Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

 Ano de publicação: 1953; 
 Movimento literário: terceira geração moder-
nista; 
o Embora Cecília Meireles seja, tradicio-
nalmente, inserida ao Segundo Tempo 
Modernista, a retomada reflexiva do 
passado brasileiro e o experimentalismo 
(uso de várias formas métricas, mis-
tura de gêneros e a quebra da noção 
épica) usado na obra nos permite asso-
ciar o texto ao Terceiro Tempo Moder-
nista, movimento de Guimarães Rosa e 
Clarice Lispector. 
 Gênero literário: épico-lírico (epopeia moderna). 
o Caracteriza-se, ao mesmo tempo, pela 
presença da reflexão e pelo conteúdo 
narrativo de caráter nacionalista apoi-
ado em fatos históricos; 
o O lirismo é marcado pela exploração so-
nora da língua e por movimentos rítmi-
cos que conferem musicalidade aos 
versos; 
o Não há como não perceber a presença 
de traços neossimbolistas em sua pro-
dução poética. As marcas dessa influên-
cia fazem-se sentir na tendência in-
trospectiva, intimista, e na musicalidade. 
 
A obra é composta por noventa e seis textos, divididos 
em cinco “Falas”, quatro “Cenários”, uma “Imaginária se-
renata”, um “Retrato” e oitenta e cinco “Romances”. Os 
textos, no todo, caracterizam o local dos acontecimen-
tos, seus antecedentes, o clima emocional em Vila Rica e 
a sequência dos episódios até as punições dos envolvidos 
no movimento contra a coroa. 
 Os poemas a que Cecília Meireles denominou 
“Romances” são os que reconstroem a história 
de Ouro Preto e do movimento inconfidente e, 
por isso, tendem para o gênero épico-narrativo, 
embora também haja a presença do gênero lí-
rico, encontrado nas reflexões, além do caráter 
dramático (presença da função emotiva), pre-
sente no discurso direto das personagens; 
 Os “Cenários” e “Falas” funcionam como uma li-
gação entre os romances: as últimas proporcio-
nando pausas reflexivas, questionamentos que 
manifestam a postura do eu-lírico diante dos fa-
tos; quanto aos primeiros, apresentam os ambi-
entes onde se passam os fatos referidos, pos-
sibilitando entrever não apenas os lugares da 
antiga Vila Rica, mas também recriação da at-
mosfera dos acontecimentos da época. No de-
correr do livro, os ambientes e as atmosferas 
criadas nos cenários fundem-se com divagações 
de uma voz poética, que proporciona um diálogo 
entre passado e presente, entre real e imagi-
nário. 
Os objetivos de Cecília não foram outros que não a emo-
ção causada pela memória dos inconfidentes através da 
voz dos anônimos de todos os tempos. Dessa forma, ela 
Romanceiro da Inconfidência 
dá voz de autoridade aos desconhecidos e humildes para 
calar os poderosos e suas ações maléficas. 
A palavra romanceiro pode ser classificada como um 
substantivo coletivo para romances (composições de ca-
ráter épico-lírico). Nesse caso, a palavra romance signi-
fica uma composição de estrofação irregular, de exten-
são indeterminada, em versos com rima toante. Pelo 
fato de serem quase sempre narrativos, “romance” 
passou mais tarde a designar uma obra literária em 
prosa, com grande variedade de personagens. 
 Rima toante (ou assonante): há apenas a repeti-
ção dos sons vocálicos. Exemplo: boca/moça; pá-
lida/lágrima; plátano/cálamo. 
 Época medieval: origem dos romanceiros; 
 Momento dos fatos relatados: Inconfidência Mi-
neira; 
 Época da autora: sua viagem a Ouro Preto, na 
qual estuda os acontecimentos; 
 Momento do leitor de hoje. 
A presença do negro no poema não é por acaso, mas 
ajuste de contas com aqueles que verdadeiramente tra-
balharam para enriquecer o país, enquanto os ricos e 
poderosos apenas esperavam em suas casas confortá-
veis pelo fruto do suor e lágrimas de seus escravos. Aos 
negros coube o papel principal em todo o processo de 
crescimento econômico da colônia, inclusive no ciclo do 
ouro nas Minas Gerais. 
