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CURSINHO FORTE FILOSOFIA - CRYSTIANNE Disciplina: FILOSOFIA Professora: Crystianne Mendonça Email: crysfilosofia@gmail.com Whats: (34) 999628803 1. Filosofia Antiga 2. Filosofia Medieval 3. Filosofia Moderna (teoria do conhecimento/epistemologia/política) 4. Filosofia Contemporânea FILOSOFIA ANTIGA O NASCIMENTO DA IDEIA DE SABER - As formas iniciais de construção e de busca por explicações sobre a origem das coisas, do cosmo (universo) e dos indivíduos. MITOLOGIA GREGA - A mitologia grega: é uma primeira forma de explicar a realidade e a origem das coisas. - A necessidade de tentar entender aquilo que acontece na realidade, faz com que os indivíduos criem uma primeira forma de justificar a origem do cosmo. - Mito - é uma narrativa que visa explicar a origem do universo, apelando para justificativas religiosas (fundamentadas no sobrenatural). - Características gerais do mito: . Sagrado (Deuses); . Inquestionável (verdade absoluta - dogma); . Adesão (aceitação); - Poeta rapsodo: autoridade que narra o mito, por meio de cantigas, poemas, poesias. - Os dois poetas mais famosos são Homero (Ilíada e Odisseia) e Hesíodo. MITO X LOGOS (razão) - O mito passa a ter inicialmente mais de uma acepção (sentido): . Cosmogonia (explicação); . Cultural (mentira); . Contemporânea (personificação do mito); (adesão/seguidores) mailto:crysfilosofia@gmail.com - No sentido de uma cosmogonia, o mito não consegue responder todos os acontecimentos, eis que se faz necessário o surgimento de uma ciência que possibilite o pensamento. - A filosofia nasce com o intuito de responder aqueles questionamentos que o mito não tinha justificativa. COSMOGONIA X COSMOLOGIA Universo (mundo) Gênese Universo (mundo) Estudo Origem Origem (MITO) (RAZÃO “logos”/FILOSOFIA) - Os motivos que levaram ao nascimento da filosofia: . Questionamentos; . A filosofia nasce como a ciência das primeiras causas (metafísica); - Fatores históricos que influenciaram o nascimento da filosofia: . As navegações (contato com outras culturas); . Criação da escrita alfabética; . Invenção da moeda; (comércio); . Criação do calendário; . Surgimento da vida urbana (Pólis - Cidade-Estado) - Ágora (praça pública) . Invenção da Política (Demo (povo) cracia (poder) Direta - restrita, Cidadão* * (Homens, maiores de 21 anos, nascido na pólis e filho de pais também nascidos na pólis, condição financeira mínima); - Teorias sobre o surgimento da Filosofia: . Teoria do milagre grego: a filosofia surgiu na Grécia, sendo a primeira explicação científica da realidade, a partir de uma ruptura total com o pensamento mítico. . Teoria do mito noético: a filosofia nasceu no interior (continuidade) do próprio mito, como uma racionalização dele. . Teoria do surgimento político: a filosofia nasce junto com a pólis e com a sua necessidade de debates com argumentação para discutir as questões políticas da cidade. . Teoria do espanto (Aristóteles): a filosofia surgiu diante da curiosidade diante do desconhecido, que desperta a atitude filosófica, retirando os indivíduos da condição de ignorância. . Teoria do orientalismo: a filosofia nasceu no Oriente e os gregos teriam se apropriado de suas doutrinas. OS PRIMEIROS FILÓSOFOS Buscavam explicar a origem do cosmo (universo), utilizando-se de elementos da natureza (physis). Arché da physis - Explicação de um princípio das coisas fundamentado na natureza. Tales de Mileto (Água), Pitágoras de Samos (Números), Anaximandro (Apeíron - ilimitado), Anaxímenes (Ar), Heráclito de Éfeso (Fogo), Parmênides de Eléia (Ser). A filosofia nasce com o intuito de responder aqueles questionamentos que o mito não tinha justificativa. HERÁCLITO DE ÉFESO - É considerado o pai da dialética: defende a ideia do movimento. - O filósofo pertence à corrente filosófica do mobilismo. “Não existe nada permanente no mundo, exceto a mudança”. - A forma de escrita que ele adota são os aforismos (que são frases curtas de difícil compreensão/interpretação): “O homem não pode entrar duas vezes nas águas de um mesmo rio, pois as águas terão passado e o homem também não será o mesmo”. - Tudo flui: ‘panta rei’. - Qual é a causa do movimento? É a luta (guerra) constante dos contrários (opostos). - Ex.: Dia ↹ Noite Vida ↹ Morte Frio ↹ Quente Seco ↹ Molhado Guerra ↹ Paz. - Obs: Danger! A guerra (luta) dos oposto gera a harmonia e o equilíbrio existente no cosmo e nunca tende ao caos e a desordem. PARMÊNIDES DE ELÉIA - É considerado o pai do imobilismo, pois segundo o filósofo não existe movimento, ele seria uma ilusão ocasionada pelos nossos sentidos, afinal a verdadeira essência* do ser não muda. - *Obs: diferença entre Essência (é aquilo que caracteriza o ser enquanto ser) e Acidente (é um atributo não essencial do ser, que ele pode ter ou não que continuará existindo normalmente). - Assim como Heráclito, o filósofo investiga a questão do ser (ontologia - estudo do ser). - O ser: é tudo aquilo que pode ser pensado, dito e explicado. - O não ser: não pode ser pensado, nem dito e nem explicado (o não ser não existe, ele nada é). “O ser é O não ser não é O não ser não pode vir a ser”. - Os caminhos de investigação do conhecimento: . Caminho da verdade (alethéia) - é o caminho do ser, ou seja de todo conhecimento seguro e verdadeiro. . Caminho da opinião (doxa) - é o caminho do não ser que só leva a enganos e a falsos conhecimentos. O NASCIMENTO DOS FILÓSOFOS CLÁSSICOS - Sócrates - Platão (Arístocles) - Aristóteles PERÍODO CLÁSSICO (sistemático) OS SOFISTAS “Pseudo” filósofos: pois segundo o filósofo Sócrates, eles não buscavam a verdadeira essência das coisas, mas apenas convencer e persuadir (retórica) sobre determinado conceito. - Górgias e Isócrates de Atenas. - Protágoras de Abdera: “O homem é a medida de todas as coisas”. - Os sofistas fundam a corrente filosófica do relativismo: toda verdade é relativa: “Uma mentira repetida várias vezes, pode se tornar uma verdade”. Joseph Goebbels “A verdade depende apenas da confiança de quem ouve”. Bernardo Guimarães Relativismo é a corrente filosófica que defende que toda verdade pode ser modificada, sendo apenas mera probabilidade (relativa). Os filósofos Sócrates e Platão criticava os sofistas por dois motivos principais: . Cobravam pelos seus ensinamentos; . Não buscavam a verdadeira essência das coisas; - Existem duas correntes filosóficas que tratam dos sofistas: . Positiva - importância dos sofistas - Expansão do conhecimento; - Possibilitaram a ampliação da ideia de leis e regras; . Negativa - elaborou uma crítica ao pensamento dos sofistas - Não buscavam a verdade; - Cobravam pelos seus ensinamentos retóricos; SÓCRATES DE ATENAS - É considerado um grande marco na história do pensamento filosófico, por modificar o eixo das investigações do conhecimento. - O filósofo deixa de analisar especificamente a questão da physis (natureza) e coloca o homem como foco de seus estudos filosóficos: filosofia antropológica. - Oráculo de Delphos (templo de Apolo): “Conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates o homem é a sua alma (psychè) e, por sua vez, a alma é o que dá ao homem a sua personalidade intelectual (razão) e moral. Cuidar de si mesmo é cuidar da própria alma mais do que do corpo, isso porque o corpo é um instrumento enganoso para que a alma chegue ao conhecimento, por isso o homem precisa