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Autor: Prof. Bruno Caputo Vieira Colaboradores: Prof. Ricardo Calasans Profa. Claudia Figueiredo Saúde Ocupacional Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Professor conteudista: Bruno Caputo Vieira Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo – USP (2015). Possui mestrado em Odontologia pela Universidade Paulista – UNIP (2011). Também possui especialização em Endodontia pela UNIP (2014). Graduado em Odontologia pela UNIP (2008), atua como cirurgião‑dentista e trabalha na Universidade desde 2012, atuando como professor nas disciplinas de Ergonomia e de Bioética no curso de Odontologia. No curso de Gestão Hospitalar, é professor das modalidades presencial e EaD da disciplina de Biossegurança. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) V658s Vieira, Bruno Caputo. Saúde ocupacional. / Bruno Caputo Vieira. – São Paulo: Editora Sol, 2016. 100 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXII, n. 2‑117/16, ISSN 1517‑9230. 1. Saúde ocupacional. 2. Segurança do trabalho. 3. Mapa de risco. I. Título. CDU 331.823 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Vitor Andrade Juliana Mendes Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Sumário Saúde Ocupacional APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7 Unidade I 1 SEGURANÇA DO TRABALHO ..........................................................................................................................9 1.1 Histórico ......................................................................................................................................................9 1.2 Higiene ocupacional............................................................................................................................ 10 1.3 Medicina do trabalho ......................................................................................................................... 15 1.4 Fatores de risco relacionados à segurança do trabalho ....................................................... 16 2 ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................................................................. 21 2.1 Doença ocupacional ............................................................................................................................ 23 2.2 Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT) ........................................................................... 27 2.3 Medidas de controle ............................................................................................................................ 29 2.3.1 Equipamento de Proteção Individual (EPI) ................................................................................... 30 2.3.2 Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) ..................................................................................... 32 3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) ........................................................ 35 3.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) .......................................................................................................................................... 37 4 PROGRAMAS DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO ................................................................ 40 4.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) ......................................................... 40 4.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ...................................... 43 Unidade II 5 AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS ...................................................................................... 49 5.1 Agentes físicos ....................................................................................................................................... 49 5.1.1 Ruídos .......................................................................................................................................................... 49 5.1.2 Vibração mecânica ................................................................................................................................. 51 5.1.3 Temperaturas extremas ........................................................................................................................ 52 5.1.4 Pressões anormais .................................................................................................................................. 54 5.1.5 Radiação ionizante ................................................................................................................................. 54 5.1.6 Radiação não ionizante ........................................................................................................................ 54 5.1.7 Laser e maser ............................................................................................................................................ 55 5.2 Agentes químicos ................................................................................................................................. 56 5.3 Agentes biológicos ............................................................................................................................... 59 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 5.3.1 Classificação dos riscos biológicos .................................................................................................. 61 6 MAPA DE RISCO ............................................................................................................................................... 64 6.1 Tipos de riscos ........................................................................................................................................ 65 7 RISCOS ERGONÔMICOS E ACIDENTAIS .................................................................................................. 67 7.1 Ergonomia ............................................................................................................................................... 67 7.2 Acidentes ................................................................................................................................................. 69 8 VENTILAÇÃO APLICADA À SEGURANÇA ................................................................................................. 69 8.1 Classificação dos sistemas de ventilação................................................................................... 70 8.1.1 Ventilação geral ....................................................................................................................................... 70 8.1.2 Ventilação local exaustora .................................................................................................................. 72 8.2 Ventilação interna das edificações ................................................................................................ 75 8.2.1 A qualidade do ar no interior dos edifícios .................................................................................. 76 8.3 Ventilação natural em áreas urbanas ........................................................................................... 80 8.4 Conforto térmico .................................................................................................................................. 81 8.4.1 Índices de conforto térmico ............................................................................................................... 