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ACÓRDÃO FAVORÁVEL - CRETA-SE - 0502651-76 2020 4 05 8501S

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PODER JUDICIÁRIO
INFORMACÕES SOBRE ESTE DOCUMENTO NUM. 48
Nr. do Processo 0502651-76.2020.4.05.8501S Requerente GENUZA COSTA NUNES
Data da Inclusão 07/07/2021 15:39:47 Requerido
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF e
outros
Última alteração
FÁBIO CORDEIRO DE LIMA às
07/07/2021 15:39:47
Juiz(a) que validou FÁBIO CORDEIRO DE LIMA
Tipo de Documento
para o CNJ Outros documentos
Processo n.º 0502651-76.2020.4.05.8501
VOTO-EMENTA
[RESUMO: CONCESSÃO DE AUXÍLIO EMERGENCIAL. RECURSO PROVIDO]
Demanda: proposta pela parte autora em face da União-AGU, Caixa Econômica Federal – CEF e EMPRESA DE
TECNOLOGIA E INFORMAÇÕES DA PREVIDÊNCIA – DATAPREV visando o recebimento das parcelas do
auxílio emergencial, em que alegou o seguinte: 
(...)
O meu requerimento do auxílio emergencial, cujo qual foi feito automaticamente em razão de ser
beneficiária do bolsa família, foi indeferido alegando que possuo vínculo de emprego formal, todavia o
motivo do indeferimento é incabível haja vista que os últimos vínculos empregatícios que tive já foram
encerrados, sendo eles com a empresa ISERCON SERVIÇOS ECONSTRUÇÕES, o qual teve início em
01/06/2017 e encerrou em 31/07/2018 e com o MUNICÍPIO DECARIRA, com duração de apenas 1 (um)
mês, iniciando-se em 01/06/2009 e encerrado em01/07/2009. Sendo assim, estou desempregada
desde2018, preenchendo todos os critérios para o recebimento das parcelas do auxílio financeiro para
família monoparental.(...)
Necessidade de celeridade. Julgamento com base em informações de
bancos públicos. Contraditório mitigado.
As questões envolvendo sobre o auxílio emergencial necessitam uma solução
urgente: 1) envolve o contexto de pandemia em que houve a paralisação de
atividades econômicas; 2) a verba possui a natureza alimentar. Em diversos
casos, o julgamento ocorrerá a partir de informações extraídas em bancos
públicos em que as partes possuem a possibilidade de conhecimento potencial
do conteúdo, já que partes possuem a possibilidade de acesso. Nesta situação,
entendo que o julgamento pode ocorrer sem a necessidade de intimar as partes
de eventual documento juntado, ressalvando a necessidade de esclarecimento
adicional.
Nos casos em que for concedido por tutela de urgência, poderá levar ao prejuízo
do processo originário nos casos em que a União não demonstrar mais
resistência/interesse em continuar discutindo a matéria. Em caso de a União
entender que não há mais controvérsia que informe expressamente o
desinteresse de continuar discutindo a questão.
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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Auxílio emergencial. Regime da Lei 13.982/2020.
O auxílio emergencial foi instituído através da Lei n.º 13.982/2020, em
caráter de urgência, para mitigação dos efeitos socioeconômicos resultantes da
pandemia do coronavírus, sobretudo na renda de quem não possui emprego
formal ativo ou quem não recebe qualquer benefício com recursos públicos.
A Lei n.º 13.982/20 entrou em vigor na data de sua publicação [02.04.2020],
sendo regulamentado pelo Decreto 10.316/2020.
Requisitos
São requisitos previstos no art. 2º da Lei n.º 13.928/20 para o recebimento do
auxílio emergencial:
1 maior de 18 (dezoito) anos de idade, salvo no caso de mães adolescentes; 
(Redação dada pela Lei nº 13.998, de 2020)”
Art. 2º, VI do Decreto nº 10.316/2020: “mãe adolescente - mulher com idade de
12 a 17 anos que tenha, no mínimo, um filho”. 
(art. 2º, I da Lei 13.982/2020 c/c Art. 2º, VI do Decreto nº 10.316/2020)
2 Receber programa bolsa família ou estar inscrita no CAD Único.
- Quem recebe Bolsa Família poderá receber o Auxílio Emergencial, desde que
seja mais vantajoso. Neste período o Bolsa Família ficará suspenso.
· Lei n.º 13.982/20, Art. 2º (omissis), § 2º - Nas situações em que for mais vantajoso, o
auxílio emergencial substituirá, temporariamente e de ofício, o benefício do Programa
Bolsa Família, ainda que haja um único beneficiário no grupo familiar. (Redação dada
pela Lei nº 13.998, de 2020)
- O bolsa família é excluído para qualquer efeito do cálculo da renda familiar
mensal
· Lei n.º 13.982/20, Art. 2º (omissis), § 7º Não serão incluídos no cálculo da renda familiar
mensal, para efeitos deste artigo, os rendimentos percebidos de programas de
transferência de renda federal previstos na Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e
em seu regulamento.
- a base de dados será utilizada até 02.04.2020
· Decreto 10.316/2020, Art. 9º (omissis), § 2º Para fins de pagamento das três parcelas do
auxílio emergencial para pessoas incluídas no Cadastro Único, será utilizada a base de
dados do Cadastro Único em 2 de abril de 2020, inclusive para as famílias beneficiárias
do Programa Bolsa Família, desconsideradas eventuais atualizações cadastrais
realizadas após esta data. (Incluído pelo Decreto nº 10.398, de 2020)
Perguntas e respostas:
Os beneficiários precisam se inscrever?
Não. Para os trabalhadores incluídos em famílias beneficiárias do PBF e
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13998.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
famílias inscritas no Cadastro Único até 02/04/2020, a concessão do auxílio
será automática. Se o cadastrado foi feito após 02/04/2020, será necessário
solicitar o auxílio no site ou aplicativo da CAIXA.
E se o Cadastro estiver desatualizado?
As famílias que se inscreveram no Cadastro Único até 02/04/2020 e que
cumprem com os requisitos para receber o auxílio não precisa estar com o
cadastro atualizado para receber o auxílio. Desde que atenda às regras do
Auxílio, quem já está inscrito no Cadastro Único, ou recebe o benefício do
Programa Bolsa Família, receberá o auxílio automaticamente.
Quem está inscrito no Cadastro Único, mas não integra o Programa Bolsa
Família, tem direito?
Quem está no Cadastro Único e se enquadra no perfil para receber o auxílio
emergencial terá direito, desde que atenda às regras do Auxílio Emergencial.
OU
3 Situação profissional:
Desempregado ou exercer atividade na condição de:
1) microempreendedor individual (MEI);
2) contribuinte individual que contribua na alíquota de 20% (Art. 21, caput da
Lei 8.212/91) ou 11% (Art. 21, § 2º, I da Lei 8.212/91).
· Aqui se inclui o contribuinte facultativo, inclusive o facultativo de baixa renda.
3) trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de
qualquer natureza, inclusive o intermitente inativo, inscrito no Cadastro Único
para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março
de 2020, ou que, nos termos de autodeclaração
- Lei n.º 13.982/2020, Art. 2º, VI
- Decreto 10.316/2020, Art. 2º, II - trabalhador informal - pessoa com idade
igual ou superior adezoito anos que não seja beneficiário do seguro
desemprego e que:
a) preste serviços na condição de empregado, nos termos do disposto no art.
3º da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1943, sem a formalização do contrato de trabalho;
b) preste serviços na condição de empregado intermitente, nos termos do
disposto no § 3º do art. 443 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, sem a formalização do contrato de
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trabalho;
c) exerça atividade profissional na condição de trabalhador autônomo; ou
d) esteja desempregado;
III - trabalhador intermitente ativo - empregado com contrato de trabalho
intermitente formalizado até a data de publicação da Medida Provisória nº 936,
de 2020, ainda que não perceba remuneração;
4 Requisito negativo: Não possuir renda proveniente de emprego formal ativo,
assim entendido: 1) vínculo regido pela CLT; 2) agente público,
independentemente da natureza do vínculo com a Administração (art. 2º, II e §
5º da Lei 13.982/2020 c/c Art. 2º, I do Decreto n.º 10.316/2020).