se autoconhecer. Sócrates defende que antes de querer conhecer as coisas, os outros ou o mundo, primeiramente o indivíduo necessita conhecer a si mesmo. O reconhecimento da ignorância é o primeiro passo para a construção do conhecimento seguro e verdadeiro. Só sei que nada sei”. O princípio da sabedoria está na ideia de que ninguém tem o conhecimento pleno e absoluto sobre todas as coisas. O autoconhecimento é um dos pontos fundamentais da filosofia socrática. Assim, com a mensagem do Oráculo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo”, Sócrates encontra sua verdadeira missão: despertar o conhecimento nas pessoas, por meio da Maiêutica. Desse modo, Sócrates demonstra o ser humano e suasparticularidades em sua filosofia. Para o filósofo, os indivíduos deveriam ter liberdade total de pensamentos e ideias (defende o inatismo). O processo de elaboração do conhecimento: MÉTODO (caminho). Método do diálogo (dialético): . Exortação: é convite ao filosofar. . Ironia: é o momento em que ocorrem os questionamentos, visando a quebra dos preconceitos (purificação da alma), pois elimina os falsos conceitos. . Aporia: é o momento em que o indivíduo fica “sem saída” e admite a sua ignorância. . Maiêutica: (arte de dar a luz) é o “partejar” das ideias, onde ocorre a construção dos novos conceitos e conhecimentos. - Por meio de seu método, o filósofo visa ajudar o seu interlocutor a buscar o conhecimento seguro que mora dentro dele (inatismo). Assim sendo, Sócrates nada ensinava, mas apenas estimulava os seus interlocutores a buscar a verdade que mora dentro de si (sua intenção nunca foi de humilhar e nem de ser sarcástico com o seu ouvinte). - Condenação à morte: . Motivação: - Corromper a juventude - Afrontar os deuses (ateísmo) . Apologia (defesa de Sócrates) . Condenado à morte por envenenamento (cicuta) e, morreu defendendo até o fim de sua vida, às suas ideias. ARÍSTOCLES (PLATÃO) - A ideia de amor na teoria do filósofo Platão: “O banquete” - Amor - “Eros” O amor como a falta constituinte do ser humano (desejo). - O filósofo tem como objetivo inicial em suas teorias buscar a conciliação entre o mobilismo de Héraclito e o imobilismo de Parmênides. - Para resolver esse conflito, Platão elaborou a teoria da divisão ontológica dos mundos (teoria das ideias ou das formas): MUNDO SENSÍVEL X MUNDO INTELIGÍVEL (SENTIDOS) (IDEIAS) “Doxa” (Opinião) “Episteme” (Ciência) Falso conhecimento “Alétheia” (verdade) Influência de Heráclito Influência de Parmênides - Mito de er: passagem da alma entre os dois mundos. Alma é imortal, pois ela transita entre os mundos sensível e inteligível. Rio Lethé: Águas do esquecimento. - Teoria da reminiscência (“Conhecer é recordar”). - O conhecimento é uma lembrança das experiências já vivenciadas por cada um nós no mundo das ideias. - Ciência: dialética - A dialética é a ciência que permite, por meio da educação (paideia) da alma recordar as ideias já contempladas anteriormente. Não há possibilidade de produção de conhecimento no mundo sensível, mas apenas a possibilidade de lembrar da verdade já adquirida no mundo das ideias. - Dualismo entre corpo e alma: CORPO (sentidos) + ALMA - Papel das almas na cidade: . Alma de ouro: Sabedoria - governo da cidade. Filósofos . Alma de prata: Coragem - proteção da cidade. Guerreiros/Soldados . Alma de bronze: Temperança - economia e da subsistência da cidade. Trabalhadores - Teoria política: Governo dos filósofos. (O mito da caverna e mito do navio). - Sofocracia/Meritocracia/Aristocracia: governo dos sábios. . Requisitos para governar: - Inteligência; - Conduta ética; ARISTÓTELES DE ESTAGIRA - Foi discípulo de Platão por vinte (20) anos na academia, porém não concorda com toda a teoria de seu mestre. - O filósofo funde os dois mundos de Platão em um único conceito: substância. SUBSTÂNCIA ↦ Matéria (s) + ↦ Visam caracterizar a essência do ser. Forma (i) - Substância primeira: particular e essencial. - Substância segunda: universais e classificações. - Aristóteles trouxe de volta dos “céus para a terra” o mundo das ideias de Platão. - Essência e acidente: . Essência: é aquilo que caracteriza o ser enquanto ser e, que sem ele, não mais existiria. . Acidente: é um atributo não essencial do ser, sem o qual ele continua existindo normalmente. - Metafísica: é a compreensão dos fenômenos que se situam “além do físico”, mas cujas consequências podem ser percebidas pelos nossos sentidos. (Filosofia primeira - busca das primeiras causas). - Teoria do conhecimento: abstração - consiste no ato de retirar de uma matéria particular a sua forma universal. - Teoria do movimento: Tem como objetivo explicar e entender a transformação do ser. . Potência - é a possibilidade de vir a ser. . Ato - é o ser atual. Para o filósofo, o movimento ocorre através da passagem da potência para o ato. O marco inicial de todo o movimento é o ato puro*, que se caracteriza por ser uma causa sem causa (incausada) *primeiro motor imóvel. O primeiro ato é puro, pois não há nenhuma potência que seja anterior a ele. Metafísica: sentido teológico: ciência divina (como marco inicial do movimento) . Teoria das quatro causas: - Causa material: de que é feito? - Causa formal: o que é? - Causa eficiente (motriz): quem faz? (dá forma a matéria) - Causa final: para que é feito? O acidente não possui uma causa definida, pois ele não faz parte da essência do ser. Sem o acidente, o ser continua existindo normalmente. FILOSOFIA MEDIEVAL Santo Agostinho Platão (influência) Patrística (corrente filosófica) Padres da igreja (explicação da corrente filosófica) São Tomás de Aquino Aristóteles (influência) Escolástica (corrente filosófica) Escolas de pensamento religioso (explicação da corrente filosófica). SANTO AGOSTINHO DE HIPONA É considerado o principal representante da filosofia patrística que é a filosofia dos primeiros padres da igreja. A proposta do filósofo é relativa à conciliação entre Fé e Razão (mantendo a superioridade da fé em relação à razão, sendo que a razão atuaria, assim, como um instrumento de auxílio para a fé). Em um primeiro momento, teve-se muita dificuldade em aceitar-se a teoria de Platão, pois ele era pagão (não convertido a fé cristã). Antes da conversão, Agostinho pertencia a uma corrente filosófica chamada de maniqueísmo, porém funda a filosofia patrística, logo após a sua conversão. A teoria Agostiniana foi influenciada por Platão (inicialmente teve-se críticas, pois a filosofia antiga era pagã, ou seja, tinham pessoas não convertidas à fé cristã). Embora Agostinho tenha sido influenciado por Platão, o filósofo não concorda com toda a sua teoria Ele se inspirou na teoria da reminiscência, porém, não concordou com a mesma, pois ela admitia a ideia de reencarnação. Assim, o filósofo elaborou a conhecida teoria (doutrina) da iluminação divina. Deus: “Deus é o início e o fim de todo o conhecimento.” Deus habita o interior do indivíduo, em sua alma. (centelha divina). TEORIA DA ILUMINAÇÃO DIVINA É dada por Deus ↨ FÉ ↦ CONVERSÃO ↦ ILUMINAÇÃO ↦ ACESSO ÀS A FÉ CRISTÃ ↨ DIVINA VERDADES ↦ Mistérios A razão funciona ETERNAS da como um instrumento FÉ - Para ter acesso ao conhecimento, primeiramente o indivíduo deve ter Fé, em seguida ele se converte à fé cristã (batismo), assim, receberá a Iluminação Divina e, utilizando a razão como um instrumento de auxílio (que vai clareando as verdades