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LÓGICA & Raciocínio Analítico Prof. Leonides Justiniano QUAL A RELAÇÃO ENTRE LÓGICA, RACIOCÍNIO LÓGICO (ANALÍTICO) E ENGENHARIA?? Quais as relações lógicas “visíveis”? E quais as possíveis relações lógicas não tão visíveis? O próprio termo engenharia já remete a ENGENHO! Segundo o Houaiss, engenho é um substantivo que significa: “capacidade de criar, produzir com arte, habilidade; engenhosidade, criatividade, inventiva, talento.” A engenharia, então, seria um campo onde se o exercício do engenho – a criatividade humana – encontraria amplo campo de desenvolvimento (sem qualquer trocadilho). E isso é demonstrado pela aplicação do engenho, da engenharia, aos desafios da natureza, ao longo da história humana. O que vimos foram “pequenos” exemplos de soluções lógicas, dadas por engenheiros e engenheiras aos desafios colocados pela natureza ou sociedade. Tais respostas nos permitem verificar a importância da lógica, do raciocínio lógico... A lógica é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à filosofia, que se originou da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade que constituem inicialmente o embasamento de todo o conhecimento. A partir da Filosofia (filo = amigo; sofia = sabedoria) surge a Ciência, pois o homem reorganiza as inquietações que o assolam no campo das idéias e utiliza- se de experimentos para interagir com a sua própria realidade. Ligue os três pontos com três linhas retas sem levantar a caneta. Atividade Ligue os nove pontos com quatro linhas retas sem levantar a caneta. Atividade Faça um quadrado com 3 retas Faça um quadrado com 3 retas Uma das possíveis soluções... Solução Criativa Quadrado? LIMITES! Módulo l . Aula 3 Querer encontrar a solução a partir de pressupostos e de conhecimentos passados limita-nos... Pensar fora do quadrado "A descoberta consiste em ver o que todo mundo viu e pensar o que ninguém pensou." (A. Szent-Gyorgyi, fisiologista húngaro, Nobel de fisiologia/medicina em 1937) Faz algum tempo, recebi um telefonema de um amigo que estava a ponto de dar um zero a um estudante pela resposta que tinha dado num problema de física, pese que este afirmava com rotundidade que sua resposta era absolutamente acertada. Professores e estudantes lembraram pedir a opinião de alguém imparcial e fui eleito. REBELDIA CRIATIVA Li a pergunta do exame que dizia: "Demonstre como é possível determinar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro". O estudante tinha respondido: - "Leve o barômetro ao terraço do edifício e amarra-lhe uma corda muito longa. Solte-o até a base do edifício, marque e meça. O tamanho da corda será o do edifício". Realmente, o estudante tinha proposto um sério problema com a resolução do exercício, porque tinha respondido à pergunta correta e completamente. Por outro lado, se lhe concedia a máxima pontuação, poderia alterar a média de seu ano de estudos, obter uma nota mais alta e assim certificar seu alto nível em física; mas a resposta não confirmava que o estudante tivesse esse nível. Sugeri que se desse ao aluno outra oportunidade. Concedi-lhe seis minutos para que me respondesse a mesma pergunta mas desta vez com a advertência de que na resposta devia demonstrar seus conhecimentos de física. Tinham passado cinco minutos e o estudante não tinha escrito nada. Perguntei-lhe se desejava espairecer, mas me contestou dizendo que teria muitas respostas ao problema. Sua dificuldade era escolher a melhor de todas. Desculpei-me por interrompê-lo e pedi que continuasse. No minuto que restava escreveu a seguinte resposta: - "Pegue o barômetro e lança-o ao solo do terraço do edifício, calcule o tempo da queda com um cronômetro. Depois aplique a formula da altura. Assim obtemos a altura do edifício.” Neste ponto perguntei a meu amigo se o estudante podia retirar-se. Deu-lhe a nota mas alta. Logo depois, reencontrei-me com o estudante e pedi que me contasse suas outras respostas à pergunta. - “Bom...”