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Arco de Maguerez - Teorias Populacionais

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Teoria Malthusiana 
➔ Realidade​: No final do século XVIII a meados do século XIX, o desenvolvimento 
industrial da Inglaterra proporcionou a transição da manufatura para a maquinaria. 
Decorrente da diminuição da demanda de trabalho no campo diversos trabalhadores 
rurais, tiveram que abandonar suas localidades e ir em busca de melhorias nas cidades, 
no entanto, as oportunidades não eram disponíveis a todos, favorecendo condições de 
desemprego e miséria, a qual chamamos de pauperização. Insatisfeitos com a situação, 
vários trabalhadores iniciaram um movimento chamado de ludista, a qual consistia em 
quebrar as máquinas que eles achavam ser o motivo do desemprego deles. 
 
➔ Observação da realidade ​(Problema): Com o desenvolvimento da indústria houve a 
migração de várias pessoas para as cidades, esse fator somado a reprodução natural dos 
seres humanos favorecia o crescimento populacional que competia com a quantidade de 
alimento disponível para satisfazer essa quantidade de indivíduos. 
 
➔ Pontos-chave​: Malthus - Progressão Geométrica - Progressão Aritmética - Alimentos. 
 
➔ Teorização​: Malthus dizia que: “ A população cresce em uma taxa de progressão 
geométrica, duplicando-se a cada 25 anos, se não houver um mecanismo de controle. A 
exemplo: (1, 2, 4, 8, 16…). Enquanto, a produção agropecuária cresce em uma taxa de 
progressão aritmética, mesmo em suas melhores condições e no seu maior potencial de 
produção. A exemplo: (1,2,3,4,5...)”. 
 
➔ Hipóteses de solução​: Para Malthus o controle populacional era a solução, e esse se dava 
através de duas formas: a primeira tratava-se de um controle preventivo, que tinha como 
medidas o controle sexual por meio da abstinência e retardamento, como ferramenta a 
essa medida o casamento sofria um adiamento, pois acreditava-se que as relações sexuais 
iniciavam a partir da vida conjugal, dessa forma a taxa de fertilidade diminuiria, pois, os 
casamentos aconteceriam em faixas etárias onde o potencial fértil seria menor. Além 
disso, havia o controle positivo, esse acontecia de forma “natural” através da fome, 
doenças e guerras, esses fatores favoreciam o aumento da mortalidade, diminuindo a 
população. Cabe ressaltar, que Malthus também era contrário aos programas sociais que 
pudessem ajudar a população em situação crítica, ele acreditava que essas pessoas 
deveriam se manter em situação desfavorável, pois, se em uma condição melhor elas 
poderiam se reproduzir. 
 
➔ Aplicação à realidade (Prática): Atualmente, a Teoria Malthusiana perde credibilidade 
devido principalmente a dois fatores: o primeiro é duvidar da capacidade de produção 
alimentícia que evoluiu consideravelmente, o segundo trata-se de não explicar a 
contradição da superprodução de alimentos e a fome, que trata-se de uma questão de má 
distribuição. Porém, mesmo com esses elementos essa teoria foi influente para os 
estudiosos da teoria posterior a ela, o Neomalthusianismo. 
 
Teoria Neomalthusiana 
➔ Realidade​: ​No século XX, após a Segunda Guerra Mundial os países subdesenvolvidos 
experimentaram uma explosão demográfica, devido às melhores condições sanitárias que 
os mesmos obtiveram após esse evento. Isso fez com que estudiosos inspirados nas ideias 
de Malthus questionassem o que aconteceria com a população e o seu futuro 
crescimento. 
 
➔ Observação da realidade (Problema): Na década de 50, ⅔ da população mundial estava 
presente na África, Ásia e América Latina, partes do globo onde se encontram países de 
cunho subdesenvolvido, esses fatores fizeram com que surgisse uma interpretação de que 
a superpopulação é um obstáculo ao desenvolvimento, logo, responsável pelo 
subdesenvolvimento. 
 
➔ Pontos-chave​: Superpopulação - Subdesenvolvimento - Desenvolvimento. 
 
➔ Teorização​: O crescimento da população é fator determinante no desenvolvimento 
social, logo, o subdesenvolvimento é produto da superpopulação. 
 
