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Semiologia da pele + lesões elementares - RESUMO RÁPIDO E DIRETO

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SEMIOLOGIA DA PELE
A semiologia cutânea compreende os métodos padronizados para o exame da pele. Todos os médicos devem estar familiarizados com estes métodos, pois o exame da pele faz parte da observação clínica de qualquer doente.
A pele é o órgão humano mais extenso, correspondendo a 15% do peso corpóreo. Ela constitui um manto de revestimento, indispensável à vida e que isola os componentes orgânicos do meio exterior. 
Compõe-se de:
· Epiderme: 0,04mm a 1,6mm, é a camada superficial. Possui os estratos: basal, espinhoso, granuloso, lúcido e córneo.
· Derme: é a camada intermediária; é vascularizada, inervada e possui glândulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos.
· Hipoderme: é o tecido celular subcutâneo, tecido adiposo.
Tipos: espessa= glândulas sudoríparas, palma das mãos e planta dos pés; delgada = folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas.
A pele constitui-se em complexa estrutura de tecidos de origem ectodérmica e mesodérmica, disposta e interrelacionada de maneira harmônica para o desempenho de suas múltiplas funções: proteção mecânica, proteção química (pela secreção sebácea que tem atividade antimicrobiana), proteção contra as radiações ultravioleta por meio da produção e da distribuição da melanina, termorregulação, percepção sensorial e isolamento do meio interno, impedindo a perda de água e de eletrólitos, contribuindo para a homeostase. Além disso, a pele metaboliza substâncias e, particularmente, por meio do estímulo das radiações ultravioleta, sintetiza vitamina D. 
Além da pele propriamente dita, o sistema tegumentar compreende os fâneros, as unhas e os pelos, que também podem ser alvo de enfermidades. Além da possibilidade de as manifestações patológicas cutâneas traduzirem alterações sistêmicas, sua enorme frequência torna obrigatório o conhecimento da metodologia semiológica dermatológica a todo médico.
A observação dermatológica é semelhante à observação clínica, com a diferença principal de que, na observação dermatológica, o exame objetivo precede a anamnese. Esta inversão decorre da extrema objetividade do exame dermatológico, que permite a visualização direta das lesões. Várias razões justificam esta inversão: 
· a precisão diagnóstica será maior quando o exame visual for realizado sem ideias pré-concebidas; 
· a objetividade do exame dermatológico permite a elaboração de hipóteses diagnósticas que orientarão a anamnese, simplificando-a e permitindo maior precisão na busca de informações junto ao doente; 
· algumas lesões dermatológicas são absolutamente características, sendo a diagnose independente de qualquer dado anamnésico. É evidente que, mesmo nestes casos, deverá ser feita anamnese cuidadosa, pois muitos dados são necessários não somente para o diagnóstico, mas também para a orientação geral e mesmo para a terapêutica do paciente. 
Portanto, a observação dermatológica compreende todos os itens da observação clínica, apenas tendo como diferença a precedência do exame dermatológico objetivo sobre a anamnese:
· identificação; 
· exame dermatológico; 
· história da moléstia atual; 
· antecedentes pessoais, hábitos e antecedentes familiares; 
· interrogatório geral e especial; 
· exame físico geral e especial.
IDENTIFICAÇÃO:
Compreende identificação do paciente, idade, sexo, raça, procedência atual e remota, e profissão.
Idade = É um dado bastante importante. As dermatoses presentes nos neonatos e em crianças muito novas com frequência são congênitas e, por vezes, hereditárias. Como exemplos de lesões de aparecimento ao nascimento, podem ser citados os nevos e os angiomas e, como exemplos de doenças hereditárias de exteriorização precoce, as ictioses e as epidermólises bolhosas.
Em crianças maiores, são comuns o estrófulo, determinado por hipersensibilidade a picadas de inseto, e a dermatite atópica, que se inicia a partir dos dois meses de idade. São ainda frequentes as infecções bacterianas, como o impetigo, e as infecções fúngicas, particularmente as micoses superficiais e as infecções virais, como o molusco contagioso, e as infecções parasitárias, como a larva migrans. 
