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UNIVERSIDADE PARANAENSE MANTENEDORA Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC REITOR Carlos Eduardo Garcia Vice-Reitora Executiva Neiva Pavan Machado Garcia Vice-Reitor Chanceler Candido Garcia Diretorias Executivas de Gestão Administrativa Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários Cássio Eugênio Garcia Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação Institucional Cláudia Elaine Garcia Custódio Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais Permanentes e de Consumo Rosilamar de Paula Garcia Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros Rui de Souza Martins Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico Sônia Regina da Costa Oliveira Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas Jânio Tramontin Paganini Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos Lino Massayuki Ito Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior Maria Regina Celi de Oliveira Diretora Executiva de Gestão da Pesquisa e da Pós-Graduação Evellyn Cláudia Wietzikoski Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária Adriano Augusto Martins Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária José de Oliveira Filho Diretorias dos Institutos Superiores das Ciências Diretora do Instituto Superior de Ciências Exatas, Agrárias, Tecnológicas e Geociências Giani Andréa Linde Colauto Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e Educação Fernanda Garcia Velásquez Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde Irinéia Paulina Baretta Diretorias das Unidades Universitárias Diretor da Unidade de Umuarama – Sede Nílvio Ourives dos Santos Diretor da Unidade de Toledo Roberto Ferreira Niero Diretora da Unidade de Guaíra Sandra Regina de Souza Takahashi Diretora da Unidade de Paranavaí Edwirge Vieira Franco Diretor da Unidade de Cianorte José Aparecido de Souza Diretor da Unidade de Cascavel Gelson Luiz Uecker Diretor da Unidade de Francisco Beltrão Claudemir José de Souza SEMEAD – SECRETARIA ESPECIAL MULTICAMPI DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Secretário Executivo Carlos Eduardo Garcia Coordenação Geral de EAD Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores nas Áreas de Educação, Linguística, Letras e Artes e Ciências Humanas Heiji Tanaka Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de Ciências Sociais Aplicadas Evandro Mendes Aguiar Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR Revisão de Normas Bibliográficas Inês Gemelli Diagramação e Capa Sandro Luciano Pavan * Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados. SUMÁRIO NOÇÕES DE GESTÃO FINANCEIRA Apresentação ....................................................................................................................... 7 Introdução............................................................................................................................11 UNIDADE I: INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ............ 13 Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 13 Contextualização do Assunto ...................................................................................... 13 As Funções e os Objetivos do Administrador Financeiro ............................... 15 Objetivo Econômico e Financeiro .............................................................................. 18 Atividades da Unidade ................................................................................................... 21 UNIDADE II: NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE .............................. 23 Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 23 Contextualização do Assunto ...................................................................................... 23 O Balanço Patrimonial .................................................................................................... 26 Grupos de Contas do Ativo ........................................................................................... 27 Deduções do Circulante ................................................................................................. 28 Grupos de Contas do Passivo ...................................................................................... 29 Apuração do Resultado .................................................................................................. 34 Demonstração de Resultado do Exercício ............................................................. 37 Breve Explicação dos Itens da Demonstração de Resultado ......................... 39 Atividades da Unidade ................................................................................................... 41 UNIDADE III: OPERAÇÕES DE CAIXA, ORÇAMENTO EMPRESARIAL E PLANEJAMENTO E CONTROLE EMPRESARIAL ........................................... 45 Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 45 Contextualização do Assunto ...................................................................................... 45 Estruturação Completa da DFC .................................................................................. 46 Fluxo das Atividades Operacionais ........................................................................... 46 Fluxo das Atividades de Financiamento ................................................................. 48 Fluxo das Atividades de Investimento .................................................................... 48 Transações que não Afetam o Caixa ......................................................................... 49 Planejamento e Controle Financeiro ........................................................................ 50 Planejamento Estratégico ............................................................................................. 51 Planejamento Tático ....................................................................................................... 52 Planejamento Operacional ........................................................................................... 52 Orçamento Empresarial ................................................................................................ 53 Instrumentos de Controle ............................................................................................. 54 Orçamento de Vendas .................................................................................................... 56 Orçamento de Produção ................................................................................................ 57 Plano das Despesas de Vendas e Administrativas ............................................. 57 Orçamento de Capital ..................................................................................................... 57 Orçamento de Caixa ........................................................................................................ 57 Orçamento de Resultado ............................................................................................... 58 A Importância dos Controles Financeiros ............................................................. 58 Administração do Caixa ................................................................................................. 60 Controle Diário de Caixa ................................................................................................ 62 Controle Bancário ............................................................................................................63 Controle Diário de Vendas ............................................................................................ 64 Controle de Contas a Pagar .......................................................................................... 65 Controle de Contas a Receber ..................................................................................... 66 Controle Mensal de Despesas ...................................................................................... 67 Controle de Estoques ...................................................................................................... 68 Controle de Pessoal ......................................................................................................... 69 Atividades da Unidade ................................................................................................... 70 UNIDADE IV: GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA .................................................................................................................................. 73 Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 73 Conceitos e Classificação ............................................................................................... 73 Classificação dos Custos ................................................................................................ 76 Custos Diretos e Custos Indiretos ............................................................................. 77 Diferentes Classificações de Custos .......................................................................... 78 Preço de Venda e Margem de Contribuição .......................................................... 