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1ª Questão (1,0 pt) A recomposição de ecossistemas degradados envolve conhecimentos diversos, principalmente no que se refere à funcionalidade e à dinâmica das espécies, essenciais à formação estrutural das comunidades. O conhecimento da dinâmica natural e da estrutura do ecossistema são fundamentais no desenvolvimento de modelos de recuperação. O tipo e a intensidade do distúrbio dependem da natureza do processo de uso da terra que ocorre nas diferentes regiões alteradas, apresentando influência no padrão de recuperação natural do ecossistema. Uma questão polêmica que envolve técnicos e pesquisadores que trabalham com recuperação de áreas degradadas tem sido a disputa entre função ecológica e origem das espécies vegetais. Faça uma pesquisa sobre o uso de espécies exóticas e espécies nativas na recuperação de áreas degradadas, avaliando qual a melhor opção a ser adotada. R: Um dos problemas da utilização de espécies exóticas em recuperação de áreas degradadas relaciona-se com a possibilidade de uma destas espécies se tornar dominante, interferindo nas fases de sucessão natural, de forma a não permitir o aparecimento de outras plantas ou, em casos extremos, até se tornar uma praga (0,5), assim a melhor opção seria a utilização de espécies nativas (0,5 pt). 2ª Questão (1,0 pt) Em regiões tropicais, a regeneração da vegetação, após a retirada da floresta, se dá principalmente por meio da dispersão de sementes oriundas de áreas próximas e do banco de sementes. A auto-renovação da floresta é assegurada pela existência do banco de sementes do solo, sendo que a ativação pode proporcionar um aumento de biodiversidade do ecossistema. A tabela abaixo apresenta os dados de índice de similaridade de Sorensen entre os bancos de sementes de 3 povoamentos florestais puros e uma área em estágio de sucessão ecológica inicial. Faça uma análise dos dados e responda qual o povoamento apresentou maior índice de similaridade e uma possível explicação para este fato. Área de estudo: três povoamentos florestais puros : sabiá, sombreiro e pinus, com idade média de 15 anos e uma área em estágio de sucessão ecológica inicial (capoeira). R: Observando a tabela percebe-se que o povoamento de sombreiro evidenciou índices de similaridade muito próximos (0,5 pt), no banco de sementes, quando comparado aos dos povoamentos de sabiá (0,48), pinus (0,46) e à área de capoeira (0,41). Estes resultados podem ter ocorrido devido a proximidade das áreas, possibilitando uma dispersão mais efetiva, ou mesmo, pelo fato do povoamento de sombreiro, por suas características físicas, facilitar ou favorecer a entrada de um maior número de sementes de espécies secundárias. (0,5 pt) Questão 3 (1,0 pt) Uma barreira para determinado grupo de organismos pode funcionar como uma “ponte” natural para outro e vice-versa. A história geológica das Antilhas e da América Central ilustra bem isto (Meschede & Frisch, 1998). Durante a maior parte do Terciário, elementos dos oceanos Atlântico e Pacífico tiveram livre fluxo na região que hoje corresponde à América Central, promovendo assim amplo intercâmbio de fauna e flora marinhas. O soerguimento do Istmo do Panamá, na transição Plio-Pleistoceno, foi um evento vicariante que levou à interrupção do fluxo. Por outro lado, o istmo funcionou como uma ponte ligando as Américas do Norte e do Sul, possibilitando dispersão de elementos continentais boreais e austrais. O fenômeno da dispersão, ou translocação geográfica pode ser abordado em diferentes níveis de generalidade. Cite os 3 níveis, explicando. a) dispersão organísmica (relativa aos mecanismos intrínsecos que permitem o espalhamento de um indivíduo em dada área devido a adaptações particulares); b) dispersão específica (expansão da área de distribuição da espécie influenciada por eventos históricos de grande escala espacial, particularmente flutuações eustáticas, mudanças climáticas globais ou tectônica de placas); c) dispersão da biota (ultrapassagem de extensas barreiras pré-existentes por elementos da biota). Cada item sem explicação = 0,20 pt Resposta completa = 1,0 pt Questão 4 (1,0 pt) Podemos afirmar que nem água nem temperatura representam fatores limitantes ao desenvolvimento de organismos no bioma floresta tropical. Explique resumidamente este fato. R: As florestas tropicais possuem grande variação na precipitação e pouca variação nas temperaturas diária e anual (0,5 pt). Apresenta uma estação chuvosa e uma estação com menor precipitação, sendo assim os organismos não estão sob ação de 4 estações bem definidas (0,5 pt). Questão 5 (1,0 pt) O projeto de transposição do Rio São Francisco é um tema bastante polêmico, pois engloba a suposta tentativa de solucionar um problema