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7 Licença Ambiental

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
Tem base legal na resolução 237/97. 
É um instrumento preventivo da política nacional do meio ambiente que visa 
compatibiliza desenvolvimento econômico e proteção ambiental. 
 
O conceito está no art. 1º, I da Resolução 237/97: 
Art. 1º - Para efeito destaResolução são adotadas as seguintes definições: 
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operaçãode 
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva 
ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas 
técnicas aplicáveis ao caso. 
 
LICENÇAS AMBIENTAIS 
Licença ambiental tem seu conceito no art. 1º, II da Resolução 237/97: 
Art. 1º - Para efeito destaResolução são adotadas as seguintes definições: 
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, 
estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar 
e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação ambiental. 
 
Qual a natureza jurídica? 
1ª corrente – TCU e Paulo Afonso Leme Machado – é uma autorização. Isso seria 
temerário pois a qualquer momento poderia ser anulada tal autorização e isso causaria 
instabilidade nas relações empresariais. 
2ª corrente – EdisMilaré – é uma autorização administrativa. Isso é temerário, pois seria 
um ato unilateral e vinculado ja que quem tem as qualidade teria direito adquirido, isso 
não se pode aplicar ao direito ambiental. 
3ª corrente – Paulo de Bessa Antunes – não é autorização e nem autorização 
administrativa, mas sim uma autorização com características próprias, já que pode ser 
anulada cassada ou revogada. 
 
O licenciamento tem três tipos de licenças: 
Art. 8º da Resolução 237/97: 
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as 
seguintes licenças: 
I - LICENÇA PRÉVIA (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do 
empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a 
viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem 
atendidos nas próximas fases de sua implementação; o prazo máximo é de 05 anos 
II - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) - autorizaa instalação do empreendimento ou 
atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual 
constituem motivo determinante; o prazo máximo é de 06 anos 
III - LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) - autorizaa operação da atividade ou 
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças 
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a 
operação. o prazo mínimo é de 04 anos e máximo de 10 anos 
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou 
sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou 
atividade. 
 
Se perder o prazo este será contado do início novamente. 
Ao termino do prazo concedido tem que pedir a renovação do prazo, com antecedência 
mínima de 120 antes de expirar a licença de operação, conforme o art. 18 da Resolução 
237/97. 
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo 
de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os 
seguintes aspectos: 
da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de 
instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. 
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de 
controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos. 
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e aLicença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de 
validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos 
incisos I e II 
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos 
para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua 
natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos 
inferiores. 
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou 
empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, 
aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental 
da atividade ouI - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos 
ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 (cinco) anos. 
II - O prazo de validade empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os 
limites estabelecidos no inciso III. 
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou empreendimento 
deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração 
de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente 
prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 
 
Se o órgão ambiental não apreciar no prazo de 120 a licença fica prorrogada até o órgão 
ambiental analisar o pedido de renovação. O órgão ambiental tem o prazo de 06 meses e 
na hipótese de EIA/RIMA o prazo é de 01 ano, conforme o art. 14 da Resolução 237/97. 
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise 
diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das 
peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de 
exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a 
contar do ato de protocolar o requerimento até 
seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou 
audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. 
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a 
elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos 
pelo empreendedor. 
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e 
com a concordânciado empreendedor e do órgão ambiental competente. 
 
COMPETÊNCIAS NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
COMPETÊNCIA FEDERAL 
 - IBAMA 
 - LICENCIAMENTO ORIGINÁRIO - 
 - LICENCIAMENTO SUPLETIVO OU SUPLEMENTAR – quando o 
órgão é inepto ou o órgão ambiental estadual inexiste. Lei 6938/81 no art. 10. 
 
O EIA é um estudo complexo e o RIMA são as conclusões do EIA. 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. 
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto 
ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento) 
 
Toda vez que se tem uma atividade que cause uma significativa degradação será exigido 
o EIA/RIMA. Parte da doutrina diz que não há dispensa do EIA/RIMA, mas sim 
situações em que ele é inexigível, contudo fará estudos ambientais simplificados se não 
houver significativas degradações. 
A expressão na forma da lei para o STF são os diplomas do art. 59 da CF/88. Isso é 
relativo ou absoluto? 
É relativo, poisa resolução 1/86 do CONAMA foi formalmente e materialmente 
recepcionada com a CF/88. 
Não há EIA/RIMA a posteriori, que tem seu pressuposto na significativa degradação do 
meio ambiente. 
O EIA é um estudo público. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm
A função é a prevenção e o monitoramento dos impactos ambientais, materializando 
assim os princípios da prevenção e da precaução. 
 
Quais os condicionantes do EIA? 
I – prevenção dos danos ambientais – se se sabe quais são as conseqüências adotar-se-ão 
as medidas necessárias para evitar o dano. E se não se souber as conseqüências danosas 
que ocorrerão ao meio ambiente? 
ADI 3378 questionou a validade do Art. 36 da lei 9985 que diz que o empreendedor terá 
que pagar apoiando ou implantando unidade de conservação. 
II – transparência administrativa – deve se dar transparência a todos os atos do 
licenciamento ambiental, por meio da publicação do extrato do licenciamento. 
III – consulta aos interessados – é possível a realização de audiências públicas. 
IV – motivação das decisões ambientais – toda licença ambiental deve ser motivada ou 
fundamentada, sob pena de se ter uma ação civil pública. 
 
