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PRÉ-HISTÓRIA DO BRASIL TEORIAS DA OCUPAÇÃO • Sabendo que origem dos seres humanos está na África, há cerca de 3,2 milhões de anos, compreendemos que a ocupação da América é feita por ondas migratórias ocorridas há milhares de anos atrás. • Teoria de Clóvis: devido artefatos arqueológicos encontrados na cidade de Clóvis, Novo México, chegou -se a conclusão que 11500 a 13000 anos houve uma onda migratória que passou pelo Estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca, durante a última grande Era glacial, quando o nível do mar se tornou mais baixo. • Teoria Malaio - Polinésia: através de registros arqueológicos encontrados no Chile, há possibilidade de uma outra onda migratória, feita pelo Oceano Pacífico, por habitantes advindos da Oceania, que fizeram a travessia por canoas rudimentares há cerca de 14500 anos. FÓSSEIS NO BRASIL • O fóssil de Luzia data de 12000 a 13000 anos atrás, sendo considerado o mais antigo das Américas, sendo descoberto na Gruta da Lapa Vermelha, em Minas Gerais, por uma parceria de arqueólogos brasileiros e franceses. O crânio de Luzia foi reconstituído e demonstra traços negróides, bem diferentes dos povos Tupis. • Em 1978, a arqueóloga Niéde Guidon encontrou restos de carvão vegetal de uma fogueira na Serra da Capivara, no Piauí, datando por volta de 48000 anos atrás. CULTURA • Cultura Umbu: datando entre 12000 a 13000 anos, trata-se de uma cultura de caçadores e coletores que habitavam os Pampas gaúchos, Uruguai e Argentina. Utilizavam flechas feitas de pedra lascada e boleadeira, para caçar animais rápidos. • Povos Sambaquis (Amontoado de ostras): vivera entre 2000 e 8000 anos atrás, eram povos caçadores, mas principalmente pescadores, que amontoavam os restos de conchas, e até ossadas no que conhecemos como Sambaquis. Esses povos também enterravam seus mortos nos amontoados, cobrindo-os de vermelho, o que indica a possibilidade de ritos funerários. • Os Sambaquis extinguiram se há 2.000 anos, e o Brasil passou a ser ocupado pelos Tupis, que já estavam em processo de sedentarização, praticando a agricultura, a construção de vasos de cerâmica, que serviam para conservação de sementes, além de serem utilizadas como urnas funerárias. EXPANSÃO MARÍTIMA GRANDES NAVEGAÇÕES E DESCOBERTA DO NOVO MUNDO • Mercantilismo, obter lucros para os Estados Nacionais, como especiarias e metais preciosos; • Busca por novos conhecimentos, como característica do homem renascentista; • Por serem as maiores potências do século XV, Portugal e Espanha tomaram a iniciativa. • Bloqueio comercial do Mar Mediterrâneo pelas cidades-estados italianas, como Gênova, Florença e Veneza. PRINCIPAIS FATOS • (1415): Portugal conquista a cidade portuária de Ceuta, no norte da África, abrindo caminho para as navegações • (1434): Gil Eanes, navegante português, contorna o Cabo do Bojador (Costa Oeste da África). • (1479): É assinado o Tratado de Alcaçovas-Toledo, que garante a posse de Portugal sobre as ilhas atlânticas, como Madeira, Cabo Verde e Açores, enquanto a Espanha ficava com as Ilhas Canárias. • (1488): O navegante português Bartolomeu Dias contorna o Cabo das Tormentas, na costa sul africana. Após esse feito, o Cabo passou a ser conhecido como Cabo da Boa Esperança. • (1492): Buscando uma nova rota para as Índias, o navegante Cristóvão Colombo, contratado pela Coroa Espanhola, chega a América. • (1493): É assinada a Bula Intercoetera, dividindo a América entre Portugal e Espanha; • Contando 100 léguas ultramarinas a oeste de Cabo Verde, se traçaria uma linha imaginária, definindo as terras a oeste para a Espanha e a Leste para