82 Política de Preços ............................................................................................................. 83 Formação de Preço Pelo Método Mark-Up ............................................................ 83 Obtenção do Mark-Up Divisor ..................................................................................... 84 Obtenção do Mark-Up Multiplicador ........................................................................ 85 Margem de Contribuição Unitária ............................................................................. 87 Ponto de Equilíbrio .......................................................................................................... 90 Tipos de Ponto de Equilíbrio ....................................................................................... 92 Atividades da Unidade ................................................................................................... 95 Referências .......................................................................................................................... 98 Sites ..................................................................................................................................... 100 Apresentação Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e Comunicação disponíveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a sua missão como instituição formadora, com competência e comprometimento, optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento científico e tecnológico, através da Educação a Distância. Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, responsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais democrática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível estimulando o processo de autoaprendizagem. Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância dele em sua formação profissional. Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. Carlos Eduardo Garcia Reitor Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a distância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são planejados e organizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação e comunicação. As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre assuntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas no material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e orientá-lo no que for necessário. As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se obrigatoriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme dispuser o plano de ensino da disciplina. Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se preocupa com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que você se encontra. O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos comportamentos, novas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de tutoria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento. Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o sucesso da sua aprendizagem. Bons estudos! e-@braços. Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenadora Geral da EAD Caro(a) acadêmico(a), Este Guia Didático é composto de informações e exercícios de análise, interpretação e compreensão dos conteúdos programáticos da disciplina de Economia e Sociedade Brasileira do Curso de Graduação em que você se encontra matriculado. O Guia Didático foi elaborado por um Professor Conteudista, embasado no plano de ensino da disciplina, conforme os critérios estabelecidos no Projeto Pedagógico do Curso. Abaixo, apresentamos, resumidamente, o currículo do Professor Conteudista responsável pela elaboração deste material: Disciplina: Noções de Gestão Financeira Autor: Elizangela Maria Menegassi de Lima Mestrado em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC, Florianópolis (2004); Graduada em Administração pela Universidade Paranaense Unipar e Graduada em Letras – Licenciamento Língua Portuguesa e InglesaUniversidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, Uniderp, Campo Grande; atualmente é professora da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus Umuarama; Coordenadora do Projeto Menor Aprendiz. Além do professor conteudista, existe uma equipe de professores e tutores mediadores devidamente preparados para acompanhá-lo e auxiliá-lo, de forma colaborativa, na construção de seu conhecimento. Bons momentos de estudos! e-@braços. Evandro Mendes Aguiar Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de Ciências Sociais Aplicadas INTRODUÇÃO Caro aluno, seja bem vindo aos estudos da disciplina de Noções de Gestão Financeira. Este material foi desenvolvido com o objetivo de fornecer elementos básicos para a compreensão da função financeira nas empresas, assim como a sua ligação com as estratégias empresariais e pessoais. Acreditamos que o conhecimento é resultante de uma construção conjunta, e não um “pacote” fechado e acabado. Assim, não serão apresentadas nesse módulo, “receitas prontas” de como conduzir as finanças e elaborar estratégias. Cada aluno deverá, com a sua participação e esforço, tanto nos momentos de estudo e atividades individuais, quanto nos momentos de atividades em grupos, desenvolver as habilidades e competências necessárias, a partir da análise e interpretação dos fatos, no sentido de estabelecer os próprios caminhos para o seu crescimento intelectual e profissional. Quero aproveitar e instigá-los a fazer esta viagem através da leitura do material, organizando seu tempo, disciplina, dedicação para as leituras complementares, realizando todos os exercícios propostos e participar das aulas presenciais, para o alcance do sucesso na aprendizagem. Se cada aluno fizer a sua parte e cumprir todas as etapas previstas do nosso módulo, tenho certeza que valerá a pena. Ao final, você estará apto a fornecer conhecimentos através dos instrumentos básicos para a elaboração do diagnóstico da situação financeira atual de uma organização. Com base em indicadores você poderá realizar projeções quanto ao seu futuro. Então, aproveite esta Unidade Didática, pois você a utilizará em diversos momentos de sua vida acadêmica e, com certeza, em toda a sua vida profissional. Desejo a todos bons estudos! UNIDADE I: INTRODUÇA O A ADMINISTRAÇA O FINANCEIRA OBJETIVOS DA UNIDADE Caro aluno, essa unidade tem por objetivo: Descrever a importância da administração financeira, através de uma introdução à administração financeira; Estudar o objetivo econômico e financeiro para as organizações; Classificar as atividades empresariais e as funções do gestor financeiro. Assim, ao término dessa unidade, esperamos que você esteja apto a compreender o conceito de finanças e as funções de um gestor financeiro. A intenção é promover reflexões que possam contribuir para o seu crescimento na vida financeira e organizacional. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO Ao longo do tempo, a gestão financeira tem sido entendida com uma importância cada vez maior no dia-a-dia de pequenas e grandes corporações, sendo utilizada como um instrumento para tomada de decisões para o futuro das empresas. O profissional das áreas financeira, contábil e administrativa necessita de dados precisos para uma análise exata da empresa. A administração financeira ou simplesmente finanças é o ramo da administração preocupada com a gestão dos recursos financeiros de qualquer entidade (pessoas físicas, empresas com ou sem fins lucrativos, governos etc). Segundo Gropelli e Nikbakht (2012), a área de finanças envolve a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio. Enquanto prática, a administração financeira busca maximizar a riqueza do investidor, através da correta manipulação de fluxos monetários. Assim, o objetivo principal, senão único, da administração financeira é maximizar a riqueza dos investidores. Gitman (2004) aponta que o objetivo ampliado (ou secundário) é a preservação da riqueza dos stakeholders (grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, credores e outros que possuem um vínculo econômico com a empresa). Podemos conceituar a área de finanças como aquela que “preocupa-se com os processos, as instituições, os mercados e os instrumentos associados a transferências de dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais” (GITMAN, 2004, p. 4) atuando em contato estreito com o sistema de intermediação financeira. As atividades relacionadas aos pagamentos diários da empresa são chamadas de decisões financeiras de curto prazo (ou administração do capital circulante) e envolvem questões como: Gestão de caixa; Análise de crédito e cobrança; Contas a pagar; Contas a receber; Estoques; Obtenção de crédito junto aos fornecedores; Empréstimos de curto prazo. Já as decisões relacionadas a investimento e fontes de investimentos são decisões financeiras de longo prazo, que devem estar alinhadas com a estratégia da empresa. Tais decisões abrangem questões sobre obtenção de recursos para investimentos (estrutura de capital, relacionamentos com investidores), bem como critérios para seleção de investimentos (orçamento de capital). Como obter recursos e aplicá-los é a questão. ATENÇÃO ALUNOS!!!! A gestão financeira é o coração dos seus negócios. Você deve controlar bem as suas atividades financeiras, para que a sua empresa se mantenha em pé, ou seja, para a sua permanência