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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ANDRYEL PINHEIRO MASSENA DA SILVA CAROLINA DE SOUZA OLIVEIRA FABIANA DANTAS TURINO FERNANDA DE ARAUJO VERDANT PEREIRA LIDIANE ALIPIO PEREIRA STEPHANIE VARGAS DE FREITAS PROPORÇÃO ÁUREA NA ESTÉTICA DO SORRISO RIO DE JANEIRO, 2019. 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ANDRYEL PINHEIRO MASSENA DA SILVA CAROLINA DE SOUZA OLIVEIRA FABIANA DANTAS TURINO FERNANDA DE ARAUJO VERDANT PEREIRA LIDIANE ALIPIO PEREIRA STEPHANIE VARGAS DE FREITAS PROPORÇÃO ÁUREA NA ESTÉTICA DO SORRISO Trabalho apresentado na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, objetivando a obtenção de grau para aprovação na disciplina de Morfologia e Escultura Dental. RIO DE JANEIRO, 2019. 3 SUMÁRIO Lista de Figuras 1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Proporção Áurea 2.2 Introdução à Estética 2.2.1 Análise da Harmonia Facial 2.2.2 Forma da Face 2.2.3 Análise do Sorriso 2.2.4 Lábio Inferior 2.3 Estética Facial 2.3.1 Divisões da Face 2.4 Estética Periodontal 2.4.1 Saúde Periodontal 2.4.2 Contorno Gengival 2.4.3 Zênite 2.4.4 Papila Interdentária 2.5 Estética Dentária 2.5.1 Tamanho e Forma dos Dentes 2.5.2 Cor dos Dentes 2.5.3 Textura dos Dentes 2.6 Caso Clínico 2.6.1 Sobre o Artigo 2.6.2 Paciente 2.6.3 Materiais e Métodos 2.6.4 Tratamento e Conclusão do Caso Clínico 3. CONCLUSÃO 3.1 Conclusão Geral 3.2 Conclusões Individuais 3.2.1 Andryel Pinheiro Massena da Silva 3.2.2 Carolina de Souza Oliveira 4 3.2.3 Fabiana Dantas Turino 3.2.4 Fernanda de Araujo Verdant Pereira 3.2.5 Lidiane Alipio Pereira 3.2.6 Stephanie Vargas de Freitas REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fórmula e Demonstração da Proporção Áurea Figura 2: Representação do Número Dourado em um Sorriso Figura 3: Representação da Linha Média Dentária Figura 4: 5 6 1. INTRODUÇÃO A Estética vem alcançando um papel de importância na vida da população, e a Estética Odontológica não desvia desses padrões. A busca pela beleza no entanto sofre mudanças de acordo com gênero, etnia e cultura de determinado grupo envolvido na pesquisa e no atendimento, o que pode influenciar assim a definição de belo. Dessa forma, o Cirurgião - -Dentista para realizar um atendimento de qualidade e promover a melhoria prevista pelo paciente deve não somente realizar o procedimento requisitado e sim uma avaliação funcional e biológica, incluindo análise de face, gengiva, lábios e dentes. Nesse contexto, a Proporção Áurea, uma fórmula matemática que define a harmonia nas proporções de qualquer figura, escultura, estrutura ou monumento, estabelece parâmetros para os dentes, que os tornam harmoniosos e assim tendem a atingir o padrão de beleza. Neste trabalho, será evidenciado como a proporção áurea pode influenciar na estética dos dentes e por consequência do sorriso. 7 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Proporção Áurea A proporção áurea pode ser definida como a razão entre duas seções de uma reta ou, ainda, as duas dimensões de uma figura plana em que a menor está para maior, assim como a maior está para soma de ambas. Há sinônimos para seu nome como: proporção dourada, seção dourada, número de ouro, porcentagem de ouro, proporção divina, valor dourado, divisão perfeita, seção áurea,Phi etc. Essa proporção além de ser aplicada a odontologia também pode ser aplicada a arquitetura e a arte. A primeira menção da sua aplicação a odontologia foi feita pelo autor Lombardi no ano de 1973, sendo desenvolvida posteriormente por Levin, que utilizando-se de compassos mantinha uma proporção áurea constante entre as partes maiores e menores. Dessa forma, pelo uso de compassos, observou-se que a largura do incisivo central estava proporcional com a largura do incisivo lateral, o qual estava em seção dourada com a parte anterior do canino , gerando esteticamente uma dentição agradável. Sendo assim calculada da seguinte forma: 8 Figura 1: Fórmula e Demonstração da Proporção Áure Figura 2: Representação do Número Dourado em um Sorriso  Logo, a proporção áurea pode ser utilizada na análise da harmonia e equilíbrio das estruturas faciais, e também para estabelecer um plano de tratamento em relação aos dentes e seu tecido de suporte. No entanto, a sua aplicação é feita de forma unilateral, ou seja, correlaciona as larguras dos incisivos e caninos do mesmo lado, por tanto não permitindo a análise da simetria do sorriso. 