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Pandemia de COVID-19: Origem e Impactos

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Pandemia de COVID-19
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Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a pandemia. Para o vírus, veja SARS-CoV-2. Para a doença, veja COVID-19.
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Este artigo ou se(c)ção trata de um evento pandêmico ou epidêmico atualmente em curso. A informação apresentada pode mudar com frequência. Não adicione especulações, nem texto sem referência a fontes confiáveis. (editado pela última vez em 28 de setembro de 2021)
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Pandemia de COVID-19
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No sentido anti-horário, a partir do topo:
Pacientes hospitalizados em TeerãGabinete de crise do governo italianoExames no aeroporto de Milão-LinatePrateleiras vazias em um supermercado australiano devido à corrida às comprasVeículos de desinfecção em Taipé
COVID-19 Outbreak World Map Total Deaths per Capita.svg
Mortes confirmadas por 1.000.000 de habitantes (em 28 de setembro de 2021)
Doença	COVID-19
Vírus	SARS-CoV-2
Origem	Prováveis ​​morcegos, possivelmente via pangolins[1][2]
Primeiro caso	Wuhan, Hubei, China
30° 37′ 11″ N, 114° 15′ 28″ L
Início	1 de dezembro de 2019[3][4]
(1 ano, 9 meses e 27 dias)
Fim	Em curso
Estatísticas globais
Casos confirmados	232 306 848[5][ Ver casos por país ]
Casos suspeitos	Possivelmente 10% da população mundial, ou 780 milhões de pessoas (estimativa da OMS de outubro de 2020)[6]
Mortes	4 755 859[5]
(entre 7 e 13 milhões, estimativa geral)[7]
Territórios afetados	Pelo menos 192[8]
Atualizado em 28 de setembro de 2021[5] 00h00 UTC[5]
Parte de uma série sobre a
Pandemia de COVID-19
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SARS-CoV-2 (vírus)COVID-19 (doença)
Cronologia[Expandir]
Locais[Expandir]
Resposta médica[Expandir]
Impactos[Expandir]
Portal da COVID-19
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A pandemia de COVID-19, também conhecida como pandemia de coronavírus, é uma pandemia em curso de COVID-19, uma doença respiratória causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). O vírus tem origem zoonótica e o primeiro caso conhecido da doença remonta a dezembro de 2019 em Wuhan, na China.[9][10][11] Em 20 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o surto como Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional e, em 11 de março de 2020, como pandemia. Em 28 de setembro de 2021, 232 306 848[5] casos foram confirmados em 192 países e territórios, com 4 755 859 mortes atribuídas à doença, tornando-se uma das pandemias mais mortais da história.
Os sintomas de COVID-19 são altamente variáveis, variando de nenhum a doenças com risco de morte. O vírus se espalha principalmente pelo ar quando as pessoas estão perto umas das outras. Ele deixa uma pessoa infectada quando ela respira, tosse, espirra ou fala e entra em outra pessoa pela boca, nariz ou olhos. Ele também pode se espalhar através de superfícies contaminadas. As pessoas permanecem contagiosas por até duas semanas e podem espalhar o vírus mesmo se forem assintomáticas.[12][13]
As medidas preventivas recomendadas incluem distanciamento social, uso de máscaras faciais em público, ventilação e filtragem de ar, lavagem das mãos, cobertura da boca ao espirrar ou tossir, desinfecção de superfícies e monitoramento e auto-isolamento para pessoas expostas ou sintomáticas. Várias vacinas estão sendo desenvolvidas e distribuídas ao redor do mundo. Os tratamentos atuais se concentram nos sintomas enquanto drogas terapêuticas que inibem o vírus são desenvolvidas. Autoridades em todo o mundo responderam implementando restrições a viagens, lockdowns, controles de locais de trabalho e fechamentos de instalações. Muitos lugares também trabalharam para aumentar a capacidade de testar e rastrear os contatos dos infectados.[13]
A pandemia resultou em instabilidade social e econômica global significativa, incluindo a maior recessão global desde a Grande Depressão.[14] Isso levou a uma escassez generalizada de suprimentos exacerbada pela corrida às compras, interrupção da agricultura e escassez de alimentos, além de diminuição das emissões de poluentes e gases de efeito estufa. Muitas instituições educacionais e áreas públicas foram parcial ou totalmente fechadas, e muitos eventos foram cancelados ou adiados. A desinformação circulou nas redes sociais e nos meios de comunicação de massa. A pandemia levantou questões de discriminação racial e geográfica, igualdade na saúde e o equilíbrio entre os imperativos da saúde pública e os direitos individuais.