que há muito afeta as populações do semi-árido brasileiro, a seca; e, ao mesmo tempo, trata-se de um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um dos rios mais importantes do Brasil, tanto pela sua extensão e importância na manutenção da biodiversidade, quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento. Destaque 5 Impactos Ambientais ocasionados pela transposição das águas do Rio São Francisco. ● Início ou aceleração dos processos de desertificação durante a operação do sistema; ● Perda de terras potencialmente agricultáveis; ● Interferência e conflitos nas áreas de mineração já com concessão de outorga pelas quais passarão as águas; ● Perda e fragmentação de áreas com vegetação nativa e de hábitats de fauna terrestre; ● Diminuição da diversidade de fauna terrestre; ● Aumento da exposição dos animais a caça animais vulneráveis ou ameaçados de extinção regional; ● Modificação da composição das comunidades biológicas aquáticas nativas das bacias receptoras; ● Comprometimento do conhecimento da história biogeográfica dos grupos biológicos aquáticos nativos; ● Risco de redução da biodiversidade das comunidades biológicas aquáticas nativas nas bacias receptoras; ● Risco de introdução de espécies de peixes potencialmente daninhas ao homem nas bacias receptoras; ● Interferência sobre a pesca nos açudes receptores; ● Risco de proliferação de vetores de doenças tropicais; ● Instabilização de encostas marginais dos corpos d’água; ● Início ou aceleração de processos erosivos e carreamento de sedimentos; ● Modificação do regime fluvial das drenagens receptoras; ● Alteração do comportamento hidrossedimentológico dos corpos d’água; ● Risco de eutrofização dos novos reservatórios; ● Modificação no regime fluvial do rio São Francisco; ●Desestabilização do leito e das margens do rio, com erosão, voçoroca e assoreamento; ● Sanilização das águas com introdução de cunha salina na foz do rio São Francisco; ● Salinização de solos principalmente no vale do Baixo e Submédio Rio São Francisco; ● Leito do rio seco ou com escassez de água entre a foz e a Hidrelétrica de Xingó com extinção de espécies de peixes e da navegação no Baixo e Submédio rio São Francisco já bastante afetada pelo assoreamento. Cada item citado (no máximo 5) = 0,20 pt Questão 6 (1,0 pt) Uma plantação é considerada um ecossistema instável Ao reduzir a diversidade de vegetais e animais e ao colocar a curta distância, plantas de uma mesma espécie, o homem favorece a sobrevivência de certos herbívoros. Livres dos inimigos naturais, tais herbívoros tornam-se uma população numerosa, passando a ser considerados pragas. Para combatê-los, a maioria dos agricultores recorre a produtos químicos, reduzindo ainda mais a estabilidade do agroecossistema, já que o veneno mata também os predadores das pragas. Discuta os benefícios das alternativas aos agrotóxicos citados abaixo: a) Manejo integrado - é uma estratégia de controle múltiplo de infestações que se fundamenta no controle ecológico e nos fatores de mortalidade naturais procurando desenvolver táticas de controle que interfiram minimamente com esses fatores(0,25 pt) com o objetivo de diminuir as chances dos insetos ou doenças de se adaptarem a alguma prática defensiva em especial. (0,25 pt) b) O uso de técnica de esterilização de machos - os mosquitos machos estéreis submetidos a agentes que causam mutações, como a radiação gama são soltos e a fêmea, acasalada em seu habitat por um macho estéril, vai depositar ovos que não se desenvolvem. (0,25 pt) A conseqüência é a redução da população de insetos aos níveis aceitáveis ou mesmo o seu desaparecimento. (0,25 pt) Questão 7 (1,0 pt) O gráfico abaixo mostra a altura média de uma espécie de planta macrófita aquática em três pontos de avaliação de uma área natural e em três pontos próximos à saída de esgoto. Faça uma leitura do gráfico e comente as 3 afirmações abaixo: Altura (cm) 250 200 Natural Poluída 150 100 50 0 1 2 3 Pontos de coleta a) A macrofita cresce sob maiores taxas de nutrientes - Correto. Pois o crescimentos nos 3 pontos com despejo de esgoto a altura das macrofitas é maior. (0,40 pt) b) O desenvolvimento da macrofita é favorecido pela eutrofização artificial no local – Certo. A eutrofizaçao promove o desenvolvimento das macrófitas. (0,30 pt) c) A macrofita está contribuindo para a poluição local - Errado. O que contribui é o despejo de esgoto. (0,30 pt) Questão 8 (1,0 pt) O ciclo do escoamento pode ser descrito em três fases: na primeira fase o solo está seco e as reservas de água estão baixas; na fase seguinte, iniciada a precipitação, ocorrem interceptação, infiltração e escoamento superficial; na última fase o sistema volta a seu estado normal, após a precipitação. Fatores como tipo de vegetação, tipo