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Semiologia do sistema tegumentar

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Aldillany Maria 
 
 
ROTEIRO – aula 2 
1. Quais são os elementos indispensáveis, para 
uma adequada avaliação médica, que devem 
ser investigados em relação a pele? 
2. Em relação a esses elementos citados no item 
1, o que é importante observarmos? Cite um 
por um e explique. 
3. Em relação às lesões elementares como 
avaliamos as alterações da cor? Caracterize os 
tipos. 
4. Caracterize as elevações edematosas. 
5. Quais os tipos de formações sólidas e coleções 
líquidas da pele? Caracterize-as. 
6. Quais as alterações de espessura da pele? 
7. O que são perdas e reparações teciduais e 
quais os tipos? 
8. No exame das Mucosas, o que é importante 
avaliar? Cite as possíveis alterações. 
9. O que são fâneros e o que precisamos saber 
sobre eles? 
10. Em relação as doenças da Pele: o que são 
fotossensibilidade e fotodermatoses, 
inflamação da pele e do tecido celular 
subcutâneo e infecções cutâneas? 
Exemplifique-as. 
Introdução: aspectos gerais – pele 
 A pele é o maior órgão do corpo humano em 
quantidade e o mais pesado, correspondendo 
a 15% do peso corpóreo. 
Ela está dividida em camadas: 
 Epiderme: camada mais externa da pele; rica 
em melanócitos e em queratinócitos; é 
desprovida de vasos (recebendo nutrientes 
através da derme). 
 Derme: camada intermediária, vascularizada, 
inervada e composta por glândulas sebáceas 
e sudoríparas. 
 Hipoderme: camada mais interna da pele, 
formada por tecido adiposo e tecido conjuntivo, 
representando uma região de união/fixação 
entre a pele e outros tecidos. 
 
 
 
Classificação da pele 
Espessa: não possui pelos nem glândulas 
sebáceas, mas apresenta glândulas sudoríparas. 
Ex: palma da mão e planta dos pés (regiões de 
constante atrito). 
Delgada: possui folículos pilosos e glândulas 
sebáceas e sudoríparas. Ex: restante da pele. 
 
Funções da pele 
 Proteção 
o Contra agentes infecciosos, raios UV, 
retenção de líquido corpóreo - queratina. 
 Sensorial (tato). 
 Regulação da temperatura 
o Vasoconstrição e vasodilatação dos vasos 
da pele; suor – glândulas sudoríparas. 
 
Importância da semiologia da pele 
 Fornece diversas pistas relacionadas a: 
 Estado geral do indivíduo: várias doenças 
sistêmicas refletem diretamente na pele. 
 Hábitos de vida 
 Órgão de expressão (palidez, vermelhidão 
em situações de constrangimento) 
 Aspecto psicossocial 
 
EXAME FÍSICO DA PELE: condições básicas 
 Inspeção geral. 
 Boa iluminação. 
 Visibilidade das regiões do exame 
(desnudamento ou exposição adequada das 
partes a serem examinadas). 
 Preservar a privacidade do paciente ao 
máximo. 
 
 
 
 
 
 
Semiologia do sistema tegumentar 
Aldillany Maria 
 
Serão sistematicamente investigados os 
seguintes elementos: 
◗ Coloração 
◗ Continuidade ou integridade 
◗ Umidade 
◗ Textura 
◗ Espessura 
◗ Temperatura 
◗ Elasticidade 
◗ Mobilidade 
◗ Turgor 
◗ Sensibilidade 
◗ Lesões elementares 
 
 
 
 COLORAÇÃO 
As principais alterações da coloração da pele são: 
palidez, vermelhidão (ou eritrose), cianose, 
icterícia, albinismo. 
 
 Palidez: 
 Perda da coloração normal no tom de pele. 
Essa palidez pode ser: 
 Generalizada: observada em toda a pele. 
 Vasoconstrição generalizada: decorrente 
de grandes emoções, como sustos. 
 Redução das hemácias: anemia. 
 Localizada (segmentar): constatada em 
apenas algumas regiões. 
 Isquemia (deficiência ou ausência de 
suprimento sanguíneo e, 
consequentemente, de oxigênio em 
determinado tecido ou órgão). 
 