5 Não receber benefício oriundo de recursos públicos (benefício previdenciário
ou assistencial, seguro-desemprego, programa de transferência de renda
federal), ressalvado o Programa Bolsa Família (art. 2º, III da Lei
13.982/2020). Vide item 1
6 Lei 13.982/2020, art. 2º, IV - renda familiar mensal per capita seja de até 1/2
(meio) salário-mínimo (R$ 522,50) ou a renda familiar mensal total seja de até
3 (três) salários mínimos (R$ 3.135,00).
· Lei 13.982/2020, Art. 2º(omissis)
§ 6º A renda familiar é a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os membros da
unidade nuclear composta por um ou mais indivíduos, eventualmente ampliada por outros
indivíduos que contribuam para o rendimento ou que tenham suas despesas atendidas por
aquela unidade familiar, todos moradores em um mesmo domicílio.
§ 7º Não serão incluídos no cálculo da renda familiar mensal, para efeitos deste artigo, os
rendimentos percebidos de programas de transferência de renda federal previstos na Lei
nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e em seu regulamento.
§ 8º A renda familiar per capita é a razão entre a renda familiar mensal e o total de
indivíduos na família.
· Decreto 10.316/2020, Art. 7º
§ 7º Para fins de verificação da composição familiar para análise da elegibilidade ao
recebimento do auxílio emergencial, será utilizada a base do Cadastro Único em 2 de
abril de 2020. (Incluído pelo Decreto nº 10.398, de 2020)
§ 8º Eventuais atualizações de dados governamentais que impliquem a melhoria do
processo de elegibilidade serão disciplinadas em ato do Ministro de Estado da
Cidadania. (Incluído pelo Decreto nº 10.398, de 2020)
7 Não receber rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano de 2018.
Enquadrado na faixa de isenção do Imposto de Renda no Exercício
2019/Ano-calendário 2018.
· Lei 13.982/2020, Art. 2º (omissis), V - que, no ano de 2018, não tenha recebido
rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte e oito mil, quinhentos e cinquenta e
nove reais e setenta centavos); e
8 Limitação de recebimento do auxílio emergencial por mais de dois membros do
grupo familiar
· Lei 13.982/2020, Art. 2º (omissis), § 1º O recebimento do auxílio emergencial está
limitado a 2 (dois) membros da mesma família.
Preferência de pagamento
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/decreto/D10398.htm#art1
· Decreto 10.316/2020,Art. 8º Para a verificação da limitação de pagamento do auxílio
emergencial a até dois membros da mesma família, terão preferência os trabalhadores:
I - do sexo feminino;
II - com data de nascimento mais antiga;
III - com menor renda individual; e
IV - pela ordem alfabética do primeiro nome, se necessário, para fins de desempate. 
9 Requisito específico para os Grupos 1 e 3 – inscrição e regularidade do
beneficiário no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF, exceto no caso de
trabalhadores incluídos em famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Família [Grupo 2].
No caso de pessoas abrangidas pelo Grupo 1, é obrigatório a inscrição
do CPF dos membros do grupo familiar, não se exigindo a regularidade.
· Decreto 10.316/2020, Art. 7º - Para verificar a elegibilidade ao recebimento do auxílio
emergencial ao trabalhador de qualquer natureza, será avaliado o atendimento aos
requisitos previstos no art. 3º.
§ 4º Para o recebimento do auxílio emergencial, a inscrição do trabalhador no Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF é obrigatória e a situação do CPF deverá estar regular junto à
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia, exceto no
caso de trabalhadores incluídos em famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Família.
§ 5º É ainda obrigatória a inscrição no CPF dos membros da família dos demais
trabalhadores não inscritos no Cadastro Único e não beneficiários do Programa Bolsa
Família.
Notícia: Presidente do STJ susta liminar que afastou exigência de regularização do CPF para o
auxílio emergencial << https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias
/Presidente-do-STJ-susta-liminar-que-afastou-exigencia-de-regularizacao-do-CPF-para-
o-auxilio-emergencial.aspx >>
É mister uma observação acerca da cumulatividade dos requisitos acima,
considerando a redação contida no caput do art. 2º da Lei nº 13.982/20: “Durante
o período de 3 (três) meses, a contar da publicação desta Lei, será concedido
auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais ao
trabalhador que cumpra cumulativamente os seguintes requisitos”.
A despeito de o legislador utilizar a expressão cumulativamente a indicar a
necessidade de preenchimento de todos os requisitos constantes nos
incisos I a VI e seus respectivos parágrafos, a realidade prática é outra, já
que: 1) há um grupo de pessoas beneficiárias do Bolsa Família que não exerce
qualquer atividade laborativa passível de enquadramento do inciso VI do art. 2º
da Lei nº 13.982/20 [“VI - que exerça atividade na condição de: a)
microempreendedor individual (MEI); b) contribuinte individual do Regime Geral
de Previdência Social que contribua na forma do caput ou do inciso I do § 2º
do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; ou c) trabalhador
informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza,
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21%C2%A72i.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21%C2%A72i.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21%C2%A72i.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21%C2%A72i.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21%C2%A72i.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8212cons.htm#art21%C2%A72i.
inclusive o intermitente inativo, inscrito no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos
termos de autodeclaração, cumpra o requisito do inciso IV.]; 2) há um grupo de
trabalhador que não possua emprego formal ativo que não estão inscritos no
Programa Bolsa Família.
Visando alcançar a melhor compreensão, não basta examinar o conteúdo da Lei
em si, mas a forma como a Administração operacionalizou o reconhecimento do
direito [elegibilidade] e o prazo e forma de pagamento [calendário].
A primeira divisão adotada pela Administração é quem está inscrito no
CADÚnico (Grupo 2 e 3) de quem está fora do CADÚnico (Grupo 1). Dentro de
quem está inscrito no CAD Único, subdivide-se em 2 subgrupos: 1) Grupo 2 –
Cidadãos inscritos no CAD Único e beneficiário do Programa Bolsa Família
(PBF); 3) Grupo 3 – Quem está inscrito no CAD Único e não é beneficiário do
Programa Bolsa Família.
O público elegível ao auxílio emergencial está subdividido em três grupos: 1)
Grupo 1 composto pelos microempreendedores individuais (MEIs), contribuintes
individuais (CIs) e trabalhadores informais, que têm realizado o seu cadastro pela
plataforma criada especificamente para o Auxílio Emergencial; 2) Grupo 2
composto por cidadãos inscritos no Cadastro Único do Governo (CadUnico) e é
beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF); 3) Grupo 3 composto por
aqueles inscritos no Cadastro Único do Governo (CadUnico), mas não são
beneficiários do PBF.
Lei 10.392/20, Art. 2º
VI - que exerça atividade na condição de:
c) trabalhador informal, seja empregado, autônomo ou desempregado, de qualquer natureza, inclusive o
intermitente inativo, inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal
(CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou que, nos termos de autodeclaração, cumpra o requisito do
inciso IV.
PORTARIA Nº 394, DE 29 DE MAIO DE 2020
Art. 3º Os fluxos relativos aos processos internos de trabalho para pagamento do auxílio emergencial serão
segregados de acordo com os seguintes grupos:
I - beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF);
II - beneficiários inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal
excetuando os indicados no inciso I;
III - demais beneficiários cadastrados via aplicativo da CEF não contemplados nos incisos anteriores; e
O meio preferencial para verificar a questão da renda familiar/grupo familiar são
as informações prestadas ao CADÚnico para as pessoas inscritas. Em não sendo
inscritas, pode ser por meio de auto declaração cujas informações serão
confrontadas com eventuais dados no CADÚnico e demais bases de dados.
Em razão disso, foi estabelecido o seguinte fluxo de trabalho:
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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1ª Etapa - Para o Grupo 1, a Caixa Econômica Federal encaminha os dados para a Dataprev; e para os
Grupos 2 e 3, o Ministério da Cidadania disponibiliza os dados do CadUnico para a Empresa.
2ª Etapa - A Dataprev executa os algoritmos definidos para o reconhecimento do direito, conforme
premissas impostas pelo Ministério da Cidadania.
