Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
M et a O bj et iv os Ao final dessa aula, você deverá ser capaz de: • apreender o conceito, a natureza e as características do gênero Resenha; • reconhecer a diferença entre resenha descritiva e resenha crítica; • identificar os elementos da estrutura de uma resenha crítica; • produzir resenha crítica. Ensinar a produzir resenha crítica. 9 aula RESENHA A ul a 9 225Letras VernáculasUESC Um leitor crítico é aquele capaz de atravessar os limites do texto em si para o universo concreto de outros textos, das outras linguagens, capazes de criar quadros mais complexos de referência. E esta multiplicidade de pontos de vista está presente em qualquer gênero da linguagem; toda palavra é uma entre outras e para outras... José Carlos Faraco e Cristóvão Tezza http://najasmin.blogs.sapo.pt/arquivo/escrita.jpg AULA IX Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 226 Módulo 1 I Volume 1 EAD 1 INTRODUÇÃO A cada dia, uma gama explosiva de literatura técnica e científica aparece diante de nós. Com o tempo corrido, muitas vezes não temos condições de ler tudo que nos interessa. Por isso que, na maioria das vezes, tomamos conhecimento de obras a partir da leitura feita por outros. Nesse caso, pessoas especializadas no assunto, com uma capacidade de juízo crítico, elaboram textos apresentando, de forma sintética, o conteúdo da obra e fazendo apreciações críticas. Esse é o caso de um gênero textual muito presente na esfera científica e intelectual, a resenha, muito solicitada ao estudante na academia, como exercício de compreensão e crítica. Por isso que, nesta aula, você aprenderá a fazê-la, pois, com certeza, durante sua vida acadêmica e intelectual, deverá escrever, resumir, comentar, apreciar, criticar textos, produzir, enfim, resenhas. 2 RESENHA: CONCEITO E TIPOS A resenha é um gênero textual que apresenta a síntese das principais ideias contidas em um texto ou em uma obra, acompanhada de uma apreciação crítica do objeto que é resenhado. Sua finalidade é informar o leitor, de maneira objetiva, sobre o assunto tratado na obra, acompanhada de comentários e avaliação da mesma. Nas palavras de Andrade (1995, p. 61), (...) resenha é um tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite comentários e opiniões, inclui julgamentos de valor, comparações com outras obras da mesma área, e avaliação de relevância da obra com relação às outras do mesmo gênero. Motta-Roth (2001, p. 20-21), por sua vez, coloca que a resenha é usada no meio acadêmico com o objetivo de avaliar – elogiar ou criticar – o resultado da produção intelectual em uma área do saber. É ela que permite ao leitor decidir sobre o seu interesse de ler o original. Raira Melo Realce Raira Melo Realce A ul a 9 227Letras VernáculasUESC Já Fiorin e Savioli (2002, p. 26) afirmam que (...) a resenha [...] nunca pode ser completa ou exaustiva, já que são infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o objeto descrito. O resenhador deve proceder seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma intenção previamente definida. De acordo com estes dois autores, a resenha pode ser de dois tipos: descritiva ou crítica. 2.1 Resenha descritiva A RESENHA DESCRITIVA expõe com fidelidade os elementos referenciais e essenciais de um texto, com sua descrição minuciosa e sucinta, e não apresenta nenhum julgamento ou apreciação do resenhador. São partes constituintes da resenha descritiva: 1) parte descritiva, com informações sobre o texto (nome do(s) autor(es), título, nome da editora, lugar e data de publicação, número de volumes e páginas), podendo ser feita também, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura; 2) parte com o resumo do conteúdo da obra (indicação sucinta do assunto global da obra e do ponto de vista adotado pelo autor, como a perspectiva teórica, o método etc., e os pontos essenciais do texto). Vamos ver um exemplo? 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Ingedore G. Villaça Kock oferece a seu público leitor mais uma obra que trata de texto e linguagem: Desvendando os segredos do texto, de 168 páginas, publicado em 2002 pela Editora Cortez, de São Paulo. A obra é composta de duas partes e 11 capítulos, assim distribuídos: Concepção de língua, sujeito, texto e sentido; Texto e contexto; Aspectos sociocognitivos do processamento textual; Os segredos do discurso; Texto e hipertexto; A referenciação; A progressão referencial; A anáfora indireta; A concordância associativa; A progressão textual; Os articuladores textuais. Finalmente, em epílogo, apresenta tsofarias Realce tsofarias Realce tsofarias Realce Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 228 Módulo 1 I Volume 1 EAD Observe que o principal objetivo desse texto é transmitir ao leitor um conjunto de propriedades do objeto resenhado. No primeiro parágrafo, o resenhista apresenta ao leitor quem é o autor e o título da obra, bem como a quantidade de páginas, o ano, a editora e o local de publicação. Esclarece, ainda, ao leitor, sobre a área em que o assunto está inserido (a área de texto