Na adolescência, a acne e as infecções, particularmente fúngicas, têm amplo predomínio pela maior exposição na prática de esportes e, nos jovens, começam a ocorrer pela maior exposição às doenças sexualmente transmissíveis. 
Nos adultos, todos os tipos de afecções dermatológicas podem ocorrer, sendo bastante frequentes as dermatofitoses, os eczemas em geral e os tumores cutâneos. 
Nos idosos, são comuns o prurido e o eczema asteatósico, por maior sequidão da pele e por diminuição do funcionamento das glândulas sebáceas. São comuns o dano actínico, pela exposição solar crônica, e os tumores cutâneos.
Sexo = existem afecções predominantes no sexo masculino e afecções mais frequentes no sexo feminino. Algumas genodermatoses ligadas ao cromossomo X ocorrem de modo praticamente exclusivo no sexo masculino, como a ictiose ligada ao sexo e a disqueratose congênita. Outras genodermatoses ocorrem exclusivamente no sexo feminino, como a hipoplasia dérmica focal. Além disso, existem afecções adquiridas que predominam no sexo masculino, como os tumores cutâneos, em geral, a poliarterite nodosa. Outras, como o lúpus eritematoso sistêmico e as urticárias crônicas, predominam nas mulheres.
Raça = algumas afecções ocorrem muito mais frequentemente em caucasóides, como as doenças relacionadas à exposição solar, fotossensibilidades, dano actínico crônico, carcinomas baso e espinocelulares, enquanto outras afecções são mais frequentes em negróides, como os quelóides e a dermatose papulosa nigra.
Profissão = algumas profissões obrigam o indivíduo a uma maior exposição a agentes agressores de qualquer natureza (físicos, químicos ou biológicos). Assim, os lavradores são muito mais expostos às radiações solares, desenvolvendo, com frequência, dermatoses relacionadas à exposição crônica aos raios ultravioleta, queratoses actínicas, carcinomas baso e espinocelulares. Também são mais frequentemente atingidos por agentes infecciosos cujos reservatórios são o solo ou vegetais, como a paracoccidioidomicose e a cromomicose. Os indivíduos que trabalham em indústrias em contato com substâncias químicas têm maior probabilidade de desenvolver dermatites eczematosas de contato alérgicas ou por irritação primária. 
*Procedência = conhecimento da procedência do doente pode contribuir para o diagnóstico. Por exemplo, a lobomicose e a leishmaniose difusa anérgica somente ocorrem na Amazônia. A história negativa de permanência nesta região exclui estes diagnósticos.
HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL:
A anamnese deve incluir uma descrição exata do início da dermatose, as características evolutivas quanto às modificações sofridas pelas lesões iniciais e quanto ao modo de disseminação das lesões. São importantes os fatores de piora, por exemplo, nas dermatoses produzidas ou agravadas pela luz, como o lúpus eritematoso ou a urticária solar, em que há evidente agravamento com exposição solar. As influências do clima também podem ser importantes no diagnóstico - por exemplo, a dermatite asteatósica agrava-se no inverno, a miliária surge e se exacerba no verão em condições de temperaturas altas indutoras de sudorese. É ainda importante, na anamnese, a verificação da influência do contato com substâncias ambientais oriundas de plantas, animais, agentes químicos ou físicos.
Com relação aos sintomas, o mais importante em dermatologia é o prurido, cuja presença ou ausência, evolução contínua ou por surtos, intensidade, ocorrência diurna ou noturna são elementos de importância para o diagnóstico. Existem dermatoses que não se acompanham de prurido como norma geral. É o caso da sífilis e da psoríase. Outras vezes, o prurido é extremamente intenso, como nas urticárias e no líquen simples crônico. Em algumas dermatoses, o prurido é essencialmente noturno, como na escabiose. 
Outro sintoma eventual é o ardor observado em algumas dermatoses inflamatórias como, por exemplo, na vasculite urticariforme. Com relação à dor, pode ser bastante intensano herpes-zoster. Dor localizada e paroxística ocorre em tumores como os leiomiomas e o glômus. Dores musculares podem surgir em doenças sistêmicas com envolvimento cutâneo como a dermatomiosite.
