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Responsabilidade socioambiental 
 
Unidade 1 
 
Introdução 
Seção 3 de 6 
 
Atualmente, a humanidade apresenta forte preocupação com as questões 
ambientais. No sentido restrito, utilizamos o termo “ambiente” para nos 
referirmos aos aspectos da natureza, como a água, as plantas, os “animais”; mas 
consideramos a “sociedade” como algo à parte, como se não houvesse um elo 
entre ambos. Qual motivo, porém, para inserimos aspas nos respectivos termos? 
Porque somos educados, ou doutrinados, a restringi-los em seus significados. 
Quando abordamos a palavra “animais”, em certo ponto, inferiorizamos as 
demais espécies por sermos seres pensantes – mas, nisso, fracassamos. Nós 
nos consideramos inteligentes; porém, não sabemos respeitar o meio em 
que vivemos. Somos definidos como sociais; todavia, negligenciamos o 
respeito à opinião, a escolha, ao status social do outro. Nessa direção, 
chegamos ao limite: da abundância de recursos naturais, mas também do 
preconceito, iniciando uma corrida contra o tempo para equilibrar a balança, 
e alcançarmos a harmonia. 
Podemos afirmar que a humanidade formou subgrupos. Diferentemente de 
outras espécies, na nossa, um subgrupo procura sobressair-se ao outro, 
fazendo com que se estruture uma pirâmide social (Figura 1), o que, em 
determinados momentos, acarreta discriminação. 
No entanto, por qual motivo falamos de ser humano e sociedade, se a 
temática é ambiente? Essa pergunta poderá ser respondida com outra: 
afinal, somos também ambiente? Se a resposta for positiva, o que nos levaria 
a pensar que questões sociais não são discutidas na temática ambiental? O 
primeiro exercício necessário é a reflexão de que não existe diferença entre 
sociedade e ambiente: ser humano e o seu meio constituem algo mútuo e 
unitário. A compreensão é aparentemente simples, mas torna-se complexa 
ao tentarmos colocá-la em prática. 
 
Figura 1. Modelo de pirâmide social brasileira, classificada pela renda. Fonte: IBGE (2015) 
apud Mussi, 2017, p. 20. 
Uma reflexão importante é sobre o que nos leva atualmente a abordar esse 
discurso socioambiental com afinco. Talvez seja a busca pela sensibilização 
social, não se restringindo à conscientização. Sensibilizar a população às 
questões socioambientais procura estimular seu engajamento 
e trabalho efetivo, com a finalidade de um ambiente de melhor convívio. 
Deve-se, por sinal, compreender que a palavra trabalho não está restrita às 
relações de emprego, mas a toda e qualquer atividade socioambiental 
realizada. Para melhor compreensão, pode-se afirmar que a produção do 
conhecimento e o desligamento histórico entre sociedade e ambiente são 
formas de trabalho. Dessa forma, o trabalho é o produto dos fenômenos e da 
relação entre sociedade e natureza, que procura atingir alguma meta ou 
objetivo. Essa finalidade é denominada teleologia. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A concepção de trabalho foi estudada pelo cientista Sergio Lessa para 
elaboração da sua tese de doutorado, que resultou no livro Mundo 
dos homens: trabalho e ser social. O enredo da obra baseia-se na 
concepção de trabalho como processo de complexidade do ser social 
e no trabalho abstrato (força produtiva). A abordagem da obra é de 
cunho filosófico e sociológico, e convida-nos a conhecer e ampliar a 
visão sobre o tema (LESSA, 2012). 
Nesse enredo filosófico, podemos pensar na relação de trabalho que temos 
com o nosso meio e em ambas as questões, físicas e sociais que o envolvem. 
Compreender esse relacionamento socioambiental exige conhecimento de 
diversas áreas – humanidades, sociais aplicadas, exatas e saúde. Cada qual 
traz uma forma de construção de conhecimento – nem sempre convergente 
–, e essa contradição, ou contraposição de ideias tem a capacidade de formar 
novos conhecimentos. É o que se denomina dialética. 
Esse debate de ideias é importante para a formação de conhecimento, pois o 
ambiente se constitui na interdisciplinaridade. Dessa maneira, a 
implementação do método cartesiano como forma de compreender melhor 
os fenômenos que nos rodeiam acarretou alguns problemas: com o formato 
de fragmentação do conhecimento, precisamos, agora, unir as diversas 
ciências, algo de suma importância para compreendermos o ambientalismo. 
 
CITANDO 
Leandro Konder tratou da dialética em sua obra O que é a dialética, 
publicada pela primeira vez em 1981. O livro, que faz uma 
abordagem estrutural histórica, filosófica e sociológica sobre o tema, 
traz a seguinte definição de dialética pelo autor: “O modo de 
pensarmos as contradições da realidade, o modo de 
compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e 
em permanente transformação” (KONDER, 2008, p. 8). 
OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE 
 
A crescente demanda por uma soberania econômica dos países implica sérios 
problemas ambientais. Para movimentar a “máquina” financeira e se tornarem 
concorrentes, as grandes empresas buscaram o lucro e se ausentaram das 
questões do ser humano e seu meio. 
É complexo afirmar que os governos são responsáveis pelo desenvolvimento 
regional, pois, durante o processo histórico, em especial após a Segunda 
Guerra Mundial, as grandes corporações, as multinacionais, iniciaram uma 
espécie de regência econômica global. Em geral, torna-se perceptível a 
necessidade das indústrias e do setor de serviços para a manutenção de 
empregos, geração de rendas e afins. 
Uma indústria multinacional, ao se instalar, por exemplo, em determinada 
cidade, ocasiona o surgimento de outras pequenas empresas que lhe darão 
suporte produtivo (peças, tecidos ou qualquer tipo de matéria-prima). 
Também ocorrerá a ampliação do comércio e outros meios de serviços, 
devido à chegada de novos moradores ou visitantes, ampliando a abertura 
de hotéis, restaurantes, entre outros. Além disso, os gestores regionais 
procuram melhorar os serviços básicos, principalmente aqueles relacionados 
ao transporte, o que facilita a locomoção. Isso demonstra a formação de uma 
cadeia que, com o passar dos anos, gera maior engajamento. 
Aparentemente, todo esse processo parece positivo; contudo, há, também, 
um lado obscuro. A falta de preocupação com o meio físico ocasionou a 
devastação de florestas, ameaçando a sobrevivência de espécies. Essa 
remoção de cobertura vegetal também ocasionou a degradação dos solos, 
bem essencial à manutenção da vida, assim como dos recursos hídricos, que 
foram poluídos – em ambos os casos, com consequências consideradas 
irreversíveis. A exploração de bens minerais tornou-se altamente crescente, 
mas a manutenção dos recursos não pôde acompanhar a demanda. 
Além disso, o fenômeno da urbanização ocasionou aumento demasiado na 
geração de resíduos sólidos e efluentes, bem como a constante emissão de 
particulados atmosféricos (orgânicos e inorgânicos), por meio dos gases 
emitidos por indústrias, transportes e pela realização de queimadas (Figura 
2). 
 