e linguagem – linha 2). Nesse mesmo parágrafo, o resenhista descreve como a obra está estruturada: menciona a quantidade de capítulos e apresenta os títulos individualmente. No segundo parágrafo, há informação a respeito do conteúdo da obra, revelando que o mesmo resulta das pesquisas desenvolvidas no Instituto da Linguagem, onde a autora realiza suas atividades de pesquisa. Por fim, no terceiro parágrafo, apresenta-se brevemente o objeto de pesquisa da autora (que é a reflexão sobre a construção textual dos sentidos), citando os tópicos por ela abordados no livro, objeto da resenha. É importante salientar que, na elaboração de uma resenha, há, por parte do resenhista, uma seleção dos aspectos que merecem destaque. Afinal, muitas vezes, o que merece ser descrito é a relevância da metodologia, ou o mais importante é discorrer sobre o autor, e assim por diante. 2.2 Resenha crítica A RESENHA CRÍTICA, além dos elementos constantes na 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 “Lingüística textual: quo vadis?” Em Desvendando os segredos do texto, a Profa. Ingedore baseia-se em pesquisas recentes que desenvolve no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp. O objeto da Profa. Ingedore é a reflexão sobre a construção textual dos sentidos. Ela que sempre se ocupou da Lingüística Textual, examina, neste livro, as atividades de referenciação, as estratégias de progressão textual. Os processos inferenciais envolvidos no processamento dos diferentes tipos de anáfora, os recursos de progressão e manutenção temática, de progressão e continuidade tópica e o funcionamento dos articuladores textuais. Assim, ocupa-se da articulação entre os dois grandes movimentos cognitivo-discursivos de retroação e avanço contínuos que orientam a construção da trama textual. Fonte: MEDEIROS, 2008, p. 150-151. tsofarias Realce tsofarias Realce A ul a 9 229Letras VernáculasUESC descritiva, apresenta também comentários e julgamentos do resenhador sobre as ideias do autor, manifestando sua avaliação, criticando ou elogiando. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica. E é sobre ela que você estudará mais detalhadamente na próxima seção. 2.2.1 Estrutura de uma resenha crítica Você deve estar se perguntando: como se faz uma resenha crítica? Como ela deve ser estruturada? Ao elaborá-la, você deve apresentar as seguintes partes: 1) Título; 2) Referência bibliográfica; 3) Credenciais do autor (dados bibliográficos) da obra resenhada; 4) Resumo do conteúdo da obra; 5) Avaliação crítica; 6) Indicação do resenhista. Veja, no quadro abaixo, um roteiro, apresentado por Nascimento(2002, p. 33-34), com os itens que devem e/ou podem ser levados em consideração nas etapas de elaboração de uma resenha. 1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Autor(es) Título (subtítulo) Imprensa (local da edição, editora, data) Número de páginas Ilustrações (tabelas, gráficos, fotos etc.) 2. CREDENCIAIS DO AUTOR Informações gerais sobre o autor Autoridade no campo científico Quem fez o estudo? Quando? Por quê? Onde? A TE N Ç Ã O Conforme Köche, Boff e Pavani (2006, p. 96), “os julgamentos inteiramente pessoais, que só exprimem o sentimento do autor, tais como eu gosto ou eu não gosto, devem ser evitados, porque não são justificados pela razão”. tsofarias Realce tsofarias Realce tsofarias Realce tsofarias Realce Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 230 Módulo 1 I Volume 1 EAD 3. CONHECIMENTO Resumo detalhado das idéias principais De que trata a obra? O que diz? Possui alguma característica especial? Como foi abordado o assunto? Exige conhecimentos prévios para entendê-lo? 4. CONCLUSÃO DO AUTOR O autor apresenta conclusões? (ou não) Onde foram colocadas? (final do livro ou dos capítulos?) Quais foram? 5. QUADRO DE REFERÊNCIAS DO AUTOR Modelo teórico Que teoria serviu de embasamento? Qual o método utilizado? 6. APRECIAÇÃO a) Julgamento da obra Como se situa o autor em relação: - às escolas ou correntes filosóficas científicas, culturais? - às circunstâncias culturais, sociais, econômicas, históricas etc.? b) Mérito da obra Qual a contribuição dada? Idéias verdadeiras, originais, criativas? Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente? c) Estilo Conciso, objetivo, simples? Claro, preciso, coerente? Linguagem correta? Ou o contrário? d) Forma Lógica, sistemática? Há originalidade e equilíbrio na disposição das partes? e) Indicação da obra A quem é dirigida: grande público, especialistas, estudantes? Vamos identificar cada uma dessas partes no texto abaixo? Então, leia atentamente cada um dos parágrafos e procure apontar: se se trata de descrição, de resumo, de avaliação, de indicação. Vamos lá! SOUZA, Nali de Jesus de. Desenvolvimento econômico. São Paulo: Atllas, 1993. 