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APG 14 - Sentindo na Pele - 24:08

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Julia Franco Fernandes de Carvalho Fagundes – 2˚ PERÍODO 
 FASA – 2021.2 
APG 14 
“SENTINDO NA PELE” 
 
ANATOMIA DO PÂNCREAS 
• O pâncreas é a maior glândula do sistema digestório 
desempenha função exócrina e endócrina. A função 
exócrina se relaciona com a produção de enzimas 
envolvidas na digestão de carboidratos, lipídeos e 
proteínas; Já a endócrina, é realizada por estruturas da 
glândula, participando ativamente da homeostase das 
concentrações séricas de glicose e do controle da 
mortalidade; 
• Divide-se em quatro partes principais: 
§ Cabeça – situa-se a direita da linha média, 
parte mais espessa, apresenta face 
anterior coberta de peritônio e relacionada 
coma origem do mesocolo transverso e a 
face posterior com a veia cava inferior; 
§ Colo – tem aproximadamente 2 cm de 
largura, situa-se anteriormente a veia 
porta e sua face anterior fica coberta com 
peritônio e é adjacente ao piloro 
imediatamente inferior ao forame 
omental; 
§ Corpo – possui três faces e três margens, 
face anterossuperior coberta por 
peritônio, face posterior desprovida de 
peritônio, face anteroinferior coberta por 
peritônio; margem superior se relaciona 
com o tronco celíaco, margem anterior 
separa a face anterossuperior da 
anteroinferior, margem inferior separa a 
face posterior da anteroinferior; 
§ Cauda – parte mais estreita, normalmente 
termina na base do ligamento 
esplenorrenal ou se estende para cima até 
bem próximo ao hilo esplênico; 
OBS: Possui um lobo acessório chamado processo 
uncinado; 
• Seu tamanho nos adultos geralmente, apresenta de 12 a 
15 cm, sendo mais espesso na extremidade medial(cabeça), 
e se vai se tornando mais delgado a medida que avança até 
a cauda; 
PROCESSO UNCINADO 
• O processo uncinado do pâncreas projeta-se a partir da 
extremidade lateral inferior da cabeça da glândula. Seus 
tumores do processo uncinado não obstruem o ducto 
colédoco, porém com frequência comprimem a terceira 
parte do duodeno como consequência de sua estreita 
relação. Tipicamente, se situa posterior a veia mesentérica 
superior e por vezes também à artéria mesentérica 
superior. Posteriormente, o processo uncinado é anterior à 
aorta e, inferiormente, repousa sobre a superfície superior 
da terceira parte do duodeno; 
DUCTOS PANCREÁTICOS 
• O tecido pancreático exócrino drena para vários ductos 
lobulares pequenos. A disposição dos ductos principais que 
drenam o pâncreas está sujeita a alguma variação, mas o 
arranjo mais comum consiste em um único ducto 
pancreático principal acompanhado de um único ducto 
acessório. Esse arranjo reflete o desenvolvimento 
embriológico dos ductos pancreáticos dorsal e ventral; 
 Julia Franco Fernandes de Carvalho Fagundes – 2˚ PERÍODO 
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• O ducto pancreático é derivado da parte distal do ducto 
dorsal no corpo e cauda, mas se funde com o ducto ventral, 
situado mais posteriormente na região em que os brotos 
dorsal e ventral se fundem. O ducto acessório é o 
remanescente do ducto da parte proximal do broto 
pancreático dorsal, situado na cabeça do pâncreas 
anteriormente, depois da parte distal se reunir ao ducto do 
broto ventral; 
• O ducto pancreático (ducto de Wirsung) geralmente corre 
dentro da substância da glândula, da esquerda para a 
direita. Tende a estar mais próximo da face posterior que 
da face anterior e é formado pela junção de vários ductos 
lobulares da cauda. Seu calibre aumenta à medida que 
segue dentro do corpo, pois recebe mais ductos lobulares 
que se unem quase em ângulo reto, formando um padrão 
em “espinha de peixe”; 
• Quando o ducto pancreático chega ao colo da glândula, 
geralmente se vira inferior e posteriormente em direção ao 
ducto biliar, que está ao seu lado direito. Os dois ductos 
penetram obliquamente na parede da parte descendente 
do duodeno e se reúnem na ampola hepatopancreática, 
curta e dilatada; 
• O ducto pancreático acessório (ducto de Santorini) 
geralmente drena a parte superior da cabeça do pâncreas 
anteriormente. Tem calibre muito menor que o do ducto 
pancreático principal, ascende anteriormente ao mesmo e 
é formado no interior da substância da cabeça a partir de 
vários ductos lobulares, geralmente, se comunica com o 
ducto pancreático principal por meio de vários ramos 
pequenos, embora estes raramente sejam amplos o 
suficiente para permitir o preenchimento do ducto 
pancreático acessório em pancreatogramas realizados 
através da ampola hepatopancreática; 
OBS: Quando a extremidade duodenal do ducto 
pancreático acessório não se desenvolve, os ductos 
lobulares drenam para o ducto pancreático através de um 
canal pequeno ou canais pequenos. 