Figura 2. Ilustração dos problemas ambientais da atualidade. Fonte: SOUZA, 2014. 
Não somente as questões relacionadas ao meio físico, porém, registraram 
impactos. A necessidade de mão de obra acarretou a busca por pessoas de 
outras regiões que aceitassem empregos exploratórios, sujeitando-se a uma 
elevada carga de trabalho e a baixos salários. Os resultados desse processo 
foram xenofobia e inferiorização do trabalho feminino, e o preconceito 
contra raça e gênero tornou-se crescente. O status social e profissional paira 
sobre o ambiente, dando margem à inferiorização. Mesmo assim, os 
subgrupos, comentados anteriormente, foram incorporados socialmente e 
ganharam força, mas sabemos que esses problemas ainda se encontram 
presentes, embora as legislações e os movimentos para mudanças se 
encontrem ativos e tenham obtido resultados positivos. Todavia, muito ainda 
precisa ser feito. 
 
CURIOSIDADE 
A história de Marie Curie é inspiradora. Nascida em 1867, na Polônia, 
desafiou todos os preconceitos existentes quanto à inferiorização 
social da mulher. Realizou um trabalho crucialsobre a radioatividade, 
sendo a primeira mulher, e a única pessoa no mundo, a ganhar o 
Prêmio Nobel duas vezes em categorias científicas distintas, química 
e física. Lutou contra toda forma de discriminação e preconceito, e 
seu legado científico é reconhecido e aplicado até os dias atuais, 
principalmente nas áreas de física, química e na medicina. 
É importante perceber que as atividades relacionadas à economia estarão 
sempre interligadas aos problemas socioambientais. A empregabilidade e a 
necessidade de circulação financeira elevam as relações no interior da 
sociedade e o meio físico. 
A educação é uma ferramenta “libertadora” para a erradicação dos 
problemas apresentados; entretanto, as falhas nesse processo são enormes. 
O esquecimento de que educar é a principal ferramenta para a formação de 
cidadãos é uma das principais delas. A realização de mudanças deve ser 
iniciada a qualquer momento, por mais simples que seja a atitude; porém, a 
educação será crucial e terá impactos na construção de um novo futuro. 
As questões relatadas implicam sérias consequências para um bom 
desenvolvimento socioambiental. A saúde humana é a principal impactada e 
motivo de estudos em diversos países. Um dos temas trabalhados em países 
desenvolvidos é a influência das questões socioambientais na população, 
pois é perceptível o crescimento do número de mortes por câncer devido à 
poluição, da procura por psicólogos e psiquiatras devido a problemas de 
relacionamento etc. – e isso influencia a qualidade de vida e bem-estar do 
ser humano. As melhorias surgirão primeiramente da sensibilização, e 
posteriormente no trabalho para modificação – formas de ação 
denominadas práxis. 
 
DICA 
A práxis é o processo da junção entre teoria e prática. A explanação 
desse conceito foi realizada no trabalho realizado por Pereira e 
colaboradores (2016), chamado: “O conceito de práxis e a formação 
docente como ciência da educação”. Mesmo com uma abordagem 
mais voltada à pedagogia, os autores procuram apresentar os 
princípios fundamentais do conceito. 
 