Dar voz e importância aos negros é arrancar do anoni-
mato personagens cuja referência é incomum na maio-
ria das obras e isso é um atributo de modernidade que 
não pode ser menosprezado. A modernidade ceciliana 
não está presa ao plano apenas estético ou linguístico, 
mas também ao plano social e político. 
Cecília Meireles não só dá voz à mulher, mas também a 
empodera, revelando o lugar de destaque que lhe cabe 
por direito e mérito. 
Uma análise histórica da mulher na sociedade mineira do 
século XIX mostra que ela não se dedicava apenas à vida 
doméstica e do lar, porque se tratava de uma sociedade 
em construção com a febre do ouro e era necessária 
uma participação maior da mulher. Assim, muitas mulhe-
res mineiras dedicavam-se ao artesanato, culinária, co-
mércio, tecelagem ou alfaiataria, e enfrentaram o pre-
conceito da maior parte da sociedade da época. 
Romanceiro da Inconfidência não dá apenas voz aos fan-
tasmas que pareciam falar com a autora quando esteve 
em Ouro Preto, mas dá vida ao mártir ao transformá-lo 
em homem comum num cotidiano aparentemente corri-
queiro e questionar o mito criado a partir de sua cora-
gem e de seu ato heroico de assumir para si a liderança 
dos inconfidentes. Tiradentes é personagem histórico e 
mito criado a um só tempo. O mito foi criado para aten-
der interesses muitas vezes obscuros nos corredores 
do poder, como sua elevação a herói nacional e patrono 
do exército pelos militares quando da Proclamação da 
República. 
Cecília Meireles dá corpo, vida e voz ao mártir execu-
tado na forca ao criar para ele uma história de andan-
ças sobre um burro e pregações em torno da liberdade 
e que se propagará através da fala da gente miúda do 
povo, de um ir contando ao outro pelos recantos entre 
Minas e o Rio de Janeiro. Sem dúvida, essa identidade 
humana é criação pessoal da artista que dá humanidade 
ao homem comum. 
 Primeira parte: ilustram a época da denominada 
“Gênese de Ouro e Diamante”. São poemas que 
remetem a histórias ocorridas entre 1700 e 
1775. Os dramas relatados neles são resultan-
tes de uma “maldição do ouro”, que se configura 
negativamente para alguns, mas, para outros, é 
o início de uma libertação; 
 Segunda parte: também precedida por indica-
ções locativas, revela a marcha da conspiração, 
seu malogro e o pronuncio das desgraças que 
se há abater sobre os conluiados; 
 Terceira parte: a morte de Cláudio Manuel da 
Costa e de Joaquim José da Silva Xavier, o Tira-
dentes, constitui o cerne; 
 Quarta parte: abre-se com um “Cenário” evoca-
dor do ambiente em que viveu Gonzaga, se-
guindo-se os passos do infortúnio que sobre o 
poeta se abateu; 
 Quinta parte: representa um novo plano tempo-
ral: curta, incisiva, trata de D. Maria I, a mesma 
que vinte anos antes lavrara as sentenças de 
morte e degredo, a contemplar com olhos de 
loucura a terra onde se desenrolou o drama de 
soldados, poetas e doutores. 
