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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: GENÉTICA MOLECULAR
Anna Maria Fernandes da Luz1
Pedro Henrique Santos Aguiar1
Shayenne Eduarda Costa Sampaio1
Seminário:
Histórico Pré-Mendeliano
São Luís
2021
1Discente da Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Maranhão
Sumário:
1. Introdução
2. Hipócrates
3. Aristóteles
4. Galeno
5. René Descartes
6. Maupertuis
7. Buffon
8. Bonnet
9. Herbert Spencer
10. Charles Darwin
11. Referências
1. Introdução
A genética é um ramo da biologia que realiza estudos acerca da hereditariedade, interferindo
em áreas de estudo como a Evolução, Taxonomia, Biotecnologia, Ecologia, Fisiologia e
Embriologia. Antes dos conceitos conhecidos e utilizados atualmente do ramo da Genética,
apresentados por Gregor Mendel, outros precursores dos conhecimentos acerca da
hereditariedade já levantavam hipóteses para responder às indagações relacionadas. Questões
eram levantadas desde a Grécia antiga, sendo os seus levantamentos a base de teorias
levantadas posteriormente e do que sabemos hoje, já que a elaboração de teorias sobre os
mecanismos de passagem de características de uma geração para outra era o tópico a ser
compreendido.
2. Hipócrates
Para explicar a semelhança de pais e filhos usou a ideia de que a "semente" dos seres
provinha de todas as partes do corpo, sendo levada para os órgãos sexuais através dos
humores. Sendo quatro os humores fundamentais: sangue, bílis amarela, bílis preta e linfa ou
fleuma. A teoria que o material espermático vem de todas as partes do corpo de ambos os
pais é denominada pangênese e foi aceita e questionada durante muitos anos pelos cientistas.
A determinação do sexo se da pelas secreções masculinas e femininas variantes (forte ou
fracas). O homem e as mulheres possuem tanto sementes masculinas quanto femininas.
Tenta explicar a hereditariedade com a alegação:
"Se parte qualquer do corpo do homem/mulher fornecer mais a semente que a da mãe/pai,
a parte correspondente do filho parecerá com o pai/mãe" incluindo as partes saudáveis e não
saudáveis.
3. Aristóteles
Constata que a maioria dos animais emite um líquido, e os diferencia entre sêmen para
homens e fluxo mensal nas mulheres; argumenta que sem o líquido masculino a fêmea não
apresenta uma concepção viável. Tenta refutar a teoria da existência de um ser já pronto na
semente e a ideia do calor ou frio alterarem o sexo do embrião; Não consegue derrubar em
definitivo a ideia da pangense.
4. Galeno
Assim como Aristóteles, relaciona a definição do sexo com o calor e o frio (machos
superiores as fêmeas por ser mais quente); Admite que a mulher emite sêmen, mas que
necessita do sêmen masculino para conceber (relaciona com aves); Atribui ao lado do
testículo tanto masculino como feminino(ovários) a influência no sexo, sendo o lado direito
produtor de machos, devido sua maior vascularização sanguínea.
5. René Descartes
Apesar de Descartes não ter trabalhado especificamente com a questão da geração e não ter
esclarecido de forma direta a dúvida sobre o sêmen, ele contribui com o questionamento feito
acerca da atuação da alma sobre o corpo, ou seja, ele separou a fisiologia da alma,
procurando atribuir todos os fenômenos a causas físicas e mecânicas. O corpo humano
funcionaria como uma máquina, a alma não estaria ligada à geração de forma tão íntima
como ocorria com Aristóteles ou Harvey, por exemplo.
Parece que Descartes aceitava a mistura de sêmens na concepção, um sêmen servindo de
fermento para o outro. Eles se aquecem, se agitam, dilatam e empurram as partículas, se
colocando pouco a pouco, formando assim os membros independentemente da alma,e assim
será discutida a geração no século XVIII.
6. Maupertuis
Maupertuis atribui forças atrativas e repulsivas ao comando da geração, e parece
recusar essa ideia de preformação. Ele a descreve em sua obra Vénus Physique colocando as
ideias defendidas pelos “ovistas" e por aqueles que acreditavam que o espermatozóide
continha um pequeno animal já formado. Porém ele deixa clara sua crença na mistura de
sementes como sendo a responsável pela concepção. Apesar disso, ele não consegue elaborar
um mecanismo satisfatório para explicar tal crença. Maupertuis se utiliza de analogias com a
Química para tentar esclarecer suas ideias. Na Química admitia-se a existência de forças
seletivas, ou relações entre as substâncias que permitiam que as substâncias se combinassem.
Assim, em cada uma das sementes deveriam existir partes destinadas a formar o coração, o
braço, o olho, e cada uma dessas partes tem uma relação de união com aquela que deve ser
sua vizinha. Maupertuis especula que além das partes semelhantes de cada semente se
unirem, ou seja, as partes do braço da mãe se unem com as partes do braço do pai, essa união
tem uma relação de una segunda união com sua parte vizinha que é a mão ou o tronco, e
assim por diante; dessa forma, o novo ser vai se formando.
Maupertuis discute também a função dos “animais espermáticos" e sugere que eles
serviriam para movimentar os sêmens e para formar as partes mais distantes, facilitando a
união das que irão se fundir.
