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Guia_Didatico_-_Nocoes_de_Gestao_Financeira

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UNIVERSIDADE PARANAENSE 
 
MANTENEDORA 
Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC 
 
REITOR 
Carlos Eduardo Garcia 
Vice-Reitora Executiva 
Neiva Pavan Machado Garcia 
Vice-Reitor Chanceler 
Candido Garcia 
 
 
 
Diretorias Executivas de Gestão 
Administrativa 
Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica 
 
Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários 
Cássio Eugênio Garcia 
Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação 
Institucional 
Cláudia Elaine Garcia Custódio 
Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais 
Permanentes e de Consumo 
Rosilamar de Paula Garcia 
Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros 
Rui de Souza Martins 
Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico 
Sônia Regina da Costa Oliveira 
Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas 
Jânio Tramontin Paganini 
Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos 
Lino Massayuki Ito 
Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior 
Maria Regina Celi de Oliveira 
Diretora Executiva de Gestão da Pesquisa e da Pós-Graduação 
Evellyn Cláudia Wietzikoski 
Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária 
Adriano Augusto Martins 
Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária 
José de Oliveira Filho 
 
 
 
 
 
Diretorias dos Institutos Superiores das 
Ciências 
 
Diretora do Instituto Superior de Ciências Exatas, 
Agrárias, Tecnológicas e Geociências 
Giani Andréa Linde Colauto 
Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências 
Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais 
Aplicadas e Educação 
Fernanda Garcia Velásquez 
Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, 
Médicas e da Saúde 
Irinéia Paulina Baretta 
 
 
 
 
Diretorias das Unidades Universitárias 
 
 
Diretor da Unidade de Umuarama – Sede 
Nílvio Ourives dos Santos 
Diretor da Unidade de Toledo 
Roberto Ferreira Niero 
Diretora da Unidade de Guaíra 
Sandra Regina de Souza Takahashi 
Diretora da Unidade de Paranavaí 
Edwirge Vieira Franco 
Diretor da Unidade de Cianorte 
José Aparecido de Souza 
Diretor da Unidade de Cascavel 
Gelson Luiz Uecker 
Diretor da Unidade de Francisco Beltrão 
Claudemir José de Souza 
 
SEMEAD – SECRETARIA ESPECIAL MULTICAMPI DE EDUCAÇÃO 
A DISTÂNCIA 
Secretário Executivo 
Carlos Eduardo Garcia 
Coordenação Geral de EAD 
Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato 
Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores nas Áreas de 
Educação, Linguística, Letras e Artes e Ciências Humanas 
Heiji Tanaka 
Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de 
Ciências Sociais Aplicadas 
Evandro Mendes Aguiar 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão de Normas Bibliográficas 
Inês Gemelli 
 
Diagramação e Capa 
Sandro Luciano Pavan 
 
* Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela 
reservados. 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
NOÇÕES DE GESTÃO FINANCEIRA 
 
Apresentação ....................................................................................................................... 7 
Introdução............................................................................................................................11 
 
UNIDADE I: INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ............ 13 
Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 13 
Contextualização do Assunto ...................................................................................... 13 
As Funções e os Objetivos do Administrador Financeiro ............................... 15 
Objetivo Econômico e Financeiro .............................................................................. 18 
Atividades da Unidade ................................................................................................... 21 
 
UNIDADE II: NOÇÕES BÁSICAS DE CONTABILIDADE .............................. 23 
Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 23 
Contextualização do Assunto ...................................................................................... 23 
O Balanço Patrimonial .................................................................................................... 26 
Grupos de Contas do Ativo ........................................................................................... 27 
Deduções do Circulante ................................................................................................. 28 
Grupos de Contas do Passivo ...................................................................................... 29 
Apuração do Resultado .................................................................................................. 34 
Demonstração de Resultado do Exercício ............................................................. 37 
Breve Explicação dos Itens da Demonstração de Resultado ......................... 39 
Atividades da Unidade ................................................................................................... 41 
 
UNIDADE III: OPERAÇÕES DE CAIXA, ORÇAMENTO EMPRESARIAL E 
PLANEJAMENTO E CONTROLE EMPRESARIAL ........................................... 45 
Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 45 
Contextualização do Assunto ...................................................................................... 45 
Estruturação Completa da DFC .................................................................................. 46 
Fluxo das Atividades Operacionais ........................................................................... 46 
 
Fluxo das Atividades de Financiamento ................................................................. 48 
Fluxo das Atividades de Investimento .................................................................... 48 
Transações que não Afetam o Caixa ......................................................................... 49 
Planejamento e Controle Financeiro ........................................................................ 50 
Planejamento Estratégico ............................................................................................. 51 
Planejamento Tático ....................................................................................................... 52 
Planejamento Operacional ........................................................................................... 52 
Orçamento Empresarial ................................................................................................ 53 
Instrumentos de Controle ............................................................................................. 54 
Orçamento de Vendas .................................................................................................... 56 
Orçamento de Produção ................................................................................................ 57 
Plano das Despesas de Vendas e Administrativas ............................................. 57 
Orçamento de Capital ..................................................................................................... 57 
Orçamento de Caixa ........................................................................................................ 57 
Orçamento de Resultado ............................................................................................... 58 
A Importância dos Controles Financeiros ............................................................. 58 
Administração do Caixa ................................................................................................. 60 
Controle Diário de Caixa ................................................................................................ 62 
Controle Bancário ............................................................................................................63 
Controle Diário de Vendas ............................................................................................ 64 
Controle de Contas a Pagar .......................................................................................... 65 
Controle de Contas a Receber ..................................................................................... 66 
Controle Mensal de Despesas ...................................................................................... 67 
Controle de Estoques ...................................................................................................... 68 
Controle de Pessoal ......................................................................................................... 69 
Atividades da Unidade ................................................................................................... 70 
 
UNIDADE IV: GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE 
VENDA .................................................................................................................................. 73 
Objetivos da Unidade ...................................................................................................... 73 
Conceitos e Classificação ............................................................................................... 73 
Classificação dos Custos ................................................................................................ 76 
Custos Diretos e Custos Indiretos ............................................................................. 77 
Diferentes Classificações de Custos .......................................................................... 78 
Preço de Venda e Margem de Contribuição .......................................................... 82 
Política de Preços ............................................................................................................. 83 
Formação de Preço Pelo Método Mark-Up ............................................................ 83 
Obtenção do Mark-Up Divisor ..................................................................................... 84 
Obtenção do Mark-Up Multiplicador ........................................................................ 85 
Margem de Contribuição Unitária ............................................................................. 87 
Ponto de Equilíbrio .......................................................................................................... 90 
Tipos de Ponto de Equilíbrio ....................................................................................... 92 
Atividades da Unidade ................................................................................................... 95 
Referências .......................................................................................................................... 98 
Sites ..................................................................................................................................... 100 
 
 
 
Apresentação 
 
Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de 
um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e 
Comunicação disponíveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução 
educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a 
sua missão como instituição formadora, com competência e comprometimento, 
optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento 
científico e tecnológico, através da Educação a Distância. 
Sendo assim, a Universidade Paranaense - UNIPAR - atenta a este novo cenário 
e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, 
responsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais 
democrática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e 
acessível estimulando o processo de autoaprendizagem. 
Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da 
Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem 
como objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do 
autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a 
importância dele em sua formação profissional. 
 
Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. 
 
Carlos Eduardo Garcia 
Reitor 
 
 
Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), 
Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a 
distância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e 
atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são 
planejados e organizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos 
objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. 
As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento 
das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos 
e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos 
didáticos organizados em diferentes suportes de informação e comunicação. 
As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades 
de comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: 
esclarecer as dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar 
informações sobre assuntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das 
atividades propostas no material didático, conforme calendário estabelecido, 
enfim, acompanhá-lo e orientá-lo no que for necessário. 
As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se 
obrigatoriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, 
conforme dispuser o plano de ensino da disciplina. 
Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de 
uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se 
preocupa com a construção do seu conhecimento, independente da distância 
geográfica que você se encontra. 
O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, 
e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado 
seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos 
comportamentos, novas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. 
 
 
A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem 
– AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de 
tutoria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que 
você se aproprie do conhecimento. 
Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos 
sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe 
dos fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais 
para o sucesso da sua aprendizagem. 
 
Bons estudos! 
e-@braços. 
 
Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato 
Coordenadora Geral da EAD 
 
 
 
 
 
Caro(a) acadêmico(a), 
 
Este Guia Didático é composto de informações e exercícios de análise, 
interpretação e compreensão dos conteúdos programáticos da disciplina de 
Economia e Sociedade Brasileira do Curso de Graduação em que você se 
encontra matriculado. 
 
O Guia Didático foi elaborado por um Professor Conteudista, embasado no plano 
de ensino da disciplina, conforme os critérios estabelecidos no Projeto 
Pedagógico do Curso. Abaixo, apresentamos, resumidamente, o currículo do 
Professor Conteudista responsável pela elaboração deste material: 
Disciplina: Noções de Gestão Financeira 
Autor: Elizangela Maria Menegassi de Lima 
Mestrado em Engenharia da Produção pela Universidade Federal de Santa 
Catarina, UFSC, Florianópolis (2004); Graduada em Administração pela 
Universidade Paranaense Unipar e Graduada em Letras – Licenciamento Língua 
Portuguesa e InglesaUniversidade para o Desenvolvimento do Estado e da 
Região do Pantanal, Uniderp, Campo Grande; atualmente é professora da 
Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus Umuarama; Coordenadora do 
Projeto Menor Aprendiz. 
Além do professor conteudista, existe uma equipe de professores e tutores 
mediadores devidamente preparados para acompanhá-lo e auxiliá-lo, de forma 
colaborativa, na construção de seu conhecimento. 
Bons momentos de estudos! 
e-@braços. 
 