no mercado. A figura abaixo nos mostra uma pessoa olhando no binóculo. Ela traz uma importante reflexão: “dentro do contexto empresarial o olhar para o controle financeiro é importante, possibilitando ao empresário uma visão geral da situação da empresa com relação à liquidez do seu caixa”. FIGURA 1 - A importância do olhar financeiro no contexto empresarial Fonte: http://www.portalgsti.com.br/2014_02_01_archive.html AS FUNÇÕES E OS OBJETIVOS DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO As atividades de operações existem em função do negócio da empresa e sua condução é de responsabilidade do ‘dono do negócio’ que pode estar representado pelo diretor da empresa-presidente, pelo conselho de administração, pelos diretores, ou pelo próprio dono de uma firma individual. O gestor financeiro (ou administrador financeiro) tem papel fundamental em uma organização, seja ela empresa ou família, pois é a pessoa que irá planejar e controlar os recurso financeiros e proceder às orientações necessárias quanto a melhor forma de conduzir as atividades operacionais a curto e longo prazo, com base em conhecimentos técnicos e visão global do negócio. Para Gitman (2004), as funções do administrador financeiro são as seguintes: a) Análise e planejamento financeiro. São exemplos: a análise de investimentos e o orçamento empresarial; b) Administração da estrutura do ativo da empresa. São exemplos: as decisões de compra ou não de ativos permanentes e a política de estoques; c) Administração de sua estrutura financeira. São exemplos: a tomada de empréstimos e a abertura de capital. As funções de análise, planejamento e controle financeiro consistem em coordenar, monitorar e avaliar todas as atividades da empresa (operação, investimento e financiamento), bem como participar ativamente das decisões estratégicas, planejando as atividades da empresa no longo prazo, mensurando os riscos em relação ao retorno esperado. Contudo, é importante mencionar que tal função não significa simplesmente efetuar o registro de receitas e gastos e informar os valores; por meio da análise das causas da variação do valor efetivo (ou realizado) em relação ao planejado, a empresa faz ajustes no plano original para eliminar as causas indesejáveis do desperdício e minimizar gastos. As decisões de investimento são tomadas para destinaçãodos recursos financeiros para aplicação em ativos circulantes e em ativos realizáveis a longo prazo e permanentes, mensurando a relação risco-retorno dos capitais alocados. As decisões de financiamentos são tomadas para captação de recursos financeiros e financiamento dos ativos circulantes e realizáveis a longo prazo e permanentes, considerando a combinação adequada dos financiamentos a curto e a longo prazo e o custo do capital. Nas empresas de pequeno e médio portes, as atividades relacionadas com a função financeira, geralmente, ficam sob responsabilidade de um dos sócios. Não é raro essa pessoa acumular outras funções e relegar a área financeira a um segundo plano, preocupando-se, basicamente, com a administração das disponibilidades. Nas grandes organizações, a função financeira situa-se entre as mais relevantes e costuma ser desempenhada por uma vice-presidência e/ou diretoria financeira composta por dois grupos distintos de especialistas ou de conhecimentos, porém, intimamente vinculados. O responsável por um dos grupos recebe o título de tesoureiro (ou gerente financeiro); e o responsável por outro grupo, a denominação de controller (ou contador). Basicamente, o tesoureiro é responsável pelo planejamento, controle e movimentação de recursos financeiros e o controller é responsável pelo planejamento, controle e análise das operações e investimentos. Um exemplo de organograma de área financeira é demonstrado na figura 2. FIGURA 2 - Organograma da área financeira Vice- Presidência ou Diretoria Diretoria ou Departamento Fonte: Hoji (2012, p. 18). Finanças Tesouraria Controladoria Aplicação e empréstimos Crédito e Contas A receber Câmbio Contas a pagar Contabilidade Financeira Contabilidade de Custos Orçamentos Informática Departamento ou seção LEMBRE-SE! Caro aluno, o objetivo do administrador financeiro, através de suas funções, consiste em maximizar a riqueza dos investidores (acionistas, sócios, empresários, pessoas físicas etc.). A análise do planejamento e controle financeiro refere-se à movimentação de recursos que engloba as decisões de investimento e financiamento. OBJETIVO ECONÔMICO E FINANCEIRO Os fatos econômicos como a inflação, taxas de juros, aumento na carga tributária entre outros normalmente influenciam nas finanças das organizações. Todo fato econômico, político e social tem impacto macroeconômico, ou seja, em toda a sociedade; e impacto microeconômico, ou seja, em determinados setores empresariais, em empresas específicas e até mesmo em nossas finanças pessoais. Segundo Gtiman (2004), o campo das finanças está intimamente relacionado ao da economia. Os administradores financeiros precisam compreender o arcabouço econômico e estar atentos para as consequências da variação dos níveis de atividade econômica e das mudanças de política econômica. Também devem estar preparados para usar as teorias econômicas como diretrizes para o funcionamento eficiente da empresa. Vejamos o caso de um micromercado. Muitos de nós o frequentamos ou somos seus vendedores. Se alguém está comprando ou vendendo é natural que os vendedores mostrem os itens de maior procura, estimulando a maior venda possível. Preço é outra consideração importante. Se estiver muito elevado, poucos clientes comprarão. Alguns desses princípios econômicos simples são úteis ao tomar a decisão correta de vender e/ou comprar em qualquer mercado (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012). A teoria econômica tem como objetivo a busca da melhor alocação de recursos na economia. Dessa forma, os gestores financeiros são responsáveis pelo encontro das melhores e mais baratas fontes de fundos e pelo investimento desses fundos na melhor e mais eficiente combinação de ativos. No que diz respeito a finanças e economia, Cherobim (2011, p. 7) trata: Finanças: os aspectos financeiros estão relacionados aos recursos monetários. Englobam a captação dos recursos necessários para desenvolver atividades, processo conhecido como funding; o cálculo do custo desses recursos, bem como a projeção dos retornos; e; finalmente referem-se à remuneração dos recursos; as finanças viabilizam as atividades econômicas. Economia: os aspectos econômicos estão relacionados a recursos escassos: pessoas, recursos naturais, matérias-primas, equipamentos, tecnologia e conhecimento para prover necessidades ilimitadas. O objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de mercado, por meio de geração contínua de lucro e caixa no longo prazo, executando as atividades inerentes ao seu objetivo social, pois com o aumento do valor da empresa, o proprietário desta (acionista de uma sociedade anônima) aumenta sua própria riqueza. FIQUE ATENTO! O objetivo social de uma empresa é a atividade principal que ela executa. Por exemplo, o objetivo de uma fábrica de automóveis é fabricar e vender automóveis; o de uma loja de materiais de construção é comprar e vender materiais de construção; o de um hospital é prestar serviços relacionados à saúde etc. Outro aspecto importante no que diz respeito ao cenário econômico e financeiro é a correlação entre o lucro e o caixa. Existe um antigo ditado popular que diz: “tempo é dinheiro”. Nada mais verdadeiro. Uma empresa que gera lucro pode estar em dificuldade financeira por não gerar caixa. Imagine que um acionista possua mil ações de uma companhia cotada a R$ 10 por ação. O patrimônio do acionista vale, então, R$ 10 mil. A companhia gera lucros constantes ou possui potencial de geração de caixa substancial e a ação passa a valer R$ 20. O acionista é possuidor, então, de um patrimônio de R$ 20 mil, aumentando sua riqueza por meio do aumento do valor da empresa. Porém, se a empresa não possuir caixa (dinheiro), não conseguirá distribuir dividendos. Segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo - SEBRAE-SP (2005), as taxas de mortalidade das MPEs (micro e pequenas empresas) permanecem altas, sendo que 29% das novas empresas paulistas encerram sua atividades antes de complementar um ano de atividade e 56% fecham em cinco anos. A alta mortalidade poderia ser reduzida substancialmente se fossem eliminadas algumas deficiências de gestão empresarial, principalmente a falta de conhecimentos financeiros de seus administradores, tais como o planejamento financeiro, análise da gestão do caixa e o conhecimento dos relatórios contábeis fundamentais. FIGURA 3 - Apresenta a empresa como um sistema de geração de lucros. ACIONISTAS $ $$$$ Fonte: Adaptado: Hoji (2012, p. 18). Do ponto de vista dos acionistas, uma empresa pode ser visualizada como um sistema que gera lucro e aumenta os recursos nela investidos. A empresa representada por seus administradores (diretores e gerentes) e empregados em geral, “interage com os agentes econômicos do ambiente que está inserida, gerando os resultados econômicos e financeiros e remunerando os acionistas pelo investimento realizado” (HOJI, 2004, p. 21). Financiadores Investidores Bancos governo Fornecedores Clientes Concorrentes Comunidade EMPRESA Administrad ores + Empregados LEMBRE-SE! Os administradores financeiros devem harmonizar as necessidades sociais e ambientais visando à obtenção de lucro. A adesão aos valores sociais talvez não produza o uso mais eficiente dos ativos ou os menores custos, porém irá melhorar a imagem da empresa. Cuidar dos interesses das minorias, criar instalações para treinamento, cuidar da segurança e do bem-estar dos trabalhadores e lidar eficazmentecom a questão da convivência entre homens e mulheres, pode produzir benefícios a longo prazo na forma de maior produtividade e relações mais harmoniosas entre a produção e a administração. Agora leia atentamente a atividade presencial disponível no AVA, seguindo a orientação do professor-tutor. Bons estudos! ATIVIDADES DA UNIDADE 1) O que são finanças? Explique como essa área afeta a vida de todas as pessoas e organizações. 