A INTERDISCIPLINARIDADE NAS QUESTÕES AMBIENTAIS 
 
Os meios de comunicação facilitaram nossa percepção sobre o sistema causa-
efeito dos problemas ambientais. Todavia, é importante relembrá-los para fixá-
los em nosso cotidiano. Podemos classificá-los em: 
• 1 
1 
Discriminação por questões de classe, gênero, razão e 
etnia; 
• 2 
2 
Exploração irregular de recursos naturais; 
• 3 
3 
Abuso de autoritarismo por status social, empregatício ou 
acadêmico; 
• 4 
4 
Despejo de rejeitos em locais e formas indevidas; 
• 5 
5 
Desmatamento e caça predatória; 
• 6 
6 
Exploração de mão de obra; 
• 7 
7 
Emissão constantes de poluentes atmosféricos; 
• 8 
8 
Ausência de aprendizado sobre deveres sociais éticos. 
As causas dessas questões acarretam uma conjuntura de reuniões, debates e 
movimentos sociais, para o despertar da sensibilização. A academia, como 
principal membro estrutural de discussão dos problemas socioambientais, 
tem o compromisso de trabalhar esses temas e propor soluções. Entretanto, 
uma única ciência não é capaz de ter a totalidade de conhecimentos 
necessários para essa finalidade. 
Um sociólogo, por exemplo, não tem competência, em sua formação, para 
implementar tecnologias industriais de recuperação de áreas degradadas – 
mas tem o conhecimento necessário para compreender as causas humanas 
que levaram à degradação do local. Um administrador não tem, em seu perfil 
profissional, qualificação para análises químicas de despejo de efluentes em 
rios – mas pode trabalhar em conjunto com um especialista na área 
ambiental para propor uma gestão sustentável de resíduos. Esses exemplos 
demonstram a importância do trabalho conjunto das diferentes áreas. 
No decorrer do processo de construção do conhecimento, podemos 
subdividir esse trabalho conjunto em três aspectos: 
Clique nos botões para saber mais 
1. Multidisciplinar 
+ 
2. Interdisciplinar 
+ 
3. Transdisciplinar 
+ 
Este último aspecto é considerado, por diversos cientistas, uma utopia, 
devido à complexidade de um único ser lidar com todo tipo de área 
existente. No caráter multidisciplinar, a falta da construção de novos 
pensamentos não apresentará eficácia quando em comparação com a 
interdisciplinaridade. Já a interdisciplinaridade recebe contribuições em 
diferentes áreas, e ocorre um engajamento, com a construção de novas 
formas de pensamentos aplicadas em diferentes contextos. Nesse caminho, 
o discurso socioambiental apresenta sua formação. 
Atualmente, praticamente todos os cursos de formação profissional e 
tecnológica (técnico, graduação ou pós-graduação) trazem alguma disciplina, 
ou assuntos dentro de sua ementa, que abordam a temática ambiental. 
Nesse sentido, os projetos ambientalistas, por abarcarem diferentes áreas do 
conhecimento, demonstram robustez de elaboração e execução, uma vez 
que sua construção exige diferentes pontos de vistas, que são interligados e 
contextualizados. 
No Brasil, os cursos de pós-graduações stricto sensu (mestrado e doutorado) 
inseridos na área de ciências ambientais da CAPES (Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) apresentam a 
interdisciplinaridade de áreas como obrigatoriedade no processo de 
construção de suas dissertações e teses. Caso o trabalho não tenha esse 
escopo, poderá ser penalizado com reprovação. As questões sociais, 
inclusive, devem ser contempladas na problemática da pesquisa, pois, em 
sua maioria, os programas têm o objetivo de formar recursos humanos 
capazes de compreender e solucionar problemas relacionados ao ambiente. 
UM CONVITE PARA REPENSAR O AMANHÃ 
 
Nossas formas de agir, sejam elas positivas, ou negativas, implicarão no futuro. 
Como forma de refletir sobre a exposição anteriormente realizada, percebe-se 
que o ambiental é algo mais abrangente do que os elementos físicos. 
Compreender a natureza e suas interligações é um processo complexo; 
contudo, em um primeiro momento, talvez seja primordial respeitarmos os 
elementos que nos rodeiam. Somos todos os dias convidados a refazer um 
novo amanhã, e repensá-lo significa transformar nossas atitudes e propor 
ações de melhoria. 
Procuremos deixar o pensamento focado no dinheiro, as atitudes de 
soberba, a ganância para passarmos a conviver em harmonia. A teoria ética 
que aprendemos no período escolar é sempre necessária de ser colocada em 
prática, sensibilizando-nos com o meio em que estamos e que vivenciamos. 
Diferentemente das demais espécies, somos seres pensantes – e, ao 
realizarmos escolhas e ponderarmos nossas atitudes, conhecemos as 
consequências das nossas ações. Portanto, ao prejudicarmos o meio em que 
vivemos, temos conhecimento dos impactos que causaremos a nós mesmos. 
 
As gerações futuras agradecerão as transformações positivas que nos 
propusermos fazer hoje, e deverão dar continuidade a elas, pois este é um 
trabalho constante, ininterrupto e inacabável: a manutenção do nosso meio 
é fundamental para melhorar exponencialmente a qualidade de vida e, 
consequentemente, nossa felicidade. 
Numa sociedade harmonizada, todos têm bons lucros em ambos os aspectos, 
financeiro e moral – pois passamos a refletir sobre o coletivo, e não somente 
sobre as questões individuais. Procuremos, portanto, sempre fazer esse 
exercício de pensar no próximo, sobre as coisas que nos rodeiam e sobre o 
amanhã. 
 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ 
AGORA? 
 
De acordo com o assunto abordado, a sensibilização ambiental é 
importante: 
Por incorporar a conscientização e despertar a ação humana para as 
causas ambientais. 
Correctly selected 
Por despertar exclusivamente o debate governamental. 
Correctly unselected 
Por apresentar os fundamentos que estimulam novas construções de 
ideias para as ciências ambientais. 
Correctly unselected 
ENVIAR 
Correta 
👍 
Muito bem, a resposta está correta! 
A sensibilização desperta o ato da conscientização do problema 
e a buscapor melhoria. Além disso, essa sensibilização pode 
atingir profissionais e pessoas de diversas áreas. Como 
discutimos, a questão ambiental é uma área interdisciplinar, que 
precisa ser pensada em diversas frentes de pensamento. 
 
 
 
Conceitos e definições 
Seção 4 de 6 
 
Antes de iniciarmos este tópico, é importante pensarmos que o conhecimento é 
construtivo. 
A academia exige constantes reflexões sobre suas teorias, pois é dela a 
responsabilidade de formar novos conhecimentos. Como acadêmicos, 
devemos lembrar que o conhecimento deve ser por nós construído, e não 
simplesmente recebido e reproduzido. Algumas pessoas se perguntam por 
qual motivo existe a necessidade de constantes e diferentes formas de 
leituras – livros, notas, artigos, comunicações curtas –, e essas questões 
dúbias são erradicadas quando entendemos o verdadeiro sentido de sermos 
acadêmicos. 
Neste tópico, serão tratados alguns conceitos e definições utilizados 
frequentemente na temática socioambiental. Todavia, é importante lembrar 
que eles são passíveis de mudanças, uma vez que a academia é dinâmica e se 
encontra em constantes transformações. As práxis implementadas são 
responsáveis pelo surgimento de novas formas de visão, já que a prática é 
crucial na efetivação do pensamento teórico. 
// Socioambiental/ambiental 
 
