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1 Introdução ao licenciamento ambiental O licenciamento ambiental é um importante instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente. É através dele que o poder público tem o poder de controlar as atividades ou empreendimentos que interferem nas condições ambientais. O seu principal objetivo é conciliar o desenvolvimento econômico com o uso dos recursos naturais, a fim de garantir a sustentabilidade dos recursos naturais. De acordo com a legislação, para construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores é obrigatória a obtenção da licença ambiental pertinente. 2 Histórico, conceitos, objetivos e tipos de licença No mundo, ocorreram manifestações de conservação ambiental muito antigas, como é o caso da China, em que, entre 1122 a. C. e 255 a. C., existia uma recomendação imperial para a conservação de florestas. Platão, já no século IV a. C, também lembrava da importância das florestas como reguladoras do ciclo da água e protetoras do solo. Porém, somente na década de 1960, o termo meio ambiente foi utilizado pela primeira vez. Esse fato ocorreu na reunião denominada Clube de Roma, onde foi estabelecido, pela primeira vez, os problemas ambientais. Até esse momento, a priorização e avaliação de projetos estavam limitados somente a uma análise econômica, sem meios para identificar e incorporar os impactos ambientais de um determinado projeto, plano ou programa. Já, a primeira manifestação política relacionada ao impacto ao meio ambiente ocorreu em 1969, nos Estados Unidos, em que foi institucionalizado o processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como um instrumento da sua política ambiental. A AIA foi exigida para todos os empreendimentos com potencial impactante, devendo levar em consideração: a identificação dos impactos ambientais; efeitos ambientais negativos da proposta; alternativas da ação; relação dos recursos ambientais negativos no curto prazo; a manutenção ou mesmo melhoria do seu padrão no longo prazo a definição clara quanto a possíveis comprometimentos dos recursos ambientais para o caso de implantação do empreendimento Posteriormente, países como a Alemanha, a França, a Holanda, o Canadá e a Grã-Bretanha também aderiram ao AIA, uma vez que ele é um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, fundamental no processo de licenciamento ambiental. Segundo Moura (2011), no Brasil, no ano de 1986 foi publicada a Resolução CONAMA nº 1/1986 a qual estabeleceu os critérios básicos e diretrizes gerais para a Avaliação de Impacto Ambiental. O principal marco entre a preocupação com as questões ambientais e sua efetiva inserção nas políticas de desenvolvimento se deu em 1972 durante a I Conferência Mundial de Meio Ambiente, realizada em Estocolmo. A partir deste momento, as questões ambientais avançaram tanto na conscientização da população como na legislação. O objetivo dessa conferência foi, segundo Brasil (2009), "estabelecer uma visão global e princípios comuns, que sirvam de inspiração e orientação à humanidade para preservação e melhoria do ambiente", que resultou na Declaração sobre o Ambiente Humano, a qual, determina, de acordo com Brasil (2009), que "(...) deve ser confiada, às instituições nacionais competentes, a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos naturais dos Estados, com o objetivo de melhorar a qualidade do meio ambiente." No Brasil, até o ano 1981 não havia nenhuma referência sobre proteção ambiental em sua política. Foi então que, nesse ano, o governo sancionou a Lei nº 6.938 que estabeleceu a Política Nacional de Meio Ambiente e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). É importante destacar, no entanto, que essa mobilização se deu por conta das exigências de órgãos financeiros internacionais como condicionante para a aprovação de empréstimos a projetos governamentais. A referida lei, então, contempla fundamentos para a proteção ambiental do país, sendo que para a sua operacionalização foram instituídos alguns instrumentos, dentre eles, o Licenciamento Ambiental. De acordo com o artigo dez de Brasil (1981), Em 12 de fevereiro de 1998, foi publicada a Lei nº 9.605 conhecida como a Lei dos Crimes Ambientais, a qual dispõe sobre as sanções penais e administrativas lesivas ao meio ambiente. A referida lei, em seu artigo 60, determina a obrigatoriedade do licenciamento ambiental das atividades degradadoras da qualidade ambiental, contendo, inclusive, as penalidades a serem aplicadas ao infrator. Dessa forma, de acordo com