420 p. A ul a 9 231Letras VernáculasUESC 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 Este é um livro útil e bem redigido que busca superar, na literatura brasileira, a ausência de um texto que cubra a diversidade de abordagens analíticas e as diferentes percepções sobre as teorias e estratégias do desenvolvimento econômico, habitualmente ministradas nos cursos de graduação em economia, em nosso país. O autor “objetiva chegar a uma síntese dos principais fatores do desenvolvimento econômico e sua generalização para o conjunto dos países subdesenvolvidos” (p. 11), e é bem sucedido. O livro é subdividido em 12 capítulos, englobando conceitos de desenvolvimento e subdesenvolvimento, perspectiva histórica e visão panorâmica das contribuições dos principais economistas e escolas preocupados com o tema; aponta com detalhes as principais teorias existentes e preocupa-se com as estratégias de industrialização aplicadas ao Brasil e a alguns outros países. As funções da agricultura e do comércio internacional são vistas com atenção e o autor não deixa de enfocar as principais controvérsias envolvidas no processo de crescimento, distribuição de renda e estabilidade, isto é, desenvolvimento econômico. Chama a atenção o cuidado com o que o autor mostra as disputas envolvendo abordagens ortodoxas e heterodoxas – o que é salutar numa disciplina onde percepções ideológicas estão quase sempre presentes, mas não obscurecidas, freqüentemente, na literatura dominante. Pena que ele não tenha incluído, na apreciação de cada linha de pensamento, os limites de abordagem - o que fica como sugestão para futuras edições da obra. Essa postura crítica, ao desacreditar o caráter pretensamente neutro, eterno e científico de determinado modelo, provocaria nos leitores a revisão e a retificação do conhecimento anterior. A leitura do livro sugere, corretamente, que nenhum conjunto específico de instituições é unicamente adequado para acelerar o processo de desenvolvimento econômico. Teorias e estratégias, em certos momentos dominantes, são influenciadas pelo relativo sucesso (ou insucesso) experimentado em determinado contexto histórico e institucional, que dificilmente poderia ser reproduzido. Isso também se aplica a fases dentro de uma mesma estratégia. Como argumenta o autor, nas considerações finais, “o discurso atual sobre a liberação da economia, desestatização, abertura comercial, etc., representa a conclusão de longos debates efetuados na literatura sobre crescimento voltado para dentro ou aberto ao exterior” (p. 236). Assim, ele conclui que as propostas da nova ortodoxia, “que compreende uma estratégia de desenvolvimento voltado para o exterior, através da liberalização das importações (redução das restrições quantitativa e de tarifas), taxa de câmbio real unificada e flutuante, a privatização e redução do Estado na economia, não deve, portanto, ser tomado ao pé-da-letra, mas considerado com determinado grau de aplicação” (p. 236). Essa é uma lição amadurecida pelo autor ao longo de seus estudos, pesquisas e acompanhamento dos problemas das teorias do desenvolvimento e da economia brasileira. Essa postura pragmática responde à necessidade de se confrontar a teoria com a realidade. Cremos que esse livro é uma referência importante na literatura disponível em língua portuguesa. Estudantes de graduação e o público Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 232 Módulo 1 I Volume 1 EAD 51 52 53 54 55 56 57 interessados nos problemas do desenvolvimento econômico, se voltarão para esse texto aliviados com a possibilidade de terem uma iniciação mais que satisfatória ao tema. Isso estimula um aprendizado que deve ser completado com a leitura das novas idéias que estão sendo incorporadas à teoria no final deste século. Esse volume oferece uma janela por onde passa uma corrente de vento que refresca nossa compreensão dos problemas do desenvolvimento econômico. O autor, Nali de Jesus de Souza, é professor titular do Departamento de Economia e do Curso de Pós-graduação em Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Joanílio Rodolpho Teixeira Departamento de Economia da Universidade de Brasília. Fonte: KÖCHE; BOFF; PAVANI, 2006, p. 98-99. Se você leu com atenção, notou que, o autor, o resenhista (Joanílio Rodolpho Teixeira), descreve e critica a obra “Desenvolvimento Econômico”, de Nali de Jesus de Souza. A partir da indicação bibliográfica (nome do autor, obra, local de publicação, editora, ano e quantidade de páginas), no início do texto, já no primeiro parágrafo, o resenhista apresenta o objetivo do autor da obra, utilizando, para isso, as próprias palavras do autor (linhas 5, 6 e 7). Nesse primeiro parágrafo já são perceptíveis marcas de resenha crítica, quando o resenhista tece um elogio, afirmando tratar-se de “um livro útil e bem redigido”. Já, no segundo parágrafo, o resenhista apresenta a estrutura da obra, apontando, brevemente, o conteúdo dos 12 capítulos que a compõem. No terceiro e quarto parágrafos, também há informações objetivas sobre a obra, mas predomina o julgamento do produtor da resenha. No terceiro, inclusive, sugere modificações em futuras edições. No quinto parágrafo, há a apresentação das conclusões das ideias do autor (“Como argumenta o autor, nas suas considerações finais...” e “Assim, ele conclui que...”). No sexto parágrafo, você deve notar mais uma opinião crítica do resenhador