Portugal. • (1494): É assinado o Tratado de Tordesilhas, dividindo a América entre Portugal e Espanha novamente; • Contando 370 léguas ultramarinas a oeste de Cabo Verde, se traçaria uma linha imaginária, definindo as terras a oeste para a Espanha e a Leste para Portugal. • (1499): O navegante português Vasco da • Gama, enfim chega as Índias. • (1500): Pedro Álvares Cabral, navegante português, chega ao Brasil, como forma de garantir as posses portuguesas do Tratado de Tordesilhas. PERÍODO PRÉ COLONIAL (1500-1534) • Período em que Portugal esteve mais preocupado em realizar o comércio de especiarias com as Índias, como pimenta-do-reino, noz-moscada, canela, entre outros, que geravam lucro na venda para a Europa. CARACTERÍSTICAS • Expedições Guarda-costas: Conhecimento e proteção do território. • O primeiro contato com as etnias indígenas (Carta de Pero Vaz de Caminha): • Criação das primeiras feitorias (Pontos de comércio onde chegavam e saiam produtos). • Exploração do Pau-Brasil: Madeira útil para a construção de móveis, casas e navios, além do corante para tingir tecidos. • A primeira concessão para a exploração do Pau-Brasil foi dada a Fernão de Loronha, em 1501. • Utilização da mão de obra indígena através do Escambo (Troca de itens de pouco valor para os portugueses, como espelhos e bacias, pelo trabalho). • Invasões Estrangeiras com a presença de corsários franceses. • “Eu desconheço o testamento de Adão, que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha”. Francisco I, de França. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (1534-1548) O QUE FORAM? • Primeiro sistema administrativo do Brasil Colonial; • Portugal alegava não ter condições econômicas para investir na colonização, por isso, transferiu a responsabilidade da colonização aos Capitães Donatários (Fidaldos, leais ao rei) através de dois documentos; a Carta de Doação e a Carta Foral; • Divisão do Brasil em 14 capitanias, divididas em 15 lotes de terras, independentes entre si. CARTA DE DOAÇÃO • Documento comprovando a doação do rei ao capitão donatário; • O capitão poderia perder a posse da capitania, caso não seguisse a Carta Foral. CARTA FORAL • Direitos e Deveres do capitão donatário; • Direitos: Explorar a terra, ficar com parte do lucro, escravizar nativos, doar sesmarias (grandes proporções de terras); • Deveres: Explorar a terra, passar parte do lucro para Portugal, incluindo 20% de todos os metais preciosos encontrados, fundar vilas e proteger o território. DECLÍNIO DO SISTEMA DE CAPITANIAS HEREDITÁRIAS • Pouca comunicação entre as capitanias; • Dificuldade de lidar com invasões estrangeiras, como os corsários franceses; • Abandono por parte dos próprios capitães donatários; • Algumas capitanias obtiveram êxito, como São Vicente, Pernambuco e Bahia de Todos os Santos. ATIVIDADES ECONÔMICAS NO PERÍODO COLONIAL CANA DE AÇÚCAR • Cultivo na região litorânea, principalmente no Nordeste; • Voltada para o mercado europeu; • Utilização da mão de obra escrava indígena e principalmente africana; • Sociedade hierarquizada, patriarcal e bipolarizada (Senhores e escravos), sem ascensão social. • Parceria de Portugal com banqueiros holandeses para a construção e manutenção dos engenhos, que exigiam altos investimentos; • Com o passar do tempo, os holandeses passaram a cuidar da logística de venda do açúcar na Europa. PECUÁRIA • Pecuária extensiva (baixo orçamento, com o gado sendo criado solto em pastos socializados); • Mão de obra assalariada; • Voltada para o mercado interno, com a venda de couro, leite, carne e sebo. DROGAS DO SERTÃO • Especiarias encontradas no sertão brasileiro, às margens do rio Amazonas; • Cacau, castanha do