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História: Espaços e Experiências Urbanas Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Dra. Marcia Barros Valdivia Revisão Textual: Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicaroni As múltiplas faces da cidade entre o expandir e o verticalizar nas décadas de 1930 e 1940 5 • Introdução • As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro: entre o expandir e o verticalizar nas décadas de 1930 e 1940 · É importante conhecer e reconhecer as mudanças políticas, econômicas, sociais e demográficas do período. Compreender o significado da metropolização por meio das estéticas consideradas de vanguarda e, assim, perceber a nova morfologia das cidades e suas personagens, inseridas nos espaços urbanos e em seus lugares sociais cada vez mais modificados. Caro(a) aluno(a)! Nesta unidade, vamos estudar as mudanças políticas, econômicas, sociais e demográficas do período, para compreender o significado da metropolização em São Paulo e no Rio de Janeiro. Assim, será necessário conhecer as estéticas consideradas de vanguarda para poder perceber a nova morfologia das cidades e suas personagens inseridas nos espaços urbanos e em seus lugares sociais. É importante lembrar que vários recursos, como as atividades de sistematização e aprofundamento, assim como o fórum de discussão e a videoaula, contribuem com o processo de aprendizagem. Após usufruir desses recursos, registre as dúvidas e as discuta com o professor tutor. Tenha bons estudos! As múltiplas faces da cidade entre o expandir e o verticalizar nas décadas de 1930 e 1940 6 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 Contextualização As décadas de 1930 e 1940 foram marcadas por intensas mudanças no processo de remodelação das cidades, por meio dos conceitos ideológicos de arquitetura Moderna de vanguarda, que vieram tanto de países europeus como dos Estados Unidos, e que foram incorporados nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre outras. Assim, faz-se necessário estudar o espaço urbano por meio da setorização da cidade e também da abertura de rodovias e grandes avenidas, como, por exemplo, o Plano das Avenidas Prestes Maia, em São Paulo, e Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro. A expansão territorial gerou a formação de periferias, com o aumento da população nos grandes centros urbanos que, além de imigrantes, passaram a receber migrantes. As cidades novamente estiveram em obras, entre construções e destruições. Portanto, pensar os diversos sujeitos históricos nesse processo se faz pertinente, assim como também reconhecer as mudanças políticas, econômicas, sociais e demográficas do período, por meio do significado da metropolização, com base nas estéticas consideradas de vanguarda, que inspiraram as novas morfologias citadinas. O link abaixo traz em vídeo o panorama geopolítico, cultural e social do mundo refletido no Brasil que, a partir da década de 1930, passou por mudanças significativas após as Revoluções de 1930 e 1932, nas quais influências de regimes ditatoriais estiveram presentes na política brasileira, em especial no período do Estado Novo de Getúlio Vargas, entre 1937 a 1945. Outros elementos também são de suma importância do ponto de vista ideológico e cultural, expressos pelo cinema e pelo rádio, nas principais capitais do Brasil. O urbanismo passou pelo processo de verticalização, como a construção do edifício Martinelli em São Paulo, e o monumento do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Aspectos Históricos do Brasil na década de 1930 www.youtube.com/watch?v=ZAgK62zOqbo 7 Introdução A República brasileira foi proclamada mediante crise no Império. O Estado, representado por D. Pedro II, entre os anos de 1840 e 1889, esteve em crise com os setores importantes para o apoio político, econômico e moral, como a Igreja Católica, os militares e a aristocracia liberal, embora a filha do Imperador, a Princesa Isabel, estivesse como regente pela terceira vez entre os anos de 1887 e 1889, quando foi proclamada a República. Diante desse quadro, os militares tomaram o poder em 15 de novembro de 1889: Em 1870, é formado o Partido Republicano, composto pela elite agrária paulista e por setores urbanos do RJ. Seus objetivos básicos, além da república, eram a descentralização do poder e o abolicionismo. Com a Lei Áurea, a elite agrária do Vale do Paraíba adere ao movimento. Conflito Igreja e Império: de acordo com a constituição de 1824, Estado e Igreja eram unidos no Brasil (padroado). As bulas papais só teriam validade no Brasil após aprovação do imperador (beneplácito), o que provocava insatisfação do papado. As relações entre a Igreja e o Império começaram a entrar em crise quando a