Na anamnese, é ainda bastante importante a exploração das condições psicológicas do paciente, pois os fatores emocionais podem ser precipitantes, agravantes ou perpetuadores de dermatoses.
ANTECEDENTES PESSOAIS, HÁBITOS E ANTECEDENTES FAMILIARES:
Nos antecedentes pessoais, é importante a história pregressa de doenças cutâneas e de doenças gerais. O uso habitual de medicamentos e a ocorrência de reações no passado em vigência de medicações aumenta a probabilidade de erupção cutânea medicamentosa. Cirurgias pregressas são importantes, pois, além de possível correlação da doença que motivou a cirurgia com a dermatose atual, podem mostrar o tipo de cicatrização do paciente para consideração em cirurgias futuras. Quanto aos hábitos, são importantes o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas.
Quanto aos antecedentes familiares, é bastante importante o conhecimento da ocorrência de lesões semelhantes em outros membros da família. Este fato pode ocorrer em doenças infecciosas por contaminação familiar, como por exemplo na escabiose. Também ocorre em doenças genéticas, nas quais, com frequência, detecta-se consanguinidade dos pais. Além disso, algumas doenças cuja hereditariedade não está perfeitamente definida ocorrem, por vezes, com maior frequência em algumas famílias, como o vitiligo e a psoríase.
INTERROGATÓRIO GERAL E ESPECIAL:
Obedece à orientação geral da observação clínica, devendo ser registradas as informações do doente quanto a seu estado geral, emagrecimento, presença de febre, doenças em tratamento e as condições dos diferentes sistemas e aparelhos.
EXAME FÍSICO GERAL E ESPECIAL:
Seguem as normas gerais da observação clínica. São, ainda, manobras semiológicas complementares à observação de lesões discrômicas e de lesões micóticas superficiais à luz ultravioleta (lâmpada de Wood); a pesquisa da sensibilidade e provas destinadas a verificação de alterações da inervação periférica, utilizadas nos casos suspeitos de hanseníase: prova da histamina; prova da pilocarpina.
*Rotina recomendada: 	
· História clínica – inspeção geral e específica;
· História dermatológica: obtenção do diagnóstico das doenças de pele;
*Problemas comuns: anormalidades localizadas interpretadas pelo paciente como de gravidade considerável, como tumorações. Nunca se deve tentar adivinhar a queixa do paciente. Lembrar ainda que erupções generalizadas podem eventualmente acometer anexos como cabelo, unhas e glândulas sudoríparas.
*Deve-se investigar sempre a queixa principal, sua duração, a natureza da lesão inicial e suas alterações evolutivas, os sintomas associados, assim como sua resposta a medicamentos previamente utilizados.
*Antecedentes dermatológico: dermatite seborreica na infância confundidas ou precursoras de psoríase, alergias, doenças de outra natureza como as ocupacionais ou regionais, hobbies, história familiar.
EXAME DERMATOLÓGICO 
O exame dermatológico compreende o exame acurado de pele, mucosas, unhas, cabelos e pelos e também de linfonodos. O exame dermatológico deve envolver, preferentemente, toda a pele, e não somente a lesão objeto da queixa do doente. Esta proposição justifica-se pela possibilidade de existirem lesões relacionadas à doença do paciente, mas por ele não relacionadas ou valorizadas como parte da enfermidade. Além disso, o exame dermatológico geral pode detectar lesões não observadas pelo doente, não relacionadas à enfermidade, mas que podem ser extremamente importantes, como, por exemplo, uma lesão de melanoma maligno totalmente despercebida pelo doente. 
O exame dermatológico deve ser feito por meio de inspeção, palpação, dígito ou vitropressão e compressão.
INSPEÇÃO:
Visa a identificar as lesões apresentadas pelo doente. A inspeção deve ser feita em ambiente com boa iluminação com luz solar ou fluorescente, que devem emanar de trás do examinador. Deve-se inicialmente inspecionar a pele do doente a uma distância entre um e dois metros para se obter uma visão geral da erupção e após, deve-se examinar minuciosamente as lesões a curta distância para se observarem as peculiaridades das lesões. Se necessário, as lesões podem ser examinadas com lupa para melhor observação.