2) O que você entende por análise financeira de empresas? Complemente o conceito, descrevendo as principais fases que envolvem um processo de análise de empresas. 3) Em sua opinião, a análise financeira de empresas deve compreender o exame de outros dados e informações além das demonstrações financeiras? Justifique e em caso positivo, mencione quais são esses dados e informações adicionais. 4) Descreva as funções e os objetivos do administrador financeiro. De que modo a preocupação com o binômio lucro/caixa está relacionada com a função do administrador financeiro. 5) Comente a seguinte afirmação: “O objetivo de toda organização privada é o lucro.” Você concorda? Justifique sua resposta. 6) Essa atividade deverá se prolongar durante todo o desenvolvimento da unidade didática. Comece a montar o seu glossário de termos financeiros, acrescentando de cinco a sete palavras (ou termos) a cada semana. Alguns termos podem ser encontrados em dicionários, mas existem também várias fontes disponíveis para pesquisa na internet; como sugestão, você pode consultar: http://www.bovespa.com.br e http://www.infomoney.com.br. 7) Assinale verdadeiro ou falso: ( ) A administração financeira é o ramo da administração preocupada única e exclusivamente com a gestão dos recursos financeiros das organizações. ( ) A administração financeira procura maximizar o lucro do investidor. ( ) A administração financeira é o ramo da Ciência da Administração que se ocupa com o processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. ( ) Análise e planejamento financeiro, administração da estrutura do ativo da empresa e administração da estrutura financeira são as funções da administração financeira corporativa. ( ) Para leigos, é comum julgar a administração financeira e a contabilidade como sendo a mesma ciência. ( ) O tesouro é responsável pelas atividades financeiras da empresa, tais como, tecnologia da informação e contabilidade de custos. ( ) A responsabilidade do administrador, sócio ou não, sempre será solidária e ilimitada para com a sociedade e terceiros que se relacionam com a mesma, seja qual for o tipo de composição societária. ( ) Os fatos econômicos normalmente influenciam nas finanças das organizações, como: inflação, taxas de juros, aumento na carga tributária etc. ( ) Os administradores financeiros não precisam compreender o arcabouço econômico e estar atentos para as consequências da variação dos níveis de atividade econômica e das mudanças de política econômica. ( ) Será considerado financiamento todo recurso financeiro obtido pela empresa, seja junto a credores (chamados de recursos de terceiros) seja junto aos sócios ou proprietários (chamados de capital próprio). UNIDADE II: NOÇO ES BA SICAS DE CONTABILIDADE OBJETIVOS DA UNIDADE Caro aluno, ao término dessa unidade espera-se que você esteja apto a compreender os assuntos abaixo relacionados: Noções básicas de contabilidade; Apuração de resultado; Demonstração de resultado; Balanço patrimonial e situação patrimonial. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO A contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas economias mais simples é necessário manter a documentação dos ativos, dívidas e negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas. Considerando que os recursos são escassos, é preciso escolher entre as melhores alternativas, e para identificá-las são necessários os dados contábeis. A contabilidade é uma ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades, a fim de oferecer informações acerca da composição do patrimônio, suas variações e resultados econômicos decorrentes da gestão da riqueza patrimonial. A contabilidade financeira é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos externos: pessoal externo à organização como acionistas, credores e autoridades governamentais. Esse processo é muito influenciado por autoridades que estabelecem padrões regulamentadores e fiscais, bem como por exigências de auditoria e contadores independentes. O sistema de informações gerenciais de uma empresa tem como objetivo integrar todos os processos, cabendo à gerência a responsabilidade de operá-lo de forma consciente. Entre os demais elementos – marketing, produção, recursos humanos e logísticos – está o sistema de informações contábeis. Os elementos que compõem um sistema de informações contábeis são inputs (fatos contábeis), o processamento (registro e análise dos fatos) e os outputs (demonstrações contábeis). Os outputs consistem nas demonstrações contábeis que, na prática, são o retrato da situação econômica e financeira das empresas perante a sociedade. Um relatório contábil consiste na exposição ordenada de dados de uma organização colhidos pela contabilidade. Tais relatórios podem ser obrigatórios (quando exigidos pela lei); ou não obrigatórios (quando não exigidos pela lei). Os relatórios contábeis são conhecidos como demonstrações financeiras. As demonstrações contábeis são a base para a análise da área de finanças. As principais são: O balanço patrimonial O demonstrativo de resultados do exercício Demonstração dos fluxos de Caixa. As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, constituem quadros técnicos que têm por objetivo a exposição clara, objetiva e sistematizada da situação patrimonial, econômica e financeira de uma entidade. Quando falamos em Situação Patrimonial, estamos nos referindo aos bens, direitos e obrigações pertencentes à entidade em dado momento (regra geral, ao final do ano-calendário), os quais são evidenciados na demonstração contábil chamada de BALANÇO PATRIMONIAL; quando falamos em Situação Econômica, estamos nos referindo ao resultado, isto é, ao lucro ou prejuízo da entidade referente a dado período contábil (normalmente, período de um ano), os quais são evidenciados na demonstração contábil de DRE (Demonstração do Resultado do Exercício); e, finalmente, ao falarmos em Situação Financeira, podemos estar nos referindo, de forma estática, à comparação em dado momento das obrigações a pagar, com as aplicações de recursos no capital de giro da entidade. Tais informações são obtidas por meio do Balanço Patrimonial ou de forma dinâmica, a qual consiste em analisar as entradas e saídas de disponibilidades (dinheiro), em determinado período (regra geral, no ano-calendário). Tal situação é indicada na demonstração contábil chamada de DFC (Demonstração de Fluxos de Caixa). QUADRO 01 - Demonstração de fluxos de caixa Fonte: Elaborado pelo autor (2014) De acordo com o art. 176 da Lei no 6.404/1976 (Leis das Sociedades por Ações), as demonstrações contábeis devem ser elaboradas ao fim de cada exercício social. As demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes ao exercício anterior. A lei das Sociedades por Ações não determina quando as companhias devem encerrar seus exercícios sociais, apenas define no art. 175, que o exercício social terá a duração de 1 (um) ano, com a data do término fixada no estatuto da companhia. No entanto, por comodidade e simplicidade, a maioria das companhias prefere seguir o ano-calendário,isto é, iniciam seus exercícios sociais em 1º de janeiro, encerrando-os em 31 de dezembro de cada ano. Desta forma, a regra geral, a data-referência das demonstrações contábeis é 31 de dezembro de cada ano. SITUAÇÃO PATRIMONIAL Balanço Patrimonial SITUAÇÃO ECONÔMICA DRE SITUAÇÃO FINANCEIRA (Estática) Balanço Patrimonial (Dinâmica) DFC O BALANÇO PATRIMONIAL O Balanço Patrimonial (BP) é uma “foto” da situação patrimonial e financeira de uma entidade (sociedade, clube, igreja etc.) em determinado momento. Na nossa disciplina, a entidade a ser focada é a empresa. Assim, a terminologia adotada será aquela pertinente à sociedade com fins lucrativos, usualmente denominada empresa. É uma demonstração muito usada por usuários externos à empresa: bancos, governo, fornecedores, sindicatos e até mesmo o dono da empresa (sócios ou acionistas). O Balanço Patrimonial é formado por duas partes. De modo simplista, podemos dizer que a parte da esquerda (ativo) representa todos os bens e direitos de propriedade da empresa e a parte da direita (passivo e Patrimônio Líquido), as obrigações desta mesma empresa. O valor da parte esquerda sempre será igual ao da direita. Assim, o “balanço” sempre estará em equilíbrio, como exemplificado na ilustração a seguir: QUADRO 02 – “Balanço” dos direitos e obrigações Fonte: D’Amato (2012, p. 21). É justamente com relação ao equilíbrio que surge a ideia de uma balança de dois pratos, onde se encontra a igualdade que gera a equação fundamental do patrimônio, segundo a qual o ativo é igual ao passivo e patrimônio líquido. ATIVO = PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ou ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO O balanço reflete a situação patrimonial da empresa em determinado momento e seu esquema está representado na Figura a seguir. Tradicionalmente, conceitua-se ativo, o conjunto de bens e direitos que a empresa possui, designados por seus valores; o passivo registra o valor das obrigações da empresa para com terceiros; e, o patrimônio líquido, mostra os recursos financeiros investidos por sócios ou acionistas e reinvestidos de lucros. Entretanto, para a administração financeira, o ativo significa o resultado atual de decisões de investimentos tomadas no passado, enquanto o passivo e o patrimônio líquido representam o resultado atual de decisões de financiamentos passadas. FIGURA 4 - Composição do balanço patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL Ativo Passivo Ativo circulante Passivo circulante Ativo não circulante Passivo não circulante Patrimônio Líquido Ativo = Passivo + Patrimônio líquido Fonte: Elaborado pelo autor (2014) GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO O Ativo está disposto em grupos de contas homogêneos ou de mesmas características. Os itens do ativo são agrupados de acordo com a ordem decrescente de sua liquidez, isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser convertidos em dinheiro. Os principais componentes do ativo são apresentados a seguir: Ativo circulante – AC: o dinheiro (caixa ou bancos); é o item mais líquido que, agrupado com outros itens, serão transformados em dinheiro, consumidos e/ou vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de um ano: Contas a Receber, Investimentos Temporários, Estoques. Como exemplos de contas AC temos: Disponível: (Caixa e Bancos); Contas a Receber: São valores ainda não recebidos decorrentes de vendas de mercadorias ou prestação de serviços a prazo. São valores a receber de clientes, também denominados “duplicatas a receber”. Estoques: são mercadorias a serem revendidas. No caso de indústria, são os produtos acabados, bem como matéria-prima e outros materiais secundários que compõem o produto em fabricação. Investimento Temporário: são aplicações realizadas normalmente no mercado financeiro com excedente do Caixa. São investimentos por um curto período, pois, tão logo a empresa necessite do dinheiro, ela se desfaz da aplicação. Deduções do Circulante Contas a Receber: a parcela estimada pela empresa que não será recebida em decorrência dos maus pagadores deve ser subtraída de Contas a Receber, com o título Provisão para Devedores Duvidosos. Parte das Duplicatas a Receber, negociadas com instituições financeiras com o objetivo da realização financeira antecipada daqueles títulos, deve ser subtraída de Contas a Receber com o título de Duplicatas Descontadas. Ativo não Circulante – O Ativo não Circulante é um grupo formado pelos bens de natureza duradora, assim como também pelos direitos, ou seja, por valores a receber, garantindo assim o bom funcionamento da empresa e de seu negócio. O Ativo não Circulante é composto por quatro subgrupos: Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. As definições dos subgrupos são apresentadas a seguir: Realizável a Longo Prazo: São ativos de menor liquidez (transformam-se em dinheiro mais lentamente) que o Circulante. Nesse item são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc., além dos Títulos a Receber no Longo Prazo. Investimentos: As participações (que não se destinam à venda) em outras sociedades (Investimento em Coligadas e Controladas) e outras aplicações de característica permanente que não se destinam à manutenção da atividade operacional da empresa, tais como: imóveis alugados a terceiros (não de uso, mas para renda), obras de arte etc. Por exemplo, o fato de uma empresa que fabrica parafusos (atividade operacional/objeto social) ter comprado obras de arte, terrenos para especular preços etc., em nada vai afetar o seu negócio (de parafusos). Imobilizado: São aqueles que dificilmente serão vendidos, pois a sua característica básica é não se destinarem à venda. Portanto, pode-se dizer que são itens sem quase nenhuma liquidez para empresa. Outra característica do Ativo Permanente é que são itens usados por vários anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do Circulante, é lenta. Seus valores não variam constantemente, daí a denominação de Ativo Fixo. Portanto, o subgrupo Não Circulante Imobilizado são os direitos que têm por objetivos bens corpóreos (palpáveis). Intangível: São direitos bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, que não se pode tocar, pegar, destinados à manutenção da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comercio adquirido. Exemplos: fundo de comércio, marcas e patentes, software etc. GRUPOS DE CONTAS DO PASSIVO O passivo agrupará contas de acordo com seu vencimento, isto é, aquelas contas que serão liquidadas mais rapidamente integrarão um primeiro grupo; e aquelas que serão pagas num prazo mais longo formarão outro grupo. Esses grupos são classificados de Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido, conforme as descrições a seguir: Passivo Circulante: Evidencia todas as dívidas com terceiros que serão pagas a curto prazo (dentro de um ano): Contas a Pagar, Dívidas com Fornecedores de Mercadorias ou Matérias-Primas, com vencimentos nos próximos 360 dias, as Provisões Impostos a Recolher (para o governo), os Empréstimos Bancários com vencimentos nos próximos 360 dias, as Provisões (são as despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: Imposto de Renda, Férias, 13º Salário, Salários a Pagar, Encargos Sociais a Pagar etc). Passivo não Circulante: Pertencem a esse grupo as obrigações das empresas, incluindo os financiamentos para aquisição dos bens do Ativo não Circulante. Classificam-se ainda nesse grupo as dívidas que vencerão no exercício do ano seguinte. Para entendermos o passivo não circulante é necessário sabermos o que é ciclo operacional? Você sabe? Caso a resposta seja negativa, leia o quadro abaixo. QUADRO 03 – Ciclo operacional CICLO OPERACIONAL DA “EMPRESA” A determinaçãoda classificação, para o caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que o exercício social dependerá do prazo desse ciclo. Ou seja, se uma empresa constrói um navio em 24 meses, haverá a necessidade de se ajustar o ciclo do exercício social, em função de se ter um ciclo operacional (24 meses) diferente do que é o comum, que dura 12 meses. O ciclo operacional inicia-se com a compra de mercadoria (matérias-primas) e encerra-se com o recebimento da venda. Esse é o prazo necessário para a mercadoria (ou matéria- prima) ser convertida em dinheiro, por meio de recebimento da venda. CICLO OPERACIONAL “PESSOAL” O ciclo operacional “Pessoal” inicia-se, geralmente, no início de um mês e encerra-se no final do mês (ou nos primeiros dias do mês subsequente), com o recebimento do salário. Na média, a prestação de serviço pode ser contada a partir do meio do mês, pois o serviço prestado no início do mês demora aproximadamente 30 dias para ser recebido, mas o serviço prestado no último dia do mês estará sendo recebido no mesmo dia ou alguns dias após. O ciclo mais importante “Pessoas” é o ciclo financeiro, que está relacionado à movimentação de dinheiro (pagamento e recebimento). Fonte: Hoji (2012). Tendo em vista que o passivo não circulante evidencia todas as dívidas com terceiros a longo prazo, esse grupo é formado pelo subgrupo Exigível a Longo prazo, conforme dados a seguir: Exigível a Longo Prazo: São as dívidas da empresa que serão liquidadas com prazo superior a um ano: Financiamentos, Títulos a Pagar, Debêntures etc. Sabemos que o mercado de trabalho exige gestores com habilidades para analisar se uma empresa está dando lucro ou prejuízo. Assim, os aspectos relacionados a dividas são muito importantes. Você sabia que a opção por parte da empresa de contrair dívida a longo prazo é mais confortável, uma vez que ela terá mais tempo para pagar a obrigação e, consequentemente, terá mais tempo para gerar recursos financeiros para saldar a dívida? Todavia, nem sempre é fácil obter empréstimos a longo prazo, principalmente, para capital de Giro (Ativo Circulante). Patrimônio Líquido: Demonstra o total de recursos aplicados pelos proprietários na empresa. As aplicações dos proprietários normalmente são compostas de capital e lucros retidos, ou seja, a parte do lucro não distribuída aos donos, mas reinvestidos na empresa. Como foi visto, neste capítulo, o Balanço Patrimonial é constituído de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Imagine um Balanço Patrimonial cujo Ativo fosse um amontoado de contas de Bens e Direitos (de forma heterogênea)? Com certeza, teríamos dificuldades em ler, interpretar e analisar o Balanço Patrimonial. Assim, segue uma visão sintética do Balanço com a adequada distribuição de contas em grupos homogêneos para facilitar a interpretação