bula Sylabbus, publicada pelo papa Pio IX, proibiu a ligação entre católicos e maçons (D. Pedro II era maçom). A crise ficou conhecida por “Questão Religiosa” e rompeu definitivamente as relações entre o Estado e o clero, antiga base de sustentação do sistema monárquico. O Descontentamento Militar: Com a vitória na Guerra do Paraguai, em 1870, o Exército ganhou importância política e passou a contestar as estruturas político-sociais do Império, adotando uma política antiescravista e republicana (influência do positivista Benjamim Constant). O descontentamento em relação ao tratamento dispensado pelo Império ao Exército redundou em vários incidentes envolvendo a oficialidade, entre 1884 e 1889, conhecidos como a “questão militar”. O povo assistiu bestializado a Proclamação da República – O estabelecimento da República no Brasil não teve uma participação popular, o povo julgou tratar-se de uma “parada militar”. D. Pedro II foi derrubado por um golpe militar articulado por Benjamim Constant e Deodoro da Fonseca com apoio da elite agrária.1 O primeiro período republicano no Brasil foi chamado de República de Espada (1889-1894), no qual o Brasil teve como presidentes militares de alta patente o Marechal Deodoro da Fonseca e o Marechal Floriano Peixoto. A base econômica do país esteve sustentada pelas oligarquias agrárias, em especial dos cafeicultores paulistas, conhecidos como barões do café, e dos pecuaristas mineiros, produtores de leite. 1 CANDEIAS, Nelly Martins Ferreira. Isabel e o Fim do Império. Disponível em: http://www.jbcultura.com.br/nelly/Princ_Isabel.pdf. 8 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 Estes foram os grupos responsáveis pelo fim da monarquia. Com a instituição de “eleições diretas”, o cafeicultor paulista Prudente de Morais foi eleito presidente da república em 1894. Assim, deu-se início à “política do café com leite”, que se tratava de um arranjo político envolvendo as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais que, por meio do voto de cabresto2, garantia a vitória das eleições dos candidatos indicados por esses dois Estados, que revezavam- se na administração da política brasileira. Esse sistema passou por modificações a partir da década de 1930. Glossário Oligarquia é um termo que tem origem na palavra grega oligarkhía, cujo significado literal é “governo de poucos” e que designa um sistema político no qual o poder está concentrado em um pequeno grupo pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo econômico. As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro: entre o expandir e o verticalizar nas décadas de 1930 e 1940 O Brasil nas décadas de 1910 e de 1920 ainda possuía bases econômicas rurais que, por sua vez, eram dependentes do mercado externo. Assim, o período republicano, que vai de 1889 a 1930 ficou conhecido como República Velha. No primeiro momento, entre 1889 e 1894, o Estado republicano foi chamado de República de Espada e entre os anos de 1894 e 1930 foi chamado de República oligárquica ou do “café com leite”. Até a República Velha (1889-1930), a economia brasileira dependia quase exclusivamente do bom desempenho das exportações, que na época se restringiam a algumas poucasmercadorias agrícolas, notadamente o café plantado na região Sudeste, o que caracterizava a economia brasileira como agroexportadora. Esta foi a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial desde o período colonial, variando ao longo do tempo os produtos: açúcar, ouro, algodão, café, borracha etc. O bom desempenho da economia brasileira de então dependia das condições do mercado internacional do café, sendo a variável-chave, na República Velha, o preço internacional do café. Apesar de ser o principal produtor de café, outros países também influíam na oferta, e boa parte do mercado era controlado por grandes companhias atacadistas que especulavam com estoques.3 2 Ficou popularmente conhecido como voto de cabresto o sistema tradicional de controle de poder político por meio do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública para favorecimento pessoal ou de simpatizantes políticos. Nas regiões mais pobres do Brasil, a prática foi bastante recorrente, uma das principais características do que se costuma definir como corononelismo. Desde os tempos do Império, quando se realizaram as primeiras eleições no Brasil como país independente, a prática da fraude eleitoral é uma praga de difícil combate. No período áureo do coronelismo, no início do século XX, o eleitor só precisava levar um pedaço de papel com o nome do seu candidato e depositar na urna. Tratava-se de um papel qualquer, trazido de casa mesmo. Para os coronéis, bastava entregar a cada um de seus empregados um papel já preenchido e, como a grande maioria destes “eleitores” era analfabeta, estes apenas assinavam seus nomes (lembrando que analfabetos não podiam votar). Isso não era de modo algum problema para os coronéis, já que eles mesmos escreviam nos papéis o que bem desejassem. Como os criados não sabiam ler, muitas vezes eles votavam sem sequer saber o que estava escrito no papel que depositavam na urna. Aliás, era prática do coronel fornecer o transporte a estes pretensos eleitores, que recebiam as “instruções” ao irem votar. Cf: http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/voto-de-cabresto/. 