Índice
1	Epidemiologia
1.1	Surto inicial
1.2	Expansão global
2	Doença
2.1	Sinais e sintomas
2.2	Vacinação
3	História
3.1	2019
3.2	2020
3.3	2021
4	Reações
4.1	Organizações internacionais
4.2	Reações domésticas
5	Impacto
5.1	Educação
5.2	Economia
5.3	Meio ambiente
5.4	Cultura
5.5	Xenofobia e racismo
5.6	Saúde mental
6	Desinformação
7	Ver também
8	Referências
9	Ligações externas
Epidemiologia
Ver artigos principais: Cronologia da pandemia de COVID-19 e Pandemia de COVID-19 por país
Surto inicial
Wuhan, China, onde a doença foi detectada pela primeira vez
Número de casos na China em 2019
Os primeiros casos suspeitos foram notificados em 31 de dezembro de 2019,[15] com os primeiros sintomas aparecendo algumas semanas antes, em 1 de dezembro de 2019.[3][4] O Mercado foi fechado em 1 de janeiro de 2020 e as pessoas com os sintomas foram isoladas.[15] Mais de 700 pessoas, incluindo mais de 400 profissionais de saúde, que entraram em contato próximo com casos suspeitos, foram posteriormente monitoradas.[16] Com o desenvolvimento de um teste de PCR de diagnóstico específico para detectar a infecção, a presença de COVID-19 foi então confirmada em 41 pessoas em Wuhan,[17] das quais duas foram posteriormente relatadas como sendo um casal, um dos quais não tinha estado no Mercado e outros três membros da mesma família que trabalhavam nas bancas de produtos do mar do mesmo Mercado.[18][19]
A primeira morte decorrente da epidemia ocorreu em 9 de janeiro de 2020.[20] A Comissão Nacional de Saúde da China confirmou, em 20 de janeiro de 2020, que o novo coronavírus pode ser transmitido entre seres humanos.[21] Na altura, vários profissionais de saúde também foram infectados.[22] A OMS alertou que era possível um surto mais amplo.[23] Houve também preocupações de se espalhar mais durante a alta temporada de viagens da China por volta do Ano-Novo Chinês.[24]
A 20 de janeiro, a China registrou um aumento acentuado nos casos com quase 140 novos pacientes, incluindo duas pessoas em Pequim e uma em Shenzhen.[25] Em 23 de janeiro de 2020, Wuhan foi colocada em quarentena, no qual todo o transporte público dentro e fora de Wuhan foi suspenso.[26] Huanggang e Ezhou, adjacentes a Wuhan, também foram colocadas em quarentena semelhante em 24 de janeiro de 2020.[27][28] Em 24 de janeiro de 2020, o primeiro caso do novo coronavírus foi confirmado na Europa, mais precisamente em França.[29]
A 13 de fevereiro de 2020, após dois casos confirmados em condomínio, autoridades investigam transmissão entre pacientes sem qualquer tipo de relação. A suspeita é de que o vírus tenha se espalhado pela canalização de um edifício. Um prédio de 35 andares foi evacuado e mais de cem pessoas não puderam voltar para casa após a confirmação de que dois moradores estavam com o vírus: uma mulher de 62 anos, que mora no 3.º andar, e um vizinho não identificado do 13.º.[30]
No mesmo dia, Robert Redfield, diretor do Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), disse a CNN que a transmissão assintomática do novo coronavírus é possível. Redfield disse que uma pessoa infectada que não apresenta sintomas ainda pode transmitir o vírus a outra pessoa.[31]