83 7 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 APRESENTAÇÃO A disciplina de Saúde Ocupacional pretende desenvolver tópicos importantes de interesse na formação do gestor em segurança do trabalho, capacitando e preparando esse futuro profissional para atuar em posições‑chave no mercado de trabalho. Esses itens serão discutidos neste livro‑texto com o devido cuidado, pois é preciso conhecer as normas e leis, acompanhando suas constantes atualizações. Dessa forma, a disciplina inteira o aluno sobre segurança no trabalho de maneira geral, destacando os riscos e acidentes, as medidas de prevenção e os programas que devemos estudar e implementar em empresas. Apresentar‑se‑ão os principais pontos sobre saúde ocupacional, critérios e tecnologias. O livro‑texto fará a análise da qualidade do ar e consequências de má circulação de ar, evidenciando os equipamentos de climatização ambiental. Com este livro‑texto, o aluno será capaz de obter os conhecimentos sobre os principais agentes que interferem na saúde ocupacional, quantificá‑los e qualificá‑los. Tópicos importantes serão abordados para que haja um aprendizado e conhecimento da saúde ocupacional com o foco na gestão em segurança do trabalho. Boa leitura e bons estudos! INTRODUÇÃO A saúde ocupacional é de grande importância para o curso de Segurança do Trabalho, pois esta especialidade está inserida na área da saúde, que ressalta a preocupação com a saúde do trabalhador, em que seu principal objetivo é a prevenção de doenças e demais problemas que possam se originar no ambiente de trabalho. Evidencia a qualidade de vida do trabalhador nesse espaço: bem‑estar físico e emocional. Dessa maneira, a saúde ocupacional previne contra riscos e demais problemas que o trabalhador possa enfrentar devido ao local onde realiza suas atividades. É por meio da saúde ocupacional que os indivíduos podem executar suas tarefas com muito mais tranquilidade, relaxamento e garantia de bem‑estar social. A segurança no ambiente de trabalho é composta de um conjunto de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores da área de saúde. A aplicação consiste em serviços de saúde, qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. A segurança no trabalho representa uma prática estável das atividades, reduzindo riscos aos quais o profissional possa estar exposto. 8 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Essa área também se preocupa com a saúde ocupacional, prevenindo as doenças que afastam o trabalhador de suas ocupações. Assim, é vital que o profissional atue de maneira integrada com todos os segmentos da empresa, desenvolvendo um trabalho multidisciplinar, com o auxílio de todas as especialidades disponíveis, como: medicina do trabalho, recursos humanos, psicologia e engenharia. Podemos entender que o principal objetivo da saúde ocupacional no contexto de segurança do trabalho é criar condições que possibilitem ao profissional pensar e executar ações em relação à segurança. Então, ele atuará como agente integrador, favorecendo o convívio de trabalhadores de maneira saudável. 9 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Unidade I 1 SEGURANÇA DO TRABALHO A segurança do trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de riscos ocupacionais. De acordo com Saliba (2010), nos estabelecimentos de trabalho existem diversas situações de risco, que variam conforme a natureza da atividade, o processo produtivo, as medidas de controle existentes etc. Assim, os profissionais da área e os trabalhadores precisam executar a análise dos fatores de risco existentes nesses locais. É imperioso que o profissional de segurança do trabalho tenha uma visão sistêmica sobre o trabalho: conhecer a fundo as funções, toda a organização e o local onde a atividade em questão está inserida. Deve atuar de maneira integrada em toda a parte organizacional da empresa, desenvolvendo um trabalho multidisciplinar, a fim de obter a colaboração de diferentes especialidades. Podemos citar como exemplos: engenharia, psicologia, medicina do trabalho, recursos humanos, nutrição e produção. Na análise da saúde e segurança do trabalho devem ser observadas as diretrizes políticas e suas ações, as incumbências institucionais e o efetivo cumprimento de responsabilidades por parte dos organismos vinculados à área, bem como a existência de superposições, lacunas, cooperação ou disputas entre eles (SERVO; SALIM; CHAGAS, 2011). De acordo com Scaldelai et al. (2012), em geral, o papel do profissional de segurança do trabalho deverá ser o de um agente integrador, multiplicador e transformador da cultura organizacional existente, favorecendo a vinculação de trabalhadores saudáveis, motivados e comprometidos com a consolidação de práticas e estratégias que garantam vantagens competitivas e a sustentabilidade do negócio. 1.1 Histórico No início da Revolução Industrial, existiam poucos casos de acidentes no trabalho, pois na época predominava o trabalho escravo. Com o passar do tempo – e o advento da máquina a vapor – o rendimento aumentou, fazendo que o trabalhador passasse a viver em um ambiente de trabalho enérgico e com mais pessoas. Então, surgem os riscos de doenças e acidentes provenientes do trabalho. A Revolução Industrial seguiu alterando todo o quadro e gerando novos problemas. Por conta do aumento da produção em série, promoveu uma competição injusta entre o trabalhador e as máquinas. 10 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I Naquele tempo, as condições de trabalho eram bem precárias e com jornadas abusivas – em torno de 15 a 16 horas diárias. Essas conjunturas fizeram que parte dos trabalhadores reagisse, e movimentos sociais forçaram os políticos e legisladores a introduzir medidas legais. Em 1833, o parlamento inglês estabeleceu a lei das fábricas, que decretou a inspeção das fábricas, proibindo o trabalho noturno aos menores de 18 anos. Ainda instituiu a idade mínima de 9 anos para o trabalho e limitou a jornada de trabalho para 12 horas diárias e 69 horas por semana. Em 1884 nasceram as primeiras leis de acidente de trabalho na Alemanha. Subsequentemente, irromperam em diversos países da Europa. No Brasil, chegaram por meio do Decreto nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919, que inseriu o conceito de risco profissional e determinou o pagamento de uma indenização ao segurado ou à família, de valor proporcional à gravidade das sequelas do acidente. No ano de 1919, em Genebra, Suíça, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi criada pelo Tratadode Versalhes. Então, as normas sobre proteção à saúde e à integridade física do trabalhador se fortaleceram, o que contribuiu na prevenção de doenças e acidentes de trabalho. Em 1934, introduz‑se a Inspetoria de Higiene e Segurança do Trabalho, documento registrado no Departamento Nacional do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Em junho desse mesmo ano, o Decreto nº 24.637 apenas classificava as indenizações por tipo de acidente, de acordo com a segunda lei de acidentes do trabalho, e, dez anos depois, ainda no governo Vargas, aparece a terceira lei. Em 1º de maio de 1943, foi aprovada a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com um capítulo dedicado a higiene e segurança do trabalho. A CLT é considerada a principal norma legislativa brasileira no que diz respeito ao direito do trabalho e ao direito processual do trabalho. Em 1978, foram aprovadas as primeiras normas regulamentadoras do Capítulo V, que são relativas a segurança e medicina do trabalho. Como anexos da CLT, as normas regulamentadoras (NRs) regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à medicina e à segurança no trabalho no Brasil, de observância obrigatória por todas as organizações. 1.2 Higiene ocupacional Podemos entender por saúde ocupacional a seção da saúde pública que possui como finalidade a segurança e a higiene no ambiente de trabalho, assim como a saúde do trabalhador. Desse modo, a higiene ocupacional revela‑se como um importante tema para estudo, no qual há uma preocupação em relação à saúde do trabalhador e suas condições de trabalho. É uma ciência que se dedica ao estudo dos ambientes de trabalho e à prevenção de doenças causadas por eles. Além dessa área, são consideradas a individualidade de cada trabalho e as características da atividade desempenhada no local. 