Inspeção- sempre sob luz clara (se possível natural), obrigatoriamente sem a roupa, primeiro com o paciente sentado na mesa de exame clínico, depois de pé para exame do dorso.
PALPAÇÃO:
A palpação permite a verificação da consistência das lesões por meio do pinçamento digital, possibilitando a análise da espessura e da consistência das lesões, se espessadas ou não, se da consistência normal da pele ou se amolecidas ou endurecidas, e quando endurecidas, em que grau, infiltradas, lenhosas ou pétreas. O pinçamento digital das lesões também detecta a impregueabilidade da pele quando esclerótica. A palpação informa ainda o volume e as dimensões das lesões sólidas da pele.
DIGITOPRESSÃO OU VITROPRESSÃO:
Pressionando-se a lesão cutânea com os dedos ou com uma lâmina de vidro (diascopia por vitropressão), expulsa-se o sangue por esvaziamento dos vasos da área pressionada. Esta manobra permite a distinção entre o eritema, o qual desaparece quando há pressão, e as púrpuras, nas quais, como houve extravasamento de hemácias, não há desaparecimento da coloração avermelhada, pois as hemácias extravasadas permanecem no tecido comprimido. Esta manobra também revela a coloração amarelada, comparável à geleia de maçã, de certos infiltrados celulares, como os granulomas das lesões de tuberculose cutânea e outras doenças granulomatosas. A dígito ou vitropressão também permite a identificação de lesões de nevo anêmico, que são pequenas áreas hipocrômicas da pele decorrentes da hipogenesia ou agenesia dos vasos cutâneos. Neste caso, a vitropressão em torno da lesão, ao expulsar o sangue dos vasos existentes na periferia da lesão, iguala a área periférica comprimida à área da lesão em que não há circulação sanguínea.
COMPRESSÃO:
Permite confirmar a presença de edema pela depressão que provoca. A compressão linear da pele com objeto rombo permite verificar a presença de dermografismo, ou seja, uma resposta exagerada da pele caracterizada pelo aparecimento de eritema e edema persistentes ao longo da área linearmente pressionada. Trata-se da tríplice reação de Lewis, com disposição linear caracterizada por eritema inicial por vasodilatação, eritema reflexo por dilatação arteriolar axônica e edema consequente a extravasamento de líquido pela vasodilatação intensa.
A inspeção, a palpação, a dígito ou vitropressão e a compressão objetivam fundamentalmente identificar as chamadas lesões elementares que constituem a expressão morfológica das dermatoses. Para que as lesões dermatológicas sejam identificadas, torna-se necessário seu conhecimento por sua conceituação. 
A pele, como qualquer órgão, é passível de ser atingida por fenômenos patológicos produzidos pelas mais variadas noxas endógenas ou exógenas, físicas, químicas ou biológicas. A ação desses agentes agressores pode produzir, na pele, todas as alterações anatomopatológicas básicas, isto é, degenerações, alterações metabólicas, proliferações, malformações, disfunções e inflamações. Estes processos ocorrem isolada ou combinadamente e irão determinar alterações microscópicas nas estruturas cutâneas que macroscopicamente traduzir-se-ão por alterações visíveis que constituem as lesões elementares. A capacidade de resposta da pele é limitada, e, deste modo, vários tipos de agressão cutânea se expressam pelo mesmo tipo de lesão. Da mesma forma, um mesmo agente agressor, em função de variáveis próprias, como por exemplo a virulência de um agente microbiano ou em função de características do hospedeiro, poderá produzir diferentes respostas da pele.
Ao exame físico procura-se caracterizar: distribuição das lesões, sua morfologia (elementar), cor, umidade, espessura, simetria, higiene, temperatura, textura,margens, turgor, mobilidade, espessamentos ou cistos à palpação que nunca deve ser omitida.
Crostas quando presentes podem ser cuidadosamente removidas, se escarificadas para o diagnóstico da psoríase por exemplo.
Caracterizar a lesão: tamanho, forma, cor, textura, elevação ou depressão, pedunculação, exsudação, padrão de distribuição, localização.
Cabelos e pelos: cor, distribuição, quantidade, palpar a textura.