Brasil (1998), a obrigatoriedade do Licenciamento ambiental contida na Política Nacional do Meio Ambiente foi reforçada. Tendo sido apresentada a história, é o momento de aprender os conceitos e objetivos do licenciamento ambiental. O objetivo do licenciamento ambiental é, basicamente, a manutenção da qualidade ambiental a fim de garantir o uso sustentável dos recursos naturais para as futuras gerações. Segundo Brasil (1997), mais especificamente a Resolução CONAMA 237 de 1997, em seu artigo primeiro, define o licenciamento ambiental como um O processo de licenciamento ambiental gera as licenças ambientais, que, por sua vez, são definidas, de acordo com Brasil (1997), mais especificamente, pela Resolução CONAMA 237, como o A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimento ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Assim, o licenciamento ambiental é um procedimento administrativo em que o órgão ambiental responsável irá conceder ou não a licença ambiental. Porém, quem são os órgãos responsáveis pela concessão da licença ambiental? O artigo 225 da Constituição Federal afirma que incumbe ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações. Ou seja, segundo Brasil (1981), os responsáveis podem ser a União, os estados, o Distrito Federal ou os municípios, de acordo com sua autonomia. Para os empreendimentos e atividades com um significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional, compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) a realização do licenciamento ambiental. De acordo com Brasil (1997), mais especificamente a sua Resolução 237, compete ao IBAMA o licenciamento dos seguintes empreendimento ou atividades: Em se tratando de órgãos estaduais ou do Distrito Federal, compete a eles, conforme Brasil (1997), o licenciamento ambiental dos seguintes empreendimentos e atividades: I - Localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservaçãodo domínio da União. II - Localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; IV - Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN; V- Bases ou empreendimento militares, quando couber, observada a legislação específica. Na esfera municipal, de acordo com Brasil (1997), no artigo sexto, compete ao órgão ambiental municipal, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo estado por instrumento legal ou convênio. Ao final do processo de licenciamento ambiental, será emitida a licença ambiental, que possui regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental que devem ser seguidas para que a atividade que está sendo licenciada possa ocorrer normalmente. As licenças sempre possuem um prazo de validade determinado e cabe ao solicitante o cumprimento do que nela constar para garantir a qualidade ambiental do local do empreendimento ou atividade, sob pena de sanções penais cabíveis. Cada fase do empreendimento ou atividade possui uma licença específica. Na fase inicial do empreendimento é solicitada a licença prévia (LP), a qual aprova a sua localização e concepção, e atesta a viabilidade ambiental além de estabelecer os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Nessa etapa podem ser solicitados estudos ambientais complementares como o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), Relatório de Controle Ambiental (RCA), dentre outros pertinentes em cada caso. Em seguida, é solicitada a licença de instalação (LI), a qual autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. Cabe destacar que, nessa etapa, ainda não está autorizado o início das atividades do empreendimento. I - Localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; II - Localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; III - Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios; IV – Delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. Após a verificação de que houve o cumprimento das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes para a operação do empreendimento é que, então, é emitida a licença de operação (LO), que autoriza o início das operações do empreendimento ou atividade. Essa licença determina as medidas de controle ambiental as quais o empreendedor assume o compromisso de executar, além de especificar as determinações para a operação do empreendimento, cujo cumprimento é obrigatório sob a pena de suspensão ou cancelamento da operação. Quando necessário, o CONAMA ainda poderá definir licenças ambientas específicas levando em consideração a natureza, características e peculiaridades de determinadas atividades ou empreendimento. 