2.2 Estética Facial A face é o ponto base do equilíbrio estético, havendo,então necessidade de integrar o planejamento e o tratamento em Medicina Dentária estética com ela. Quando observamos uma face, é interessante verificar que a primeira tentativa de análise é o contorno facial, sendo o campo de visão deslocado de imediato para duas áreas predominantes na face - 9 inicialmente o sorriso, e de seguida os olhos. Apenas, depois da observação destas duas áreas, a atenção se desloca para o nariz, os cabelos e outros detalhes da face. A face pode ser reproduzida sobre um “T”, sendo a linha horizontal a linha interpupilar e a linha vertical a linha mediana. A partir destas duas linhas imaginárias dispõem-se todas as outras estruturas. Assim, dentro de uma análise estética facial objetiva em Odontologia, o dentista deve analisar os seguintes aspectos: 2.2.1 Análise de harmonia facial A ideia de harmonizar sorrisos e alcançar resultados satisfatórios nos tratamentos estéticos odontológicos consiste na aplicação direta dos conhecimentos teóricos de princípios funcionais e estéticos na prática clínica. É um grande desafio para o cirurgião-dentista, uma vez que, significa não somente trabalhar sobre a boca do paciente, mas analisar como essas mudanças podem contribuir para alterar a composição facial e aumentar a harmonia da face.Entre diversos fatores, o resultado estético é a principal preocupação que o paciente possui em um tratamento odontológico. Entretanto, um diagnóstico cuidadoso deve ser a base do tratamento garantindo assim que o aspecto funcional, associado aos parâmetros estéticos, seja primordial para o cirurgião-dentista, tornando assim a solução para a harmonização um sucesso no resultado final do tratamento. A estética é um fator subjetivo que pode ser influenciado por diversas variáveis. Porém, atualmente existe um padrão que é tido como estético. Possuindo também suas variáveis (idade, sexo, cor da pele, etc.) foi criada uma lista de critérios que aumentam o índice de sucesso na intervenção de um dentista em um indivíduo. Estes critérios possuem um relacionamento entre os tecidos moles e tecidos duros. Os critérios são: Saúde gengival; Fechamento interdental; Eixo dental; Limites de contornos gengivais; Equilíbrio do triângulo gengival; Nível de contato interdental; Dimensões dentais relativas; Características básicas de forma dental; Caracterização dental; Textura de superfície; Cor; Configuração da borda incisal; Linha baixa do sorriso; Simetria do sorriso; Ao associar esses fatores, juntamente com as características individuais de cada pessoa, incluindo nelas além dos fatores físicos os fatores psicológicos de cada indivíduo, pode-se chegar a uma harmonização do sorriso individual; 10 2.2.3 - Forma da face Os vários tipos de face classificam-se em quadrado,ovóide e triangular. Alguns autores referem uma relação entre a forma dos dentes anteriores e a forma da face. No entanto, existem alguns estudos que referem a não obrigatoriedade de relacionamento entre as formas da face e dos dentes, dando maior ênfase à personalidade do paciente.A proporção entre os vários planos da face em uma análise frontal ou de perfil são importantes para definir a proporcionalidade da face e definir a estética facial. A regra da proporção áurea já mencionada no trabalho, pode ser aplicada neste caso através de um compasso com as medições específicas desta proporção. 