3 GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; TONETO JR., Rudinei. Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 1999, p.229. 9 Esse modelo econômico baseado na agroexportação de matérias-primas e gêneros tropicais exportáveis, como a borracha, o cacau, o mate e o fumo, entre outros, gerava capitais a serem investidos na industrialização e na remodelação das cidades, mas houve uma situação de instabilidade econômica, porque a Economia estava assentada em frágeis alicerces muito dependentes dos mercados internacionais. No caso da exportação do café, já no final da primeira década do século XX, houve algumas dificuldades sérias, como a superprodução, a queda de preços e os problemas de escoamento da produção, mas o maior problema ocorreu com a borracha, já no início do século XX que, depois de 1910, teve de enfrentar a concorrência dos seringais asiáticos. Saiba Mais A produção brasileira na Amazônia chegou a 42 mil toneladas anuais e o Brasil dominou o mercado mundial de borracha natural. Esse quadro durou até por volta de 1910, quando a situação começa a mudar: a partir daquele ano, entram no mercado as exportações de borracha a partir das colônias britânicas na Ásia e o Brasil passa a sofrer com a concorrência dos seringais da Malásia, Ceilão e Cingapura, entre outros lugares. Saiba mais sobre o ciclo da borracha em países asiáticos no link: http://www.mucambo.com.br/pdfs/historiadaborracha.pdf. Enquanto o Brasil passava por essa fase na qual imperavam os modelos econômicos ainda rurais e um Estado republicano com a ausência de fato da democracia, os países europeus já estavam vivendo as consequências da concorrência capitalista, mediante a busca de matérias primas com as práticas imperialistas também chamadas de neocolonialistas e também havia entre eles a disputa por mercados consumidores. Essa concorrência ocasionou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), um conflito que envolveu as principais potências europeias da época, que se juntaram em alianças político-militares, como a Tríplice Entente, formada pela Inglaterra, França e Rússia, e a Tríplice Aliança, formada pela Alemanha, Austro-Hungria e Itália. Naqueles anos, o Império russo passou pelo processo revolucionário, em 1917, e se tornou uma área socialista. A partir de 1922, toda a sua área foi denominada União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Na Alemanha, logo após o fim da Primeira Guerra, surgiu a Escola de Bauhaus, em 1919, com tendências arquitetônicas de vanguarda, baseadas na funcionalidade e na racionalidade dos projetos urbanísticos e também na arte do design para mobiliários e utensílios domésticos. Bauhaus pretendia reconstruir a Alemanha da destruição no pós-guerra. Até então, os EUA viviam uma fase capitalista de prosperidade, pois sua produção esteve em alta enquanto os países europeus estavam em guerra. Assim, a primeira Guerra Mundial fez com que os EUA emergissem como potência capitalista. As exportações de produtos industriais e agrícolas se ampliaram com a abertura de créditos aos países aliados, seguidas pela concessão de empréstimos à Inglaterra, França e, posteriormente, à Alemanha. 10 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 A produção estadunidense deu um salto gigantesco em vários setores, destacando-se a indústria bélica e alimentícia, além das inovações na arquitetura e no urbanismo, que trouxeram a verticalização das cidades, com a produção da Escola de Chicago, já nos finais do século XIX. A Escola de Bauhaus, na Alemanha, e a Escola de Chicago, nos EUA, trouxeram novidades referentes às técnicas de construção e uso de materiais, como a utilização do ferro, do aço e do vidro, como também estiveram preocupadas com o ensino e a execução de projetos arquitetônicos e urbanísticos pragmáticos, ou seja, que fossem embasados na racionalidade, na funcionalidade e na aplicabilidade do cotidiano, facilitando o modo de viver urbano. Em fins do século XIX, a Escola de Chicago incorpora o espírito emblemático da arquitetura ao despontar como precursora das estruturas em esqueleto de aço, obtendo conquistas técnicas fundamentais para o