Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Centro de Ciências da Saúde (CCS) Discente: Mayanne Brenda Soares Pereira Resumo - Práticas monástico-medievais Cristianismo: o Cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Desde o início deste fenômeno, os pobres e enfermos foram objetos de cuidados especiais por parte da Igreja. Pedro, o apóstolo, ordenou diáconos para socorrerem necessitados. As diaconisas prestavam igual assistência às mulheres. Houve uma profunda modificação na assistência aos doentes – os enfermos eram recolhidos às diaconias, que eram casas particulares, ou aos “hospitais” organizados para assistência a todo tipo de necessitados. Período monástico-medieval: focaliza-se na influência de fatores socioeconômicos e políticos nas práticas de saúde e nas relações desta com o Cristianismo. Essa época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos. Foi um período que deixou como legado uma série de valores que, com o passar dos tempos, foram aos poucos legitimados e aceitos pela sociedade como características inerentes à Enfermagem. A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e outros atributos que dão à Enfermagem, não uma conotação de prática profissional, mas de sacerdócio. A influência do Cristianismo no cuidar: Apesar das perseguições que sofria a religião cristã, houve considerável crescimento do fervor religioso, com isso muitos cristão passaram a dedicar suas vidas a prática da caridade, o que deu origem a inúmeras congregações religiosas que atraiam homens e mulheres vocacionais para cuidar de pobres e doentes em busca da salvação eterna. ● A igreja centralizava as doações e transformava as contribuições em atos de caridade; ● As diaconisas levavam os suprimentos para os pobres e doentes, iniciando assim um trabalho social como verdadeiras precursoras da enfermagem na saúde pública; ● Os cuidados prestados na época pelas diaconisas consistiam em banhar doentes com febre, limpar feridas, fazer curativos, dar água e comida, além de oferecer remédios caseiros; ● O que sobressaia era a devoção e o amor que acompanhavam esses gestos e traziam conforto físico e espiritual aos doentes. O conhecimento de saúde baseado na teologia ● Predomínio dos mitos e do culto a Cristo; ● Conexão fundamental entre doença e pecado: a doença era um aviso de Deus sobre um comportamento a ser evitado, um castigo; ● A interpretação cristã oferecia conforto espiritual: desenvolvimento de valores/sacerdócio. Como as epidemias eram vistas? Durante a Idade Média, tinha-se essa visão teológica e intuitiva de todo esse tipo de manifestação epidemiológica. Uma era de caráter religioso: passando a ideia de um pecado que não é individual, mas coletivo. A outra resposta era expulsar os pecaminosos do convívio, tirando-os da cidade. E essa atitude, por exemplo, permitiu o desenvolvimento dos primeiros passos para o surgimento da quarentena. Neste período histórico, ainda não havia o conceito de epidemia. Ele foi sendo delineado à medida em que a Medicina começou a se tornar verdadeiramente um campo de conhecimento, algo possível graças ao surgimento das primeiras universidades, ainda nesse mesmo tempo da história. Alguns exemplos de condutas e constatações epidêmicas: Lepra: tida como manifestação evidente da impureza diante de Deus, seus portadores deviam ser condenados ao isolamento, conforme descrição bíblica. Se considerados mortos, rezava-se uma missa de corpo presente antes mesmo de seguirem para o leprosário (hospitais “primitivos” especializados na doença). Aqueles que circulassem “livremente” deveriam usar vestes características e fazer soar uma matraca para advertir a outros o perigo de sua ameaça. Era a doença mais temida do período. Mas, uma das grandes iniciativas no combate à lepra, partiu da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro, dos chamados “cavaleiros hospitalares”. Durante dois séculos, fundaram-se leprosários em diversas regiões, sendo eles os maiores responsáveis pela sensível diminuição do número de leprosos na Europa. Tal combate, intensificou-se por volta do século 12 e teve como principal aliado instituições Franciscanas, devido ao número assustador de internados. Porém, evidencia-se hoje, que muitos desses supostos leprosos eram portadores de hanseníase, algo recorrente na atualidade, todavia, possivelmente tratável. Peste bubônica: frades capuchinhos e jesuítas cuidavam dos pestosos em Marselha, correndo todos os riscos. Foi fundada a Confraria dos Loucos, que invocava a proteção de São Sebastião para combater o medo da morte. São Roque foi escolhido o padroeiro dos pestos. Tratava-se de um jovem que havia adquirido a peste em Roma e havia se retirado para um bosque para morrer. Foi alimentado por um cão, que lhe levava pedaços de pão e conseguiu se recuperar. A epidemia matou mais de 1/3 da população europeia e chegou a atingir outras regiões do planeta. Partos na Idade Média: não é uma epidemia, mas como é algo de alcance geral e prestígio da população, enquadramos nesta ordem. A ideia de infertilidade era tida