Evandro Mendes Aguiar 
Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de 
Ciências Sociais Aplicadas 
 
INTRODUÇÃO 
Caro aluno, seja bem vindo aos estudos da disciplina de Noções de Gestão 
Financeira. Este material foi desenvolvido com o objetivo de fornecer elementos 
básicos para a compreensão da função financeira nas empresas, assim como a 
sua ligação com as estratégias empresariais e pessoais. 
Acreditamos que o conhecimento é resultante de uma construção conjunta, e não 
um “pacote” fechado e acabado. Assim, não serão apresentadas nesse módulo, 
“receitas prontas” de como conduzir as finanças e elaborar estratégias. Cada 
aluno deverá, com a sua participação e esforço, tanto nos momentos de estudo e 
atividades individuais, quanto nos momentos de atividades em grupos, 
desenvolver as habilidades e competências necessárias, a partir da análise e 
interpretação dos fatos, no sentido de estabelecer os próprios caminhos para o 
seu crescimento intelectual e profissional. 
Quero aproveitar e instigá-los a fazer esta viagem através da leitura do material, 
organizando seu tempo, disciplina, dedicação para as leituras complementares, 
realizando todos os exercícios propostos e participar das aulas presenciais, para 
o alcance do sucesso na aprendizagem. 
Se cada aluno fizer a sua parte e cumprir todas as etapas previstas do nosso 
módulo, tenho certeza que valerá a pena. Ao final, você estará apto a fornecer 
conhecimentos através dos instrumentos básicos para a elaboração do 
diagnóstico da situação financeira atual de uma organização. 
Com base em indicadores você poderá realizar projeções quanto ao seu futuro. 
Então, aproveite esta Unidade Didática, pois você a utilizará em diversos 
momentos de sua vida acadêmica e, com certeza, em toda a sua vida 
profissional. 
Desejo a todos bons estudos! 
 
 
UNIDADE I: INTRODUÇA O A 
ADMINISTRAÇA O FINANCEIRA 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
Caro aluno, essa unidade tem por objetivo: 
 Descrever a importância da administração financeira, através de uma 
introdução à administração financeira; 
 Estudar o objetivo econômico e financeiro para as organizações; 
 Classificar as atividades empresariais e as funções do gestor financeiro. 
 
Assim, ao término dessa unidade, esperamos que você esteja apto a compreender o 
conceito de finanças e as funções de um gestor financeiro. A intenção é promover 
reflexões que possam contribuir para o seu crescimento na vida financeira e 
organizacional. 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO 
Ao longo do tempo, a gestão financeira tem sido entendida com uma importância 
cada vez maior no dia-a-dia de pequenas e grandes corporações, sendo utilizada 
como um instrumento para tomada de decisões para o futuro das empresas. O 
profissional das áreas financeira, contábil e administrativa necessita de dados 
precisos para uma análise exata da empresa. 
A administração financeira ou simplesmente finanças é o ramo da administração 
preocupada com a gestão dos recursos financeiros de qualquer entidade (pessoas 
físicas, empresas com ou sem fins lucrativos, governos etc). 
Segundo Gropelli e Nikbakht (2012), a área de finanças envolve a aplicação de uma 
série de princípios econômicos para maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio. 
Enquanto prática, a administração financeira busca maximizar a riqueza do investidor, 
 
 
 
 
através da correta manipulação de fluxos monetários. Assim, o objetivo principal, senão 
único, da administração financeira é maximizar a riqueza dos investidores. 
Gitman (2004) aponta que o objetivo ampliado (ou secundário) é a preservação da 
riqueza dos stakeholders (grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, 
credores e outros que possuem um vínculo econômico com a empresa). 
Podemos conceituar a área de finanças como aquela que “preocupa-se com os 
processos, as instituições, os mercados e os instrumentos associados a transferências 
de dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais” (GITMAN, 2004, p. 4) 
atuando em contato estreito com o sistema de intermediação financeira. 
As atividades relacionadas aos pagamentos diários da empresa são chamadas de 
decisões financeiras de curto prazo (ou administração do capital circulante) e 
envolvem questões como: 
 Gestão de caixa; 
 Análise de crédito e cobrança; 
 Contas a pagar; 
 Contas a receber; 
 Estoques; 
 Obtenção de crédito junto aos fornecedores; 
 Empréstimos de curto prazo. 
 
Já as decisões relacionadas a investimento e fontes de investimentos são decisões 
financeiras de longo prazo, que devem estar alinhadas com a estratégia da 
empresa. Tais decisões abrangem questões sobre obtenção de recursos para 
investimentos (estrutura de capital, relacionamentos com investidores), bem como 
critérios para seleção de investimentos (orçamento de capital). Como obter recursos 
e aplicá-los é a questão. 
 
 
 
 
ATENÇÃO ALUNOS!!!! 
A gestão financeira é o coração dos seus negócios. Você deve 
controlar bem as suas atividades financeiras, para que a sua 
empresa se mantenha em pé, ou seja, para a sua permanência no 
mercado. A figura abaixo nos mostra uma pessoa olhando no binóculo. Ela traz uma 
importante reflexão: “dentro do contexto empresarial o olhar para o controle financeiro é 
importante, possibilitando ao empresário uma visão geral da situação da empresa com 
relação à liquidez do seu caixa”. 
FIGURA 1 - A importância do olhar financeiro no contexto empresarial 
 
 
Fonte: http://www.portalgsti.com.br/2014_02_01_archive.html 
AS FUNÇÕES E OS OBJETIVOS DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
As atividades de operações existem em função do negócio da empresa e sua 
condução é de responsabilidade do ‘dono do negócio’ que pode estar representado 
pelo diretor da empresa-presidente, pelo conselho de administração, pelos diretores, 
ou pelo próprio dono de uma firma individual. 
O gestor financeiro (ou administrador financeiro) tem papel fundamental em uma 
organização, seja ela empresa ou família, pois é a pessoa que irá planejar e 
controlar os recurso financeiros e proceder às orientações necessárias quanto a 
melhor forma de conduzir as atividades operacionais a curto e longo prazo, com 
base em conhecimentos técnicos e visão global do negócio. 
 
 
 
 
Para Gitman (2004), as funções do administrador financeiro são as seguintes: 
a) Análise e planejamento financeiro. São exemplos: a análise de 
investimentos e o orçamento empresarial; 
b) Administração da estrutura do ativo da empresa. São exemplos: as 
decisões de compra ou não de ativos permanentes e a política de 
estoques; 
c) Administração de sua estrutura financeira. São exemplos: a tomada de 
empréstimos e a abertura de capital. 
 
As funções de análise, planejamento e controle financeiro consistem em 
coordenar, monitorar e avaliar todas as atividades da empresa (operação, 
investimento e financiamento), bem como participar ativamente das decisões 
estratégicas, planejando as atividades da empresa no longo prazo, mensurando os 
riscos em relação ao retorno esperado. 
Contudo, é importante mencionar que tal função não significa simplesmente efetuar 
o registro de receitas e gastos e informar os valores; por meio da análise das causas 
da variação do valor efetivo (ou realizado) em relação ao planejado, a empresa faz 
ajustes no plano original para eliminar as causas indesejáveis do desperdício e 
minimizar gastos. 
As decisões de investimento são tomadas para destinaçãodos recursos 
financeiros para aplicação em ativos circulantes e em ativos realizáveis a longo 
prazo e permanentes, mensurando a relação risco-retorno dos capitais alocados. 
As decisões de financiamentos são tomadas para captação de recursos 
financeiros e financiamento dos ativos circulantes e realizáveis a longo prazo e 
permanentes, considerando a combinação adequada dos financiamentos a curto e a 
longo prazo e o custo do capital. 
Nas empresas de pequeno e médio portes, as atividades relacionadas com a função 
financeira, geralmente, ficam sob responsabilidade de um dos sócios. Não é raro 
essa pessoa acumular outras funções e relegar a área financeira a um segundo 
plano, preocupando-se, basicamente, com a administração das disponibilidades. 
 
 
Nas grandes organizações, a função financeira situa-se entre as mais relevantes e 
costuma ser desempenhada por uma vice-presidência e/ou diretoria financeira 
composta por dois grupos distintos de especialistas ou de conhecimentos, porém, 
intimamente vinculados. O responsável por um dos grupos recebe o título de 
tesoureiro (ou gerente financeiro); e o responsável por outro grupo, a denominação 
de controller (ou contador). Basicamente, o tesoureiro é responsável pelo 
planejamento, controle e movimentação de recursos financeiros e o controller é 
responsável pelo planejamento, controle e análise das operações e investimentos. 
Um exemplo de organograma de área financeira é demonstrado na figura 2. 
FIGURA 2 - Organograma da área financeira 
 
 
Vice- Presidência 
ou Diretoria 
 
Diretoria ou 
Departamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Hoji (2012, p. 18). 
 