Os ductos pancreático e pancreático acessório exibem 
algumas variações anatômicas que refletem variações no 
desenvolvimento e na fusão dos ductos dorsal e ventral. 
Uma variação importante clinicamente é o “Pâncreas 
divisum”, no qual diferentes partes da glândula drenam por 
vias totalmente separadas. Essa condição possibilita que 
algumas formas de pancreatite afetem apenas uma dessas 
partes; 
VASCULARIZAÇÃO 
• O pâncreas recebe um rico suprimento arterial que 
provém do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior 
e o alcança por meio de vasos nominados e de vários vasos 
pequenos inominados: 
§ Artéria pancreaticoduodenal inferior – 
irriga a cabeça do pancreas, o processo 
uncinado e a segunda e terceira partes do 
duodeno; 
§ Artéria pancreaticoduodenal superior – 
supre os ramos que se dirigem à cabeça do 
pancreas e para a primeira e a segunda 
parte do duodeno; 
§ Ramos Pancreáticos - recebem 
contribuições de muitas das artérias que 
irrigam a glândula, mas principalmente das 
artérias pancreaticoduodenais superior 
posterior e anterior e pancreático 
duodenal inferior, e suprem ramos que 
penetram na substância da glândula em 
ângulo reto ao vaso; 
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• A drenagem venosa do pâncreas é basicamente para o 
sistema porta; 
• A drenagem linfática do pâncreas é extensa. Vários 
grupos de linfonodos podem receber a drenagem 
proveniente de cada uma das regiões da glândula 
(explicando em parte o mau prognóstico que acompanha a 
ressecção dos tumores pancreáticos). Os capilares linfáticos 
surgem ao redor dos ácinos pancreáticos, já os vasos 
linfáticos maiores seguem o suprimento arterial e drenam 
para os linfonodos situados ao redor do pâncreas e para 
grupos de linfonodos adjacentes. Alguns desses linfáticos 
também drenam para os linfonodos préaórticos e para os 
linfonodos do tronco celíaco. Não há evidências de ductos 
linfáticos no interior das ilhotas pancreáticas; 
 
INERVAÇÕES 
• Os lóbulos que desempenham função exócrina no 
pâncreas são inervados por uma fina rede de fibras 
simpáticas e parassimpáticas. O suprimento simpático 
origina-se do sexto ao décimo segmentos torácicos da 
medula espinal e é distribuído ao pâncreas principalmente 
via contribuição simpática aos gânglios celíacos. As fibras 
pós-ganglionares	chegam até a glândula por meio do	
suprimento arterial, na forma de plexos periarteriais. O	
suprimento parassimpático provém do nervo vago 
posterior e do componente parassimpático do plexo 
celíaco; 
• Já a inervação das ilhotas endócrinas é oriunda quase 
exclusivamente da parte parassimpática do sistema 
nervoso. Ramos delgados ramificam-se entre as células e 
formam plexos ao redor das ilhotas. Os gânglios 
parassimpáticos estão no tecido conjuntivo dentro dos 
lóbulos associados às células das ilhotas, formando 
complexos neuroinsulares. Tanto as células alfa quanto as 
betas participam desses complexos neuroinsulares; 
HISTOLOGIA DO PÂNCREAS 
• O	pâncreas	é	composto	de	dois	tipos	diferentes	de	
tecido	glandular:	uma	massa	de	tecido	principal,	
exócrina,na	qual	estão	incrustadas	pequenas	ilhotas	de	
células	endócrinas;	
PÂNCREAS EXÓCRINO 
O	pâncreas	exócrino	é	uma	glândula	acinosa	ramificada,	
circundada	por	um	delicado	tecido	conjuntivo	frouxo	
que	forma	lóbulos	incompletos	em	seu	interior.	EA 	
composto	por	células	secretoras	piramidais	dispostas	
predominantemente	como	agrupamentos	esféricos,	ou	
ácinos.	
