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INTELIGÊNCIA-NA-SEGURANÇA-E-ORDEM-PÚBLICA-1

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1 
 
 
INTELIGÊNCIA NA SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA 
1 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS ............................................................ 7 
A ATUAL INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA .......................... 9 
ANÁLISE CRIMINAL.............................................................................. 12 
ANÁLISE DE DADOS EM SEGURANÇA .............................................. 18 
DA SEGURANÇA PÚBLICA .................................................................. 27 
CONCLUSÃO ........................................................................................ 32 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Análise Criminal (AC) é um recurso aplicado na produção de 
conhecimento policial no contexto da atividade de Inteligência de Segurança 
Pública (ISP). Com a utilização da AC, é possível identificar, avaliar e 
acompanhar sistematicamente o fenômeno da criminalidade de massa. 
A AC tem a finalidade precípua de instrumentar os operadores da 
segurança pública, servindo de suporte administrativo, tático e estratégico para 
as atividades de previsão, prevenção e repressão do crime e da violência. A 
ISP tem sido apontada ultimamente no Brasil como um instrumento essencial 
para o enfrentamento do problema da criminalidade crescente que o País 
atravessa. 
É comum a referência, tanto entre os operadores políticos quanto da 
Segurança Pública, que “o problema da criminalidade e da violência deva ser 
combatido com o suporte das ações de Inteligência Policial”. Mas, afinal, o que 
é Inteligência? Segundo disciplinado na Lei nº 9.883, (BRASIL, 1999), 
Inteligência é 
 “a atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro 
e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o 
processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade 
e do Estado”. 
A mesma lei, na busca de proporcionar o necessário suporte para a 
atividade que ela define, instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), 
juntamente com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 
É na esteira da Lei nº 9.883 que nasce o Decreto nº 3.695 (BRASIL, 
2000), norma que institui o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública 
(SISP) no âmbito do Sisbin. Mais recentemente, o Decreto nº 4.376 (BRASIL, 
2002), regulamentou o Sisbin, em que está inserido o SISP. 
 Além da recente legislação referente à ISP, podem ser também 
verificadas iniciativas da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) 
4 
 
 
do Ministério da Justiça (MJ), no sentido da constituição, formação e integração 
de bases agregadas de dados nacionais sobre a criminalidade. 
Vale citar a criação, em 1995, por meio de decreto datado de 26 de 
setembro daquele ano, do “Programa de Integração das Informações 
Criminais”, constituído pelos Cadastros Nacionais e Estaduais de Informações 
Criminais, de Mandados de Prisão, de Armas de Fogo e de Veículos Furtados 
e Roubados, peça normativa complementada e regulamentado em portaria de 
7 de dezembro de 1995 do ministro da Justiça. 
Tal Programa deu origem ao atual Sistema Nacional de Integração de 
Informações em Justiça e Segurança Pública, conhecido como Infoseg: 
“O INFOSEG (Sistema Nacional de Integração de Informações em Justiça e Segurança 
Pública) é um sistema de uso restrito dos órgãos que compõem a área da justiça e da segurança 
pública, tendo como escopo integrar todos os bancos de dados existentes no país, com o 
objetivo de facilitar a atuação das polícias brasileiras na identificação de pessoas que estejam 
com pendências criminais junto à justiça.” 
 Dentro desse contexto, inserem-se hoje algumas instituições policiais, 
tanto judiciárias quanto ostensivas. A exemplo, a Polícia Militar do Distrito 
Federal (PMDF), que possui atualmente um moderno sistema de 
gerenciamento de dados relacionados aos atendimentos realizados pela 
instituição, incluindo ocorrências policiais, com os dados respectivos passando 
a estar consolidados no chamado Sistema de Controle de Ocorrências Policiais 
(SISCOP). 
 A PMDF possui um Centro de Informação e de Administração de Dados 
(CIAD), unidade de assessoria ao comando da instituição, tendo como atividade 
primordial gerenciar dados operacionais, os do SISCOP inclusive, através da 
aplicação de modernos instrumentos da Tecnologia da Informação (TI) . 
Também a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) possui um sistema 
informatizado de gerenciamento de dados criminais (Sistema MILLENIUM) de 
grande abrangência e detalhamento. Gottlieb (1998, p.13), conhecido 
internacionalmente por suas atividades de treinamento técnico-profissional em 
5 
 
 
segurança púbica, mais especificamente em AC, é membro do Alpha Group 
Center da Califórnia, Estados Unidos da América (EUA) . 
 Ele define a AC da seguinte maneira: 
“A Análise Criminal é um conjunto de processos sistemáticos direcionados para o 
provimento de informação oportuna e pertinente sobre os padrões do crime e suas correlações 
de tendências, de modo a apoiar as áreas operacional e administrativa no planejamento e 
distribuição de recursos para prevenção e supressão das atividades criminais (GOTTLIEB, 
2002. p.13).” 
Dentro da ISP, a AC representa hoje uma ferramenta capaz de contribuir 
para a identificação, o acompanhamento e a avaliação de fenômenos criminais, 
com o propósito de instrumentar o processo decisório dos gestores e operadores 
diretos da segurança pública. Uma outra instituição policial que já se beneficia 
da AC é a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). 
Aquela instituição implementou o Projeto MAPA na cidade de Belo 
Horizonte, iniciativa desenvolvida em cooperação com a Universidade Federal 
de Minas Gerais (UFMG): 
“O projeto MAPA consistiu na utilização intensiva de informações oriundas dos 
atendimentos de ocorrências policiais registradas pela PMMG, com o fito de instrumentar o 
planejamento operacional e o desenvolvimento decorrente de programas e projetos de controle 
da criminalidade. Ele desdobrou-se em duas etapas: a primeira com a organização das bases 
de dados, de modo que elas pudessem ser utilizadas de forma georeferenciada por analistas 
devidamente treinados. Numa segunda fase foi expandida a população de usuários de tal 
sistema de estatística e georeferenciamento, alcançando o nível dos operadores diretos do 
policiamento ostensivo, mediante otreinamento dos gestores tático-operacionais no âmbito das 
companhias de policiamento. “ 
Para a realização da AC existem hoje diversas ferramentas de TI, 
utilizáveis para coleta, busca, análise e gerenciamento de dados e informações 
criminais. Com essa finalidade, estão atualmente disponíveis aplicativos 
computacionais, tanto gerais quanto específicos. 
Tais aplicativos permitem a realização de pesquisas em grandes bases 
de dados, ensejando a produção de análises com a utilização de funções 
estatísticas computadorizadas. Na atualidade, porém, tais possibilidades foram 
6 
 