Como abordado, compreende-se como socioambientais (ou ambientais) as 
relações existenciais entre sociedade e natureza. É algo inseparável, que tem 
como produto o trabalho. 
Não há, nessa relação, superioridade ou inferioridade entre as partes, mas 
um equilíbrio. Torna-se importante a fixação dessa “balança equilibrada”, 
pois durante séculos existiu uma discussão acerca de uma superioridade 
entre as partes: ora, a sociedade é responsável pela regência do seu meio; 
ora, a gerência ocorre no sentido inverso. Essa discussão de questões de 
meio físico e social foi fundamental para o surgimento de determinadas 
ciências, como a Geografia. 
A ideia de que o meio físico era superior ao homem fez com que surgisse o 
conceito de espaço vital, de que o homem necessitava explorar os recursos 
para que ocorresse um equilíbrio. Essa forma de pensamento, 
denominada determinista, foi elaborada por Friedrich Ratzel e largamente 
incorporada nas ideologias de Hitler para o nazismo, sendo esse um dos 
primeiros relatos escritos sobre a implementação das questões sociais sobre 
o ambiente. 
// Meio ambiente 
 
Termo usualmente empregado nos estudos voltados às ciências ambientais. 
Entretanto, há cientistas que iniciaram uma espécie de desuso, pois, ao 
inserirmos a palavra “meio”, estaríamos abordando a metade de algo, e, 
devido à interligação existente, não se deve realizar essa inferência. 
Por muitos anos, as questões ambientais foram abordadas nos seus aspectos 
físicos. Contudo, o papel social tem apresentado uma inserção gradativa e 
abrangente na discussão. Por termos sido acostumados (ou até mesmo 
doutrinados) a dividirmos o conhecimento para melhor compreensão, esse 
termo pode ser usualmente empregado para o estudo das questões físicas 
ambientais. 
// Áreas degradadas 
 
Umas das maiores problemáticas ambientais existentes atualmente é a 
degradação ambiental. O termo é empregado principalmente para estudos 
de solos e ecossistemas. 
As atividades humanas, principalmente de industrialização, agricultura, 
pecuária, e mineração, destacam-se no desmatamento e improdutividade do 
solo, por meio do lançamento de rejeitos, como elementos químicos tóxicos. 
Ao dizermos que uma área é degradada, ocorre uma referência àquelas que 
se encontram altamente poluídas e requerem regeneração, a partir de 
tecnologias sustentáveis para melhoramento de solos, afluentes e 
reflorestamento. 
No meio acadêmico, pesquisas voltadas à recuperação dessas áreas são 
constantes. O avanço nas ciências dos materiais possibilitou a aplicação de 
nanopartículas, hidrogéis e estruturas poliméricas que auxiliam, com 
sucesso, a recuperação de solos e rios. 
Atualmente, empresas propõem o financiamento de pesquisas ou compra de 
patentes para solucionar tais problemas, o que implica na inserção de uma 
série de profissionais, como engenheiros, físicos, químicos, administradores, 
biólogos e afins. 
// Desertificação 
 
A desertificação adentra os temas globais em discussão na Organizações das 
Nações Unidas (ONU). 
A utilização de recursos naturais de forma inapropriada, somada às 
mudanças climáticas e aspectos físicos naturais, ocasiona uma degradação de 
tal forma que torna impossível a regeneração dos locais explorados, fazendo 
surgir áreas áridas e semiáridas. 
Esse debate foi iniciado devido a problemas existentes no continente 
africano, alvo de grandes preocupações. Por envolver aspectos de auxílio 
financeiro, países como os Estados Unidos entraram na “corrida”, com o 
intuito de adquirir lucros, contestando a existência de áreas em processo de 
desertificação em seu território. No entanto, atualmente existe um 
mapeamento e acompanhamento dos países com tendências ao processo de 
desertificação, que podem ser encontrados nas Américas, África e Europa. 
No Brasil, as áreas susceptíveis à desertificação são encontradas na Região 
Nordeste. Um dos núcleos de estudos é o município de Cabrobó, 
Pernambuco, que se encontra em processo avançado (Figura 3). A utilização 
das técnicas de agricultura por inundação, associada à topografia do terreno 
e alta evapotranspiração devido às condições climáticas, ocasionou a 
formação de extensas camadas de sais no solo, tornando-o improdutivo e 
causando abandono das áreas. As pesquisas estão concentradas nos 
aspectos de impactos socioambientais, bem como na tentativa de mitigar o 
problema. 
 
Figura 3. Solo salinizado no município de Cabrobó, Pernambuco, um dos núcleos de 
desertificação brasileiro. Fonte: MAIA, 2015. 
As problemáticas não se restringem aos aspectos físicos, pois os fatores 
sociais são duramente afetados. Ao tornar o solo improdutivo, ocorre um 
impacto direto na produção de alimentos, bem como o abandono dos locais 
pelos moradores. Nesse processo, há uma queda na arrecadação econômica. 
Sendo a região responsável por produzir alimentos para outros municípios, 
estados e afins, o processo ocasionará desabastecimento e prejudicará 
milhares de famílias. Fatores como esses ressaltam a preocupação das 
entidades governamentais sobre o tema. 
// Efluentes 
 
Umas das temáticas mais trabalhadas pelas empresas no setor ambiental são 
os efluentes. A água é um bem precioso, utilizado corriqueiramente em 
nossas atividades do cotidiano. O processo de “chegada, recebimento” da 
água é denominado afluente; e a “saída”, denominada efluente. 
Devido à mistura com outros compostos, orgânicos e inorgânicos, como 
gorduras, pesticidas, metais e afins, os efluentes tornaram-se uma temática 
de grande discussão, pois o destino, em sua maioria, são os rios. Ao serem 
lançados em aquíferos, um dos principais problemas é a carga microbiana 
existente no material, que ocasiona sequestro de oxigênio e impede o 
desenvolvimento e manutenção da vida aquática. 
Os metais são outro exemplo de grandes preocupações, devido à capacidade 
de se acumular nos organismos. Os acúmulos podem acontecer em seres 
humanos, por meio da ingestão, acarretando sérios problemas de saúde. 
 