recebidas por iluminação), pode compreender as verdades eternas que vem de Deus. Porém, nem todas elas são acessíveis, pois existem os mistérios da fé. - “Creio em tudo o que eu entendo, mas nem tudo o que eu creio, entendo”. - “Crer para compreender e compreender para crer”. - Agostinho, assim como Platão, faz a defesa da existência de conhecimento inato e de alma imortal, porém divergem em relação a fonte de nascimento com esse conhecimento, enquanto para Platão ele vem do mundo das ideais, para Agostinho, ele está na mente de Deus, que habita o interior do homem, desde o seu nascimento. - O filósofo concorda com a divisão de realidades elaborada por Platão: Cidade dos homens (sensível/terra) e Cidade de Deus (inteligível/céu). - A cristianização do mito da caverna: a luz do sol, presente na alegoria da caverna é equiparada à luz de Deus (iluminação divina). SÃO TOMÁS DE AQUINO - Filosofia e Teologia são ciências distintas. A teologia cuida do estudo e análise das verdades reveladas e sagradas que vem de Deus. A filosofia é submissa à fé cristã. Embora distintas, elas não devem existir uma sem a outra, pois elas são complementares. - Aquino é considerado o principal representante da filosofia escolástica que é o surgimento das primeiras escolas de pensamento religioso.- O filósofo foi influenciado por Aristóteles. Aquino retoma a teoria da abstração de Aristóteles para trabalhar com a questão da construção do conhecimento. - O conhecimento: Aquino concorda com a teoria do conhecimento de Aristóteles, defendendo que a abstração é a ferramenta pela qual os indivíduos buscam o conhecimento, partindo de uma matéria particular, até formular um conceito de ordem universal. - É possível partir da experiência sensível, até culminar na metafísica para provar a existência de Deus, já que ele deixou vestígios imperfeitos de sua existência na experiência. - Deus se prova pelos seus efeitos e não pelas suas causas, pois parte-se da criatura para justificar a necessidade da existência de um criador (Deus). - As provas da existência de Deus (inspiradas na teoria das quatro causas de Aristóteles e, em seu conceito de Ato puro - primeiro motor imóvel). . Primeiro motor imóvel (pelo movimento): Deus é o motor, pois Ele move todas as coisas, mas ele próprio não foi movido por ninguém. . Causa Eficiente: Deus é a causa eficiente, pois é Ele que possibilita a transformação de todas as coisas que existem no mundo. . Ser Necessário e ser contingente (possível): Deus é o único ser que sempre existiu e sempre irá existir (ÓÓÓ - Onisciente (sabe de tudo), Onipotente (pode tudo/todo o Poder) e Onipresente (está em todos os lugares).). Já o ser contingente é o homem que nasce, cresce e morre. . Graus de Perfeição: todos os seres aspiram a busca do grau perfeito que é Deus. O grau de perfeição é: Animais ↦ Homens ↦ Anjos ↦ Deus. . Finalidade do ser (Pelo governo e ordem das coisas do mundo): existe apenas uma única inteligência suprema, que é Deus, por isso, Ele deve governar e dar ordem às coisas do mundo. Ele é aquele que sempre existirá. FILOSOFIA MODERNA Racionalismo: René Descartes Empirismo: David Hume Criticismo: Immanuel Kant - Epistemologia: teoria do conhecimento (o que o indivíduo deve fazer para chegar à verdade?) . Descartes, Hume e Kant. - Política . Maquiavel, Hobbes, Rousseau . Marx e Hannah Arendt RENÉ DESCARTES - É considerado o pai da corrente filosófica do racionalismo: a razão é a base e a fonte de todo o conhecimento. - Todo conhecimento para ser considerado verdadeiro, deve ser comprovado racionalmente. - Descartes é considerado o pai da filosofia moderna: retoma o paradigma da antiguidade clássica, com a valorização do pensamento racional (toma como referências, as teorias clássicas de Sócrates e de Platão. - Como se inicia o conhecimento? com a utilização da dúvida metódica. O ponto de partida para a construção do conhecimento é a dúvida. - Para conhecer é necessário “colocar todos os juízos (ideias/conceitos) em suspensão”. - Descartes não pode ser considerado um filósofo cético, embora ele utilize-se da dúvida dos céticos, a diferença é que os céticos tratam da dúvida permanente, enquanto para Descartes, a dúvida é provisória. - A precipitação: é a pressa excessiva em aceitar algo como verdade sem questionamentos. - A prevenção: são os juízos que trazemos conosco desde a infância ou de um tempo prolongado, sem questionar. - Toda prevenção já foi um dia uma precipitação, mas nem toda precipitação irá gerar uma prevenção. - As características gerais da dúvida: . Metódica: é um caminho para se chegar à verdade. . Hiperbólica: é exagerada (todos os juízos em suspensão). . Provisória: encerra quando se chega a verdade. “cogito, ergo sum” - “penso, logo existo”. - Argumentos da dúvida metódica: . Sentidos: se os sentidos já enganaram uma vez, eles podem enganar novamente, por isso, não são fontes seguras de conhecimento. . Sonhos: aquilo que acontece quando estou dormindo, também pode me ocorrer quando estou em vigília. Se os sonhos podem se confundir com a realidade e vice-versa, então não podemos tomá-los como referência na elaboração do saber. . Deus enganador (matemática): Deus que tudo pode e por quem foi tudo foi criado; entretanto este mesmo Deus poderia nos ludibriar (enganar), nos induzindo a aceitar que tudo realmente existe quando a realidade é realmente diferente (exemplo do 2+2=4). . Gênio maligno (existência): as características dos argumentos do gênio maligno (poderoso, carinhoso e manhoso) se dão pela composição de tudo o que existe externamente ao ser humano, que na verdade poderia ser uma grande ilusão, sem que nós soubéssemos sobre o que é real ou não. - Ao colocar tudo em dúvida, Descartes chega a uma primeira certeza: “Sou capaz de duvidar”. Assim, se a dúvida é uma certeza, ela é um pensamento e, se penso, logo existo “cogito, ergo sum”. - Verdades indubitáveis: - . “Cogito, ergo sum”. . Argumento ontológico (Deus) - argumento da criação e da existência do mundo (pois deu ao indivíduo a capacidade de pensamento e de existência). . Capacidade de raciocínio lógico-matemático. Obs: Ideia (capacidade de produzir conhecimento) x Conhecimento (saber definido). - Tipos de ideia: . Inatas (sempre verdadeiras). Derivam exclusivamente da nossa capacidade de pensamento racional. Ex.: as verdades indubitáveis. . Fictícias (sempre falsas/imaginação) - correspondem a uma união de fragmentos de coisas aleatórias retiradas da experiência. Ex.: mula sem cabeça. . Adventícias (podem ser verdadeiras ou falsas/”vem de fora” - são ideias confusas e obscuras). Essas ideias, por derivarem da experiência, só serão verdadeiras se comprovadas pela racionalidade. Ex.: necessidade de verificar a cor da caneta. - Método: é um caminho seguro para conduzir a razão para buscar a verdade nas ciências, possibilitando ao indivíduo discernir o verdadeiro do falso, utilizando-se do bom senso (razão). - Os preceitos (regras) do método: . Evidência: só tomar por verdadeiras, as ideias que forem claras e distintas, ou seja, aquelas das quais não é possível duvidar. (Uma ideia clara e distinta é o mesmo que uma ideia evidente). . Análise: dividir o problema em partes menores, quantas forem possíveis, a fim de melhor resolvê-lo. . Síntese: ordenar o problema sempre do mais simples para o mais complexo (composto). . Enumeração: voltar e verificar