 Cianose: 
 Caracteriza-se pela cor azulada da pele e 
das mucosas. 
 Manifesta-se quando a hemoglobina 
reduzida alcança no sangue valores 
superiores a 5 mg/100 mL. 
 Pode ser resultado de uma má oxigenação 
sanguínea, mas pode também ser um 
aspecto fisiológico provocado pelo frio. 
 Ela deve ser pesquisada no rosto, 
especialmente ao redor dos lábios, na 
ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas 
extremidades das mãos e dos pés (leito 
ungueal e polpas digitais). 
 
 Vermelhidão (eritrose): 
 Exagero da coloração rósea da pele. 
 Indica o aumento da quantidade de sangue 
na rede vascular cutânea. 
Pode ser: 
 Generalizada: observada geralmente em 
pacientes febris, em indivíduos que ficam 
expostos ao sol. 
 Localizada (segmentar): 
 
 Icterícia: 
 Coloração amarelada da pele, das 
mucosas visíveis e esclerótica. 
 Excesso de bilirrubina no sangue 
(relacionada a doenças hepáticas). 
 Icterícia (predomina na esclera e na 
conjuntiva) x beta-carotenemia (predomina 
na pele espessa). 
Localização: generalizada ou localizada. 
Intensidade: leve, moderada ou intensa. 
Tipos: central, periférica ou mista. 
*pele em tonalidade mais escura: mais difícil 
avaliar as alterações da cor da pele. No entanto, 
algumas estratégias podem ser utilizadas: avaliar 
a esclera, a conjuntiva, a palma das mãos, os 
lábios e a mucosa oral. 
 
 Continuidade ou integridade 
A perda de continuidade ou integridade da pele 
ocorre na erosão ou exulceração, na ulceração, na 
fissura (lesões elementares). 
 Umidade 
O método adequado é a palpação com as polpas 
digitais e com a palma da mão. Por meio da 
sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele 
com razoável precisão. 
 Normal (certo grau de umidade). 
 Seca (idosos, dermatopatias crônicas). 
 Com umidade aumentada (pele 
sudorenta): pode ser associada a febre, 
ansiedade, hipertireoidismo etc. Mulheres 
em menopausa - sudorese. 
 
1- Elementos indispensáveis para a 
avaliação médica na investigação da pele 
2- O que é importante observar em relação 
aos elementos citados anteriormente? 
Aldillany Maria 
 
 Textura 
A textura da pele é avaliada deslizando-se as 
polpas digitais sobre a superfície cutânea. 
 Normal 
 Lisa (idosos). 
 Áspera (trabalho mais pesado/rude). 
 Enrugada (idosos, pós emagrecimento 
rápido). 
 
 Espessura 
Para se avaliar a espessura da pele faz-se o 
pinçamento de uma dobra cutânea usando-se o 
polegar e o indicador. Há de se ter o cuidado de 
não englobar o tecido celular subcutâneo (pinçam-
se apenas a epiderme e a derme). 
 Normal 
 Atrófica: aspecto percebido através da 
visualização da rede venosa superficial 
(idosos, prematuros, dermatose). 
 Hipertrófica ou espessa: aspecto mais 
espesso, característico principalmente de 
pessoas que trabalham há muito tempo 
expostos ao sol. 
 
 Temperatura da pele 
Para avaliação da temperatura da pele usa-se a 
palpação com a face dorsal das mãos ou dos 
dedos, comparando-se com o lado homólogo cada 
segmento examinado. 
 Normal 
 Aumentada 
 Diminuída 
OBS: diferentemente da temperatura corpórea 
(analisada nos sinais vitais), essa verificação visa 
procurar deficiências na irrigação, pois áreas 
isquêmicas são mais frias. 
-Processos inflamatórios. 
 