desenvolvimento da arquitetura. As condições socioculturais dos EUA, país novo e progressista, permitem e potencializam a experimentação e a incorporação do emblema tecnológico à arquitetura (...) Na década de 20, Gropius e um grupo de arquitetos renovadores fundam a Bauhaus. Seu foco é a tecnologia industrial enquanto método de universalização dos objetos racionais (...) Bauhaus teve o mérito de iniciar o desenho industrial e das primeiras tentativas de introdução de métodos industriais na produção de habitações. Iniciam-se os conceitos de modularidade e pré-fabricação em arquitetura.4 Edifícios da Escola de Chicago Fontes: J. Crocker/Wikimedia Commons Vale ressaltar que uma crise econômica assolou os EUA no final da década de 1920, porque, durante a Primeira Guerra (1914-1918), a produção estadunidense esteve voltada para a exportação europeia. Terminada a guerra na Europa, os países envolvidos passaram pelas crises econômica, política e social e, por isso, diminuíram as importações dos produtos que vinham dos EUA. Assim, devido à queda no consumo e ao estoque da produção, os EUA enfrentaram o episódio conhecido como “Crise de 29”, com a queda do capital nas bolsas de valores. 4 COUTO, José Alberto Ventura. O papel da Tecnologia na arquitetura modernista de Lucio Costa. Dissertação de Mestrado em Arquitetura. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000, p. 34-43. 11 Ocorre que a gênese da Segunda Guerra Mundial já estava formada logo após o fim da Primeira Guerra, devido ao Tratado de Versalhes, que responsabilizou a Alemanha pelo início do primeiro conflito. O referido Tratado humilhoupolítica e economicamente a Alemanha, que passou pelas crises econômica, política e social inevitáveis a todos os países que passam por guerras. Mas no caso alemão, houve sérios agravantes e, entre eles, esteve o alto índice de desemprego. Assim, no seio da sociedade alemã, surgiu, em 1919, o Partido do Trabalhador Alemão que, em 1920, passou a se chamar Partido Nacional dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista). Com ideais nacionalistas, radicalismo econômico, ideologia de valorização da etnia alemã que se sobrepunha às outras nacionalidades e militarização nacional, o líder partidário Adolf Hitler preparou o terreno para a revanche da Alemanha mediante o seu quadro geopolítico de fracasso, que se tornaria, segundo os ideais nazistas, a maior potência mundial. Estava assim preparado o quadro para a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Aprofunde seus conhecimentos sobre Hitler e a política nazista de recuperação da Alemanha pós-guerra em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=381. Esse quadro internacional do entre guerras foi refletido no Brasil, em especial a crise de 1929, porque os EUA importavam o café brasileiro. Com a crise, a exportação deste produto diminuiu muito e o preço do café caiu. Para que não houvesse desvalorização excessiva do preço do produto, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto de exportação brasileiro. Com a crise da exportação do café, muitos cafeicultores começaram a investir no setor industrial, alavancando a indústria brasileira. No setor administrativo, a política brasileira também passou por mudanças, porque a crise arruinou a oligarquia cafeeira, que já sofria pressões e contestações dos diferentes grupos urbanos e das oligarquias de outros estados no Brasil, que almejavam participar com mais intensidade da vida política do país. Assim, na eleição para presidente de 1930, a vitória do candidato paulista Júlio Prestes foi contestada pelo grupo político de Getúlio Vargas que, pela Revolução de 1930, tomou o poder por meio do golpe de Estado e passou a governar de forma provisória. Diante dessa situação, Vargas governou de forma autoritária, o que fez com que os paulistas elaborassem a Revolução de 1932, conhecida como Revolução Constitucionalista, cujo palco revolucionário foi o estado de São Paulo. Após a Revolução de 1932, Vargas continuou no poder e governou de forma constitucional até 1937, quando passou a governar de forma autoritária por meio da política do Estado Novo, entre 1937-1945. Diante dessa efervescência política, econômica e social, as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, entre outras, sofreram modificações em sua estrutura urbanística e arquitetônica. 