 
ainda mais ampliadas com o advento dos chamados Sistemas de Informações 
Geográficas (SIG) ou Geografic Information Sistems (GIS). Com eles, os 
produtos da AC passaram a poder ser apresentados visualmente em mapas, 
gráficos digitais e mesmo animações, algumas vezes incorporando dados 
adicionais quase que imediatamente após seu registro, quando de novas 
ocorrências policiais. 
O governo do Estado do Rio de Janeiro vem desenvolvendo projeto que 
visa a implementar o emprego da AC com TI para melhor orientar a ação policial: 
Saber onde os crimes acontecem, de que forma e por quem. Isso é o que um sistema 
que envolve geotecnologias e que está sendo implantado pela Segurança Pública do Rio de 
Janeiro está fazendo. O principal objetivo é identificar relações entre variáveis como método, 
data-hora, local e instrumentos utilizados por criminosos, entre outras possibilidades, para se 
chegar à descoberta e prisão dos autores de delitos. 
Instituições policiais de países desenvolvidos utilizam sistemas que 
integram dados e informações oriundos dos diversos órgãos da segurança 
pública, Poder Judiciário e sistema prisional. É o caso do National Crime 
Information Center (NCIC) (Centro Nacional de Informação Criminal) gerenciado 
pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) dos EUA. E é esse também o caso do 
National Criminal Intelligence Service (NCIS) do Reino Unido . 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS 
É bastante antiga a percepção da necessidade de informações para uma 
melhor tomada de decisão. Sun Tzu (1983), autor do clássico A Arte da Guerra, 
obra elaborada por volta de 500 anos antes de Cristo, já abordava a necessidade 
do emprego da Inteligência: 
Os espiões são os elementos mais importantes de uma guerra [...] Se você conhece o 
inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se 
conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá uma derrota. Se você não 
conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas [...] Dessa maneira, apenas 
o governante esclarecido e o general criterioso usarão as mais dotadas Inteligências do exército 
para fins de Inteligência, obtendo, dessa forma, grandes resultados. 
A Bíblia Sagrada, em seu Antigo Testamento, também faz referência à 
necessidade de informações para a tomada de decisão. As escrituras apontam 
que Moisés, no episódio em que espiões foram enviados à terra de Canaã (Bíblia 
Sagrada, Livro dos Números – Cap.13, Versículos 17-20), assim apontou 
instruções àqueles que poderiam ser hoje considerados doze “agentes de 
Inteligência”: 
Tomem este caminho, e subam a montanha, e vejam qual é a terra; e o 
povo que nela habita, se é forte ou fraco, poucos ou muitos; e vejam o lugar onde 
eles vivem, se é bom ou mau, e em que cidades eles moram, se fortificadas ou 
não; e como é a terra, se acidentada ou plana, se há florestas ou não. 
A necessidade de informação para a tomada de decisão surgiu quando 
o homem primitivo passou a viver em grupos e disputar recursos e territórios com 
facções rivais. 
A necessidade de sobrevivência os levaria aos seguintes 
questionamentos acerca de tais grupos rivais: 
 se a área por eles dominada era farta em alimentos; 
 se eram seguras suas cavernas; 
 se eram muitos ou poucos; 
8 
 
 
 se eram fortes ou fracos; 
 se eram hábeis no emprego de armas; e 
 se era possível vencê-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
A ATUAL INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA 
PÚBLICA 
Figura 1 
 
Brenda Paula, 2020 
O mundo atual não é tão diferente daquele dos tempos de Sun Tzu. 
Persiste a necessidade da informação para a tomada de decisão. A informação 
permanece como um recurso estratégico, já que segue sendo utilizada em várias 
áreas de aplicação contemporâneas. 
É esse o caso da Inteligência Competitiva, hoje intensamente aplicada e 
estudada no mundo empresarial. Matriz principal de todas as outras, é a 
Inteligência de Estado classicamente utilizada no trato de grandes questões 
político-estratégicas de interesse dos Estados Nacionais. 
Necessário, entretanto, fazer a distinção entre Inteligência e Informação. 
Para Lowental (2003, p. 8), um aspecto básico que diferencia as duas 
expressões é que a Inteligência seria a informação elaborada para suprir as 
necessidades dos tomadores de decisão, enquanto a informação seria tudo 
aquilo passível de ser conhecido: 
Para muitas pessoas, Inteligência parece pouco diferente de informação, exceto que 
ela é provavelmente secreta. Todavia, é importante distinguir as duas. Informação é tudo que 
possa ser conhecido, indiferentemente de como ela tenha sido descoberta. Inteligência refere-
10 
 
 
se à informação que reúne as necessidades indicadas ou compreendidas pelos tomadores de 
decisão e foram coletadas, refinadas e estreitadas para ir ao encontro daquelas necessidades. 
Tarapanoff (2001, p. 45), numa abordagem organizacional da Atividade 
de Inteligência (AI), defende que a Inteligência Empresarial é um processo que 
emprega um conjunto de ferramentas para gestar a informação com vistas ao 
planejamento, administração estratégica e tomada de decisão da organização. 
Para a autora, a Inteligência é um processo sistemático que transforma pedaços 
esparsos de dados em informação útil para a tomada de decisão. 
No âmbito da segurança pública, a atividade de Inteligência é 
decorrência do disposto em legislação específica, conforme se adiantou ao início 
do presente artigo. 
A legislação federal, ainda que não definindo de forma direta o que seja 
Inteligência de Segurança Pública (ela o faz em relação à atividade de 
Inteligência como um todo, particularmente a Inteligência de Estado), baliza 
genericamente todas as outras modalidades de Inteligência. 
Recordando, o artigo 2º do Decreto nº 4.376 (BRASIL, 2002), assim 
posiciona a atividade de Inteligência: 
Entende-se como Inteligência a atividade de obtenção e análise de dados e 
informações e de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional, 
relativos a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a 
ação governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado. 
Já o parágrafo 3º do Art. 2º do Decreto nº 3.695 (BRASIL, 2000), tratando 
de Inteligência de segurança pública, dispõe sobre o tema da seguinte maneira: 
Cabe aos integrantes do Subsistema, no âmbito de suas competências, identificar, 
acompanhar e avaliar ameaças reais ou potenciais de segurança pública e produzir 
conhecimentos e informações que subsidiem ações para neutralizar, coibir e reprimir atos 
criminosos de qualquer natureza. 
A Senasp, numa clara alusão ao texto legal citado, define a ISP como 
atividade sistemática de produção de conhecimentos de interesse policial, 
apoiando as atividades de prevenção e repressão dos fenômenos criminais: 
11 
 