 
Finanças 
Tesouraria Controladoria 
Aplicação e 
empréstimos 
Crédito e Contas 
A receber 
 
 
Câmbio 
Contas a pagar 
Contabilidade 
Financeira 
Contabilidade de 
Custos 
Orçamentos 
Informática 
Departamento 
ou seção 
 
 
 
LEMBRE-SE! 
Caro aluno, o objetivo do administrador financeiro, através de suas funções, 
consiste em maximizar a riqueza dos investidores (acionistas, sócios, empresários, 
pessoas físicas etc.). A análise do planejamento e controle financeiro refere-se à 
movimentação de recursos que engloba as decisões de investimento e financiamento. 
OBJETIVO ECONÔMICO E FINANCEIRO 
Os fatos econômicos como a inflação, taxas de juros, aumento na carga tributária 
entre outros normalmente influenciam nas finanças das organizações. Todo fato 
econômico, político e social tem impacto macroeconômico, ou seja, em toda a 
sociedade; e impacto microeconômico, ou seja, em determinados setores 
empresariais, em empresas específicas e até mesmo em nossas finanças pessoais. 
Segundo Gtiman (2004), o campo das finanças está intimamente relacionado ao da 
economia. Os administradores financeiros precisam compreender o arcabouço 
econômico e estar atentos para as consequências da variação dos níveis de 
atividade econômica e das mudanças de política econômica. Também devem estar 
preparados para usar as teorias econômicas como diretrizes para o funcionamento 
eficiente da empresa. 
Vejamos o caso de um micromercado. Muitos de nós o frequentamos ou somos 
seus vendedores. Se alguém está comprando ou vendendo é natural que os 
vendedores mostrem os itens de maior procura, estimulando a maior venda possível. 
Preço é outra consideração importante. Se estiver muito elevado, poucos clientes 
comprarão. Alguns desses princípios econômicos simples são úteis ao tomar a 
decisão correta de vender e/ou comprar em qualquer mercado (GROPPELLI, 
NIKBAKHT, 2012). 
A teoria econômica tem como objetivo a busca da melhor alocação de recursos na 
economia. Dessa forma, os gestores financeiros são responsáveis pelo encontro das 
melhores e mais baratas fontes de fundos e pelo investimento desses fundos na 
melhor e mais eficiente combinação de ativos. 
 
 
 
No que diz respeito a finanças e economia, Cherobim (2011, p. 7) trata: 
 Finanças: os aspectos financeiros estão relacionados aos recursos 
monetários. Englobam a captação dos recursos necessários para 
desenvolver atividades, processo conhecido como funding; o cálculo do 
custo desses recursos, bem como a projeção dos retornos; e; finalmente 
referem-se à remuneração dos recursos; as finanças viabilizam as 
atividades econômicas. 
 Economia: os aspectos econômicos estão relacionados a recursos 
escassos: pessoas, recursos naturais, matérias-primas, equipamentos, 
tecnologia e conhecimento para prover necessidades ilimitadas. 
O objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de 
mercado, por meio de geração contínua de lucro e caixa no longo prazo, executando 
as atividades inerentes ao seu objetivo social, pois com o aumento do valor da 
empresa, o proprietário desta (acionista de uma sociedade anônima) aumenta sua 
própria riqueza. 
 
FIQUE ATENTO! 
O objetivo social de uma empresa é a atividade principal que ela executa. 
Por exemplo, o objetivo de uma fábrica de automóveis é fabricar e vender 
automóveis; o de uma loja de materiais de construção é comprar e vender materiais de 
construção; o de um hospital é prestar serviços relacionados à saúde etc. 
Outro aspecto importante no que diz respeito ao cenário econômico e financeiro é a 
correlação entre o lucro e o caixa. Existe um antigo ditado popular que diz: “tempo é 
dinheiro”. Nada mais verdadeiro. Uma empresa que gera lucro pode estar em 
dificuldade financeira por não gerar caixa. Imagine que um acionista possua mil 
ações de uma companhia cotada a R$ 10 por ação. O patrimônio do acionista vale, 
então, R$ 10 mil. A companhia gera lucros constantes ou possui potencial de 
geração de caixa substancial e a ação passa a valer R$ 20. O acionista é possuidor, 
então, de um patrimônio de R$ 20 mil, aumentando sua riqueza por meio do 
aumento do valor da empresa. Porém, se a empresa não possuir caixa (dinheiro), 
não conseguirá distribuir dividendos. 
 
 
 
 
 
Segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas 
de São Paulo - SEBRAE-SP (2005), as taxas de mortalidade das MPEs (micro e 
pequenas empresas) permanecem altas, sendo que 29% das novas empresas 
paulistas encerram sua atividades antes de complementar um ano de atividade e 
56% fecham em cinco anos. 
A alta mortalidade poderia ser reduzida substancialmente se fossem eliminadas 
algumas deficiências de gestão empresarial, principalmente a falta de conhecimentos 
financeiros de seus administradores, tais como o planejamento financeiro, análise da 
gestão do caixa e o conhecimento dos relatórios contábeis fundamentais. 
FIGURA 3 - Apresenta a empresa como um sistema de geração de lucros. 
 
ACIONISTAS 
 $ $$$$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado: Hoji (2012, p. 18). 
 
 
Do ponto de vista dos acionistas, uma empresa pode ser visualizada como um 
sistema que gera lucro e aumenta os recursos nela investidos. A empresa 
representada por seus administradores (diretores e gerentes) e empregados em 
geral, “interage com os agentes econômicos do ambiente que está inserida, gerando 
os resultados econômicos e financeiros e remunerando os acionistas pelo 
investimento realizado” (HOJI, 2004, p. 21). 
Financiadores 
Investidores Bancos 
 governo 
 
 
 
Fornecedores Clientes 
Concorrentes 
 Comunidade 
EMPRESA 
Administrad
ores 
+ 
Empregados 
 
 
 
 
 
LEMBRE-SE! 
Os administradores financeiros devem harmonizar as necessidades 
sociais e ambientais visando à obtenção de lucro. A adesão aos valores sociais 
talvez não produza o uso mais eficiente dos ativos ou os menores custos, porém irá 
melhorar a imagem da empresa. Cuidar dos interesses das minorias, criar 
instalações para treinamento, cuidar da segurança e do bem-estar dos trabalhadores 
e lidar eficazmentecom a questão da convivência entre homens e mulheres, pode 
produzir benefícios a longo prazo na forma de maior produtividade e relações mais 
harmoniosas entre a produção e a administração. 
Agora leia atentamente a atividade presencial disponível no AVA, seguindo a 
orientação do professor-tutor. 
Bons estudos! 
 
 
ATIVIDADES DA UNIDADE 
1) O que são finanças? Explique como essa área afeta a vida de todas as pessoas 
e organizações. 
2) O que você entende por análise financeira de empresas? Complemente o 
conceito, descrevendo as principais fases que envolvem um processo de análise 
de empresas. 
3) Em sua opinião, a análise financeira de empresas deve compreender o exame de 
outros dados e informações além das demonstrações financeiras? Justifique e 
em caso positivo, mencione quais são esses dados e informações adicionais. 
4) Descreva as funções e os objetivos do administrador financeiro. De que modo a 
preocupação com o binômio lucro/caixa está relacionada com a função do 
administrador financeiro. 
5) Comente a seguinte afirmação: “O objetivo de toda organização privada é o 
lucro.” Você concorda? Justifique sua resposta. 
6) Essa atividade deverá se prolongar durante todo o desenvolvimento da unidade 
didática. Comece a montar o seu glossário de termos financeiros, acrescentando 
de cinco a sete palavras (ou termos) a cada semana. Alguns termos podem ser 
 
 
 
 
 
encontrados em dicionários, mas existem também várias fontes disponíveis para 
pesquisa na internet; como sugestão, você pode consultar: 
http://www.bovespa.com.br e http://www.infomoney.com.br. 
7) Assinale verdadeiro ou falso: 
( ) A administração financeira é o ramo da administração preocupada única e 
exclusivamente com a gestão dos recursos financeiros das organizações. 
( ) A administração financeira procura maximizar o lucro do investidor. 
( ) A administração financeira é o ramo da Ciência da Administração que se ocupa 
com o processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência 
de fundos entre pessoas, empresas e governos. 
( ) Análise e planejamento financeiro, administração da estrutura do ativo da 
empresa e administração da estrutura financeira são as funções da administração 
financeira corporativa. 
( ) Para leigos, é comum julgar a administração financeira e a contabilidade como 
sendo a mesma ciência. 
( ) O tesouro é responsável pelas atividades financeiras da empresa, tais como, 
tecnologia da informação e contabilidade de custos. 
( ) A responsabilidade do administrador, sócio ou não, sempre será solidária e 
ilimitada para com a sociedade e terceiros que se relacionam com a mesma, seja 
qual for o tipo de composição societária. 
( ) Os fatos econômicos normalmente influenciam nas finanças das organizações, 
como: inflação, taxas de juros, aumento na carga tributária etc. 
( ) Os administradores financeiros não precisam compreender o arcabouço 
econômico e estar atentos para as consequências da variação dos níveis de 
atividade econômica e das mudanças de política econômica. 
( ) Será considerado financiamento todo recurso financeiro obtido pela empresa, 
seja junto a credores (chamados de recursos de terceiros) seja junto aos sócios ou 
proprietários (chamados de capital próprio). 
 