12 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 A paisagem urbana passou a ser formada pelas edificações de estilo neoclássico e eclético do final do século XIX e início do século XX, adornadas pelas artes Noveau e Déco, como também pela estética da arquitetura moderna. É possível exemplificar essa nova percepção das cidades pela própria sede do Governo Federal, o Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, que é uma construção inaugurada no século XIX, no ano de 1867, e também com o prédio do Mercado Municipal da cidade de São Paulo, inaugurado em 1933. Na nova configuração urbanística, conviviam obras de estéticas neoclássicas e ecléticas, como o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e o Mercado Municipal de São Paulo, com as obras de vanguarda, como os arranha-céus, que já estavam em construção no final da década de 1920, como o caso do edifício Martinelli, em São Paulo, inaugurado em 1929. Com a crise econômica internacional no final da década de 1920, o Brasil necessitou desenvolver algumas técnicas construtivas nacionais, das quais o concreto armado foi o que mais se destacou e proliferou em todo território nacional. O edifício Martinelli, localizado na Avenida São João, exemplar dessa década, foi o primeiro grande arranha-céu da América Latina. Projetado pelo arquiteto húngaro William Fillinger, o edifício com trinta andares abrigava usos mistos como restaurantes, hotéis, escritórios e a residência do Conde Martinelli, seu proprietário.5 Edifício Martinelli, em São Paulo Fontes: J. Crocker/Wikimedia Commons Nos espaços urbanos paulista e carioca, surgiram edificações desenvolvidas com estrutura de concreto armado com ferro e, posteriormente, com o aço, revestido de vidro, e também obras inspiradas na praticidade, amplitude, múltipla funcionalidade e inovação, com referenciais do arquiteto de vanguarda Le Corbusier, com os cinco pontos que marcaram a arquitetura moderna.6 5 TATEOKA, Rosana Simprini. Edifícios de Escritórios na Cidade de São Paulo no Início do século XXI (2001-2012). Dissertação de Mestrado. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2014, p.30. 6 Os cinco pontos da Nova Arquitetura são: planta livre (por uma estrutura independente, permite a livre locação das paredes, já que estas não mais precisam exercer a função estrutural); fachada livre (resulta igualmente da independência da estrutura. Assim, a fachada pode ser projetada sem impedimentos); pilotis (sistema de pilares que elevam o prédio do chão, permitindo o trânsito por debaixo deles); terraço jardim (transformando as coberturas em terraços habitáveis, em contraposição aos telhados inclinados das construções tradicionais); janelas em fita, também consequência da independência entre estrutura e vedações. Trata-se de aberturas longilíneas que cortam toda a extensão do edifício, permitindo iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas do exterior). Foram publicados em 1926 na revista francesa L’Espirit Nouveau, porém implícitos no esquema Domino de 1914, no qual se separava funcionalmente o suporte da vedação. Sobre esse assunto, cf: TATEOKA, Rosana Simprini. Op. cit, p.61. 13 Legislações, arquitetura e urbanismo passaram a ter um diálogo intenso, como, por exemplo, a discussão a respeito dos planos para as construções de amplas e gigantescas avenidas. Em São Paulo, temos o Plano da Avenidas Prestes Maia, projeto apresentado em 1930; no Rio de Janeiro, a abertura da Avenida Presidente Vargas, obra inaugurada em 1944. Ficou perceptível nos anos 1930 e 1940, o aumento do papel do Estado nas áreas sociais. O Brasil vivia a ideologia do nacionalismo exacerbado Varguista, na vigência do Estado Novo (1937-1945). Houve conexão entre os discursos médico, jurídico e o pensamento ideológico do Estado na execução das remodelações do espaço urbano, que também passou a atender as exigências referentes à mobilidade da burguesia, que então se locomoveu com seus automóveis. Conflitos de ordem social surgiram novamente nas áreas que sofreram com as desapropriações e muitas áreas de várzeas foram utilizadas no plano de remodelações. A cidade de São Paulo expandia-se também pelas baixadas, onde os córregos foram canalizados e transformados em avenidas. Vale ressaltar que o processo de favelização na cidade de São Paulo iniciou-se no final dos anos 1930 e início dos anos 1940. Projetos de pavimentação de ruas para o trânsito dos ônibus e dos automóveis foram executados e celebrados como o principal discurso de modernização, baseados em modelos estadunidenses. Muito mais que um meio de locomoção, o carro tornou-se um símbolo de desenvolvimento das cidades. Assim, Prestes Maia projetou o desenho da cidade no padrão rádio-concêntrico, que dava à cidade uma estrutura de funcionamento formada por avenidas radiais e perimetrais. As radiais mais importantes do Plano de Avenidas são as atuais avenidas Tiradentes, 9 de Julho e 23 de Maio, que se encontravam no Anhangabaú e formavam o chamado “sistema Y”. O primeiro perímetro de irradiação, que incorporava o centro velho e o centro novo, como um novo centro expandido, tinha no seu núcleoo