Pará, guaraná, urucum, entre outras; • Entradas (expedições financiadas por Portugal); ESCRAVIDÃO AFRICANA ATIVIDADES ECONÔMICAS NO PERÍODO COLONIAL COMÉRCIO • Comércio nas possessões portuguesas africanas; • Capturados em guerras de tribos africanas, eram negociados com os comerciantes; • Havia violência,caso houvesse resistência das tribos que negociavam. • Ao longo da História colonial e imperial, o Brasil recebeu cerca de 5 milhões de africanos que foram escravizados; • Os primeiros navios negreiros, ou tumbeiros, chegaram ao Brasil por volta de 1548. • Havia preocupação entre os senhores, de comprarem escravos de regiões diversas da África, para evitar maior contato inicial e possíveis revoltas. TRABALHO • Emprego nas lavouras de cana-de- açúcar e na mineração; • Trabalho das mucamas, que eram as escravas sexuais e também mais próximas da casa grande, exercendo os trabalhos domésticos. MOTIVOS • Experiência bem sucedida do ponto de vista português, de escravidão africana no cultivo de cana-de-açúcar, nas ilhas atlânticas (Açores, Madeira e Cabo Verde); • Maior dificuldade inicial de fuga de africanos, por não terem o conhecimento territorial; • Economicamente, para o Estado, a escravidão africana era mais rentável, já que se pagava impostos para cada navio que desembarcava no Brasil. GOVERNO FEDERAL (1549-1572) CONCEITO • Sistema de administração colonial portuguesa no Brasil, com a centralização política de um Governador Geral. • Provedor-mor: Finanças e arrecadação de impostos. • Ouvidor-mor: Sistema de justiça da colônia. • Capitão-mor: Defesa territorial da colônia, com a construção de fortes no litoral. • Câmaras Municipais: Instituição do poder das vilas, que estava a cargo dos “Homens Bons”, pessoas ricas das regiões. OBRIGAÇÕES DO GOVERNADOR GERAL • Proteger o território. • Fundar vilas para colonizar. • Expandir a economia açucareira. • Cuidar da Justiça. TOMÉ DE SOUSA (1549-1553) • Fundação da primeira capitão colonial, Salvador-BA. • Chegada da Ordem Jesuítia Companhia de Jesus, através do padre Manuel de Nóbrega. • Criação do Colégio Jesuíta de Salvador. DUARTE DA COSTA (1553-1558) • Fundação da Cidade de São Paulo. • Fundação do Colégio Jesuíta de São Paulo. • Promoção de Entradas para exploração territorial. • Conflitos com povos indígenas no Recôncavo Baiano. • Divergências com o bispo D. Pero Fernandes Sardinha, pois os Jesuítas se opunham a escravidão indígena. MEM DE SÁ (1558-1572) • Confronto com os franceses, atacando o forte Coligny. Os franceses eram aliados dos índios Tamoios. • Fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro, pelo seu sobrinho Estácio de Sá, como estratégia militar para expulsar os franceses da região. • Paz de Iperoig: Tratado de paz entre portugueses e os índios Tamóios, quando os portugueses se comprometiam, por intermédio dos jesuítas, a não atacar mais os Tamóios. • Proibição da escravidão indígena. COLONIZAÇÃO FRANCESA NA AMÉRICA AMÉRICA FRANCESA • A França não reconhecia o Tratado de Tordesilhas, de 1494, que dividia a América entre Portugal e Espanha. • “Eu desconheço o testamento de Adão que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha” Francisco I de França. • Vinda de corsários franceses para a América, para a exploração do pau-brasil. • Aliança com os índios Tamoios e Tupinambás. FRANÇA ANTÁRTICA (1555-1567) • Reconhecimento territorial pelo explorador Nicolas Durand de Villegagnon em 1555. • Demarcação territorial a 150 Km de distância do atual Rio de Janeiro e construção do forte Coligny na Ilha de Villegagnon. • Fundação da colônia denominada França Antártica. • Vinda dos Huguenotes (Calvinistas) para a construção da