ESTUDO DA RESOLUÇÃO 01/86 DO CONAMA 
IMPACTO AMBIENTAL – consiste em qualquer alteração das propriedades física, 
química ou biológica do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou 
energia resultantes de atividades humanas que direta ou indiretamente afetem: 
 I – a saúde, segurança e o bem estar da população; 
 II – as atividades econômicas e sociais; 
 III – a biota; 
 IV – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e 
 V – a qualidade dos recursos ambientais. Art. 3º, V da lei 6938/81. 
 
O art. 2º da resolução traz um rol de atividades que são causadoras de significativa 
degradação ambiental. 
O rol do art. 2ºé taxativo ou exemplificativo? 
O rol do art. 2º é exemplificativo. E a presunção da atividade é absoluta ou relativa? 
Para a corrente majoritária é absoluta, para a minoria é relativa, pois o EIA / RIMA 
pode provar que não é causadora de significativa degradação. 
 
REQUISITOS DO EIA 
Termos de referência são os estudos que serão realizados no EIA / RIMA. 
E deve ser pedido tudo no começo do estudo não podem ser requisitado nada após o 
inicio dos estudos, pode exigir além do que o mínimo. 
O que deve ter todo EIA? 
I – requisitos de conteúdo ou diretrizes gerais; 
A - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localizaçãoconfrontando 
com a hipótese de não execução do projeto – como o EIA começa? Todo EIA / 
RIMA começa com uma certidão da prefeitura compatibilizando a atividade com 
o plano diretor, tendo que ver se a localização é adequada. As alternativas 
tecnológicas são outras opções de escolha. Hipótese zero é a possibilidade de 
não realizar a obra ou e empreendimento; 
B - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais nas fases de 
implementação ou instalação e operação das atividade / empreendimento – Todo 
EIA tem 3 fases no licenciamento: fase prévia de localização, fase de instalação 
e fase de operação; 
C - Definir os limites dos impacitosambinentais diretos e indiretos denominado 
área de influencia do projeto, considerando em todos os casosa bacia 
hidrográfica – a área de influencia é onde serão sentidos os impactos, lei 
9433/97 - lei de recursos hídricos; 
D - Considerar os planos e programas governamentais, propostos ou em 
implementação e sua compatibilidade. 
 
 
II - Requisitos técnicos 
A – DIAGNÓSTICOS AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUENCIA DOS 
PROJETO, CONSIDERANDO OS SEGUINTES ASPECTOS: 
 - MEIO FÍSICO – estudo dos meios naturais.; 
 - MEIO BIOLÓGICO E OS ECOSSISTEMAS – estudo da fauna e da 
flora.; 
 - MEIO SÓCIO ECONÔMICO - . 
B – ANALISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POSITIVOS E NEGATIVOS 
E SUAS ALTERNATIVAS – nem todo impacto ambiental é negativo. Ex.: 
aterro do flamengo. 
Quantos empregos serão gerados e os tributos cobrados. Impactos mediatos e 
imediatos gerados. 
C – DEFINIÇÃO DAS MEDIDAS MITIGADORAS DOS IMPACTOS 
NEGATIVOS – são os equipamentos de controle e medições, estações de 
tratamento, sistemas de despejos. 
D – ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO E 
MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS POSITIVOS E 
NEGATIVOS, COM OS PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS – 
atividade que causa risco tem que ser acompanhada permanentemente. Ex.: 
Angra I e II. 
 
III - Requisitos Formais: 
I - EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR – quem banca tudo é o 
empreendedor. A responsabilidade técnica da equipe multidisciplinar está no art. 
69-A da lei de crimes ambientais. O Decreto 6514/08 traz as punições. 
II – RIMA – é um relatório que é didático, traz as conclusões de EIA. O 
empreendedor tem um numero mínimo de 05 exemplares do RIMA para o órgão 
ambiental licenciador. 
 
Após isso abre-se a fase de comentários por escrito, que precede a audiência pública. 
 
AUDIÊNCIA PÚBLICA 
É um requisito formal essencial. 
Na área de influencia do projeto é necessário se ouvir os interessados, para se colher as 
proposições e preocupações da população afetada. 
 
Legitimados para solicitar a audiência pública, é regulamentado pela Resolução n. 9/87: 
 I – órgão ambiental; 
 II – o MP; 
 III – entidade da sociedade civil; e 
 IV – 50 ou mais cidadãos. 
 
Obs.: Ver se há legislação com singularidades estaduais. Em especial SP/PR/BA. 
 
Em um prazo de 45 dias de antecedência, pública se um edital de grande circulação e na 
imprensa oficial para que os legitimados se manifestem sobre a audiência pública. Se 
for suscitada deve ser realizada e deve ser realizada em um local de fácil acesso. Pode 
haver mais de uma audiência pública dependendo da complexidade do projeto. A 
audiência pública não é um mecanismo de convencimento da população e se o for é 
uma afronta ao princípios da moralidade administrativa e da impessoalidade. 
Na conclusão da audiência pública lavra-se uma ata sucinta que colhe todas as 
informações do curso da audiência pública. 
 
O EIA vincula o órgão ambiental? 
1ª corrente – se o EIA for favorável ao empreendimento o órgão ambiental fica 
vinculado, Cesar Fiorino 
2ª Corrente – o EIA não vincula o órgão ambiental. Para o TRF da 4ª Região o órgão 
ambiental tem uma discricionariedade “sui generis”, sendo uma discricionariedade 
técnica e assim podendo decidir contra o EIA fundamentadamente. 
 
 
Deve haver EIA antes da Licitação? 
Lei 8666/93 art. 12, VII. 
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão 
considerados principalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, 
de 1994) 
VII - impacto ambiental. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8883.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8883.htm#art12
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8883.htm#art12

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