 Elasticidade 
Para avaliar, faça movimento de pinça, puxe uma 
prega da pele, tente movimentá-la para os lados e 
solte. 
Consiste no grau de extensão. 
 Normal 
 Hiperelástica (aumentada) 
 Hipoelástica (diminuída): idoso, desidrata 
 
 Mobilidade 
Refere-se à capacidade de movimentação. 
Para avaliar, faça movimento de pinça, puxe uma 
prega da pele, tente movimentá-la para os lados e 
solte. 
O quanto a prega se moveu sobre o plano inferior 
durante o exame físico determina a mobilidade. 
 Normal 
 Aumentada (idosos) 
 Diminuída (neoplasia, cicatrização) 
 Ausente 
 
 Turgor 
Para avaliar, faça movimento de pinça, puxe uma 
prega da pele, tente movimentá-la para os lados e 
solte. 
Consiste na velocidade com que a prega se desfaz 
(volta ao normal). 
 Normal 
 Diminuído: demora demais para a prega se 
desfazer. 
OBS: Indica desidratação. 
 
 Sensibilidade 
 Geralmente é melhor analisada no exame 
neurológico. 
 No entanto, a palpação pode identificar 
regiões dolorosas. 
 
 Lesões elementares 
 Classificação quanto à coloração 
 Generalizada Localizada 
 
 
São modificações da pele que podem ter diversas 
etiologias, dentre elas: 
 Processos inflamatórios 
 Processos degenerativos 
 Processos circulatórios 
 Processos neoplásicos 
 Transtornos do metabolismo 
 Defeito de formação 
Lesões elementares 
Aldillany Maria 
 
Avaliação das lesões elementares 
 Localização anatômica e distribuição pelo 
corpo 
 Focal, distribuída, geográfica. 
 
 Padrão e forma da lesão 
 Anelar, linear. 
 
 Tipo da lesão 
 Eritema, petéquia, equimose, pápula, 
bolha etc. 
 
As lesões elementares estão classificadas em 
 Alterações de cor 
 Elevações edematosas 
 Formações sólidas 
 Coleções líquidas 
 Alterações de espessura 
 Perda e reparos teciduais. 
A inspeção, juntamente com a palpação permite a 
diferenciação de cada uma delas. 
 
 
 
Lesões elementares quanto à alteração da cor 
(sem alteração no relevo): mancha ou mácula 
Mancha e mácula: correspondem a uma área 
circunscrita com coloração diferente da cor da pele 
que a circunda. 
Além disso, elas não possuem alterações no 
relevo, ou seja, elas se encontram no mesmo 
plano do tegumento. 
 
 Mácula 
A lesão possui dimensão menor que 1 cm e não 
possui relevo. 
OBS: O reconhecimento da mácula é feito pela 
palpação, deslizando-se as polpas digitais dos 
dedos indicador, médio e anular sobre a área 
alterada e sua vizinhança. 
 Mancha 
A lesão possui dimensão maior que 1 cm e não 
possui relevo. 
Elas podem ser subdivididas em: 
MANCHAS PIGMENTARES 
Alterações na quantidade de melanina 
 Acrômica (sem melanina): a região da pele 
encontra-se totalmente branca, se 
diferenciando do restante do corpo. 
o Ex: albinismo, vitiligo. 
 Hipocrômica (diminuição da melanina): a 
quantidade de melanina está diminuída, ou 
seja, a cor está apenas diminuída em uma 
região da pele. 
o Ex: pitiríase alba, hanseníase. 
 Hipercrômica (aumento da melanina): a 
quantidade de melanina está aumentada (mais 
escura) em relação ao restante do corpo. 
o Ex: pelagra, melasma ou cloasma. 
 
MANCHAS VASCULARES 
Ocorrem devido a distúrbios na microcirculação da 
pele. 
 Telangiectasias: são dilatações das 
arteríolas, vênulas e dos capilares. Ex: 
aranhas vasculares. 
 Mancha eritematosa (hiperêmica): decorre 
de vasodilatação, tem cor rósea ou vermelho-
viva e desaparece à digitopressão ou à 
vitropressão. É uma das lesões elementares 
mais encontradas na prática. 
 
MANCHAS HEMORRÁGICAS 
São decorrentes do extravasamento de sangue. 
Essas manchas não desaparecem durante sua 
análise no exame físico, por se tratar de sangue 
extravasado. 
 Petéquias: são puntiformes, e com até 1 cm 
de diâmetro. 
 Víbices: tem a forma linear. 
 Equimoses: quando são em placas e maiores 
que 1 cm de diâmetro. 
 