 
[A ISP] é o exercício sistemático de ações especializadas para identificação, 
acompanhamento e avaliação de ameaças reais ou potenciais na esfera de segurança pública, 
bem como para a obtenção, produção e salvaguarda de conhecimentos, informações e dados 
que subsidiem ações para neutralizar, coibir e reprimir atos criminosos de qualquer natureza. 
Gottlieb (1994, p.11), adota a seguintetipologia de classificação da ISP 
de acordo com quatro espécies de análise: Análise Criminal (AC), Análise de 
Inteligência (AnIntel), Análise Operacional (AnOp) e Análise Investigativa 
(AnInv). 
 Entre os quatro tipos de análise citados, verifica-se que a AC 
corresponde ao tipo de análise em que é procedido o estudo de fenômenos 
criminais objetivando um melhor direcionamento da gestão da segurança 
pública. A AC é, portanto e essencialmente, o tipo de análise capaz de indicar a 
incidência de ocorrências da chamada “desordem” e de tipos penais (crimes e 
contravenções) em sua distribuição espaço-temporal, incluindo os locais de sua 
maior incidência espacial e/ou temporal (hot spots ou pontos quentes). 
Assim, a AC pode fornecer subsídios para orientar diferentes ações, 
abrangendo o interesse estratégico e táticooperacional das diversas áreas de 
atuação dos agentes da segurança pública, agentes de trânsito, bombeiros 
militares, guardas municipais e policiais em geral. Dantas (2002, p.1) cita que, 
segundo William Bieck, a AC deva ser executada em benefício da ISP: 
A análise criminal inclui a identificação de parâmetros temporais e geográficos do 
crime, proporcionando indicações que poderão contribuir para seu esclarecimento, incluindo a 
identificação de delinqüentes eventuais e contumazes e a reunião de informações em prol da 
Inteligência Policial. 
 
 
 
 
 
12 
 
 
ANÁLISE CRIMINAL 
É um processo analítico e sistemático de produção de conhecimento, 
orientado segundo os princípios da pertinência e da oportunidade, sendo 
realizado a partir do estabelecimento de correlações entre conjuntos de fatos 
delituosos ocorridos (ocorrências policiais) e os padrões e tendências da 
"história" da criminalidade de um determinado local ou região. 
A análise criminal serve o propósito de apoiar a área operacional e da 
gestão administrativa das organizações policiais, orientando o planejamento e 
emprego de recursos humanos e materiais no sentido da prevenção e repressão 
do fenômeno da criminalidade e da violência. 
A análise criminal contribui de maneira objetiva para as atividades de 
investigação, prisão de delinqüentes, esclarecimento de crimes e, obviamente, 
prevenção criminal. 
Ainda são poucos os autores brasileiros que tratam da AC. Já nos paises 
anglo-saxônicos, incluindo Austrália, Canadá, EUA e Reino Unido, são inúmeras 
as produções científicas na área. Dantas (2003, p. 1) defende que: 
 A “atividade policial guiada pela Inteligência” (Intelligenceled policing) é um termo que 
muito recentemente começou a ser usado no Canadá e Estados Unidos da América (EUA). 
Função até mesmo dessa novidade de uso, a expressão ainda não tem uma definição única 
plasmada pelo consenso geral. É de entendimento comum, entretanto, que a “atividade policial 
guiada pela Inteligência” inclua, fundamentalmente, a coleta e análise de informação para 
elaboração de um produto final — conhecimento — criado para instrumentar o processo decisório 
da gestão policial, tanto através da análise criminal tática quanto estratégica. 
Pereira (2003, p.1) ressalta a importância da AC na busca do controle 
da criminalidade: 
A análise tendencial da criminalidade, baseada em dados estatísticos, amostragens, 
gráficos, tabelas, pesquisas, cruzamento de informações [...] é da maior importância para 
compreender o fenômeno social do crime e, sob a visão técnico-policial, prever ocorrências 
futuras e planejar ações com maiores probabilidades de êxito no controle da criminalidade. 
O que vem então a ser a AC? Respondendo tal questionamento, Furtado 
(2002, p. 171) aponta que, na visão de Dantas, a Análise Criminal é um processo 
13 
 
 
analítico e sistemático de produção de conhecimento que se realiza a partir do 
estabelecimento de correlações entre fatos delituosos ocorridos e os padrões de 
tendência da “história” da criminalidade de um determinado local ou região. 
Já para Peterson (1994, p.1), “Análise Criminal é a particular aplicação 
de métodos analíticos em dados coletados, para fins de investigação criminal ou 
pesquisa criminal”. Gottlieb (Apud Dantas; Souza, 2004) explica a AC da 
seguinte maneira: 
Análise criminal é um conjunto de processos sistemáticos direcionados para o 
provimento de informação oportuna e pertinente sobre os padrões do crime e suas correlações 
de tendências, de modo a apoiar as áreas operacional e administrativa no planejamento e 
distribuição de recursos para prevenção e supressão de atividades criminosas. 
A Análise Criminal é, portanto, um processo sistemático de exame da 
tendência histórica de incidência da criminalidade, realizado com base nos 
registros de atendimentos de ocorrências policiais em determinada área 
geográfica e série histórica, com vistas a assessorar a tomada de decisão no 
sentido de melhor alocar os recursos humanos e materiais das instituições 
policiais. 
 