11 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL As ações de higiene ocupacional devem basear‑se na prevenção da exposição e em estudos epidemiológicos prospectivos, de maneira que se registrem as exposições a doenças ou acidentes ao longo do tempo para que se conheça a relação entre esta exposição ocupacional e o efeito à saúde. Outros termos importantes que devemos estudar são: higiene industrial e higiene do trabalho. A higiene ocupacional é considerada um termo mais amplo, pois se refere não apenas ao ambiente de trabalho ou ambiente industrial. Seu campo de abrangência e atuação aumenta com o passar do tempo, tornando sempre necessário estudar outros ramos da ciência, como a segurança, a medicina e a ergonomia, para melhorar as condições do ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador de modo interdisciplinar. Para o bom entendimento desse conceito, é necessário entender os aspectos de higiene e saúde. Em relação à higiene, entende‑se que os resíduos retêm micro‑organismos que podem, em algum momento, ser transmitidos tanto por contato direto como por meio de poeira suspensa no ar. Nesse contexto, a higiene do trabalhador é fundamental. Pequenas ações como tomar banho e trocar de roupas diariamente podem fazer a diferença quando se trata de higiene. A ação de lavar as mãos, por exemplo, é vital no controle de infecção cruzada. Para empregar a higiene, é necessário utilizar soluções antissépticas, removendo joias, pulseiras, anéis e relógios, pois tais objetos podem acumular micro‑organismos. Há diferentes técnicas de higienização das mãos, podendo variar de acordo com o objetivo ao qual se destina. Tais ações compreendem desde a higienização simples das mãos, com água e sabão, até a antissepsia das mãos em ambientes hospitalares cirúrgicos. No quesito saúde, a OMS a define não apenas como a ausência de afecções (doenças), mas também como um estado de equilíbrio entre o bem‑estar físico, o mental e o social. Para implantá‑lo num ambiente de trabalho, é preciso estudar a biossegurança para conhecer os riscos e as maneiras de minimizá‑los. A saúde também é considerada um estado de equilíbrio dinâmico, integrando o indivíduo e seu ambiente. Assim, a doença é compreendida como uma interrupção desse equilíbrio. No Brasil, a Lei n º 8.080/90, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, e ainda estabelece critérios para a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes: Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 12 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Destacando a mesma lei, temos: Entende‑se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. Em 1980, a Coordenação de Higiene do Trabalho (CHT) da Fundacentro publicou uma série de normas técnicas – denominadas Normas de Higiene do Trabalho (NHT). Atualmente, elas são chamadas de Normas de Higiene Ocupacional (NHO). Assim, elas se apresentam aos profissionais que atuam na área da saúde ocupacional, como resultado do estudo da equipe técnica da Coordenação de Higiene do Trabalho. A Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) foi instituída na forma da Lei nº 5.161, de 21 de outubro de 1966, com prazo de duração indeterminado, com sede e foro na cidade de São Paulo, vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego. Em seu artigo 2º, o estatuto destaca: Art. 2º – A Fundacentro tem por finalidade a realização de estudos e pesquisas pertinentes aos problemas de segurança, higiene, meio ambiente e medicina do trabalho e, especialmente: I – pesquisar e analisar o meio ambiente do trabalho e do trabalhador, para a identificação das causas dos acidentes e das doenças no trabalho; II – realizar estudos, testes e pesquisas relacionados com a avaliação e o controle de medidas, métodos e de equipamentos de proteção coletiva e individual do trabalhador; III – desenvolver e executar programas de formação, aperfeiçoamento e especialização de mão de obra profissional, relacionados com as condições de trabalho nos aspectos de saúde, segurança, higiene e meio ambiente do trabalho e do trabalhador; 13 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL IV – promover atividades relacionadas com o treinamento e a capacitação profissional de trabalhadores e empregadores; V – prestar apoio técnico aos órgãos responsáveis pela política nacional de segurança, higiene e medicina do trabalho, bem como a orientação a órgãos públicos, entidades privadas e sindicais, tendo em vista o estabelecimento e a implantação de medidas preventivas e corretivas de segurança, higiene e medicina do trabalho; VI – promover estudos que visem ao estabelecimento de padrões de eficiência e qualidade referentes às condições de saúde, segurança, higiene e meio ambiente do trabalho e do trabalhador; e VII – exercer outras atividades técnicas e administrativas que lhe forem delegadas pelo Ministro de Estadodo Trabalho e Emprego. Para melhor compreensão, faremos um resumo de algumas NHO com base em trecho da obra Higiene do Trabalho, de Beltrami e Stumm (2013): • NHO 01 – Procedimento Técnico: Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído (2001) Em 1980, a CHT da Fundacentro publicou uma série de normas técnicas, hoje denominadas NHO. Dessa forma, apresenta‑se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a norma em questão, resultado do reestudo da equipe técnica da CHT. • NHO 03 – Método de Ensaio – Análise Gravimétrica de Aerodispersoides Sólidos Coletados sobre Filtros e Membrana (2001) Após dez anos de publicação, o método em análise foi revisado em 2001 para a introdução de conceitos mais abrangentes, recebendo um novo título: Análise Gravimétrica de Aerodispersoides Sólidos Coletados sobre Filtros de Membrana. O método colabora na prevenção de doenças ocupacionais originadas pela exposição dos trabalhadores à poeira, fornecendo subsídios para a proposição de medidas de controle e para a verificação de sua eficiência. • NHO 04 – Método de Ensaio – Método de Coleta e a Análise de Fibras em Locais de Trabalho (2001) Por meio do Projeto Difusão de Informações em Higiene do Trabalho 1998/1999, a CHT vem elaborando a série de normas técnicas denominadas NHO. A avaliação ambiental nos locais de trabalho é uma medida preventiva importante, uma vez que pode indicar se determinadas condições de trabalho trarão prejuízos ou não à saúde dos trabalhadores, especialmente quando as doenças causadas pelo trabalho se manifestam somente após longo tempo de latência, como é o caso das doenças originadas pela maioria das fibras. 14 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I • NHO 05 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia (2001) Esta norma destaca o resultado da experiência obtida em vários levantamentos radiométricos realizados em diversos serviços de saúde do Estado de São Paulo. • NHO 06 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor (2001) A NHO 06 tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor que implique sobrecarga térmica ao trabalhador, com consequente risco potencial de dano à saúde. Possibilita a determinação do índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG), tanto com a utilização de equipamento convencional quanto com equipamento eletrônico. Foram feitas modificações na tabela para determinação de taxas metabólicas e incluídos anexos contendo informações complementares, a fim de otimizar a estimativa da taxa metabólica decorrente da atividade física do trabalhador. • NHO 07 – Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo Método da Bolha de Sabão (2002) Em face do processo dinâmico das técnicas de identificação, avaliação e controle dos agentes ambientais de risco, e considerando o desenvolvimento tecnológico, a revisão técnica dessas normas faz‑se necessária. Dando continuidade a esse processo de revisão, apresenta‑se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a NHO 07, que aborda aspectos de novas tecnologias e conhecimentos disponíveis gerados pela CHT. • NHO 08 – Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho (2009) Em continuidade ao processo de revisão das antigas NHT, apresentamos aos profissionais que atuam na área a NHO 08, resultado da experiência acumulada nos últimos anos pela equipe da CHT e da atualização de conceitos utilizados como base para a coleta de material particulado sólido, divulgados internacionalmente. • NHO 09 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional à Vibração de Corpo Inteiro (2013) A NHO 09 estabelece critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro tendo com principal foco a prevenção e o controle dos riscos. Apresenta elementos para a análise preliminar e o enquadramento das situações abordadas, sendo que as avaliações quantitativas são realizadas somente quando há incerteza em relação à aceitabilidade das situações de exposição analisadas. Disponibiliza um critério de julgamento e de tomada de decisão em relação à adoção de medidas preventivas e corretivas com base em dados quantitativos. 