3 Procedimentos para a obtenção das licenças ambientais Inicialmente, é importante deixar claro que não são todas as atividades e empreendimentos que necessitam de licenciamento ambiental. O licenciamento ambiental apenas é necessário caso o empreendimento ou atividade utilize algum recurso ambiental, seja considerado efetiva ou potencialmente poluidor ou possa causar alguma degradação ambiental. De acordo com Barbieri (2011), a Resolução CONAMA 237, apresenta uma relação dos empreendimentos que estão sujeitos ao licenciamento ambiental, porém trata-se de uma lista exaustiva pois cabe ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade quanto ao licenciamento. Ou seja, além das atividades constantes na referida legislação, outras atividades podem ser passíveis do licenciamento ambiental, se o órgão competente assim definir. Conheça alguns tipos de empreendimentos e atividades que são passíveis de licenciamento ambiental, de acordo com Brasil (1997), mais especificamente a Resolução CONAMA 237: extração e tratamento de minerais; • indústria de papel e celulose; • indústria de borracha; • indústria de couros e peles; • indústria química; • indústria de produtos de matéria plástica; • indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos; • indústria de produtos alimentares e bebidas; • indústria de fumo; • obras civis; • empreendimentos de geração e transmissão de energia; • serviços de utilidade; • transporte, terminais e depósitos; • empreendimentos e Atividades de Turismo; • atividades agropecuárias; • uso de recursos naturais. O detalhamento das atividades ou empreendimento sujeitos ao licenciamento ambiental estão dispostos no anexo um da Resolução CONAMA número 237, de 19 de dezembro de 1997. Caberá, portanto, ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação das atividades especificadas no anexo um da Resolução CONAMA 237. Para isso, deverá levar em consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou atividade. Além disso, poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente. Com o objetivo de regulamentar o processo de licenciamento ambiental, o CONAMA, em sua resolução 237, estabelece as seguintes etapas, conforme Brasil (1997): I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias; IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente; VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade. Na prática, o procedimento para a obtenção da licença segue algumas etapas de acordo com a situação do seu empreendimento. Primeiro passo Definir o tipo de licença que deverá ser solicitado. Ou seja, identificar se oempreendimento é novo ou se já está em funcionamento. Em se tratando de um empreendimento novo, deverá ser solicitada a LP. Segundo passo Verificar qual é o órgão competente para emissão da licença. Em posse dos documentos e informações que caracterizam o empreendimento, inicia-se o processo da LP. O órgão licenciador, com essas informações em mãos, irá definir os estudos ambientais necessários para dar início ao processo e elaborar um Termo de Referência (TR), que irá nortear o seu processo. De acordo com o tipo do empreendimento, o órgão licenciador poderá solicitar a apresentação de Análise de Riscos ou Avaliação de Riscos. O conjunto de documentos técnicos em atendimento às condicionantes da LP, programas e projetos ambientais detalhados são denominados Projeto Básico Ambiental (PBA). Terceiro passo Com o TR em mãos, pode-se elaborar os estudos ambientais solicitados, caso necessário, para, em seguida, encaminhá-los ao órgão responsável, juntamente com o requerimento de solicitação da LP. Ao receber os estudos, o órgão irá encaminhá-los, se for o caso, aos demais órgãos envolvidos solicitando um parecer técnico. Ainda, se necessário, o órgão licenciador irá solicitar esclarecimentos e/ou complementações ao empreendedor. Quarto passo Após a conclusão da análise dos estudos ambientais e dos pareceres técnicos, o órgão licenciador irá emitir um parecer técnico conclusivo quanto a viabilidade ambiental do empreendimento/atividade. Em seguida, será concedida a LP onde estarão as condicionantes que o empreendedor deverá cumprir. Caso houver a necessidade de renovação da LP, o empreendedor deverá realizar a solicitação da mesma, porém o prazo global, desde a emissão da licença original, não pode exceder cinco anos. Ainda, caso não forem atendidas as condicionantes antes do prazo referido, o processo de licenciamento será arquivado. Após o cumprimento das condicionantes da LP, deverá ser solicitada a LI. Para tanto, deverá ser entregue o