 
 
3- Lesões elementares: como avaliar as 
alterações da cor? Caracterize dos tipos 
Aldillany Maria 
 
*mudanças de cor em equimose: 
Assim que acontece o trauma, a lesão é 
avermelhada. Ao longo do tempo, ela se torna 
arroxeada, passando para um tom azulado. 
Aproximadamente no sexto dia após o trauma, ela 
fica amarelada e tende a voltar ao normal. 
*informação útil para a medicina legal, para 
determinar o tempo em que a lesão ocorreu. 
 
Tanto as alterações vasculares quanto as 
hemorrágicas, resultam de uma maior quantidade 
de sangue presente no local da lesão. 
 O que as diferencia é a presença do sangue 
no interior dos vasos ou o extravasamento 
deles para o interstício. 
 Para diferenciá-las durante o exame, aplica-se 
uma leve pressão no local, seja com os dedos 
(digitopressão), com um vidro (vitropressão) 
ou com um objeto pontiagudo (puntipressão). 
 Ao aplicar uma dessas técnicas, analisa-se se 
a coloração desapareceu. 
 
 Se for pressionada e o sangue ainda estiver 
dentro dos vasos (quando a alteração se deu 
por uma vasodilatação no local), o sangue será 
empurrado pela pressão exercida sobre os 
vasos e a cor voltará ao normal. Sendo, 
portanto, uma alteração vascular, que pode ser 
chamada de eritema. 
 Se o sangue tiver extravasado, ele não terá 
para onde ir. Logo, a coloração continuará na 
lesão, sendo uma lesão hemorrágica, que 
pode ser chamada de púrpura. 
 
 
 
Elevações edematosas são causadas por edema 
na região da derme ou da hipoderme. 
 Lesão urticada (tipo urticária): corresponde 
a formações sólidas, uniformes, de forma 
variável (arredondadas, ovalares, irregulares), 
frequentemente eritematosas e quase sempre 
pruriginosas, resultando de um edema 
dérmico circunscrito. 
A afecção mais frequentemente responsável por 
este tipo de lesão é a própria urticária. 
 
 
FORMAÇÕES SÓLIDAS 
Abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, 
nodosidade/goma e vegetações. 
 Pápula 
 Lesão sólida, superficial, bem delimitada, 
com bordas bem delimitadas. 
 Lesão com até 1 cm de diâmetro e com 
relevo. 
 Exs: dermatoses causadas por picada de 
inseto, verruga, acne, erupções 
medicamentosas. 
 
 Tubérculos 
 Elevações sólidas, circunscritas, situadas 
na derme. 
 A consistência pode ser mole ou firme. 
 Lesão com diâmetro maior que 1 cm e com 
relevo. 
 Geralmente evoluem formando cicatriz. 
 Exs: sífilis, gonorreia, tuberculose, 
hanseníase. 
 
 Nódulos, nodosidade, goma 
 São formações sólidas localizadas na 
hipoderme, mais perceptíveis pela 
palpação do que pela inspeção. 
*Nódulos: pequeno tamanho. 
*Nodosidades: são mais volumosas. 
*Gomas: são nodosidades que tendem ao 
amolecimento e ulceração com eliminação de 
substância semissólida. 
 Exs: furúnculo, eritema nodoso, 
hanseníase, cistos, epiteliomas, sífilis, 
cisticercose. 
 
 Vegetações 
 São lesões sólidas, salientes, lobulares, 
filiformes ou em couveflor, de consistência 
mole e agrupadas em maior ou menor 
quantidade. 
 Exs: verrugas, bouba, sífilis, leishmaniose. 
OBS: Quando a camada córnea é mais espessa, 
a lesão apresenta consistência endurecida e 
recebe o nome de verrucosidade. Exs: verrugas 
vulgares, cromomicose. 
5- Quais os tipos de formações sólidas e 
coleções líquidas da pele? Caracterize-as 
4- Caracterização das elevações 
edematosas 
Aldillany Maria 
 
Formações líquidas (possuem conteúdo em seu 
interior). Por isso, ocorre a elevação da pele. 
São classificadas quanto ao tamanho e quanto ao 
conteúdo que elas possuem. 
 
