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BCMOL I Bioquímica Lucas Silva AMINOÁCIDOS Estrutura dos Aminoácidos: • Todos os AA PRIMÁRIOS, exceto a Glicina, o carbono alfa liga-se a quatro grupos substituintes diferentes. • Apresenta grupo funcional carboxila, grupo amina hidrogênio e um radical. Obs.: Para ser considerado aminoácido os radicais carboxila e amino devem estar ligados ao mesmo cabano, o carbono alfa. Não é um Aminoácido • São ácidos orgânicos formados por C, H, O e N • Alguns AA contém átomos diferenciados como Enxofre e Fosforo. • Aminoácidos Primários = Estão presentes em TODAS as proteínas. (20 tipos) • A ramificação/radical é considerada a Identidade Química dos aminoácidos, sendo uma ramificação especifica para cada tipo de AA. Funções do Aminoácidos: • A identidade química dos AAs determina sua função e importância biológica. • É sempre a conformação química da molécula que dá sua unção biológica em uma célula, tecido, sistema e organismo. • Unidade formadora das proteínas • Formação de peptídeos e fosfolipídios -> Importantes na formação de neurotransmissores. (Glutamato, Aspartato e Glicina) • Unidade precursoras de oxiácidos, glicose, nucleotídeos aminas biológicas creatinina e complexo N. • Desempenham o papel de moléculas de transporte para grupos aminos. • Percursores de Histamina, Dopamina e Piroxina. Classificação dos Aminoácidos Quanto a composição proteica: Existem cerca de 300 AA não-primários, responsáveis pela composição das proteínas. • Primários: Estão presentes obrigatoriamente, na composição de TODAS as proteínas. 20 tipos. Ex.: Valina, Glicina e Leucina Serina, Fenilalanina • Não-primários: Participam da composição de apenas algumas proteínas. Obs.: As doenças que envolvem o metabolismo de Aas estão relacionadas aos aminoácidos primários. Quanto à capacidade de síntese: • Aminoácidos não-essenciais: São aqueles que a partir do alimento ingerido, o organismo de um animal consegue sintetizar. • Aminoácidos essenciais: São aqueles que o organismo animal não consegue sintetizar. São adquiridos pela dieta. Obs.: Não confundir a classificação “primaria x não- primaria” com a classificação “essencial x não-essencial” que está relacionada com a capacidade de produção e não coma relevância do mesmo. Quanto à sua modificação: • Modificações pós-sintéticas: Alteração ocorrem após a síntese proteica. o 4-hidroiprolina (colágeno) o 5-hidroxilisina (colágeno) o 6-N-metil-lisina (miosina) o Gama-carboiglutamato (protrombina) o Desmosina (elastina) • Modificações pré-sintéticas: As alterações ocorrem antes da síntese proteica. o Selenocisteína: Selênio ao invés de Enxofre na Cys. Derivado da Serina durante a síntese proteica. ➔ Outras modificações: Fosforilação, Hidroxilação, Carboxilação, Acetilação, Metilação, Glicosilação, Pontes dissulfetos. BCMOL I Bioquímica Lucas Silva Quanto ao destino metabólico: • Glicogênicos: Podem ser transformados em glicose. Ex.: Alanina, Arginina, Metionina, Cisteína, Cistina, Histidina, Treonina e Valina. • Glicocetogênicos: Podem se transformar em glicose ou em corpos cetônicos. Ex.: Fenilalanina, Tirosina Triptofano, Isoleucina e Lisina. • Cetogênicos: Podem se transformar em corpos cetônicos. Ex.: Leucina Importância Biológica para a Estereoisomeria: • Aspecto químico: apresenta Carbono Quiral (4 ligantes simples diferentes) ➔ Estereoisomeros: Essas substâncias se apresentam aos pares (pares enantiômeros) e apresentam atividade óptica. ➔ São chamados Dextrogiros e Levogiros. ➔ Funcionam como um espelho, um sendo a imagem especular do outro. L-Isômero: Desvia plano da luz para a esquerda. D-Isômero: Desvia o plano da luz para a direita. • Aspecto biológico: ➔ A estereoisomeria afeta a característica biológica da estrutura, sendo fundamental para a indústria farmacêutica. ➔ Nosso corpo apresenta receptores quirais específicos para cada enantioma. ➔ Reações químicas comuns produzem misturas racêmicas dos isômeros D e L. ➔ O corpo humano os detecta como substancias completamente diferentes. Obs.: Muitas drogas são sintetizadas como misturas racêmicas, embora apenas um dos enantiomeros tenha atividade biológica e farmacológica. Alguns podem até serem prejudiciais ao organismo ➔ Talidomida – Efeitos teratogênicos. O uso da mistura racêmica na Talidomida provoca má formação fetal devido a presença do estereoisômero S. Por isso é fundamental promover a separação da mistura para obtenção do isômero com efeito farmacológico. Estereoisomeria nos a-aminoácidos As células podem sintetizar especificamente os isômeros L dos AAs, por que os sítios ativos das enzimas são assimétricos, o que leva à estereoespecificidade das reações por elas catalisadas. ➔ Todos os AA presentes nas proteínas humanos são os estereoisômeros L. o L-aminoácidos ➔ Os estereoisômeros D desemprenham outras funções bioquímicas no organismo. Classificação dos aminoácidos - Grupo R: BCMOL I Bioquímica Lucas Silva • O Grupo R é de extrema importância pois dá identidade ao aminoácido, que repercute na sua função biologia. • Influi na polaridade, na carga elétrica, na solubilidade e no tamanho molecular dos aminoácidos. Muito importante para a interação do AA na proteína, no meio aquoso e no reconhecimento. ➔ Momento dipolar diferente de zero. ➔ A presença de N, O, S é um indicativo de Polaridade e a não presença é conclusivo para a Não-polaridade. Característica da Polaridade: • Presença de Hidrogênio ligado a um elemento com grande eletronegatividade, como Oxigênio e Nitrogênio. (Ponte de Hidrogênio) • O aminoácido para ser polar, além de apresentar elementos eletronegativos no radical, precisa realizar interação de hidrogênio com a água. • A polaridade dos AAs estará sempre relacionada com o Grupo Radical. Carga residual negativa: elemento mais EN. Carga residual positiva: elemento menos EN. OBS.: A PRESENÇA DE ELEMENTO ELETRONEGATIVO NÃO É CONCLUSIVO PARA DETERMINAR A POLARIDADE DO AMINOACIDO. Grupos R apolares, Alifáticos Aminoácidos Hidrofóbicos: • Têm essencialmente cadeias laterais apolares, que interagem pouco ou nada com a água. • Nas proteínas estão quase sempre localizados no interior hidrofóbico onde não interagem com água. Ou na superfície quando em ambientes hidrofóbicos. • Como não tem grupamentos funcionais reativos, as cadeias laterais hidrofóbicas raramente participam na catalise de reações químicas. • Não recebem nem doam prótons Grupos R apolares, aromáticos • Apresenta cadeias laterais aromáticas • São relativamente apolares(hidrofóbicos) • Participam de interações hidrofóbicas • O rupo hidroxila da Tirosina pode formar ligações de hidrogênio e é um importante grupo funcional para algumas enzimas. • A Tirosina e o Triptofano são relativamente mais polares que a Fenilalanina. Grupos R, Polares carregados negativamente (ÁCIDOS) • A carboxila ionizada sempre terá carga negativa. • Doadoras de prótons • A presença do Grupo Carboxila, mesmo que não ionizado, caracteriza o AA como Polar com Caga Negativa ou Acido. • No meio biológico se ionizam facilmente adquirido carga negativa. • Ác. Aspártico e Ác. Glutâmico BCMOL I Bioquímica Lucas Silva Grupos R carregados positivamente (BASICOS) • A amina ionizada sempre terá carga positiva. • Receptoras de prótons • A presença do Grupo Amina, mesmo que não ionizado, caracteriza o AA como Polar com Carga Positiva ou Básico. • No meio biológico se ionizam facilmente adquirido a carga positiva. • Arginina, Histidina e Lisina. Grupos R, Polares não-carregados: • Solubilidade intermediaria em água • Formam pontes de hidrogênio com a água. • Serina e Treonina – Grupo hidroxila • Cisteina – Grupo sulfidrila • Asparagina e Glutamina – Grupo amida OBS.: PONTES DISSULFETO.Ionização dos Aminoácidos: Íon Dipolar – Zwitterion • Grupos ionizáveis (-COOH e -NH2) • Perda