se nada foi esquecido ou omitido para se chegar a base do conhecimento verdadeiro. - Res cogitans e Res extensa: Sujeito pensante e corpos físicos Dualismo psicofísico (Alma(razão)+Corpo). - Deus é o argumento ontológico, ou seja, aquele que deu ao homem, a capacidade de pensamento e de existência. DAVID HUME - O filósofo é considerado o principal representante do empirismo: todo o conhecimento é resultado da experiência vivenciada por cada um dos indivíduos. - Hume defende que se todo conhecimento é resultante da experiência e se elas podem mudar, o conhecimento referente a elas, também pode sofrer alterações. - A causalidade (ideia de causa e efeito) não é uma lei natural, pois nem sempre a mesma causa, irá gerar o mesmo efeito. - Com o filósofo temos a crise da metafísica, pois desconstrói-se a ideia de que a causalidade seria uma lei exata, assim, a causalidade não existe como lei “a priori” (anterior à experiência), mas apenas “a posteriori” (posterior ou em conjunto com a experiência). - É o hábito que nos faz esperar efeitos semelhantes de causas similares. Desse modo, para Hume, o hábito seria a única base de inferência possível para elaboração de conhecimento. - Para o filósofo, todo conhecimento é probabilidade (relativo), desse modo, defende o ceticismo moderado. - As percepções da mente: . Impressões: correspondem ao momento atual da experiência. (+ forte, + vívida, + intensa) . Ideias: é uma lembrança de uma experiência já vivenciada pelo indivíduo. (+ fraca, - vívida, - intensa) - A impressão precede a ideia. - Tipos de associação de ideias: . Semelhança: parecidas.(Ex.: irmãos gêmeos univitelinos). . Contiguidade: próximas (lembrança). (Ex.: verde lembra floresta) . Causalidade: causa e efeito (hábito). (Ex.: ferimento e dor). - Tipos de ideias: . Simples: é uma única ideia, resultante de uma experiência. . Complexas: é uma reunião de duas ou mais ideias simples. A ideia de Deusé uma ideia complexa elaborada pela mente. IMMANUEL KANT - É considerado o criador da corrente filosófica do CRITICISMO: tanto a razão, quanto os sentidos, são determinantes no processo de elaboração do conhecimento. (essa corrente é uma proposta de superação do embate entre o racionalismo de Descartes e o empirismo de Hume). - Tanto a razão, quanto os sentidos são necessários. Vale lembrar que todo conhecimento começa com os sentidos, porém nem todo conhecimento depende da experiência. - Revolução Copernicana na Filosofia: inspirado na teoria de Nicolau Copérnico que inverteu o centro do cosmo (geocentrismo ↦ Heliocentrismo), Kant elaborou a inversão no centro do conhecimento (que consiste na inversão da relação entre o objeto e o sujeito (razão), onde o sujeito passa a ocupar o centro do conhecimento.) , Antes de Kant Kant OBJETO SUJEITO (Razão) ↓ ↓ SUJEITO OBJETO - O sujeito é cognoscente: conhecedor. Já o objeto é cognoscível: que pode ser conhecido. O conhecimento nada mais é do que a forma que o sujeito põe nas coisas. - Modalidades do ato de conhecer: Idealismo transcendental. . Fenômeno: penso e conheço. (cognoscível) - transcendental Ex. Ser humano, Objetos, Sentimentos . Coisa em si (nôumenon): penso, mas não conheço. (incognoscível) Ex. Deus, Alma e Infinito. Transcendente (ultrapassa os limites da experiência). - A estrutura racional é inata, a priori e não depende da experiência para existir. Porém não se pode confundir a posse dessas ferramentas da sensibilidade, com a existência de conteúdos inatos. - Os juízos na teoria kantiana: “O ato de conhecer se dá pela formulação de juízos”. . Tipos de juízos: - Analíticos A PRIORI . Universal e necessário (verdadeiro e válido em qualquer lugar) . Explicação ou elucidação (esclarecimento) Não acrescenta novos conhecimentos ao sujeito (com identidade) - Sintéticos A PRIORI . Universal e necessário (verdadeiro e válido em qualquer lugar) . Ampliação . Permite a construção de novos conhecimentos. (sem identidade) . É a espécie de juízo mais importante, pois são com eles que opera a ciência, especialmente a física e a matemática. A POSTERIORI . Particular Só serão considerados verdadeiros se comprovados pela experiência. FILOSOFIA POLÍTICA NICOLAU MAQUIAVEL - Pai da filosofia política moderna. - Estado laico: separado da religião. - Estado real: separado das imposições da metafísica (Estado ideal - Platão). - Foi um filósofo e cientista político florentino, nascido na Itália. - Tem como principal obra: “O príncipe”, que trata do Poder e também da realidade política, entendida como realidade concreta. - Filosofia amoral (o governante pode ser bom ou mau dependendo da circunstância que a ele é apresentada). - Objetivos do Príncipe: . Conquistar o Poder . Manter o Poder . Aumentar o Poder - O Poder político é uma questão de estratégia: o Governante pode ser bom ou mau, dependendo da circunstância que a ele é apresentada, para que ele possa se manter no Poder. - AMOR e TEMOR: respeito e confiança. - Cabe ao governante conquistar o amor e o temor de seu súdito, porém se ele tiver que escolher entre um dos dois: “É melhor ser temido do que amado”. (ser temido é diferente de ser odiado). - Conquistar o amor e o temor dos súditos: AMOR + TEMOR = RESPEITO (CONFIANÇA) - Dois atributos essenciais ao bom governo: . Virtù: é a capacidade de ser flexível às circunstâncias e a mudar com elas se a isto ele estiver obrigado. Qualidades do governante: Coragem, Força, Astúcia, Ousadia, Sagacidade, Estratégia e Inteligência. . Fortuna: “sorte” Deve ser entendida como ocasião ou oportunidade (positiva ou negativa). - O Governante deve combinar sabiamente a virtú com a fortuna, pois com apenas uma delas, não logrará êxito em se manter no Poder. - O Príncipe pode e deve utilizar todas as armas que tiver a disposição, tendo em vista a manutenção de seu governo: A força e a violência podem ser utilizadas se necessário para manter o Poder: “Os fins justificam os meios”. ↧ ↧ Paz, ordem e segurança Força e violência Manter o Poder CONTRATUALISTAS - Os contratualistas são os filósofos que partem da análise do homem em um estado de natureza, para ingressarem na Sociedade Civil, por meio de um contrato social. - Estado de natureza: é o modo ser do indivíduo antes dele ingressar em comunidade, estágio pré social, anterior a sociabilidade (o indivíduo vive isolado). - Contrato social: é um pacto artificial (acordo) que provoca a saída do estado de natureza para o ingresso na Sociedade Civil que exige o devido consentimento. - Sociedade Civil: nasce com a criação do Estado, enquanto organização social, política, econômica e jurídica, que estabelece as leis e as regras para possibilitar a vida em Sociedade/Comunidade. - Natureza humana: THOMAS HOBBES JEAN-JACQUES ROUSSEAU ↧ ↧ A natureza humana é má. A natureza humana é boa. “O homem é lobo do homem”. “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.”, THOMAS HOBBES - Estado de natureza A natureza humana é má, pois os indivíduos possuem um direito ilimitado (a tudo); Em tese é bom ter tudo, porém como não há tudo para todos os indivíduos, isso geraria uma condição de “guerra de todos contra todos”, sendo assim, no estado de natureza reina o medo e a insegurança. “ O homem é lobo homem” - Conflito/disputa. - Contrato Social O motivo que provoca a passagem do estado de natureza para a Sociedade Civil é a busca pela segurança. É o instinto de conservação