FORMAÇÕES LÍQUIDAS 
 Vesícula: menor que 1 cm de diâmetro e 
consiste em uma elevação da pele com líquido 
claro. 
o Exs: varicela, herpes-zoster, 
queimaduras. 
 
 Bolha: maior que 1 cm de diâmetro e consiste 
em uma elevação da pele com líquido claro. 
o Exs: queimaduras, alergias 
medicamentosas. 
 
 Pústula: menor que 1 cm de diâmetro e 
consiste em uma vesícula com conteúdo 
purulento. 
o Exs: varicela, herpes-zoster, acne 
pustulosa. 
 
 Abscesso: maior que 1 cm de diâmetro e 
possui conteúdo purulento. 
o Possuem proporções variáveis. 
o Exs: furunculose, blastomicose. 
Pode ser quente (quando acompanhados de 
processos inflamatórios) ou frio (quando não há 
sinais flogísticos). 
 
 Hematoma: formações circunscritas, de 
tamanhos variados, decorrentes do 
extravasamento na pele ou em tecidos 
subjacentes. 
o Apresenta relevo. 
 
Púrpura x hematoma 
Púrpura não tem relevo, hematoma, tem. 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES DA ESPESSURA 
Lesões elementares que ocorrem com alterações 
da espessura da pele, que pode ocorrer das 
seguintes maneiras: 
 Queratose 
Aumento da espessura da pele, tornando-a dura, 
mais consistente, inelástica, de superfície áspera 
e cor amarelada. 
o Exs: queratose senil, queratodermia 
palmoplantar, ictiose. 
 
 Esclerose 
Alteração de espessura da pele, que se torna mais 
firme, coriácea e impregueável quando é pinçada 
com os dedos. 
o Ex: esclerodermia. 
 
 Edema 
Aumento de líquido no espaço intersticial. A pele 
fica lisa e brilhante. 
 
 Liquenificação 
Espessamento da pele, com acentuaçãodas 
estrias e da cor normal da pele, tornando a pele 
circundante de coloração castanho-escura. 
o Exs: encontrada em eczemas 
liquenificados ou em qualquer área sujeita 
a coçaduras constantes. 
 
 
 
 
 
6-Quais as alterações de espessura da pele? 
 
Aldillany Maria 
 
 Infiltração 
Aumento da espessura e consistência da pele, 
com limites imprecisos, tornando menos evidentes 
os sulcos normais. 
o Ex: hanseníase virchowiana. 
 
 Atrofias 
Consiste em adelgaçamentos da pele, que se 
torna fina, lisa, translúcida e pregueada. 
Estrias – são linhas de atrofia que aparecem em 
qualquer parte do corpo desde que a pele tenha 
sido mecanicamente forçada. 
o Ex: mulheres grávidas. 
 
 
 
PERDAS E REPAROS TECIDUAIS 
São lesões decorrentes da eliminação ou da 
destruição patológicas e de reparações dos 
tecidos cutâneos. 
 Escamas 
Consistem em lâminas epidérmicas que 
costumam propiciar a eliminação superficial da 
pele. 
 Exs: a caspa, a pitiríase versicolor, a 
psoríase e a queimadura da pele por raios 
solares (despelação após exposição 
intensa ao sol). 
 
 Erosão (exulceração) 
Desaparecimento da parte mais superficial da 
pele, atingindo exclusivamente a epiderme. 
Escoriação (quando traumática). 
 
 Úlcera (ulceração) 
Perda das estruturas que constituem a derme e/ou 
da hipoderme. 
Deixa cicatriz. 
 Exs: ulcera crônica, lesões malignas da 
pele, leishmaniose. 
 