colônia. DECLÍNIO DA FRANÇA ANTÁRTICA (1567) • Conflitos internos religiosos entre o Estado Francês (Católico) e os colonizadores, em maioria Huguenotes (Calvinistas). • Formação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro pelos portugueses, através de Estácio de Sá, funcionando como base militar. FRANÇA EQUACIONAL (1612-1615) • Formação de uma nova colonia francesa, no atual estado do Maranhão através do explorador Daniel de la Touche. • Oportunidade sobre a fragilidade portuguesa, que passava por um período conturbado, a União Ibérica (1580-1640). • Plantio de algodão, tabaco e cana- deaçucar. • Nova derrota pelos portugueses e estabelecimento de uma outra colônia, a Guiana Francesa. JESUÍTAS NO BRASIL • Companhia de Jesus, criada em 1535, como parte da contrarreforma, para combater os avanços da igreja protestante; • Chegada no Brasil em 1549, no Governo Geral, através do jesuíta Manuel da Nóbrega; ATUAÇÃO • Missões na região sul do Brasil; • Aldeamentos autossustentáveis; • Catequização de etnias indígenas; • Oposição a escravidão indígena • Fundação de Colégios, como o de Salvador e o de São Paulo. CRISE DA COMPANHIA • No século XVIII, com o crescimento do pensamento iluminista, os valores cristãos passaram a ser mais questionados; • Através do Ministro Marquês de Pompal, que era um Déspota Esclarecido, os jesuítas foram acusados de prejudicar as negociações entre Portugal e Espanha para o Tratado de Madri, de 1750, que daria uma nova divisão a América; • Em 1760 foram expulsos do Brasil e presos em Portugal até 1777. UNIÃO IBÉRICA (1580-1640) O QUE FOI? • União entre Portugal e Espanha, sob o regime de reis espanhóis, durando de 1580 a 1640. CONTEXTO • 1578: Portugal é derrotado na Batalha de Alcacér-Quibir, no norte do Marrocos, e o rei D. Sebastião é morto em conflito aos 24 anos de idade; • D. Sebastião não teve herdeiros, por isso, seu tio, o Cardeal D. Henrique assumiu o trono até 1580, quando faleceu; GUERRA DE SUCESSÃO • Disputa de três netos de D. Manuel: Catarina, Infanta de Portugal, D. Antonio, Prior do Crato e Felipe II, rei de Espanha; • Através da força das tropas espanholas, Felipe II promoveu ataques a resistência portuguesa e prometeu títulos a nobreza portuguesa, sendo coroado rei; • Os três reis durante o período foram Felipe II, seu filho Felipe III e seu neto Felipe IV. SEBASTIANISMO • Crença popular em Portugal que definia D. Sebastião, como messias; • O Sebastianismo representava o sentimento patriótico português contra o domínio espanhol. BRASIL • Manutenção dos portugueses que ocupavam cargos relacionados as colônias; • Divisão do Brasil em 1621, por Felipe III em Estado do Maranhão, com capital em São Luís e Estado do Brasil, com capital em Salvador; • Expulsão dos holandeses que antigamente eram parceiros comerciais de Portugal; • Os holandeses promoverão duas invasões no Brasil, em Salvador, no ano de 1625 e em Pernambuco, no ano de 1630. RESTAURAÇÃO PORTUGUESA • Insatisfação da Alta Burguesia portuguesa com altos impostos cobrados pelos espanhóis; • D. João IV, Duque de Bragança inicia o processo de guerra e restauração; • Fragilidade espanhola, pois o país estava lutando na Guerra dos Trinta Anos, disputando territórios com a França; • Em 2 de Dezembro de 1640, D. João IV é coroado rei de Portugal, iniciando a dinastia Bragança INVASÕES HOLANDESAS • Com o advento da União Ibérica, os holandeses foram proibidos de continuar a parceria com Portugal no comércio do açúcar, pois eram inimigos da Espanha; • Crise da sociedade açucareira, pois os holandeses eram responsáveis por boa parte da logística da cultura. INVASÃO EM SALVADOR (1624-1625) • Decisão de