15 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL • NHO 10 – Procedimento Técnico – Avaliação da Exposição Ocupacional à Vibração em Mãos e Braços (2013) A NHO 10 estabelece critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços tendo com principal foco a prevenção e o controle dos riscos. Apresenta elementos para a análise preliminar e o enquadramento das situações abordadas, e as avaliações quantitativas são realizadas somente quando há incerteza em relação à aceitabilidade das situações de exposição analisadas. Disponibiliza um critério de julgamento e de tomada de decisão em relação à adoção de medidas preventivas e corretivas com base em dados quantitativos. Saiba mais Para saber mais sobre as NHO, leia: BELTRAMI, M.; STUMM, S. Higiene do trabalho. Curitiba: Instituto Federal do Paraná, 2013. Disponível em: <http://ead.ifap.edu.br/netsys/ public/livros/LIVROS%20SEGURAN%C3%87A%20DO%20TRABALHO/ M%C3%B3dulo%20III/17%20Higiene%20no%20Trabalho/Livro_ Higiene%20no%20Trabalho.pdf>. Acesso em: 3 maio 2016. 1.3 Medicina do trabalho A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) destaca que a medicina do trabalho é considerada a especialidade médica que lida com as relações entre homens e mulheres trabalhadores e seu trabalho, com objetivo de prevenir os acidentes e as doenças do trabalho, como também de promover a saúde e a qualidade de vida. Essa área tem como intuito garantir aos trabalhadores a melhoria contínua das condições de saúde, nas dimensões física e mental, e a interação saudável das pessoas e destas com seu ambiente social e o trabalho. A NR 1 possui sua existência jurídica dada pelos artigos 154 a 159 da CLT, estabelecendo a aplicação de todas as normas regulamentadoras de segurança e medicina do trabalho, assim como estipulando os direitos e deveres do governo (nas três esferas: municipal, estadual e federal), dos empregadores e dos empregados. Observação As normas regulamentadoras (NRs) são anexos da CLT, principal documento da legislação trabalhista brasileira. 16 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I O médico do trabalho, ao encontrar um trabalhador doente, poderá optar por: tratá‑lo e curá‑lo, devolvendo‑o para o ambiente nocivo à saúde; tornar a encontrá‑lo depois de algum tempo com o mesmo problema; ou afastá‑lo definitivamente do ambiente nocivo para poupá‑lo da doença, mas isso acarretará desviá‑lo de sua profissão ou de seu meio de subsistência (FUNDACENTRO, 2004). Podemos entender que a medicina do trabalho está constituída por dois pilares: clínica e saúde pública. A atuação dessa área está orientada para a prevenção e a assistência do trabalhador vítima de acidente, doença ou incapacidade relacionados ao trabalho e, ainda, para a promoção da saúde, do bem‑estar e da produtividade dos trabalhadores, de suas famílias e da comunidade. De acordo com a Lei nº 6.514/77, em seu Capítulo V, nos artigos 157 e 158, podemos destacar os deveres da empresa e do empregado: Cabe às empresas: • cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; • instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; • adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; • facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Cabe aos empregados: • observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; • colaborar coma empresa na aplicação dos dispositivos deste capítulo. 1.4 Fatores de risco relacionados à segurança do trabalho Os estabelecimentos de trabalho possuem diversas situações de risco que são passíveis de provocar acidentes de trabalho. Dessa maneira, a avaliação dos fatores de risco nas diversas tarefas e nas operações do processo é de extrema relevância para a prevenção. De acordo com Saliba (2010), destacamos a seguir alguns dos fatores de risco que podem provocar os acidentes de trabalho. 17 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Fatores de risco que provocam acidentes de trabalho Eletricidade Máquinas e equipamentos IncêndiosTransporte, armazenamento e manuseio de materiais Figura 1 – Principais fatores de risco que podem provocar os acidentes de trabalho Vamos abordar cada um deles neste livro‑texto. • Eletricidade Os serviços que englobam o uso da eletricidade podem provocar acidentes, que, em sua maioria, são de natureza grave. O maior risco que envolve a eletricidade é o choque elétrico. Este ocorre quando uma corrente elétrica passa pelo corpo humano e a diferença potencial é capaz de vencer a resistência elétrica desse corpo. A NR 10 estabelece os requisitos e as condições mínimas a fim de estabelecer medidas de controle e sistemas preventivos, garantindo a segurança e a saúde dos trabalhadores, que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Vejamos algumas medidas de controle estabelecidas pela NR 10: 10.2.1 Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho. 10.2.2 As medidas de controle adotadas devem integrar‑se às demais iniciativas da empresa, no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente do trabalho. 10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção. 18 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I • Máquinas e equipamentos De acordo com o artigo 185 da CLT, as máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes de trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental. Máquinas e equipamentos, se não operados de maneira correta, dentro das normas de segurança e com as proteções coletivas adequadas, poderão conter diversas fontes de risco. Desse modo, a NR 12 ilustra o seguinte: Esta norma regulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NR aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis. • Incêndios A prevenção contra o incêndio envolve sobretudo a sua precaução e o combate ao fogo. A prevenção desse tipo de acidente é considerada sempre a parte mais importante para a segurança e a saúde ocupacional. O incêndio é o processo pelo qual se desenvolve uma reação de combustão. Para que ocorra o incêndio, são necessários três componentes: • energia ou calor; • combustível: substância que serve de campo de propagação do fogo, que, para se propagar, alimenta‑se de materiais como madeira, tecidos e produtos inflamáveis, como o solvente; • comburente: elemento ativador do fogo; o comburente natural do ambiente é o oxigênio. Exemplificamos a seguir os riscos de incêndio: • fumar em local não permitido; • instalação elétrica malfeita; 19 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL • lugares sujos e em desordem; • equipamentos que produzem faíscas. Agora vamos apresentar a classificação dos tipos de incêndio. Os incêndios são classificados de acordo com as características dos combustíveis. Devemos conhecer qual a natureza do material que está queimando para descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura. Para cada tipo de incêndio existe uma forma adequada. • Classe A — implicação de materiais sólidos inflamáveis de fácil combustão; — propriedades inflamáveis em superfície, em profundidade e que deixam resíduos, por exemplo, tecidos, madeira, papel, papelão, plásticos etc. Para efetuar a extinção, são necessários agentes refrigerantes ou abafadores com grande quantidade de água, por exemplo, extintores de incêndio de água pressurizada, de espuma ou pó químico ABC. Se a combustão estiver no início, poderão ser empregados os extintores de pó químico seco ou gás carbônico. • Classe B — incêndios em líquidos inflamáveis; — materiais gasosos; — produtos que queimam somente na superfície e não deixam resíduos, por exemplo, vernizes, óleos, graxas, gasolina e álcool. Para a extinção dos incêndios da classe B, pode ser feito o abafamento por espuma, por vapor ou por meio de neblina de água. Extintores de espuma ou pó químico BC, de CO 2 e ABC podem ser utilizados. • Classe C Os incêndios dessa categoria compreendem as combustões em equipamentos elétricos (por exemplo, corrente elétrica, motores, transformadores e quadros de distribuição. Para apagar o fogo, é preciso utilizar extintores que não conduzem corrente elétrica, como o gás carbônico e o pó químico seco. Não utilizar extintores à base de água para a classe C, pois a água é um condutor de corrente elétrica. 20 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I Caso a corrente elétrica esteja desligada, o combate ao incêndio pode ser realizado da mesma maneira que procedemos nas classes A e B. • Classe D — fogo em metais ou ligas metálicas pirofóricas que se inflamam espontaneamente; — elementos que se inflamam de forma natural, por exemplo, magnésio, titânio, zircônio, pó de alumínio e urânio. Para controlar o fogo, os agentes extintores a serem empregados são os de pós químicos especiais, pois isolam o metal combustível do ar, interrompendo a combustão. • Classe K É a classificação do risco de incêndio ao cozinhar com óleo vegetal e gorduras de origem animal. Sua extinção é feita por resfriamento e pelo efeito asfixiante da espuma. A norma regulamentadora responsável pela proteção contra incêndios é a NR 23, a qual dispõe que todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. Saiba mais Para saber mais sobre a proteção contra incêndios, leia: BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria GM nº 3.214, de 8 de junho de 1978. NR 23 – Proteção contra Incêndios. Brasília: MTE, 1978. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/index.php/seguranca‑e‑saude‑notrabalho/ normatizacao/normas‑regulamentadoras>. Acesso em: 3 maio 2016. Nesse momento, faz‑se necessário destacar como deve ser feito o transporte, o armazenamento e o manuseio de materiais. Nos locais de trabalho, é possível utilizar inúmeros equipamentos para transportar, empurrar, arrastar e levantar os diversos tipos de carga. É relevante dizer que, conforme a NR 11, esses utensílios devem ser dimensionados e construídos de maneira a oferecer garantias de segurança e resistência. O armazenamento possui suma relevânciana prevenção dos riscos nos locais de trabalho. De acordo com a NR 11, são estabelecidas regras para o armazenamento de materiais de maneira geral: 21 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL • o peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso; • o utensílio acondicionado deverá ser disposto a fim de evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergência etc.; • material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,50 m (cinquenta centímetros); • a disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação e o acesso às saídas de emergência; • o armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais para cada tipo de material. Entretanto, para resguardar substâncias perigosas, como inflamáveis e explosivos, deve‑se seguir o estipulado pela NR 20: 20.1.1 Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. Saiba mais Para saber mais a respeito do armazenamento de substâncias perigosas, inflamáveis e combustíveis, leia: BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego. Portaria MTE nº 1.079, de 16 de julho de 2014. NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis. Brasília: MTE, 2014b. Disponível em: <http:// www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR18/NR20.pdf>. Acesso em: 2 maio 2016. 2 ACIDENTE DE TRABALHO O acidente de trabalho é definido como uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe o processo ou nele interfere normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais. Devem ser evitadas e controladas por meio das várias técnicas prevencionistas. Do ponto de vista legal, considera‑se acidente de trabalho aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte, ou a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. 22 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I Como todos os eventos, os acidentes possuem uma ou mais causas e uma ou mais consequências. Sua prevenção consiste em eliminar as causas (diminuir os riscos), evitando sua ocorrência. A prevenção de acidentes ao trabalhador: • assegura qualidade de vida; • evita perda de rendimentos; • mantém sua autoestima; • melhora a execução do trabalho. Promove ao empregador: • ganhos de produtividade; • preservação da imagem da empresa perante a comunidade; • redução dos custos diretos e indiretos; • diminuição de processos trabalhistas; • menor rotatividade da mão de obra. Já para a sociedade e o governo: • menores encargos previdenciários; • imagem positiva da nação perante conselhos internacionais; • valorização do ser humano por meio de políticas públicas. Segundo a definição legal, conforme preceitua o art. 19 da Lei 8.213/91, acidente de trabalho: É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Em relação às consequências dos acidentes de trabalho, há aqueles que podem levar o trabalhador a se ausentar da empresa por apenas algumas horas, quando são chamados de acidente sem afastamento. Por exemplo, quando o acidente resulta apenas em um pequeno corte no dedo, e o funcionário retorna ao seu trabalho logo em seguida. 23 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Contudo, pode ser que o acidente impeça o indivíduo de exercer suas atividades por um período ou até mesmo de maneira definitiva. No caso de o trabalhador não conseguir retornar ao seu posto imediatamente ou até a jornada seguinte, temos o chamado acidente com afastamento, que pode resultar em: • incapacidade temporária: perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais; • incapacidade total e permanente: invalidez para o trabalho; • incapacidade parcial permanente: diminuição, para o resto da vida, da capacidade física total para o trabalho desenvolvido; é o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de uma vista. 2.1 Doença ocupacional Doença ocupacional refere‑se a doenças ligadas ao trabalho, tendo como conceito o conjunto de danos que incidem sobre a saúde do profissional (trabalhador) e que foram causados por fatores de risco que se encontram presentes nos locais de trabalho. Para um bom entendimento, citaremos algumas das principais doenças ocupacionais e suas causas: • LER/Dort (Lesão por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho): seu diagnóstico demanda atenção e cuidado especiais do trabalhador, já que costuma ser confundida com uma simples torção ou mau posicionamento. Causada por movimentos repetitivos ou por posturas inadequadas. • bissinose: é uma doença pulmonar que atinge trabalhadores da indústria algodoeira, por ser causada pela poeira das fibras de algodão, do linho ou do cânhamo. • dermatose ocupacional: causada por reações alérgicas cutâneas crônicas, recorrentes em profissionais que manuseiam graxa ou óleo mecânico. • câncer de pele: este tipo de lesão é um dos mais comuns da enfermidade. Poderá ser considerado uma doença ocupacional quando o trabalhador estiver condicionado à excessiva exposição ao sol em sua atividade profissional. • catarata: considerada doença ocupacional se a perda do cristalino (lente natural do olho) tiver relação direta com a exposição constante a altas temperaturas por conta do ambiente de trabalho. A catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo e no Brasil é considerada comum. • antracose: por inalarem diferentes agentes prejudiciais à saúde, os trabalhadores podem apresentar lesão pulmonar, podendo gerar problemas mais graves. Então, são imperiosos os 24 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I cuidados médicos imediatos e especiais. Os trabalhadores que têm contato direto com a fumaça do carvão constituem um exemplo. • doenças psicossociais: quando alguns problemas de ordem emocional (depressão) puderem estar relacionados a dificuldades encontradas no ambiente de trabalho (estresse, carga horária excessiva ou até mesmo desentendimento com colegas ou chefes), estes poderão ser considerados doenças ocupacionais. • surdez temporária ou definitiva: caracterizado pela perda da sensibilidade auditiva devido à exposição a ruídos constantes. Pode ser enquadrada como doença ocupacional, mas também pode tornar‑se irreversível, de forma lenta e silenciosa. Exemplos considerados são em relação aos operários do setor de construção, devido à utilização de equipamentos com alto índice de ruídos. Lembrete Acidente de trabalho ocorre no exercício do trabalho, provocando uma lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da função. A Lei nº 8.213/91 sofreu diversas modificações ao longo dos anos, sendo as mais significativas as Leis nº 9.032, de 28 de abril de 1995, e nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997. A lei subdivide as doenças ocupacionais em doenças profissionais e doenças do trabalho, como previsto no artigo 20, I e II: Art. 20. Consideram‑se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I – doença profissional, assim entendidaa produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II – doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I (BRASIL, 1997). • Doença profissional As doenças profissionais também são chamadas de “ergopatias” ou “doenças profissionais típicas”, produzidas ou desencadeadas pelo exercício profissional peculiar a determinada atividade. Caracteriza‑se pela exposição de um profissional a um agente ambiental comum a todos os outros profissionais que exercem a mesma atividade. 