3ª Etapa - Consiste na homologação do reconhecimento do direito propriamente dito. O Ministério da
Cidadania é responsável por esta etapa e, em havendo, necessidade de aprimoramento de regras e/ou
novas análises, solicita que a Dataprev execute processamento do mesmo lote, integral ou parcialmente.
Quando as informações são homologadas, o Ministério autoriza que a Dataprev envie as informações dos
requerimentos elegíveis, inelegíveis e inconclusivos para a Caixa.
4ª. Etapa - A Dataprev envia as informações para a Caixa.
5ª Etapa - A Caixa procede ao creditamento ou pagamento do auxílio emergencial na conta do beneficiário
considerado elegível.
Elegível é quem preenche os requisitos previstos na legislação. “Em caso de não
atendimento aos critérios dispostos na Lei nº 13.982, de 2020, o trabalhador será
considerado inelegível ao benefício” (Art. 3º (omissis), § 5º da PORTARIA Nº
351, DE 7 DE ABRIL DE 2020). Inconclusivo é para os casos em que a
Administração não chegou a uma conclusão acerca se o beneficiário é
elegível/inelegível, equivalendo a um verdadeiro non liquet.
Do fluxograma, verifica-se que: 1) Quem possui o poder de decisão final para o
reconhecimento do direito é a União, por intermédio do Ministério da Cidadania,
já que: 1.1) a DATAPREV é uma empresa contratada para prestar serviços
(averiguação dos critérios de elegibilidade) a União; 1.2) a CEF é um mero
agente pagador para operacionalização do pagamento aos beneficiários do
auxílio emergencial homologado pela União.
PORTARIA Nº 394, DE 29 DE MAIO DE 2020
Art. 2º Para fins do disposto nesta Portaria, considera-se:
II - agente operador: Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV), contratada
pelo Ministério da Cidadania para o tratamento de informações destinadas à geração da folha de
pagamento do auxílio emergencial;
III - agente pagador: Caixa Econômica Federal (CEF), contratada pelo Ministério da Cidadania para
operacionalização do pagamento do auxílio emergencial aos beneficiários;
PORTARIA Nº 351, DE 7 DE ABRIL DE 2020
Art. 3º A averiguação dos critérios de elegibilidade necessária ao pagamento do auxílio emergencial será
realizada pelo agente operador, conforme estabelecido em contrato, por meio do cruzamento das bases de
informações fornecidas pelos órgãos federais, (...)
§ 3º Os serviços realizados entre o agente operador e o Ministério da Cidadania para fins de averiguação
dos critérios de elegibilidade necessária para o pagamento do auxílio emergencial serão formalizados
mediante contrato de prestação de serviços.
Art. 6º Para a operacionalização do auxílio emergencial, a Dataprev poderá atuar como agente operador,
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conforme termos e condições estabelecidos em contrato a ser firmado com o Ministério da Cidadania,
podendo realizar, dentre outras estabelecidas em contrato, as seguintes atividades de tratamento das
informações que lhe forem disponibilizadas:
Deste quadro, extrai-se que a União é a parte legítima exclusiva para o
deferimento ou não do benefício (ela é quem atesta as análises efetuadas e
autoriza o pagamento), sendo conveniente em manter a CEF na lide para fins de
cumprimento do prazo do pagamento.
Art. 5º Compete à Secretaria Nacional do Cadastro Único (SECAD):
II - atestar os arquivos recebidos da DATAPREV com a base de dados referente aos beneficiários que
atenderam aos critérios de elegibilidade estabelecidos na Lei nº 13.982, de 2020, e no Decreto nº 10.316,
de 2020;
III - identificar eventuais inconsistências nas bases de dados fornecidas pela DATAPREV, a partir das regras
de elegibilidade aplicáveis aos públicos do PBF, do CadÚnico e dos solicitantes do auxílio pelo aplicativo,
pelo site ou quaisquer outros meios disponíveis para cadastramento, e gerar banco de dados com tais
registros
V - homologar os resultados das contestações aos auxílios negados após o processamento pela
DATAPREV;
VI - apurar irregularidades no processo de pagamento, quando verificadas;
VII - gerenciar, em conjunto com a Ouvidoria, denúncias de fraudesjunto aos órgãos
responsáveis pela apuração, quando houver; e
VIII - analisar e subsidiar demandas judiciais e administrativas (contestação).
Art. 6º Compete à Secretaria Especial de Desenvolvimento Social (SEDS):
I - enviar a base de beneficiários do PBF à DATAPREV, para a geração de lista de beneficiários elegíveis ao
auxílio emergencial;
II - proceder à suspensão do pagamento dos benefícios do PBF às famílias beneficiadas pelo auxílio
emergencial durante o período de pagamento deste, a partir da listagem de beneficiários elegíveis,
conforme dispõem o § 2º do art. 2º da Lei 13.982, de 2020, o Decreto nº 10.316, de 2020, e a Portaria/MC
nº 351, de 2020;
III - proceder o ateste de arquivos recebidos da DATAPREV com a base de dados referente ao público do
PBF, observadas as regras específicas aplicadas exclusivamente a esses beneficiários; e
IV - proceder o ateste das análises estatísticas para validação dos resultados referentes ao público do PBF
apresentados pela DATAPREV.
Parágrafo único. O ateste previsto nos incisos III e IV será realizado pela Secretaria Nacional de Renda e
Cidadania (SENARC) em conjunto com a SECAD.
Período limite para requerer o benefício: o auxílio emergencial pode ser
requerido até 02.07.2020 [3 meses contados da entrada em vigor da Lei nº
13.982/20].
Duração de pagamento: Inicialmente, o art. 2º da Lei nº 13.928/20 assegurou o
pagamento de 3 parcelas do auxílio emergencial durante 3 meses a contar da
publicação da Lei, contudo a Lei autorizou o Poder Executivo a prorrogá-lo por
mais alguns meses nos termos da lei aprovada [Art. 6º da Lei 13.982/20]. Com
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base no Art. 6º da Lei 13.982/20, o Poder Executivo editou o Decreto
10.412/2020 prorrogando o benefício por mais dois meses, passando o
beneficiário a ter direito a 05 parcelas.
No regime da Lei nº 13.928/20, independentemente da data de sua concessão,
serão pagas obrigatoriamente 05 parcelas do auxílio emergencial, podendo variar
a data em que foi reconhecido o direito em si. Isto porque, em alguns casos, há
beneficiários que tiveram o seu direito reconhecido em 04.2020 e começaram a
receber imediatamente no início do programa enquanto outros somente tiveram o
seu direito reconhecido nos meses subsequentes. Tal situação não produz
impactos no regime da Lei nº 13.928/20, contudo poderá vir a produzir efeitos
diversos no Auxílio Emergencial residual instituído pela Medida Provisória
nº 1.000, de 02.09.2020.
Lei 13.982/20, Art. 2º Durante o período de 3 (três) meses, a contar da publicação desta Lei, será concedido
auxílio emergencial no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais ao trabalhador que cumpra
cumulativamente os seguintes requisitos:
Decreto 10.316/20, Art. 3º O auxílio emergencial, no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais), será concedido
pelo período de três meses, contado da data de publicação da Lei nº 13.982, de 2020, ao trabalhador que,
cumulativamente:
§ 1º Serão pagas ao trabalhador três parcelas do auxílio emergencial, independentemente da data de
sua concessão.
Decreto 10.316/20, Art. 9º Serão pagas ao trabalhador três parcelas do auxílio emergencial,
independentemente da data de sua concessão, exceto em caso de verificação posterior, por meio de
bases de dados oficiais, do não cumprimento dos critérios previstos na Lei nº 13.982, de 2020, à época da
concessão. (Redação dada pelo Decreto nº 10.398, de 2020)
Lei 13.982/20, Art. 6º O período de 3 (três) meses de que trata o caput dos arts. 2º, 3º, 4º e 5º poderá ser
prorrogado por ato do Poder Executivo durante o período de enfrentamento da emergência de saúde
pública de importância internacional da Covid-19, definida pela Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.