INTELIGÊNCIA POLICIAL 
A inteligência policial é voltada para questões táticas de repressão e 
investigação de ilícitos e grupos infratores. Essa inteligência está a cargo das 
polícias estaduais, civis e militares, e da polícia federal. É por meio desse tipo de 
atividade que se podem levantar indícios e tipologias que auxiliam o trabalho da 
polícia judiciária e do Ministério Público. 
No combate ao crime organizado, é muito mais com atividades de 
inteligência do que com grandes operações ostensivas que se consegue 
identificar esquemas ilícitos e desbaratar quadrilhas. 
Quem deve desenvolver a inteligência policial, naturalmente, são as 
polícias civis e militares estaduais e a polícia federal, não cabendo esse tipo de 
atividades a órgãos como a ABIN ou aos setores de inteligência fiscal. 
14 
 
 
Entretanto, quando se faz referência às atividades das organizações 
criminosas, a simples inteligência policial torna-se efêmera e de pouca utilidade 
para a garantia de segurança pública, se não for combinada com a inteligência 
governamental. 
Quem deve desenvolver a inteligência policial, naturalmente, são as polícias civis 
e militares estaduais e a polícia federal, não cabendo esse tipo de atividades a órgãos como 
a ABIN ou aos setores de inteligência fiscal. Entretanto, quando se faz referência às 
atividades das organizações criminosas, a simples inteligência policial torna-se efêmera e 
de pouca utilidade para a garantia de segurança pública, se não for combinada com a 
inteligência governamental. 
Há diversas divisões, como numerosas são as atividades 
governamentais. As historicamente mais importantes são a inteligência de 
Estado e a Inteligência Militar, vez que, todas as outras ramificações originaram-
se destas. 
A Inteligência de Estado é aquela que visa assessorar a tomada de 
decisão no mais alto nível de um Estado. Sua importância é tamanha que a lei 
9.883/99, que institui o SISBIN, em seu art. 1º, determina que a finalidade do 
Sistema é “fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de 
interesse nacional”. Ou seja, o SISBIN tem como objetivo principal realizar 
inteligência de Estado. 
Está subdividida, ainda, em Inteligência Externa e Inteligência 
Doméstica, conforme tenha como objeto de estudo fatos referentes a ordem 
internacional ou aos acontecimentos internos de seu país, respectivamente. 
Já a inteligência Militar é aquela que se destina a subsidiar o processo 
decisório da Forças Armadas, em tempo de paz ou de guerra. Em tempo de paz, 
visa estabelecer hipóteses de emprego, dentre outras coisas. Já em combate, 
tem como principal objetivo identificar o plano de batalha inimigo, em todos os 
seus níveis. 
15 
 
 
Ao lado destas divisões tradicionais, em razão do aumento da 
complexidade da atividade estatal, surgiram diversas outras ramificações, como 
as citadas abaixo: 
- Inteligência de Segurança Pública, executada pelos órgãos de 
segurança pública. Neste ponto, a categorização ora apresentada difere da 
apresentadaacima, pois se preferiu, neste momento, citar a tipologia prevista na 
Doutrina Nacional de Inteligência de segurança Pública, pelas razões abaixo 
expostas; 
- Inteligência Financeira, de grande importância nos dias atuais, destina-
se, principalmente a acompanhar o sistema financeiro e identificar 
movimentações anômalas, para, então, após análise, comunicar sua ocorrência 
aos órgãos de enfretamento ao delito de ocultação de bens e capitais. No Brasil, 
é executada pelo Conselho de Controle das Atividades Financeiras (COAF), 
criado pela lei 9.613, de 03 de março de 1998; 
- Inteligência Fiscal, que é de responsabilidade dos agentes tributários e 
objetiva assessorar os tomadores de decisão destes órgãos na melhor forma de 
emprego de seus meios, dentre outros fins. 
A lista acima não é exaustiva. Trata-se, tão somente, uma busca de 
exemplos para permitir que se verifique a complexidade e a diversidade de 
assuntos sobre os quais se debruça a atividade de inteligência. 
Dentre as categorias acima referidas, este trabalho concentrar-se-á na 
Inteligência Criminal ou de Segurança Pública. 
A área de Segurança Pública é uma daquelas em que o uso sistemático 
da atividade de inteligência tem possibilidade de aumentar exponencialmente os 
resultados obtidos. 
Isto é tanto verdade, que o decreto 3.695, de 21 de dezembro de 2000, 
criou o Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SSISP), que foi 
regulamentado pela Resolução nº 01, de 15 de julho de 2009. 
16 
 
 
O referido decreto afirma, em seu art. 1°, que a finalidade do SSISP é 
“coordenar e integrar as atividades de inteligência de segurança pública em todo 
o País, bem como suprir os governos federal e estaduais de informações que 
subsidiem a tomada de decisões neste campo.” 
Com a finalidade de dar respaldo teórico às ações do SSISP, a 
Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), órgão central do 
subsistema, publicou, através da Portaria do Ministro da Justiça nº 22, de 22 de 
julho de 2009, a Doutrina Nacional de Segurança Pública (DNISP), elaborada 
por policiais, agentes de inteligência e acadêmicos da área. 
Para a DNISP: 
“ à atividade de inteligência de Segurança Pública é o exercício permanente e sistemático 
de ações especializadas para a identificação, acompanhamento e avaliação de ameaças reais 
ou potenciais na esfera de Segurança Pública, basicamente orientadas para produção e 
salvaguarda de conhecimentos necessários para subsidiar os governos federal e estaduais a 
tomada de decisões, para o planejamento e à execução de uma política de Segurança Pública e 
das ações para prever, prevenir, neutralizar e reprimir atos criminosos de qualquer natureza ou 
atentatórios à ordem pública.” 
No entanto, o conceito de inteligência de segurança pública é mais 
abrangente que o de inteligência policial, uma vez que abarca outros órgãos não 
necessariamente policiais, como Corpos de Bombeiros Militares, vez que estes 
são órgãos de Segurança Pública, conforme previsto no art. 144 da Constituição 
Federal. 
Após estas necessárias considerações, analisar-se-á alguns conceitos 
de inteligência policial. 
 Para o Celso Ferro (apud Magalhães, 2004), inteligência policial é: 
(...) a atividade que objetiva a obtenção, análise e produção de conhecimentos de interesse 
da segurança pública no território nacional, sobre fatos e situações de imediata ou potencial 
influência da criminalidade, atuação de organizações criminosas, controle de delitos sociais, 
assessorando as ações de polícia judiciária e ostensiva por intermédio da análise, 
compartilhamento e difusão de informações. 
17 
 