 Fala Inicial: criativa reflexão sobre poder e a 
passagem do tempo. O narrador parece se en-
contrar no Rio de Janeiro no local onde Tiraden-
tes foi morto; 
 Cenário: há uma descrição poética de Ouro 
Preto e, ao mesmo tempo, notamos uma con-
densação temática de quase tudo que o livro irá 
tocar à frente; 
 Romance I ou Da Revelação do Ouro: inicia o pro-
cesso de descoberta de ouro do sertão de Mi-
nas Gerais; 
 Romance II ou Do Ouro Incansável: é iniciada a 
exploração do ouro e uma multidão de pessoas 
ocupa Ouro Preto. À medida que a cidade 
cresce, a ambição aumenta, cadeias vão subindo 
e algemas são feitas; 
 Romance III ou Do Caçador Feliz: cena quase oní-
rica acerca da descoberta do ouro, visto a 
abundância do mineral, por isso o título deste 
romance; 
 Romance IV ou Da Donzela Assassinada: mani-
festa-se a voz de uma moça cuja história ocor-
reu em 1720: uma jovem rica e de família aris-
tocrática foi assassinada pelo pai, que descon-
fiou que ela estivesse envolvida com um rapaz 
de posição social inferior; 
 Romance V ou Da Destruição de Ouro Podre: 
alusão à Revolta de Felipe dos Santos. Após um 
mês de rebelião, oConde Assumar dialogou com 
os revoltosos pedindo trégua para, em seguida, 
persegui-los e matar o líder do movimento, Fe-
lipe dos Santos; 
 Romance VI ou Da Transmutação dos Metais: há 
uma irônica alusão ao modelo de vida luxuoso dos 
nobres lusos e espanhóis, condição sustentada 
com o ouro do Brasil. Neste romance, há um 
episódio que em vez de mandar para Europa um 
caixão de ouro, foi enviado um caixão repleto de 
chumbo; 
 Romance VII ou Do Negro nas Catas: o sofri-
mento dos negros é representado neste ro-
mance.; 
 Romance VIII ou Do Chico-Rei: Francisco foi apri-
sionado na África com sua tribo e enviado para 
Vila Rica. Na viagem, perdeu a mulher e os filhos, 
sobrevivendo apenas um. Resignado, o negro 
trabalhou, libertou o filho, a si próprio e toda 
sua tribo, até que formaram, em Vila Rica, um 
Estado, do qual Francisco era rei; 
 Romance IX ou De Vira-E-Sai: a santa se torna 
protagonista: concede a força que anima os es-
cravos e transforma, como em um milagre, 
toda a montanha em ouro; 
 Romance X ou Da Donzelinha Pobre: assim como 
o romance que retrata uma moça assassinada 
pelo pai, aqui, neste encontramos uma donzela 
pobre que não pode se expressar, visto a sua 
condição social e pelo fato de ser mulher; 
 Romance XI ou Do Punhal e da Flor: Ouvidor Ba-
celar joga uma flor a uma moça em uma igreja 
do Tejuco (atual Diamantina), fato escandaloso e 
sacrílego que quase resultou na morte do Ouvi-
dor pelo familiar da jovem, Felisberto; 
 Romance XII ou De Nossa Senhora da Ajuda: 
embora esse romance esteja inserido na seção 
do ciclo do diamante, ele se refere à infância de 
Tiradentes. Vale destacar os episódios envoltos 
à vida da Chica da Silva são contemporâneos, 
isto em 1752, aos 6 anos de idade do mártir da 
inconfidência. No decorrer do poema são feitas 
previsões sobre o destino da criança, Joaquim 
José; 
 Romance XIII ou Do Contratador Fernandes: con-
tratador era uma pessoa autorizada pela coroa 
a explorar o diamante no interior de Minas Ge-
rais. Neste caso, João Fernandes ocupou essa 
função entre 1753 a 1770, sendo considerado 
um dos homens mais ricos do Brasil. Ele se en-
volveu com uma mulata, escrava alforriada no-
meada de Francisca da Silva de Oliveira, a fami-
gerada Chica da Silva. Nesse romance, encon-
tramos a figura do Conde Valadares que a pe-
dido do governador estava atrás de João Fer-
nandes para informá-lo a respeito da perda do 
direito de explorar diamantes. Na história oficial, 
João Fernandes é preso por contrabando; 
 Romance XIV ou Da Chica da Silva: Chica da Silva 
aparece poderosa, rica e ocupa o centro do es-
paço e do tempo; 
 Romance XV ou Das Cismas de Chica da Silva: a 
astúcia da mulher ao identificar a cobiça e as in-
tenções maldosas do Conde de Valadares. Ela 
tenta persuadir o ingênuo marido, que não toma 
as precauções sugeridas por ela; 
 Romance XVI ou Da Traição do Conde: atesta a 
razão de Chica ao desconfiar do Conde, que 
acaba por trair João Fernandes, fazendo-o re-
tornar a Portugal; 
 Romance XVII ou Das Lamentações no Tejuco: 
conta as lamentações do povo do Tejuco em re-
lação à prisão de João Fernandes e ao destino 
de Chica da Silva. Há também uma declaração 
sobre a desgraça trazida pelo ouro; 
 Romance XVIII ou Dos Velhos no Tejuco: narração 
acerca da decadência de Chica da Silva; 
 Romance XIX ou Dos Maus Presságios: aqui se 
encerra a primeira parte do livro. Neste ro-
mance, há uma conclusão acerca da gênese do 
ouro e do diamante (espécie de reflexão sobre 
o tempo) e um presságio sobre o que está por 
vir. 
