A Questão da Ética e da Estética para Wittgenstein

@import url(https://fonts.googleapis.com/css?family=Source+Sans+Pro:300,400,600,700); A Questão da Ética e da Estética para Wittgenstein

O objetivo principal da obra " Tractatus Logico-Philosophicus " de Wittgenstein, através de aforismos e de uma forma lógica, o de explicar a natureza de nossa linguagem representativa ou factual. Explicar como podemos, através da linguagem, representar e compreender o mundo real. Para Wittgenstein, o Tractatus é uma obra fundamentalmente de Ética, pois o mais importante nela, é aquilo que não foi dito.

Não foi dito simplesmente, porque o ético, assim como o estético e o religioso não podem ser expressos pela Linguagem: deles nada podemos dizer, mas apenas mostrar. Em seu livro, Wittgenstein pretendeu estabelecer um limite à expressão do pensamento através do interior da linguagem. Por esta razão, o Tractatus analisa apenas o mecanismo lógico da Linguagem, sem procurar uma fundamentação filosófica para a Ética e a Estética.

Estamos presos a um paradigma de linguagem, acreditamos que só pode ser dito aquilo que é redutível ao jogo da exatidão.

O Tractatus cria as condições teóricas para que possamos guardar silêncio face ao domínio dos valores, e mostra que as soluções aos problemas axiológicos devem ser tentadas fora da filosofia e independentemente de qualquer sistema fundante.

Procurar fundamentar o comportamento moral do homem, é uma tarefa metafísica e rigorosamente imoral, uma vez que supõe a redução da vida moral aos modelos explicativos científicos dos fatos.

A conduta ética depende absolutamente de cada indivíduo e ao mesmo tempo, independe de toda e qualquer contingência do mundo.

A Ética e a Estética, não são objetos de discurso, são objetos de vida. Elas possuem valores fixos. Expressam o modo como as coisas devem ser. A nossa linguagem está presa na armadilha da contingência. Na nossa linguagem não há espaço para os valores, que transcendem o mundo factual. Os valores não podem ser expressos por proposições. Valores tem que ser vivenciados. O valor é absoluto, no momento em que se expressa através da linguagem ele se torna relativo.

No Tractatus , os valores éticos, estéticos e religiosos foram considerados como pertencendo ao domínio do inefável.

Em Investigações Filosóficas , onde Wittgenstein usa uma "gramática profunda" em vez de uma "gramática de superfície". A linguagem nesta obra não é mais um pano de fundo do Mundo, ao contrário, trata-se de considerá-la em seu funcionamento interno. A "gramática de superfície" fornece as regras formais que encadeam e constróem as proposições . A "gramática profunda" fornece as regras do uso que fazemos das palavras e das proposições, na medida em que estas estão inseridas em formas de vida. (I.F. 664).

Nesta nova obra, o ético e o estético não são mais considerados inefáveis, mas, exprimíveis através de jogos de linguagem, que não são medidos com os mesmos critérios dos jogos de linguagem referenciais.

Com esta nova fase de Wittgenstein, podemos dizer que: O que não pode ser dito, pode ser refletido.

Nesta obra, Wittgenstein ,não se preocupa mais em qualificar de inefável aquilo que é vago, mas sim de analisar as regras das formas de expressão linguística que usamos quando queremos falar sobre o ético e o estético.

Acho que valores não precisam necessariamente serem exprimidos através da linguagem, refletidos sim. Por que valores não são contingentes, já nascemos com eles intrínsecos a nós. Valores são para serem vividos.

Jacquelline Christina Oleto Viana

A Questão da Ética e da Estética para Wittgenstein

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