Anhangabaú, que foi eleito pelo engenheiro e sua equipe para apresentar e representar a cidade no Plano de Avenidas como o centro teórico e simbólico do urbanismo moderno na cidade. Vale do Anhangabáu Fontes: netleland.net 14 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 Plano de avenidas do Prestes Maia Fontes: usp.br Prestes Maia, posteriormente, foi prefeito indicado da cidade de São Paulo no período entre 1938 e 1945, quando implementou parte das ideias contidas nesse plano, iniciando as obras de retificação do rio Tietê e as desapropriações necessárias para a execução da avenida marginal e a construção de diversas avenidas radiais (...) Conforme visto, ao longo do século XX, o rodoviarismo se afirmou enquanto política pública urbana na cidade de São Paulo. Influenciado por ideias estrangeiras, esse modelo encontrou no interior da administração pública seus mais fortes defensores, que foram implementando políticas urbanas baseadas nesse princípio, resultando na estrutura viária metropolitana radioconcêntrica dos dias de hoje. A implantação do complexo industrial automotivo na região também muito influenciou essas políticas, pois era necessário criar um mercado interno que o justificasse. A ascensão do rodoviarismo, além de marcar a expansão do transporte individual, marca também o declínio do ferroviarismo e do transporte coletivo do período anterior, representado pelo bonde. Esse fato demonstra a passagem da hegemonia político-cultural britânica para a norte-americana, resultado da decadência do Reino Unido e ascensão dos Estados Unidos e de sua política de aproximação a partir da década de 1940.7 No Rio de Janeiro, já na década de 1920, houve a preocupação com a modernização urbana a partir de princípios do urbanismo inovador, mediante a elaboração do Plano Agache, que foi pensado pelo arquiteto francês Alfred Hubert Donat Agache, entre os anos de 1926 a 1930. Este foi o primeiro plano diretor com visibilidade considerável, com objetivos de saneamento, de zoneamento setorial e de embelezamento da cidade, com propostas que dialogavam com legislações específicas para as remodelações do espaço urbano. O referido plano teve várias propostas para a construção de habitações populares, por meio de uma política territorial na qual o foco foram as favelas nos morros. Para o arquiteto, a estética da favela deveria ser erradicada e a população que ocupava essas áreas deveria morar nas habitações que seriam construídas para essa finalidade e vendidas a preços baixos ou subvencionadas pelo Estado. 7 NOBRE, Eduardo. A Atuação do Poder Público na Construção da Cidade de São Paulo: a influência do rodoviarismo no urbanismo paulistano. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Disponível em: http://www.fau.usp.br/pesquisa/napplac/trabalhos/enobre/enobre_art1.pdf. 15 Sobre a origem das favelas no Brasil, veja o documentário “Uma Breve História das Favelas”, no qual o arquiteto Luis Kehl apresenta um panorama geográfico e histórico do processo de favelização. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pr-bwi6V4m4. Outro aspecto do plano foi referente ao sistema viário, descrito dentro de uma visão orgânica da cidade. Assim, houve a preocupação com os sistemas de transportes, que deveriam ser integrados, com a abertura de artérias principais e criação de vias de comunicação entre os bairros e a construção da rede de transporte metropolitano. O sistema ferroviário seria incluso no projeto, porque, segundo Agache, as ferrovias desempenhavam um papel importante, serviam à zona industrial e aos subúrbios. Em 1940, a cidade do Rio de Janeiro foi a sede do I Congresso Brasileiro de Urbanismo. Naquele evento, foi sugerida a criação do Instituto da Casa Popular, no qual as habitações populares deveriam ser subordinadas ao Plano Diretor das cidades. A questão habitacional foi discutida com ênfase por meio das propostas para a criação de bairros operários e cidades industriais. Um dos itens que estava na pauta do Congresso foi referente à criação de cidades-jardim nos subúrbios, visando à melhoria da qualidade de vida. Em 1941, foram iniciadas as obras para a construção da Avenida Presidente Vargas, inaugurada em 1944, que ligava a região central à zona norte e regiões adjacentes. Foi uma obra que causou grande impacto sobre a cidade e sobre o país. A obra foi realizada durante o governo do interventor Henrique Dodsworth (1937-1945)8, quando o Rio de Janeiro ainda era a capital do país. A Avenida Presidente Vargas foi projetada para prolongar a Avenida do Mangue até o atual Arsenal de Marinha. A abertura desta avenida exigiu a demolição de 525 prédios e aproximadamente mil imóveis e fez desaparecer inúmeras ruas, como a General Câmara, a Visconde de Itaúna e a Senador Euzébio, entre outras, como também desapareceram os cortiços e casebres coloniais de estilo barroco, inclusive alguns deles abrigavam a zona do meretrício no centro da cidade. Nas demolições, igrejas históricas, como a São Pedro dos Clérigos e a São Domingos, foram derrubadas. A Praça Onze foi descaracterizada, deixando de ser o centro da velha guarda boêmia carioca. Com 2.040 metros de extensão até a antiga Praça Onze, a largura da avenida mede aproximadamente 80 metros na Candelária e 90 metros no trecho próximo ao Canal do Mangue. 