Ø Decreto n.º 10.316/20, Art. 9º-A Fica prorrogado o auxílio emergencial, previsto no art. 2º da Lei nº
13.982, de 2020, pelo período complementar de dois meses, na hipótese de requerimento realizado
até 2 de julho de 2020, desde que o requerente seja considerado elegível nos termos do disposto na
referida Lei. (Incluído pelo Decreto nº 10.412, de 2020)
Valores a serem pagos
Regra geral: 3 quotas no valor de R$ 600,00. Poderá ser concedido auxílio
emergencial até duas pessoas por grupo familiar.
Exceção: A mulher provedora de família monoparental receberá 2 (duas) cotas
do auxílio [Art. 2º, § 3º da Lei n.º 13.982/2020], ou seja, R$ 1.200,00 por mês,
independentemente de haver outro membro familiar habilitado a receber o auxílio
emergencial.
Aplicando-se as regras anteriores acima, tem-se os seguintes valores pagos por
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grupo familiar:
Família monoparental
feminina
Número de trabalhadores com
direito ao auxílio
Valor total do auxílio
por família.
1 NÃO 1 R$ 600,00
2 NÃO 2 ou + *
* Havendo mais de 2 trabalhadores, incide o
limite de até 2 membros por grupo familiar
R$ 1.200,00
3 SIM 1 R$ 1.200,00
4 SIM 2 ou + *
* Havendo mais de 2 trabalhadores, incide o
limite de até 2 membros por grupo familiar
R$ 1.800,00
Regras de pagamento:
Como será feito o pagamento?
Trabalhadores que fazem parte de famílias beneficiárias do PBF: Será pago da mesma forma que o
benefício do Bolsa Família. O pagamento será feito em nome do Responsável Familiar, mesmo quando o
beneficiário que tem direito ao auxílio for outro membro da família. Auxílio Emergencial poderá ser sacado
pela família beneficiária do PBF com o Cartão Bolsa Família ou Cartão Cidadão.
Trabalhadores que fazem parte de famílias cadastradas no Cadastro Único - não PBF: Será pago em
conta poupança da CAIXA, que esteja em nome do trabalhador, ou em conta do Banco do Brasil. Para
quem não tiver a conta identificada, será aberta automaticamente pela CAIXA uma conta poupança social
digital.
Demais trabalhadores - Extracad: Para os demais trabalhadores que fizerem a solicitação pelo site ou
aplicativo CAIXA - Auxílio Emergencial, o auxílio será disponibilizado em conta corrente ou poupança de
qualquer banco, em nome do requerente, ou na conta poupança social digital solicitada no site ou aplicativo.
Auxílio emergencial residual. Medida Provisória n.º 1.000, de 02.09.2020.
Nos termos da Lei nº 13.982/20, desde que requerido até 02.07.2020, o
beneficiário tem direito a 05 parcelas do auxílio emergencial, independentemente
da data em que foi concedido.
Considerando os que receberam em abril, o auxílio emergencial se encerraria no
mês de 08.2020, salvo se o Poder Executivo efetuasse nova prorrogação, nos
termos do art. Art. 6º da Lei 13.982/20. O Executivo somente tinha autorização
para prorrogar o auxílio emergencial nos termos da Lei nº 13.982/2020.
Ocorre que, durante o pagamento, verificaram-se algumas situações que não se
enquadrariam no escopo do auxílio emergencial (pagamento a militares e
servidores estaduais e municipais, pagamento a brasileiros residentes no exterior,
pagamentos a pessoas com patrimônio e renda elevada que não aparecem no
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Imposto de Renda, pagamento a pessoas que figuram como dependentes do
Imposto de Renda e etc)
Visando corrigir algumas imperfeições e adequar à capacidade econômica, o
Executivo editou uma Medida Provisória nº 1.000, de 02.09.2020 instituindo o
auxílio emergencial residual com um valor menor, termo certo e maiores
restrições.
Art. 1º Fica instituído, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial residual a ser pago em até quatro
parcelas mensais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial
de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020,a contar da data de publicação desta
Medida Provisória.
Analisando ambos os diplomas, não há uma identidade completa entre a Lei nº
13.928/20 (Auxílio Emergencial) e a MP nº 1.000/20 (Auxílio Emergencial
Residual), contudo há uma relação de continuidade entre ambos os programas
pelas seguintes razões: 1) para ser elegível ao auxílio emergencial residual é
necessário ser beneficiário do auxílio emergencial previsto na Lei nº 13.982/20,
não sendo aberto prazo para novas inscrições após 02.07.2020 [término do prazo
para requerer o auxílio emergencial previsto na Lei nº 13.982/20]; 2) o auxílio
emergencial residual utiliza diversos critérios da Lei nº 13.982/20 com algumas
restrições; 3) o recebimento do auxílio emergencial residual é automático
[independentemente de requerimento] e será devido no mês subsequente à
última parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº
13.982, de 2020]; 4) o prazo de duração variável [até 4 parcelas] do auxílio
emergencial residual é contado a partir do recebimento da última parcela do
auxílio emergencial criado pela Lei 13.928/2020; 5) “O auxílio emergencial
residual será, preferencialmente, operacionalizado e pago pelos mesmos meios e
mecanismos utilizados para o pagamento do auxílio de que trata o art. 2º da Lei
nº 13.982, de 2020.” (Art. 13, caput do Decreto nº 10.488/20)
Art. 8º O auxílio emergencial residual será concedido, independentemente de requerimento, no mês
subsequente à última parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de
2020, desde que o trabalhador beneficiário atenda ao disposto no art. 4º.
Parágrafo único. Os trabalhadores não beneficiários do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei
13.982, de 2020, não poderão solicitar, por qualquer meio, o auxílio emergencial residual.
Requisitos:
A circunstância de ser deferido o Auxílio Emergencial pelo regime da Lei nº
13.982/20 não assegura automaticamente o recebimento do Auxílio Residual [MP
nº 1000/20], já que leva em consideração a concessão do 1º auxílio emergencial
[Lei nº 13.982/20] com algumas restrições novas.
Requisito positivo: ser beneficiário do Auxílio Emergencial previsto na Lei
13.982/20 [Art. 1º da MP n.º 1.000/20 c/c o art. 3º, PU do Decreto nº 10.488/20],
independentemente da sua natureza [administrativa ou judicial].
MP nº 1.000/20, Art. 1º - Fica instituído, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial residual a ser
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pago em até quatro parcelas mensais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) ao trabalhador beneficiário
do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, a contar
da data de publicação desta Medida Provisória
Decreto nº 10.488/20, Art. 3º - O auxílio emergencial residual no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) será
pago em até quatro parcelas mensais ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial de que trata o
art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, observado o disposto no art. 4º deste Decreto.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, também serão considerados beneficiários do auxílio
emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, os trabalhadores considerados
elegíveis em razão de decisão judicial que tenha determinado o pagamento, a implantação ou a
concessão do referido benefício.
Requisitos negativos: foram excluídos do recebimento do auxílio-emergencial
os trabalhadores que se enquadrarem em alguma das situações abaixo:
Requisito Fundamento normativo Comparação em
relação a Lei
13.928/2020
1 Quem conseguiu um emprego formal ativo
depois do recebimento das cinco parcelas
anteriores do Auxílio Emergencial. Este
critério poderá ser verificado mensalmente, a
partir da data de concessão do auxílio
emergencial residual.
Art. 5º São considerados empregados
formais, para fins do disposto nesta Medida
Provisória, os empregados remunerados com
contrato de trabalho formalizado nos termos
da Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
1º de maio de 1943, e todos os agentes
públicos, independentemente da relação
jurídica, incluídos os ocupantes de cargo ou
função temporários ou de cargo em comissão
de livre nomeação e exoneração e os
titulares de mandato eletivo.
Parágrafo único. Não são considerados
empregados formais, para fins do disposto no
caput, os empregados que deixaram de
receber remuneração há três meses ou mais,
ainda que possuam contrato de trabalho
formalizado nos termos do disposto na
Consolidação das Leis do Trabalho,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de
1943.
- Art. 1º, § 3º, I c/c § 4º
- Art. 5º
Requisito novo
2 Quem recebeu benefício previdenciário ou
assistencial; seguro-desemprego ou algum
programa de transferência de renda federal,
com exceção do Programa Bolsa Família,
depois do recebimento das cinco parcelas
anteriores do Auxílio Emergencial. Este
critério poderá ser verificado mensalmente, a
partir da data de concessão do auxílio
emergencial residual.