Unhas: cor, comprimento, configuração, simetria, limpeza, textura, firmeza, uniformidade e aderência ao leito.
Exames complementares: micológico direto e cultura de fungos; pesquisa de sensibilidade; luz de wood; dermatoscopia; biopsia de pele; imuno-histoquímica; imuno-florescência; citologia – Tzank; ultrassonografia; genéticos; sorológicos, pesquisa de autoanticorpos.
Semiologia da pele:
· Coloração;
· Umidade;
· Textura;
· Espessura;
· Temperatura;
· Elasticidade;
· Mobilidade;
· Turgor;
· Sensibilidade;
· Lesões elementares.
LESÕES ELEMENTARES DA PELE
As lesões elementares podem ser classificadas em seis grupos bem definidos: A) alterações da cor; B) elevações edematosas; C) formações sólidas; D) coleções líquidas; E) alterações da espessura; F) perdas e reparações teciduais.
A) Alteração de cor
Constituem as manchas ou máculas que são alterações circunscritas da cor da pele sem qualquer alteração da espessura ou textura e, portanto, sem relevo ou depressão.
Para melhor compreensão das manchas, é importante a análise dos elementos que determinam a cor da pele normal. A cor da pele depende de quatro biocromos, dois localizados na epiderme e dois localizados na derme. Na epiderme, encontram-se a melanina de cor marrom e os carotenóides de cor amarela, que se acumulam, principalmente, na camada córnea e representam determinante menor da cor normal da pele. Na derme, encontram-se a oxiemoglobina de cor vermelho-brilhante, localizada nos capilares e arteríolas da derme papilar, e a hemoglobina reduzida de cor vermelho-azulada, localizada no plexo venoso subpapilar.
Da combinação de quantidades relativas dessas quatro substâncias resulta a cor normal da pele. Variações nessa combinação resultarão em alterações da cor normal da pele: manchas ou máculas. Por essa razão, as manchas podem ser classificadas em vasculossanguíneas, dependentes de variações da quantidade de oxiemoglobina e hemoglobina reduzida, e pigmentares, ligadas a alterações do conteúdo melânico da pele e, eventualmente, de outros pigmentos.
Mácula = menor que 1cm e sem relevo;
Mancha = maior que 1cm e sem relevo.
Pigmentares: acrômica, hipocrômica, hipercrômica.
MANCHAS VASCULOSSANGUÍNEAS:
- Eritema: é uma mancha vermelha decorrente de vasodilatação e, portanto, desaparece à digito ou vitropressão. De acordo com a cor, a localização, a extensão e a evolução, podem ser reconhecidos vários tipos de manchas eritematosas. 
Exantema: define a presença de manchas eritematosas disseminadas na pele de evolução aguda. Existem dois tipos de exantema: 1) Exantema morbiliforme ou rubeoliforme = é o exantema no qual, entre as manchas eritematosas disseminadas pela pele, existem, entremeadas, áreas de pele normal. 2) Exantema escarlatiniforme: quando as manchas eritematosas confluem e a pele apresenta-se difusa e uniformemente eritematosa, não se observando áreas de pele normal entremeadas. 
- Enantema: corresponde ao exantema nas mucosas, isto é, observam-se manchas eritematosas nas mucosas. 
- Cianose: é o eritema arroxeado, por congestão passiva ou venosa com diminuição de temperatura. Ocorre por aumento da hemoglobina reduzida.
- Rubor: é o eritema vermelho vivo por vasocongestão ativa ou arterial com aumento de temperatura. Decorre de aumento da oxiemoglobina. 
- Eritema figurado: mancha eritematosa, de bordas bem definidas, às vezes ligeiramente elevada, de forma e tamanhos variáveis. 
- Eritrodermia compreende a presença de eritema generalizado crônico e persistente acompanhado de descamação. 
- Mancha angiomatosa: mancha de cor vermelha permanente, decorrente não de vasodilatação, mas de aumento do número de capilares em determinada área. Por não ser decorrente de vasodilatação exige, para seu esmaecimento, forte dígito ou vitropressão. 