 
 
 
UNIDADE II: NOÇO ES BA SICAS DE 
CONTABILIDADE 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
Caro aluno, ao término dessa unidade espera-se que você esteja apto a 
compreender os assuntos abaixo relacionados: 
 Noções básicas de contabilidade; 
 Apuração de resultado; 
 Demonstração de resultado; 
 Balanço patrimonial e situação patrimonial. 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO 
A contabilidade é uma atividade fundamental na vida econômica. Mesmo nas 
economias mais simples é necessário manter a documentação dos ativos, dívidas e 
negociações com terceiros. O papel da contabilidade torna-se ainda mais importante 
nas complexas economias modernas. Considerando que os recursos são escassos, 
é preciso escolher entre as melhores alternativas, e para identificá-las são 
necessários os dados contábeis. 
A contabilidade é uma ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no 
patrimônio das entidades, a fim de oferecer informações acerca da composição do 
patrimônio, suas variações e resultados econômicos decorrentes da gestão da 
riqueza patrimonial. 
A contabilidade financeira é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros 
para propósitos externos: pessoal externo à organização como acionistas, credores 
e autoridades governamentais. Esse processo é muito influenciado por autoridades 
que estabelecem padrões regulamentadores e fiscais, bem como por exigências de 
auditoria e contadores independentes. 
 
 
 
 
O sistema de informações gerenciais de uma empresa tem como objetivo integrar 
todos os processos, cabendo à gerência a responsabilidade de operá-lo de forma 
consciente. Entre os demais elementos – marketing, produção, recursos humanos e 
logísticos – está o sistema de informações contábeis. 
Os elementos que compõem um sistema de informações contábeis são inputs (fatos 
contábeis), o processamento (registro e análise dos fatos) e os outputs 
(demonstrações contábeis). Os outputs consistem nas demonstrações contábeis 
que, na prática, são o retrato da situação econômica e financeira das empresas 
perante a sociedade. 
Um relatório contábil consiste na exposição ordenada de dados de uma organização 
colhidos pela contabilidade. Tais relatórios podem ser obrigatórios (quando exigidos 
pela lei); ou não obrigatórios (quando não exigidos pela lei). Os relatórios contábeis 
são conhecidos como demonstrações financeiras. 
As demonstrações contábeis são a base para a análise da área de finanças. As 
principais são: 
 O balanço patrimonial 
 O demonstrativo de resultados do exercício 
 Demonstração dos fluxos de Caixa. 
 
As demonstrações contábeis, também chamadas de demonstrações financeiras, 
constituem quadros técnicos que têm por objetivo a exposição clara, objetiva e 
sistematizada da situação patrimonial, econômica e financeira de uma entidade. 
Quando falamos em Situação Patrimonial, estamos nos referindo aos bens, direitos 
e obrigações pertencentes à entidade em dado momento (regra geral, ao final do 
ano-calendário), os quais são evidenciados na demonstração contábil chamada de 
BALANÇO PATRIMONIAL; quando falamos em Situação Econômica, estamos nos 
referindo ao resultado, isto é, ao lucro ou prejuízo da entidade referente a dado 
período contábil (normalmente, período de um ano), os quais são evidenciados na 
demonstração contábil de DRE (Demonstração do Resultado do Exercício); e, 
finalmente, ao falarmos em Situação Financeira, podemos estar nos referindo, de 
 
 
forma estática, à comparação em dado momento das obrigações a pagar, com as 
aplicações de recursos no capital de giro da entidade. Tais informações são obtidas 
por meio do Balanço Patrimonial ou de forma dinâmica, a qual consiste em analisar 
as entradas e saídas de disponibilidades (dinheiro), em determinado período (regra 
geral, no ano-calendário). Tal situação é indicada na demonstração contábil 
chamada de DFC (Demonstração de Fluxos de Caixa). 
QUADRO 01 - Demonstração de fluxos de caixa 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
 
De acordo com o art. 176 da Lei no 6.404/1976 (Leis das Sociedades por Ações), as 
demonstrações contábeis devem ser elaboradas ao fim de cada exercício social. As 
demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação dos 
valores correspondentes ao exercício anterior. 
A lei das Sociedades por Ações não determina quando as companhias devem 
encerrar seus exercícios sociais, apenas define no art. 175, que o exercício social 
terá a duração de 1 (um) ano, com a data do término fixada no estatuto da 
companhia. No entanto, por comodidade e simplicidade, a maioria das companhias 
prefere seguir o ano-calendário,isto é, iniciam seus exercícios sociais em 1º de 
janeiro, encerrando-os em 31 de dezembro de cada ano. Desta forma, a regra geral, 
a data-referência das demonstrações contábeis é 31 de dezembro de cada ano. 
 
SITUAÇÃO 
PATRIMONIAL 
Balanço 
Patrimonial 
SITUAÇÃO 
ECONÔMICA 
DRE 
SITUAÇÃO 
FINANCEIRA 
(Estática) Balanço 
Patrimonial 
(Dinâmica) DFC 
 
 
 
O BALANÇO PATRIMONIAL 
O Balanço Patrimonial (BP) é uma “foto” da situação patrimonial e financeira de uma 
entidade (sociedade, clube, igreja etc.) em determinado momento. Na nossa 
disciplina, a entidade a ser focada é a empresa. Assim, a terminologia adotada será 
aquela pertinente à sociedade com fins lucrativos, usualmente denominada 
empresa. É uma demonstração muito usada por usuários externos à empresa: 
bancos, governo, fornecedores, sindicatos e até mesmo o dono da empresa (sócios 
ou acionistas). 
O Balanço Patrimonial é formado por duas partes. De modo simplista, podemos 
dizer que a parte da esquerda (ativo) representa todos os bens e direitos de 
propriedade da empresa e a parte da direita (passivo e Patrimônio Líquido), as 
obrigações desta mesma empresa. 
O valor da parte esquerda sempre será igual ao da direita. Assim, o “balanço” 
sempre estará em equilíbrio, como exemplificado na ilustração a seguir: 
QUADRO 02 – “Balanço” dos direitos e obrigações 
 
 
Fonte: D’Amato (2012, p. 21). 
 
 
É justamente com relação ao equilíbrio que surge a ideia de uma balança de dois 
pratos, onde se encontra a igualdade que gera a equação fundamental do patrimônio, 
segundo a qual o ativo é igual ao passivo e patrimônio líquido. 
 
 
ATIVO = PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Ou 
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
O balanço reflete a situação patrimonial da empresa em determinado momento e 
seu esquema está representado na Figura a seguir. Tradicionalmente, conceitua-se 
ativo, o conjunto de bens e direitos que a empresa possui, designados por seus 
valores; o passivo registra o valor das obrigações da empresa para com terceiros; e, 
o patrimônio líquido, mostra os recursos financeiros investidos por sócios ou 
acionistas e reinvestidos de lucros. Entretanto, para a administração financeira, o 
ativo significa o resultado atual de decisões de investimentos tomadas no passado, 
enquanto o passivo e o patrimônio líquido representam o resultado atual de decisões 
de financiamentos passadas. 
FIGURA 4 - Composição do balanço patrimonial 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Ativo Passivo 
Ativo circulante Passivo circulante 
Ativo não circulante Passivo não circulante 
 Patrimônio Líquido 
Ativo = Passivo + Patrimônio líquido 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
GRUPOS DE CONTAS DO ATIVO 
O Ativo está disposto em grupos de contas homogêneos ou de mesmas 
características. Os itens do ativo são agrupados de acordo com a ordem 
decrescente de sua liquidez, isto é, de acordo com a rapidez com que podem ser 
convertidos em dinheiro. 
 
 
 
 
Os principais componentes do ativo são apresentados a seguir: 
Ativo circulante – AC: o dinheiro (caixa ou bancos); é o item mais líquido que, 
agrupado com outros itens, serão transformados em dinheiro, consumidos e/ou 
vendidos a curto prazo, ou seja, dentro de um ano: Contas a Receber, Investimentos 
Temporários, Estoques. Como exemplos de contas AC temos: 
 Disponível: (Caixa e Bancos); 
 Contas a Receber: São valores ainda não recebidos decorrentes de vendas 
de mercadorias ou prestação de serviços a prazo. São valores a receber de 
clientes, também denominados “duplicatas a receber”. 
 Estoques: são mercadorias a serem revendidas. No caso de indústria, são 
os produtos acabados, bem como matéria-prima e outros materiais 
secundários que compõem o produto em fabricação. 
 Investimento Temporário: são aplicações realizadas normalmente no 
mercado financeiro com excedente do Caixa. São investimentos por um 
curto período, pois, tão logo a empresa necessite do dinheiro, ela se desfaz 
da aplicação. 
Deduções do Circulante 
 Contas a Receber: a parcela estimada pela empresa que não será recebida 
em decorrência dos maus pagadores deve ser subtraída de Contas a 
Receber, com o título Provisão para Devedores Duvidosos. 
Parte das Duplicatas a Receber, negociadas com instituições financeiras 
com o objetivo da realização financeira antecipada daqueles títulos, deve ser 
subtraída de Contas a Receber com o título de Duplicatas Descontadas. 
 