detalhamento dos planos, projetos e programas ambientais, bem como as demais atividades estabelecidas na LP. Primeiro passo Mediante um requerimento específico, o atendimento das condicionantes da LP e a entrega do detalhamento dos estudos ambientais, o empreendedor irá solicitar a LI junto ao órgão competente. Cabe destacar que o empreendimento somente poderá ser solicitado em um único órgão, ou seja, as três licenças possíveis deverão ser solicitadas junto ao IBAMA, ao estado ou ao município, somente em uma instância. Segundo passo É realizada a publicação da solicitação da LI de acordo com a Resolução CONAMA 06/1986. Caso houver necessidade, outros órgãos envolvidos no processo de licenciamento poderão emitir seus pareceres técnicos e envia-los ao órgão licenciador. Terceiro passo Após a aprovação do PBA e deferimento da solicitação da LI, o órgão licenciador irá emitir seu parecer conclusivo e será emitida a LI contendo as condicionantes que deverão ser atendidas antes da solicitação da LO. Por fim, após a conclusão das licenças anteriores, deve-se de solicitar a LO, sendo a partir dela que poderão ser iniciadas as atividades do empreendimento Primeiro passo Assim como na solicitação da LI, para solicitar a LO, o empreendedor deverá entregar ao órgão licenciador o requerimento específico e ainda um relatório sobre o atendimento das condicionantes da LI. Segundo passo A solicitação a LI será publicada conforme a Resolução CONAMA 06/1986. Havendo necessidade, outros órgãos serão acionados para que realizem seus pareceres. Terceiro passo O órgão licenciador irá analisar o relatório relacionado às condicionantes da LI e irá realizar uma vistoria nas instalações do empreendimento/atividade. Em seguida, irá emitir um parecer técnico conclusivo quanto a concessão da LO. Quarto passo Sendo o parecer técnico favorável ao deferimento da solicitação da licença, o órgão licenciador irá emitir a LO. Nela irão conter condicionantes que deverão ser atendidas durante toda a sua validade. A partir deste momento, as atividades já poderão ser iniciadas. Lembrando que o empreendedor fica obrigado a implementar as medidas de controle ambiental e as demais condicionantes estabelecidas na LO, caso contrário, poderá ter sua Licença suspensa ou cancelada. Essas, portanto são as etapas básicas para a obtenção das licenças e cada órgão licenciador poderá contemplar as suas etapas. Dessa forma, é muito importante o conhecimento aprofundado do empreendimento para o qual será solicitado o licenciamento ambiental. De acordo com Brasil (1997), mais especificamente a Resolução CONAMA 237: Art. 12 - O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação. § 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente. § 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental para pequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos ou atividades. § 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando a melhoria contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental. Após a emissão da licença, o órgão licenciador irá fiscalizar a execução dos programas de monitoramento, através de vistorias e análise de relatórios periódicos, que deverão ser apresentados pelo empreendedor. O monitoramento serve para atestar as medidas de eficiência do controle ambiental, possibilitando assim, muitas vezes, constatar ineficiências no sistema de controle adotado. Dessa forma pode-se tomar as medidas corretivas necessárias com mais agilidade, evitando danos ao meio ambiente. De acordo com Brasil (1981), o segundo parágrafo da Lei 6.938 afirma que o "objetivo do controle ambiental é promover a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de exploração predatórios ou poluidores." Caso o empreendimento já esteja em operação e não possua licença, poderá ser punido com detenção e/ou multa de acordo com a legislação. O mesmo é válido para ampliações e reformas. Sendo assim, caso o empreendimento não esteja licenciado, deverá buscar junto ao órgão competente a sua regularização. Normalmente, nesse caso, é expedida uma licença de operação de regularização passível de apresentação da documentação e projetos ambientais solicitados para a obtenção da LI, mesmo o empreendimento já estando em operação. Outra situação possível é aquela quando o empreendimento/atividade não possui LO e está em fase de ampliação. Nesse caso, deverá ser solicitada a LO para a parte existente e a LP para a ampliação. Cabe destacar que, mesmo existindo legislações pertinentes definindo os procedimentos para a obtenção das