25 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Podemos citar como exemplo trabalhadores que atuam na mineração, que estão sujeitos à exposição ao pó de sílica. Então, esses profissionais possuem chance de contrair a silicose, doença considerada como a principal pneumoconiose no Brasil, causada por inalação de poeira de sílica livre cristalina (quartzo). Outro exemplo de doença profissional pode acometer trabalhadores que operam máquinas ou instrumentos com altos níveis de ruídos. Esses agentes estão sujeitos a adquirir uma doença auditiva. • Doença do trabalho As doenças do trabalho são também conhecidas como “mesopatias” ou “moléstias profissionais atípicas”, que são aquelas desencadeadas por conta de condições especiais pelas quais o trabalho é realizado. É caracterizada pela exposição do profissional a algum agente ambiental não comum a todos os outros profissionais da mesma atividade. Podemos citar como exemplo um administrador de empresa que exerce suas funções no ambiente de trabalho com a presença de altos níveis de ruído, ocasionando a perda auditiva. Este é um exemplo clássico de doença do trabalho. De acordo com o § 1º do artigo 20 da Lei nº 9.528, citado por Monteiro e Bertagni (2009), não são consideradas doenças ocupacionais: • Doença degenerativa Doença que tem como causa o desgaste normal do corpo humano. Contudo, pode ocorrer uma intensificação por condições especiais do trabalho ou até mesmo um agravamento pós‑traumático (exemplos: hérnia de disco ou artroses). O último caso apresentado pode ser reconhecido como uma doença do trabalho. • Doença inerente ao grupo etário Esta doença é considerada ligada diretamente à idade como fator determinante de sua ocorrência. A causa não decorre das atividades exercidas, mas sim da idade. Podemos citar como exemplo: a presbiacusia, a perda da acuidade auditiva iniciada a partir dos 30 anos, que é resultante da degenerescência das células sensoriais (BRANDÃO, 2009). • Doença que não produza incapacidade laborativa É a incapacidade funcional que é protegida, não a doença em si. Ou seja, este item inclui doenças que não atrapalham o exercício da função (trabalho). São considerados como exemplos os pequenos cortes, as luxações e as quedas. • Doença endêmica Doença adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Considera‑se 26 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I aquela doença que existe em local específico ou região de maneira constante. Entretanto, apenas será considerada ocupacional se resultar da exposição ou do contato direto em razão da peculiaridade do ofício. Um exemplo é a malária, que é endêmica em certas regiões do Brasil, ou seja, não pode ser classificada como doença ocupacional. Porém, caso um pesquisador contraia a malária devido à pesquisa realizada com trabalhadores que já possuam a doença, para este pesquisador será considerada uma doença ocupacional. Saiba mais Para ter acesso a Lei nº 8.213/91 na íntegra, leia: BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios de Previdência Social e dá outras providências. Brasília, 1991. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 3 maio 2016. De acordo com Saliba (2010), com o conceito prevencionista, acidente de trabalho é considerado uma ocorrência imprevista e indesejável relacionada ao trabalho. Assim, é importante que todos os acidentes sejam analisados e investigados, pois, quanto maior o número de quase acidentes ou acidentes‑lesões, maior a probabilidade de ocorrer acidente com lesão classificada como incapacitante ou fatal. Devido às conjunturas apresentadas, é vital que estudemos a Teoria de Heinrich. Em 1931, foi introduzida pela primeira vez a ideologia de acidentes com danos à propriedade (acidente sem lesão) em relação aos acidentes com lesão incapacitante. Herbert William Heinrich foi um americano pioneiro em segurança do trabalho. No estudo de Heinrich, é possível observar que, para cada acidente com lesão incapacitante, 29 acidentes eram considerados com lesões não incapacitantes, ou seja, lesões menores. Ainda, ocasionavam 300 acidentes sem lesões, com apenas danos à propriedade. Desse modo, podemos entender que o número de acidentes sem lesão, também classificados como quase acidentes, e acidentes com lesão não incapacitantes nos mostra a probabilidade do acidente mais grave. 27 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL 300 29 1 Acidentes com lesões incapacitantes Acidentes com lesões não incapacitantes Acidentes sem lesões Figura 2 – Teoria de Heinrich O acidente e a lesão são causados por algum fato anterior, nunca acontecem fortuitamente. Ocorrem porque o homem não se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então existem condições inseguras que comprometem a segurança do trabalhador. Os atos inseguros residem no fator humano. São decorrentes da não obediência às normas de segurança e podem ser conscientes ou inconscientes. • consciente: a pessoa conhece o perigo de seu procedimento, mas se arrisca; • inconsciente: o indivíduo ignora o perigo que está correndo, por isso pratica o ato inseguro. As condições inseguras são as causas dos acidentes do trabalho que advêm diretamente das condições do local ou ambiente de trabalho. Ocorrem por falhas técnicas ou por alguns agentes ambientais que podem ocasionar acidentes. Relacionam‑se com os riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos. 2.2 Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT) De acordo com o Ministério da Previdência Social, a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto quanto uma doença ocupacional. Então, temos: • acidente de trabalho ou de trajeto: é o acidente ocorrido no exercício da atividade profissional a serviço da empresa ou no deslocamento residência‑trabalho‑residência, e que provoque lesão corporal ou perturbação funcional, causando a perda ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho ou, em último caso, a morte; • doença ocupacional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social (BRASIL, 1999). 28 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I A empresa possui obrigação de informar à Previdência Social o acidente de trabalho até o 1º dia útil seguinte de sua ocorrência, mesmo que não haja afastamento das atividades. Em caso de morte, essa comunicação deverá ser imediata. A empresa que não relatar o acidente de trabalho dentro do prazo legal determinado estará sujeita à aplicação de multa, conforme disposto nos artigos 286 e 336 do Decreto nº 3.048/99. Art. 286. A infração ao disposto no art. 336 sujeita o responsável à multa variável entre os limites mínimo e máximo dosalário de contribuição, por acidente que tenha deixado de comunicar nesse prazo. § 1º Em caso de morte, a comunicação a que se refere este artigo deverá ser efetuada de imediato à autoridade competente. § 2º A multa será elevada em duas vezes o seu valor a cada reincidência. § 3º A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocorrência da primeira comunicação feita fora do prazo estabelecido neste artigo, ou não comunicada, observado o disposto nos arts. 290 a 292. Art. 336. Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à Previdência Social o acidente de que tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei nº 8.213, de 1991, ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena da multa aplicada e cobrada na forma do art. 286. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) § 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. § 2º Na falta do cumprimento do disposto no caput, caberá ao setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social comunicar a ocorrência ao setor de fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida. § 3º Na falta de comunicação por parte da empresa, ou quando se tratar de segurado especial, podem formalizá‑la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo. (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) § 4º A comunicação a que se refere o § 3º não exime a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto neste artigo. [...] 