 Cenário: o eu-lírico destaca a névoa como índice 
de que a conspiração está sendo preparada e 
que os presságios não são bons; 
 Fala à Antiga Vila Rica: o eu do texto dirige-se à 
cidade que foi cenário dos acontecimentos. Há 
uma voz lírica que dialoga com Vila Rica, questio-
nando o fato de não agir contra as injustiças 
cometidas, porém, demonstra a força do des-
tino trágico dos inconfidentes, como se este 
fosse uma sina a ser cumprida; 
 Romance XX ou Do País da Arcádia: transpõe o 
ambiente pastoril da Arcádia, na lendária Grécia, 
servindo como contraponto ao ambiente de tris-
teza que está por vir sobre Vila Rica; 
 Romance XXI ou Das Ideias: pode-se destacar a 
força da descrição que transporta em si o dia a 
dia fervilhante de Vila Rica, seu espaço e socie-
dade, seus negros e a escravidão, seus senho-
res e a nobreza, seus padres e seus poetas. E 
“as ideias” verso que se repete fechando cada 
estrofe, remete à atmosfera de conspiração; 
 Romance XXII ou Do Diamante Extraviado: A his-
tória remonta a uma denúncia dos Autos da De-
vassa, na qual um negro alto, corpulento e so-
berbo teria vendido pedras de contrabando a 
dois moradores da cidade de Mariana; 
 Romance XXIII ou Das Exéquias do Príncipe: re-
trata o luto oficial proclamado na capitania em 
20 de fevereiro de 1789 pela morte do her-
deiro do trono de Portugal, D. José em 11 de se-
tembro de 1788; 
 Romance XXIV ou Da Bandeira da Inconfidência: 
observa-se um diálogo entre memória, história e 
poesia. Esse romance conta como eram os en-
contros dos inconfidentes. A repetição dos ver-
sos: “atrás de portas fechadas, / à luz de velas 
acesas” descreve e reforça a ambientação 
tensa em que a conspiração ocorria; 
 Romance XXV ou Do Aviso Anônimo: fala de de-
núncias de uma carta anônima, que alertava so-
bre uma possível repressão por parte das auto-
ridades portuguesas; 
 Romance XVI ou Da Semana Santa de 1789: em 
um cenário que forma uma imagem sacra do 
espaço, duas vozes se alternam: a voz dos ter-
cetos faz uma espécie de profecia. Pode-se re-
conhecer os inconfidentes no vós que se apre-
sentam nas quadras. Neste romance, fala-se do 
mistério da Eucaristia e, mais uma vez, a poetisa 
estabelece um paralelo entre o percurso de Ti-
radentes e o de Cristo; 
 Romance XVII ou Do Animoso Alferes: há o re-
lato da última viagem de Tiradentes, partindo de 
Vila Rica ao Rio de Janeiro, em 1789, para ten-
tar convencer o vice-Rei a lhe confiar as obras 
de canalização de água da cidade do Rio de Ja-
neiro. Neste texto, o Alferes é exaltado, devido 
a suas atividades de curandeiro, além disso, res-
saltam-se aspectos do seu caráter e sua abne-
gação em prol do bem comum. Há menção do 
traidor Joaquim Silvério dos Reis, como negro 
demônio, que esteve a caminho do Rio, atrás de 
Tiradentes. A poetisa constrói uma imagem de 
Tiradentes cavalgando pelo céu, animado e entu-
siasmado; 
 Romance XVIII ou Da Denúncia de Joaquim Silvé-
rio: a escritora faz uso de imagens bastante 
negativas para representar o caráter traidor e 
bajulado de Joaquim Silvério; 
 Romance XIX ou das Velhas Piedosas: neste ro-
mance, como no anterior, continua a ácida ca-
racterização do traidor, Joaquim Silvério; 
 Romance XXX ou Do Riso dos Tropeiros: visão 
dos tropeiros acerca da figura de Tiradentes 
que passou próximo a eles levando esperança 