- respondeu -”...há muitas maneiras. Por exemplo, pegue o barômetro num dia ensolarado e meça a altura do barômetro e a longitude de sua sombra. Se medimos a seguir a longitude da sombra do edifício e aplicamos uma simples proporção, obteremos também a altura do edifício.” Perfeito, disse-lhe, e de outra maneira? E ele prontamente: - “Este é um procedimento muito básico para medir a altura de um prédio, mas também serve. Neste método, pegue o barômetro e fique posicionado nas escadas do edifício no térreo. Então vá subindo as escadas enquanto marca a altura do barômetro e conte o número de marcas até o terraço. Multiplique, ao final, a altura do barômetro pelo numero de marcas e terá a altura. Este é um método muito simples e direto.” E continuando : - “No entanto, se o que quer é um procedimento mas sofisticado, pode amarrar o barômetro a uma corda e movê-lo como se fosse um pêndulo. Se calculamos que quando o barômetro esta à altura do terraço a gravidade é zero e se temos em conta a medida da aceleração da gravidade ao descer o barômetro em trajetória circular ao passar pela perpendicular do edifício, da diferença destes valores, e aplicando uma singela formula trigonométrica, poderíamos calcular, sem dúvida, a altura do edifício. Mas enfim ... existem muitas outras. Provavelmente, a melhor seja pegar o barômetro e bater na porta do apartamento do zelador e quando ele abrir dizer: Oh meu senhor, tenho aqui este barômetro muito legal e bonito. Se você me dizer a altura exata do prédio, dou-lhe de presente.” Neste momento da conversa, perguntei-lhe se não conhecia a resposta convencional do problema(a diferença de pressão marcada pelo barômetro em dois lugares diferentes nos permite saber a diferença de altura entre estes mesmos dois pontos). - “Evidente que sim, mas durante meus estudos, os professores sempre me incitaram a pensar.” O estudante se chamava Niëls Bohr, prêmio Nobel de física em 1922, mas conhecido por ser o primeiro a propor o modelo do átomo como conhecemos hoje em dia, com prótons, neutrons e elétrons nas camadas. Foi fundamentalmente um inovador da teoria quântica. Á margem da veracidade do divertido e curioso personagem, o essencial da história é que haviam lhe ENSINADO A PENSAR. Jogo dos copos Solução: Pegue o segundo copo cheio, despeje seu conteúdo no quinto copo e retorne o copo 2 ao seu lugar. Se não conseguiu solucionar este desafio, foi porque, inconscientemente, você criou uma regra que não existe: não se pode mexer no conteúdo do copo (bloqueio mental muito comum). • Você está dentro de uma gruta escura e a noite se aproxima. • Você tem uma caixa de fósforo e os seguintes objetos: 1. Uma vela grande. 2. uma lamparina a querosene e 3. um lampião a gás. • Todos estão em condições normais de funcionamento. Você não pode errar. • O que você acenderá primeiro? Resposta: O fósforo, é claro! Sem ele você não poderá acender nada! Didaticamente, a Filosofia divide-se em: • Lógica: trata da preservação da verdade e dos modos de se evitar a inferência e raciocínios inválidos. • Metafísica ou ontologia: Parte da Filosofia que estuda a essência dos seres, e também é o inventário sistemático de todos os conhecimentos trata da realidade, do ser e do nada. A ontologia é parte da metafísica que estuda o ser em geral e suas propriedades transcendentais. • Epistemologia ou teoria do conhecimento: É a teoria ou ciência da origem, natureza e limites do conhecimento, trata da crença da justificação e do conhecimento. • Ética: estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática, trata do certo e do errado, do bem e do mal. • Filosofia da arte ou Estética: Estudo que determina o caráterdo belo nas produções naturais e artísticas, é a filosofia das belas-artes, da harmonia das formas e coloridos. Trata do belo. Já que o pensamento é a manifestação do conhecimento, e que o conhecimento busca a verdade, é preciso estabelecer algumas regras para que essa meta possa ser atingida. Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto, sendo, portanto, um instrumento do pensar. A aprendizagem da lógica não constitui um fim em si. Ela só tem sentido enquanto meio de garantir que nosso pensamento proceda corretamente a fim de chegar a conhecimentos verdadeiros. Podemos, então, dizer que a lógica trata dos argumentos, e das conclusões a que chegamos através da apresentação de evidências que a sustentam. O principal organizador da lógica clássica foi Aristóteles, com sua obra chamada Organon que divide a lógica em formal e material. Um sistema lógico é um conjunto de axiomas e regras de inferência que visam representar formalmente o raciocínio válido. A lógica é também a designação para o estudo de sistemas prescritivos de raciocínio, ou seja, sistemas que definem como se "deveria" realmente pensar para não errar, usando a razão, dedutivamente e indutivamente Lógica Aristotélica Dá-se o nome de lógica Aristotélica ao sistema lógico desenvolvido por Aristóteles a quem se deve o primeiro estudo formal do raciocínio. Os dois princípios centrais da lógica aristotélica são: a lei da não contradição e a lei do terceiro excluído. A primeira diz que nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo e a segunda diz que qualquer afirmação ou é verdadeira ou é falsa. A lógica formal, também chamada de lógica simbólica, se preocupa basicamente com a estrutura do raciocínio. A lógica formal lida com a relação entre conceitos e fornece um meio de compor provas de declarações. Na lógica formal os conceitos são rigorosamente definidos, e as sentenças são transformadas em notações simbólicas precisas, compactas e não ambíguas. Lógica Formal A lógica filosófica estuda e sistematiza a argumentação válida Lógica filosófica A lógica informal estuda os aspectos da argumentação válida que não dependem exclusivamente da forma lógica. O tema introdutório mais comum no que respeita à lógica é a teoria clássica da dedução (lógica proposicional e de predicados, incluindo formalizações elementares da linguagem natural). Premissas e Conclusões “A inferência é um processo pelo qual se chega a uma proposição, afirmada na base de uma ou outras mais proposições aceitas como ponto de partida do processo”. COPI. 1978, p. 21 “A Lógica não está preocupada no processo de inferência, mas nas proposições que são os pontos inicial e final deste processo e das relações entre elas”. COPI. 1978, p. 21 Só as proposições podem ser confirmadas ou negadas. João ama Inês Inês é amada por João Chove It is raining Il pleut Es regnet 2 sentenças 4 sentenças Um argumento é qualquer grupo de proposições tal que se afirme ser uma delas derivadas das outras, as quais são consideradas provas evidentes da verdade da primeira. Um argumento não é um apanhado de proposições, mas sim derivados da estrutura. A estrutura é formada por “premissas” e “conclusões” Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal. Silogismo Em lógica, é muito usado um processo denominado de Modus ponens (modo que afirma) que é um dos modos dos silogismos condicionais. Um silogismo (do grego antigo συλλογισμός, "conexão de idéias", "raciocínio"; composto pelos termos σύν "com" e λογισμός "cálculo") é um termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita, constituída de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que a partir das primeiras duas, chamadas premissas, é possível deduzir a terceira chamada conclusão. Em termos matemáticos teríamos Se P, então Q. P. Então, Q. Em termos matemáticos simbólicos em notação lógica teríamos: P → Q, P Q onde representa a asserção ou implicação lógica. O argumento tem duas premissas. A primeira premissa é a condição "se-então", nomeadamente que P implica Q. A segunda premissa é que P é verdadeiro. Destas duas premissas pode ser logicamente concluído que Q tem de ser também verdadeiro. Exemplo: Se chover, então fico em casa. Choveu. Então fico em casa. Outra forma muito comum usada na lógica é o Modus tollens (modo que nega). É o nome formal para a prova indireta. É um argumento comum, simples: Se P, então Q. Q é falso. Então, P é falso. p q, q p a Exemplo: Se existe fogo aqui, então aqui também há oxigênio. Não há oxigênio aqui. Então aqui não há fogo. Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido, então o passarinho não canta. Ora, o passarinho canta. Logo: a)o jardim é florido e o gato mia b)o jardim é florido e o gato não mia c)o jardim não é florido e o gato mia d)o jardim não é florido e o gato não mia e)se o passarinho canta, então o gato não mia
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