ASSISTA 
A série Aruanas, produzida pela Rede Globo, demonstra com clareza 
os problemas causados pelo não tratamento de efluentes. O enredo 
concentra-se nos impactos socioambientais causados pela mineração 
na região amazônica. O despejo irregular dos efluentes, com altas 
concentrações de metais como chumbo e mercúrio, ocasiona 
problemas de saúde nos moradores da região devido à ingestão por 
meio do consumo de peixes. Em algumas cenas, é demonstrada a 
morte gradativa dessas pessoas. 
Atualmente, há empreendimentos com estações de tratamento e 
monitoramento constante, por meio de análises químicas que atendem às 
legislações ambientais. 
Pesquisas nessa temáticaregistram grandes avanços, principalmente pela 
aplicação de carvões ativados como adsorventes. Outros buscam a utilização 
de organismos vivos, como plantas aquáticas, para realização de 
tratamentos. O propósito, porém, vai além do tratamento, e busca a 
reutilização para fins de serviços gerais ou alguma etapa de processo 
produtivo. No Brasil, a importância do tema reflete-se na construção de 
linhas de pesquisas em cursos de mestrado e doutorado, que se propõem a 
estudar o problema e buscar soluções. 
// Bioenergia 
 
As preocupações do petróleo e carvão mineral como bens finitos 
acarretaram mudanças energéticas globais. A busca por fontes alternativas 
de energia tornou-se crescente, a fim de evitar um colapso energético 
futuro. 
Não somente a falta, mas também a intenção dos países em melhorar suas 
condições ambientais proporcionaram o avanço de pesquisas e 
implementação de fontes limpas e renováveis. 
A bioenergia é compreendida como aquela que acarreta menores níveis de 
impactos ambientais, composta por fontes sustentáveis. Matérias-primas 
como biomassa, sol, vento, são consideradas formas de energia limpa (Figura 
4). 
 
Figura 4. Principais fontes de energia limpa. Fonte: CreaJR-PR, 2010. 
É de suma importância saber que qualquer forma de energia trará algum 
nível de impacto: o que se diferencia é o grau implicado. 
Petróleo e carvão mineral, além de considerados bens finitos, emitem 
particulados e compostos orgânicos quando em combustão, como os 
hidrocarbonetos polissacarídeos aromáticos, altamente prejudiciais à saúde. 
Estudos apontam positividade em sua substituição por outras fontes, mais 
sustentáveis, com tendência mundialmente crescente; porém, são 
necessárias uma constante atenção e acompanhamento. 
A utilização de biomassa pode ocasionar uma competição entre produção de 
energia e alimentos. Entre as matérias-primas utilizadas, os óleos derivados 
da soja e do milho são os principais, mas são eles também fontes nutricionais 
importantes. 
 
Pesquisas que procuram avaliar os impactos ambientais da energia solar e 
eólica apontaram dois sérios problemas: elevação da morte de animais, 
principalmente de aves, e erosão. A devastação de áreas para 
implementação desses modais energéticos também é outra problemática. 
Compreender tais problemas é importante para entendermos que, mesmo 
em se tratando de uma energia sustentável, há alguma forma de impacto. 
// Economia verde 
 
Devido às preocupações com as questões ambientais, as empresas iniciaram 
um processo de mudança e implementaram tecnologias em seu processo de 
trabalho para proporcionar menos impactos ao ambiente. 
Seu propósito sustenta-se em menores emissões de poluentes, bem como na 
criação de produtos biodegradáveis. Esse novo formato produtivo é 
denominado de economia verde e tem demonstrado adesão crescente por 
parte de empreendimentos do setor público e privado. Essa adesão não se 
encontra restrita à diminuição de impactos ambientais, mas também 
abrange mais lucratividade, com diminuição de custos. 
Essa nova visão econômica encontra-se presente em grandes debates e 
participa da agenda da ONU. Os empreendimentos estão gradativamente 
reestruturando suas linhas produtivas e investindo em tecnologias 
sustentáveis. Já os setores públicos têm uma tendência em incentivar essa 
transição, principalmente para atingir as metas propostas em acordos de 
cooperação sobre diminuições da poluição ambiental. São mudanças que 
devem atingir de forma positiva a sociedade, possibilitando e garantindo seu 
bem-estar, sem ocorrência de danos. 
// Padrões de consumo 
 
Vivemos numa sociedade em que somos “forçados” ao constante consumo, e 
essa atividade é de suma importância para manutenção econômica. Por 
quaisquer produtos utilizados necessitar, em seu processo, de alguma matéria-
prima originada do ambiente, preocupações ambientalistas foram iniciadas. 
O consumismo demasiado poderá ocasionar, em breve, a escassez de 
recursos naturais. Daí, o debate visando à mudança. Ao se mencionar sobre 
padrões de consumo, estamos nos referindo à forma como a sociedade 
adquire e descarta seus bens – roupas, eletrodomésticos, calçados e afins. 
O desafio atual encontra-se na sensibilização social para o consumo 
consciente, uma atividade de alto grau de dificuldade. Em um meio em que 
se aprendeu que o comprar pode ser uma ferramenta de felicidade, 
ocasionar uma mudança nessa forma de pensar é complexo. 
Contudo, não ocorre a existência de uma alternativa sem ser por meio de 
mudança de atitudes – e a realidade atual é a falta de recursos naturais no 
futuro, já que a demanda é superior se comparada à oferta. Como 
consequência, poderá ocorrer uma queda no bem-estar da população, assim 
como a falta de atendimento para questões básicas e essenciais de 
manutenção diária. 
// Mudanças climáticas 
 
Para compreensão desse tema, uma primeira definição precisa ser 
esclarecida, que é a diferença entre clima e tempo. O tempo é algo mutável 
– um dia poderá ser de sol, e o outro é de chuva. Já o clima é uma 
observação das modificações do tempo numa faixa mínima de 30 anos. 
Quando falamos de mudanças climáticas, a referência é uma grande 
modificação no clima em escala regional ou global. Essa mudança pode 
apresentar sérios riscos à qualidade de vida da população. Áreas de climas 
frios, por exemplo, podem apresentar constante aquecimento. 
As constantes emissões de poluentes são as principais causadoras da 
problemática, uma vez que podem provocar reações com o ozônio 
atmosférico e ocasionar aumento na destruição de filtragem dos raios 
ultravioletas. Esse processo é denominado aquecimento global. 
 