Ativo não Circulante – O Ativo não Circulante é um grupo formado pelos bens de 
natureza duradora, assim como também pelos direitos, ou seja, por valores a 
receber, garantindo assim o bom funcionamento da empresa e de seu negócio. O 
Ativo não Circulante é composto por quatro subgrupos: Realizável a Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
As definições dos subgrupos são apresentadas a seguir: 
 Realizável a Longo Prazo: São ativos de menor liquidez (transformam-se 
em dinheiro mais lentamente) que o Circulante. Nesse item são classificados 
os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades coligadas ou 
 
 
controladas, a diretores, acionistas etc., além dos Títulos a Receber no 
Longo Prazo. 
 Investimentos: As participações (que não se destinam à venda) em outras 
sociedades (Investimento em Coligadas e Controladas) e outras aplicações 
de característica permanente que não se destinam à manutenção da 
atividade operacional da empresa, tais como: imóveis alugados a terceiros 
(não de uso, mas para renda), obras de arte etc. 
Por exemplo, o fato de uma empresa que fabrica parafusos (atividade 
operacional/objeto social) ter comprado obras de arte, terrenos para especular 
preços etc., em nada vai afetar o seu negócio (de parafusos). 
 Imobilizado: São aqueles que dificilmente serão vendidos, pois a sua 
característica básica é não se destinarem à venda. Portanto, pode-se dizer 
que são itens sem quase nenhuma liquidez para empresa. 
Outra característica do Ativo Permanente é que são itens usados por vários 
anos (vida útil longa) e sua reposição, ao contrário do Circulante, é lenta. 
Seus valores não variam constantemente, daí a denominação de Ativo Fixo. 
Portanto, o subgrupo Não Circulante Imobilizado são os direitos que têm por 
objetivos bens corpóreos (palpáveis). 
 Intangível: São direitos bens incorpóreos, isto é, não palpáveis, que não se 
pode tocar, pegar, destinados à manutenção da empresa ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive o fundo de comercio adquirido. Exemplos: fundo de 
comércio, marcas e patentes, software etc. 
GRUPOS DE CONTAS DO PASSIVO 
O passivo agrupará contas de acordo com seu vencimento, isto é, aquelas contas 
que serão liquidadas mais rapidamente integrarão um primeiro grupo; e aquelas que 
serão pagas num prazo mais longo formarão outro grupo. 
Esses grupos são classificados de Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e 
Patrimônio Líquido, conforme as descrições a seguir: 
Passivo Circulante: Evidencia todas as dívidas com terceiros que serão pagas a 
curto prazo (dentro de um ano): Contas a Pagar, Dívidas com Fornecedores de 
Mercadorias ou Matérias-Primas, com vencimentos nos próximos 360 dias, as 
Provisões Impostos a Recolher (para o governo), os Empréstimos Bancários com 
vencimentos nos próximos 360 dias, as Provisões (são as despesas incorridas, 
geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: Imposto de Renda, 
Férias, 13º Salário, Salários a Pagar, Encargos Sociais a Pagar etc). 
 
 
 
Passivo não Circulante: Pertencem a esse grupo as obrigações das empresas, 
incluindo os financiamentos para aquisição dos bens do Ativo não Circulante. 
Classificam-se ainda nesse grupo as dívidas que vencerão no exercício do ano 
seguinte. 
Para entendermos o passivo não circulante é necessário sabermos o que é ciclo 
operacional? Você sabe? 
Caso a resposta seja negativa, leia o quadro abaixo. 
QUADRO 03 – Ciclo operacional 
 
CICLO OPERACIONAL DA “EMPRESA” 
A determinaçãoda classificação, para o caso de o ciclo operacional da empresa ter 
duração maior que o exercício social dependerá do prazo desse ciclo. Ou seja, se uma 
empresa constrói um navio em 24 meses, haverá a necessidade de se ajustar o ciclo do 
exercício social, em função de se ter um ciclo operacional (24 meses) diferente do que é o 
comum, que dura 12 meses. 
O ciclo operacional inicia-se com a compra de mercadoria (matérias-primas) e encerra-se 
com o recebimento da venda. Esse é o prazo necessário para a mercadoria (ou matéria-
prima) ser convertida em dinheiro, por meio de recebimento da venda. 
CICLO OPERACIONAL “PESSOAL” 
O ciclo operacional “Pessoal” inicia-se, geralmente, no início de um mês e encerra-se no 
final do mês (ou nos primeiros dias do mês subsequente), com o recebimento do salário. 
Na média, a prestação de serviço pode ser contada a partir do meio do mês, pois o 
serviço prestado no início do mês demora aproximadamente 30 dias para ser recebido, 
mas o serviço prestado no último dia do mês estará sendo recebido no mesmo dia ou 
alguns dias após. 
O ciclo mais importante “Pessoas” é o ciclo financeiro, que está relacionado à 
movimentação de dinheiro (pagamento e recebimento). 
 
Fonte: Hoji (2012). 
 
 
 
Tendo em vista que o passivo não circulante evidencia todas as dívidas com 
terceiros a longo prazo, esse grupo é formado pelo subgrupo Exigível a Longo 
prazo, conforme dados a seguir: 
 Exigível a Longo Prazo: São as dívidas da empresa que serão liquidadas 
com prazo superior a um ano: Financiamentos, Títulos a Pagar, Debêntures 
etc. 
 
Sabemos que o mercado de trabalho exige gestores com habilidades para analisar 
se uma empresa está dando lucro ou prejuízo. Assim, os aspectos relacionados a 
dividas são muito importantes. 
Você sabia que a opção por parte da empresa de contrair dívida a longo prazo é mais 
confortável, uma vez que ela terá mais tempo para pagar a obrigação e, 
consequentemente, terá mais tempo para gerar recursos financeiros para saldar a 
dívida? Todavia, nem sempre é fácil obter empréstimos a longo prazo, principalmente, 
para capital de Giro (Ativo Circulante). 
 
Patrimônio Líquido: Demonstra o total de recursos aplicados pelos proprietários na 
empresa. As aplicações dos proprietários normalmente são compostas de capital e 
lucros retidos, ou seja, a parte do lucro não distribuída aos donos, mas reinvestidos 
na empresa. 
Como foi visto, neste capítulo, o Balanço Patrimonial é constituído de Ativo, Passivo 
e Patrimônio Líquido. Imagine um Balanço Patrimonial cujo Ativo fosse um 
amontoado de contas de Bens e Direitos (de forma heterogênea)? Com certeza, 
teríamos dificuldades em ler, interpretar e analisar o Balanço Patrimonial. 
 Assim, segue uma visão sintética do Balanço com a adequada distribuição de 
contas em grupos homogêneos para facilitar a interpretação e análise do Balanço. 
 
 
 
 
QUADRO 04 – Separação das contas do balanço patrimonial 
 
 
 
 
ATIVO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Circulante 
São contas que estão constantemente em 
giro em movimento – sendo que a sua 
conversão em dinheiro ocorrerá, no 
máximo, até o próximo exercício social. 
Não Circulante 
Compreendem todas as contas que não 
serão realizadas no próximo exercício social. 
Realizável a Longo Prazo 
Incluem-se nessa conta bens e direitos 
que se transformarão em dinheiro após o 
exercício seguinte. 
Investimentos 
São as participações permanentes em 
outras sociedades e os direitos de 
qualquer natureza, não classificáveis no 
ativo circulante, e que não se destinem à 
manutenção da atividade companhia ou 
da empresa. 
Imobilizado 
São os direitos que têm por objetivo bens 
corpóreos (palpáveis) destinados à 
manutenção de atividade fundamental da 
companhia ou da empresa ou exercício 
com essa finalidade, inclusive, os 
decorrentes de operações que 
transformem à empresa os benefícios, 
riscos e controle desses bens. 
Intangível 
São direitos que têm por objetivos bens 
incorpóreos, isto é, que não podem ser 
tocados, destinados à manutenção da 
empresa ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido. 
Circulante 
São obrigações exigíveis que serão liquidadas no 
próximo exercício social: nos próximos 365 dias 
após o levantamento do balanço. 
 
Não Circulante 
Compreendem todas as obrigações exigíveis que 
não serão liquidadas no próximo exercício social. 
Exigível a Longo Prazo 
São obrigações exigíveis que serão liquidadas com 
prazo superior a um ano – dívidas a longo prazo. 
 
Patrimônio Líquido 
São recursos dos proprietários aplicados na 
empresa. Os recursos significam o capital mais o 
seu rendimento – lucros e reservas. Se houver 
prejuízo, o total dos investimentos dos 
proprietários será reduzido. 
 