 Fissura (rágade) 
Perda de substância linear do epitélio, superficial 
ou profunda, não causada por instrumento 
cortante. 
 Crosta 
Lesão formada por ressecamento de líquidos 
orgânicos, podendo ser serosa, sanguínea ou 
purulenta. 
 Escara: 
Porção de tecido cutâneo atingido por necrose. 
 A área mortificada torna-se insensível, de 
cor escura e está separada do tecido sadio 
por um sulco. 
 Tamanho variável. 
 
 Cicatriz: 
Lesão resultante da reparação de processos 
destrutivos sofridos pela pele. Deposição de tecido 
fibroso no local da lesão. 
 Apresenta tamanhos e formas variáveis. 
 Podem ser deprimidas ou exuberantes 
(queloide). 
*queloide: formação fibrosa rica em colágeno 
saliente, de consistência firme, róseo-
avermelhada, bordas nítidas. 
Pode ser espontâneo ou, o que é mais 
frequente, secundário a qualquer agressão à pele 
(intervenção cirúrgica, queimadura e ferimentos). 
 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS LESÕES 
ELEMENTARES 
Lesões primárias: ocorrem sobre a pele sadia. 
Lesões secundárias: são produzidas por 
agressão externa sobre a pele ou po 
consequências das lesões primárias. 
 
 
 
 
7- O que são perdas e reparações teciduais 
e quais os tipos? 
Aldillany Maria 
 
 
Os seguintes parâmetros devem ser analisados no 
exame das mucosas: 
 Coloração 
 Mucosas normocoradas: tom róseo-
avermelhado. 
 Mucosas descoradas/pálidas: usa-se de 1 
a 4 cruzes (avaliação quantitativa ++++). 
Ex: anemia. 
 Mucosas hipercoradas: tom vermelho-
arroxeado. Caracterizam aumento das 
hemácias naquela região. Exs: 
conjuntivite, gengivites. 
 Cianose: coloração azulada das mucosas. 
 Icterícia: coloração amarelada das 
mucosas. 
 Leucoplasia: áreas esbranquiçadas das 
mucosas. 
 
 Umidade 
 Normal: as mucosas apresentam um brilho 
discreto. 
 Seca: as mucosas perdem o brilho. 
Desidratação. 
 
 Existência de lesões 
Exame dos lábios, da cavidade bucal e da mucosa 
jugal. 
 
 
 
FÂNEROS: são as estruturas visíveis da pele: 
cabelo, pelos e unhas. 
 Cabelo 
Inspecione e palpe os cabelos. 
 Tipo de implantação (homem x mulher). 
Ex: hipogonadismo no homem – traços de 
implantação feminoide nele. 
 Distribuição (se é uniforme ou não). Ex: 
alopecia, calvície. 
 Quantidade (se há queda ou não). 
 Coloração (desnutrição: alteração da cor). 
 Textura 
 Espessura, consistência 
 
 Pelos 
 Quantidade (ausência ou excesso). 
 
Hipertricose: aumento exagerado de pelos 
terminais, sexuais e bissexuais ou não sexuais, 
em relação ao indivíduo. 
 Pode ser congênita ou adquirida, difusa ou 
localizada. 
 
Hirsutismo: aumento exagerado de pelos sexuais 
masculinos, na mulher. 
 Pode ser constitucional, idiopático e 
androgênico. 
 
 
 Unhas 
Inspecionar e palpar as unhas dos dedos da mão 
e dos artelhos. 
 Cor 
 Formato 
 Lesões 
 Forma 
 Espessura 
 Tipo de implantação 
As unhas podem apresentar-se pálidas 
(anêmicas), ou adquirir uma tonalidade azulada 
(cianótica). 
Onicólise: as unhas podem apresentar-se 
parcialmente descoladas do leito 
(hipertireoidismo). 
Unhas distróficas: são espessadas, rugosas e de 
forma irregular. Frequentes em pessoas que 
trabalham descalças, sujeitas a repetidos 
traumatismos. 
 
 
 
 
 
Fotossensibilidade: consiste em uma reação 
incomum de sensibilidade extrema da pele quando 
exposta à luz do Sol ou a fontes luminosas 
artificiais, induzidas por substâncias químicas. 
 Resultado da interação luz-pele. 
As primeiras alterações dessa interação são o 
eritema e a pigmentação imediata. 
9- O que são fâneros e o que precisamos 
saber sobre eles? 
 
