + 7 = (5k3 + 3k5 + 7k) + 15k4 + 30k3 + 45k2 + 30k + 15 = 15q + 15(k4 + 2k3 + 3k2 + 2k + 1) = 15(q + k4 + 2k3 + 3k2 + 2k + 1) = 15q1 Logo, pelo “Teorema da indução matemática”, a proposição P (n) é verdadeira para todo ∀n ∈ N. 19
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