- Mancha anêmica: mancha branca, permanente, causada por agenesia vascular em determinada área da pele. A vitropressão, compreendendo a mancha e a área circunjacente, iguala esta à mancha mostrando que, quando se esvaziam os vasos da área normal periférica à mancha, tornando-a desprovida de sangue, esta se iguala à mancha anêmica, na qual não existem vasos.
MANCHAS HEMORRÁGICAS/PÚRPURAS :
É uma mancha vermelha que ocorre por extravasamento de hemácias na derme e que, portanto, não desaparece à vitro ou digitopressão. Decorre, portanto, da presença de hemoglobina na derme e das progressivas modificações deste pigmento e assume inicialmente coloração arroxeada e, depois, verde-amarelada. De acordo com suas características, as púrpuras classificam-se em:
- Petéquia = lesões púrpuricas com até 1cm.
- Equimose = púrpuras maiores que 1cm.
- Víbices = são as púrpuras lineares. As lesões atróficas lineares da pele também são designadas víbices e, geralmente, compreendem a fase evolutiva tardia das lesões purpúricas lineares. Estas lesões resultam da ruptura das fibras elásticas e colágenas da derme e esta ruptura, na sua fase inicial, acompanha-se de hemorragia linear que, posteriormente, é absorvida, permanecendo apenas a atrofia linear.
MANCHAS PIGMENTARES:
Também designadas manchas discrômicas, resultam de diminuição ou aumento da melanina ou do depósito de outras substâncias na derme. Existem vários tipos de manchas pigmentares: 
- Manchas leucodérmicas: são manchas brancas decorrentes de diminuição ou ausência de melanina. Podem ser: 
- Manchas acrômicas: são manchas brancas de cor branco marfim por ausência total de melanina; 
- Manchas hipocrômicas: são manchas brancas resultantes de diminuição e não-ausência do pigmento melânico. 
- Manchas hiperpigmentares ou hipercrômicas: são manchas em que há intensificação da cor da pele por aumento de melanina ou de outros pigmentos. As manchas decorrentes de aumento da melanina também se denominam manchas melanodérmicas e, dependendo do aumento da melanina e da sua localização na pele, podem ter várias tonalidades: castanho-claro; castanho-escuro; azulada; ou negra. As lesões decorrentes de aumento da melanina na epiderme tendem a apresentar coloração castanha e as lesões decorrentes da presença de melanina na derme tendem a colorações mais azuladas.
A presença de outros pigmentos, que não a melanina, também determina manchas pigmentares. É o caso da hemossiderina, que produz manchas acastanhadas, da bilirrubina, que produz coloração amarelada da pele (icterícia), e do caroteno, que produz coloração amarelada, especialmente das regiões palmo-plantares (carotenodermia). 
Agentes utilizados via sistêmica, ouro, prata, quinacrina, amiodarona, bismuto e minociclina podem, por vários mecanismos, produzir manchas pigmentares na pele. 
B) Elevações edematosas
São elevações circunscritas da pele provocadas por edema da derme ou hipoderme. Compreendem as urticas e o edema angioneurótico:
Urtica = é uma elevação da pele de cor vermelha ou branca-rósea, de tamanho e formas variáveis, de duração efêmera e muito pruriginosa. A urtica decorre de acentuada vasodilatação (cor vermelha) que propicia o extravasamento de líquido, surgindo edema que comprime os vasos dilatados diminuindo a vasodilatação (cor branca-rosada) e que é absorvido em horas (lesão efêmera). A vasodilatação é decorrente de mediadores, principalmente histamina, que irritam as terminações nervosas livres da pele (prurido).
Edema angioneurótico = é uma área de edema circunscrito que causa tumefação intensa. Envolve o mesmo processo que gera as urticas mas, neste caso, os fenômenos de vasodilatação e edema ocorrem na derme profunda ou hipoderme, enquanto, na urtica, os fenômenos ocorrem na derme superior e média. O angiodema atinge especialmente as áreas de tecidos frouxos, face (particularmente regiãoorbitária) lábios e regiões genitais. Pode ocorrer nas vias aéreas superiores, existindo nesta localização o risco de asfixia.