como maldição ou castigo, mais uma vez, fazendo jus às ideias religiosas do período; logo, a família que não recebia a bênção de uma criança se distanciava, inclusive, de prestígios sociais. A maior culpa desse feito era comumente atribuída à mulher, pois a infertilidade designava, para a época, uma postura de mau comportamento feminino, possuía um caráter punitivo dos céus. Além disso, as taxas de mortalidade infantil ou jovem eram altas: um quarto dos nascidos não sobrevivia até seu primeiro aniversário e metade desses sobreviventes viria a óbito antes dos 20 anos. Técnicas para aumentar as chances de gravidez: visualmente aceito, dever-se-ia buscar caminhos para aumentar a fé da mulher ou orar. Por outro lado, rodear-se de talismãs ou de bonecas, comer determinados alimentos, beber ou banhar-se em fontes milagrosas, mormente sulfurosas, tocar ou esfregar-se em menires, ferrolhos das portas e badalos de sinos das igrejas, sem descartar a bruxaria, era algo comumente praticado (o que é contraditório, por causa do Cristianismo predominante). Teste de gravidez: “regar com urina sete grãos de trigo, sete grãos de cevada e sete favas; aquele que não conseguir fazê-los germinar em sete dias será incapaz de germinar a sua própria semente.” Postura durante a gravidez: era dispensada de cerimônias, inclusive religiosas; uso de roupas largas; na casa da gestante não poderia haver nenhum nó, para evitar que a criança viesse ao mundo com o cordão umbilical em volta do pescoço. Realização dos partos: ritualística, geralmente em pé ou sentada. Era importante que estivessem presentes mulheres em que a gravidez deu certo, já que as chances de mortalidade para a mãe também eram altas. Momento do nascimento: corta-se o umbigo com o comprimento de 4 dedos e enlaça-o. Acontece, frequentemente, quando um rapaz deixa-se um pouco mais de 4 dedos de cordão, para precaver a sua virilidade. A criança é, de seguida, lavada com vinho ou álcool e esfregada com sal, mel ou uma gema de ovo. Envolve-se uma criança com o intuito de “manter direitos” os seus membros, esse envolto lembrava uma múmia egípcia. Curiosidade: quando o parto era complicado, recorria-se já à cesariana. Porém, esta só poderia ser realizada quando a mulher estivesse morta, pois respeitavam-se os desejos da “natureza” em não antecipar a morte antes da hora. Esta devia vir naturalmente. No mais, a criança que fosse salva numa cesariana pós-morte deveria ser imediatamente batizada para livrá-la de males espirituais posteriores. Menstruação na idade média: uso de tecidos para absorver o sangue, especialmente linho. O tecido era utilizado junto a um tipo de cinto para fixar e este poderia ser reutilizado após lavar, como no uso de fraldas de pano, por exemplo. Este período mensal recebia olhares inusitados, inclusive dos próprios profissionais de saúde da época: algunsmédicos acreditavam ser uma doença mensal inerente à existência feminina ou que a vida sedentária delas não permitia a utilização de todo o seu sangue, por isso práticas de sangria eram muito comuns para as mulheres, visando este objetivo. Muitas pessoas também acreditavam ser algo venenoso, podendo estragar vinhos e colheitas. Um método para reduzir o fluxo intenso consistia em queimar um sapo e usar suas cinzas em uma bolsa ao redor da cintura. Sites utilizados para pesquisa e resumo: https://www.docsity.com/pt/as-praticas-de-saude-ao-longo-da-historia/4763381/ https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/02/04/como-a-humanidade- enfrentou-as-epidemias-ao-longo-da-historia.htm http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v29n2/0080-6234-reeusp-29-2-211.pdf https://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/peste_negra_na_im https://super.abril.com.br/ciencia/o-mundo-no-tempo-das-pestes/ http://files.robertoalbuquerque.webnode.com.br/2000000081656b1751e/O%20Desen volvimento%20Hist%C3%B3rico%20das%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Sa%C3%BAde.pd f https://www.docsity.com/pt/as-praticas-de-saude-ao-longo-da-historia/4763381/ https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/02/04/como-a-humanidade-enfrentou-as-epidemias-ao-longo-da-historia.htm https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/02/04/como-a-humanidade-enfrentou-as-epidemias-ao-longo-da-historia.htm http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v29n2/0080-6234-reeusp-29-2-211.pdf https://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/peste_negra_na_im https://super.abril.com.br/ciencia/o-mundo-no-tempo-das-pestes/ http://files.robertoalbuquerque.webnode.com.br/2000000081656b1751e/O%20Desenvolvimento%20Hist%C3%B3rico%20das%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Sa%C3%BAde.pdf http://files.robertoalbuquerque.webnode.com.br/2000000081656b1751e/O%20Desenvolvimento%20Hist%C3%B3rico%20das%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Sa%C3%BAde.pdf http://files.robertoalbuquerque.webnode.com.br/2000000081656b1751e/O%20Desenvolvimento%20Hist%C3%B3rico%20das%20Pr%C3%A1ticas%20de%20Sa%C3%BAde.pdf
Compartilhar