8- No exame das Mucosas, o que é 
importante avaliar? Cite as possíveis 
alterações 
10- Em relação as doenças da Pele: o que 
são fotossensibilidade e fotodermatoses, 
inflamação da pele e do tecido celular 
subcutâneo e infecções cutâneas? 
Exemplifique-as 
Aldillany Maria 
 
 Eritema: vermelhidão na pele; ocorre 4 a 8 h 
após a exposição solar e tem seu pico em 12 
a 14h, desaparecendo gradativamente. 
Tais fenômenos se devem à ação das 
prostaglandinas, liberação de histamina e de 
substâncias eritrogênicas. 
 
 Pigmentação de melanina da pele: relaciona-
se com a capacidade de desenvolver eritema. 
 
 Pigmentação intrínseca: determinada 
geneticamente, sendo, portanto, imutável. 
Dá cor à pele. 
 
 Pigmentação facultativa: decorrente da 
ação dos raios solares ou ultravioleta 
artificialmente produzidos e dos hormônios 
(bronzeamento). 
 
Esse bronzeamento pode ser: 
 
 Bronzeamento imediato: provocado pela 
oxidação da melanina previamente existente. 
 
 Bronzeamento tardio: inicia-se 2 a 3 dias 
após a irradiação e é proveniente da 
melanogênese, perdurando semanas a 
meses. 
 
A cada exposição, ocorre maior espessamento da 
pele e o retorno à normalidade pode demorar 
alguns meses. 
 
Classificação da fotossensibilidade e 
fotodermatoses: 
 
 Formas agudas 
 
Queimadura solar: resposta inflamatória aguda e 
transitória da pele. 
 Desenvolve-se após exposição à radiação 
ultravioleta, proveniente da luz solar ou de 
fontes artificiais. 
 Pode ser de 1°, 2° (bolhas) ou 3° grau. 
 Medicamentos fototóxicos podem induzir 
esse quadro (ex:sulfonamidas, tetraclinas). 
 
Fototoxicidade: consiste em uma 
hipersensibilidade cutânea à radiação não 
ionizante. 
 Isso depende de alterações moleculares 
induzidas por substâncias químicas em 
conjunto com fótons. 
 É provável que haja um fator genético que 
faça com que a substância química altere 
sua reatividade. 
 Essas reações surgem ao primeiro contato 
do indivíduo com uma substância 
fotossensibilizante. 
 Ex: medicamentos (farmacogênica), 
plantas (fitofotodermatite), inseticidas, 
cosméticos, roupas, conservantes de 
alimentos. 
 O quadro clínico das reações fototóxicas 
caracteriza-se por prurido, sensação de 
queimadura e eritema imediato; 
 
Fotoalergia: ocorre após exposição à radiação 
luminosa. 
 A reatividade da pele, de caráter 
imunoalérgico, é relacionada a antígenos 
formados pela interação da luz com 
substâncias químicas ou proteínas teciduais. 
 
Algumas substâncias podem agir como fototóxicas 
e/ou fotoalérgicas. 
 Qualquer substância fototóxica pode 
tornar-se fotoalérgica, porém o inverso não 
é verdadeiro. 
 
 Ocorre um quadro de eczema, com eritema, 
edema, vesiculação e mesmo exsudação, ou 
seja, um fotoeczema de contato. 
 Manifesta-se 24 a 48 h após exposição solar. 
 
Os agentes químicos produtores de fotoalergiapodem atuar por via tópica – contatantes 
exógenos (sulfas, antihistamínicos, protetores 
solares tipo benzofenonas, substâncias 
antimicóticas, inseticidas) – ou por via sistêmica – 
contatantes endógenos (sulfas, clorpromazina, 
griseofulvina, anticonceptivos). 
 
 A urticária solar é uma forma rara de urticária. 
Desenvolve-se 30 a 60 min após exposição 
solar. 
 
 Entretanto, a urticária solar pode ser 
secundária, relacionada à porfiria e ao 
lúpus eritematoso. 
 Caracteriza-se pelo desenvolvimento de 
vesículas, às vezes pápulas (típica 
Aldillany Maria 
 
urticária), podendo acompanhar-se de 
prurido, mal-estar e cefaleia. 
 