Expansão global
Ver também: Pandemia de COVID-19 na África, Pandemia de COVID-19 na América, Pandemia
de COVID-19 na Ásia, Pandemia de COVID-19 na Europa e Pandemia de COVID-19 na Oceania
Total de casos de COVID-19 por cada milhão de habitantes
Total de mortes de COVID-19 por cada milhão de habitantes
A 15 de fevereiro, foi confirmado o primeiro caso do novo coronavírus — de uma norte-americana de 83 anos — envolvendo o navio de cruzeiro Westerdam, que tinha um total de 1455 passageiros e 802 tripulantes a bordo e não estava em quarentena. Vários países asiáticos recusaram-se a deixar o Westerdam atracar em seus portos antes de serem autorizados a desembarcar no Camboja no dia 14 de fevereiro.[32]
No dia 26 de fevereiro, uma mulher japonesa pegou o vírus pela segunda vez. A mulher, que tem por volta de 40 anos, fez o teste pela segunda vez após ter dor de garganta e no peito. A primeira vez havia sido infectada no fim de janeiro, ficou internada e recebeu alta do hospital em 1 de fevereiro. Embora esse seja o primeiro caso conhecido no Japão, infecções reincidentes foram relatadas na China.[33]
No dia 18 de março de 2020, dado a situação alarmante que a pandemia chegou, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump em entrevista, anunciou que vai invocar a lei de guerra e comparou esforços à Segunda Guerra Mundial; uma analogia ao cenário da segunda Guerra.[34]
A partir de meados de janeiro de 2020, ocorreram os primeiros casos confirmados fora da China continental. O primeiro caso confirmado fora da China foi na Tailândia, em 13 de janeiro. Após isso, casos da doença foram confirmados no Japão (16 de janeiro); Coreia do Sul (20 de janeiro); Taiwan e Estados Unidos (21 de janeiro); Hong Kong e Macau da China (22 de janeiro); Cingapura (23 de janeiro); França, Nepal e Vietnã (24 de janeiro); Malásia e Austrália (25 de janeiro); Canadá (26 de janeiro); Camboja (27 de janeiro); Alemanha (28 de janeiro); Finlândia, Emirados Árabes Unidos e Sri Lanka (29 de janeiro); Itália, Índia e Filipinas (30 de janeiro); Reino Unido (31 de janeiro).[35]
No dia 10 de abril, a pandemia atingiu mais de cem mil mortes no mundo, com o número total de casos ultrapassando 1,6 milhão, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.[36][37][38] No dia 15 de abril, o número de infectados pela doença ultrapassou dois milhões; no entanto, esse número apenas revela uma parte do total de contágios, uma vez que as políticas de detecção variam entre os países, alguns contando apenas os pacientes hospitalizados.[39] Em 28 de setembro, o mundo ultrapassou a marca de 1 milhão de mortos por COVID-19.[40][41]
Em 12 de outubro de 2020, foi divulgado pela revista Galileu, que um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Saúde Pública do Estado de Nevada e da Universidade de Nevada, confirmou o primeiro caso de reinfecção pela Covid-19 nos Estados Unidos, sendo esse o quinto caso reconhecido em todo o mundo, o que indica que a exposição ao vírus pode não trazer imunidade total.[42]
Doença
Ver artigos principais: COVID-19 e SARS-CoV-2
Micrografia eletrónica de viriões de SARS-CoV-2.