em relação à SA IB A M A IS R AA C a F U V M K Pode-se começar uma resenha citando-se imediatamente a obra a ser resenhada. Veja os exemplos: Língua e liberdade: por umanova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas), do gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto de ideias que subvertem a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veementemente, o ensino da gramática em sala de aula. Michael Jackson: uma Bibliografia Não Autorizada (Record: tradução de Alves Calado; 540 páginas, 29,90 reais), que chega às livrarias nesta semana, é o melhor perfil de astro mais popular do mundo. (Veja, 4 de outubro, 1995). A ul a 9 233Letras VernáculasUESC ATIVIDADES obra (“Cremos que esse livro é uma referência importante na literatura disponível...”) e a indicação da obra (“Estudantes de graduação e o público leitor, interessados nos problemas do desenvolvimento econômico, se voltarão para esse texto aliviados com a possibilidade de...”). O sétimo parágrafo é destinado à identificação do autor da obra e suas credenciais, e, no final, da resenha, há a assinatura e a identificação do resenhador. Agora que você já sabe quais são as partes que compõem uma resenha crítica, vamos às atividades. 1. Leia a resenha abaixo e, em seguida, responda as questões que seguem: Um gramático contra a gramática Gilberto Scarton Língua e Liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino (L&PM, 1995, 112 páginas) do gramático Celso Pedro Luft traz um conjunto de idéias que subverte a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veemente, o ensino da gramática em sala de aula. Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática lingüística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas “aulas de português”. O velho pesquisador apaixonado pelos problemas da língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação lingüística e professor de longa Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 234 Módulo 1 I Volume 1 EAD experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e lingüística; o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante. Essa fundamentação lingüística de que lança mão - traduzida de forma simples com fim de difundir assunto tão especializado para o público em geral - sustenta a tese do Mestre, e o leitor facilmente se convence de que aprender uma língua não é tão complicado como faz ver o ensino gramaticalista tradicional. É, antes de tudo, um fato natural, imanente ao ser humano; um processo espontâneo, automático, natural, inevitável, como crescer. Consciente desse poder intrínseco, dessa propensão inata pela linguagem, liberto de preconceitos e do artificialismo do ensino definitório, nomenclaturista e alienante, o aluno poderá ter a palavra, para desenvolver seu espírito crítico e para falar por si. Embora Língua e Liberdade do professor Celso Pedro Luft não seja tão original quanto pareça ser para o grande público (pois as mesmas concepções aparecem em muitos teóricos ao longo da história), tem o mérito de reunir, numa mesma obra, convincente fundamentação que lhe sustenta a tese e atenua o choque que os leitores - vítimas do ensino tradicional - e os professores de português - teóricos, gramatiqueiros, puristas - têm ao se depararem com uma obra de um autor de gramáticas que escreve contra a gramática na sala de aula. Fonte: http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php. Acesso em: 19 maio 2009. a) A resenha apresenta título? ( ) Sim ( ) Não Qual? ________________________________________________________________ b) Quem é o resenhador? ________________________________________________________________ c) Qual é a obra objeto da resenha e quem é o autor? ________________________________________________________________ d) Onde está localizada a referência bibliográfica? ________________________________________________________________ e) Em qual parágrafo da resenha podemos encontrar a descrição da estrutura da obra? A ul a 9 235Letras VernáculasUESC 2. Elabore uma resenha crítica da entrevista “O professor pesquisador e reflexivo”, concedida por Antonio Nóvoa. O professor pesquisador e reflexivo _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ f) Em qual(is) parágrafo(s) encontramos o conteúdo da obra resumido? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ g) O resenhador faz indicação da obra? Identifique. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ h) Em qual(is) parágrafo(s) da resenha, evidenciam-se opinião e crítica do resenhista? Transcreva-as. _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ Nome: Antonio Nóvoa Formação: Doutor em Educação e catedrático da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa. Alguns livros publicados: - Vida de professores. Porto, Portugal. - Profissão professor. Porto, Portugal. - Os professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992. - As organizações escolares em análise. Lisboa, Publicações D. Quixote, 1992. O paradigma do professor reflexivo, isto é, do professor que reflete sobre a sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática, é o paradigma hoje em dia dominante na área de formação de professores. Por vezes é um paradigma um bocadinho retórico e eu, um pouco também, em jeito de brincadeira, mais de uma vez já disse que o que me importa mais é saber como é que os professores refletiam antes que os universitários tivessem decidido que eles deveriam ser professores reflexivos. Identificar essas práticas de reflexão – que sempre existiram na profissão docente, é impossível alguém imaginar uma profissão docente em que essas práticas reflexivas não existissem – tentar identificá-las e construir as condições para que elas possam se desenvolver. Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 236 Módulo 1 I Volume 1 EAD Entrevista com Antônio Nóvoa Salto: Professor, o que é ser professor hoje? Ser professor atualmente é mais complexo do que foi no passado? Nóvoa: É difícil dizer se ser professor, na atualidade, é mais complexo do que foi no passado, porque a profissão docente sempre foi de grande complexidade. Hoje, os professores têm que lidar não só com alguns saberes, como era no passado, mas também com a tecnologia e com a complexidade social, o que não existia no passado. Isto é, quando todos os alunos vão para a escola, de todos os grupos sociais, dos mais pobres aos mais ricos, de todas as raças e todas as etnias, quando toda essa gente está dentro da escola e quando se consegue cumprir, de algum modo, esse desígnio histórico da escola para todos, ao mesmo tempo, também, a escola atinge uma enorme complexidade que não existia no passado. Hoje em dia é, certamente, mais complexo e mais difícil ser professor do que era há 50 anos, do que era há 60 anos ou há 70 anos. Esta complexidade acentua- se, ainda, pelo fato de a própria sociedade ter, por vezes, dificuldade em saber para que ela quera escola. A escola foi um fator de produção de uma cidadania nacional, foi um fator de promoção social durante muito tempo e agora deixou de ser. E a própria sociedade tem, por vezes, dificuldade em ter uma clareza, uma coerência sobre quais devem ser os objetivos da escola. E essa incerteza, muitas vezes, transforma o professor num profissional que vive numa situação amargurada, que vive numa situação difícil e complicada pela complexidade do seu trabalho, que é maior do que no passado. Mas isso acontece, também, por essa incerteza de fins e de objetivos que existe hoje em dia na sociedade. Salto: Como o senhor entende a formação continuada de professores? Qual o papel da escola nessa formação? Nóvoa : Durante muito tempo, quando nós falávamos em formação de professores, falávamos essencialmente da formação inicial do professor. Essa era a referência principal: preparavam-se os professores que, depois, iam durante 30, 40 anos exercer essa profissão. Hoje em dia, é impensável imaginar esta situação. Isto é, a formação de professores é algo, como eu costumo dizer, que se estabelece num continuum. Que começa nas escolas de formação inicial, que continua nos primeiros anos de exercício profissional. Os primeiros anos do professor – que, a meu ver, são absolutamente decisivos para o futuro de cada um dos professores e para a sua integração harmoniosa na profissão – continuam ao longo de toda a vida profissional, através de práticas de formação continuada. Estas práticas de formação continuada devem ter como pólo de referência as escolas. São as escolas e os professores organizados nas suas escolas que podem decidir quais são os melhores meios, os melhores métodos e as melhores formas de assegurar esta formação continuada. Com isto, eu não quero dizer que não seja muito importante o trabalho de especialistas, o trabalho de universitários nessa colaboração. Mas a lógica da formação continuada deve ser centrada nas escolas e deve estar centrada numa organização dos próprios professores. Salto: Que competências são necessárias para a prática do professor? Nóvoa: Provavelmente na literatura, nos textos, nas reflexões que têm sido feitas A ul a 9 237Letras VernáculasUESC ao longo dos últimos anos, essa tem sido a pergunta mais freqüentemente posta e há uma imensa lista competências. Estou a me lembrar que ainda há 3 ou 4 dias estive a ver com um colega meu estrangeiro, justamente, uma lista de 10 competências para uma profissão. Podíamos listar aqui um conjunto enorme de competências do ponto de vista da ação profissional dos professores. Resumindo, eu tenderia a valorizar duas competências: a primeira é uma competência de organização. Isto é, o professor não é, hoje em dia, um mero transmissor de conhecimento, mas também não é apenas uma pessoa que trabalha no interior de uma sala de aula. O professor é um organizador de aprendizagens, de aprendizagens via os novos meios informáticos, por via dessas novas realidades virtuais. Organizador do ponto de vista da organização da escola, do ponto de vista de uma organização mais ampla, que é a organização da turma ou da sala de aula. Há aqui, portanto, uma dimensão da organização das aprendizagens, do que eu designo, a organização do trabalho escolar e esta