➔ Hipóteses de solução​: No Neomalthusianismo para que o crescimento populacional 
fosse controlado, e consequentemente o subdesenvolvimento fosse sanado, era necessário 
estratégias demográficas como o controle de natalidade, por meio de métodos 
contraceptivos, abortos e cirurgias como a vasectomia, além disso, o planejamento 
familiar era outra importante ferramenta já que o jovens em excesso representavam uma 
barreira ao desenvolvimento porque os mesmos tiravam o foco do investimento em áreas 
certas, pois, para mantê-los eram necessários gastos como a educação e outras políticas 
públicas, dessa forma, o incentivo era que se constituissem famílias nucleares. 
 
➔ Aplicação à realidade ​(Prática): Características e ideias presentes na Teoria 
Neomalthusiana são reproduzidas em grande escala na atualidade. A ideia de que a 
pobreza pode ser solucionada com a diminuição da população é incoerente e não leva em 
conta questões como a má distribuição dos recursos e oportunidades em sociedade, além 
disso, o Ecomalthusianismo é um princípio que fomenta uma visão incompleta sobre a 
dualidade natureza vs. sociedade, ademais, o fortalecimento industrial farmacêutico 
baseado no ideal de controle populacional é outro exemplo dos vestígios dessa teoria em 
sociedade. Cabe mencionar, que o formato familiar proposto pela Teoria Neomalthusiana 
foi, e é, um influente em vários países do globo. 
 
 
 
 
 
 
Leitura Marxista sobre a população 
➔ Realidade​: ​O desenvolvimento industrial das cidades fez com que houvesse o 
surgimento de um novo modelo político-econômico, chamado capitalismo. O 
funcionamento exploratório nas fábricas era evidente, além disso, a pobreza que se 
estabelecia devido a falta de oportunidades para todos era de longe outro fator 
característico dessa sociedade capitalista. 
 
➔ Observação da realidade (Problema): As condições de crescimento populacional a 
qual a sociedade era submetida não tratava-se de uma questão de ordem natural, na 
verdade a superpopulação pela leitura de Marx era relativa, pois ela surgia do conflito 
de interesses de duas classes: a burguesia e o proletariado,sendo a segunda dessas, 
submetida a um processo de exploração por meio da venda da força de trabalho dos 
indivíduos que dela faziam parte, em troca os mesmos recebia uma pequena parcela 
do lucro que produziam, que garantia “sobrevivência”. No entanto, essa sobrevivência 
e todos os demais processos executados pela classe proletária estavam à mercê da 
vontade da classe dominante, a burguesia, o que inclui o processo de reprodução. No 
modo de produção capitalista a produção de homens faz parte do processo de 
reprodução do capital, pois garante mão de obra, porém, essa superpopulação é 
relativa, porque só acontece quando a sociedade não dispõe dos bens necessários à 
sobrevivência ou quando a distribuição desses é injusta. 
 
➔ Pontos-chave​: Superpopulação Relativa - Capitalismo - Burguesia - Proletariado. 
 
➔ Teorização​: “A superpopulação é relativa e não está ligada diretamente ao 
crescimento absoluto da população mas aos termos históricos do progresso da 
produção social, de como se desenvolve e reproduz o capital”. 
 
➔ Hipóteses de solução​: Para Marx a questão não era dar um a ordem de controle 
populacional,mas, garantir subsídios para que a população tenha autonomia e faça 
seu próprio controle familiar. 
 
➔ Aplicação à realidade ​(Prática): A obra de Marx é complexa, porém é 
completamente aplicável aos dias atuais, as leituras que ele fez sobre a população são 
situações ainda observadas em sociedade, a ideia de que a produção de homens é 
mediada pelas necessidades de um sistema de produção capitalista, fomenta a ideia de 
que o capitalismo influencia muitas das relações em sociedade, sendo uma delas, a 
própria reprodução. Além disso, cabe ressaltar que os subsídios propostos por Marx à 
população não são “ajudas” é uma reparação pelas condições que o capitalismo se 
mantém em sociedade, ou seja, de maneira desigual. Parafraseando o cantor Emicida: 
“O mundo vai se ocupar com seu cifrão, dizendo que a miséria é quem carecia de 
atenção”, por isso é necessário enfatizar que toda “ajuda” ainda é pouco para uma 
classe que nunca foi prioridade em uma sociedade que ela mesma mantém de pé.

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