A causa da pandemia é uma doença respiratória denominada COVID-19 (do inglês Coronavirus Disease 2019). A doença é causada pela infeção com o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2).[43] O SARS-CoV-2 é um vírus ARN de cadeia simples positiva e pertence a uma grande família de vírus denominada coronavírus. Os coronavírus causam várias infeções respiratórias em seres humanos, desde simples constipações até doenças mais graves como a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) ou a síndrome respiratória aguda grave (SARS). O SARS-CoV-2 é o sétimo coronavírus conhecido a poder infetar seres humanos, sendo os restantes o 229E, NL63, OC43, HKU1, MERS-CoV e o SARS-CoV original.[44]
O SARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez em seres humanos em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China. É provável que o vírus tenha tido origem numa mutação dos coronavírus de morcegos.[45][46][47] Pensa-se que antes de ser transmitido aos seres humanos tenha passado por um reservatório animal intermédio, como o pangolim.[48] Estima-se que o número básico de reprodução do vírus seja de entre 1,4 e 3,9. Isto significa que é esperado que cada infeção pelo vírus resulte em 1,4 a 3,9 novas infeções quando nenhum membro da comunidade é imune e não é tomada nenhuma medida preventiva.[49][50]
Não existem medicamentos antivirais aprovados para o tratamento de COVID-19, embora estejam vários a ser desenvolvidos e a serem testados medicamentos já existentes.[51] Em casos ligeiros, o alívio dos sintomas pode ser tentado com os mesmos medicamentos para o alívio de sintomas da constipação,[52] ingestão de líquidos e repouso.[53] Em casos mais graves pode ser necessária hospitalização com oxigenoterapia, soro e ventilação mecânica.[54] A administração de corticosteroides pode agravar o prognóstico.[55]
Sinais e sintomas
Sintomas mais comuns de COVID-19
A gravidade dos sintomas varia, desde sintomas ligeiros semelhantes à constipação até pneumonia viral grave com insuficiência respiratória potencialmente fatal.[56] Em muitos casos de infeção não se manifestam sintomas. Nos casos sintomáticos, os sintomas mais comuns são febre, tosse e dificuldade em respirar.[57][58][59] A perda de olfato e paladar são também sintomas comuns da COVID-19.[60] Entre outros possíveis sintomas menos frequentes estão garganta inflamada, corrimento nasal, espirros ou diarreia.[61] Entre as possíveis complicações estão pneumonia grave, falência de vários órgãos e morte.[17][62]
Entre os sinais de emergência que indicam a necessidade de procurar imediatamente cuidados médicos estão a dificuldade em respirar ou falta de ar, dor persistente ou pressão no peito, confusão, ou tom azul na pele dos lábios ou da cara.[57]
O período de incubação entre a exposição ao vírus e o início dos sintomas é, em média, de 5 dias, embora possa variar entre 2 e 14 dias.[63][57] A doença é contagiosa durante o período de incubação, pelo que uma pessoa infetada pode contagiar outras antes de começar a manifestar sintomas.[57][64]
Vacinação
Ver artigo principal: Vacina contra a COVID-19
Porcentagem de pessoas que receberam pelo menos uma dose da vacina contra a COVID-19 por país
Em estudos de fase III de desenvolvimento, várias vacinas contra a COVID-19 demonstraram eficácia de até 95% na prevenção de infecções sintomáticas da doença. Em março de 2021, 12 vacinas foram autorizadas por pelo menos uma autoridade reguladora nacional para uso público: duas vacinas de RNA (a vacina da Pfizer–BioNTech e a vacina da Moderna), quatro vacinas inativadas convencionais (BBIBP-CorV, CoronaVac, Covaxin e CoviVac), quatro vacinas de vetor viral (Sputnik V, a vacina Oxford–AstraZeneca, a Convidecia e a vacina Johnson & Johnson) e duas vacinas de subunidade proteica (EpiVacCorona e RBD-Dimer). No total, em março de 2021, 308 vacinas candidatas estavam em vários estágios de desenvolvimento, com 73 em pesquisa clínica, incluindo 24 em testes de fase I, 33 em testes de fase II e 16 na fase III.[65]