e análise do Balanço. QUADRO 04 – Separação das contas do balanço patrimonial ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Circulante São contas que estão constantemente em giro em movimento – sendo que a sua conversão em dinheiro ocorrerá, no máximo, até o próximo exercício social. Não Circulante Compreendem todas as contas que não serão realizadas no próximo exercício social. Realizável a Longo Prazo Incluem-se nessa conta bens e direitos que se transformarão em dinheiro após o exercício seguinte. Investimentos São as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade companhia ou da empresa. Imobilizado São os direitos que têm por objetivo bens corpóreos (palpáveis) destinados à manutenção de atividade fundamental da companhia ou da empresa ou exercício com essa finalidade, inclusive, os decorrentes de operações que transformem à empresa os benefícios, riscos e controle desses bens. Intangível São direitos que têm por objetivos bens incorpóreos, isto é, que não podem ser tocados, destinados à manutenção da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Circulante São obrigações exigíveis que serão liquidadas no próximo exercício social: nos próximos 365 dias após o levantamento do balanço. Não Circulante Compreendem todas as obrigações exigíveis que não serão liquidadas no próximo exercício social. Exigível a Longo Prazo São obrigações exigíveis que serão liquidadas com prazo superior a um ano – dívidas a longo prazo. Patrimônio Líquido São recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o capital mais o seu rendimento – lucros e reservas. Se houver prejuízo, o total dos investimentos dos proprietários será reduzido. Fonte: Iudícibus (2009, p. 32) FIQUE DE OLHO! Na entidade em que o Ciclo Operacional tiver duração maior do que o período de 12 meses, a classificação como Circulante ou Não Circulante terá por base o prazo do ciclo. Como se pode ver, o Balanço Patrimonial é uma fotografia financeira de uma empresa em um determinado período. Desta forma, segue um exemplo para melhor elucidar a sua compreensão de como elaborar um Balanço Patrimonial. QUADRO 05 – Exemplo de balanço patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL Empresa ZapZap - Em $ mil ATIVO PASSIVO E PL Circulante Circulante Disponível 220.000 Fornecedores 150.000 Duplicatas a Receber 80.000 Contas a Pagar Impostos a Recolher 180.000 100.000 Estoque 100.000 Total do Circulante 430.000 Total do Circulante 400.000 Não Circulante Exigível a longo Prazo Financiamento 80.000 Não Circulante Patrimônio Líquido Investimentos 180.000 Capital Social 80.000 Imobilizado Intangível 130.000 100,000 Lucros Acumulados 220.000 Total do Permanente 410.000 Total do P.L. 300.000 TOTAL 810.000 TOTAL 810.000 Fonte: Elaborado pelo autor (2014). Caro aluno, o balanço patrimonial (BP) divide-se em grupos de contas com iguais características para facilitar a sua compreensão, leitura, interpretação e análise. Os grupos de contas, bem como as contas, estão apresentados em ordem de liquidez (conversão em dinheiro) decrescente, conforme exemplo acima. APURAÇÃO DO RESULTADO Até agora abordamos, de maneira objetiva e simples, O Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. (DRE). Vimos a relação entre eles, ou seja, a DRE está contida no Balanço Patrimonial, se bem que, com a finalidade de oferecer maior quantidade de detalhes, apuramos e apresentamos o resultado do exercício (lucro ou Prejuízo) individualmente. Quando abordamos Despesa e Receita, observamos que não importa se estas são geradas à vista ou a prazo. De qualquer maneira, são consideradas integrantes da DRE para a apuração do resultado do exercício. A cada exercício social (normalmente um ano), a empresa deve apurar o resultado dos seus negócios, para saber se obteve lucro ou prejuízo. A contabilidade confronta a receita (vendas) com as despesas. Se a receita foi maior que a despesa, a empresa teve lucro; se a receita foi menor que a despesa teve prejuízo. A receita corresponde, em geral, à venda de mercadorias ou prestações de serviços. Ela é refletida no balanço através da entrada de dinheiro no caixa (Receita à Vista) ou entrada em forma de direitos a receber (Receita a Prazo) – Duplicatas a Receber. Todas as vezes que entrar dinheiro no Caixa através de Receita à vista, recebimentos etc., essa operação será denominada Encaixe. A Despesa representa todo sacrifício da empresa para obter Receita. Todo dinheiro que sai do Caixa pelo pagamento de uma Despesa ou por outra aplicação qualquer denomina-se Desembolso ou Desencaixe, conforme ilustrado na figura abaixo. QUADRO 06 – Apuração dereceitas e despesas OPERAÇÕES A PRAZO À VISTA Receita + Dupl. A Receber Ativo + Caixa (encaixe) Ativo Despesa + Contas a Pagar Passivo (-) Caixa (desembolso) Ativo Demonstração do Resultado Balanço Patrimonial Fonte: Marion (2002). Quando falamos em demonstrativo do resultado do exercício é imprescindível mencionar as diferenças ou semelhanças entre o lucro e o resultado de caixa. O lucro é o resultado econômico apurado pela contabilidade de acordo com o regime de competência; e o resultado de caixa é o resultado financeiro apurado de acordo com o regime de caixa. O lucro é apresentado pela demonstração de resultado e o resultado de caixa é apresentado pela demonstração de fluxo de caixa. Se todas as transações ativas e passivas fossem realizadas à vista (em dinheiro), o lucro apurado coincidiria com o resultado de caixa. O regime de competência é um sistema de registro utilizado pela Contabilidade, em que os futuros (e presentes) recebimentos (de vendas) e pagamentos (de despesas) são registrados no momento da ocorrência do respectivo fato gerador, isto é, no momento em que se tornam recebíveis ou devidos, respectivamente. Esse regime é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo Imposto de Renda, evidenciando o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de forma mais adequada e completa. As regras básicas para a contabilidade pelo regime de competência são: A receita será contabilizada no período em que for gerada, independentemente do seu recebimento. Assim, se a empresa vendeu a prazo em dezembro do ano , para receber somente em , pelo regime de competência, considera- se que a receita foi gerada em ela pertence a . A despesa será contabilizada como tal no período em que for consumida, incorrida, utilizada, independentemente do pagamento. Assim, se em 10 de Janeiro de a empresa pagar seus funcionários (que trabalharam em Dezembro de ), a despesas compete a , pois nesse período ela incorreu efetivamente. O lucro será apurado, portanto, considerando-se determinado período, normalmente, um ano: todas as despesas geradas no período (mesmo que ainda não tenham sido pagas) serão subtraídas do total da receita, também gerada no mesmo período (mesmo que ainda não tenha sido recebida). O regime de caixa é um sistema de registro contábil em que os recebimentos e pagamentos em dinheiro são registrados no momento em que ocorrem, e não no momento do fato gerador, em que se tornam conhecidos os direitos (de recebimentos) ou as obrigações (de pagamentos). As regras básicas para a contabilidade por esse regime são: A receita será contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, quando entrar dinheiro no caixa (encaixe); A despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando sair dinheiro do caixa (desembolso). Assim, o lucro será apurado subtraindo-se toda a despesa paga (saída de dinheiro do caixa) da receita recebida (entrada de dinheiro no caixa). Assim, se a nossa empresa tiver uma receita de $ 20 milhões no período (sendo que apenas 60% foi recebido); e despesa totalizando 16 milhões (em 10 milhões já foram pagos), teremos os seguintes resultados pelos dois regimes: QUADRO 07 – Apuração de lucro ITENS REGIME DE COMPETÊNCIA REGIME DE CAIXA Receita 20 milhões 12 milhões (o efetivam./recebido) (-) Despesa 16 milhões 10 milhões (o efetivam./pagamento) Lucro 4 milhões 2 milhões Fonte: Elaborado pelo autor (2014) A partir do exemplo acima exposto, pode-se verificar que o resultado apurado pelo Regime de Competência, normalmente, é diferente daquele que se refere ao Regime de Caixa. Caro aluno, estudamos nessa unidade os Princípios Básicos (regras) em relação ao BP, e estudamos os grupos e subgrupos, o regime de competência e regime de caixa. Agora, veremos os Princípios Básicos (regras) relativos à DRE para, a seguir, estudar a DRE. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Como foi conhecer as regras que regem a apuração do resultado? Se você pensou que as mesmas são importantes para conseguirmos analisar a DRE, está certíssimo. Agora passaremos a estudar a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, tendo em vista que é o demonstrativo contábil que fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da empresa. A demonstração de resultado do exercício (DRE) tem por objetivo apresentar de forma dinâmica o resultado econômico da empresa num dado período de apuração. O lucro ou prejuízo desse período específico é apurado pela diferença entre as receitas auferidas e os custos e despesas incorridas. A figura a seguir mostra esquematicamente a estrutura da DRE. QUADRO 08 – Modelo de DRE DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO Receita operacional bruta (-) Deduções e impostos sobre vendas* (=) Receita operacional líquida** (-) Custo dos produtos vendidos (=) Lucro bruto (-) Despesas operacionais*** (=) Lucro operacional (-) Despesas financeiras (=) Lucro antes do imposto de renda (-) Provisão (=) Lucro líquido Fonte: Elaborado pelo autor (2014). *Inclui vendas canceladas, descontos e impostos sobre as vendas; **Também denominada Receita de venda (líquida); ***Inclui despesas de vendas, despesas gerais e administrativas e despesas de depreciação. A demonstração de resultado é uma das principais peças contábeis que demonstra ao seu final, quanto a empresa gerou de lucro e/ou prejuízo no período. A diferença entre as receitas e as despesas resulta em lucro líquido (ou prejuízo líquido, se a soma das despesas for maior do que a soma das receitas). A demonstração de resultado a seguir apresentada é relativa a um período (de um mês, por exemplo) e mostra que a “Empresa” teve receita bruta, isto é, faturou R$ 1 milhão, gastou recursos em várias fases da produção e comercialização e no fim, apurou um lucro líquido de R$ 80 mil. Os resultados intermediários (receita líquida, lucro bruto etc.) estão destacados em negrito. As despesas estão entre parênteses. QUADRO 09 – Exemplo de demonstração de resultado. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO (em R$ mil) RECEITA BRUTA 1.000 (-) IMPOSTOS E VENDAS CANCELADAS (220) (=) RECEITA LÍQUIDA 780 (-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (400) (=) LUCRO BRUTO 380 (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas de vendas (160) Despesas administrativas (75) Outras receitas e despesas operacionais (3) (=) LUCRO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS 142 Receitas financeiras 40 (-) Despesas financeiras (61) (=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 121 (-) PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (41) (=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO 80 Fonte: Elaborado pelo autor (2014) BREVE EXPLICAÇÃO DOS ITENS DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO A Receita Bruta representa o valor das vendas à vista e a prazo de mercadorias e/ou produtos, bem como de serviços prestados, incluindo todos os impostos. A Receita Bruta corresponde ao valor total da nota fiscal (de venda de mercadorias ou de prestação de serviços) que será cobrado dos clientes. Para obter a Receita líquida é preciso deduzir da receita bruta de vendas e serviços, as vendas canceladas, abatimentos e impostos sobre vendas e serviços. Após as deduções da Receita bruta e do encontro do resultado da receita líquida, tem-se o custo dos produtos vendidos e serviços prestados, através das seguintes contas: a) Custo das mercadorias vendidas; b) Custo dos produtos vendidos; c) Custo dos serviços prestados. O custo dos produtos vendidos corresponde à “parcela vendida” dos recursos consumidos para fabricar o produto. A parcela fabricada e não vendida está registrada como estoque no ativo. Para as empresas industriais, o custo dos produtos vendidos (CPV) representaa parcela vendida dos custos incorridos pela empresa em seu processo de fabricação. O custo das mercadorias vendidas (CMV) é típico das empresas comerciais, mas pode existir também em empresas industriais, quando estas exercem também atividades de revenda de mercadoria. O custo dos serviços prestados (CSP) representa os custos incorridos para gerar os serviços; e é composto pelos custos da mão de obra utilizada, dos materiais aplicados e outros gastos (depreciação, serviços subcontratados etc). Esta conta é utilizada em empresas prestadoras de serviços. O Lucro Operacional é o valor obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as despesas operacionais. É o lucro resultante da atividade operacional da empresa. A apuração desse valor tem significado importante para análise de gestão empresarial. Os principais grupos de Despesas Operacionais são os especificados a seguir: Despesas de vendas: Abrangem desde a promoção do produto até a sua colocação junto ao consumidor. São despesas com o pessoal da área de venda, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, marketing, estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a paro (provisão para devedores duvidosos) etc. Despesas Administrativas: é parte das despesas operacionais. Dessa forma, as despesas administrativas compreendem os gastos incorridos com as atribuições da administração geral, tais como: salários e encargos de pessoal administrativo, aluguéis, despesas legais e judiciais, material de escritório e outras com as mesmas características. As despesas e receitas não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio da empresa são classificadas como Não Operacionais. Neste grupo podemos incluir outras Despesas como exemplo de prejuízos oriundos das aplicações em outras empresas e Receitas Operacionais de caráter eventual ou não, tais como: lucros de participações em outras sociedades, vendas de sucatas etc. Despesas e Receitas Financeiras: São as remunerações aos capitais de terceiros, tais como: juros pagos ou incorridos, comissões bancárias, correção monetária prefixada sobre empréstimos, descontos concedidos, juros de mora pagos etc. As despesas financeiras devem ser compensadas com as Receitas Financeiras (conforme disposição legal), isto é, estas receitas são deduzidas daquelas despesas. As receitas de natureza financeira são as derivadas de aplicações financeiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos. O lucro antes do Imposto de Renda serve de base de cálculo para o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro. Na prática, o cálculo desses tributos é feito com base em “lucro tributável”, que pode ser diferente do lucro contábil. O Imposto de Renda e Contribuição Social indica os tributos a pagar, calculados sobre o lucro tributável. Ao finalizarmos a DRE teremos a apresentação do lucro ou prejuízo. Esta é a famosa “última linha” da demonstração de resultado. Em suma, o resultado financeiro de uma empresa é medido pelo número resultante nessa linha. De nada adianta a empresa obter receita bruta muito maior que no nosso exemplo, ou seja, o dobro do valor apresentado; e no final a sobra líquida ser negativa. Por isso, caro aluno, queremos expressar e justificar o interesse em falar e dar ênfase na importância desse demonstrativo, pois sem dúvida, o empresário ou chefe de família que utilizá-lo para análise de suas contas financeiras, com certeza terá conhecimentos para compreender e auxiliar na tomada de decisão sob a ótica financeira. Agora, leia atentamente a atividade presencial, disponível no AVA, seguindo a orientação do professor-tutor. Bons estudos! ATIVIDADES DA UNIDADE 1) Uma característica do regime de competência é: a) Receita recebida. b) Aquisição de despesa. c) Pagamento de despesa. d) Consumo de despesa. e) N.D.A. 2) A empresa vendeu $ 15 milhões, só recebendo $ 5 milhões; teve como despesa $ 12 milhões, só pagando $ 1 milhão. Os resultados pelos Regimes de Competência e de Caixa são, respectivamente: a) 3.000.000 e 4.000.000. b) 4.000.000 e 5.000.000. c) 5.000.000 e 6.000.000. d) 5.000.000 e 1.000.000. e) N.D.A. 3) Salários a pagar e Capital social constituem, respectivamente: a) Patrimônio líquido e obrigação exigível. b) Direito e obrigação não exigível. c) Obrigação exigível e direito. d) Obrigação exigível e patrimônio líquido. e) N.D.A. 4) O ativo não circulante subdivide-se em: a) Investimentos temporários, imobilizado e intangível. b) Investimentos em coligadas e controladas, marcas e patentes e gastos de reorganização. c) Realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Pagamento de despesa. d) Ativo circulante e ativo realizável a longo prazo. e) N.D.A. 5) A Demonstração de Resultado do Exercício é um tipo de relatório contábil que fornece: a) As receitas menos os recebimentos em determinado período. b) As despesas mais as receitas ocorridas no período. c) Apenas as despesas ocorridas no período. d) Somente as receitas ocorridas no período. e) N.D.A. 6) O custo das Vendas é: a) O valor de venda do produto, mercadoria ou serviço. b) Confrontado com o lucro bruto para a obtenção do lucro operacional. c) O valor de custo do produto, mercadoria e serviço. d) Quando da compra da mercadoria, baixa-se do estoque como custo. e) N.D.A. 7) A forma adequada de apresentação da DRE é: a) Horizontal. b) Vertical. c) Optativa. d) Diagonal. e) N.D.A. 8) O Patrimônio da empresa X é constituído por Máquinas R$ 300,00/ Duplicatas a Receber R$ 750,00/Fornecedores R$ 1.500,00/Estoques R$ 1.000,00/Bancos R$ 100,00/ Caixa R$ 50,00/ Capital Social R$ 600,00/ Lucros Acumulados R$ 100,00. Pergunta-se: Qual o valor do Ativo? a) R$ 150,00. b) R$ 1.500,00. c) R$ 2.200,00. d) R$ 600,00. e) R$ 700,00. 9) O Patrimônio da empresa X é constituído por Máquinas R$ 300,00/ Duplicatas a Receber R$ 750,00/Fornecedores R$ 1.000,00/Estoques R$ 500,00/Bancos R$ 100,00/ Caixa R$ 50,00. Sabendo-se que o Lucro corresponde a 20% do Capital de Terceiros. Pergunta-se: Qual o valor do Capital Social? a) R$ 500,00. b) R$ 100,00. c) R$ 300,00. d) R$ 700,00. e) R$ 700,00. 