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TDE - Contraditório em Embargos de Declaração

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Instruções para TDE 
1 – O TDE deverá ser realizado individualmente, será considerado atividade regular da 
disciplina (para fins de pontuação) e deverá ser protocolado no ambiente Blackboard até o prazo 
previsto no Plano de Ensino. Após essa data, ainda que haja protocolo tardio, será atribuída nota 
0 (zero); 
2 – A elaboração do TDE deverá se basear no caso base fornecido para a elaboração da petição 
recursal de Embargos de Declaração (novamente indicado abaixo), bem como a própria petição 
de Embargos de Declaração elaborada pelos alunos em aula; 
3 – Serão objeto de análise avaliativa: (a) a adequação do conteúdo da petição; (b) a 
regularidade formal (requisitos legais) e (c) regularidade estética e organização da petição. 
Caso base: 
Rovilson Machado é servidor público municipal (diretor de creche infantil ligada à Secretaria de 
Educação de Londrina) e sempre foi cumpridor pontual de suas obrigações. 
Determinada ocasião, recebeu uma mensagem SMS informando a existência de débito em seu 
nome, relativa a um cartão de crédito do Banco CTL S.A., sediado em São Paulo(SP). Sem 
compreender a cobrança, visto que nunca teve qualquer relação com o referido banco, entrou em 
contato com o SAC da instituição e soube pela atendente que se tratava de dívida de R$ 
24.000,00 relativa às operações realizadas com o cartão de crédito nº 1256, emitido em 
20/05/2020 em seu nome. Por força desse contato, obteve cópia da fatura e notou que todas as 
operações haviam sido realizadas em São Paulo e, ainda, embora constasse o seu nome e CPF, o 
endereço do titular do cartão era Americana(SP). 
Dias depois, ao tentar comprar itens pessoais em loja de Londrina, tomou conhecimento de que 
seu nome estava inscrito no SERASA, razão pela qual foi compelido ao pagamento à vista 
como condição para a compra pretendida. 
Diante disso, Rovilson registrou boletim de ocorrência no intuito de se resguardar, encaminhou 
ao banco para cancelamento da dívida, no que não foi atendido pela instituição financeira. 
Durante exatos 09 meses tentou, sem êxito, resolver a situação diretamente com o banco. 
Transtornado com toda essa situação, Rovilson o contratou para o ajuizamento de Ação em que 
se buscou: (a) a declaração de inexistência da dívida em vista da emissão fraudulenta do cartão 
de crédito em seu nome; (b) a indenização pelos danos morais sofridos em virtude da indevida 
negativação do autor e a restrição a crédito; (c) a indenização pela perda do tempo útil, visto que 
o autor realizou uma série de providências para resolver administrativamente o problema, como 
ligações, e-mails e mensagens, boletim de ocorrência e protocolo de documentos no SERASA. 
O autor pagou integralmente as custas iniciais. 
Após contestação do Banco CTL S.A., o juiz da 15ª Vara Cível de Londrina julgou 
antecipadamente o mérito (art. 355/CPC), por suficiente a prova documental contida nos autos, 
proferindo a seguinte sentença: 
“(...). 
PUCPR – CAMPUS LONDRINA – CURSO DE DIREITO 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE PRÁTICA CÍVEL I 
Profª. Drª. Maria Celia Nogueira Pinto Bzuneck 
Período: 8º Período 
Atividade TDE – Trabalho Discente Efetivo 
Estudante__________________________________________ 
É o relatório. Passo a decidir. 
Conforme decisão de saneamento, o CDC é aplicável ao caso concreto. Nesse sentido, a 
responsabilidade dos fornecedores de produtos ou serviços é solidária e objetiva (CDC, art. 14, 
caput, c/c art. 25, § 1º). Nesta linha de raciocínio, incumbe ao réu (fornecedor) a prova de que: 
(a) prestado o serviço, o defeito inexiste; ou (b) houve culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiros. A par disso, a Súmula 479 do STJ dispõe que: “As instituições financeiras respondem 
objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados 
por terceiros no âmbito de operações bancárias”. 
Nos autos, o autor afirmou ter sido vítima de fraude praticada por terceiros, pois a dívida 
impugnada na inicial teve origem em cartão de crédito (nº 1256) supostamente não contratado. 
A inicial foi instruída com cópia do boletim de ocorrência, e documentos evidenciando tanto as 
cobranças, quanto a oposição administrativa das faturas junto ao réu. 
O réu, por outro lado, não demonstrou a regularidade da obrigação questionada na inicial. Em 
contestação, apenas afirmou ter adotado as providências para minimizar os danos. Em suma, 
não houve impugnação específica aos fatos alegados pelo autor (CPC, art. 341, caput), mesmo 
após a decisão que inverteu o ônus da prova (CPC, art. 373, § 1º e CDC, art. 6º, VIII). 
Diante deste cenário, e com base nas premissas jurídicas firmadas, conclui-se que restou 
caracterizada a falha nos serviços prestados pelo réu, sobretudo ante a ausência das hipóteses 
legais que elidem a responsabilidade dos fornecedores (CDC, art. 14, § 3º). 
Em consequência, impõe-se a declaração de inexigibilidade da obrigação impugnada, na forma 
do dispositivo. 
Quanto à pretensão indenizatória pela perda do tempo útil, não assiste razão ao autor, visto 
que não restou demonstrado que as diligências realizadas por ele tenham comprometido o 
desenvolvimento das suas atividades regulares e nem que tenha havido demora no atendimento 
ao consumidor, a ponto de justificar a incidência da teoria da perda do tempo útil. 
Nesse contexto, a situação comporta indenização por danos extrapatrimoniais pedida. 
Dispositivo: 
Do exposto, julgo parcialmente procedentes os pedidos formulados na inicial (CPC, art. 487, 
I), a fim de tão somente declarar a inexigibilidade da dívida impugnada, porquanto inexistente. 
Julgo improcedente, todavia, o pedido indenizatório pela perda do tempo útil (CPC, art. 487, 
I). 
Ante a sucumbência recíproca (CPC, art. 86, caput), determino o rateio das custas processuais 
em 50% para cada uma das partes, bem como fixo honorários advocatícios em R$ 1.000,00 
para os patronos de autor e réu. 
A sucumbência em face do autor fica suspensa, por se tratar de beneficiário da assistência 
judiciária (CPC, art. 98, § 3º)”.

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