invasão ao Brasil pela Companhia das Índias Ocidentais Holandesas (Empresa privada holandesa, que cuidava de assuntos coloniais no ocidente). • Maio de 1624: Cerca de 1600 soldados holandeses atacaram a capital do Estado do Brasil, Salvador e a tomaram; • Maio de 1625: A Espanha promove uma ofensiva a Salvador com 12 mil soldados e expulsa os holandeses. INVASÃO EM OLINDA E RECIFE (1630-1654) • Fevereiro de 1630: Com cerca de 7 mil soldados, os holandeses invadem Olinda e depois Recife, oficializando a colonização da Nova Holanda; • Administração pelaCompanhia das Índias Ocidentais Holandesas. GOVERNO DE MAURÍCIO DE NASSAU (1637- 1644) • Empréstimos a agricultores sem prazo para o pagamento, com aceitação importante de Senhores de Engenho, como o caso de Domingo Fernandes Calabar; • Tolerância religiosa entre católicos, judeus e protestantes; • Utilização de mão de obra escrava africana; • Modernização da vila de Recife, importante ponto de comércio. CRISE DO BRASIL HOLANDES • Após o governo de Nassau, os empréstimos passaram a ser cobrados a juros elevados; • Restauração Portuguesa em 1640; • Em 1645 é Iniciada a Insurreição Pernambucana para a expulsão dos holandeses; • Em 1649 ocorre a Segunda Batalha dos Guararapes, quando os portugueses se aliaram aos povos indígenas catequizados, somando 2500 homens, para derrotar cerca de 4000 holandeses no Morro dos Guararapes em Recife. • Em 1654, é assinada a rendição holandesa. CONSEQUÊNCIAS • Retirada dos holandeses; • Cultivo de cana-de-açúcar pelos holandeses nas Antilhas (Caribe); • Crise do comércio de açúcar de Portugal, devido a concorrência holandesa nas Antilhas; • Portugal não deixou de cultivar cana-de- açúcar no Brasil, mas não rendia os mesmos lucros que antes. TRATADO DE METHUEM (1703) CONTEXTO • Portugal estava em crise devido ao declínio da lavoura açucareira, após as invasões holandesas; • Busca por novas atividades econômicas no Brasil. O QUE FOI? • Tratado econômico realizado entre Portugal e Inglaterra, sob mediação do embaixador britânico em Portugal, John Methuen; • Portugal vendia o seu vinho sem impostos para a Inglaterra e comprava tecidos ingleses também sem impostos. INTERESSES • Inglaterra: Diminuir a importação do vinho francês, pois a França era uma concorrente no mercantilismo; • Portugal: Reorganizar economicamente, em busca de novos parceiros comerciais, após a crise da cana-de- açúcar. CONSEQUÊNCIAS • Maior dependência de tecidos ingleses por Portugal; • Endividamento português com a Inglaterra; • Parte da extração do ouro, do século XVIII foi repassada para a Inglaterra. SOCIEDADE MINERADORA IMPORTANTE • Século XVIII; • Deslocamento do eixo econômico da colônia, do norte para o sul; • Desenvolvimento de outras atividades, como a pecuária mais ao sul; • Tropeirismo: Comércio para atender as demandas de necessidades básicas na região mineradora. CARACTERÍSTICAS • Maior mobilidade social; • Surgimento da classe média urbana de mineradores; • Extração do ouro por particulares; • Utilização de mão de obra escrava de africanos. IMPOSTOS • Intendência das Minas: Cobrança de impostos; • Casas de Fundição (1720): Fundição do ouro em barras; • O Quinto: 20% do ouro anual de cada minerador, respeitando o mínimo de 100 arrobas (1500 quilos); • Finta: Criado em 1713, imposto fixo e anual de 30 arrobas por minerador; • Capitação: Imposto criado em 1735, proporcional ao número de escravos do minerador; • Derrama: Cobrado em 1751, considerada abusiva pelos mineradores, pois tinham de atingir a cota mínima do Quinto (100 arrobas), com os seus próprios bens. BARROCO MINEIRO • Movimento artístico e arquitetônico de cunho cristão, financiado