licenças, os órgãos licenciadores possuem autonomia para definir seus próprios critérios e procedimentos que serão adotados durante o processo. Portanto, é imprescindível estar atento sempre que for realizar um processo de licenciamento de algum empreendimento. Outro aspecto importante são os custos envolvidos em um processo de licenciamento ambiental, que são de responsabilidade do empreendedor. Comum a todos os empreendimentos, o empreendedor deverá arcar com opagamento das taxas, as quais se referem à emissão das licenças e da análise dos estudos e projetos, cobradas pelo órgão licenciador. Esse pagamento deverá ser realizado para cada uma das licenças ambientais e suas respectivas renovações. O valor para cada uma das licenças é fixo e leva em consideração o potencial poluidor, porte e categoria na qual o empreendimento se enquadra na classificação do órgão ambiental. Já, outros custos irão depender das exigências para o seu empreendimento, como por exemplo: • despesas relativas à realização de reuniões e/ou audiências públicas, caso necessárias; • despesas com publicações na imprensa de atos relacionados com o processo de licenciamento; • contratação da elaboração dos estudos ambientais; • caso preferir, o empreendedor poderá contratar uma empresa ou profissional habilitado para encaminhar e acompanhar a tramitação do processo de licenciamento; • pagamento da compensação ambiental; • despesas relativas à implementação das medidas mitigadoras. O valor dos custos irá variar de acordo com cada localidade. Lembrando que os custos devem ser proporcionais à complexidade do serviço prestado pelo órgão licenciador. 4 Condicionantes e prazos de validade Podemos definir que as condicionantes de uma licença ambiental são as condições, medidas de controle e restrições que o empreendedor deverá cumprir. Essas condicionantes são definidas pelo órgão licenciador de acordo com as características e necessidades identificadas nos estudos ambientais do empreendimento/atividade, com o objetivo de minimizar ou compensar os impactos ambientais causados pela atividade/empreendimento. Faz-se necessário, portanto, destacar o conceito de impacto ambiental. Dessa forma, Brasil (1981), no artigo primeiro da Resolução CONAMA define o impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I. a saúde, segurança e bem-estar da população. II. as atividades sociais e econômicas. III. a biota. IV. as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente. V. a qualidade do recurso Segundo Brasil (2007), a Cartilha de Licenciamento Ambiental elaborada pelo Tribunal de Contas da União em conjunto com o IBAMA, destaca que "após concedida a licença de operação, fica o empreendedor obrigado a implementar as medidas de controle ambiental e as demais condicionantes estabelecidas, sob pena de ter a Licença de Operação suspensa ou cancelada pelo órgão outorgante." Em uma licença podemos encontrar diferentes tipos de condicionantes. Podendo ser condicionantes específicas ou genéricas, ações de monitoramento ou estudo, ou ainda ações concretas, porém sempre levando em consideração os impactos causados por cada empreendimento. Na maioria dos empreendimentos, as condicionantes estão associadas a um padrão mínimo de qualidade ambiental exigido, como por exemplo o monitoramento de efluentes, qualidade do ar, qualidade da água, dentre outras fontes poluentes. Esse monitoramento deverá ser comprovado através de relatórios que deverão ser entregues aos órgãos competentes. Poderão também ser solicitadas, com menos frequência e de acordo com a atividade, condicionantes com prazos definidos válidos a partir da concessão da licença, como, por exemplo, a construção de áreas de contenção. Além disso, são definidas condicionantes que deverão ser executadas durante toda a validade da licença. É importante destacar que, além das condicionantes, poderão existir as compensações ambientais, que são medidas que visam reparar os danos causados durante as fases de planejamento, instalação e operação, sendo que a de operação poderá ser permanente. Caso o empreendedor não cumpra com alguma condicionante, sua licença poderá ser suspensa e ainda, de acordo com Brasil (1988), no parágrafo terceiro do artigo 2.254 da Constituição Federal, "os praticantes de atividades consideradas lesivas ao Meio ambiente poderão sujeitar-se, de forma cumulativa, às sanções nas esferas penal, civil e administrativa." A Resolução CONAMA 237, em seu artigo 19, define que o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer os seguintes casos, de acordo com