organização do trabalho escolar é mais do que o simples trabalho pedagógico, é mais do que o simples trabalho do ensino, é qualquer coisa que vai além destas dimensões, e estas competências de organização são absolutamente essenciais para um professor. Há um segundo nível de competências que, a meu ver, são muito importantes também, que são as competências relacionadas com a compreensão do conhecimento. Há uma velha brincadeira, que é uma brincadeira que já tem quase um século, que parece que terá sido dita, inicialmente, por Bernard Shaw, mas há controvérsias sobre isso, que dizia que: “quem sabe faz, quem não sabe ensina”. Hoje em dia esta brincadeira podia ser substituída por uma outra: “quem compreende o conhecimento”. Não basta deter o conhecimento para o saber transmitir a alguém, é preciso compreender o conhecimento, ser capaz de o reorganizar, ser capaz de o reelaborar e de transpô-lo em situação didática em sala de aula. Esta compreensão do conhecimento é, absolutamente, essencial nas competências práticas dos professores. Eu tenderia, portanto, a acentuar esses dois planos: o plano do professor como um organizador do trabalho escolar, nas suas diversas dimensões e o professor como alguém que compreende, que detém e compreende um determinado conhecimento e é capaz de o reelaborar no sentido da sua transposição didática, como agora se diz, no sentido da sua capacidade de ensinar a um grupo de alunos. Salto: O que é ser professor pesquisador e reflexivo? E, essas capacidades são inerentes à profissão do docente? Nóvoa: O paradigma do professor reflexivo, isto é, do professor que reflete sobre a sua prática, que pensa, que elabora em cima dessa prática é o paradigma hoje em dia dominante na área de formação de professores. Por vezes é um paradigma um bocadinho retórico e eu, um pouco também, em jeito de brincadeira, mais de uma vez já disse que o que me importa mais é saber como é que os professores refletiam antes que os universitários tivessem decidido que eles deveriam ser professores reflexivos. Identificar essas práticas de reflexão – que sempre existiram na profissão docente, é impossível alguém imaginar uma profissão docente em que essas práticas reflexivas não existissem – tentar identificá-las e construir as condições para que elas possam se desenvolver. Eu diria que elas não são inerentes à profissão docente, no sentido de serem naturais, mas que elas são inerentes, no sentido em que elas são essenciais para Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 238 Módulo 1 I Volume 1 EAD a profissão. E, portanto, tem que se criar um conjunto de condições, um conjunto de regras, um conjunto de lógicas de trabalho e, em particular, e eu insisto neste ponto, criar lógicas de trabalho coletivo dentro das escolas, a partir das quais – através da reflexão, através da troca de experiências, através da partilha – seja possível dar origem a uma atitude reflexiva da parte dos professores. Eu disse e julgo que vale a pena insistir nesse ponto. A experiência é muito importante, mas a experiência de cada um só se transforma em conhecimento através desta análise sistemática das práticas. Uma análise que é análise individual, mas que é também coletiva, ou seja, feita com os colegas, nas escolas e em situações de formação. Salto: E o professor pesquisador? Nóvoa: O professor pesquisador e o professor reflexivo, no fundo, correspondem a correntes diferentes para dizer a mesma coisa. São nomes distintos, maneiras diferentes dos teóricos da literatura pedagógica abordarem uma mesma realidade. A realidade é que o professor pesquisador é aquele que pesquisa ou que reflete sobre a sua prática. Portanto, aqui estamos dentro do paradigma do professor reflexivo. É evidente que podemos encontrar dezenas de textos para explicar a diferença entre esses conceitos, mas creio que, no fundo, no fundo, eles fazem parte de um mesmo movimento de preocupação com um professor que é um professor indagador, que é um professor que assume a sua própria realidade escolar como um objeto de pesquisa, como objeto de reflexão, com objeto de análise. Mas, insisto neste ponto, a experiência por si só não é formadora. John Dewey, pedagogo americano e sociólogo do princípio do século, dizia: “quando se afirma que o professor tem 10 anos de experiência, dá para dizer que ele tem 10 anos de experiência ou que ele tem um ano de experiência repetido 10 vezes”. E, na verdade, há muitas vezes esta idéia. Experiência, por si só, pode ser uma mera repetição, uma mera rotina, não é ela que é formadora. Formadora é a reflexão sobre essa experiência, ou a pesquisa sobre essa experiência.Salto: A sociedade espera muito dos professores. Espera que eles gerenciem o seu percurso profissional, tematizem a própria prática, além de exercer sua prática pedagógica em sala de aula. Qual a contrapartida que o sistema deve oferecer aos professores para que isso aconteça? Nóvoa: Certamente, nas entrelinhas da sua pergunta, há essa dimensão. Há hoje um excesso de missões dos professores, pede-se demais aos professores, pede-se demais as escolas. As