 
Já conforme o Manual de Inteligência Policial do Departamento de 
Polícia Federal - Volume I, inteligência policial é: 
(...) é a atividade de produção e proteção de conhecimentos, exercida por órgão policial, 
por meio do uso de metodologia própria e de técnicas acessórias, com a finalidade de apoiar o 
processo decisório deste órgão, quando atuando no nível de assessoramento, ou ainda, de 
subsidiar a produção de provas penais, quando for necessário o emprego de suas técnicas e 
metodologias próprias, atuando, neste caso, no nível operacional. (p. 8). 
Da análise dos dois conceitos acima expostos, ressalta-se dois pontos 
principais, e que diferenciam esta categoria específica da atividade de 
inteligência das demais: a primeira, como observa Celso Ferro, a inteligência 
policial tem como fim assessorar às atividades de polícia judiciária e de polícia 
ostensiva; e a segunda, como verificamos na definição do DPF, é que deve ser 
exercida por órgão policial. 
Assim, a inteligência policial tem seu objeto, qual seja, a produção de 
conhecimentos de interesse da atividade policial e os órgãos que a executam, 
os órgãos de inteligência das polícias, muito bem delimitados. 
No entanto, ponto que merece destaque, como bem lembrado no 
conceito do Departamento de Polícia Federal, é o caráter duplo da atividade de 
inteligência policial, entendido como a necessidade de um órgão de inteligência 
policial, ao mesmo tempo em que produz conhecimentos para assessorar o 
processo decisório, deve, ainda que de forma subsidiária, também atuar em 
investigações criminais, desde que atendidos determinados requisitos. 
É esta característica que torna a atividade de inteligência policial, 
especialmente aquela executada por Polícias Judiciárias tão peculiar, quando 
comparada às diversas categorias acima referidas. 
 
 
 
18 
 
 
ANÁLISE DE DADOS EM SEGURANÇA 
 CONCEITO 
A análise de segurança da informação abrange o processo de proteger 
um grupo de dados, com o intuito de conservar o valor que tem para uma 
instituição ou pessoa. Os elementos fundamentais pesquisados durante 
a análise de segurança da informação são: autenticidade, integridade, 
confidencialidade e disponibilidade. 
O assunto não está relacionado apenas aos sistemas de informática, 
dados eletrônicos ou métodos de armazenamento de arquivos. O tema tem 
ligação com todas as áreas de proteção de documentos confidenciais e privados. 
Portanto, é importantíssimo fazer a análise de segurança da informação nos 
mais variados campos: 
 Sistema bancário: se apresentar problemas, pode ficar 
vulnerável e se invadido por hackers (indivíduo com habilidade avançada 
em acessar informações de outras pessoas nos meios eletrônicos) que 
podem descobrir logins e senhas de usuários no sistema de bancos e 
roubar dinheiro; 
 Sistema de Saúde: aplicados em hospitais, laboratórios e 
consultórios médicos, no caso de invasão neste setor as informações 
particulares, financeiras e clínicas de pacientes e funcionários podem ser 
descobertas, o que gera prejuízos e abala a confiabilidade de instituições 
da área; 
 Sistema Governamental: invasão nos dados secretos do 
governo, ocasiona riscos para a segurança do país e para os povos; 
 Sistema de Telefonia e TV a cabo: o acesso sem 
autorização neste setor, causa prejuízos para as empresas de 
telecomunicações, porque usuários podem achar brechas no sistema e 
utilizar o sinal de internet e televisão sem pagar nada por isso e ainda 
danificar o desempenho da rede de conexão. 
19 
 
 
Então, a análise de segurança da informação se torna essencial, para 
trazer mais segurança e proteção aos sistemas dos mais variados serviços que 
trabalham com dados e informações sigilosas, que precisam de autorização para 
ser acessados. 
Dados e programas de prevenção 
 Não há estudo exploratório ou revisão de literatura sobre criminalidade, 
violência e políticas de controle na América Latina que não comece ou termine 
enfatizando as inúmeras deficiências nas bases de informações sobre 
criminalidade e violência. Essa é uma situação grave que compromete 
seriamente os estudos realizados, e as políticas, programas e projetos de 
segurança desenhados com base neste conhecimento. 
O desafio que enfrentamos hoje em estudos criminológicos na AméricaLatina diz respeito justamente às bases de informações necessárias para que se 
possa avançar no alcance das proposições empíricas, bem como efetuar testes 
de teoria mais sofisticados. Sem esse conhecimento não temos ação efetiva e 
conseqüente. 
As implicações dessa situação para o desenho e avaliação de políticas 
de segurança são óbvias. Políticas na área da criminalidade e justiça, na América 
Latina, são efetuadas em vôo cego, sem instrumentos e com orientação 
puramente impressionista. Como conseqüência, temos uma situação de 
incremento acentuado das taxas de criminalidade, do aumento do medo e da 
percepção de risco das populações nos grandes centros urbanos. 
O ceticismo e descrença diante da aparente impossibilidade de se obter 
resultados estão “naturalizando” os fenômenos da criminalidade e violência, 
como se estivéssemos inevitavelmente destinados a conviver com o medo e a 
insegurança. Podemos dizer, sem dúvida nenhuma, que dentre as diversas 
causas de crime hoje na América Latina, destaca-se a nossa ignorância sobre a 
matéria. 
No que diz respeito ao impacto específico de políticas e programas 
sociais, esta situação é ainda mais obscura, pois a necessidades de tais projetos 
20 
 
 
são tão urgentes que, quaisquer que sejam os resultados alcançados, 
independente das implicações para o problema da delinqüência, considera-se 
como bem sucedido. Não há uma avaliação dos custos destes programas frente 
aos resultados alcançados, ou tampouco da efetividade deles. 
Qual o impacto efetivo deles nas taxas de violência e criminalidade? Que 
aspectos funcionaram melhor? Qual o lapso de tempo necessário para que se 
produzam efeitos? Que tipos de combinações são necessários para a produção 
de resultados promissores? Como evitar gastos desnecessários com 
abordagens que na realidade são inúteis, embora bem intencionadas? 
A análise dessas questões é cada vez mais necessária, dada a freqüente 
escassez de recursos que nossos governos nos mais diversos níveis tendem a 
enfrentar, e o natural interesse em identificar e reorientar políticas de prevenção 
de crime a partir de decisões baseadas em modelos de custo e benefício. 
 A escassez de informação nas bases de dados sobre criminalidade 
e violência 
Relatório recente do Banco Mundial que tratou dos impactos que a 
violência e a criminalidade têm tido para o desenvolvimento sustentado e 
combate da pobreza nas América Latina ressalta que o problema mais imediato 
é que os “dados são grosseiramente inadequados. As razões incluem problemas 
graves de sub-registro de vítimas, falta de levantamentos sistemáticos de dados, 
e deficiências das agências de estatísticas em reportar o crime e a violência. 
 Assim, a primeira prioridade na agenda emergente para tratar do 
problema na região é a necessidade de se incrementar a base de conhecimento 
sobra a natureza, extensão, e evolução desta patologia”. A sugestão dada pelo 
autor é claramente inusitada: a prioridade da agenda está não nos resultados a 
serem buscados, mas em construir e delinear sistemas que ajudem, antes de 
qualquer coisa, ter uma percepção mínima acerca do que está ocorrendo. 
Da mesma maneira, e seguindo a mesma ordem de preocupações ao 
referir-se ao problema da violência e criminalidade na Colômbia, (RUBIO, 1998), 
destaca que para falarmos de “crime, violência e insegurança, um aspecto 
21 
 