do Hidrogênio ionizável na forma de um próton (H+) • A carboxila DESPROTONOU (Perde próton) • A amina PROTONOU (Ganha próton) • Formação de um íon zwitterion Desprotonar: Perder próton H+ Protonar: Ganhar próton H+ • Esses grupos ionizáveis podem perder ou ganhar elétrons a depender do ambiente químico. • Uma representação não ionizada de qualquer grupo funcional respeita o numero de valência correto de cada átomo. BCMOL I Bioquímica Lucas Silva Ação ácida ou básica dos Aminoácidos. • Substancias Anfóteras: Podem funcionar tanto como ácido ou base. • Doam (ÁCIDO) prótons - Desprotonação • Recebem (BASE) prótons – Protonação Obs.: O aminoácido pode se comportar como acido ou base dependendo do meio reacional. • pH muito ácido = Protonados • pH muito alcalino = Desprotonados o Ambiente acido = Se comporta como Base. (Reação com um ácido) o Ambiente básico = Se comporta como Ácido. (Reação com uma base) pKa = Valor de pH para Desprotonação: • Constante de equilíbrio de ionização • Para cada agrupamento de AA existira um pK responsável em dizer se a substancia está mais favorável ou não a doar prótons. o Os pK são ESPECIFICOS para cada grupo ionizável. • pH em que o grupo ionizável sofre desprotonação pela adição de BASE • A desprotonação dos grupos ionizáveis ocorre em pH específicos • Ao adicionar base (OH), o aminoácido vai tentar tamponar a base doando prótons da Carboxila até um certo limiar. • Após o limiar, quando não há mais carboxila para doar prótons a doação será feita pelo agrupamento amina. Obs.: Se o grupo ionizável já estiver na sua forma estável ele não irá desprotonar. Obs.: Via de regra, os grupos aminos desprotonam em valores de pH maiores de 7 e os grupos carboxila em valões menores de 7. Ponto isoelétrico dos aminoácidos • Cada grupo ionizável possui seu próprio pH de desproteção. • Valor do pH onde o aminoácido apresenta carga elétrica igual a zero. o pK1 = Valor de pH onde ocorre a Desprotonação da Carboxila Alfa o pK2 = Valor de pH onde ocorre a Desprotonação da Amina Alfa o pkR = Valor de pH onde ocorre a Desprotonação do Grupo Radical ➔ Cálculo do valor do Ponto Isoelétrico • Valor de pH onde ocorre a Desprotonação da Carboxila e a Protonação do Amina • O valor do pI depende dos grupos radicais ligados ao aminoácido. • Determina apenas a condição de pH para a carga ser ZERO. • Para determinar o calculo a se usar deve-se olhar a conduta do radical: Se reage com água, se é acido ou se é básico. BCMOL I Bioquímica Lucas Silva ➔ Exemplo de pI para aminoácidos Neutros: ➔ Exemplo de pI para aminoácidos ácidos: ➔ Exemplo de pI para aminoácidos básicos: Eletroforese de Aminoácidos: • Técnica experimental de separação de aminoácidos com diferentes cargas e peso molecular em um determinado valor de pH. • Quanto maior o peso molecular maior a velocidade de migração. ➔ Comportamento eletroforetico Funções biológicas dos Aminoácidos: • Tirosina e Fenilalanina o Norepinefrina (noradrenalina) e epinefrina (adrenalina) – Estimulantes o Epinefrina – Hormônio do “voe ou lute” ✓ Provoca liberação de glicose e outros nutrientes no sangue e estimula a função cerebral. • Triptofano: o Serotonina: Calmante. Níveis muito baios de serotonina estão associados com a depressão. Níveis extremamente altos podem produzir um estado maníaco. BCMOL I Bioquímica Lucas Silva ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DOS AMIOÁCIDOS PRIMÁRIOS ➔ Glicina: Único AA sem carbono quiral. Duas ligações com o Hidrogênio. Não forma estereoisômeros ópticos. ➔ Fenilalanina: Cadeia lateral constituída de um grupamento apolar ➔ Cisteína: Cadeia lateral polar e não-carregada ➔ Acido aspártico: Cadeia lateral com grupo negativo. Em meio aquoso tem caráter acido -> Carboxila no radical. ➔ Lisina: Cadeia lateral com grupo positivo. Em meio aquoso tem caráter básico -> Amino no radical.
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