Fonte: Iudícibus (2009, p. 32) 
 
 
 
FIQUE DE OLHO! 
Na entidade em que o Ciclo Operacional tiver duração maior do 
que o período de 12 meses, a classificação como Circulante ou Não 
Circulante terá por base o prazo do ciclo. 
Como se pode ver, o Balanço Patrimonial é uma fotografia financeira de uma 
empresa em um determinado período. Desta forma, segue um exemplo para melhor 
elucidar a sua compreensão de como elaborar um Balanço Patrimonial. 
QUADRO 05 – Exemplo de balanço patrimonial 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Empresa ZapZap - Em $ mil 
ATIVO PASSIVO E PL 
Circulante Circulante 
 
Disponível 
 
220.000 
 
Fornecedores 
 
150.000 
Duplicatas a Receber 80.000 Contas a Pagar 
Impostos a Recolher 
180.000 
100.000 
Estoque 100.000 Total do Circulante 430.000 
Total do Circulante 
 
400.000 
Não Circulante 
 
Exigível a longo Prazo 
 
 Financiamento 80.000 
Não Circulante 
Patrimônio Líquido 
 
Investimentos 180.000 Capital Social 80.000 
Imobilizado 
Intangível 
130.000 
100,000 
Lucros Acumulados 220.000 
Total do Permanente 410.000 Total do P.L. 300.000 
 
TOTAL 
 
810.000 
 
TOTAL 
 
810.000 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 
 
 
 
 
 
 
Caro aluno, o balanço patrimonial (BP) divide-se em grupos de contas com iguais 
características para facilitar a sua compreensão, leitura, interpretação e análise. Os 
grupos de contas, bem como as contas, estão apresentados em ordem de liquidez 
(conversão em dinheiro) decrescente, conforme exemplo acima. 
APURAÇÃO DO RESULTADO 
Até agora abordamos, de maneira objetiva e simples, O Balanço Patrimonial e a 
Demonstração do Resultado do Exercício. (DRE). Vimos a relação entre eles, ou 
seja, a DRE está contida no Balanço Patrimonial, se bem que, com a finalidade de 
oferecer maior quantidade de detalhes, apuramos e apresentamos o resultado do 
exercício (lucro ou Prejuízo) individualmente. 
Quando abordamos Despesa e Receita, observamos que não importa se estas são 
geradas à vista ou a prazo. De qualquer maneira, são consideradas integrantes da 
DRE para a apuração do resultado do exercício. 
A cada exercício social (normalmente um ano), a empresa deve apurar o resultado 
dos seus negócios, para saber se obteve lucro ou prejuízo. A contabilidade confronta 
a receita (vendas) com as despesas. Se a receita foi maior que a despesa, a 
empresa teve lucro; se a receita foi menor que a despesa teve prejuízo. 
A receita corresponde, em geral, à venda de mercadorias ou prestações de serviços. 
Ela é refletida no balanço através da entrada de dinheiro no caixa (Receita à Vista) 
ou entrada em forma de direitos a receber (Receita a Prazo) – Duplicatas a Receber. 
Todas as vezes que entrar dinheiro no Caixa através de Receita à vista, 
recebimentos etc., essa operação será denominada Encaixe. 
A Despesa representa todo sacrifício da empresa para obter Receita. Todo dinheiro 
que sai do Caixa pelo pagamento de uma Despesa ou por outra aplicação qualquer 
denomina-se Desembolso ou Desencaixe, conforme ilustrado na figura abaixo. 
 
 
 
 
 
QUADRO 06 – Apuração dereceitas e despesas 
 
OPERAÇÕES A PRAZO À VISTA 
Receita + Dupl. A Receber 
Ativo 
+ Caixa (encaixe) 
Ativo 
Despesa + Contas a Pagar 
Passivo 
(-) Caixa (desembolso) 
Ativo 
Demonstração 
do Resultado 
Balanço Patrimonial 
 
Fonte: Marion (2002). 
 
Quando falamos em demonstrativo do resultado do exercício é imprescindível 
mencionar as diferenças ou semelhanças entre o lucro e o resultado de caixa. 
O lucro é o resultado econômico apurado pela contabilidade de acordo com o 
regime de competência; e o resultado de caixa é o resultado financeiro apurado de 
acordo com o regime de caixa. O lucro é apresentado pela demonstração de 
resultado e o resultado de caixa é apresentado pela demonstração de fluxo de caixa. 
Se todas as transações ativas e passivas fossem realizadas à vista (em dinheiro), o 
lucro apurado coincidiria com o resultado de caixa. 
O regime de competência é um sistema de registro utilizado pela Contabilidade, 
em que os futuros (e presentes) recebimentos (de vendas) e pagamentos (de 
despesas) são registrados no momento da ocorrência do respectivo fato gerador, 
isto é, no momento em que se tornam recebíveis ou devidos, respectivamente. 
Esse regime é universalmente adotado, aceito e recomendado pelo Imposto de 
Renda, evidenciando o resultado da empresa (lucro ou prejuízo) de forma mais 
adequada e completa. 
As regras básicas para a contabilidade pelo regime de competência são: 
 A receita será contabilizada no período em que for gerada, independentemente 
do seu recebimento. Assim, se a empresa vendeu a prazo em dezembro do 
ano , para receber somente em , pelo regime de competência, considera-
se que a receita foi gerada em ela pertence a . 
 
 
 
 
 A despesa será contabilizada como tal no período em que for consumida, 
incorrida, utilizada, independentemente do pagamento. Assim, se em 10 de 
Janeiro de a empresa pagar seus funcionários (que trabalharam em 
Dezembro de ), a despesas compete a , pois nesse período ela incorreu 
efetivamente. 
 
O lucro será apurado, portanto, considerando-se determinado período, normalmente, 
um ano: todas as despesas geradas no período (mesmo que ainda não tenham sido 
pagas) serão subtraídas do total da receita, também gerada no mesmo período 
(mesmo que ainda não tenha sido recebida). 
O regime de caixa é um sistema de registro contábil em que os recebimentos e 
pagamentos em dinheiro são registrados no momento em que ocorrem, e não no 
momento do fato gerador, em que se tornam conhecidos os direitos (de 
recebimentos) ou as obrigações (de pagamentos). 
As regras básicas para a contabilidade por esse regime são: 
 A receita será contabilizada no momento do seu recebimento, ou seja, 
quando entrar dinheiro no caixa (encaixe); 
 A despesa será contabilizada no momento do pagamento, ou seja, quando 
sair dinheiro do caixa (desembolso). 
Assim, o lucro será apurado subtraindo-se toda a despesa paga (saída de dinheiro 
do caixa) da receita recebida (entrada de dinheiro no caixa). 
Assim, se a nossa empresa tiver uma receita de $ 20 milhões no período (sendo que 
apenas 60% foi recebido); e despesa totalizando 16 milhões (em 10 milhões já foram 
pagos), teremos os seguintes resultados pelos dois regimes: 
QUADRO 07 – Apuração de lucro 
 
ITENS REGIME DE COMPETÊNCIA REGIME DE CAIXA 
Receita 20 milhões 12 milhões (o efetivam./recebido) 
(-) Despesa 16 milhões 10 milhões (o efetivam./pagamento) 
Lucro 4 milhões 2 milhões 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
 
 
 
A partir do exemplo acima exposto, pode-se verificar que o resultado apurado pelo 
Regime de Competência, normalmente, é diferente daquele que se refere ao 
Regime de Caixa. 
Caro aluno, estudamos nessa unidade os Princípios Básicos (regras) em relação ao 
BP, e estudamos os grupos e subgrupos, o regime de competência e regime de 
caixa. Agora, veremos os Princípios Básicos (regras) relativos à DRE para, a seguir, 
estudar a DRE. 
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO 
Como foi conhecer as regras que regem a apuração do resultado? Se você pensou 
que as mesmas são importantes para conseguirmos analisar a DRE, está certíssimo. 
Agora passaremos a estudar a estrutura da Demonstração do Resultado do 
Exercício, tendo em vista que é o demonstrativo contábil que fornece um resumo 
financeiro dos resultados operacionais da empresa. 
A demonstração de resultado do exercício (DRE) tem por objetivo apresentar de 
forma dinâmica o resultado econômico da empresa num dado período de apuração. 
O lucro ou prejuízo desse período específico é apurado pela diferença entre as 
receitas auferidas e os custos e despesas incorridas. A figura a seguir mostra 
esquematicamente a estrutura da DRE. 
QUADRO 08 – Modelo de DRE 
 
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO 
Receita operacional bruta 
(-) Deduções e impostos sobre vendas* 
(=) Receita operacional líquida** 
(-) Custo dos produtos vendidos 
(=) Lucro bruto 
(-) Despesas operacionais*** 
(=) Lucro operacional 
(-) Despesas financeiras 
 
 
 
(=) Lucro antes do imposto de renda 
(-) Provisão 
(=) Lucro líquido 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014). 
*Inclui vendas canceladas, descontos e impostos sobre as vendas; 
**Também denominada Receita de venda (líquida); 
***Inclui despesas de vendas, despesas gerais e administrativas e despesas de depreciação. 
 
A demonstração de resultado é uma das principais peças contábeis que demonstra 
ao seu final, quanto a empresa gerou de lucro e/ou prejuízo no período. 
A diferença entre as receitas e as despesas resulta em lucro líquido (ou prejuízo 
líquido, se a soma das despesas for maior do que a soma das receitas). A 
demonstração de resultado a seguir apresentada é relativa a um período (de um 
mês, por exemplo) e mostra que a “Empresa” teve receita bruta, isto é, faturou R$ 1 
milhão, gastou recursos em várias fases da produção e comercialização e no fim, 
apurou um lucro líquido de R$ 80 mil. Os resultados intermediários (receita líquida, 
lucro bruto etc.) estão destacados em negrito. As despesas estão entre parênteses. 
QUADRO 09 – Exemplo de demonstração de resultado. 
 