•	Do	interior	de	cada	ácino	secretor,	origina-se	um	ducto	
intralobular	intercalado	estreito,	revestido	inicialmente	
por	células	centroacinares	achatadas	ou	cuboides.	Esses	
pequenos	dúctulos	formam	conexões	ramificadas	que	
correm	no	interior	e	entre	os	ácinos	adjacentes,	o	que	
explica	por	que	ductos	pancreáticos	intralobulares	
estruturalmente	diferentes	são	infrequentes;	
•	Mais	distalmente,	as	células	centroacinares	achatadas	
ou	cuboides	são	substituıd́as	por	epitélio	cilıńdrico	e	
eventualmente,	por	epitélio	colunar	nos	ductos	
interlobulares	maiores.	Estes	últimos	são	circundados	
pelo	tecido	conjuntivo	frouxo	dos	septos,	que	contém	
músculo	liso	e	fibras	nervosas	autônomas.	Há	células	
neuroendócrinas	entre	as	células	colunares	dos	ductos,	e	
os	mastócitos	são	numerosos	no	tecido	conjuntivo	
circunjacente; 
• Células acinares	-	As células acinares da parte exócrina do 
pâncreas têm um núcleo basal e, no domínio citoplasmático 
basal, um retículo endoplasmático granuloso abundante 
que dá a elas a característica baso- fílica da coloração. Na 
região apical, grânulos de secreção densos com zimogênio 
coram-se intensamente com eosina. Na região 
supranuclear, há um proeminente complexo de Golgi 
supranuclear que é circundado por grânulos grandes 
delimitados por membrana. Esses grânulos contêm os 
constituintes protéicos da secreção pancreática, que inclui 
enzimas que só se tornam ativas depois de liberadas. 
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Neurônios ganglionares e cordões de células epiteliais 
indiferenciadas também são encontrados dentro dos 
ácinos; 
• Células estreladas - As células estreladas do pâncreas 
consistem em um dos vários tipos de células contidas na 
parte exócrina do pâncreas. São reguladas por estímulos 
autócrinos e parácrinos, e compartilham muitas 
características com suas correspondentes hepáticas. São 
células semelhan- tes aos miofibroblastos que são 
encontradas no espaço periacinar, onde seus longos 
processos citoplasmáticos envolvem a base do ácino, sendo 
também encontradas nas regiões perivascular e periductal 
do pâncreas; 
PÂNCREAS ENDÓCRINO 
• O	pâncreas	endócrino	consiste	nas	ilhotas	pancreáticas	
de	Langerhans,	compostas	por	grupos	esféricos	ou	
elipsoides	de	células	incrustados	no	tecido	exócrino.	O	
pâncreas	humano	pode	conter	mais	de	um	milhão	de	
ilhotas,	que	em	geral	são	mais	numerosas	na	cauda.	Uma	
ilhota	é	uma	massa	de	células	poliédricas,	e	cada	uma	
dessas	células	está	em	ıńtimo	contato	com	os	capilares	
fenestrados	e	com	alguma	rica	inervação	auto-	nômica.	EA 	
preciso	empregar	procedimentos	de	coloração,	ou	
técnicas	imuno-histoquıḿicas,	especializados	para	
distinguir	os	três	principais	tipos	de	célula,	designados	
como	alfa,	beta	e	delta; 
•	As	células	mais	numerosas,	tipos	alfa	e	beta,	secretam	
glucagon	e	insulina,	respectivamente.	As	células	alfa	
tendem	a	se	concentrar	na	periferia	das	ilhotas,	e	as	
células	beta	são	encontradas	mais	centralmente.	O	
terceiro	tipo	–	a	célula	delta	–	secreta	somatostatina	e	
gastrina	e,	assim	como	as	células	alfa,	concentra-se	na	
periferia	das	ilhotas.	Um	tipo	secun-	dário	de	célula	–	a	
célula	F	–	secreta	o	polipeptıd́io	pancreático	(PP),	que	é	
armazenado	em	grânulos	de	secreção	menores.	Os	
neurotransmissores	autonômicos,	acetilcolina	(ACh)	e	
noradrenalina,	afetam	a	secreção	das	células	das	ilhotas:	
a	ACh	aumenta	a	liberação	de	insulina	e	glucagon,	a	
noradrenalina	inibe	a	liberação	de	insulina	induzida	pela	
glicose	e	as	duas	também	podem	afetam	a	secreção	de	
somatostatina	e	PP;	
 
FISIOLOGIA DO PÂNCREAS 
• Cada ilhota pancreática apresenta quatro tipos de células 
secretoras de hormônio: 
§ As células alfa ou A constituem cerca de 
17% das células das ilhotas pancreáticas e 
secretam glucagon. 