2.2.4 Análise do sorriso Um sorriso ideal exibe ¾ da altura da coroa clínicae 2 mm do contorno gengival. Esse valor pode variar devido ao comprimento labial, comprimento maxilar vertical, comprimento da coroa anatômica dos incisivos superiores e elevação do lábio superior no sorriso. A exposição vertical dos incisivos centrais superiores com o lábio em repouso deve ser entre 1 a 5 mm, tendo exposição menor em homens do que em mulheres. Todos os tópicos apresentados podem servir como referências para um perfil normal e não como regras estritas para a linha de tratamento seguida. O equilíbrio facial não depende somente desses conceitos, mas de inúmeros fatores como características étnicas, miscigenação, cultura e diferentes padrões de beleza. Nesta análise estética facial importa saber o tipo de sorriso - alto, médio ou baixo - para quantificar a exposição dos dentes anteriores durante o sorriso. –Baixo - menos de 75% de exposição da coroa clínica dos dentes anteriores, sem exposição do tecido gengival, acometendo em torno de 20% da população; –Médio - de 75 a 100% de exposição dental e apenas aparecendo a gengiva interproximal, envolvendo cerca de 70% da população; –Alto (gengival) - mostrando 100% da coroa clínica dos dentes anteriores e ainda uma faixa de gengiva significativa, correspondendo a 10% da população. Em algumas circunstâncias, principalmente em pacientes idosos, a exposição dos dentes durante o sorriso está invertida,sendo os inferiores os visíveis.Um estudo nacional mostrou resultados um tanto diferentes quando se separa em sexos, reiterando o fato das mulheres mostrarem mais os dentes e a gengiva que os homens no sorriso. As mulheres 11 apresentaram 55,7% de sorriso alto, 42,3% de sorriso médio e apenas 2% de sorriso baixo. Já os homens apresentaram uma prevalência maior de sorriso médio (53,6%), seguido pelo sorriso alto (33,3%) e sorriso baixo (13%). 2.2.5 Lábio inferior O lábio inferior e as bordas incisais e oclusais dos dentes superiores devem estar simétricos, formando arcos paralelos entre si, o que resulta em um sorriso harmonioso. A linha do sorriso ou curva incisal deve ser avaliada, podendo ser classificada em convexa, plana ou reta ou reversa, também chamada de sorriso invertido. Estas linhas estão relacionadas com a idade quando o paciente tem contato interdental,ou seja, com o desgaste dos dentes anteriores. O contorno incisal dos dentes anteriores apresenta-se no formato de um “prato fundo, onde os incisivos centrais apresentam-se ligeiramente mais compridos, o que dá um aspecto de jovialidade, sendo assim interessante reproduzir em uma reabilitação do sorriso. Com o passar da idade, com o desgaste dos dentes, a forma inicial de “prato fundo” vai dando lugar a uma nova forma que denuncia a idade, a de “prato raso” ou até a de “prato invertido”. Ou seja, a linha que une as bordas incisais dos caninos e incisivos vai se tornando mais plana ou côncava. Levando-se em consideração o lábio inferior, a curva incisal pode ainda ser classificada em contativa, quando as bordas incisais dos dentes superiores tocam ou não o lábio inferior, ou ainda de cobertura, quando as bordas incisais superiores são encobertas pelo lábio inferior. 12 2.3 Estética Facial Muito utilizada na Odontologia, a proporção áurea ou seção dourada, foi citada pela primeira vez em 1973 por Lombardi. Além dele, Linn (1966) afirmou "(...) Os olhos e a boca são geralmente relacionados com a atratividade facial e, dessa forma, a aparência dental é muito importante em muitas das situações cotidianas." Wuerpel, em 1937, relatou que o profissional da Ortodontia deve ter como objetivo final, não apenas a restauração da oclusão normal, é preciso também buscar a melhor aparência facial, ou seja, buscar o balanço e a harmonia facial. 