da vida (proteção). - Sociedade Civil: Soberania - ABSOLUTISMO . CRIA-SE A INSTITUIÇÃO ESTADO Soberano é quem exerce o Poder: Rei (monarca) ou a Assembleia (um grupo de homens governam). Vale lembrar que pode-se ter uma Assembleia democrática (onde todos os membros que fazem parte da mesma tem o direito de participar) ou uma Assembleia não democrática (na qual apenas parte dos membros participam e os demais funcionam como conselheiros). Poder indivisível e, por isso, a melhor forma de governo para o autor é a Monarquia. Soberania é como o Poder será exercido: Absolutismo (com o Poder centralizado e concentrado) nas mãos do governante. JEAN-JACQUES ROUSSEAU “O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se a ferros”. “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”. - Estado de natureza: No estado de natureza, o homem é um bom selvagem inocente, vivendo em um estado de felicidade original, chegando a ser puro e ingênuo (isolado). Não existe propriedade privada no estado de natureza e é justamente por isso que os homens têm direito ilimitado (a tudo), o que gerava igualdade e liberdade entre os indivíduos. - Falso contrato O falso contrato se dá com o nascimento da propriedade privada que surgiu de um roubo daquilo que era comum a todos os indivíduos. O primeiro contrato é falso, pois as pessoas não deram o seu devido consentimento. - Contrato Social O motivo que provoca a passagem do estado de natureza para Sociedade Civil é buscar recuperar a liberdade e a igualdade perdidas com o falso contrato. O indivíduo busca a liberdade civil, que é aquela estabelecida pelas leis (obs: o indivíduo perde o direito ilimitado, porém adquire em troca a liberdade civil que é aquela que o permite agir dentro dos limites da lei). - Soberania . Soberano: POVO . Soberania: Democracia. “O povo é súdito e soberano ao mesmo tempo”. Súdito pois deve obedecer a lei e, ao mesmo tempo, soberano, pois é sua vontade que deve estar expressa na lei”. HANNAH ARENDT - Foi uma filósofa alemã de origem judaica. - A teoria da filósofa tem como base de análise a construção do pensamento político. - A autora não gostava do título de filósofa, mas preferia ser considerada uma cientista política. - Hannah sofreu perseguições nazistas e chegou a perder a sua nacionalidade alemã. - Movimento sionista: movimento político que defendia a autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judeu soberano e independente, onde historicamente existiu o antigo Reino Israel.- Sua teoria se fundamenta no existencialismo: defende a discussão política livre e igualitária -> Vida Pública - As ideias discutidas e as temáticas se relacionam à liberdade e à igualdade entre os indivíduos. - Estado totalitário: é aquele que tem o controle total sobre todos os âmbitos da vida (vida pública e vida privada); - Sua principal obra: “as origens do totalitarismo”. - As características dos regimes totalitários: . Culto ao líder; . Nacionalismo; . Unipartidarismo; . Centralização do Poder; . Censura; . Uso da violência; . Imposição pelo medo; . Fanatismo; . Controle da mídia (propaganda); - No regime totalitário impõe-se a figura do líder que salvará a população do inimigo do Estado (ideologia do terror). Todo regime totalitário é autoritário, mas nem todo regime autoritário é totalitário. - Exemplos: . Nazismo: Inimigo do Estado: Judeus. . Fascismo: Inimigo do Estado: Comunistas/Ciganos/Homossexuais . Regime de Stalin: Inimigo do regime: Capitalistas/Burgueses/Liberais CURSO EXTRA - COLÉGIO NACIONAL PROFESSORA : CRYSTIANNE MENDONÇA Livro: Vivendo a filosofia MITOLOGIA GREGA . Mito: é uma narrativa que visa explicar a origem do cosmo (universo). . Características do mito: Sagrados (Deuses); Inquestionáveis (Dogma); . Acepções (sentidos) da ideia de mito: -Cosmogonia/Cosmologia: explicação; -Mentira: cultura; -Contemporâneo: personificação (adesão e seguidores); Os motivos que levaram ao nascimento da filosofia: . Questionamentos; . A filosofia nasce como a ciência das primeiras causas (metafísica); -Fatores históricos que influenciaram o nascimento da filosofia: . As navegações (contato com outras culturas); . Criação da escrita alfabética; . Invenção da moeda; (comércio); . Criação do calendário; . Surgimento da vida urbana ( Pólis - Cidade-Estado) - Ágora (praça pública) . Invenção da Política ( Demo (povo) cracia (poder) Direta - restrita, Cidadão); Teorias sobre o surgimento da filosofia: . Teoria do milagre grego: a filosofia surgiu na Grécia, sendo a primeira explicação científica da realidade, a partir de uma ruptura total com o pensamento mítico. . Teoria do mito noético: a filosofia nasceu no interior ( continuidade ) do próprio mito, como uma racionalização dele. . Teoria do surgimento político: a filosofia nasce junto com a pólis e com a sua necessidade de debates com argumentação para discutir as questões políticas da cidade. . Teoria do espanto (Aristóteles) : a filosofia surgiu diante da curiosidade diante do desconhecido, que desperta a atitude filosófica , retirando os indivíduos da condição de ignorância. . Teoria do orientalismo: a filosofia nasceu no Oriente e os gregos teriam se apropriado de suas doutrinas. OS PRIMEIROS FILÓSOFOS Buscavam explicar a origem do cosmo (universo), utilizando-se de elementos da natureza ( physis ). Tales de Mileto (Água), Pitágoras de Samos (Números), Anaximandro ( Apeíron - ilimitado), Anaxímenes (Ar), Heráclito de Éfeso (Fogo), Parmênides de Eléia (Ser). Sócrates defende que antes de querer conhecer as coisas, os outros ou o mundo, primeiramente o indivíduo necessita conhecer a si mesmo. O reconhecimento da ignorância é o primeiro passo para a construção do conhecimento seguro e verdadeiro. Só sei que nada sei ”. O princípio da sabedoria está na ideia de que ninguém tem o conhecimento pleno e absoluto sobre todas as coisas. O autoconhecimento é um dos pontos fundamentais da filosofia socrática. Assim, com a mensagem do Oráculo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo”, Sócrates encontra sua verdadeira missão : despertar o conhecimento nas pessoas, por meio da Maiêutica . Desse modo, Sócrates demonstra o ser humano e suas particularidades em sua filosofia. Para o filósofo, os indivíduos deveriam ter liberdade total de pensamentos e ideias (defende o inatismo). O processo de elaboração do conhecimento: MÉTODO (caminho). Método do diálogo (dialético): . Exortação : é convite ao filosofar. . Ironia : é o momento em que ocorrem os questionamentos, visando a quebra dos preconceitos ( purificação da alma ), pois elimina os falsos conceitos. . Aporia : é o momento em que o indivíduo fica “sem saída” e admite a sua ignorância. . Maiêutica : (arte de dar a luz) é o “partejar” das ideias, onde ocorre a construção dos novos conceitos e conhecimentos. -Por meio de seu método, o filósofo visa ajudar o seu interlocutor a buscar o conhecimento seguro que mora dentro dele (inatismo). Assim sendo, Sócrates nada ensinava, mas apenas estimulava os seus interlocutores a buscar a verdade que mora dentro de si (sua intenção nunca foi de humilhar e nem de ser sarcástico com o seu ouvinte). -Condenação à morte: . Motivação: -Corromper a juventude -Afrontar os deuses (ateísmo) . Apologia (defesa de Sócrates) . Condenado à morte por envenenamento (cicuta) e, morreu defendendo até o fim de sua vida, às suas ideias. ARÍSTOCLES (PLATÃO) -A ideia de amor na teoria do filósofo Platão: “O banquete” - Amor - “Eros” O amor como a falta constituinte do ser humanos (desejo). -O filósofo tem como objetivo inicial em suas teorias buscar a conciliação entre o mobilismo de Héraclito e o imobilismo de Parmênides. -Para resolver esse conflito, Platão elaborou a teoria da divisão onto lógica dos mundos (teoria das ideias ou das formas): MUNDO SENSÍVEL X MUNDO INTELIGÍVEL (SENTIDOS) (IDEIAS) “Doxa” “Episteme” Influência de Heráclito Influência de Parmênides -Mito de er : passagem da alma entre os dois mundos. Alma é imortal, pois ela transita entre os mundos sensível e inteligível. Rio Lethé : Águas do esquecimento. -Teoria da reminiscência (“Conhecer é recordar”). O conhecimento é uma lembrança das experiências já vivenciadas por cada um nós no mundo das ideias. -Ciência : dialética - A dialética é a ciência que permite, por meio da educação (paideia) da alma recordar as ideias já contempladas anteriormente. Não há possibilidade de produção de conhecimento no mundo sensível, mas apenas a possibilidade de lembrar da verdade já adquirida no mundo das ideias. -Teoria política: Governo dos filósofos. (O mito da caverna e mito do navio). -Sofo cracia /Merito cracia /Aristo cracia: governo dos sábios. . Requisitos para governar: -Inteligência; -Conduta ética; -Dualismo entre corpo e alma: CORPO (sentidos) + ALMA -Papel das almas na cidade: . Alma de ouro : Sabedoria - governo da cidade.Filósofos . Alma de prata : Coragem - proteção da cidade. Guerreiros/Soldados . Alma de bronze : Temperança - economia e da subsistência da cidade. Trabalhadores ARISTÓTELES DE ESTAGIRA -Foi discípulo de Platão por vinte (20) anos na academia, porém não concorda com toda a teoria de seu mestre. -O filósofo funde os dois mundos de Platão em um único conceito: substância. SUBSTÂNCIA ↦ Matéria ( s ) + ↦ Visam caracterizar a essência do ser. Forma ( i ) -Aristóteles trouxe de volta dos “céus para a terra” o mundo das ideias de Platão. -A estrutura racional é inata, a priori e não depende da experiência para existir. Porém não se pode confundir a posse dessas ferramentas da sensibilidade, com a existência de conteúdos inatos. -A sensibilidade que é a estrutura racional ( a priori ) formada pelo espaço e tempo (estrutura que organiza os dados recebidos da experiência), atua junto com o entendimento (conceitos) para que seja possível conhecer os objetos na experiência. -Modalidades do ato de conhecer: Idealismo transcendental. . Fenômeno : penso e conheço. ( cognoscível) - transcendental* Ex. Ser humano, Objetos, Sentimentos . Coisa em si (nôumenon) : penso, mas não conheço. ( incognoscível) Ex. Deus, Alma e Infinito. Transcendente (ultrapassa os limites da experiência). -*Idealismo transcendental: se ocupa com a capacidade do sujeito de conhecer e não propriamente com os objetos que se encontram na experiência. Assim, Kant rejeita a explicação fundamentada no transcendente. -Os juízos na teoria kantiana: “O ato de conhecer se dá pela formulação de juízos”. -Analíticos A PRIORI . Universal e necessário (verdadeiro e válido em qualquer lugar) . Explicação ou elucidação (esclarecimento) Não acrescenta novos conhecimentos ao sujeito (com identidade) -Sintéticos A PRIORI . Universal e necessário (verdadeiro e válido em qualquer lugar) . Ampliação . Permite a construção de novos conhecimentos. (sem identidade) . É a espécie de juízo mais importante, pois são com eles que opera a ciência, especialmente a física e a matemática. A POSTERIORI . Particular Só serão considerados verdadeiros se comprovados pela experiência. FILOSOFIA POLÍTICA NICOLAU MAQUIAVEL -Foi um filósofo e cientista político florentino, nascido na Itália. -Tem como principal obra: “O príncipe”, que trata do Poder e também da realidade política, entendida como realidade concreta. -É considerado o “pai” da filosofia/teoria política moderna: proposta da formação de um Estado laico (separa as questões políticas das questões religiosas) - Liberdade religiosa, o Estado também deve estar separado dos imperativos da metafísica (como por exemplo, o Estado ideal defendido por Platão). -Filosofia amoral (o governante pode ser bom ou mau dependendo da circunstância que a ele é apresentada). -Objetivos do Príncipe: . Conquistar o Poder . Manter o Poder . Aumentar o Poder -O Poder político é uma questão de estratégia: o Governante pode ser bom ou mau, dependendo da circunstância que a ele é apresentada, para que ele possa se manter no Poder. -AMOR e TEMOR: respeito e confiança. -Cabe ao governante conquistar o amor e o temor de seu súdito, porém se ele tiver que escolher entre um dos dois: “É melhor ser temido do que amado”. (ser temido é diferente de ser odiado). -Conquistar o amor e o temor dos súditos: AMOR + TEMOR = RESPEITO (CONFIANÇA) -Dois atributos essenciais ao bom governo: . Virtù: é a capacidade de ser flexível às circunstâncias e a mudar com elas se a isto ele estiver obrigado. Qualidades do governante: Coragem, Força, Astúcia, Ousadia, Sagacidade, Estratégia e Inteligência. . Fortuna: “sorte” Deve ser entendida como ocasião ou oportunidade (positiva ou negativa). -O Governante deve combinar sabiamente a virtú com a fortuna, pois com apenas uma delas, não logrará êxito em se manter no Poder. -O Príncipe pode e deve utilizar todas as armas que tiver a disposição, tendo em vista a manutenção de seu governo: A força e a violência podem ser utilizadas se necessário para manter o Poder: “Os fins justificam os meios ”. ↧ ↧ Paz, ordem e segurança Força e violência Manter o Poder CONTRATUALISTAS -Os contratualistas são os filósofos que partem da análise do homem em um estado de natureza , para ingressarem na Sociedade Civil , por meio de um contrato social . -Estado de natureza: é o modo ser do indivíduo antes dele ingressar em comunidade, estágio pré social, anterior a sociabilidade (o indivíduo vive isolado). -Contrato social: é um pacto artificial ( acordo ) que provoca a saída do estado de natureza para o ingresso na Sociedade Civil que exige o devido consentimento. -Sociedade Civil: nasce com a criação do Estado , enquanto organização social, política, econômica e jurídica, que estabelece as leis e as regras para possibilitar a vida em Sociedade/Comunidade. -Natureza humana: THOMAS HOBBES JEAN-JACQUES ROUSSEAU ↧ ↧ A natureza humana é má. A natureza humana é boa. “O homem é lobo do homem”. “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe.”, THOMAS HOBBES -Estado de natureza A natureza humana é má, pois os indivíduos possuem um direito ilimitado (a tudo); Em tese é bom ter tudo, porém como não há tudo para todos os indivíduos, isso geraria uma condição de “guerra de todos contra todos”, sendo assim, no estado de natureza reina o medo e a insegurança. “ O homem é lobo homem” - Conflito/disputa. -Contrato Social O motivo que provoca a passagem do estado de natureza para a Sociedade Civil é a busca pela segurança . É o instinto de conservação da vida (proteção). -Sociedade Civil: Soberania - ABSOLUTISMO . CRIA-SE A INSTITUIÇÃO ESTADO Soberano é quem exerce o Poder: Rei (monarca) ou a Assembleia (um grupo de homens governam). Vale lembrar que pode-se ter uma Assembleia democrática (onde todos os membros que fazem parte da mesma tem o direito de participar) ou uma Assembleia não democrática (na qual apenas parte dos membros participam