escolas, talvez, resumindo numa frase (...), as escolas valem o que vale a sociedade. Não podemos imaginar escolas extraordinárias, espantosas, onde tudo funciona bem numa sociedade onde nada funciona. Acontece que, por uma espécie de um paradoxo, as coisas que não podemos assegurar que existam na sociedade, nós temos tendência a projetá-las para dentro da escola e a sobrecarregar os professores com um excesso de missões. Os pais não são autoritários, ou não conseguem assegurar a autoridade, pois se pede ainda mais autoridade para a escola. Os pais não conseguem assegurar a disciplina, pede- se ainda mais disciplina a escola. Os pais não conseguem que os filhos leiam em casa, pede-se a escola que os filhos aprendam a ler. É legítimo eles pedirem sobre a escola, a escola está lá para cumprir uma determinada missão, mas não A ul a 9 239Letras VernáculasUESC é legítimo que sejam uma espécie de vasos comunicantes ao contrário. Que cada vez que a sociedade tem menos capacidade para fazer certas coisas, mais sobem as exigências sobre a escola. E isto é um paradoxo absolutamente intolerável e tem criado para os professores uma situação insustentável do ponto de vista profissional, submetendo-os a uma crítica pública, submetendo-os a uma violência simbólica nos jornais, na sociedade, etc. o que é absolutamente intolerável. Eu creio que os professores podem e devem exigir duas coisas absolutamente essenciais que são: • Uma, é calma e tranqüilidade para o exercício do seu trabalho, eles precisam estar num ambiente, eles precisam estar rodeados de um ambiente social, precisam estar rodeados de um ambiente comunitário que lhes permita essa calma e essa tranqüilidade para o seu trabalho. Quer dizer, não é possível trabalhar pedagogicamente no meio do ruído, no meio do barulho, no meio da crítica, no meio da insinuação. É absolutamente impossível esse tipo de trabalho. As pessoas têm que assegurar essa calma e essa tranqüilidade. • E, por outro lado, é essencial ter condições de dignidade profissional. E esta dignidade profissional passa certamente por questões materiais, por questões do salário, passa também por boas questões de formação, e passa por questões de boas carreiras profissionais. Quer dizer, não é possível imaginar que os professores tenham condições para responder a este aumento absolutamente imensurável de missões, de exigências no meio de uma crítica feroz, no meio de situações intoleráveis, de acusação aos professores e às escolas. Eu creio que há, para além dos aspectos sociais de que eu falei a pouco – e que são aspectos extremamente importantes, porque no passado os professores não tiveram, por exemplo, os professores nunca tiveram situações materiais e econômicas muito boas, mas tinham prestígio e uma dignidade social que, em grande parte completavam algumas dessas deficiências – para além desses aspectos sociais de que eu falei a pouco e que são essenciais para o professor no novo milênio, neste milênio que estamos, eu creio que pensando internamente a profissão, há dois aspectos que me parecem essenciais. O primeiro é que os professores se organizem coletivamente – e esta organização coletiva não passa apenas, eu insisto bem, apenas pelas tradicionais práticas associativas e sindicais – passa também por novos modelos de organização, como comunidade profissional, como coletivo docente, dentro das escolas, por grupos disciplinares e conseguirem deste modo exercer um papel com profissão, que é mais ampla do que o papel que tem exercido até agora. As questões do professorado enquanto coletivo parecem-me essenciais. Sem desvalorizar as questões sindicais tradicionais, ou associativas, creio que é preciso ir mais longe nesta organização coletiva do professorado. O segundo ponto – e que tem muito a ver também com formação de professores – passa pelo que eu designo como conhecimento profissional. Isto é, há certamente um conhecimento disciplinar que pertence aos cientistas, que pertence às pessoas da história, das ciências, etc., e que os professores devem de ter. Há certamente um conhecimento pedagógico que pertence, às vezes, aos pedagogos, às pessoas da área da educação que os professores devem de ter também. Mas, além disso há um conhecimento profissional que não é nem um conhecimento científico, Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 240 Módulo 1 I Volume 1 EAD nem um conhecimento pedagógico, que é um conhecimento feito na prática, que é um conhecimento feito na experiência, como dizia há pouco, e na reflexão sobre essa experiência. A valorização desse conhecimento profissional, a meu ver, é essencial para os professores neste novo milênio. Creio, portanto, que minha resposta passaria por estas duas questões: a organização como comunidade profissional e a organização e sistematização de um conhecimento profissional específico dos professores. Salto: O senhor diz em um texto que a sua intenção é olhar para o presente dos professores, identificando os sentidos atuais do trabalho educativo. Em relação ao Brasil o que o senhor vê: o que já avançou na formação dos