Erupção polimorfa à luz: é uma afecção 
relacionada com exposição à luz solar e que 
acomete mais frequentemente mulheres jovens. 
 
 Manifesta-se preferencialmente no verão 
ou durante as primeiras exposições ao sol. 
 As manifestações clínicas surgem 1 a 4 
dias após a exposição. 
 O prurido, que é constante, pode ser o 
primeiro sintoma. 
 
 
 Formas crônicas 
 
Dermatoheliose (“fotoenvelhecimento”): 
conjunto de alterações cutâneas resultante da 
ação crônica de radiações não ionizantes, com 
efeitos cumulativos em função de décadas de 
exposição. 
 
 Seu aparecimento é tanto mais frequente 
quanto mais clara for a pele. 
 O quadro mais comum é o da elastose 
solar, na qual a pele se apresenta 
espessada, atrófica, coriácea (aspecto de 
couro), amarelada, apergaminhada, com a 
superfície sulcada. 
 
 
Dermatite actínica crônica: condição clínica 
observada, também, em idosos. 
 
 Caracteriza-se por lesões eritematosas e 
infiltradas, estritamente limitadas às 
superfícies expostas à luz. 
 
 
Lentigo solar: manifesta-se como mácula escura, 
irregularmente pigmentada, como gota de tinta. 
 
 Pode ocorrer na região superior do dorso. 
 É uma lesão benigna. 
 
 
Queratose solar: caracteriza-se por apresentar 
lesões queratósicas, rugosas, com escamas 
amarelas ou acastanhadas, finas, aderentes, 
secas, podendo apresentar discreto eritema. 
 
 É considerada lesão pré-cancerígena. 
 
 
 
 Câncer de pele 
 
Carcinoma basocelular: neoplasia maligna 
cutânea mais frequente. Em geral, é agressiva 
apenas localmente. 
 
 Ocorre geralmente após os 40 anos de 
idade, em pessoas de pele clara, em áreas 
fotoexpostas cronicamente. 
 
 
Carcinoma espinocelular: ocupa o segundo 
lugar em frequência entre as neoplasias malignas 
da pele. 
 
 É mais agressivo que o basocelular, tanto 
localmente, quanto na capacidade de 
metastatizar. 
 Ocorre na pele de pessoas claras, 
cronicamente expostas à luz solar. 
 
 
Melanoma: a mais grave neoplasia maligna da 
pele. 
 
 Embora vários fatores etiológicos sejam 
relacionados com o melanoma (genético, 
hormonal, ocupacional, trauma mecânico), 
a radiação ultravioleta, em longas 
exposições, seria o fator mais importante 
no seu desencadeamento. 
 
 
 
 Formas agudas e/ou crônicas 
 
Porfiria cutânea tardia: caracteriza-se por lesões 
vesiculares, erosões e fragilidade cutânea, 
simetricamente distribuídas no dorso das mãos. 
 
 
Protoporfiria eritropoética: faz parte de um 
grupo de doenças com alterações do metabolismo 
das porfirinas e seus precursores, cujo quadro 
cutâneo é desencadeado e agravado pela luz 
solar. 
 O quadro clínico é representado por 
eritema, vesículas e bolhas tensas com 
escoriações e cicatrizes varioliformes nas 
áreas expostas. 
 
Aldillany Maria 
 
Xeroderma pigmentoso: lesão em que a 
sensibilidade extrema aos raios ultravioleta é 
resultante de um defeito hereditário recessivo de 
enzimas envolvidas no reparo do DNA. 
 Inicialmente, há formação de eritema e 
edema à mínima exposição à luz solar. 
 
 
Pelagra: relaciona-se com deficiência proteica, 
lipídica, de ácido nicotínico e de oligoelementos. 
 A luz solar é o fator desencadeante das 
lesões cutâneas nas áreas expostas. 
 Em geral, ocorre uma erupção 
eritematoescamosa, em cuja periferia 
surge tonalidade acastanhada.

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