Ocorrem grandes discussões na comunidade acadêmica sobre essa temática. 
Alguns estudiosos afirmam que a Terra se encontra em um processo de 
aquecimento natural, com tendências futuras de ocorrer um resfriamento, já 
que, no contexto histórico de formação do planeta, existem evidências de 
processos de glaciação e deglaciação. 
Entretanto, a maior quantidade de pesquisas aponta que os impactos 
ocasionados ao ambiente, principalmente pela emissão de gases tóxicos no 
ar, são os principais responsáveis por esse processo atualmente. 
// Desenvolvimento sustentável 
 
Entende-se por desenvolvimento sustentável o emprego de tecnologias que 
ocasionem menores níveis de agressão ao ambiente, como a diminuição da 
emissão de poluentes na atmosfera. A terminologia tecnologias 
limpas também é usualmente empregada nessa temática. 
A substituição dos combustíveis fósseis (petróleo) por energia de biomassa é 
considerada uma forma de desenvolvimento sustentável. As inovações 
tecnológicas sustentáveis também devem ter um custo acessível, para 
beneficiar todas as classes sociais. A questão social também se encontra 
inclusa no discurso dessa temática, devido à necessidade de melhorar a 
qualidade de vida da população, em uma tentativa de diminuir as 
desigualdades. 
Os limites de recursos naturais devem ser respeitados, e são necessários 
altos investimentos em pesquisas que busquem fontes alternativas em 
substituição parcial, ou total. Atividades que contribuam para a extinção de 
espécies devem ser imediatamente interrompidas e reelaboradas, por 
poderem provocar um desequilíbrio no sistema ecológico. Essas novas visões 
e perspectivas estão sendo gradativamente postas em práticas, 
principalmente por países europeus; entretanto, muito ainda precisa ser 
realizado. 
// Preservação e conservação 
 
Esses termos, diferentemente do pensamento comum, têm significados 
totalmente opostos. A preservação é designada para áreas com proteção 
total, em que não pode ocorrer nenhuma forma de intervenção humana. 
Quando se trata de conservação, poderá ocorrer a exploração de forma 
racional, não fomentando indícios de qualquer tipo de impacto ao ambiente. 
O Brasil conta com legislações que garantem e delimitam áreas preservadas 
e conservadas, tendo como punição de descumprimento multas e/ou 
prisões. 
O desrespeitoa essas áreas, porém, é uma problemática existente e difícil de 
ser erradicada. As fraudes sobre as legislações ambientais, o 
descompromisso de empreendimentos, tentativas de subornos e trabalho 
exploratório e ilegal, são situações encontradas na exploração de bens 
naturais: em muitos casos, as áreas protegidas têm riquezas minerais, como 
ouro, ferro, grafeno, estanho e afins, cobiçadas por grandes empresas devido 
às diversas aplicações. Uma face esquecida é a riqueza da biodiversidade na 
fauna e flora existente nessas áreas, em alguns casos, pouco conhecidas e 
estudadas. 
Pesquisas constantes em áreas protegidas demonstram a descoberta de 
novas espécies, bem como melhor compreensão das dinâmicas ecológicas. 
Os estudos de base (aqueles que dão margem a outras pesquisas) apontam 
que há muito que ser descoberto. São fatores como esses que demonstram a 
importância de proteção das respectivas áreas, especialmente em um 
contexto em que, em muitos casos, ocorre negligência para atender anseios 
econômicos. 
// Ecologia, ecossistemas e biomas 
 
A procura pela compreensão dos aspectos de interrelação dos seres vivos com 
seu ambiente é denominado ecologia. Entre seus campos de pesquisa, busca-se 
o entendimento dos padrões e diversidades de espécies, modificações 
fisiológicas ou genéticas, ciclos biogeoquímicos e afins. 
São assuntos de extrema complexidade que envolvem, em determinados 
casos, anos de pesquisas para obtenção de resultados. 
O bioma é compreendido pela delimitação de uma região com características 
(climáticas, fisiológicas, geomorfológicas, entre outros aspectos) bem 
definidas. No território brasileiro há seis biomas: Mata Atlântica, Amazônia, 
Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. 
Denomina-se ecossistema a interação dos fatores bióticos e abióticos, e se 
propõe estudar suas respectivas influências. Esse é um conceito bastante 
utilizado e estudado pelos ecologistas. Contudo, os setores de tecnologia da 
informação também têm-se apropriado dessa terminologia. 
Recentemente, o termo ecossistemas de inovação tem ganhado espaço nos 
debates. Seu objetivo é uma parceria sólida entre entidades governamentais, 
empresas e instituições universitárias, visando à construção e 
implementação de parques tecnológicos. Os temas que têm foco são aqueles 
voltados ao campo das engenharias, informática e outros que envolvem a 
tecnologia da informação. 
// Equidade social 
 
A busca por uma sociedade mais justa é uma das lutas ambientais atuais. A 
questão de justiça não deve se restringir aos aspectos do ser humano em sua 
relação com o meio físico, mas abranger também a relação entre seres 
sociais. 
O termo igualdade adentra este século para realizar reparos, consertar e 
evitar erros relacionados à justiça social. Contudo, outro termo tem tido sua 
aplicação ampliada: a equidade. 
Diferentemente da igualdade, que busca realizar uma avaliação, julgamento 
e afins e é aplicada igualitariamente a todos, a equidade busca estudar o 
caso, ocasionando uma restruturação de regra, mas sem perda alguma da 
ética e da justiça (Figura 5). 
 