professores brasileiros e o que ainda precisa avançar? Nóvoa: É muito difícil para mim e nem seria muito correto estar a tecer grandes considerações sobre a realidade brasileira. Primeiro porque é uma realidade que, apesar de eu cá ter vindo algumas vezes, que eu conheço ainda mal, infelizmente, espero vir a conhecer melhor e, por outro lado, porque não seria (...) da minha parte tecer grandes considerações sobre isso. No entanto, eu julgo poder dizer duas coisas. A primeira é que os debates que há no Brasil sobre formação de professores e sobre a escola são os mesmos debates que se tem um pouco por todo mundo. Quem circula, como eu circulo, dentro dos diversos países europeus, na América do Norte e outros lugares, percebe que estas questões, as questões que nos colocam no final das palestras, as perguntas que nos fazem são, regra geral, as mesmas de alguns países para os outros. Não há, portanto, uma grande especificidade dos fatos travados no Brasil em relação a outros países do mundo e, em particular, em relação a Portugal. Creio que houve, obviamente, avanços enormes na formação dos professores nos últimos anos, mas houve também grandes contradições. E a contradição principal que eu sinto é que se avançou muito do ponto de vista da análise teórica, se avançou muito do ponto de vista da reflexão, mas se avançou relativamente pouco das práticas da formação de professores, da criação e da consolidação de dispositivos novos e consistentes de formação de professores. E essa decalagem entre o discurso teórico e a prática concreta da formação de professores é preciso ultrapassá-la e ultrapassá-la rapidamente. Devo dizer, no entanto, também, que se os problemas são os mesmos, se as questões são as mesmas, se o nível de reflexão é o mesmo, eu creio que a comunidade científica brasileira está ao nível das comunidades científicas ou pedagógicas dos outros países do mundo. Se essas realidades são as mesmas é evidente que há um nível, que eu diria, um nível material, um nível de dificuldades materiais, de dificuldades materiais nas escolas, de dificuldades materiais relacionadas com os salários dos professores, de dificuldades materiais relacionadas com as condições das instituições de formação de professores que são, provavelmente, mais graves no Brasil do que em outros países que eu conheço. Terão aqui, evidentemente,problemas que têm a ver com as dificuldades históricas de desenvolvimento da escola no Brasil e das escolas de formação de professores e que, portanto, é importante enfrentá-los e enfrentá-los com coragem e enfrentá- los de forma não ingênua, mas também de forma não derrotista. Creio, por isso, que devemos perceber que no Brasil, como nos outros países, as perguntas são as mesmas, as nossas empolgações são as mesmas, mas é verdade que A ul a 9 241Letras VernáculasUESC RESUMINDO Nesta aula você aprendeu que: z A resenha, gênero textual muito frequente e requisitado na esfera acadêmica escolar e intelectual, constitui- se num resumo das principais ideias contidas em um texto, acompanhado de uma avaliação crítica por parte do resenhista. z Há dois tipos básicos de resenha: a resenha descritiva e a resenha crítica. z A resenha descritiva apresenta os elementos essenciais de um texto sem, contudo, elaborar julgamento de valor sobre esse texto. z Já a resenha crítica, além de apresentar os elementos que compõem a resenha descritiva, também apresenta comentários e críticas por parte do resenhador. z Título, referência bibliográfica, credenciais da autoria, resumo, avaliação e indicação são os elementos que compõem a estrutura de uma resenha crítica. há aqui por vezes dificuldades que eu chamaria de ordem material, maiores do que as existem em outros países e que é absolutamente essencial que com a vossa capacidade de produzir ciência, com a vossa capacidade de fazer escola e com a vossa capacidade de acreditar como educadores possam ultrapassar essas dificuldades nos próximos anos. E esses são, sinceramente, os meus desejos e na medida que meu contributo, pequeno que ele seja, possa ser dado, podem, evidentemente, contar comigo para essa tarefa. (Entrevista concedida em 13 de setembro 2001) Disponível em: http://www.tvebrasil.com.br/salto/entrevistas/antonio_novoa.htm tsofarias Realce Práticas Educativas I Oficina de Leitura e Produção Textual na Prática Escolar I Resenha 242 Módulo 1 I Volume 1 EAD R E F E R Ê N C IA S ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos de pós-graduação: noções práticas. São Paulo: Atlas, 1995. FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários. Petrópolis: Vozes, 1992. FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2002. KÖCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; PAVANI, Cínara Ferreira. Prática textual: atividades de leitura e escrita. Petrópolis: Vozes, 2006. MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2008. NASCIMENTO, Dinalva Melo do. Metodologia do trabalho científico: teoria e prática. Rio de Janeiro: Forense, 2002. Suas anotações ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________
Compartilhar