 
recorrente é a incerteza acerca do que realmente está ocorrendo. O diagnóstico 
deste fenômeno e o desenho de políticas pertinentes enfrentam desde o princípio 
os problemas da medição e observação, cujas gravidades parecem ser 
proporcionais aos níveis de violência”. (RUBIO, 1998b: 2). 
Diante dessa ausência, a tendência tem sido utilizar os dados de 
homicídio coletados usualmente pelos sistemas de informação de saúde. Os 
homicídios, nas suas mais diversas modalidades, tornam-se o indicador para 
compararmos cidades, regiões e países, seja para efeitos de análise, seja para 
efeitos de alocação de recursos. Contudo, a utilização dos homicídios como 
parâmetro comparativo sobre a violência também acarreta crítica acerca da sua 
validade. 
Assim, o BID (nota técnica 2) alerta para três tipos de problemas que 
podem surgir: 
(a) mesmo que os homicídios tendam a ter menos problemas de sub-
registro, ainda assim eles persistem, além de graves problemas de 
inconsistências entre diferentes tipos de fontes; 
(b) muitas formas graves de violência nem sempre terminam em 
homicídios como, por exemplo, a violência doméstica ou as diversas formas de 
agressão interpessoal; 
(c) quando se utiliza o homicídio como principal medida de violência, 
tende-se a subestimar outras formas tais como a violência física e a intimidação. 
Na verdade, poderíamos argumentar que o problema mais grave em 
relação às taxas de homicídio seja que ele tem um padrão de comportamento 
bastante específico, e distinto do que ocorre com outros tipos de delitos que 
afligem dramaticamente a população tais como as diversas modalidades de 
crimes contra o patrimônio. 
Estudos recentes mostram como a dinâmica espacial e temporal dos 
homicídios é bastante distinta do que ocorre com outros tipos de crime (BEATO, 
2000). 
22 
 
 
Homicídios ocorrem mais nas regiões pobres de uma cidade, estado ou 
país, ao passo que os delitos contra a propriedade ocorrem mais nas regiões 
ricas. Para efeitos de elaboração de programas de controle e prevenção, esta 
qualificação é necessária, dado que existem sérios problemas de sub-registros 
em relação aos crimes contra o patrimônio. 
Daí alguns estudiosos e policy makers adotarem a taxa de homicídio 
como indicador de criminalidade em uma cidade, região, país, ou até mesmo 
como comparação entre países . 
Isto se deve ao fato de que esta é uma modalidade de crime em que o 
sub-registro, ou problemas legais de classificação são menores. 
No entanto, isto nem sempre é verdadeiro, pois algumas avaliações de 
sistemas de informação mostram como os dados de saúde tendem a ser mais 
reportados em cidade e regiões que contam com sistema de coleta em 
organizações mais bem estruturadas. Isto em geral ocorre nas cidades pólos de 
cada região (CASTRO, ASSUNÇÃO E OTTONI, 2002). 
 Por outro lado, taxas de homicídio podem ser indicadores agregados 
que terminam ocultando uma série de fenômenos distintos que podem ser do 
interesse do planejador em conhecer. Podemos ter a mesma taxa de homicídios 
em duas cidades e, no entanto, distribuições serem completamente diferentes 
(LYNCH, 1995). No ano de 1996, a região metropolitana do Rio de janeiro, 
segundo o SIM – Sistema de Informações de Mortalidade, teve uma taxa de 
homicídio de 59,35 homicídios por cem mil habitantes. 
 A região metropolitana de São Paulo também teve um taxa parecida de 
55,58. 
No entanto, as similaridades entre as taxas ocultam importantes 
diferenças. 
No Rio de janeiro, a taxa de morte por homicídios entre os jovens entre 
15 e 29 anos é 34% maior do que as taxas no mesmo grupo de idade em São 
Paulo. Além disso, as mortes por armas de fogo representaram 87% das mortes 
por homicídios no Rio de Janeiro, ao passo que em São Paulo elas 
23 
 
 
representaram 47% (BATITTUCI, 1999). Estes números nos indicam que, 
embora as taxas sejam parecidas, do ponto de vista de sua composição, elas 
são bastante diferentes. Finalmente, existe a discussão acerca da agregação de 
coisas diferentes sob o mesmo rótulo de homicídio. 
Tomarmos as definições oficiais da ocorrência de homicídios nos leva à 
falsa idéia de que todos eles têm uma mesma motivação. 
Uma forma de compreendermos a diversidade de tipos poderia ser tratá-
los com base no relacionamento entre o agressor e a vítima (PARKER & SMITH, 
1979. SMITH & PARKER, 1980. PARKER, 1989). Nessa perspectiva, foram 
classificados quatro tipos de homicídio: 
(a) homicídio não primário resultante de roubo; 
(b) homicídio não primário comoresultado de outros crimes; 
(c) homicídio primário entre pessoas não íntimas tais como amigos e; 
(d) homicídios primários entre pessoas íntimas tais como familiares. 
Apenas o homicídio primário, isto é, aquele que ocorre entre pessoas que têm 
um prévio relacionamento, correlaciona-se com indicadores socioeconômicos de 
desenvolvimento. 
Os homicídios não-primários, vinculados a casos de assalto ou roubo, 
tendem a seguir o mesmo padrão de outros delitos contra a propriedade. Toda 
a digressão acima não nos deve conduzir à falsa idéia de que os homicídios não 
são indicadores extremamente importantes da situação de violência e 
criminalidade e determinados locais. Pelo contrário, o que está sendo discutido 
é a extrema diversidade de fenômenos que existe em apenas um delito. Isto nos 
sugere fortemente a necessidade de se compreender todas estas nuances para 
a elaboração de programas que sejam eficazes. Compreender a distribuição de 
homicídios que ocorrem vinculados a razões de ordem utilitária tais como o 
latrocínio , ou homicídios resultantes de uma dinâmica doméstica de conflitos e 
agressões. 
 