13 Dessa forma, não é possível desassociar a Estética Dental da Estética Facial, visto que muitos de seus elementos estão interligados. Para melhorar e facilitar a atuação do cirurgião dentista, foi criada uma lista com diversos critérios fundamentais para alcançar esse harmonia e proporção estética, tais como: dimensões dentais relativas, características básicas de forma dental e configuração da borda incisal. As dimensões dentais relativas se referem a largura dos incisivos centrais superiores que deve corresponder às soma das larguras dos incisivos laterais e dos caninos. Características básicas de forma dental diz respeito a anatomia e morfologia dental, levando em consideração tamanho da coroa, formato das faces vestibular e lingual, formato e tamanho das faces proximais e concordância com a função de cada dente. Configuração da borda incisal se refere a anatomia e funcionalidade da borda incisal, com suas características particulares como os mamelos. 2.3.1 Divisões da Face Além desses critérios dentais, alguns critérios que utilizam pontos faciais também são utilizados para se chegar a uma proporcionalidade e harmonia no sorriso. Ponto e retas que dividem a face, permitem a melhor visualização de assimetrias faciais e ajudam o cirurgião dentista a elaborar o tratamento ideal para cada indivíduo. Através um olhar mais integrado do paciente, pois há a interação de pontos dentais e faciais, é possível buscar a obter um resultado mais natural e harmonioso. Ao analisar o paciente, é preciso dividir a face de forma igual. Para isso são utilizadas duas linhas: Linha Horizontal Interpupilar e Linha Vertical ou Média da Face. Linha Horizontal Interpupilar: É definida por uma reta paralela ao solo traçada entre as pupilas. Ela é o referencial para a linha ofríaca ou linha das sobrancelhas, linha intercomissural (pela comissura dos lábios) e linha intercalar ou subnasal (base da asa do nariz) que devem ser paralelas à linha Interpupilar para que haja harmonia do conjunto. Linha Vertical ou Linha Média da Face: É perpendicular ao solo (e à linha Interpupilar) e atravessa a flanela, o nariz, o filtrum e o mento. Ela divide a face bilateralmente e permite a visualização da simetria direita e esquerda. Quanto mais perpendicular à Linha Horizontal Interpupilar maior é a sensação de harmonia na face. Entretanto, pequenas assimetrias são aceitas pois não existe um rosto totalmente simétrico. Ela deve coincidir com a linha média 14 dentária para uma boa relação estética. A linha média dentária pode ser alterada por meio de tratamento ortodôntico e a linha média esquelética, apenas por meio cirúrgico. Obs: - O que é linha média dentária? É uma linha vertical imaginária traçada entre os incisivos centrais. Existe a linha média superior e inferior e representa o “centro” da arcada dentária. Ademais dessas duas linhas, existem outras 4 linhas que contribuem para a visualização da harmonia facial em seus três terços (superior, médio e inferior), são elas: Linha do Cabelo, Linha Ofríaca, Linha Interalar e Linha do Mento. O terço superior é limitado superiormente pela Linha do Cabelo, que define a área de crescimento capilar, entretanto essa linha pode ser facilmente alterada pelo corte de cabelo ou ausência do mesmo. O limite inferior se dá pela Linha Ofríaca ou Linha da Sobrancelha e deve ser definido com a face estática e em repouso. Anormalidades nessa região refletem em alterações dentárias. O terço médio é limitado superiormente pela Linha Ofríaca e, inferiormente, pela Linha Interalar ou Subnasal. Um rosto em harmonia, geralmente, tem a distância intercantal (entre os cantos do olhos) similar à distância Interalar. O terço inferior é delimitado pela Linha Interalar e pela Linha do Mento. o terço inferior deve ter um comprimento aproximado do terço médio para que haja uma boa harmonia estética. 