Brasil (1997): I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença. III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. Todas as licenças ambientais possuem validade por tempo determinado, variando de acordo com a tipologia, a situação ambiental da área onde está instalado o empreendimento, dentre outros fatores. Para cada tipo de licença, existe um prazo mínimo e um prazo máximo. A Resolução CONAMA 237 define que o prazo de validade da LP não poderá ser superior a cinco anos e o prazo mínimo não poderá ser inferior ao estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos à atividade ou empreendimento. Já, a LI não poderá ter sua validade superior a seis anos e sua validade mínima deverá ser o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade. Tanto a LP quanto a LI poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos de cinco e seis anos, respectivamente. Diferente da LP e da LI, a LO possui uma validade mínima definida de quatro anos, sendo que a validade máxima não poderá exceder dez anos. Ainda, segundo Brasil (1997), no artigo 18, parágrafo segundo, o órgão ambiental competente poderá A seguir são ilustrados os prazos de validade estabelecidos pela legislação vigente para cada tipo de licença ambiental. O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores. #PraCegoVer: a imagem mostra uma tabela em que se apresentam, detalhadamente, os prazos de validade estabelecidos para cada licença ambiental que deverá ser solicitada pelos empreendimento. Na renovação da LO de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitando o limite mínimo de quatro anos e máximo de dez anos. É imprescindível ficar atento ao prazo de renovação da LO, pois de acordo com Brasil (1997), no artigo 18, parágrafo quarto, a renovação deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. Cabe destacar, conforme Brasil (1997), que o artigo 14 da Resolução CONAMA 237 define que Havendo necessidade de esclarecimentos e complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, o empreendedor deverá atender à solicitação dentro do prazo máximo de quatro meses, a contar do recebimento da respectiva notificação. Caso houver necessidade, o prazo poderá ser prorrogado, desde que justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. o órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulaçãode exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses. § 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor. § 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. 5 Importância do licenciamento Em se tratando da importância do licenciamento ambiental, inicialmente é preciso ter em mente o artigo número 225 da Constituição Federal Brasileira de 1988. De acordo com Brasil (1988), o referido artigo estabelece que "[t]odos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações." Por outro lado, o licenciamento ambiental tem por finalidade a proteção da qualidade ambiental com o objetivo de diminuir, mitigar, controlar ou compensar os impactos ambientais causados por empreendimento potencialmente poluidores. De certa forma, o objetivo do licenciamento ambiental é equilibrar as ações econômicas e o meio ambiente. Ou seja, fica visível a importância do licenciamento ambiental frente ao disposto na Constituição Federal. O licenciamento ambiental, assim, é um instrumento de extrema importância para o poder público, pois é através dele que poderá ser controlada a instalação e operação de atividades a fim de preservar o meio ambiente. De acordo com o IBAMA (2019), Outro aspecto importante são as exigências do mercado, já que demanda cada vez mais que as empresas cumpram a legislação ambiental e estejam de acordo com sua LO. Uma empresa preocupada com as questões ambientais possui um reconhecimento público de que suas atividades são desenvolvidas de acordo com a legislação e, consequentemente, garante o uso sustentável dos recursos naturais, o qual está diretamente ligado à qualidade de vida. Valorizar a licença ambiental é de extrema importância para as empresas que prezam por seu nome. Da mesma forma, a população O licenciamento é um poderoso mecanismo para incentivar o diálogo setorial, rompendo com a tendência de ações corretivas e individualizadas ao adotar uma postura preventiva com os diferentes usuários dos recursos naturais. É um momento de aplicação da transversalidade nas políticas setoriais públicas e privadas que têm interface com a questão ambiental. A política de transversalidade para o licenciamento é, por definição, uma política de compartilhamento