de solo, condições topográficas, ocupação e uso do solo, são fatores que determinam a relação entre vazão e precipitação. As figuras abaixo representam as 3 fases, identifique cada uma, justificando. a) E = Evaporação In = Infiltração b) E = Evaporação In = Infiltração c) E = Evaporação In = Infiltração a) 2a Fase: Com a continuidade da precipitação, a capacidade de retenção da vegetação é esgotada, e a água cai sobre o solo. Se a precipitação persistir, a capacidade de infiltração do solo pode ser excedida, e a água começa a se acumular em depressões rasas, que em seguida se unem formando um filme de água sobre o solo, começando, então, a mover-se como escoamento superficial, na direção de um curso d'água. A água infiltrada no solo começa a percolar na direção dos aqüíferos subterrâneos. Finalmente, se a chuva continuar, o escoamento superficial ocorrerá de forma contínua, na direção de um rio. O nível do lençol freático poderá subir, fornecendo uma contribuição extra de água subterrânea ao escoamento. b) 1a Fase: Após um período de estiagem, a vegetação e o solo estão com pouca umidade. Os cursos d’água existentes estão sendo alimentados pelo lençol d’água subterrâneo que mantém a vazão de base dos cursos d'água. Quando uma nova precipitação se inicia, boa parte da água é interceptada pela vegetação, e a chuva que chega ao chão é infiltrada no solo. Exceto pela parcela de chuva que cai diretamente sobre o curso d'água, não existe nenhuma contribuição para o escoamento nesta fase. Parte da água retida pela vegetação é evaporada. c) 3a Fase: Quando a precipitação pára, o escoamento superficial rapidamente cessa, a evaporação e a infiltração continuam a retirar água da vegetação e de poças na superfície do solo. O nível do rio está agora mais alto do que no início da precipitação. A água que se infiltrou nas margens do rio, lentamente é liberada, na medida em que o nível do rio baixa até o nível em que permanece nos períodos secos. Só a identificação de cada fase = 0,5 pt A identificação de cada fase + a justificativa = 1,0 pt Questão 9 (1,0 pt) “A bacia hidrográfica se caracteriza como uma área definida topograficamente, drenada por um curso de água ou por um sistema interligado de cursos de água tal que todos os caudais efluentes sejam descarregados através de uma única saída, a secção de referência da bacia” (Lencastre e Franco 1984). O contorno desta área, ou seja, da bacia é estabelecido pela linha de separação de águas, o divisor de drenagem, que por sua vez, divide as taxas de processos hidrológicos como precipitações, vazão, percolação e outros, entre bacias vizinhas. Caracterize os componentes de uma bacia hidrográfica quanto à área de drenagem; comprimento da bacia; forma da bacia; densidade dos rios e densidade de drenagem. Área de drenagem – Quanto maior for a área da bacia, maior será a sua capacidade de coletar a precipitação, portanto, maior será o volume de água infiltrado ou escoado superficialmente. É possível delimitar a área e calcular seu tamanho com auxílio de planímetros, pesagem de papel uniforme devidamente recortado, substituição de escalas numéricas em papel milimetrado. (0,20 pt) Comprimento da bacia – considerado como a maior distância medida em linha reta, entre a foz e determinado ponto situado ao longo do perímetro. (0,20 pt) Forma da bacia – figuras geométricas como o retângulo, o círculo e o triângulo, podem ser utilizadas para o reconhecimento de cheias excepcionais. (0,20 pt) Densidade dos rios - método utilizado para identificar a freqüência ou quantidade dos rios ou cursos de água em uma determinada bacia. Pode ser visualizado por métodos de hierarquização. (0,20 pt) Densidade de drenagem - a densidade de drenagem correlaciona o comprimento total dos canais de escoamento com a área da bacia hidrográfica. O comprimento dos canais pode ser obtido utilizando-se instrumentos como o curvímetro. (0,20 pt) Questão 10 (1,0 pt) Entender os problemas ambientais do planeta Terra de forma genérica e propor algumas alternativas de manejo e recuperação para suas áreas degradas, passa por um estudo de seu ambiente holístico e pela profunda compreensão da história de ocupação sócio-econômica, política, cultural e técnica estabelecidas, levando em conta os processos de apropriação da natureza em seus vários níveis. A partir da leitura da Lei No 9.985, de 18 de Julho de 2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC) faça uma breve descrição do objetivo das Unidades de Uso Sustentável e suas categorias. R: O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. (0,2 pt) I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; 0,8 pt IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural.
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