de um país melhor; 
 Romance XXXI ou De Mais Tropeiros: há várias 
referências aos ideais de liberdade pregados 
por Tirantes nessa parte (alusão à Independên-
cia dos EUA), segundo a visão dos tropeiros; 
 Romance XXXII ou Das Pilatas: visão de um ga-
roto sobre as injustiças sociais do Brasil. Há um 
desejo de partir para o Rio de Janeiro como 
feito por Tiradentes; 
 Romance XXXIII ou Do Cigano que viu Chegar o 
Alferes: referência à chegada de Tiradentes ao 
Rio de Janeiro. A cena desenvolve-se às portas 
da cidade e consiste em um cigano, que dirige 
seu discurso ao leitor para analisar o destino do 
herói; 
 Romance XXXIV ou De Joaquim Silvério: este é 
equiparado a Judas, estereótipo de traidor, re-
forçando a imagem sórdida esboçada nos ro-
mances; 
 Romance XXXV ou Do Suspiroso Alferes: Tira-
dentes se encontra atolado em “águas podres”. 
O Alferes possui a ilusão de que seus amigos 
estão trabalhando,juntamente com ele, para al-
cançar o ideal de liberdade; 
 Romance XXXVI ou Das Sentinelas: conta a soli-
dão de Tiradentes, na sua situação de vigiado 
permanente; 
 Romance XXXVII ou De Maio de 1789: fala-se so-
bre os principais momentos do fracasso da re-
volta: no dia primeiro de maio, Tiradentes é per-
seguido por Joaquim Silvério, na estrada do Rio; 
no dia nove de maio, o Alferes é caçado no Rio 
de Janeiro, após a denúncia de Joaquim Silvério; 
a prisão do Alferes, no dia dez de maio; e no fi-
nal do mês, há o desfecho da conspiração; 
 Romance XXXVIII ou Do Embuçado: relata a pre-
sença de alguém, que portava uma mensagem a 
Tiradentes. Não se sabia sua identidade e, por 
isso, o poema é cercado de mistério; 
 Romance XXXIX ou De Francisco Antônio: fala do 
destino de um dos inconfidentes, Francisco An-
tônio de Oliveira Lopes, que foi preso e degre-
dado; 
 Romance XL ou Do Alferes Vitoriano: relata a 
prisão do alferes Vitoriano Veloso, que não con-
segue levar uma carta de aviso a mando do Co-
ronel Francisco Antônio; 
 Romance XLI ou Dos Delatores: fala sobre os 
falsos testemunhos do processo que prende-
ram os inconfidentes; 
 Romance XLII ou Do Sapateiro Capanema: relata 
a prisão do sapateiro como conspirador; 
 Romance XLIII ou Das Conversas Indignadas: 
conta-se da força decisiva de quem governa e 
reflete sobre o fato de que o mais fraco é 
sempre escolhido para receber o castigo por 
todos. Assim acontece com Tiradentes, que foi 
responsabilizado pelo crime de todos os compa-
nheiros; 
 Romance XLIV ou Da Testemunha Falsa: a voze-
nunciadora relata as reflexões de uma testemu-
nha falsa, que prefere mentir a respeito de ou-
tras pessoas, condenando-as, a fim de se salvar 
e se inocentar; 
 Romance XLV ou Do Padre Rolim: fala sobre o 
possível envolvimento desse padre com os cons-
piradores e a possibilidade de uma crise com a 
Igreja; 
 Romance XLVI ou Do Caixeiro Vicente: relata a 
traição de Vicente Vieira da Mota para com Ti-
radentes, que prestou serviços para esse cai-
xeiro; 
 Romance XLVII ou Dos Sequestros: trata da or-
dem aos meirinhos de sequestrar todos os bens 
de Tiradentes; 
 Fala aos Pusilânimes: situa-se em meio a se-
gunda parte da história, censurando os que não 
tiveram a ousadia de lutar pela liberdade e os 
condenando, pois foram esses traidores que fi-
zeram com que a opressão vitimasse a todos. 