da responsabilidade para a conservação ambiental por meio do desenvolvimento sustentável do país. Para sua efetividade, os preceitos de proteção ambiental devem ser definitivamente incorporados ao planejamento daqueles setores que fazem uso dos recursos naturais. em geral está cada vez mais consciente das consequências da degradação do meio ambiente. Do ponto de vista social, um empreendimento não poderá ser considerado responsável, caso não esteja em conformidade com a legislação ambiental. #PraCegoVer: a imagem mostra duas mãos segurando uma tela em que aparece uma paisagem ambientalmente adequada, enquanto ao fundo aparece uma imagem de lixo e poluição. Além disso, o licenciamento ambiental tornou-se uma condição para a obtenção de incentivos governamentais ou financiamentos bancários. Segundo Brasil (1981), a Política Nacional de Meio Ambiente, em seu artigo 12, afirma que as entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA. Ou seja, caso o empreendedor tenha algum projeto para o qual necessite de apoio financeiro, sem as devidas licenças o projeto poderá ficar comprometido, uma vez que não será possível realizar financiamentos e obter incentivos governamentais. De certa forma, com a garantia de que os prováveis impactos ambientais do empreendimento serão amenizados e compensados conforme determina a lei, o empreendedor tem a segurança de que poderá gerenciar o planejamento da sua empresa no atendimento às demandas de sua clientela. Além do compromisso ético e ambientalmente responsável, a Lei de Crimes Ambientais, número 9.605/1998, prevê sanções penais e administrativas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, que podem ser punidas civil e criminalmente. Pela lei, construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, o poluidor, além de ser obrigado a promover a sua recuperação, responde com o pagamento de multas pecuniárias e em processos criminais. Além de poder ter suas atividades suspensas, o que ocasionará prejuízos financeiros ao empreendimento. É ISSO AÍ! Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer o histórico, conceitos e objetivos do licenciamento ambiental; • aprender quais são os tipos de licença existentes; • entender todo o procedimento necessário para a obtenção de cada licença de acordo com o empreendimento ou atividade; • entender as condicionantes e prazos das licenças; • compreender a importância do licenciamento ambiental eu seus vários aspectos. REFERÊNCIA BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. BRANDT, W.; AVELAR, S. Definições nos processos de licenciamento ambiental e consequências na efetividade de seus resultados. Disponível em: http://brandt.com.br/index.php/publicacoes/detalhes/6. Acesso em 08 de fevereiro de 2020. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 07 de fevereiro de 2020. BRASIL. Lei Federal número 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em 09 de fevereiro de 2020. BRASIL. Lei número 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm. Acesso em 07 de fevereiro de 2020. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Procedimentos de Licenciamento Ambiental do Brasil. Brasília: MMA, 2016. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Capacitação de gestores ambientais: licenciamento ambiental. Brasília: MMA, 2009. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA número 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html. Acesso em: 06 de fevereiro de 2020. BRASIL. Tribunal de Contas da União com colaboração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Cartilha de licenciamento ambiental. 2 ed. Brasília: TCU, Quarta Secretaria de Controle Externo, 2007. IBAMA. Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Licenciamento Ambiental. 2019. Disponível em: https://www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/licenciamento- ambientalAcesso em 10 de fevereiro de 2020. MOURA, L. A. A. de. Qualidade e gestão ambiental. Belo Horizonte: Del Rey, 2011. http://brandt.com.br/index.php/publicacoes/detalhes/6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html https://www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/licenciamento-ambiental https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2388.91624/content/_5412782_1/www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/licenciamento-ambiental https://sereduc.blackboard.com/courses/1/7.2388.91624/content/_5412782_1/www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/licenciamento-ambiental
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