29 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Essa comunicação objetiva dar ciência para a Previdência sobre o acidente ocorrido, para fins de concessão de um possível benefício, evitando o prejuízo ao trabalhador. Para proteger o trabalhador, caso a organização não envie a comunicação, a lei determina que o próprio trabalhador pode formalizá‑la, assim como os seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o atendeu ou qualquer autoridade pública, o que não exclui a possibilidade da aplicação da multa à empresa. O registro da CAT pode ser feito de duas maneiras: • On‑line: o INSS disponibiliza um aplicativo que permite o registro de forma on‑line, desde que preenchidos todos os campos obrigatórios. Através do aplicativo, também será possível gerar o formulário da CAT em branco para, em último caso, ser feito de forma manual. • Através de uma agência do INSS: nas situações em que não é possível o registro da forma on‑line, para que a entidade não esteja sujeita à aplicação da multa por descumprimento de prazo, o registro da CAT poderá ser feito em uma das agências do INSS. Nesse contexto, é preciso destacar os procedimentos que devem ser adotados em caso de diagnóstico de doença que estão relacionados ao trabalho. Para trabalhadores inseridos no mercado formal de trabalho, vejamos o que deve ser feito: • acompanhar a emissão da CAT pelo empregador; • preencher o item II da CAT, referente a informações sobre diagnóstico, laudo e atendimento; • encaminhar o trabalhador para perícia do INSS, fornecendo‑lhe o atestado médico referente ao afastamento do trabalho dos primeiros quinze dias; • orientar sobre direitos trabalhistas e previdenciários (BRASIL, 1999). 2.3 Medidas de controle As medidas de controle são consideradas ações impostas pela empresa com o objetivo de diminuir os riscos que podem ser ocasionados no ambiente de trabalho. Dessa maneira, podemos entender que o controle dos riscos que podem ser encontrados no ambiente de trabalho é vital para a saúde do trabalhador. Se o funcionário tiver alguma doença ocupacional, será afastado do trabalho, um prejuízo para ele e para a empresa. Dominar os Programas de Segurança e Saúde do Trabalho é fundamental. Além do conhecimento dos agentes de risco que podem estar relacionados no ambiente de trabalho, devemos nos informar sobre as medidas de controle para impedir que esses agentes de risco causem doenças ocupacionais. Nesse quadro, destacam‑se duas medidas de controle relevantes: os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC). 30 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I 2.3.1 Equipamento de Proteção Individual (EPI) Os EPIs são cruciais para a proteção do profissional da área da saúde. Devem ser fornecidos com a devida orientação para que sejam utilizados de forma correta. De acordo com a NR 6, os EPIs destinam‑se a proteger a integridade física do trabalhador durante a atividade profissional. Houve muitas alterações e atualizações ao longo dos anos nessa norma. A última abordagem foi sobre a proteção contra agentes químicos. A função dos EPIs é neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do trabalhador que o utiliza, evitando lesões ou minimizando a sua gravidade. A NR 6 possui sua existência jurídica respeitada através dos artigos 166 e 167 da CLT, os quais descrevem e estabelecem a relação dos tipos de EPI que as empresas estão obrigadas a fornecer para seus funcionários, de acordo com as condições que o trabalho necessite, com o objetivo de proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Os respectivos artigos expõem o seguinte: Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art. 167 – O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. A NR 6 discute temas atuais e bem relevantes a respeito dos EPIs. Em relação às obrigações do empregador, destaca: • adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco; • fornecer EPI aprovado pelo MTE; • oferecer treinamento ao trabalhador; • tornar obrigatório seu uso; • substituir imediatamente qualquer material danificado. 31 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Acentua as seguintes obrigações do empregado: • usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; • responsabilizar‑se por sua guarda e conservação; • avisar para o empregador quando o EPI está impróprio para o uso; • equipamento de uso individual; • uso coletivo inadequado: higiene e proteção. Além dos EPIs, para que as atividades de saúde ocorram de maneira segura, elas devem ser organizadas. Ainda, é preciso adequar as condições de trabalho. Para tal, inserem‑se medidas de controle, objetivando a disposição estrutural e operacional, realizando a avaliação dos riscos ambientais. Apenas com o intuito de ressaltar, o EPI não deverá ser comercializado ou ser inserido para a venda sem antes conseguir o Certificado de Aprovação (CA). Este CA deverá possuir um prazo de validade de acordo com o que se estipula na NR 6: 6.9.1 Para fins de comercialização, o CA concedido aos EPI terá validade: (alterado pela Portaria SIT/DSST 194/2010) a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do Sinmetro; b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do Sinmetro, quando for o caso. c) de 2 (dois) anos, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, medianteapresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado por 24 (vinte e quatro) meses, quando se expirarão os prazos concedidos (redação dada pela Portaria 33/2007); (Alínea excluída pela Portaria SIT/ DSST 194/2010). d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no 32 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação. (Alínea excluída pela Portaria SIT/DSST 194/2010). Saiba mais Para se inteirar dos pormenores da NR 6, leia: BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria SIT nº 292, de 8 de dezembro de 2011. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI. Brasília, 2011g. Disponível em: <http://www.mtps.gov.br/images/Documentos/SST/ NR/NR6.pdf>. Acesso em: 30 abr. 2016. 2.3.2 Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) Os EPCs dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Precisam ser providenciados e mantidos pela empresa. Representam equipamentos de proteção pertencentes à infraestrutura predial, tais como ventilação dos locais de trabalho e sistema de exaustão, utilização de pisos e paredes adequadas às necessidades do local de trabalho, sistema de gás encanado, proteção nas escadas (corrimão, antiderrapante), aterramento elétrico, enclausuramento acústico de fontes de ruído, saídas de emergência, entre outros. Os EPCs também são empregados no trabalho rotineiro de algumas áreas, como instalação de chuveiros de emergência e lava‑olhos, proteção de máquinas e equipamentos e de suas partes móveis, existência de cabine de segurança biológica, capelas químicas, cabine para histologia, cabine para manipulação de radioisótopos e kit de primeiros socorros. Incluem equipamentos de proteção contra incêndios, como extintores, mangueiras, portas corta‑fogo, sprinkles (sistema de segurança que, por meio da elevação de temperatura, produz fortes borrifos de água no ambiente – borrifador de teto), manta ou cobertor (para abafar ou envolver a vítima de incêndio, confeccionado em lã ou algodão grosso, não devendo ser constituídos de fibras sintéticas). • Cabine de segurança de uso geral: — capela: indispensável em qualquer laboratório; — velocidade de exaustão: verificado periodicamente; — exaustor: substâncias químicas ou partículas. 33 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL • Cabine de segurança nível 2: — robusta; — revestimento interno: resistente a produtos químicos; — ruído máximo: 70 dB; — iluminação: 300 lux. • Cabine de segurança para gases: — substâncias químicas com reações explosivas ou gases; — revestida de aço inoxidável; — filtro Hepa A3 – carvão ativado; — retém aerossóis e os odores gerados; — possui sistema hidráulico. • Cabine de fluxo laminar: — sistema eletromecânico: filtro Hepa (filtro de partículas aéreas de alta eficiência); — unidirecional; — velocidade reduzida; — fluxo horizontal ou vertical; — eficiência de, no mínimo, 99,97%; — partícula de até 0,3 micras. • CSB (Cabine de Segurança Biológica) de fluxo horizontal — cabine de fluxo laminar; — amostra não patogênica; — pequenos procedimentos indicados para proteção da amostra; — dispositivo de controle simplificado. 34 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I • Cabine de fluxo laminar fluxo vertical — amostras ou produtos patogênicos; — filtro absoluto: livre de partículas e micro‑organismos de até 0,2 micras; — CSB I, II e III. • Equipamentos de segurança: — chuveiros de segurança (acionamento manual ou automático): acidentes com produtos químicos, material biológico ou vestimentas em chamas; — lavadores de olhos: acionado manual ou automaticamente; — equipamentos de proteção contra incêndios; — cones sinalizadores (sinalização de áreas de trabalho). • Equipamento de proteção para organismos geneticamente modificados — NB1: dispositivo mecânico para pipetagem, associado a uniforme e avental – luvas e óculos de proteção; — NB2: CSB (capela) + EPI completo; — NB3: CSB + EPI (máscaras faciais ou respiradores); — NB4: dependendo da necessidade, CSB classes II ou III – pipetas mecânicas ou automáticas. É importante que todos conheçam o local onde ficam guardados os equipamentos e que saibam manipulá‑los corretamente. Lembrete Para que ocorra segurança no trabalho, devemos organizar atividades, adequar as condições de trabalho, inserir medidas de controle, objetivar a organização estrutural e operacional e realizar avaliação dos riscos ambientais. 