 Romance XLVIII ou Do Jogo de Cartas: Nesta 
parte, há uma metáfora da história como sendo 
um jogo de cartas: os homens seriam as pró-
prias figuras do baralho. A voz enunciadora fala 
que o destino dos protagonistas da revolução 
seria o exemplo de uma “lei universal”, em que 
os homens são apenas peças usadas por uma 
ordem superior; 
 Romance XLIX ou De Cláudio Manuel da Costa: 
refere-se ao destino do poeta, que morreu mis-
teriosamente; 
 Romance L ou De Inácio Pamplona: relata o de-
saparecimento de Inácio, no mesmo dia da 
morte de Cláudio Manuel da Costa; 
 Romance LI ou Das Sentenças: retrata o julga-
mento e a preparação das sentenças dos revol-
tosos; 
 Romance LII ou Do Carcereiro: traz o monólogo 
de um carcereiro que prevê a execução de Ti-
radentes; 
 Romance LIII ou Das Palavras Aéreas: a voz 
enunciadora exalta o poder e a força das pala-
vras, que podem destruir e construir, simultane-
amente o sonho e a vida de qualquer pessoa; 
 Romance LIV ou Do Enxoval Interrompido: co-
menta o noivado de Tomás Antônio Gonzaga e 
sua Marília, e a interrupção do sonho de se ca-
sarem; 
 Romance LV ou Do Preso Chamado Gonzaga: há 
a sugestão da angústia desse poeta na prisão; 
 Romance LVI ou Da Arrematação dos Bens do 
Alferes: relata um leilão com os bens seques-
trados de Tiradentes; 
 Romance LVII ou Dos Vãos Embargos: menciona 
a recusa do embargo judicial em defesa de Tira-
dentes; 
 Romance LXIII ou Do Silêncio do Alferes: des-
creve o que aconteceu com Tiradentes na úl-
tima viagem que fez ao Rio de Janeiro e a sua 
morte; 
 Romance LXIV ou De Uma Pedra Crisólita: é o úl-
timo poema do “ciclo Tiradentes” e retrata uma 
informação dos Autos da Devassa: Tiradentes 
teria deixado uma pedra crisólita para ser polida 
em um lapidário no Rio de Janeiro, levando-a de 
volta sem polir. 