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO (em R$ mil) 
RECEITA BRUTA 1.000 
(-) IMPOSTOS E VENDAS CANCELADAS (220) 
(=) RECEITA LÍQUIDA 780 
(-) CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS (400) 
(=) LUCRO BRUTO 380 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
 Despesas de vendas (160) 
 Despesas administrativas (75) 
 Outras receitas e despesas operacionais (3) 
(=) LUCRO ANTES DAS RECEITAS E DESPESAS FINANCEIRAS 142 
 Receitas financeiras 40 
 (-) Despesas financeiras (61) 
(=) LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA 121 
(-) PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (41) 
(=) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO 80 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
 
 
BREVE EXPLICAÇÃO DOS ITENS DA DEMONSTRAÇÃO DE 
RESULTADO 
A Receita Bruta representa o valor das vendas à vista e a prazo de mercadorias e/ou 
produtos, bem como de serviços prestados, incluindo todos os impostos. A Receita 
Bruta corresponde ao valor total da nota fiscal (de venda de mercadorias ou de 
prestação de serviços) que será cobrado dos clientes. 
Para obter a Receita líquida é preciso deduzir da receita bruta de vendas e serviços, 
as vendas canceladas, abatimentos e impostos sobre vendas e serviços. 
Após as deduções da Receita bruta e do encontro do resultado da receita líquida, 
tem-se o custo dos produtos vendidos e serviços prestados, através das seguintes 
contas: 
a) Custo das mercadorias vendidas; 
b) Custo dos produtos vendidos; 
c) Custo dos serviços prestados. 
 
O custo dos produtos vendidos corresponde à “parcela vendida” dos recursos 
consumidos para fabricar o produto. A parcela fabricada e não vendida está 
registrada como estoque no ativo. Para as empresas industriais, o custo dos 
produtos vendidos (CPV) representaa parcela vendida dos custos incorridos pela 
empresa em seu processo de fabricação. 
O custo das mercadorias vendidas (CMV) é típico das empresas comerciais, mas 
pode existir também em empresas industriais, quando estas exercem também 
atividades de revenda de mercadoria. 
O custo dos serviços prestados (CSP) representa os custos incorridos para gerar 
os serviços; e é composto pelos custos da mão de obra utilizada, dos materiais 
aplicados e outros gastos (depreciação, serviços subcontratados etc). Esta conta é 
utilizada em empresas prestadoras de serviços. 
 
 
 
O Lucro Operacional é o valor obtido através da diferença entre o Lucro Bruto e as 
despesas operacionais. É o lucro resultante da atividade operacional da empresa. A 
apuração desse valor tem significado importante para análise de gestão empresarial. 
Os principais grupos de Despesas Operacionais são os especificados a seguir: 
 Despesas de vendas: Abrangem desde a promoção do produto até a sua 
colocação junto ao consumidor. São despesas com o pessoal da área de 
venda, comissões sobre vendas, propaganda e publicidade, marketing, 
estimativa de perdas com duplicatas derivadas de vendas a paro (provisão 
para devedores duvidosos) etc. 
 Despesas Administrativas: é parte das despesas operacionais. Dessa 
forma, as despesas administrativas compreendem os gastos incorridos com 
as atribuições da administração geral, tais como: salários e encargos de 
pessoal administrativo, aluguéis, despesas legais e judiciais, material de 
escritório e outras com as mesmas características. 
 
As despesas e receitas não relacionadas diretamente com o objetivo do negócio da 
empresa são classificadas como Não Operacionais. Neste grupo podemos incluir 
outras Despesas como exemplo de prejuízos oriundos das aplicações em outras 
empresas e Receitas Operacionais de caráter eventual ou não, tais como: lucros de 
participações em outras sociedades, vendas de sucatas etc. 
Despesas e Receitas Financeiras: São as remunerações aos capitais de terceiros, 
tais como: juros pagos ou incorridos, comissões bancárias, correção monetária 
prefixada sobre empréstimos, descontos concedidos, juros de mora pagos etc. As 
despesas financeiras devem ser compensadas com as Receitas Financeiras 
(conforme disposição legal), isto é, estas receitas são deduzidas daquelas 
despesas. As receitas de natureza financeira são as derivadas de aplicações 
financeiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos. 
O lucro antes do Imposto de Renda serve de base de cálculo para o Imposto de 
Renda e Contribuição Social sobre o Lucro. Na prática, o cálculo desses tributos é 
feito com base em “lucro tributável”, que pode ser diferente do lucro contábil. 
O Imposto de Renda e Contribuição Social indica os tributos a pagar, calculados 
sobre o lucro tributável. 
 
 
Ao finalizarmos a DRE teremos a apresentação do lucro ou prejuízo. Esta é a 
famosa “última linha” da demonstração de resultado. Em suma, o resultado 
financeiro de uma empresa é medido pelo número resultante nessa linha. De nada 
adianta a empresa obter receita bruta muito maior que no nosso exemplo, ou seja, o 
dobro do valor apresentado; e no final a sobra líquida ser negativa. 
Por isso, caro aluno, queremos expressar e justificar o interesse em falar e dar ênfase 
na importância desse demonstrativo, pois sem dúvida, o empresário ou chefe de família 
que utilizá-lo para análise de suas contas financeiras, com certeza terá conhecimentos 
para compreender e auxiliar na tomada de decisão sob a ótica financeira. 
Agora, leia atentamente a atividade presencial, disponível no AVA, seguindo a 
orientação do professor-tutor. 
Bons estudos! 
 
ATIVIDADES DA UNIDADE 
1) Uma característica do regime de competência é: 
a) Receita recebida. 
b) Aquisição de despesa. 
c) Pagamento de despesa. 
d) Consumo de despesa. 
e) N.D.A. 
2) A empresa vendeu $ 15 milhões, só recebendo $ 5 milhões; teve como despesa 
$ 12 milhões, só pagando $ 1 milhão. Os resultados pelos Regimes de Competência 
e de Caixa são, respectivamente: 
a) 3.000.000 e 4.000.000. 
b) 4.000.000 e 5.000.000. 
c) 5.000.000 e 6.000.000. 
d) 5.000.000 e 1.000.000. 
e) N.D.A. 
 
 
 
 
3) Salários a pagar e Capital social constituem, respectivamente: 
a) Patrimônio líquido e obrigação exigível. 
b) Direito e obrigação não exigível. 
c) Obrigação exigível e direito. 
d) Obrigação exigível e patrimônio líquido. 
e) N.D.A. 
4) O ativo não circulante subdivide-se em: 
a) Investimentos temporários, imobilizado e intangível. 
b) Investimentos em coligadas e controladas, marcas e patentes e gastos de 
reorganização. 
c) Realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Pagamento 
de despesa. 
d) Ativo circulante e ativo realizável a longo prazo. 
e) N.D.A. 
5) A Demonstração de Resultado do Exercício é um tipo de relatório contábil que 
fornece: 
a) As receitas menos os recebimentos em determinado período. 
b) As despesas mais as receitas ocorridas no período. 
c) Apenas as despesas ocorridas no período. 
d) Somente as receitas ocorridas no período. 
e) N.D.A. 
6) O custo das Vendas é: 
a) O valor de venda do produto, mercadoria ou serviço. 
b) Confrontado com o lucro bruto para a obtenção do lucro operacional. 
c) O valor de custo do produto, mercadoria e serviço. 
d) Quando da compra da mercadoria, baixa-se do estoque como custo. 
e) N.D.A. 
 
 
7) A forma adequada de apresentação da DRE é: 
a) Horizontal. 
b) Vertical. 
c) Optativa. 
d) Diagonal. 
e) N.D.A. 
8) O Patrimônio da empresa X é constituído por Máquinas R$ 300,00/ Duplicatas a 
Receber R$ 750,00/Fornecedores R$ 1.500,00/Estoques R$ 1.000,00/Bancos R$ 
100,00/ Caixa R$ 50,00/ Capital Social R$ 600,00/ Lucros Acumulados R$ 100,00. 
Pergunta-se: 
Qual o valor do Ativo? 
a) R$ 150,00. 
b) R$ 1.500,00. 
c) R$ 2.200,00. 
d) R$ 600,00. 
e) R$ 700,00. 
9) O Patrimônio da empresa X é constituído por Máquinas R$ 300,00/ Duplicatas a 
Receber R$ 750,00/Fornecedores R$ 1.000,00/Estoques R$ 500,00/Bancos R$ 
100,00/ Caixa R$ 50,00. Sabendo-se que o Lucro corresponde a 20% do Capital de 
Terceiros. Pergunta-se: Qual o valor do Capital Social? 
a) R$ 500,00. 
b) R$ 100,00. 
c) R$ 300,00. 
d) R$ 700,00. 
e) R$ 700,00. 
10) Considere os dados abaixo, referentes ao balanço patrimonial resumido de uma 
empresa no final de um determinado ano. 
Ativo permanente líquido R$ 350,00 
Caixa R$ 100,00 
Contas a pagar R$ 150,00 
Contas a receber R$ 300,00 
 
 
 
Estoques R$ 250,00 
Exigível a longo prazo R$ 300,00 
Salários a pagar R$ 50,00 
 
O valor do patrimônio líquido dessa empresa, em reais, é: 
a) R$ 200,00. 
b) R$ 350,00. 
c) R$ 500,00. 
d) R$ 1.000,00. 
e) R$ 2.050,00. 
 