15 linhas de referência para análise facial Ricketts, em 1981, afirmou que a proporção áurea pode ser aplicada no tratamento ortodôntico em relação aos dentes, ossos e tecidos moles e também no planejamento de cirurgias bucomaxilofaciais e cirurgias plásticas, propondo um tratamento com uma análise individualizada em contraposição das medidas médias da população. Citouainda as proporções áureas no arco dentário: a largura dos incisivos laterais superiores estão em proporção áurea com a largura dos incisivos centrais superiores e os incisivos centrais inferiores, estão em proporção áurea com os incisivos centrais inferiores 2.4 Estética Periodontal A gengiva além de ter uma função de fixar nossos dentes aos ossos maxilar e mandibular, oferecendo o suporte que a arcada precisa para que possamos morder, mastigar e realizar a fonação, também apresenta sua função estética mantendo a boa aparência do sorriso, que está relacionado diretamente com a sua saúde. A estética periodontal mencionada por Cohen (2008) cita a saúde dos tecidos como fator imprescindível para a obtenção de um 16 sorriso estético. O contorno gengival saudável preenche as ameias cervicais dos dentes e se apresenta com margem gengival de bordas finas, é caracterizado pela ausência de patologias instaladas conferindo ao contorno do periodonto um aspecto parabólico bem como ausência de invasão dos limites do espaço biológico por tratamentos reabilitadores, evitando instalação e\ou evolução de quadro de doença periodontal (NAINI, 2014) 2.4.1 Saúde Periodontal A saúde do periodonto está relacionada com a não obtenção de doenças periodontais e portanto com a qualidade funcional e biológica da mesma. Desse modo , deve-se realizar uma avaliação buscando localizar esses fatores, entre eles hemorragia gengival, a coloração gengival normal, gengiva retraída e dentes extremamentes sensíveis ao quente e frio. Além disso, a avaliação deve incluir outras áreas do periodonto como a gengiva marginal livre (esta margem dos tecidos gengivais, mede aproximadamente 1mm de espessura, circunda os dentes em forma de colarinho(arco côncavo)e forma os sulcos gengivais e a papilas interdentais), a junção mucogengival ( linha curva que divide a mucosa inserida da mucosa alveolar) e a mucosa alveolar (área de tecido além da junção mucogengival. Ela parece menos firme e mais vermelha que a gengiva inserida. Não é queratinizada e proporciona uma área mais macia e flexível para o movimento das bochechas e dos lábios). 2.4.2 Contorno Gengival A desproporção das margens gengivais pode ser uma queixa do paciente ou fator que influencia diretamente na estética do sorriso. Dessa forma, os contornos gengivais devem apresentar A margem gengival do incisivo lateral abixo e ao longo de uma tangente desenhada a partit da margem gengival do incisivo central, ate a região correspondendtes do canino. A altura gengival ideal dos incisivos laterais é 1mm abaixo dos incisivos centrais e caninos. Com a discrepância desses valores, promovendo a discrepância do contorno, logo, a promoção da estética do sorriso se apresenta comprometida, necessitando assim de um tratamento restaurador. 2.4.3 Zenite Zênite é o ponto mais apical do contorno gengival, que normalmente fica deslocado ligeiramente para a distal do centro do dente ( com exceção do incisivo lateral superior que 17 pode sair dessa regra em alguns casos). A linha cervical ou gengival é formada a partir da união dos zênites dos caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores. Essa característica influencia na totalidade da estética da face vestibular do dente. 2.4.4 Papila Interdentária A papila Interdentária é a porção gengival que ocupa o espaço entre 2 dentes adjacentes logo acima do ponto de contato interproximal e a ausência dessa estabelece espaços interdentais denominados “Black spaces”, causando desconforto, impacção alimentar e problemas estéticos e fonético. A papila interdentária pode sofrer tanto com a retração como com a hiperplasia ( aumento de tamanho do tecido) que pode ser causada pelo apinhamento dentário, restaurações transbordantes e má higiene. Ambos fatores influenciam na harmonia do sorriso e precisam de um tratamento para