Art. 1º, § 3º, II c/c § 4º Requisito novo
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm
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3 Renda familiar mensal per capita superior a
1/2 (meio) salário-mínimo (R$ 522,50) ou a
renda familiar mensal total acima de 3 (três)
salários-mínimos (R$ 3.135,00).
- Não entra no cálculo da renda familiar
mensal os rendimentos percebidos de
programas de transferência de renda federal
previstos na Lei nº 10.836, de 2004, e o
auxílio de que trata o art. 2º da Lei nº
13.982, de 2020.
· MP nº 1.000/20, Art. 6º Para fins do
disposto nesta Medida Provisória, a
renda familiar é a soma dos rendimentos
brutos auferidos por todos os membros
da unidade nuclear composta por um ou
mais indivíduos, eventualmente ampliada
por outros indivíduos que contribuam
para o rendimento ou que tenham suas
despesas atendidas por aquela unidade
familiar, todos moradores em um mesmo
domicílio.
§1º Não serão incluídos no cálculo da
renda familiar mensal, para fins do
disposto neste artigo, os rendimentos
percebidos de programas de
transferência de renda federal previstos
na Lei nº 10.836, de 2004, e o auxílio
de que trata o art. 2º da Lei nº
13.982, de 2020.
§ 2º Para fins do disposto nesta Medida
Provisória, a renda familiar per capita é
a razão entre a renda familiar mensal e o
total de indivíduos na família.
- Art. 1º, § 3º, IIIº
- Art. 6º
Requisito igual ao da
Lei nº13.928/2020
4 Residente no exterior Art. 1º, § 3º, IV Requisito novo
5 - Receber rendimentos tributáveis acima de
R$ 28.559,70 no ano de 2019. Faixa de
isenção do Imposto de Renda no Exercício
2020/Ano-calendário 2019.
Abrange o contribuinte/declarante do Imposto
sobre a Renda da Pessoa Física e seu
respectivo dependente (Cônjuge,
companheiro, filho menor de 21 anos ou até
24 anos se estiver matriculado ensino
superior ou de ensino técnico de nível médio)
incluído na referida declaração.
Art. 1º, § 3º, V c/c VIII
- O inciso VIII é a norma de
extensão que alcança os
dependentes do contribuinte de
IRPF que se enquadrarem nos
incisos V, VI e VII
Requisito
parcialmente igual ao
da Lei nº13.928/2020
Esclarecimento: A
Lei nº13.928/2020
utilizou os
rendimentos do ano
2018 porque foi
postergado o prazo
do IRPF do Exercício
2020/Ano-calendário
2019 até o dia
30.06.2020. Como na
edição da MP já
havia encerrado o
prazo, foi utilizado a
DIRPF mais recente.
6 Em 31 de dezembro de 2019, quem tinha
posse ou a propriedade de bens ou direitos
no valor total superior a R$ 300 mil;
Abrange o contribuinte/declarante do Imposto
Art. 1º, § 3º, VI V c/c VIII
- O inciso VIII é a norma de
extensão que alcança os
dependentes do contribuinte de
Requisito novo
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.836.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
sobre a Renda da Pessoa Física e seu
respectivo dependente (Cônjuge,
companheiro, filho menor de 21 anos ou até
24 anos se estiver matriculado ensino
superior ou de ensino técnico de nível médio)
incluído na referida declaração.
IRPF que se enquadrarem nos
incisos V, VI e VII
7 Em 2019, quem recebeu rendimentos isentos
não tributáveis ou tributados exclusivamente
na fonte acima de R$ 40 mil;
Abrange o contribuinte/declarante do Imposto
sobre a Renda da Pessoa Física e seu
respectivo dependente (Cônjuge,
companheiro, filho menor de 21 anos ou até
24 anos se estiver matriculado ensino
superior ou de ensino técnico de nível médio)
incluído na referida declaração.
Art. 1º, § 3º, VII c/c VIII
- O inciso VIII é a norma de
extensão que alcança os
dependentes do contribuinte de
IRPF que se enquadrarem nos
incisos V, VI e VII
Requisito novo
8 Quem estiver preso em regime fechado Art. 1º, § 3º, IX Requisito novo
9 menor de 18 (dezoito) anos de idade, exceto
no caso de mães adolescentes;
Art. 1º, § 3º, X Requisito igual ao da
Lei nº13.928/2020
10 Quem possuir indicativo de óbito nas bases
de dados do Governo federal, na forma do
regulamento.
Art. 1º, § 3º, XI
- A despeito de não estar
previsto expressamente no art.
2º da Lei nº 13.982/20, tal
exigência estava contida no
Decreto 10.316/20 [Art. 7º, § 6º:
Serão considerados inelegíveis
os trabalhadores com indicativo
de óbito no Sistema de
Controle de Óbitos e no
Sistema Nacional de
Informações de Registro Civil. ]
- Não se trata de um requisito
absoluto porque na via judicial
pode comprovar a sua
condição de vivo.
Requisito igual ao da
Lei nº13.928/2020
11 Requisito específico para os Grupos 1 e 3
– inscrição e regularidade do beneficiário no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF, exceto
no caso de trabalhadores incluídos em
famílias beneficiárias do Programa Bolsa
Família [Grupo 2].
Art. 1º, PU
- A despeito de não estar
previsto expressamente no art.
2º da Lei nº 13.982/20, tal
exigência estava contida no
Decreto 10.316/20 [Art. 7º, § 4º:
Para o recebimento do auxílio
emergencial, a inscrição do
trabalhador no Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF é
obrigatória e a situação do CPF
deverá estar regular junto à
Secretaria Especial da Receita
Federal do Brasil do Ministério
da Economia, exceto no caso
de trabalhadores incluídos
em famílias beneficiárias do
Programa Bolsa Família.]
Número de cotas e acumulação
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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No regime da Lei nº 13.982/20, o auxílio emergencial poderá ser concedido até
duas pessoas por grupo familiar, sendo que no caso de mulher provedora de
família monoparental recebe em dobro. Em tese, havendono grupo familiar
mulher provedora de família monoparental e outra pessoa habilitada a receber o
benefício, há a possibilidade de recebimento de até 3 quotas do auxílio
emergencial.
No regime da MP nº 1.000/20, o recebimento do auxílio emergencial residual
está limitado a duas cotas por família [Art. 2º, caput da MP nº 1.000/20], pouco
importando o número de membros habilitados a receberem o auxílio
emergencial.
A mulher provedora de família monoparental receberá duas cotas do auxílio
emergencial residual [Art. 2º, § 1º da MP nº 1.000/20].
Considerando a limitação de 2 quotas por família, o recebimento em dobro pela
mulher provedora de família monoparental exclui a possibilidade de recebimento
por outro membro, ainda que haja outra pessoa elegível no grupo familiar [Art. 2º,
§ 2º da MP nº 1.000/20].
Nos termos do Art. 2º, § 3º da MP nº 1.000/20, a mesma pessoa não pode
cumular simultaneamente o auxílio emergencial [Lei nº 13.982/20] com o auxílio
emergencial residual [MP nº 1.000/20], sendo este último devido após o
pagamento da última quota do auxílio emergencial comum [Lei nº 13.982/20].
Ressalve-se da proibição de acumulação quando se tratar de membros elegíveis
distintos de um mesmo grupo familiar.
Art. 2º O recebimento do auxílio emergencial residual está limitado a duas cotas por família.
§ 4º É permitido o recebimento de um auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de
2020, e um auxílio emergencial residual por membros elegíveis distintos de um mesmo grupo familiar,
observado o §2º do caput.
Auxílio emergencial residual. Natureza jurídica. Demanda ajuizada
anteriormente à instituição. Aplicação do fator superveniente. Necessidade
de compatibilizar o auxílio residual com o benefício deferido judicialmente.
A primeira questão a ser examinada é o seguinte: o Judiciário pode examinar
total ou parcialmente a questão do auxílio emergencial residual nos casos
de a demanda ter sido ajuizada em momento anterior ao início da vigência
da MP n.º 1.000, de 04.09.2020.