Muitos países implementaram planos de distribuição em fases que priorizam aqueles com maior risco de complicações, como idosos, e aqueles com alto risco de exposição e transmissão, como profissionais de saúde.[66] Em 25 de março de 2021, 508,16 milhões de doses de vacinas contra COVID-19 foram administradas em todo o mundo com base em relatórios oficiais de agências nacionais de saúde.[67] A AstraZeneca-Oxford prevê produzir 3 bilhões de doses em 2021, Pfizer-BioNTech 1,3 bilhões de doses e Sputnik V, Sinopharm, Sinovac e Johnson & Johnson 1 bilhão de doses cada. Moderna tem como objetivo a produção de 600 milhões de doses e Convidecia 500 milhões de doses em 2021.[68][69] Em dezembro de 2020, mais de 10 bilhões de doses de vacinas foram encomendadas por vários países,[70] sendo que cerca de metade das doses foram adquiridas por países de alta renda, que compreendem apenas 14% da população mundial.[71]
História
Ver artigo principal: Cronologia da pandemia de COVID-19
2019
Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, na China, local apontado como a origem da pandemia
Existem várias teorias sobre quando e onde o primeiro caso (o chamado paciente zero) se originou.[72] De acordo com um relatório não divulgado do governo chinês, o primeiro caso pode ser rastreado até 17 de novembro; a pessoa era um cidadão de 55 anos da província de Hubei.[73] Quatro homens e cinco mulheres foram infectados em novembro, mas nenhum deles era o "paciente zero".[73] A partir de dezembro, o número de casos de coronavírus em Hubei aumentou gradualmente, atingindo 60 em 20 de dezembro[74] e pelo menos 266 em 31 de dezembro.[75]
De acordo com fontes oficiais chinesas, esses primeiros casos foram relacionados principalmente ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos.[76] No entanto, em maio de 2020, George Gao, diretor do Centros de Controle e Prevenção de Doenças da China (CDC), disse que amostras de animais coletadas no mercado de frutos do mar deram resultado negativo para o vírus, indicando que o mercado não foi a fonte do surto inicial.[77]
Em 24 de dezembro, o Hospital Central de Wuhan enviou uma amostra de fluido de lavagem broncoalveolar (BAL) de um caso clínico não resolvido para a empresa de sequenciamento Vision Medicals. Em 27 e 28 de dezembro, a Vision Medicals informou ao Hospital Central de Wuhan e ao CDC chinês sobre os resultados do teste, mostrando um novo coronavírus.[78] Um aglomerado de pneumonia de causa desconhecida foi observado em 26 de dezembro e tratado pelo médico Zhang Jixian no Hospital Provincial de Hubei, que informou ao Wuhan Jianghan CDC em 27 de dezembro.[79]
Em 30 de dezembro, um relatório de teste dirigido ao Hospital Central de Wuhan, da empresa CapitalBio Medlab, afirmava que havia um resultado positivo errôneo para o SARS, fazendo com que um grupo de médicos do Hospital Central de Wuhan alertasse seus colegas e autoridades hospitalares relevantes sobre o resultado. Oito desses médicos, incluindo Li Wenliang (que também recebeu uma punição em 3 de janeiro),[80] foram posteriormente advertidos pela polícia por espalharem falsos rumores; e outro médico, Ai Fen, foi repreendido por seus superiores por dar o alarme sobre o surto.[81] Naquela noite, a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan emitiu um aviso a várias instituições médicas sobre "o tratamento de pneumonia de causa desconhecida".[82] No dia seguinte, a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan fez o primeiro anúncio público de um surto de pneumonia de causa desconhecida, confirmando 27 casos[83][84][85] — o suficiente para desencadear uma investigação.[86]