reverter o caso, em casos de retrações gengivais mais severos é indicado a cirurgia periodontal para correção da estética e funcionalidade. Figura y: Anatomia do Periodonto 2.5 Estética Dentária 2.5.1 Tamanho e Forma dos Dentes Em relação ao conceito de proporcionalidade do próprio dente, os elementos anterossuperiores apresentam algumas características especificas. O incisivo central superior apresenta uma proporção de comprimento/largura de 10: 8. A largura deste dente não deveria exceder 80% do seu comprimento (BARATIERI, et al., 1995). Porém, o autor ainda afirma que quando esta proporção comprimento/largura é ligeiramente alterada, na ordem 18 de 10: 7 ou 10: 6, o resultado é um arranjo esteticamente mais agradável. Logo, dentes com a mesma largura, porém com alturas diferentes parecem ter diferentes larguras (Fig. 01). As linhas verticais acentuam a altura e dissimulam a largura; linhas horizontais acentuam a largura e dissimulam a altura, levando um dente com maior largura a concentrar mais atenção que um de maior comprimento. Fig. 01– Proporção entre largura e comprimento do Incisivo Central Para a reabilitação estética de um só elemento, é indicado ao profissional tomar como referência o dente homólogo, enquanto em restaurações múltiplas é necessário que o mesmo apresente critérios e conhecimentos estéticos para a reprodução harmoniosa dos elementos a serem restaurados, levando em consideração os aspectos dos dentes naturais, sexo e idade do paciente (visto que atribuem aos dentes aspectos característicos referentes às mesmas), que quando considerados em um tratamento estético resultam em um resultado harmônico e natural. A morfologia dentária é uma característica individual e única para cada indivíduo, logo, inúmeras formas são encontradas obedecendo, logicamente, o principio fisiológico de forma e função. Não obstante, apesar da diversidade de formas, quando analisando a proporção entre largura e altura e considerando o contorno incisal e ângulos externos. Baratieri et. al. (1995) classificaram as formas dos dentes naturais em relação aos contornos básicos agrupando-os em três categorias: quadrada, triangular e oval (Fig. 02). Dentes quadrados apresentam normalmente um contorno incisal reto com largura mesio-distal proporcionalmente maior quando comparado as formas ovóide e triangular. Os ângulos 19 incisais denotam um contorno proximal com linhas mesial e distal paralelas, com convexidade leve e linha cervical rasa, conferindo um aspecto fechado às ameias incisais. Dentes triangulares apresenta contorno incisal reto e contorno proximal em forma de “V” convergente para a região cervical, que apresenta linha estreita. Apresentam um diâmetro mesiodistal semelhante à forma quadrada, com os pontos de contato localizados perto dos ângulos incisais mesial e distal agudos, com aspecto côncavo ao centro quando em vista lateral. Dentes ovóides se apresentam contorno incisal com ângulos mesial e distal arredondados com transição suave entre os contornos, levando os pontos de contato a se localizarem no ponto médio do contorno proximal, com linha cervical estreita. O diâmetro mesiodistal é o menor comparado aos três tipos, com aspecto convexo no centro da face vestibular. ]Fig. 02 – Classificação da forma dos dentes em relação ao contorno externo (A) Quadrado; (B) Triangular; (C) Ovóide 2.5.2 Cor dos dentes O dente natural é policromático, ou seja, apresenta várias cores. É composto por estruturas e tecidos com propriedades ópticas diferentes. A cor dos dentes encontra-se principalmente relacionada com a cor da dentina e com a espessura do esmalte nas diferentes regiões da coroa dental, embora a espessura da dentina e o grau de translucidez do esmalte também 20 interfiram na cor dos dentes. A cor sofre então, forte influência da cor da dentina e está sujeita a alterações fisiológicas ou patológicas. A região cervical se mostra mais escura, diminuindo gradativamente em