No caso do ajuizamento de uma demanda em momento anterior ao início da
vigência da MP n.º 1.000, de 04.09.2020, por óbvio a parte não poderia requerer
o pagamento do auxílio emergencial residual, já que não existia no mundo
jurídico o auxílio emergencial residual.
A despeito de ser mais restritivo, o auxílio emergencial residual constitui uma
continuidade de uma política anterior [Auxílio Emergencial – Lei nº 13.982/20], já
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
que o seu termo inicial e respectivo prazo de duração é contado a partir do
recebimento da última parcela do auxílio emergencial criado pela Lei 13.982/2020
e não está aberto novas inscrições após 02.07.2020.
Entendo que o Juiz tem de levar em consideração com base no fato/direito
superveniente, respeitado os limites da demanda. Com base no art. 493 do
CPC/15, a jurisprudência é firme no sentido da necessidade de o Juiz levar em
consideração o fato superveniente, ainda que não alegado pelas partes, a fim
de evitar decisões contraditórias e prestigiar os princípios da economia
processual e da segurança jurídica. Trata-se de aplicação da máxima segundo a
qual o julgamento deve refletir o estado de fato da lide no momento da entrega da
prestação jurisdicional. Destaco os precedentes do STJ sobre a matéria:
"– Ocorrendo fato superveniente que possa influir na solução do litígio, cumpre ao Tribunal tomá-lo
em consideração no julgamento que lhe está afeto. A regra do "ius superveniens" dirige-se também
ao juízo de segundo grau, pois a tutela jurisdicional deve compor a lide tal como se apresenta no
momento da entrega (art. 462 do CPC)"
(STJ, REsp 51.811/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em 03/11/1998, DJ
14/12/1998, p. 242)
PROCESSO CIVIL. DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ART 462 DO CPC. DIREITO
SUPERVENIENTE. ERROR IN PROCEDENDO. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL CIVIL
DECORRENTE DA PRÁTICA DE ATO ILÍCITO. PENHORA DE BEM DE FAMÍLIA. LEI 8.009/1990.
INTERPRETAÇÃO ESTRITA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA.
1. Não ocorre violação ao art. 535 do Código de Processo Civil quando o Juízo, embora de forma sucinta,
aprecia fundamentadamente todas as questões relevantes ao deslinde do feito, apenas adotando
fundamentos divergentes da pretensão do recorrente. Precedentes.
2. O acórdão prolatado em agravo de instrumento torna preclusa a questão decidida, sendo certo que a
preclusão é um fenômeno endoprocessual, ou seja, somente diz respeito ao processo em curso e às suas
partes, não alcançando direito de terceiro, da mesma forma que nem sempre terá repercussões para as
próprias partes em outros processos nos quais a mesma questão venha a ser incidentalmente tratada.
3. No caso em apreço, à toda evidência, verifica-se a existência de dois processos, os quais têm partes
distintas - o executivo, em que figuram o condomínio e o cônjuge da recorrente, e o de embargos de
terceiro, cuja relação jurídico-processual tem como atores o mesmo condomínio e a esposa ora recorrente,
por isso não se há falar em coisa julgada.
4. É dever do magistrado, no momento de proferir a sentença, levar em consideração, de ofício ou a
requerimento da parte, a superveniência de fato ou direito novo, nos termos do art. 462 do CPC,
incorrendo em error in procedendo o Tribunal que, ignorando tal providência, prolata acórdão que
dá ensejo à coexistência de duas decisões inconciliáveis - uma no processo de execução,
determinando a impenhorabilidade do bem de família, e outra nos embargos, estabelecendo a
possibilidade de excussão desse mesmo bem.
5. Ademais, a Lei 8.009/1990 ostenta natureza excepcional, de modo que as exceções à regra geral da
impenhorabilidade do bem de família são previstas de forma taxativa, sendo insuscetíveis de interpretação
extensiva. Precedentes.
6. Recurso especial provido.
(STJ, REsp 1074838/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 23/10/2012,
DJe 30/10/2012)
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RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COBRANÇA. EXECUÇÃO. ARGUIÇÃO INCIDENTAL DE NULIDADE DA
CITAÇÃO. SUPERVENIÊNCIA DO TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA EM AÇÃO DECLARATÓRIA
COM O MESMO OBJETIVO. FATO SUPERVENIENTE. ART. 462 DO CPC. CONSIDERAÇÃO. RESPEITO
À COISA JULGADA.
1. O julgamento deve refletir o estado de fato da lide no momento da entrega da prestação
jurisdicional.
2. O fato superveniente (art. 462 do CPC) deve ser tomado em consideração no momento do
julgamento a fim de evitar decisões contraditórias e prestigiar os princípios da economia processual
e da segurança jurídica.
3. No caso dos autos, o fato superveniente - consubstanciado na coisa julgada produzida em lide (ação
declaratória) que tramitava paralelamente ao processo de execução que deu origem aos presentes autos - é
tema relevante e deve guiar a solução do presente recurso especial sob pena ofensa à coisa julgada.
4. Recurso especial provido para restabelecer a decisão de primeira instância.
(STJ, REsp 911.932/RJ, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
19/03/2013, DJe 25/03/2013)
É preciso observar que, em respeito ao princípio tempus regit actum e da
irretroatividade,não se pode utilizar as regras do auxílio emergencial residual
para simplesmente negar o auxílio emergencial comum, devendo cada um
[Auxílio Emergencial e Auxílio Emergencial Residual] ser examinado de acordo
com as regras vigentes a época para a concessão.
Não há qualquer impedimento de examinar o auxílio emergencial residual e nos
limites em que for possível conhecer da matéria.
Nos termos do art 8º do Decreto nº 10.488/20, o recebimento do auxílio
emergencial residual é automático e será devido no mês subsequente à última
parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de
2020. Em complemento, o art. 3º do Decreto nº 10.488/20 prevê que os
benefícios concedidos judicialmente são considerados elegíveis para o auxílio
emergencial residual.
Art. 3º O auxílio emergencial residual no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) será pago em até quatro
parcelas mensais ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº
13.982, de 2020, observado o disposto no art. 4º deste Decreto.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, também serão considerados beneficiários do auxílio
emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2020, os trabalhadores considerados
elegíveis em razão de decisão judicial que tenha determinado o pagamento, a implantação ou a
concessão do referido benefício.
Art. 8º O auxílio emergencial residual será concedido, independentemente de requerimento, no mês
subsequente à última parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de
2020, desde que o trabalhador beneficiário atenda ao disposto no art. 4º.
Parágrafo único. Os trabalhadores não beneficiários do auxílio emergencial de que trata o art. 2º da Lei
13.982, de 2020, não poderão solicitar, por qualquer meio, o auxílio emergencial residual.
Não obstante o esforço louvável do Poder Executivo em incluir os benefícios
concedidos judicialmente, entendo que as referidas regras não esgotam a
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
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matéria, sendo necessária a intervenção corretiva do Poder Judiciário para a não
cristalização de uma violação ao princípio da igualdade e da finalidade subjacente
do instituto.
Levando em consideração que o início do auxílio emergencial residual é o mês
seguinte ao recebimento da última parcela do auxílio emergencial previsto na Lei
n.º 13.982/20, independentemente de requerimento e que o término do auxílio
emergencial residual é invariavelmente 12.2020, verifica-se que, a depender da
data em que for deferido judicialmente o benefício, o beneficiário da decisão
judicial poderá não receber nenhum benefício do valor nos termos art. 1º, §§
1º e 2º da Medida Provisória nº 1.000/20 e da tabela abaixo elaborada:
Art. 1º Fica instituído, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial residual a ser pago em até quatro
parcelas mensais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial
de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, a contar da data de publicação desta
Medida Provisória.
§ 1º A parcela do auxílio emergencial residual de que trata o caput será paga, independentemente de
requerimento, de forma subsequente à última parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art.
2º da Lei nº 13.982, de 2020, desde que o beneficiário atenda aos requisitos estabelecidos nesta
Medida Provisória.
§ 2º O auxílio emergencial residual será devido até 31 de dezembro de 2020, independentemente do
número de parcelas recebidas.