§ As células beta ou B constituem cerca de 
70% das células das ilhotas pancreáticas e 
secretam insulina. 
§ As células delta ou D constituem cerca de 
7% das ilhotas pancreáticas e secretam 
somatostatina. 
§ As células F constituem o restante das 
células das ilhotas pancreáticas e secretam 
polipeptídio pancreático. 
• As interações dos quatro hormônios pancreáticos são 
complexas e não completamente compreendidas. Sabemos 
que o glucagon eleva o nível sanguíneo de glicose e a 
insulina reduz. A somatostatina atua de maneira parácrina 
para inibir a liberação tanto de insulina quanto de glucagon 
das células beta e alfa vizinhas. Além disso, pode funcionar 
como hormônio circulante para retardar a absorção de 
nutrientes do sistema digestório. Ademais, a somatostatina 
inibe a secreção de GH. O polipeptídio pancreático inibe a 
secreção de somatostatina, a contração da vesícula biliar e a 
secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas. 
• A principal ação do glucagon é de elevar o nível sanguíneo 
de glicose que se encontra abaixo do normal. A insulina, por 
outro lado, ajuda a reduzir o nível de glicose sanguínea que 
se encontra muito elevado. O nível de glicose sanguínea 
controla a secreção de glucagon e insulina via feedback 
negativo: 
1. O nível sanguíneo baixo de glicose 
(hipoglicemia) estimula a secreção de glucagon 
pelas células alfa das ilhotas pancreáticas. 
2. O glucagon atua nos hepatócitos, acelerando a 
conversão de glicogênio em glicose 
(glicogenólise) e promovendo a formação de 
glicose a partir do ácido láctico e de 
determinados aminoácidos (gliconeogênese). 
3. Consequentemente, os hepatócitos liberam 
glicose no sangue de maneira mais rápida e a 
glicemia se eleva. 
4. Se a glicemia continua subindo, o nível 
sanguíneo elevado de glicose (hiperglicemia) 
inibe a liberação de glucagon (feedback 
negativo). 
5. A glicose sanguínea alta (hiperglicemia) estimula 
a secreção de insulina pelas células beta das 
ilhotas pancreáticas. 
6. A insulina age em várias células do corpo para 
acelerar a difusão facilitada da glicose para as 
células; para apressar a conversão de glicose em 
glicogênio (glicogênese); para intensificar a 
captação de aminoácidos pelas células e para 
aumentar a síntese de proteína; para acelerar a 
síntese de ácidos graxos (lipogênese); para 
retardar a conversão de glicogênio em glicose 
(glicogenólise) e para tornar mais lenta a 
formação de glicose a partir do ácido láctico e de 
aminoácidos (gliconeogênese). 
7. O resultado disso é a queda do nível de glicose 
do sangue. 
8. Quando o nível sanguíneo de glicose cai para 
abaixo do normal, ocorre inibição da liberação de 
insulina (feedback negativo) e estímulo à 
liberação de glucagon. 
 Julia Franco Fernandes de Carvalho Fagundes – 2˚ PERÍODO 
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• Embora o nível sanguíneo de glicose seja o regulador mais 
importante da insulina e do glucagon, diversos hormônios e 
neurotransmissores também regulam a liberação desses dois 
hormônios. Além das respostas ao nível sanguíneo de 
glicose descritas anteriormente, o glucagon estimula a 
liberação de insulina de maneira direta; a insulina exerce o 
efeito oposto, suprimindo a secreção de glucagon. Conforme 
o nível de glicose no sangue vai declinando e menos 
insulina é secretada, as células alfa do pâncreas são 
liberadas do efeito inibitório da insulina de forma que 
possam secretar mais glucagon. Indiretamente, o hormônio 
do crescimento humano (GH) e o ACTH estimulam a 
secreção de insulina porque atuam para elevar a glicose 
sanguínea.

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