8 Henrique de Toledo Dodsworth Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 1895, diplomando-se em Direito em 1915 e em Medicina em 1916. Dedicou-se ainda ao magistério, lecionando no ensino secundário e superior. Em 1919, foi nomeado oficial-de-gabinete de seu tio, prefeito do Distrito Federal, o engenheiro Paulo de Frontin. Eleito deputado federal pelo Distrito Federal, em 1924, reelegeu-se em 1927, cumprindo seu mandato até 1930. Em julho de 1937, após se aproximar do governo federal, deixou a Câmara dos Deputados para assumir a interventoria no Distrito Federal, nomeado por Vargas. Apoiou a implantação do Estado Novo em novembro daquele ano. Permaneceu no cargo de interventor durante todo o período ditatorial. Sua gestão à frente da prefeitura do Rio de Janeiro foi marcada por obras públicas de grande porte, entre as quais a reurbanização de áreas do centro da cidade, como a esplanada do Castelo, a abertura da avenida Presidente Vargas, o início da construção do estádio do Maracanã e da estrada Grajaú-Jacarepaguá. Sobre esse assunto, Cf. Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro Pós 1930. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. 16 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 Construção da Avenida Presidente Vargas no início da década de 1940 Fontes: eliomar.com.br Além da construção da Avenida Presidente Vargas, outras obras foram realizadas na década de 1940, como, por exemplo, a ampliação da rede de água e esgoto, que foi realizada por meio de intervenções que visavam à drenagem do sistema e do escoamento de águas pluviais, como também se preocupavam com o abastecimento de água potável e rede de esgoto. A grande cirurgia urbanística projetada na gestão de Henrique Dodsworth derrubou quarteirões inteiros da Praça Onze, alterando substancialmente a paisagem do bairro e empurrando seus moradores para outras localidades. Faltou a dimensão humana no projeto, com a inserção de locais para trocas de sociabilidades. Os espaços de representação e de identidade cultural dos grupos sociais heterogêneos que ali exerciam seu direito de cidadania foram destruídos. Bibliotecas, templos, casa de samba, terreiros, representativos do hibridismo das várias culturas que conviviam pacificamente, mantendo suas raízes, porém buscando integrar-se e construir uma nova nacionalidade.9 As reformas urbanas na capital do país estiveram entre o construir e o demolir. Em 1941, ocorreu a demolição do Morro de Santo Antônio, para a realização da obra de ligação da zona norte à zona sul. Em 1946, ocorreu a aberturada Avenida Brasil. Ao redor e além das avenidas, desenvolveu- se uma vida social que emergia das novidades divulgadas pelos jornais, pelas revistas e pelo rádio. A radiodifusão desempenhou várias funções e alcançou territórios além do espaço urbano. Inclusive o final da década de 1930 e toda a década de 1940 e o início da década de 1950 foram consideradas a Era de Ouro do rádio. As emissoras de rádio tinham uma programação diversificada, com programas de humor, musicais, noticiários, radioteatro, radionovelas, de calouros e de informação geral. 9 LIMA, Evelyn Furquim Werneck. Cidade e Cultura: Práticas e representações de espaços urbanos espetaculares. In: XI Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano Regional – AMPUR. Salvador: Universidade Federal de Salvador, 2005, p.12. 17 Uma das programações que marcou a época foi A Hora do Brasil, que foi ao ar na noite de 22 de julho de 1935, com o nome de Programa Nacional. Em 1938, já no governo ditatorial do Estado Novo de Vargas, o programa passou a se chamar Hora do Brasil. Sua transmissão tornou-se obrigatória e detalhava os atos do Presidente da República. A partir de 1939, a “Hora do Brasil” passou a ser feita pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e foi transmitido em todas as rádios do território nacional das 19h às 20h. Os programas de rádio tinham o objetivo de informar, divertir e educar. As principais emissoras da época foram a Rádio Record, em São Paulo, fundada em 1928, a Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, fundada em 1926 e a Rádio Nacional, fundada por Getúlio Vargas, em 1936. A sede da