 
 
UNIDADE III: OPERAÇO ES DE CAIXA, 
ORÇAMENTO EMPRESARIAL E 
PLANEJAMENTO E CONTROLE 
EMPRESARIAL 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
Caro aluno, ao término dessa unidade espera-se que você esteja apto a 
compreender os assuntos abaixo relacionados: 
 Operações de Caixa; 
 Planejamento Financeiro; 
 Controle Financeiro; 
 Orçamento Empresarial. 
CONTEXTUALIZAÇÃO DO ASSUNTO 
Estamos iniciando a Unidade 3. Parabéns a você que leu o material, realizou todas 
as atividades apresentadas até este momento. 
Vamos estudar agora as variações do Caixa de Empresa. Embora essa 
Demonstração não seja obrigatória é de fundamental importância para fins internos 
da empresa, 
A administração de caixa começa com o planejamento de caixa, atividade que 
consiste em estimar a evolução dos saldos de caixa da empresa. Essas informações 
são fundamentais para a tomada de decisão. A utilização do planejamento de caixa 
está presente tanto em empresas com dificuldades financeiras, como naquelas bem 
capitalizadas. 
Para as empresas com problemas financeiros, o planejamento de caixa é o primeiro 
passo no sentido de buscar seu equacionamento. Nas empresas em boa situação 
 
 
 
 
financeira, oplanejamento de caixa permite aumentar a eficiência no uso das 
disponibilidades financeiras. 
O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por objetivo 
fornecer estimativas da situação de caixa da empresa em determinado período de 
tempo à frente. 
O fluxo de caixa é considerado por muitos analistas como um dos principais 
instrumentos de análise, proporcionando a identificação do processo de circulação 
do dinheiro, através da variação de caixa (e equivalentes). No mundo moderno, as 
transações das empresas não envolvem o caixa propriamente dito, uma vez que os 
pagamentos podem ser feitos via internet (home bank), ou com cheques e os 
recebimentos podem ocorrer via transferência eletrônica de crédito e/ou depositados 
diretamente nos bancos, sem que precisem transitar pelo caixa no sentido contábil 
desta conta. 
ESTRUTURAÇÃO COMPLETA DA DFC 
Iudícibus (2009) menciona que, normalmente, dividimos o Fluxo de Caixa em três 
grupos distintos (assim, justifica-se o título “Demonstração dos fluxos de Caixa” no 
plural). Dessa forma, o pagamento de uma compra de mercadoria caracteriza uma 
atividade operacional, em que o pagamento de uma máquina para o imobilizado 
constitui um investimento; e o pagamento de juros de empréstimos caracteriza uma 
atividade de financiamento. Os fluxos que compõem a DFC são então oriundos das 
atividades. 
a) Operacionais; 
b) De financiamentos; 
c) De investimentos. 
FLUXO DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS 
O Fluxo das Atividades Operacionais Corresponde às entradas e saídas que se 
originam diretamente das operações principais e acessórias da empresa; as 
 
 
informações necessárias à composição desse fluxo, usualmente, podem ser retiradas 
da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). 
As transações que afetam o fluxo das atividades operacionais são as seguintes: 
Entradas 
 Recebimentos pela venda de mercadorias à vista; recebimento de duplicatas; 
 Recebimento de aluguéis, juros sobre aplicações financeiras; 
 Recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio; 
 Outros recebimentos, como indenizações de companhias de seguro 
(sinistros nos estoques), sentenças judiciais, restituições de tributos. 
Saídas 
 Pagamentos a fornecedores de mercadorias, matérias-primas; 
 Pagamentos de serviços prestados por terceiros; 
 Pagamentos de tributos, multas, taxas; 
 Pagamento de despesas decorrentes da atividade como folha de 
pagamento, fretes, utilidades (energia, comunicação etc); 
 Pagamentos de juros financeiros (comercial e bancário). 
 
FIGURA 5 - Resumo das entradas de dinheiro no caixa 
 
 
Fonte: Marion (2002, p. 382) 
 
 
 
FLUXO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO 
Nesse fluxo, as alterações são oriundas de alterações detectadas no Passivo da 
empresa, que é o grupo de contas onde se concentra as origens dos recursos 
aplicados que podem ser próprios ou de terceiros. 
Quando ocorre um aumento no passivo, temos uma entrada de recursos (oriundos, 
por exemplo, de um novo financiamento); e, quando esse grupo sofre diminuição em 
seus valores, temos uma saída de recursos (por exemplo, um pagamento parcial ou 
total de um financiamento). O fluxo de financiamentos corresponde desde os 
financiamentos, empréstimos obtidos, aumento de capital em dinheiro, até os 
pagamentos dos financiamentos (amortizações), pagamento de dividendos etc.; 
Podemos citar as ocorrências que afetam esse fluxo: 
Entradas 
 Recebimento por integralização de capital; 
 Recebimentos de empréstimos. 
Saídas 
 Pagamentos de empréstimos; 
 Pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio; 
 Pagamento de aquisições de imobilizado feitas a prazo. 
FLUXO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO 
Nesse grupo apresentam-se as entradas e saídas de caixa relacionadas com 
alterações no ativo de longo prazo da empresa; aquelas que são mantidas para a 
produção de bens e serviços. Como no ativo da empresa estão representadas as 
aplicações de recursos, uma diminuição nesse grupo representa a entrada de 
recursos no caixa provenientes de alienação desses ativos. Da mesma forma, um 
aumento nesse grupo significa uma aquisição, o que gera saída de recursos e, 
consequentemente, diminuição do caixa. Temos como exemplo no fluxo de 
 
 
investimentos: aquisições de permanentes (investimentos, Imobilizado, intangível), 
vendas de Imobilizado, ações etc. 
As situações que se relacionam com o fluxo de atividades financeiras são 
apresentadas a seguir: 
Entradas 
 Recebimento por venda de imobilizado; 
 Recebimentos por venda de investimento; 
 Recebimento por venda de participações societárias. 
Saídas 
 Aquisição de imobilizado; 
 Aquisição de títulos de investimento; 
 Aquisição de participações societárias. 
TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAIXA 
Através dos itens acima relacionados observamos os principais encaixes (entrada de 
dinheiro no caixa) e os principais desembolso (saída de dinheiro do caixa). 
Agora observaremos algumas transações que não afetam o Caixa, isto é, não há 
encaixe e nem desembolso: 
 Depreciação, Amortização e Exaustão. São meras reduções de Ativo que 
não afetam o Caixa. 
 Provisão para Devedores Duvidosos. Estimativa de prováveis perdas com 
clientes que não representam desembolsos para a empresa. 
 Reavaliação. Embora haja aumento do valor do Permanente e do Patrimônio 
Líquido (PL) pela atualização monetária, não representa desembolso ou 
encaixe. 
 Acréscimos (ou diminuições) de itens de investimentos pelo método 
equivalência patrimonial. 
 
 
 
 
A seguir, apresenta-se um exemplo de um Demonstrativo do Fluxo de Caixa, 
destacando o fluxo das operações, dos financiamentos e investimentos, para melhor 
visualização do demonstrativo na prática. 
QUADRO 10 – Exemplo de DFC 
 
DFC – CIA. ESTOU FELIZ (20X4) 
Operações 
 Receita Recebida 6.550 
 (-) Caixa despendido nos custos (4.500) 2.050 
 (-) Despesas pagas (900) 
 Caixa Gerado no Negócio 1.150 
Financiamentos 
 Novos Financiamentos -0- 
 (-) Amortização de Financiamentos (300) 
 (-) Pagamento de Dividendos (200) (500) 
 Caixa Após Financiamento 650 
Investimentos 
 (-) Compra de Novos Imobilizados (600) 
Resultado do Caixa no Período 50 
 
Fonte: Adaptado de Iudícibus (2009, p. 120) 
 PLANEJAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO 
Administrar sem um guia é como andar no escuro, sem nenhum tipo de apoio. O 
planejamento e controle financeiro visam o conhecimento antecipado de resultados 
e servem de guia para ações a serem executadas pelas unidades da empresa, 
definindo as responsabilidades pela gestão dos recursos e geração dos resultados 
de determinado período futuro. 
Nessa unidade falaremos da importância do planejamento como um instrumento que 
estabelece com antecedências as ações a serem executadas dentro de cenários e 
condições preestabelecidas para atingir os objetivos estabelecidos. Assim, é de 
suma importância que você conheça os níveis de planejamento empresarial. 
 
 
Conforme figura abaixo, o planejamento empresarial é um processo para determinar 
como atingir o objetivo social. O planejamento em uma empresa ocorre em três 
níveis organizacionais: 
a) Estratégico; 
b) Tático; 
c) Operacional 
 
QUADRO 11 – Estrutura do planejamento 
 
 
Fonte: Maximiano (2011, p. 15); Andrade e Amboni (2011, p. 12). 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
O planejamento estratégico é um planejamento de longo prazo, e as decisões a ele 
relacionadas norteiam a empresa a longo prazo. Por esse motivo, a 
responsabilidade é do presidente e dos diretores da “Empresa”. Em empresas de 
grande porte, as decisões estratégias estão relacionadas às linhas de produtos ou 
mercados. Por envolver grande soma de recursos, uma vez iniciado o processo, sua 
reversão é bastante difícil. O produto do planejamento estratégico é o plano 
estratégico. Exemplos: compra de uma empresa, lançamento de novas linhas de 
produtos, substituição

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