2020
Médicos chineses na cidade de Huanggang, Hubei, China, em 20 de março de 2020
Durante os primeiros estágios do surto, o número de casos dobrou aproximadamente a cada sete dias e meio.[87] No início e em meados de janeiro de 2020, o vírus se espalhou para outras províncias chinesas, devido à migração do Ano Novo Chinês e por Wuhan ser um centro de transporte e um importante intercâmbio ferroviário.[88] Em 20 de janeiro, a China relatou quase 140 novos casos em um dia, incluindo duas pessoas em Pequim e uma em Shenzhen.[89] Um estudo oficial retrospectivo publicado em março descobriu que 6 174 pessoas já haviam desenvolvido sintomas até 20 de janeiro (a maioria delas seria diagnosticada mais tarde)[90] e mais podem ter sido infectadas.[91] Um relatório publicado no The Lancet em 24 de janeiro indicou a transmissão humana, recomendou fortemente equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e disse que o teste do vírus era essencial devido ao seu "potencial pandêmico".[92][93] Em 30 de janeiro, a OMS declarou o coronavírus uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.[91]
Em 31 de janeiro, a Itália teve seus primeiros casos confirmados, dois turistas da China.[94] Em 26 de fevereiro, o Brasil teve seu primeiro caso confirmado, um homem de 61 anos de São Paulo, que tinha retornado ao país após uma viagem à Itália.[95][96] Em 2 de março, Portugal teve seus primeiros casos confirmados, quando foi reportado que dois homens, um médico de 60 anos que esteve na Itália e um homem de 33 anos que esteve na Espanha, testaram positivo para a doença.[97][98] Em 11 de março, a OMS reconheceu a propagação da COVID-19 como uma pandemia.[99] Dois dias depois, a OMS considerava a Europa o epicentro da pandemia.[100] Em 16 de março, Portugal registrou sua primeira morte devido à COVID-19.[101][102] No dia seguinte, o Brasil também registrou sua primeira morte devido à doença, um homem de 62 anos no estado de São Paulo.[103] Em 19 de março, a Itália ultrapassou a China como o país com o maior número de mortes relatadas.[104] Uma semana depois, os Estados Unidos ultrapassaram a China e a Itália com o maior número de casos confirmados no mundo.[105] Pesquisas sobre genomas de coronavírus indicam que a maioria dos casos de COVID-19 em Nova Iorque veio de viajantes europeus, e não diretamente da China ou de qualquer outro país asiático.[106] O novo teste de amostras anteriores encontrou uma pessoa na França com o vírus em 27 de dezembro de 2019[107][108] e uma pessoa nos Estados Unidos que morreu da doença em 6 de fevereiro de 2020.[109]
Em 11 de junho, após 55 dias sem que um caso transmitido localmente fosse oficialmente relatado,[110] a cidade de Pequim relatou um único caso de COVID-19, seguido por mais dois casos em 12 de junho.[111] Em 15 de junho, 79 casos foram oficialmente confirmados.[112] A maioria desses pacientes vieram do Mercado Atacadista de Xinfadi.[110][113]
Em 29 de junho, a OMS alertou que a propagação do vírus ainda está se acelerando à medida que os países reabrem suas economias, embora muitos países tenham feito progressos na redução da propagação.[114]
Em 15 de julho, um caso de COVID-19 foi oficialmente relatado em Dalian, depois de mais de três meses sem nenhum caso confirmado.[115] O paciente não viajou para fora da cidade nos 14 dias anteriores ao desenvolvimento dos sintomas, nem teve contato com pessoas de "áreas de atenção".[115]
2021