e os demais funcionam como conselheiros). Poder indivisível e, por isso, a melhor forma de governo para o autor é a Monarquia. Soberaniaé como o Poder será exercido: Absolutismo (com o Poder centralizado e concentrado) nas mãos do governante. JEAN-JACQUES ROUSSEAU “O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se a ferros”. “O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”. -Estado de natureza: No estado de natureza, o homem é um bom selvagem inocente, vivendo em um estado de felicidade original, chegando a ser puro e ingênuo (isolado). Não existe propriedade privada no estado de natureza e é justamente por isso que os homens têm direito ilimitado (a tudo), o que gerava igualdade e liberdade entre os indivíduos. -Falso contrato O falso contrato se dá com o nascimento da propriedade privada que surgiu de um roubo daquilo que era comum a todos os indivíduos. O primeiro contrato é falso, pois as pessoas não deram o seu devido consentimento . -Contrato Social O motivo que provoca a passagem do estado de natureza para Sociedade Civil é buscar recuperar a liberdade e a igualdade perdidas com o falso contrato. O indivíduo busca a liberdade civil, que é aquela estabelecida pelas leis (obs: o indivíduo perde o direito ilimitado, porém adquire em troca a liberdade civil). -Soberania . Soberano : POVO . Soberania: Democracia. “O povo é súdito e soberano ao mesmo tempo”. Súdito pois deve obedecer a lei e, ao mesmo tempo, soberano, pois é sua vontade que deve estar expressa na lei”. HANNAH ARENDT -Foi uma filósofa alemã de origem judaica. -A teoria da filósofa tem como base de análise a construção do pensamento político -A autora não gostava do título de filósofa, mas preferia ser considerada uma cientista política. -Hannah sofreu perseguições nazistas e chegou a perder a sua nacionalidade alemã. -Movimento sionista: movimento político que defendia a autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judeu soberano e independente, onde historicamente existiu o antigo Reino Israel. -Sua teoria se fundamenta no existencialismo: defende a discussão política livre e igualitária -> Vida Pública -As ideias discutidas e as temáticas se relacionam à liberdade e à igualdade entre os indivíduos. -Sua principal obra é “As origens do totalitarismo”. -Estado totalitário: é aquele que tem o controle total de todos os âmbitos da vida (tolhe do indivíduo a vida pública). -As características dos regimes totalitários: . Culto ao líder; . Nacionalismo; . Unipartidarismo; . Centralização do Poder; . Censura; . Uso da violência; . Imposição pelo medo; . Fanatismo; . Controle da mídia (propaganda); -No regime totalitário impõe-se a figura do líder que salvará a população do inimigo do Estado (ideologia do terror). Todo regime totalitário é autoritário, mas nem todo regime autoritário é totalitário. -Exemplos: . Nazismo: Inimigo do Estado: Judeus. . Fascismo: Inimigo do Estado: Comunistas/Ciganos/Homossexuais . Regime de Stalin: Inimigo do regime: Capitalistas/Burgueses/Liberais - Condições da ação humana: . Labor: é o processo biológico de subsistência do corpo. O labor limita e rege a nossa existência da concepção biológica . (sobrevivência) . Trabalho: toda forma de empreendimento pelo homem na transformação da natureza. Com o trabalho que o homem dá sentido à natureza em sua transformação . . Ação: expressa a pluralidade dos indivíduos em comunidade e se realiza especialmente no campo político . (realização da vida pública). - Busca pela liberdade e pela igualdade. - “A essência dos direitos humanos é o direito a ter direitos”. - A defesa da ideia da democracia - com fundamento na participação na vida (esfera) pública. - Banalidade do mal: Julgamento de Adolf Eichmann. - Os indivíduos passam a considerar normal aquilo que era para causar repulsa e estranhamento. - “Banalidade do mal ocorre com o que a filósofa chama de desenraizamento das experiências humanas em relação à realidade da amoralidade, da subserviência às ordens e ao acriticismo.” Livro (Caso Eichmann em Jerusalém). - O mal banal é a pior espécie de mal entre todos os existentes, pois ele visa retirar um indivíduo de uma crise, assim, ele age sem ver nenhum problema moral naquelas atitudes que ele pratica. Ele se caracteriza pela ausência de pensamento naquele que o pratica. ÉTICA ARISTOTÉLICA - A causa final que aspiram todos os seres humanos é a busca pela felicidade (eudaimonia). - Segundo o filósofo, todos podem atingir o grau de felicidade, porém nem todo mundo consegue, visto que, os indivíduos que não praticam ações moderadas, não se vinculam à ética. - Justo meio: é a moderação ou o equilíbrio entre os extremos, quais sejam, o vício por falta e o vício por excesso. Ex: Covardia/Coragem/Temeridade Vício por Moderação Vício por falta excesso - “O homem é um animal político” - ele está destinado a vida em comunidade: . Política: criação das leis e das regras que regem a vida em comunidade. . Ética: comportamento e caráter do indivíduo. Para uma vida ética em sociedade, embora política e ética sejam ciências distintas, elas são inseparáveis. . Defende a escravidão: é necessário que o filosofo tenha tempo (ócio) para que possa produzir suas ideias. ÉTICA KANTIANA - Esclarecimento: é processo de saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio culpado, devido à preguiça e à covardia. - Maioridade e menoridade não são conceitos cronológicos. Eles se relacionam com a atividade da razão e sua utilização de modo autônomo. - Autonomia: uso público da razão. - Heteronomia: uso privado da razão. - SAPERE AUDE”; Ouse saber! “O homem nada mais é do que aquilo que a educação faz dele”. - Imperativos (ordens da razão): . Categóricos Ação por dever (Ética) Lei moral objetiva da razão (universal) Boa em si mesma. Desinteressado. “Age apenas segundo uma máxima, tal que possas querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei universal”. . Hipotéticos Ação conforme o dever Legalidade. Interesses. Sua prática visa evitar uma punição. Ação por inclinação Desejos e as paixões. “Escolha animal” - instintos. FRIEDRICH NIETZSCHE - É um filósofo que aborda a análise das questões morais. - Foi influenciado por Arthur Schopenhauer (vontade) “O homem é um constante querer eternamente insatisfeito” (sofrimento). - O filósofo aponta a necessidade de estudar a origem da moral: “A genealogia da moral”. - Filosofia amoral: “Além do bem e do mal”. - “Torna-te aquilo que tu és”. - Nietzsche retoma os estudo do período da tragédia grega para entender a origem da ideia de moralidade: Apolíneo (razão) x Dionisíaco (forças vitais e instintivas/emoções) - Sócrates e Platão na tentativa de dominar a vida com a razão, acabaram rompendo com o equilíbrio entre o apolíneo e o dionisíaco, corrompendo o homem (tornou o homem frágil, reprimido e ressentido). - O cristianismo se aproveitou dessa fraqueza do homem, tornando-o cada vez mais dependente de coisas externas (Deus) a ele mesmo. - A morte de Deus “Deus está morto, mas o seu cadáver ainda permanece insepulto”. É realizada de modo metafórico, propondo uma quebra com todos os valores moraise religiosos impostos sobre o indivíduo (decadência da cultura) - niilismo. - Transvaloração dos valores: é a proposta de retomada do equilíbrio entre os espíritos apolíneo e dionisíaco que foi rompido pela filosofia socrático-platônica. - A