Início do
recebimento
Término do recebimento do
Auxílio emergencial – 5
parcelas (3 parcelas originária
+ 2 da prorrogação)
Número de parcelas do auxílio
emergencial residual devidas
considerando a data limite de
12.2020
Abril/2020 08.2020 Regra geral: 4 parcelas de R$ 300,00
Exceção: mulher provedora de
família monoparental – 4 parcelas de
R$ 600,00.
Maio/2020 09.2020 Regra geral: 3 parcelas de R$ 300,00
Exceção: mulher provedora de
família monoparental – 3 parcelas de
R$ 600,00.
Junho/2020 10.2020 Regra geral: 2 parcelas de R$ 300,00
Exceção: mulher provedora de
família monoparental – 2 parcelas de
R$ 600,00.
Julho/2020 11.2020 Regra geral: 1 parcelas de R$ 300,00
Exceção: mulher provedora de
família monoparental – 1 parcelas de
R$ 600,00.
Agosto/2020 12.2020 Não haverá o pagamento do auxílio
emergencial residual em razão da
proibição de cumulação e o benefício
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somente é devido até 12.2020
Entendo que tal interpretação é inconstitucional.
Nos casos em que o indeferimento da Administração foi indevido e
posteriormente revisto pelo Poder Judiciário, o beneficiário ficou sem receber as
parcelas no período em que eram devidas caso o direito tivesse sido reconhecido
na esfera administrativa. Neste período em que não recebeu, a pessoa não
deixou de viver (a vida econômica não ficou suspensa) e, como não recebeu
qualquer valor, existe uma presunção de que as contas se acumularam (água,
energia, aluguel, condomínio, gás, escola). A liberação ainda que tardia longe de
descaracterizar permite a pessoa regularizar a sua situação financeira, trazendo
um verdadeiro alívio financeiro e cumprindo a finalidade do Auxílio Emergencial
original e o residual.
A decisão judicial reconhecendo o direito ao auxílio emergencial não tem o
caráter constitutivo e sim declaratório de uma situação pré-existente. Trata-sedo
reconhecimento tardio de um direito já incorporado ao patrimônio jurídico do
segurado, não podendo o segurado ser prejudicado por eventual demora do
Poder Judiciário em apreciar a causa.
A pessoa não tem qualquer parcela de culpa que justifique o reconhecimento de
uma situação menor caso a Administração tivesse satisfeito tempestivamente a
pretensão na esfera administrativa. Repugna que a Administração obtenha
vantagens em detrimento do administrado em caso de eventual causador da
violação a ordem jurídica.
Haveria uma evidente violação ao princípio da igualdade de tratamento. Basta
pensar que 2 benefícios requeridos na mesma data, um deferido
administrativamente e outro deferido judicialmente em momento posterior
receberiam valores diferentes em clara violação ao princípio da igualdade.
Em razão da violação ao princípio da inafastabilidade da jurisdição (Art 5º, XXXV
da CF/88) e da violação ao princípio da igualdade (Art. 5º, caput da CF/88),
impõe-se uma declaração parcial de inconstitucionalidade com redução de texto
com interpretação conforme da Constituição dos arts 1º, §§ 1º e 2º da MP n.º
1.000/20, para: 1) considerar como marco inicial originário do auxílio
emergencial residual a data originária do auxílio emergencial; 2) excluir a
expressão “independentemente de requerimento” (§1º); 3) o auxílio emergencial
poderá ser pagos após 31 de dezembro de 2020 no caso de reconhecimento
tardia do direito pelo Poder Judiciário.
Art. 1º Fica instituído, até 31 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial residual a ser pago em até quatro
parcelas mensais no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) ao trabalhador beneficiário do auxílio emergencial
de que trata o art. 2º da Lei nº 13.982, de 2 de abril de 2020, a contar da data de publicação desta
Medida Provisória.
§ 1º A parcela do auxílio emergencial residual de que trata o caput será paga, independentemente de
requerimento, de forma subsequente à última parcela recebida do auxílio emergencial de que trata o art.
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
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2º da Lei nº 13.982, de 2020, desde que o beneficiário atenda aos requisitos estabelecidos nesta
Medida Provisória.
§ 2º O auxílio emergencial residual será devido até 31 de dezembro de 2020, independentemente do
número de parcelas recebidas.
Em resumo, no caso de benefícios deferido judicialmente, o marco inicial e a
duração do auxílio emergencial residual deve levar em consideração
exclusivamente a data do requerimento do auxílio emergencial originário e
não o pagamento de última parcela.
Neste momento, não é possível avaliar se estão presentes todas as condições do
auxílio emergencial residual considerando que possuem requisitos restritivos
adicionais e haveria uma ampliação demasiada da cognição efetuada do julgador
em contrariedade ao princípio da razoável duração do processo, contudo é
necessário a atuação do Poder Judiciário para corrigir a situação a fim de que o
reconhecimento de um direito tardio pelo Poder Judiciário não cause maiores
prejuízos ao beneficiário e gere desnecessariamente novas lides.
Em razão da superveniência do auxílio emergencial, a pretensão do autor se
converteu em duas: 1) condenatória - a liberação imediata das liberações das 5
(3 originárias + 2 das prorrogações), considerando como marco temporal a data
do requerimento administrativo; 2) obrigação de fazer - o dever de análise do
auxílio emergencial residual, já que constitui uma pretensão de análise
obrigatória pela administração [independente de requerimento do beneficiário],
independentemente da origem da concessão (judicial ou administrativa), devendo
o marco temporal deve ser a data do requerimento do Auxílio Emergencial (Lei nº
13.982/20) ou de sua análise automática . O fato de ser deferido o benefício pelo
regime da Lei 13.928/20 não assegura automaticamente o recebimento do auxílio
residual nos termos da MP, já que leve em consideração os termos do 1º com
contém algumas restrições não contidas no primeiro. A eventual causa restritiva
não impede a discussão em uma demanda autônoma, situação em que a
pretensão obrigação de fazer se converteria em uma pretensão condenatória.
CASO CONCRETO:
O juízo de origem julgou improcedente o pedido (sentença de parcial provimento
em embargos de declaração – anexo 39) sob o fundamento de que a autora
manteria um segundo vínculo laboral com a Insercom Serviços e Construções
Ltda., iniciado em 03/2018 e cujas contribuições previdenciárias estão recolhidas
até 06/2000 (anexo 15).
A recorrente alega que o vínculo com a Insercon Serviços e Construções Eireli foi
mantido entre 01/06/2017 e 31/07/2018, conforme sentença trabalhista e FGTS.
Acrescenta que desconhece o novo vínculo iniciado em 03/2018, na função de
atendente de lanchonete, tanto isso seria verdade que requereu, em sede de
réplica à contestação, a expedição de ofício à empresa localizada em São
Cristóvão, requerimento que não foi atendido pelo juízo de origem.
Documento 48 - 0502651-76.2020.4.05.8501S https://wwws.jfse.jus.br/cretase/cadastro/modelo/exibe_modelo_publica...
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/Lei/L13982.htm#art2
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A parte autora recorre pedindo a nulidade da sentença, aduzindo que a prova
documental acostada aos autos não foi suficiente para esclarecer todas as
questões suscitadas pelas partes.
Cerceamento do direito de defesa. Considerações sobre a extensão da
prova no âmbito do Auxílio Emergencial.
A parte requereu a prova de diversa da prova documental, cabendo avaliar a sua
pertinência aos processos envolvendo auxílio emergencial.
No contexto de uma interpretação da lei criadora de uma política pública, é
necessário avaliar o contexto em que foi criado.
Nos termos da Nota Técnica nº. 03/2020, oriundo do Centro de Inteligência da
JFPE, “o benefício buscado pelo jurisdicionado foi instituído, através da Lei
n°13.982/2020, em caráter de urgência, para mitigação dos efeitos
socioeconômicos resultantes da pandemia do Novo Coronavírus, sobretudo na
renda mensal do trabalhador brasileiro. Não faz sentido, portanto, que se esteja
julgando, como regra, daqui a vários meses, processos que foram manejados
durante a crise atual, os quais teriam por vocação justamente reduzir o impacto
nefasto da crise sanitária na economia.” O raciocínio se estende as prorrogações
do Auxílio Emergencial supervenientes a Lei n°13.982/2020, já que o fator
pandemia ainda continua presente na realidade brasileira.