35 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL Observação Os EPCs devem ser providenciados e mantidos pela empresa, que também deve fornecer o treinamento adequado para o uso desses equipamentos. 3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) Antes de nos aprofundarmos a respeito da Cipa, devemos acentuar alguns pontos da CLT. A CLT é considerada a principal norma legislativa brasileira no que tange ao direito do trabalho e ao direito processual do trabalho. Foi criada pelo Decreto‑Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando toda a legislação trabalhista existente no Brasil. Irrompe como necessidade institucional após a criação da Justiça do Trabalho, em 1939. Ela é chamada de Consolidação das Leis Trabalhistas, em vez de Código das Leis Trabalhistas, porque seu objetivo foi apenas reunir a esparsa legislação trabalhista já existente na época, consolidando‑a. Como anexos da CLT, as NRs regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados a medicina e segurança no trabalho no Brasil e são de observância imprescindível a todas as empresas. A Cipa é considerada um instrumento de que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção de acidentes do trabalho, das condições do respectivo ambiente e de todos os aspectos que afetam sua saúde e segurança. Essa comissão é regulamentada pela CLT, nos artigos 163 a 165, e pela NR 5, promulgada pela Portaria GM nº 3.214, de 8 de junho de 1978. A NR 5 trata da obrigatoriedade quanto à instalação da Cipa e à sua manutenção para regular seu funcionamento nas empresas. Dispõe sobre a prevenção de acidentes, doenças decorrentes do trabalho, preservação da vida e promoção da saúde do trabalhador. O objetivo da Cipa é prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho. As organizações devem constituir a Cipa de acordo com a atividade econômica e o número de funcionários. Sua formação é obrigatória para todas as empresas. Tal comissão é responsável por tratar de questões sobre a segurança do trabalho de todos os trabalhadores, independentemente do vínculo empregatício. Por exemplo, entidades públicas que tenham funcionários estatutários (concursados), celetistas, terceirizados e autônomos em seu quadro de funcionários, todos eles são cobertos pela ação da Cipa. A composição da Cipa deverá seguir a solicitação do Quadro I da NR 4 (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), de maneira a cumprir com as regras de acordo com o número total de empregados e o grau de risco de atividade; também deve seguir o Quadro I da NR 5 (Dimensionamento de Cipa), com o objetivo de observar se o estabelecimento de trabalho se encaixa nas observações desse quadro. 36 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I A NR 5 faz diferenciação entre trabalhadorese empregados. Empregados são aqueles que têm algum tipo de vínculo de emprego, e trabalhadores são todos os indivíduos que executam atividades dentro da empresa, o que inclui os terceirizados e prestadores de serviço. A Cipa tem mandato de um ano. Possui um número igual de representantes do empregador (indicados pela empresa) e de representantes dos empregados (eleitos). O empregador deve proporcionar aos membros da Cipa os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. Já os empregados devem: • colaborar com a gestão da Cipa; • indicar situações de risco e apresentar sugestões para melhoria das condições de trabalho; • observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. O presidente da Cipa deve ser escolhido pela empresa dentre os membros por ela indicados, e o vice‑presidente da comissão deve ser eleito dentre os representantes eleitos titulares. Cabe ao presidente e ao vice‑presidente da Cipa mediar conflitos, elaborar o calendário de reuniões ordinárias e constituir comissão eleitoral para regular o processo de eleição da Cipa subsequente. Quem elabora as atas das reuniões ordinárias é o secretário. Quando o estabelecimento não se enquadra na obrigatoriedade de constituição de Cipa, é exigida a designação de uma pessoa com o treinamento específico para desempenhar suas atribuições. A organização que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos deverá garantir a integração das Cipas e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho. As entidades instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, por meio de membros de Cipa ou designados, mecanismos de integração a fim de promover o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo, podendo contar com a participação da administração do local. Observação As normas regulamentadoras (NRs) são anexos da CLT, principal documento da legislação trabalhista brasileira. 37 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL 3.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) O SESMT é composto de profissionais com formação na área prevencionista. Tais indivíduos são responsáveis, entre outras tarefas, por aplicar o conhecimento técnico em benefício da qualidade do ambiente de trabalho. É estabelecido no artigo 162 da CLT e regulamentado pela NR 4. A obrigatoriedade dos SESMT pode ser encontrada no artigo 162 da CLT: Art. 162 – As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) Parágrafo único – As normas a que se refere este artigo estabelecerão: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior; (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho nas empresas. (Incluída pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) A seguir vamos destacar alguns pontos de maior relevância da NR 4: 4.1. As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão, obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. De acordo com a NR 4, os SESMT deverão ser integrados pelo médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho. 38 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 Unidade I 4.4.1. Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os integram comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos: (Alteração dada pela Portaria MTE 590/2014) a) engenheiro de segurança do trabalho – engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós‑graduação; b) médico do trabalho – médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós‑graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina; c) enfermeiro do trabalho – enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós‑graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem; d) auxiliar de enfermagem do trabalho – auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação; e) técnico de segurança do trabalho: técnico portador de comprovação de registro profissional expedido pelo Ministério do Trabalho. Essa composição do SESMT deverá ser dimensionada de acordo com o grau de risco e o número de trabalhadores da empresa. Quando se tratar de empreiteiras ou prestadores dee serviço, ressalta‑se que essa regra de dimensionamento deverá ser seguida de acordo com o grau de risco sob o qual a prestação de serviço será executada. Lembrete O SESMT é formado por profissionais da área da saúde, que possuem como função principal proteger a integridade física dos trabalhadores dentro das empresas. 39 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 03 /0 6/ 20 16 SAÚDE OCUPACIONAL De acordo com a NR 4, apresentaremos as atribuições dos profissionais que integram o SESMT: a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos ali existentes à saúde do trabalhador; b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exija; c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa, exercendo a competência disposta na alínea “a”; d) responsabilizar‑se tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou seus estabelecimentos; e) manter permanente relacionamento com a Cipa, valendo‑se ao máximo de suas observações, além de apoiá‑la, treiná‑la e atendê‑la, conforme dispõe a NR 5; f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho
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