moral: . Moral do senhor (nobre/aristocrática): (+) É a moral do homem que afirma a vida, que diz sim a vida, valorizando, assim, a coragem, a força, a criatividade, a saúde. Sendo assim, senhor de suas próprias ações. (é a moral do homem que consegue equilibrar os espíritos apolíneo e dionisíaco). . Moral do escravo: (-) É a moral do fraco, daquele homem que não consegue ser senhor de suas próprias ações, negando, assim, a vida, a coragem, a força, a criatividade. É a moral do ressentimento, do oprimido, da fraqueza. (o indivíduo não consegue equilibrar os espíritos apolíneo e dionisíaco). - Sofrimento: sempre foi um tabu na nossa cultura, visto como algo ruim que pertence apenas a alguns coitados. Nietzsche tem um viés positivo sobre a ideia de sofrimento: “O que não me mata só me fortalece”. Vontade de poder/potência - superação das dificuldades (equilíbrio do espírito apolíneo e dionisíaco. Eterno retorno - a vida revivida várias vezes “A vantagem de ter péssima memória é você se divertir várias vezes com as mesmas coisas boas, como se fosse a primeira vez”. ESCOLA DE FRANKFURT Theodor Adorno e Max Horkheimer - Dialética do Esclarecimento - Teoria cŕtica: Indústria cultural - Filósofos Apocalípticos: a razão encontra-se em um beco sem saída. - Crítica ao iluminismo e especialmente a razão iluminista. - A razão iluminista visava libertar e emancipar o indivíduo, porém, acabou encontrando-se como forma de aliená-lo. - Influência de Karl Marx - Razão iluminista (Razão instrumental) - Controle da massa - molde de comportamento dos indivíduos. (pode ser relacionado com a teoria do controle social de Foucault). - Indústria cultural - controle dos meios de comunicação de massa de modo a alienar os indivíduos, retirando todo o papel crítico da cultura. - Cultura entretenimento x cultura intelectual MICHEL FOUCAULT - Foi um filósofo francês que tratou da análise da sociedade contemporânea, mais precisamente das relações de Poder. - Poder: “O Poder está em toda parte, não porque ele engloba o todo, mas porque ele provém de todos os lugares”. - As relações de Poder estão relacionadas a história e especialmente a relação entre os grupos. - As formas de manifestação do Poder: . Macropoderes: o indivíduo percebe que está sendo manipulado e/ou controlado. Estruturas visíveis de Poder. Ex.: as leis estabelecidas pelo Estado. . Micropoderes: são as estruturas veladas de Poder destinadas a controlar os indivíduos e moldar os seus comportamentos sem que eles percebam que estão sendo vítimas de controle social. Ex.: as redes sociais. - Foucault teve influência de um filósofo chamado Jeremy Bentham: Ver sem ser visto (modelo do panóptico); A partir dessa influência o filósofo elaborou a sua obra mais conhecida “Vigiar e punir” - Corpos dóceis. - Poder: não está ligado a um objeto natural. Ele se relaciona a uma prática social que se expressa por um conjunto de relações humanas. - Relação entre Poder e conhecimento: Quem possui o Poder controla e define o que é o conhecimento. “A verdade passa por quem possui o Poder”. - Filosofia “o seu papel não é pequeno, pois ela tem como finalidade desvelar as estruturas de Poder destinadas a nos controlar”. “Onde há Poder, há resistência”. - Para o filósofo, todas as relações humanas são de Poder, o que não deve acontecer é que o indivíduo se deixe controlar totalmente por elas. SIMONE DE BEAUVOIR - Pertence a corrente filosófica do existencialismo. - “A existência precede a essência”. (Jean-Paul Sartre) - Preocupação com o indivíduo, enquanto ele existe: não existe nada anterior a existência. - Existencialismo - liberdade! - “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher”. - Diferença entre sexo e gênero: o sexo se refere a questão biológica e do corpo humano, já o gênero é uma construção social. - Ao longo da história cada cultura criou e estabeleceu os padrões de cada gênero: a condição de homem e mulher não é natural, mas social. - Estudo da ontologia: Estudo do ser e de sua essência que tem como objetivo entender que a essência da ideia do que é ser mulher está ligada a uma construção histórica. - Opressão do feminino: o mundo é dominado pelos homens. - “O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.” - Femismo: superioridade da mulher em relação ao homem X Feminismo: a luta pela igualdade de direitos entre os gêneros (homem e mulher). - O que Simone defende é a igualdade de gênero e a igualdade de direitos entre os gêneros e não uma superioridade da mulher. - A condição da essência feminina não é natural, mas sim construída socialmente. - Dialética: movimento da história em busca pela liberdade. - relação entre Simone e Michel Foucault - Poder! - O controle do corpo e da sexualidade. PETER SINGER - Filósofo Australiano - Ética Animal - “No sofrimento, os animais são nossos iguais”. - Princípio da igualdade de consideração na dor e no sofrimento: tanto o ser humano, quanto os animais passam pela condição de sofrimento. - Racismo e especismo: Animais na ciência. - Animais na comunidade moral: ética no campo prático. - Rompimento com todo o paradigma (modelo) ético presente na sociedade. - Utilitarismo (influência de Jeremy Bentham): - Diminuição do sofrimento - universalização das ações humanas. - O que importa na ação são as consequências das ações, com a finalidade de buscar preceitos que possam ser aplicados de modo universal. - Especismo: é considerar a espécie humana superior às demais. Desafios do vegetarianismo: - Competitividade com o valor da carne. - Cultura (carnívora). - Produção Benefícios: - Diminuir a quantidade de sofrimento no mundo. - Diminuição de doenças relacionadas aos animais. - Diminuição do efeito estufa. - Animais na ciência: utilização de meios alternativos para a produção de bens de consumo. - Teste em animais (seres marginalizados). . Cosméticos . Farmacêutica ACHILLE MBEMBE - Filósofo contemporâneo: Teorias raciais. - Filósofo camaronês que tem como principal influência o filósofo Michel Foucault. - Análise do racismo: individual, institucional e estrutural. - Necropolítica: é a política de morte adaptada pelo Estado. - OBS: Racismo no ordenamento jurídico brasileiro é considerado crime inafiançável e imprescritível e está relacionado a ofensa e preconceito a toda uma raça (integralidade). Diferentemente da injúria racial que diz respeito a honra e a dignidade de alguém (uma pessoa) no que se refere a raça, sexo ou construção religiosa. - A base da ideia de Mbembe está conectada com o conceito de biopoder de Foucault: “a materialização dessa política se dá pela expressão da morte”. - Racismo: “o racismo é instrumento de regulação de morte e da sua distribuição”. - “O velho direito legítimo soberano de matar”. - Racismo: Discriminação ou preconceito (direito/indireto) contra indivíduos por motivos de raça, cor, etnia. Individual: quando ele se manifesta-se forma violenta, seja física ou verbal com preconceito ou discriminação a um grupo de indivíduos por causa de sua raça, cor etnia. Institucional: é aquele manifestado pelas próprias instituições. Estrutural: são os preconceitos embutidos dentro da própria sociedade e que geram discriminação e segregação entre os indivíduos. - Mito da democracia racial - Mbembe utiliza-se de argumentos próximos ao do sociólogo brasileiro Florestan Fernandes. - Forma de minimizar a discriminação e o preconceito.