Figura 5. Exemplificação da diferença entre igualdade e equidade social. Fonte: 
Shutterstock. Acesso em: 24/08/2020. 
// Segurança alimentar 
Esse tema pode ser definido como a capacidade de produção e distribuição 
de alimentos seguros para toda a população. As políticas voltadas a 
mecanismos produtivos e disponibilidade de alimentos, a serem elaboradas 
pelas entidades governamentais, é denominada soberania alimentar. 
A temática da segurança alimentar envolve diversos temas: todos aqueles 
voltados à disponibilidade de terra, água e fertilizantes. O contexto também 
está relacionado à aquisição de alimentos saudáveis para a população. 
Temáticas como obesidade e doenças causadas pelo consumo alimentício 
inadequado também são relacionadas à segurança alimentar. 
RESÍDUOS SÓLIDOS 
 
Esse tema é definido como qualquer tipo de material ou bem adquirido e 
descartado pela sociedade. Em sua maioria, os materiais podem ser 
reciclados e/ou reutilizados. Contudo, o descarte inadequado apresenta um 
dos principais problemas ambientais atuais. 
No Brasil, em 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n° 
12.305/10): o Ministério do Meio Ambiente (2010) aborda políticas de 
gestão, responsabilidade sobre o ciclo de vida, viabilização de coleta seletiva 
e sistema de informações sobre o gerenciamento de resíduos. 
Contudo, falhas envolvendo aspectos financeiros inviabilizam um trabalho 
efetivo, especialmente as diversas falhas no gerenciamento de resíduos. 
Nossas atitudes como cidadãos são importantes, pois a separação dos 
resíduos ainda é algo pouco executado na sociedade. 
// Racismo estrutural 
Vivemos em uma sociedade diversificada. Contudo, as políticas étnicas e de 
respeito ao próximo, em alguns casos, não são implementadas. 
No histórico de desenvolvimento humano, a ascensão de um determinado 
grupo social e inferiorização de outro é algo ainda encontrado neste século. 
Essa trajetória histórica, que põe em prática uma cultura que atinge 
diferentes grupos sociais de forma negativa, sem respeito à ética civil, é 
denominada racismo estrutural. 
 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ 
AGORA? 
 
Entre os conceitos elaborados, relacione os respectivos significados: 
• 
• 
• 
• Aspectos humanos/sociais 
• Produção e distribuição de alimentos seguros 
• Desenvolvimento de tecnologias sustentáveis 
• Socioambiental 
• Segurança alimentar 
• Economia verde 
ENVIAR 
Correta 
👍 
Muito bem, a resposta está correta! 
A integração entre aspectos humanos e sociais pode ser 
denominada com o termo “socioambiental”. Por sua vez, o 
termo segurança alimentar se refere à distribuição de alimentos 
seguros. Por último, economia verde é um terno que designa o 
desenvolvimento de tecnologias sustentáveis que assegurem a 
qualidade de vida. 
 
Movimentos mundiais 
Seção 6 de 6 
// Primavera Silenciosa: um embate com a Revolução Verde 
 
A Segunda Guerra Mundial teve fim no ano de 1945 e deixou consequências 
graves para humanidade. 
O mundo precisava reestruturar-se fisicamente e economicamente. Além da 
morte de milhares de pessoas, outro grande grupo ficou sem acesso a 
alimentos e suprimentos de necessidades básicas. Fatores como esses 
impulsionaram o problema da fome existente em diversos países do mundo, 
mesmo anteriormente à guerra, e fizeram com que surgisse uma visão 
agrícola denominada Revolução Verde. Entre os períodos de 1960 e 1970, 
países como Estados Unidos e México procuraram implementar tecnologias 
que acelerassem a produção agrícola. 
Por outro lado, a utilização desenfreada de pesticidas trouxe problemas 
ambientais. O uso de produtos químicos como fertilizantes era algo 
corriqueiro. Todavia, estudos de monitoramento do meio físico e saúde 
humana, bem como avaliações de riscos, não eram realizados com 
frequência, e não existiam protocolos seguros de utilização e afins. Estudos 
que fossem contra e apresentassem divergências de pensamentos eram 
duramente criticados: um deles realizado por Rachel Carson em 1962, 
denominado Primavera silenciosa. 
A obra, que buscava explicar os impactos da utilização inadequada de 
pesticidas no desenvolvimento vegetal, biodiversidade de espécies e saúde 
humana, foi considerada livro célebre pelo movimento ambientalista 
moderno. Mesmo sendo duramente criticado na época, ele demonstrou com 
clareza os impactos desse modelo de produção e foi crucial para o processo 
de mudança, que, obviamente, não foi rápido. Atualmente, o avanço 
científico possibilita o desenvolvimento de novas perspectivas e tecnologias 
no campo agrícola, com níveis mais baixos de impactos ambientais. 
// Conferência de Estocolmo 
 
O fim da Segunda Guerra também ocasionou outras preocupações ambientais. O 
relatório produzido pelo Clube de Roma em 1972 apontou um problema de 
crescimento rápido da população e que os recursos naturais não conseguiriam 
suprir as necessidades.Naquele mesmo ano, a ONU decidiu realizar a primeira reunião com chefes 
de Estado que procurassem tratar dos problemas ambientais, denominada 
Conferência Mundial do Homem e do Meio Ambiente, popularmente 
conhecida como Conferência de Estocolmo (Figura 6). 
 
Figura 6. Notícia de jornal brasileiro sobre a Conferência de Estocolmo. Fonte: FEITOSA, 
2018. 
Problemas como catástrofes naturais, mudanças climáticas, possível escassez 
de recursos naturais e modificações econômicas e sociais foram debatidas no 
encontro, que resultou na Declaração das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente, também denominada Declaração de Estocolmo, que promovia 
ações ambientais. A importância dessa reunião é pautada por ser a primeira 
vez que as entidades governamentais se preocuparam, oficialmente, com os 
aspectos ambientais. 
// A criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas 
(IPCC) 
As mudanças globais do clima despertaram grande interesse das instituições 
governamentais e seus respectivos gestores, o que culminou na criação do 
IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change, em 1988. 
A intenção do Painel é voltada à junção e difusão de dados relacionados a 
mudanças climáticas, com a proposta de conhecimento sobre seus aspectos 
fundamentais, formas de solução e efeitos na sociedade (pessoas e questões 
econômicas). 
// Protocolo de Quioto 
 