24 
 
 
 Informações e programas de prevenção 
A tendência recente na América Latina tem sido a de incorporar 
crescentemente componentes de prevenção social e situacional de crimes na 
agenda das políticas públicas de segurança. Isto não ocorre por acaso, pois eles 
são mais eficazes, com resultados mais duradouros e muito mais baratos do que 
as estratégias de repressão adotadas tradicionalmente. Isto é corroborado em 
estudo realizado pela Rand Corporation, no qual analisou-se o impacto de 
diferentes estratégias para prevenção de crimes através de programas de 
intervenção comparada à introdução de legislação dura. Os programas de 
intervenção incluíam 
(a) visitas a lares por assistente logo após o nascimento das crianças 
durante até os seis anos de vida; 
(b) Treinamento e terapia para famílias que tivessem crianças que 
houvessem demonstrado comportamento agressivo na escola, ou que 
estivessem em vias de serem expulsos dela; 
(c) quatro anos de incentivo monetário para induzir garotos carentes a 
se graduarem; 
 (d) monitoramento e supervisão de jovens secundaristas que tenham 
exibido comportamento delinqüente. Estes programas foram comparados ao 
impacto que a introdução da lei dos “Three Strikes”5 teve sobre as taxas de crime 
na Califórnia. A comparação favorece amplamente os programas de intervenção 
e, em especial, os de incentivo monetário na forma de uma “bolsa escola”. 
Cidades colombianas como Bogotá e Cali também vêm adotando com 
bastante sucesso programas de prevenção envolvendo jovens, reforma da 
justiça e das organizações policiais, além de projetos de reurbanização. 
O programa “Seguridad Y Convivencia Ciudadana” articulou 
simultaneamente programas na área de justiça e polícia envolvendo 
desenvolvimento tecnológico de comunicação e bases de dados para a polícia, 
além da provisão de equipamentos. 
25 
 
 
 Além disso, projetos voltados para grupos vulneráveis e de recuperação 
de espaços públicos foram implementados, além de fortalecimento do sistema 
de justiça e reforma das instituições policiais através de programas de 
treinamento e equipamentos. 
Incorporando dimensões espaço-temporais: o uso de geoarquivos 
Uma das ferramentas mais importantes para a análise criminal são os 
mapas. Esta é uma área que avançou bastante nos últimos anos, em virtude do 
desenvolvimento da informática, que tornou possível a utilização de mapas 
eletrônicos e dos sistemas geográficos de informação eletronicamente 
disponíveis. 
A utilização de mapas para a análise de dados de diferentes naturezas 
já possui uma longa tradição. 
A simples visualização dos dados no espaço permitiu identificar que eles 
estavam ocorrendo ao redor de alguns poços de água contaminados pelo vibrião. 
O segundo mapa ilustra casos de crimes contra a pessoa e contra o patrimônio 
em regiões da França. Tal como ainda ocorre em nossos dias, esta distribuição 
era distinta quando levamos em contas variáveis de desenvolvimento 
socioeconômicas. 
O mapa nos dá uma informação bastante conhecido de todos: a 
distribuição da população mundial. Sua visualização, entretanto, nos fornece 
uma imagem muito mais eloqüente do que a informação através de tabelas. 
Diversos tipos de informação podem vir a compor um banco de dados 
que possa subsidiar programas de prevenção. Sua origem, conforme vimos, 
pode estar nas mais diversas organizações e locais. 
Como regra, deveríamos tentar obter informações que fossem 
pertinentes aos problemas com os quais estamos lidando 
 
 
26 
 
 
Figura 2. 
 
 Polícia Federal,2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
DA SEGURANÇA PÚBLICA 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
I – polícia federal; 
II – polícia rodoviária federal 
III – polícia ferroviária federal; 
IV – polícias civis; 
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, 
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: 
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em 
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades 
autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo 
se dispuser em lei; 
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros 
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da 
União. 
 
28 
 
 
[…] § 7º – A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos 
responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas 
atividades. 
A Lei 5010/66, que organiza a Justiça Federal de primeira instância, em 
seu art. 65, determina que a polícia judiciária federal será exercida pelo 
Departamento de Polícia Federal, observando-se o Código de Processo Penal. 
Inserida na estrutura organizacional do Ministério da Justiça como Departamento 
de Polícia Federal, as competências da Polícia Federal estão regulamentas no 
seu Regimento Interno, instituído pela Portaria nº 2.877, de 30/12/2011: 
Art. 1º O Departamento de Polícia Federal – DPF, órgão permanente, 
específico singular, organizado e mantido pela União, e estruturado em carreira, 
com autonomia orçamentária, administrativa e financeira, diretamente 
subordinado ao Ministro de Estado da Justiça, tem por finalidade exercer, em 
todo o território nacional, as atribuições previstas no § 1º do art. 144 da 
Constituição Federal , no § 7º do art. 27 da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 
2003 e, especificamente: 
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em 
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades 
autárquicas e empresas públicas, bem assim outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo 
se dispuser em lei; 
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
contrabando e o descaminho de bens e valores, sem prejuízo da ação fazendária 
e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da 
União; 
V – coibir a turbação e o esbulho possessório dos bens e dos prédios da 
União e das entidades integrantes da administraçãopública federal, sem 
prejuízo da manutenção da ordem pública pelas Polícias Militares dos Estados; 
29 
 
 
VI – acompanhar e instaurar inquéritos relacionados aos conflitos 
agrários ou fundiários e os deles decorrentes, quando se tratar de crime de 
competência federal, bem assim prevenir e reprimir esses crimes. 
Em virtude de estar incumbida, com exclusividade, da função de polícia 
judiciária da União, compete a Polícia Federal a investigação dos crimes e o 
auxílio ao Poder Judiciário União (Justiça Federal, Eleitoral e do Trabalho) no 
cumprimento de suas competências, conforme Constituição Federal, art.109: 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
V – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento 
de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da 
Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, 
iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no 
estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste 
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos 
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-
financeira; 
X – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a 
competência da Justiça Militar; 
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a 
execução de carta rogatória, após o “exequatur”, e de sentença estrangeira, após 
a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva 
opção, e à naturalização; 
XI – a disputa sobre direitos indígenas. 
30 
 
 
Além das competências constitucionais atribuídas à Polícia Federal que 
encerram, indubitavelmente, funções policiais típicas, podemos assinalar que à 
Polícia Federal foram conferidas, por força de legislação infraconstitucional, 
várias atividades policiais atípicas. 
Assim, podemos dizer que a Polícia Federal exerce funções de polícia 
típicas e atípicas, conforme são distribuídas as atribuições constitucionais e 
infraconstitucionais. 
Assim, são funções de polícia típicas as atribuições de polícia judiciária, 
de polícia administrativa e de polícia de soberania, atribuídas pela Constituição 
Federal à Polícia Federal, sendo funções atípicas, as decorrentes do exercício 
do poder de polícia (controle de armas, controle de segurança privada, controle 
de precursores químicos e controle de identificação criminal e civil e da 
Estatística criminal) definidas em legislações espaças. 
 