direção ao terço incisal Fig. 03 – Diferença do aspecto de cor entreas regiões do elemento dental A cor pode ser percebida e representada através de parâmetros: matiz, valor e croma. O incisivo lateral superior geralmente é mais claro do que o central, que por sua vez apresenta menor croma em relação ao canino. Matiz pode ser definido como o nome da cor ou como a cor básica de um objeto: vermelho, amarelo, azul, etc. Em Odontologia esta dimensão representa as cores A, B, C, ou D, onde A é vermelho- marrom, B é amarelo, C é cinza e D é vermelho-cinza. Croma refere-se ao grau de saturação de matiz ou como a intensidade da cor: A1, A2, A3. O valor pode ser definido como o brilho, luminosidade da cor e na escala Vita do maior para o menor valor: B1, A1, B2, D1, A2... C4. A escolha das cores que serão utilizadas na restauração é um dos procedimentos mais importantes durante para o tratamento estético. 2.5.3 Textura dos dentes O conjunto de irregularidades superficiais constituído por orifícios, depressões, elevações, fissuras, trincas e linhas caracteriza a textura ou grau de aspereza dos elementos.A textura 21 superficial guarda íntima relação com a percepção da cor, já que a reflexão da luz ocorre de acordo com a textura superficial, onde uma riqueza de detalhes superficiais proporciona maior reflexão de luz em diferentes direções, conferindo um aspecto cromático mais claro quando comparado a um dente com maior lisura superficial, que consequentemente apresentara um aspecto mais escuro. Com o envelhecimento, a textura superficial dos dentes é naturalmente modificada. Dentes jovens apresentam rugosidade superficial acentuada que se manifestam em linhas verticais ou horizontais. Com o passar do tempo, os dentes devido ao desgaste do esmalte tendem a uma diminuição ou até desaparecimento da textura superficial, tornando a textura superficial mais lisa e regular. Dentes que perderam textura devido ao envelhecimento ou tratamento restaurador tendem a parecer mais planos e escuros, conotando um aspecto de artificialidade. É necessário ter em mente as características dos dentes naturais para reproduzi-las durante procedimentos restauradores, onde uma restauração imperceptível apresenta reflexão de luz similar às superfícies adjacentes não restauradas, visando um resultado com aspecto natural e estético. 2.6 Caso Clínico 2.6.1 Sobre o Artigo O primeiro caso clínico foi retirado do artigo “Proporção áurea no restabelecimento de um sorriso harmonioso”, tendo como autores: A especialista e mestre em Dentística pela FOB-USP Renata Loureiro Louro, a especialista em Endodontia pela ABO-ES e mestre em Dentística pela SLM-Campinas Daniele Ribon Galazi, e o especialista em Odontologia em Saúde Coletiva pela ABO-ES e em Saúde Pública pela FSP-USP Rodrigo Malbar Moscon. 2.6.2 Paciente A paciente foi atendida na clínica do Curso de Especialização de Dentística da São Leopoldo Mandic (SLM), do sexo feminino, 23 anos, apresentou como queixa principal a presença do incisivo lateral superior direito conóide e presença de diastema (Fig. 1). 22 Figura : Inicial 2.6.3 Materiais e métodos Após anamnese, exame clínico e diagnóstico, foi planejada a resolução da alteração por meio de restauração adesiva direta. Inicialmente, optou-se pelo clareamento externo de todos os dentes aparentes. A fim de se obter distribuição adequada dos espaços para preenchimento com resina composta, foi realizado o mapeamento de largura dos dentes por meio do conhecimento de proporção áurea, permitindo, assim, uma correta proporção entre largura e comprimento dos dentes ântero-superiores. A medição foi realizada com compasso de ponta seca (Figs. 2, 3, 4 e 5). O uso dessa grade contribui para o cirurgião-dentista detectar o que pode estar esteticamente “errado” na relação proporcional do segmento anterior e serve como auxiliar durante as fases de planejamento e execução e para a apreciação visual do resultado do tratamento. Figura : Medição da largura do sorriso Figura : Mediação da altura coronária 23 Figura : Medição da largura coronária Figura: Mapeamento da proporção aurea Na sessão seguinte, foi feita a colocação de borrachas para afastamento dentário imediato para que os espaços pudessem ser distribuídos de forma harmoniosa dentro desse compasso (Fig. 6). Multiplicando-se metade da largura do sorriso por 0,618, obtém-se o valor aparente da metade do segmento dentário anterior de central a canino. O valor do segmento dentário anterior multiplicado por 0,618, estabelece a largura do corredor bucal. Dessa relação, determina-se, na vista frontal, o dente-chave, ou seja, observa-se se os pré-molares se enquadram ou não no segmento dentário anterior em função da curvatura do arco. Na composição dentária, a partir da linha média, cada dente pode apresentar a largura do incisivo central em proporção áurea com a largura do lateral, a largura do lateral em proporção áurea com o canino e o canino com o primeiro pré-molar, numa progressão regressiva, ou seja, 1,618:1 ou 62% a menos. Figura : Separação dentaria com borrachas Obtida a separação dentária (Fig. 7) e os valores proporcionais de largura e altura, a restauração da forma e do tamanho do lateral conóide e o fechamento dos diastemas foram realizados com resina composta, sem executar qualquer desgaste na superfície. 24 Figura : Pós separação 2.6.4 Tratamento e conclusão do caso clínico Fez-se a profilaxia com pedra-pomes e água, e o condicionamento do esmalte com ácido fosfórico Acid Gel (Dental Ville) a 37% durante 30 segundos. Em seguida, lavagem com água, secagem com papel absorvente e a aplicação do sistema adesivo Scotchbond Multi purpose (3M/ESPE). Utilizou-se a resina híbrida Opalis (FGM), cor A2. A resina foi inserida de forma incremental, e cada incremento foi polimerizado por 20 segundos com auxílio de aparelho fotopolimerizador de luz halógena Gnatus. A escultura da restauração foi realizada com pincel (National Keystone) e espátula Hu Friedy. O polimento final foi feito com discos sequenciais Sof-Lex Pop On (3M/ESPE) e rodas de feltro embebidas em pasta polidora, oferecendo, assim, um bom resultado estético (Fig. 8). Figura : Resultado 3. Conclusão 3.1 Conclusão Geral Conclui-se, portanto, que a proporção áurea auxilia no estabelecimento de um plano de tratamento para a estética do sorriso. No entanto, o cirurgião-dentista deve considerar outros fatores como os periodontais, dentais e faciais para realizar a correta e mais indicada harmonização do paciente, não somente os valores pré estabelecidos da proporção áurea ou apenas o padrão de beleza ideal do paciente, pois parafraseando o escultor impressionista 25 Auguste Rodin (1840-1917) “A Beleza está em toda parte. Não é ela que falta aos nossos olhos, mas nossos olhos que falham ao não percebê-la”. 3.2 Conclusões Individuais 3.2.1 Andryel Pinheiro Massena da Silva Pode-se concluir, através dos aspectos destacados, que a Proporção Áurea contribui bastante para a Odontologia Estética. Essa proporção é uma fórmula que pode ser utilizada pelo Cirurgião-Dentista para criar o semelhante do semelhante, visto que nos dias atuais a busca pela estética tem tornado os pacientes cada vez mais interessados nos tratamentos odontológicos. Portanto, os parâmetros estéticos tem sido construídos a partir de proporções permitindo projetar sorrisos harmônicos, contudo, partindo do pressuposto que cada paciente possui características particulares, cabe ao profissional possuir onisciência teórica e prática permeada pelo bom senso para indicar corretamente e viabilizar o tratamento, considerando minuciosamente a queixa principal adequando o tratamento de acordo com os conceitos e anseios do paciente para que o resultado seja satisfatório e as expectativas do paciente sejam correspondidas de forma clara e ética. 3.2.2 Carolina de Souza Oliveira
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