C) Formações sólidas
São as lesões elementares em que há alteração do relevo cutâneo, surgindo elevações de conteúdo sólido. As formações sólidas podem ser consequentes a alterações epidérmicas, dérmicas ou hipodérmicas. As formações sólidas de origem epidérmica podem decorrer do aumento de determinadas camadas ou de toda a epiderme. As formações sólidas de origem dérmica podem ser consequentes a aumentos dos constituintes dérmicos ou da presença, na derme, de infiltrados celulares inflamatórios ou neoplásicos ou, ainda, da deposição de substâncias na derme. Podem ainda decorrer de aumento dos constituintes da hipoderme ou da presença de infiltrados inflamatórios ou neoplásicos na hipoderme. Consideram-se os seguintes tipos de lesões elementares de caráter sólido:
- Pápula = é uma lesão sólida, elevada, circunscrita, de tamanho inferior a 1 cm. Decorre de alterações epidérmicas, dérmicas ou dermo-epidérmicas.
- Placa = é uma lesão elevada, de altura inferior a 1 cm, em plataforma que se estende, em superfície, por vários centímetros. Pode ser uma lesão única ou resultar da confluência de múltipla pápulas; maior que 1cm.
- Nódulo = é uma lesão sólida, circunscrita, saliente ou não, de 1 a 3 cm de diâmetro. É consequente a alterações dérmicas e/ou hipodérmicas.
- Tumor = é uma lesão sólida, circunscrita, elevada ou não, de mais de 3 cm de diâmetro. É consequente a alterações dérmicas e/ou hipodérmicas.
- Goma = é um nódulo ou nodosidade que sofre liquefação na porção central, podendo ulcerar e eliminar material necrótico. 
- Vegetação = é uma lesão sólida, exofítica, pedunculada ou com aspecto de couve-flor, facilmente sangrante, consequente à papilomatose (aumento das papilas dérmicas) e acantose (aumento da camada malpighiana da epiderme). 
- Verrucosidade = é uma lesão sólida, elevada, de superfície dura, inelástica e de cor amarelada, consequente à hiperqueratose (aumento da camada córnea da epiderme).
D) Coleções líquidas
São as lesões elementares que se caracterizam por apresentar conteúdo líquido que pode ser sangue, serosidade ou pus. Existem várias lesões elementares de conteúdo líquido:
- Vesícula = é uma elevação circunscrita com conteúdo líquido de até 1 cm de tamanho. O conteúdo pode ser líquido claro (serosidade), turvo (purulento) ou hemorrágico (sangue).
- Bolha = é uma lesão elementar de conteúdo líquido, circunscrita, maior que 1 cm. Da mesma forma que as vesículas, pode ter conteúdo seroso, purulento ou sanguinolento. 
- Pústula: é uma lesão elementar com pus com até 1 cm de tamanho. 
- Abscesso = é uma formação circunscrita, de tamanho variável, superior a 1 cm com pus. Acompanha-se de calor, rubor, dor e, evolutivamente, apresenta flutuação central por liquefação do conteúdo purulento. 
- Hematoma = é uma formação circunscrita, de dimensões variáveis, decorrente do acúmulo de sangue na pele e tecidos subjacentes. Inicialmente, tem cor avermelhada e, evolutivamente, torna-se arroxeada e, posteriormente, verde-amarelada.
Pústula = pus, até 1cm. 
E) Alterações de espessura
Decorrem de aumento dos constituintes normais da epiderme ou derme e também da presença de edema ou infiltrados celulares, inflamatórios ou neoplásicos na derme. Também existem alterações da espessura por diminuição do número e volume dos constituintes normais da pele.
- Queratose = é um aumento da espessura da pele, que se torna dura, inelástica, de superfície áspera e cor amarelada. É consequente a aumento da espessura da camada córnea da epiderme.
- Liquenificação = é um espessamento da pele com acentuação dos sulcos e da cor normal da pele, configurando um aspecto quadriculado da superfície cutânea. Decorre de aumento da espessura da camada malpighiana da epiderme, isto é, acantose.
- Edema = é um aumento da espessura da pele, depressível, decorrente da presença de plasma na derme ou hipoderme. 
- Infiltração = é um aumento da espessura e consistência da pele, com limites imprecisos, tornando os sulcos normais menos evidentes. A vitropressão confere coloração café com leite. Resulta de infiltrado celular inflamatório ou neoplásico na derme, às vezes, acompanhado de vasodilatação e edema.