Figura 3 
 
 
Polícia 
Federal. 2020 
 
 
31 
 
 
Como vimos, a Constituição Federal, dispõe sobre a função da polícia 
judiciária pela polícia civil (nos Estados) e pela Polícia Federal, no âmbito federal, 
e a função de polícia administrativa ou de segurança, para as polícias militares 
(nos Estados) e Polícias Federal, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária 
Federal no âmbito da União. 
Para os Estados Membros, estabeleceu a Constituição Federal que as 
polícias civis exercessem (apenas) as funções de “polícia judiciária” (§ 4º, art. 
144, CF), e para as funções de “polícia administrativa”, preventiva ou ostensiva, 
determinou que fossem exercidas pelas polícias militares. 
Nessas condições, ambas atuam de forma isolada tendo como único 
contato o momento da apresentação, pelos policiais militares, dos presos em 
flagrante nas delegacias da Polícia Civil para as providências de polícia judiciária 
cabíveis, condição que prejudica a investigação de crimes, tendo em vista que o 
agente de investigação não participou da apuração dos atos iniciais da conduta 
delitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
CONCLUSÃO 
Em linhas gerais, podemos afirmar que a divulgação de dados através 
das reuniões dos Conselhos Comunitários esbarra em diversas questões 
importantes. 
A primeira delas é a lógica do segredo que ainda distancia a sociedade 
das organizações policiais. Desse modo, a interação entre elas se dá de forma 
complexa e com reservas de ambos os lados. A outra questão relevante diz 
respeito à produção dos dados, geralmente através dos registros das delegacias 
policiais. Esses dados possibilitam uma visualização parcial dos crimes que 
afligem a sociedade, mas um conjunto imenso de dados referentes aos 
acionamentos da polícia militar não é sistematizado. 
A análise desse conjunto de informações poderia permitir o 
desenvolvimento de políticas públicas em diversas áreas, contribuindo, assim, 
para adoção de medidas de prevenção aos crimes e a melhoria da qualidade de 
vida da população. Os dados disponíveis para a área de segurança pública 
devem ter um duplo referencial: a sua disponibilidade e a sua usabilidade pelo 
público. 
Em relação à disponibilidade temos encontrado iniciativas importantes 
nas polícias estaduais, não havendo o mesmo esforço nas polícias federais. Já 
em relação ao uso, julgamos importante o desenvolvimento de modelos distintos 
para os diversos públicos, como os pesquisadores do tema, os gestores públicos 
das diversas áreas e os cidadãos em geral. 
 Finalmente, apresentamos os Conselhos Comunitários de Segurança 
como um instrumento que pode ajudar a transformar a lógica do segredo através 
da cobrança sistemática de transparência das informações sobre as medidas 
adotadas pelas organizações policiais. 
O processo de institucionalização desses conselhos pode ser 
considerado um aprendizado social . Assim, as idéias de controle e definição de 
prioridades poderão ser vistas como aliadas na melhoria e no aumento da 
efetividade da ação policial. 
33 
 
 
Com a execução da AC, as instituições de segurança pública estarão 
melhor assessoradas no processo de tomada de decisões para emprego do 
policiamento ostensivo e judiciário, ficando também mais preparadas para 
atender às necessidades do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública, 
conforme especificado no parágrafo 3º do Art. 2º do Decreto nº 3.695 (Brasil, 
2000): 
 Cabe aos integrantes do Subsistema, no âmbito de suas competências, identificar, 
acompanhar e avaliar ameaças reais ou potenciais de segurança pública e produzir 
conhecimentos e informações que subsidiem ações para neutralizar, coibir e reprimir atos 
criminosos de qualquer natureza. 
Tendo sido o Sisp criado no âmbito do Sisbin, o produto da AC 
beneficiará também a Abin. Para tanto, há a necessidade de integração e 
compartilhamento de dados e informações entre todas as instituições que 
compõem o Sisbin e o SISP. 
A AC constitui um meio capaz de indicar locais de maior incidência de 
crimes, valendo-se da determinação da tendência histórica dos fenômenos 
criminais em uma determinada área, levantando os fatores que contribuem para 
tal incidência, o que conduz a uma melhor tomada de decisão para prevenção e 
repressão do crime e da violência. 
De acordo com Pereira (2003, p.7), o emprego sistemático da AC 
permite: 
a) Identificar a existência, surgimento e evolução de padrões e 
tendências dos crimes; 
b) identificar as áreas com maior incidência de determinadas categorias 
de crimes; 
c) subsidiar o planejamento do policiamento ostensivo; 
d) melhorar uso dos recursos operacionais disponíveis; 
e) diminuir custos e positivar a relação custo-benefício; 
34 
 
 
 f) avaliar o desempenho dos policiais em todos os níveis corrigindo os 
erros e os rumos das ações; e 
 g) promover a eficácia da ação policial. 
Para Dantas, Souza e Gottlieb, a AC deve ser executada no contexto 
Atividade de Inteligência visto ser a área de Inteligência a encarregada de 
assessorar as autoridades com conhecimentos oportunos e essenciais ao 
processo de tomada de decisões. 
 Em suma, face à grande quantidadede dados referentes aos 
atendimentos e ocorrências policiais, torna-se humanamente impossível fazer 
inferências sobre um vasto amontoado de registros, sem a possibilidade de 
recorrer ao uso de ferramentas tecnológicas. 
Assim, são ferramentas essenciais ao analista criminal: planilhas 
eletrônicas, acesso eletrônico aos diversos bancos de dados, gerenciadores de 
banco de dados e conexão à rede mundial de computadores (Internet). Também 
é necessária a capacitação para uso de tais ferramentas, bem como a satisfação 
aos pré-requisitos de integração e interoperabilidade nos níveis federal, estadual 
e municipal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
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_______. Decreto nº 4.376, de 13 de setembro de 2002. Dispõe sobre a 
organização e o funcionamento do sistema Brasileiro de Inteligência, instituído 
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Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 set. 2002. Disponível 
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