O auxílio emergencial foi uma política pública criada para atender milhões de
pessoas que, em razão da pandemia, tiveram o seu sustento prejudicado e não
estão cobertos por outros programas sociais.
O processo de análise do auxílio emergencial é automatizado mediante o
confronto analítico entre diversas bases de dados, não havendo uma análise
individual de cada beneficiário. Em razão disso, houve uma forte judicialização
em razão das pessoas que não foram contempladas.
Tal questão gerou uma macrolide em que a demanda é individual só na forma
porque, abstraindo o nome da parte autora, constitui um conjunto de demandas
que reclamam uma soluçãouniforme no exame da matéria. Confira o
ensinamento do Ministro Sidnei Beneti, verbis:
A economia em escala, a documentação informática e a comunicação eletrõnica produziram no
Judiciário o resultado da geração de números elevados de recursos relativos a lides individuais idênticas. A
individualização, entretanto, é mais aparente do que real. Integram elas, em verdade, a mesma macrolide
socioeconõmica. É o que se dá nas ações envolvendo entes jurídicos de intensa prática negociaI repetitiva,
geralmente, no âmbito privado, instrumentalizadas por contratos de adesão e, no âmbito público, pelo
relacionamento jurídico decorrente de situações administrativas e tributárias que produzam conseqüências
relativamente à pluralidade de sujeitos.
De um lado, um mesmo ente jurídico, cuja atuação gera conseqüências jurídicas relativamente a
grande número de sujeitos. Entre os entes jurídicos dessa espécie, o principal deles é o Poder Público, em
todas as suas formas - União, Estados, Municípios e suas entidades paraestatais. Entre os entes privados,
de intensa participação negociaI de características reiteradas, com pluralidade pronunciada de contratantes,
situam-se, por exemplo, instituições financeiras, consórcios, planos de saúde, estabelecimentos de ensino,
prestadores de assistência técnica, fornecedores e seus concessionários.
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Nos casos judiciais resultantes dessas atividades não se tem, propriamente, a lide individual clássica,
mas, sim, fenômeno diverso: a macrolide, a desdobrar-se em ações e processos individuais. A composição
das lides é apenas ilusoriamente individual. Contornos principais dos casos individuais transmigram entre os
autos dos processos; argumentos expostos individualmente espraiam-se a todos os processos e, ao final,
fundamentos das pretensões e motivos dos julgados mesclam-se, mormente ante o fenômeno moderno da
reprodução em massa de papéis - via copiadoras, impressoras e o envio por Internet - e, entre nós, da ânsia
das partes de prequestionar desde a inicial - para haver acesso aos Tribunais Superiores - e dos julgadores
para o possível atalhe à interpoição de Embargos de Declaração.
Importância especial assumem os casos em que a matéria em lide é puramente de direito. E esse
tipo de matéria avulta, já há algum tempo, nos tribunais do país. Basta a observação profissional de
registros nos repertórios de julgados. Lides sobre redução de valor de aposentadorias e pensões, cálculo de
valores de fundo de garantia por tempo de serviço, recuperação de valor de ativos patrimoniais bloqueados
ou expurgados, correção monetária decorrente de sucessivos planos econômicos, correção de
mensalidades escolares, cobertura e correção de valores relativos a planos de saúde, compensação
tributária, cobrança de tributos e numerosos outros casos que a memória do profissional jurídico experiente
imediatamente figurará.
A lide individual clássica subsiste em menor monta, não raro tendo a impedir-lhe o conhecimento a
massa de processos individuais em que, a rigor, desfila a mesma macrolide, que bem se ajustaria ao
deslinde único.
(Assunção de competência e fast-track recursal . in Revista do Processo, ano 34, vol. 171. São Paulo: RT,
2009, p. 10/11)
Os processos de auxílio emergencial envolvem um contexto de uma macrolide
[predomínio de questões jurídicas sobre aspectos fáticos, alta judicialização],
sendo necessário a adoção de mecanismos eficientes de gestão processual, sob
pena de colapso do Poder Judiciário. É preciso pensar a Justiça do ponto de vista
macro, já que quanto maior o número de processos julgados existe uma
possibilidade de atendimento a um maior número de pessoas. Novamente,
recorre-se a um trecho da Nota Técnica nº. 03/2020, oriundo do Centro de
Inteligência da JFPE, verbis:
Os problemas identificados no programa, naturalmente, são comuns a todos os estados do país, o
que vem ensejando iniciativas e providências, em âmbito nacional, por parte dos órgãos envolvidos, quer
seja espontaneamente, quer seja mediante estímulo decorrente do ajuizamento de ações coletivas pela
DPU e pelo Ministério Público.
(...)
Antes de se prosseguir na reflexão acerca das medidas pertinentes à adaptabilidade do modelo de
processamento das ações envolvendo o auxílio emergencial, é preciso estabelecer uma premissa tão lógica
quanto comezinha, qual seja, a de que o benefício buscado pelo jurisdicionado foi instituído, através da Lei
nº 13.982/2020, em caráter de urgência, para mitigação dos efeitos socioeconômicos resultantes da
pandemia do Novo Coronavírus, sobretudo na renda mensal do trabalhador brasileiro. Não faz sentido,
portanto, que se esteja julgando, como regra, daqui a vários meses, processos que foram manejados
durante a crise atual, os quais teriam por vocação justamente reduzir o impacto nefasto da crise sanitária na
economia.
Esse destaque, por mais óbvio que pareça, evidencia-se necessário para indicar que as soluções ora
pensadas partem do pressuposto de que a Justiça Federal tem o enorme desafio de entregar, num provável
cenário de milhares de ações intentadas em curto espaço de tempo, uma jurisdição célere e eficiente, com
vistas à tutela de uma prestação emergencial e, portanto, urgente. Dessa forma, a situação de
extraordinariedade exige que tais soluções sejam suficientemente disruptivas e inovadoras, inclusive no que
toca à interpretação das regras processuais, sob pena de um fracasso descortinado pela morosidade na
análise do direito perseguido e pelo congestionamento das unidades judiciárias.
É inequívoco que tais perspectivas influenciam na análise dos processos de
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Auxílio Emergenciais.
Constitui ônus do requerente comprovar o preenchimento de todos os requisitos
[fato constitutivo do seu direito].
Os requisitos são simples e automatizados, bastando uma consulta às bases de
dados. Eventuais esclarecimentos podem ser feitos por provas documentais. Não
é cabível uma dilação probatória mais profunda, mais precisamente prova pericial
ou prova oral. Novamente, recorre-se a um trecho da Nota Técnica nº. 03/2020,
oriundo do Centro de Inteligência da JFPE, verbis:
Aqui cabe rememorar que as demandas envolvendo o auxílio emergencial, em sua maioria, têm
complexidade jurídica baixíssima, podendo ser resolvida, muitas vezes, mediante simples cotejo entre a
realidade fática e os motivos que ensejaram o indeferimento do benefício na via administrativa. Isso permite
– e recomenda, na verdade - que a peça que inaugura o processo seja enxuta e objetiva, sem que isso
implique em qualquer prejuízo à justa composição da lide, tampouco limitação ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição, senão justamente o contrário.
(...)
Conforme exaustivamente colocado, na quase totalidade dos processos envolvendo o auxílio
emergencial, inexiste discussão minimamente profunda envolvendo os aspectos normativos do
processamento e concessão do benefício, na medida em que basicamente a parte autora visa a demonstrar
que preenche os requisitos estabelecidos na lei para a sua fruição. Trata-se, portanto, de demandas nas
quais a solução quase sempre estará adstrita a aferição do suposto equívoco, apontado pelo autor, na
análise dos seus dados contidos nas bases submetidas ao cruzamento automático.
Um dos grandes desafios da Justiça Federal, frise-se, é conseguir resolver essas demandas de forma
rápida e simplificada, pois qualquer solução que considere uma dilação probatória ampla, inclusive com
produção de prova oral em audiência de instrução e julgamento, por exemplo, é capaz de inviabilizar os
Juizados Especiais Federais, considerando-se

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