pelas irmandades de mineradores, tendo como principais nomes Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho) e Manoel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde); • Utilização de madeira, barro e do esteatito (Pedra Sabão), como matérias primas; • Barroco não jesuístico. • Doze profetas, Santuário do Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas – Aleijadinho. • Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto – Aleijadinho. • Assunção de Nossa Senhora, teto da igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto – Mestre Ataíde. PERÍODO POMBALINO (1755-1777) O QUE É? • Período de governo do rei D. José em Portugal e de seu ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal; • Despotismo esclarecido: Monarquia que segue os preceitos iluministas, instituindo reformas baseadas na razão. REFORMAS EM PORTUGAL • Incentivo a manufaturas; • Criação da Companhia Vinícula do Alto Douro, investindo em pequenas propriedades; • Criação do Subsídio Literário, imposto utilizado para o investimento em Instituições de Ensino e para reconstruir Lisboa, que havia sido destruída por um terremoto em 1755; • Confisco das terras da Igreja Católica. REFORMAS NO BRASIL • Tratado de Madri, em 1751, aumentando o território do Brasil, com base no princípio do Direito Romano Uti Possidets, ao qual garante a posse da terra aqueles que já a usufruem. • Portugal explorava as drogas do sertão para além do Tratado de Tordesilhas. • Portugal receberia a região do Sete Povos das Missões, mas houve resistência dos jesuítas e dos índios guaranis, que lutaram nas chamadas Guerras Guaraníticas (1752-1756); • Em troca, a colônia de Sacramento, ao sul, seria passada para a Espanha. • Instituição da Derrama, em 1751, imposto abusivo da mineração. • Incentivo ao plantio de algodão; • Expulsão dos jesuítas; • Transferência da capital colonial para o Rio de Janeiro, em 1763. • Separação e criação da Capitania do Grão-Pará e da Capitania do Maranhão; REVOLTAS NATIVISTAS O QUE FORAM? • Revoltas que visavam a resolução de problemas e demandas internas no Brasil, não querendo necessariamente a separação entre Colônia e Metrópole. ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO (CAPITANIA DE SÃO VICENTE, 1641) • Contradição em relação a escravização de indígenas, entre colonos e jesuítas; • Os colonos mantinham a captura de povos indígenas e a sua escravização, em oposição as leis portuguesas, que a proibiam; • Os colonos indicaram Amador Bueno da Ribeira, como líder, mas, temendo represália por Portugal, se negou a liderar o movimento, tendo de se refugiar no mosteiro de São Bento; • Com fortes ameaças de Portugal, os colonos tiveram de fazer juramento, se comprometendo a não escravizar mais indígenas. REVOLTA DA CACHAÇA (RIO DE JANEIRO, 1660) • 1647: Decreto de Portugal que proibia a venda e o consumo de aguardente e vinho no Brasil, com exceção de escravos; • Venda ilegal de aguardente para a África; • Em 1660, o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá e Benevides, passou a taxar os produtores; • 112 senhores de engenho, liderados por Jerônimo Barbalho Bezerra; • Agostinho Barbalho Bezerra, irmão de Jerônimo, foi declarado governador, mas tentou conciliar a revolta e foi derrubado; • Jerônimo barbalho Bezerra assume, de forma autoritária e persegue apoiadores de Portugal; • Em 1661, tropas de Salvador de Sá, cercam o Rio de Janeiro e acabam com a revolta. REVOLTA DE BECKMAN (MARANHÃO, 1684) • Liderança dos irmãos Tomás e Manuel Beckman; • Crítica a crise da lavoura açucareira e de demais culturas; • Alta de preços de produtos de primeira necessidade na região; • Criação da Companhia