- Esclerose = é uma alteração de espessura da pele que se torna coriácea e impregueável quando se a pinça com os dedos. Pode acompanhar-se de hipo ou hipercromia e decorre da presença de fibrose com aumento do colágeno dérmico; lardácea ou coriácea; resulta da fibrose do colágeno.
Atrofia = é a diminuição da espessura da pele que se torna adelgaçada e pregueável. É consequente à redução do número e do volume dos constituintes normais da pele. Como assinalado anteriormente, as atrofias lineares denominam-se víbices, da mesma forma que as lesões purpúricas lineares.
F) Perdas e reparações tissulares
São as lesões elementares decorrentes da eliminação ou da destruição patológica de tecidos cutâneos, bem como as alterações resultantes da reparação destes tecidos.
- Escama = são massas furfuráceas (pulverulentas) ou micáceas (laminares) que se desprendem da superfície cutânea em decorrência de alterações da queratinização.
- Erosão ou exulcerações = são soluções de continuidade superficiais da pele, compreendendo exclusivamente a epiderme. Nestas condições, quando houver reparo, este será completo, isto é, haverá restitutio ad integrum da pele.
- Escoriações = são erosões lineares de origem traumática, em geral, resultantes de coçagem frequente nas condições pruriginosas da pele.
- Ulceração = é uma solução de continuidade mais profunda da pele por perda circunscrita de epiderme e derme podendo atingir a hipoderme e até tecidos mais profundos. Nesta condição, se houver evolutivamente reparo, não haverá restitutio ad integrum, mas surgirá lesão cicatricial residual.
- Úlcera = é uma ulceração crônica.
- Fissura = perda linear da epiderme e derme no contorno de orifícios naturais ou dobras.
- Fístula = canal com pertuito na superfície da pele que drena material supurativo ou necrótico originado da profundidade.
- Crosta = resulta do ressecamento de serosidade, pus ou sangue misturado com restos epiteliais.
- Escara = área de cor preta ou lívida limitada por necrose tecidual, de limites precisos.
- Cicatriz = resulta da reparação de processo destrutivo da pele e associa atrofia, fibrose e discromia. Pode ser: cicatriz atrófica = é uma cicatriz fina e pregueável; cicatriz cribiforme = é uma cicatriz perfurada por pequenos orifícios; cicatriz hipertrófica = é uma cicatriz exagerada, restrita à área da lesão prévia, que se mostra elevada e fibrosa. 
Por meio dessa classificação sistemática das lesões elementares cutâneas, é possível o reconhecimento preciso do tipo de lesão elementar presente. Obviamente, em geral, não ocorre apenas um tipo de lesão cutânea de maneira isolada, mas sim uma combinação de vários tipos de lesões, isto é, poderemos ter múltiplas combinações de lesões, por exemplo, lesões eritêmato-descamativas, lesões eritêmato-infiltradas, lesões eritêmato-papulosas, lesões vésico-bolhosas, e assim por diante. De posse do conhecimento do tipo de lesões presentes, podem-se, portanto, formular diagnósticos sindrômicos: dermatose eritêmato-descamativa, dermatose eritêmato-papulosa, dermatose vésico-bolhosa, dermatose ulcerosa etc. e, a partir do conjunto de dados do paciente, procura-se, dentro do quadro sindrômico, qual o diagnóstico preciso para o doente. Por exemplo, entre as dermatoses eritêmato-descamativas devem ser analisadas as possibilidades de dermatite seborreica, psoríase, pitiríase rósea, parapsoríase, eritrodermia e pitiríase rubra pilar. 
Além do reconhecimento preciso das lesões elementares, outros dados do exame objetivo são úteis.
AVALIAÇÃO:
Localização anatômica e distribuição (focal, disseminada). Padrão e forma (anelar, linear). Tipo – eritema, petéquia, equimose, pápula, bolha.
Lesões primárias = ocorre sobre a pele sadia.
Lesões secundárias = produzidas por agressão externa sobrea pele, consequências das lesões primárias.
FIM!!!

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