10) Considere os dados abaixo, referentes ao balanço patrimonial resumido de uma empresa no final de um determinado ano. Ativo permanente líquido R$ 350,00 Caixa R$ 100,00 Contas a pagar R$ 150,00 Contas a receber R$ 300,00 Estoques R$ 250,00 Exigível a longo prazo R$ 300,00 Salários a pagar R$ 50,00 O valor do patrimônio líquido dessa empresa, em reais, é: a) R$ 200,00. b) R$ 350,00. c) R$ 500,00. d) R$ 1.000,00. e) R$ 2.050,00. UNIDADE III: OPERAÇO ES DE CAIXA, ORÇAMENTO EMPRESARIAL E PLANEJAMENTO E CONTROLE EMPRESARIAL OBJETIVOS DA UNIDADE Caro aluno, ao término dessa unidade espera-se que você esteja apto a compreender os assuntos abaixo relacionados: Operações de Caixa; Planejamento Financeiro; Controle Financeiro; Orçamento Empresarial. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO Estamos iniciando a Unidade 3. Parabéns a você que leu o material, realizou todas as atividades apresentadas até este momento. Vamos estudar agora as variações do Caixa de Empresa. Embora essa Demonstração não seja obrigatória é de fundamental importância para fins internos da empresa, A administração de caixa começa com o planejamento de caixa, atividade que consiste em estimar a evolução dos saldos de caixa da empresa. Essas informações são fundamentais para a tomada de decisão. A utilização do planejamento de caixa está presente tanto em empresas com dificuldades financeiras, como naquelas bem capitalizadas. Para as empresas com problemas financeiros, o planejamento de caixa é o primeiro passo no sentido de buscar seu equacionamento. Nas empresas em boa situação financeira, oplanejamento de caixa permite aumentar a eficiência no uso das disponibilidades financeiras. O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo fornecer estimativas da situação de caixa da empresa em determinado período de tempo à frente. O fluxo de caixa é considerado por muitos analistas como um dos principais instrumentos de análise, proporcionando a identificação do processo de circulação do dinheiro, através da variação de caixa (e equivalentes). No mundo moderno, as transações das empresas não envolvem o caixa propriamente dito, uma vez que os pagamentos podem ser feitos via internet (home bank), ou com cheques e os recebimentos podem ocorrer via transferência eletrônica de crédito e/ou depositados diretamente nos bancos, sem que precisem transitar pelo caixa no sentido contábil desta conta. ESTRUTURAÇÃO COMPLETA DA DFC Iudícibus (2009) menciona que, normalmente, dividimos o Fluxo de Caixa em três grupos distintos (assim, justifica-se o título “Demonstração dos fluxos de Caixa” no plural). Dessa forma, o pagamento de uma compra de mercadoria caracteriza uma atividade operacional, em que o pagamento de uma máquina para o imobilizado constitui um investimento; e o pagamento de juros de empréstimos caracteriza uma atividade de financiamento. Os fluxos que compõem a DFC são então oriundos das atividades. a) Operacionais; b) De financiamentos; c) De investimentos. FLUXO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS O Fluxo das Atividades Operacionais Corresponde às entradas e saídas que se originam diretamente das operações principais e acessórias da empresa; as informações necessárias à composição desse fluxo, usualmente, podem ser retiradas da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). As transações que afetam o fluxo das atividades operacionais são as seguintes: Entradas Recebimentos pela venda de mercadorias à vista; recebimento de duplicatas; Recebimento de aluguéis, juros sobre aplicações financeiras; Recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio; Outros recebimentos, como indenizações de companhias de seguro (sinistros nos estoques), sentenças judiciais, restituições de tributos. Saídas Pagamentos a fornecedores de mercadorias, matérias-primas; Pagamentos de serviços prestados por terceiros; Pagamentos de tributos, multas, taxas; Pagamento de despesas decorrentes da atividade como folha de pagamento, fretes, utilidades (energia, comunicação etc); Pagamentos de juros financeiros (comercial e bancário). FIGURA 5 - Resumo das entradas de dinheiro no caixa Fonte: Marion (2002, p. 382) FLUXO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Nesse fluxo, as alterações são oriundas de alterações detectadas no Passivo da empresa, que é o grupo de contas onde se concentra as origens dos recursos aplicados que podem ser próprios ou de terceiros. Quando ocorre um aumento no passivo, temos uma entrada de recursos (oriundos, por exemplo, de um novo financiamento); e, quando esse grupo sofre diminuição em seus valores, temos uma saída de recursos (por exemplo, um pagamento parcial ou total de um financiamento). O fluxo de financiamentos corresponde desde os financiamentos, empréstimos obtidos, aumento de capital em dinheiro, até os pagamentos dos financiamentos (amortizações), pagamento de dividendos etc.; Podemos citar as ocorrências que afetam esse fluxo: Entradas Recebimento por integralização de capital; Recebimentos de empréstimos. Saídas Pagamentos de empréstimos; Pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio; Pagamento de aquisições de imobilizado feitas a prazo. FLUXO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Nesse grupo apresentam-se as entradas e saídas de caixa relacionadas com alterações no ativo de longo prazo da empresa; aquelas que são mantidas para a produção de bens e serviços. Como no ativo da empresa estão representadas as aplicações de recursos, uma diminuição nesse grupo representa a entrada de recursos no caixa provenientes de alienação desses ativos. Da mesma forma, um aumento nesse grupo significa uma aquisição, o que gera saída de recursos e, consequentemente, diminuição do caixa. Temos como exemplo no fluxo de investimentos: aquisições de permanentes (investimentos, Imobilizado, intangível), vendas de Imobilizado, ações etc. As situações que se relacionam com o fluxo de atividades financeiras são apresentadas a seguir: Entradas Recebimento por venda de imobilizado; Recebimentos por venda de investimento; Recebimento por venda de participações societárias. Saídas Aquisição de imobilizado; Aquisição de títulos de investimento; Aquisição de participações societárias. TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAIXA Através dos itens acima relacionados observamos os principais encaixes (entrada de dinheiro no caixa) e os principais desembolso (saída de dinheiro do caixa). Agora observaremos algumas transações que não afetam o Caixa, isto é, não há encaixe e nem desembolso: Depreciação, Amortização e Exaustão. São meras reduções de Ativo que não afetam o Caixa. Provisão para Devedores Duvidosos. Estimativa de prováveis perdas com clientes que não representam desembolsos para a empresa. Reavaliação. Embora haja aumento do valor do Permanente e do Patrimônio Líquido (PL) pela atualização monetária, não representa desembolso ou encaixe. Acréscimos (ou diminuições) de itens de investimentos pelo método equivalência patrimonial. A seguir, apresenta-se um exemplo de um Demonstrativo do Fluxo de Caixa, destacando o fluxo das operações, dos financiamentos e investimentos, para melhor visualização do demonstrativo na prática. QUADRO 10 – Exemplo de DFC DFC – CIA. ESTOU FELIZ (20X4) Operações Receita Recebida 6.550 (-) Caixa despendido nos custos (4.500) 2.050 (-) Despesas pagas (900) Caixa Gerado no Negócio 1.150 Financiamentos Novos Financiamentos -0- (-) Amortização de Financiamentos (300) (-) Pagamento de Dividendos (200) (500) Caixa Após Financiamento 650 Investimentos (-) Compra de Novos Imobilizados (600) Resultado do Caixa no Período 50 Fonte: Adaptado de Iudícibus (2009, p. 120) PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO Administrar sem um guia é como andar no escuro, sem nenhum tipo de apoio. O planejamento e controle financeiro visam o conhecimento antecipado de resultados e servem de guia para ações a serem executadas pelas unidades da empresa, definindo as responsabilidades pela gestão dos recursos e geração dos resultados de determinado período futuro. Nessa unidade falaremos da importância do planejamento como um instrumento que estabelece com antecedências as ações a serem executadas dentro de cenários e condições preestabelecidas para atingir os objetivos estabelecidos. Assim, é de suma importância que você conheça os níveis de planejamento empresarial. Conforme figura abaixo, o planejamento empresarial é um processo para determinar como atingir o objetivo social. O planejamento em uma empresa ocorre em três níveis organizacionais: a) Estratégico; b) Tático; c) Operacional QUADRO 11 – Estrutura do planejamento Fonte: Maximiano (2011, p. 15); Andrade e Amboni (2011, p. 12). PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico é um planejamento de longo prazo, e as decisões a ele relacionadas norteiam a empresa a longo prazo. Por esse motivo, a responsabilidade é do presidente e dos diretores da “Empresa”. Em empresas de grande porte, as decisões estratégias estão relacionadas às linhas de produtos ou mercados. Por envolver grande soma de recursos, uma vez iniciado o processo, sua reversão é bastante difícil. O produto do planejamento estratégico é o plano estratégico. Exemplos: compra de uma empresa, lançamento de novas linhas de produtos, substituição
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