do Comércio do Maranhão, que prometia a compra do excedente agrícola e 500 escravos por ano; • A revolta ocorreu a partir do não cumprimento do acordo por parte da Companhia; • Buscavam a deposição do Capitão-mor, do Governador, a extinção da Companhia e a expulsão dos jesuítas; • Tomás Beckman foi a Lisboa para explicar os motivos da revolta, mas acabou sendo preso; • Manuel Beckman foi condenado a morte por enforcamento. GUERRA DOS MASCATES (PERNAMBUCO, 1710) • Olinda (Agricultores) x Recife (Comerciantes – Mascates); • Recife era um distrito de Olinda e buscava a sua emancipação; • Em tempos de crise, Olinda cobrava impostos dos habitantes de Recife; • Criação da Câmara Municipal de Recife e elevação a categoria de vila; • Portugal nomeia Félix José de Mendonça comogovernador de Pernambuco, que coloca fim ao conflito, estabelecendo semestralmente a capital em cada cidade. GUERRA DOS EMBOABAS (MINAS GERAIS, 1707-1709) • Paulistas x Portugueses (Emboabas); • Disputa pelo controle da extração aurífera; • Os paulistas não se identificavam com a administração colonial portuguesa; • Capão da Traição: Cerca de 300 paulistas que haviam se rendido, foram massacrados a mando do comandante Bento do Amaral Coutinho. • Vitória portuguesa. REVOLTA DE FELIPE DOS SANTOS (MINAS GERAIS, 1720) • Revolta de Vila Rica (Atual Ouro Preto); • Mineradores descontentes com o pagamento do quinto; • Contrabando do ouro, transformando-o em pó; • Portugal cria as Casas de Fundição, para fiscalizar melhor e fundir o ouro em barras; • Felipe dos Santos foi condenado a morte; • Criação da Capitania de Minas do Ouro. REVOLTAS SEPARATISTAS O QUE FORAM? • Revoltas que buscavam a separação de regiões específicas da colônia, em relação ao domínio português; • Influência Iluminista. INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789) • Classe Média contrária a ameaça da cobrança da derrama; • Os poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o padre José da Silva e Oliveira Rolim, o alferes Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), entre outros. • Influência da Independência dos EUA, de 1776; • Movimento Republicano; • Independência de Minas Gerais; • Movimento anti-abolicionista, já que grande parte dos inconfidentes eram proprietários; • Movimento Conspiracionista; DESFECHO • Delação de Joaquim Silvério dos Reis; • Acusados de crime de lesa-majestade (traição); • 12 inconfidentes condenados a morte em 1792, porém, 11 deles negaram a participação e foram absolvidos por D. Maria I, rainha de Portugal, recebendo pena de degredo, destinados as colonias na África; • Joaquim José da Silva Xavier, assumiu responsabilidade e foi morto no dia 21 de Abril de 1792, no Rio de Janeiro. EM RELAÇÃO A TIRADENTES • As imagens de “salvador” são relacionadas a propaganda republicana em fins do século XIX e início do século XX. • Relação com Jesus Cristo, utilizando a influência cristã na sociedade brasileira. • Oscar Pereira da Silva, fins do século XIX • Pedro Américo, 1893. CONJURAÇÃO BAIANA (1798) • Revolta dos Alfaiates; • Crítica a transferência da capital, de Salvador para o Rio de Janeiro, quando a região passou a ser esquecida pela administração colonial; • Os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus Nascimento, os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, e o médico e jornalista Cipriano Barata. • Influência da Revolução Francesa de 1789; • Movimento Republicano; • Independência da Bahia; • Movimento abolicionista, de caráter popular; • Propagação dos ideais de emancipação através do manifesto ao povo baiense; • “Animai-vos Povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais.” DESFECHO • Precipitação de panfletagem, quando membros foram pegos colando panfletos em igrejas; • Faustino dos Santos Lira, João de Deus, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, foram condenados à morte. PERÍODO JOANINO (1808-1821) O QUE FOI? • Transferência da corte portuguesa ao Brasil; • D. João VI, o príncipe regente; • Vieram cerca de 15.000 pessoas, entre empregados da família e demais habitantes. MOTIVOS • Fuga de Napoleão Bonaparte, o imperador francês; • Napoleão havia determinado o bloqueio continental a Grãbretanha, e o país que descumprisse, seria invadido pela França; • Portugal tinha dívidas e acordos comerciais com a Grãbretanha; • Escolta da marinha britânica para a viagem; • Chegada em Salvador, antiga capital colonial e estabelecimento no Rio de Janeiro, a capital do período. TRATADOS ECONÔMICOS NO BRASIL • Abertura dos Portos as Nações Amigas (1808): Fim do monopólio comercial entre a colônia e a metrópole. O Brasil poderia comercializar com qualquer nação; • Tratado de Comércio e Navegação (1810): Os ingleses passariam a pagar 15% de impostos sobre as mercadorias que desembarcassem no Brasil, os portugueses pagariam 16% e outras nações 24%; • Tratado de Cooperação e Amizade (1810): Portugal se comprometeria a abolir a escravidão em suas terras gradualmente, além de crimes cometidos por britânicos em terras portuguesas, serem julgados pelas leis inglesas. OUTRAS ATITUDES NO BRASIL • Criação da Imprensa Régia; • Criação do Banco do Brasil; • Criação de escolas de curso superior, como Medicina e Direito; • Criação da Biblioteca Real (hoje, Biblioteca Nacional); • Criação do Jardim Botânico; • Alvará para a liberdade para as indústrias, permitindo a criação de fábricas de ferro em Minas Gerais e São Paulo; • Elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves, em 1815: O Brasil se torna sede oficial da coroa CONQUISTAS TERRITORIAIS • Declaração de guerra a França e invasão a Guiana Francesa em 1809; • Domínio da Cisplatina (atual uruguai(, além de ser uma região economicamente forte em metais preciosos e pecuária, era estratégico, visto que pertencia a Espanha, que estava sob domínio napoleônico. MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA (1816) • Vinda de artistas europeus, principalmente franceses ao Brasil, entre eles, Jean-Batiste Debret e Nicolas Antoine-Taunay. • Criação da Academia Imperial de Belas Artes, que se concretizou em 1826. • Organização de Joachim Lebreton, ex- administrador de Belas Artes do Ministério do Interior da França • Jean-Baptiste Debret, Nicolas Antoine Taunay, Grandjean de Montigny, entre outros REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817) • Revolução dos Padres (Seminário de Olinda); • Revolta Separatista; • Influência Iluminista; • Apoio dos EUA e de ex-oficiais ligados a Napoleão Bonaparte; • Crítica aos altos gastos da Coroa no Rio de Janeiro, cobrando impostos de outras regiões; • Atraso na coroação de D. João como rei; • 29 de Março: Proclamação da República Pernambucana e aprovação da Assembleia Constituinte; • Após três meses de revolta, tropas portuguesas reprimiram violentamente o movimentoe 14 líderes foram executados pelo crime de Lesa- majestade. RETORNO A PORTUGAL • Revolução Liberal do Porto (1820): Formação do Conselho Regenerador de Portugal e Algarve, que exige o retorno da família real, o estabelecimento de uma monarquia parlamentar e o retorno do Brasil a condição de colônia; • Pressão das elites brasileiras para que a família real permanecesse no Brasil; • A família real retorna em 1821, deixando D. Pedro, como príncipe regente.
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