Em 25 de janeiro, o site worldometers.info, que reúne números oficiais da pandemia por país, indicava total de casos a nível mundial chegou a 100 milhões, com cerca de 2 150 000 mortes.[116] Até 11 de março, pelo menos 232 306 848[5] casos da doença foram confirmados em pelo menos 192 países e territórios,[117] com cerca de 4 755 859[5] fatalidades reportadas e [5] pessoas curadas. Em novembro de 2020, as primeiras vacinas começaram a entrar na fase de testes clínicos em larga escala ao passo que em dezembro do mesmo ano, diversas nações no mundo (como Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e China) começaram o longo processo de imunizar suas populações.[118]
Reações
Organizações internacionais
No dia 30 de março, em um relatório publicado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para comércio e desenvolvimento, as Nações Unidas pediram um pacote de 2,5 trilhões de dólares para nações de países em desenvolvimento, de forma a transformar manifestações de solidariedade internacional em ação global efetiva.[119] No dia primeiro de abril de 2020, o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a crise do novo coronavírus é o maior desafio da humanidade desde a Segunda Guerra Mundial, tanto pela ameaça às vidas quanto pelas consequências à economia mundial.[120]
O objetivo das medidas de mitigação são atrasar o pico epidemiológico e suavizar a pressão do pico nos sistemas de saúde, um processo denominado "achatar a curva".[121]
A 10 de fevereiro, a conselheira sênior do Departamento de Gestão de Contágios da Organização Mundial da Saúde (OMS), Nahoko Shindo, em entrevista à NHK, na sede da ONU, em Genebra, afirmou que o novo vírus teria aparecido entre seres humanos por volta de novembro do ano passado, embora sua origem continue desconhecida. A conselheira da OMS disse ser extremamente difícil criar
uma vacina que possa prevenir completamente uma doença contagiosa do sistema respiratório, e acrescentou que será necessário agregar conhecimentos de todo o mundo para combater o vírus.[122] A 11 de fevereiro de 2020, cerca de 300 cientistas, representantes de agências de saúde pública, de ministérios da Saúde e financiadores de pesquisas reuniram-se para um encontro de dois dias na OMS com o objetivo de compartilhar as informações mais recentes sobre o vírus e decidir qual a melhor forma de combate-lo.[123] A 15 de fevereiro de 2020, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, pediu aos governos que intensifiquem seus esforços para se preparar para o coronavírus e disse que "é impossível prever que direção essa epidemia tomará".[124]
A 23 de fevereiro de 2020, Tedros Adhanom afirmou que a agência vai investir 675 milhões de dólares em um plano de resposta à doença para apoiar os países, especialmente os mais vulneráveis. Adhanom disse que a OMS identificou 13 países prioritários na África por serem locais com alto número de voos diretos para a China, e que a preocupação da organização no momento é o aumento no número de casos de COVID-19, sem que a pessoa infectada tenha viajado à China ou tido contato com alguém que esteve lá.[125] No dia 24 de fevereiro, Adhanom pediu ao mundo que se prepare para uma pandemia. "Temos que fazer todo o possível para nos prepararmos para uma potencial pandemia.", disse o diretor-geral da OMS. O cenário mudou rapidamente em poucos dias. Passou-se de uma situação com os casos na China contidos e o resto do mundo as infecções escassas a outra situação com surtos descontrolados na Itália, na Coreia do Sul e no Irã.[126] No dia 9 de março de 2020, em entrevista coletiva, Tedros Adhanom Ghebreyesus, abordou o surto em suas observações iniciais, dizendo que é importante lembrar "de todos os casos relatados globalmente até agora, 93 por cento são de apenas quatro países".[127]
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS durante o início da pandemia.
Representantes da OMS em reunião conjunta com administradores de Teerã.
