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MACIEL, Carlos Alberto Leitura e Interpretação do texto Arquitetura, projeto e conceito. in Seminário Arquitetura e Conceito, tema “Construir, Habitar, Pensar, hoje. O que é projetar? ”, Minas Gerais: UFMG, 2003, p. 8. Ideia central: Ao projetar algo, o arquiteto possui partidos que norteiam sua criação. Como mediador de seu processo, ele utiliza o desenho e todos os seus métodos de auxílio desde a criação das primeiras ideias, com os croquis, até o fim, digo, a utilização de plantas de projeto arquitetônicos, etc. Esses partidos podem ser resumidos em um termo que muitas das vezes é considerado lúdico a ponto de ser “desnecessário”, porém é de suma importância: o conceito. A elaboração de um conceito pode ser compreendida como o entendimento de três elementos: O lugar a ser implantado, o programa a ser atendido e a construção a ser feita. Todo esse processo de interpretação é acompanhado e expressado pelo desenho. Lugar: O local a ser utilizado para construção possui características preexistentes que devem ser levados em consideração e compreendidos para que não haja riscos capazes de afetar futuramente tanto no processo de construção quanto após este, digo, na vida cotidiana daqueles irão usufruir da edificação em questão. Como dito por Paul Valéry, o arquiteto deve se atentar à localização, luzes, sombras, ventos, dimensões, exposição, acesso, topografia, natureza, etc. Estes elementos podem ser analisados de forma técnica (para criar aberturas, coberturas, acessos, etc) e conceitual (utilizados de outras formas figurativas na modelagem do edifício). De qualquer forma, o sítio deve ser analisado. Programa: Todo projeto possui um público a ser atendido, e todo público possui uma necessidade a ser suprida. A compreensão de ambos fatores é de suma importância para a criação do projeto. Levando em conta que não estamos projetando para nós mesmos e que a arquitetura é feita para habitação do homem, este também deve ser analisado. O projeto deve se adequar a quem utiliza. As dificuldades também devem ser compreendidas. Restrições econômicas, por exemplo, devem ser base de projeto para criação de algo que seja real e possível de ser concretizado. Ignorar fatores como estes é irresponsabilidade do autor. Apesar das necessidades a serem atendidas, os ambientes a serem projetados não devem ser locais de função. São ambientes de vivência humana. O espaço deve ser pensado a partir do viver e não do fazer. Conhecer a ambientação é importante para definição de hierarquias e dimensões, assim como refletir sobre o uso do espaço pelo homem para definir o conceito. Como diz Maciel, “cada projeto é um ato único, que deve incorporar as contradições específicas surgidas do embate entre seus condicionantes. ” Construção: Pensar nos aspectos técnicos também é importante para viabilizar a forma arquitetônica. Assim como compreendemos o lugar e o cotidiano para criação do espaço, é necessário escolher aspectos construtivos respeitando o resto para uma arquitetura completa, de forma que a construção se adeque ao lugar e se comporte bem em relação às forças da natureza. A arquitetura verdadeira é a única forma de projetar espaços que não utilize a estética de forma supérflua, ou seja, “só para ficar bonitinho. “ A estética está presente, mas não é o MAIS importante. Ignorar outros aspectos torna os ambientes inutilmente bonitos de forma que o uso cotidiano seja afetado negativamente. E o trabalho do arquiteto é a solução para estes problemas de superficialidade. O desenho como mediador: A arquitetura trabalha com ideias visíveis e o desenho é a melhor forma para visualiza-las, não só no processo de contextualização, com croquis e diagramas, mas também o desenho técnico de suma importância, sendo com uma linguagem universal do projetista se comunicando para aqueles que irão construir a edificação. Conclusão: Como diz Maciel, “O ato de projetar pode ser entendido como um trabalho reflexivo, um esforço e equilíbrio entre construir, o habitar e o pensar colocados como premissa para este debate”. A arquitetura não pode ser um padrão a ser reproduzido sem levar em consideração as demandas da situação em questão. Ela sempre será única de um povo e de um momento da história. AMANCIO, Nícolas Neves.
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