Além disso Maupertuis discute a formação de monstros que ocorreriam por uma força
atrativa fraca, então teríamos monstros por deficiência, pois as partes se encontrariam muito
afastadas ou não existiriam; ou ainda monstros por excesso, onde partes supérfluas de um
embrião se uniriam a partes cuja união já era suficiente para formar um embrião completo.
7. Buffon
Buffon relaciona a alimentação com moléculas orgânicas que seriam responsáveis
pela formação e semelhanças do novo ser. Buffon também se posiciona contra o
preformismo. Sua ideia de geração se baseia na existência de uma matéria viva distinta da
matéria bruta, sendo esta matéria viva composta de moléculas orgânicas. Essas moléculas são
responsáveis pelo desenvolvimento e reprodução do organismo; elas se encontram na
natureza e são comuns a todos os seres, tanto animais como vegetais; são ainda compostas de
parcelas incorruptíveis e indestrutíveis.
Buffon propõe um mecanismo pelo qual essas moléculas orgânicas seriam
incorporadas, ajudando a desenvolver um organismo que se torna apto a gerar um ser
semelhante. Nesse mecanismo Buffon indica um tipo de molde interno que existiria em cada
ser, desde o momento de sua concepção. Esse molde seria como uma forma oca de cada
indivíduo onde cada molécula orgânica iria se agrupando conforme sua afinidade, ou seja, a
molécula que contém uma lembrança” do braço, pois já existiu em um braço, irá se fixar no
molde do braço e assim por diante, até que o organismo tenha se desenvolvido
satisfatoriamente.
A partir de uma determinada idade, que para Buffon coincide com a puberdade, as
moléculas orgânicas que continuam entrando pela alimentação vão se tornando supérfluas,
pois o molde já está completo. Então, essas moléculas, que já passaram pelo molde completo,
portanto têm uma lembrança de suas partes, vão se reunir nos testículos masculinos e
femininos, onde vão constituir os “licores seminais”. Quando esses licores se misturam, no
momento da concepção, essas moléculas irão se reagrupar novamente no novo molde interior
do feto.
8. Bonnet
Charles Bonnet tem uma proposta diferente de Maupertuis e Buffon. Ele admite que
o novo ser já existe dentro do óvulo. Bonnet indica evidências de que, dentro da gema do
ovo, já existem todas as partes do embrião, porém não são visíveis pois são transparentes e
quase líquidas. Assim, a geração seria apenas o começo do desenvolvimento.
Além de admitir que o germe está no óvulo, Bonnet também coloca que esses podem
estar espalhados por toda parte ou ainda estarem encaixados uns dentro do outro, como
pequenas estátuas umas dentro das outras. Apesar de não se posicionar fortemente entre essas
duas opiniões, Bonnet prefere a idéia de encaixamento, porém não supõe que este seja ao
infinito, como posteriormente outras pessoas irão criticá-lo.
Bonnet mantém suas ideias baseando-se em observações que ele fez, como o casoda
partenogênese nos pulgões, e observa: lhe foram comunicadas, como é o caso da cebola de
jacinto. Portanto, na época, suas conclusões não parecem absurdas. Bonnet admitia que além
do germe preformado no óvulo, existiam germes parciais no corpo, e isso explicaria como um
determinado órgão poderia se regenerar. Assim, na ponta que foi amputada, existem germes
parciais que irão desenvolver da pata do caranguejo somente aquela parte da pata.
9. Herbert Spencer
Herbert Spencer (1820 - 1903) foi um filósofo inglês que elaborou projetos sobre
evolução de espécies biológicas. Publicou em artigos intitulados “The development
hypothesis” (1852 - 54) nos quais rejeita a noção de criação especial. Acreditava que a
evolução era causada pela herança de caracteres adquiridos, portanto as alterações causadas
no organismo de um animal por forças externas poderiam ser passadas às suas próximas
gerações. Desenvolveu posteriormente uma concepção sobre a “luta pela sobrevivência”.
Seus conceitos a respeito da herança estão registrados nos dois volumes da sua obra
“Principles of Biology” (1864). Na obra, ele discute, entre outros tópicos, a hereditariedade.
Descreveu que a capacidade de regeneração de animais após alguma perda é resultante de
unidades fisiológicas que seriam unidades vivas menores que as células, que, além de
promover a regeneração, seriam responsáveis pela transmissão de caracteres entre gerações.
10.Charles Darwin
Darwin (1809 - 1882) possui ideias acerca da hereditariedade, retomando a ideia de
que os genes adquiridos pelos pais são transmitidos e com a sua hipótese da Pangênese. Tal
teoria defende que todas as unidades do corpo contribuem para a formação do novo ser,
sendo o sêmen constituído por minúsculas partículas provinciais de todas as partes do corpo,
ideia já defendida anteriormente por naturalistas desde a antiguidade.
Na Pangênese de Darwin, o organismo produz gêmulas com características de cada
parte do corpo, e se reúnem nos órgão genitais, sendo transmitidas para as gerações seguintes.
Algumas delas poderiam permanecer dormentes enquanto as demais apresentavam certa
predominância.
11.Referências
STOODI, Concepções pré-mendelianas. Disponível em:
https://www.stoodi.com.br/resumos/biologia/concepcoes-pre-mendelianas/. Acesso em: 19 de
setembro de 2021.
Castaneda, Luzia Aurelia. "As idéias pré-mendelianas de herança e sua influência na teoria de
evolução de Darwin." (1992).

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