Rádio Nacional estava localizada no edifício Joseph Gire, localizado na Praça Mauá, centro do Rio de Janeiro, que ficou conhecido como “Edifício A Noite”, devido a ter sido a sede do “Jornal A Noite”. Esse edifício é um importante marco urbanístico para se visualizar a influência da arquitetura da Escola de Chicago no Brasil, pois se trata de um arranha-céu construído e inaugurado entre os anos de 1927 e 1929. Nele, foram utilizadas as técnicas do concreto armado com estrutura de ferro e com janelas revestidas de vidro. Possui 22 andares e 102 metros de altura. A decoração original privilegiou o estilo Art Déco e foi considerado na época o primeiro edifício de grande porte da América Latina. Foi projetado pelo arquiteto brasileiro Elisário Bahiana, em parceria com o arquiteto francês Joseph Gire, que também foi responsável pelo projeto do Hotel Copacabana Palace. Edifício Josph Gire, sede da Rádio Nacional na década de 1940 Fontes: diariodorio.com 18 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 Muitos cantores e cantoras, atores e atrizes, humoristas, radialistas e outros que se dedicaram à arte e à comunicação iniciaram suas carreiras nas emissoras de rádio. Entre eles estiveram : • Carmem Miranda • Ary Barroso • Hebe Camargo • Dalva de Oliveira • Ademar Casé • Cândido Fontoura • Noel Rosa • Francisco Alves • Lamartine Babo • Luis Gonzaga • Orestes Barbosa • Batista • Silvio Santos • Paulo Gracindo • Adoniran Barbosa • Radamés Gnatalli • Mário Lago • Francisco Alves • Lupicínio Rodrigues • Orlando Silva • Augusto Calheiros • Sílvio Caldas • Carlos Galhardo • Vicente Celestino • Herivelto Martins • Ivon Cury • Hervê Cordovil • Marcelo Tupinambá • Abelardo Barbosa (Chacrinha) • Flávio Cavalcanti • J. Silvestre • Celso Guimarães • Dircinha e Linda • Ciro Monteiro • Emilinha Borba • Grande Otelo • Ângela Maria • Roquete-Pinto • Carlos Schermann • Nelson Gonçalves • Cândido das Neves • Paulo Machado de Carvalho • Marlene • Além de conjuntos como os Demônios da Garoa, entre outros artistas consagrados Carmem Miranda Fontes: diariodorio.com Herivelto Martins e Dalva de Oliveira Fontes: diariodorio.com Herivelto Martins compôs com Grande Otelo o samba “Vão acabar com a Praça Onze”, que foi lançado em 1942: Chora o tamborim Chora o morro inteiro Favela, Salgueiro Mangueira, Estação Primeira Guardai os vossos pandeiros, guardai Porque a Escola de Samba não sai Adeus, minha Praça Onze, adeus Já sabemos que vais desaparecer Leva contigo a nossa recordação Mas ficarás eternamente em nosso coração E algum dia nova praça nós teremos E o teu passado cantaremos As intervenções nas cidades, nas décadas de 1930 e 1940, foram inúmeras e muito além dos limites da cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro. Fotografias, imagens, canções e depoimentos, entre outros vestígios deixados no tempo, permitem resgatar a história dos espaços urbanos que estão em constante mudança, portanto, em movimento. Assim, podemos apreciar as demolições das saudosas malocas, das igrejas, das ruas e das praças, entre outras edificações, que vão deixando de existir fisicamente, mas que estão vivas nas teias da memória que reconstroem a História. Aquelas se foram para dar lugar às novas edificações que também irão sofrer o implacável embate do tempo e se tornarão também antigas, para dar continuidade ao constante processo de construir o novo arquitetonicamente. 19 Material Complementar Vídeos: Faça a leitura do documentário “Presidente Vargas, Biografia de uma Avenida” e destaque a ação interventora do Estado Varguista como poder soberano sobre a cidade do Rio de Janeiro, mediante a referida obra urbanística para construir a Avenida Presidente Vargas, inaugurada em 7 de setembro de 1944. Na sua reflexão, é importante relacionar o diálogo entre poder público, a arquitetura e o urbanismo. Documentário disponível em: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/OLHARES/440631-PRESIDENTE-VARGAS,-BIOGRAFIA-DE-UMA-AVENIDA.html 20 Unidade: As Múltiplas Faces da Cidade Entreo Expandir e o Verticalizar nas Décadas de 1930 e 1940 Referências AGACHE, Alfred. Cidade do Rio de Janeiro: Extensão, remodelação embelezamento. Rio de Janeiro: Prefeitura do Distrito Federal, 1930. BENEVOLO, L. História da Arquitetura Moderna. 3.ed. São Paulo: Perspectiva, 1976. CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a república que não foi. São Paulo: Cia. das Letras, 1987. COUTO, José Alberto Ventura. O Papel da Tecnologia na Arquitetura Modernista de Lucio Costa. Dissertação de Mestrado em Arquitetura. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000. DICIONÁRIO Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. FRAMPTON, K. 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