 Cenário: em que o jardim de Gonzaga é apresen-
tado como forma de mostrar a solidão e a tris-
teza que ficou após sua prisão; 
 Romance LXV ou Dos Maldizentes: sugestão da 
ida de Gonzaga para a África; 
 Romance LXVI ou De Outros Maldizentes: alusão 
à ida de Gonzaga e à venda de alguns objetos do 
poeta.; 
 Romance LXVII ou Da África do Setecentos: es-
pécie de descrição da África, espaço do de-
gredo; 
 Romance LXVIII ou De Outro Maio Fatal: relata o 
sofrimento de Gonzaga ao ter que deixar Vila 
Rica e sua Marília; 
 Romance LXIX ou Do Exílio de Moçambique: des-
creve a viagem do poeta pelas terras de Mo-
çambique; 
 Romance LXX ou Do Lenço do Exílio: menciona a 
angústia de Marília ao bordar um lenço para o 
amado, enquanto espera sua volta; 
 Romance LXXI ou De Juliana de Mascarenhas: 
relata o encontro de Juliana Mascarenhas, uma 
fazendeira, com Gonzaga em Moçambique; 
 Imaginária Serenata: que sugere o sofrimento 
de Marília, e sua ilusão quanto ao reencontro 
com seu amado; 
 Romance LXXII ou De Maio no Oriente: relata o 
casamento de Tomás Antônio Gonzaga e Juliana 
Mascarenhas; 
 Romance LXXIII ou Da Inconformada Marília: há 
menção da desilusão e tristeza de Marília que 
não acredita que Tomás não se lembre mais 
dela; 
 Romance LXXIV ou Da Rainha Prisioneira: há a 
reflexão sobre o fato de que a rainha D. Maria 
I, que mandara executar os inconfidentes, acaba 
se tornando prisioneira de sua loucura que é 
pior que qualquer masmorra, desterro ou morte 
de forca; 
 Fala à Comarca do Rio das Mortes: como nas 
falas anteriores, também possui um tom de 
tristeza pelos relatos da tragédia, e da ruína 
nos campos e na cidade. Aqui o eu-lírico relata 
as mágoas de Bárbara Eliodora, cujo esposo, o 
poeta Alvarenga Peixoto, fora exilado para a 
África; 
 Romance LXXV ou De Dona Bárbara Heliodora: 
referência ao sofrimento de Bárbara que era 
esposa de Alvarenga Peixoto; 
 Romance LXXVI ou Do Ouro Fala: ligeiras descri-
ções acerca da beleza de Bárbara Heliodora. 
Também há alusão ao sofrimento da esposa se-
parada do marido; 
 Romance LXXVII ou Da Música de Maria Ifigênia: 
sugestão da morte de Maria; 
 Romance LXXVIII ou De Um Tal Alvarenga: refe-
rência a vida de Alvarenga Peixoto, poeta e ad-
vogado, que sonhou com a liberdade de Minas 
Gerais; 
 Romance LXXIX ou Da Morte de Maria Ifigênia: 
alusão à morte de Maria Ifigênia após a queda 
do cavalo; 
 Romance LXXX ou Do Enterro de Bárbara Helio-
dora: neste é retratado a morte de Bárbara e, 
um pouco antes, momentos de demência metal, 
visto as perdas experienciadas em vida. 
 Retrato de Marília em Antônio Dias: apresenta 
uma Marília envelhecida, diferente da Marília 
formosa dos poemas de Gonzaga, pois, sem a 
presença dele, ela prepara-se para a sepultura; 
 Cenário: voz lírica descreve o estado de loucura 
em que se encontrava a Rainha, Dona Maria I, 
que assinou as sentenças de morte dos inconfi-
dentes; 
 Romance LXXXI ou dos Ilustres Assassinos: a voz 
enunciadora, em um tom evocativo, critica os 
responsáveis pela condenação dos inocentes, 
chamando-os de assassinos; 
 Romance LXXXII ou Dos Passeios da Rainha 
Louca: D Maria I, a rainha louca, anda pela ci-
dade, cheia de remorsos visto a condição dos in-
confidentes, cercada de batedores; 
 Romance LXXXIII ou Da Rainha Morta: romance 
marcado pelas homenagens à rainha morta; 
 Romance LXXXIV ou Dos Cavalos da Inconfidên-
cia: há uma comparação entre os cavalos que 
são descritos e os inconfidentes mineiros; 
 Romance LXXXV ou Do Testamento de Marília: 
que evoca o testamento de Marília, dando a di-
mensão datristeza de Marília por causa dos fa-
tos passados; 
 Fala aos Inconfidentes Mortos: essa parte fina-
liza a obra, a partir de reflexões do eu-lírico, 
que afirma que tudo jazia em silêncio e reflete 
sobre o destino dos homens antigos que fizeram 
parte da conjuração, quando tudo se dissolve na 
força implacável do tempo, remetendo-nos à 
“Fala Inicial” que demonstra o quanto as ques-
tões pontuais transcendem os fatos ocorridos, 
pois estes foram aniquilados pelo esquecimento.

Mais conteúdos dessa disciplina