A OMS elogiou os esforços das autoridades chinesas na gestão e contenção da epidemia, tendo o diretor-geral Tedros Adhanom expressado confiança na abordagem da China no controlo da epidemia e apelando ao público para manter a serenidade.[128] A OMS salientou o contraste entre a epidemia de SARS de 2002-2004, em que as autoridades chinesas foram acusadas de secretismo que impediu medidas de prevenção e contenção, e a crise atual em que o governo central forneceu atualizações regulares para evitar o pânico antes do ano novo chinês.[129]
Em 23 de janeiro, reagindo à decisão das autoridades centrais em impôr uma proibição de transportes em Wuhan, o representante da OMS Gauden Galea salientou que embora não tenha sido recomendação da OMS, foi no entanto um sinal muito importante no compromisso de conter a epidemia no local de maior concentração e sem precedentes na história da saúde pública.[129] Em 30 de janeiro, após a confirmação de transmissão comunitária fora da China e do aumento do número de casos noutros países, a OMS declarou o surto uma Emergência de Saúde Pública de Âmbito Internacional (ESPAI), a sexta desde que a medida foi invocada pela primeira vez durante Pandemia de gripe de 2009. O diretor-geral clarificou que a ESPAI, neste caso, não representou falta de confiança na China, mas se deveu ao risco de transmissão global, especialmente em países com menos recursos e sem sistemas de saúde robustos.[130][131] Em resposta à implementação de restrições de viagem, Tedros afirmou que não existiam razões para medidas que interfiram de forma desnecessária com as viagens e comércio internacionais e que a OMS não recomendava limitar o comércio e a deslocação de pessoas.[132]
Em 5 de fevereiro, a OMS fez um apelo à comunidade mundial para que contribuísse com 657 milhões de dólares para o financiamento de meios de prontidão estratégicos em países de baixo rendimento, citando a urgência em apoiar países que não têm os sistemas para detectar pessoas que contraíram o vírus. Tedros declarou em seguida que "somos apenas tão fortes como o nosso elo mais fraco" e apelou a que a comunidade internacional investisse hoje ou mais tarde acabaria por pagar as consequências.[133][134]
Em 11 de fevereiro, a OMS anunciou numa conferência de imprensa que COVID-19 seria o nome da doença. No mesmo dia, Tedros anunciou que o secretário-geral da ONU, António Guterres, concordou em disponibilizar todo o poder da ONU para responder à epidemia. Consequentemente, a ONU formou uma Equipa de Gestão de Crise, permitindo a coordenação da resposta das Nações Unidas, que a OMS afirma que lhe irá permitir focar na resposta de saúde, enquanto outras agências trazem a sua experiência para lidar com as implicações sociais, económicas e de desenvolvimento do surto.[135] Em 14 de fevereiro, foi ativada uma missão conjunta entre a OMS e a China, que disponibilizou no terreno peritos internacionais e da OMS para prestar assistência na gestão doméstica do surto e avaliar a gravidade e transmissão da doença. A equipa conduziu várias reuniões de trabalho com as principais instituições nacionais de forma a conduzir visitas ao terreno para avaliar o impacto das medidas de resposta a nível regional, tanto em contextos urbanos como rurais.[135] Em 25 de fevereiro, a OMS declarou que a comunidade internacional deveria fazer mais para se preparar para uma possível pandemia de coronavírus, afirmando que embora ainda fosse cedo para ser classificada como pandemia, os países ainda assim deveriam estar numa fase de preparação.[136] Em resposta ao surto que se começava a desenvolver no Irão, a OMS enviou no mesmo dia uma missão conjunta ao terreno para avaliar a situação.[137]
Em 28 de fevereiro, funcionários da OMS afirmaram que o nível de ameaça global do coronavírus seria aumentado de "elevado" para "muito elevado", o nível mais alto. Mike Ryan, diretor executivo do programa de emergências da OMS, apelou novamente à necessidade de preparação por parte dos governos e que as medidas de resposta corretas poderiam ajudar o mundo a evitar o pior. Afirmou também que, com base nos dados até à data, não era ainda possível declarar uma pandemia, já que essa classificação implica uma previsão que todos os seres humanos no planeta serão potencialmente expostos a esse vírus.[138] Em 11 de março, a OMS classificou oficialmente o surto de coronavírus como pandemia.[139] O diretor-geral afirmou que a OMS estava profundamente preocupada com os níveis alarmantes de propagação e gravidade do vírus, e também com os níveis alarmantes de inação dos governos.[140]

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