Os relatórios de IPCC foram fundamentais para, em 1997, ser construído o 
Protocolo de Quioto. A entrada em vigor do Protocolo, porém, foi realizada 
apenas no ano de 2005. 
Sua finalidade tem um significado importante para a manutenção da vida no 
planeta, pois o intuito foi o estabelecimento do controle na emissão de gases 
do efeito estufa (GEE) pelas atividades industriais na atmosfera. 
Os países assinaram um compromisso para diminuição das emissões de CO2, 
e o protocolo também deu margem para o surgimento do termo créditos de 
carbono, em que uma tonelada de dióxido de carbono geraria um crédito em 
forma de certificado. Essas certificações poderiam ser negociadas no 
mercado internacional. 
// Eco 92 e Rio + 20 
 
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, popularmente 
conhecida como Eco 92, foi uma das principais reuniões mundiais a tratar 
dos temas ambientais, com um significativo envolvimento de diversos países 
(176) de todo o planeta. 
Realizada no Rio de Janeiro, em 1992, a conferência procurava definir um 
plano de ação para o desenvolvimento sustentável, e tornou-se o início da 
ascensão global das discussões sobre os problemas ambientais, tendo como 
foco a busca por alternativas de solução (Figura 7). Assim como o relatório 
do IPCC, a Eco 92 foi fundamental para elaboração do Protocolo de Quioto. 
 
Figura 7. Registro do encerramento da Eco 92. Fonte: ROZARIO, 1992. 
A Rio+20, por sua vez, foi realizada 20 anos depois e teve por objetivo a 
reafirmação dos compromissos adotados na Eco 92. A conferência também 
teve como foco a observação e discussão de problemas ainda existentes e 
buscou formas de soluções futuras. Um grande diferencial do encontro foi a 
intensificação dos debates voltados à implementação da economia verde. 
// Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 
 
Esse importante evento ocorreu na cidade de Nova York, Estados Unidos, 
com o objetivo de direcionar o planejamento para o desenvolvimento 
sustentável até o ano de 2030. Foram traçados 17 objetivos, denominados 
ODS (Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável), como demonstra a 
Figura 8. No encontro, também foram discutidas as ações propostas durante 
a Rio +20. 
 
Figura 8. Os 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável na Agenda 2030. Fonte: 
ONU Brasil, 2015. 
 
VAMOS REFORÇAR O QUE APRENDEMOS ATÉ 
AGORA? 
 
Sobre a confederação da ONU Eco 92, é importante afirmar que: 
Foi a primeira a ser realizada sobre a temática de preocupações 
ambientais. 
Correctly selected 
Teve a participação de chefes de Estado do mundo inteiro. 
Correctly unselected 
Demonstrou a importância e preocupação em relação às causas 
ambientalistas. 
Correctly unselected 
ENVIAR 
Correta 
👍 
Muito bem, a resposta está correta! 
A primeira alternativa está errada porque, na verdade, foi a 
Conferência de Estocolmo a primeira a debater a temática dos 
problemas ambientais. Posteriormente, a ONU Eco 92 reuniu 
diversos líderes mundiais e demonstrou a crescente 
preocupação com questões ambientais. 
TENTE NOVAMENTE 
 
Agora é a hora de sintetizar tudo o 
que aprendemos nessa unidade. 
Vamos lá?! 
SINTETIZANDO 
 
A industrialização e o desenvolvimento urbanos foram os principais 
causadores dos impactos ambientais, transformando radicalmente o modo 
de vida social. Esse processo também ocasionou o afastamento do ser 
humano em relação a seu meio, o que causou uma diferença entre sociedade 
e natureza. Além disso, o deslumbramento com os aspectos econômicos e 
ascensão do modo capitalista fizeram com que a sociedade se dividisse em 
subgrupos, dando margem à disseminação de diversas formas de 
discriminação. 
O consumo e a falta de sensibilização com a natureza ocasionaram uma série 
de consequências, como a poluição de aquíferos, do ar e do solo, que 
impactam seriamente a manutenção e qualidade de vida. Ademais, o 
surgimento e disseminação de doenças relacionadas a impactos ambientais é 
algo presente na sociedade atual, e tais fatores levam-nos a refletir sobre a 
necessidade de reestruturarmos nossas atitudes. 
As causas sociais, como preconceito racial, discriminação a grupos etc. são de 
cunho ambientalista, pois devemos lembrar sempre que ser humano e 
natureza são indissociáveis. A compreensão de todos os aspectos, humanos, 
físicos e afins, na óptica interdisciplinar, é fundamental, devido à robustez 
em receber e interligar diferentes formas de conhecimento. 
Nesta unidade, vimos um pouco dos debates ambientalistas, seus conceitos e 
fundamentos. A principal observação a ser feita é a atenção dos setores 
públicos para as causas ambientalistas. A percepção que este é um tema que 
influencia diretamente os aspectos sociais e econômicos fez com que a 
temática adentrasse as agendas globais. O fomento de pesquisas também 
demonstra a importância da discussão. Todos os eventos e conferências, 
diante disso, têm um único fim: proporcionar para sociedade uma vida 
sustentável. 
Devemos sempre lembrar que esta não é uma causa exclusiva dos órgãos 
governamentais e das grandes empresas, porém. Assim como a sociedade 
procurou lutar pelos diretos trabalhistas, deverá ater-se à sensibilização com 
o seu meio. O ambiente que nos rodeia é de todos, e somos responsáveis por 
sua melhoria. Pequenas atitudes hoje farão a diferença para termos um 
futuro melhor e proporcionar melhor qualidade de vida para as próximas 
gerações. 
 
 
 
Responsabilidade socioambiental 
Seção 2 de 6 
 
 
Nos últimos séculos, o ser humano passou a interferir cada vez mais nos 
processos naturais. Ao longo do século XX, inúmeros avanços tecnológicos e 
crescimento econômico foram obtidos. Com o aprimoramento tecnológico e 
inúmeras descobertas em todas as áreas do conhecimento, passamos a 
controlar os elementos da natureza e a aumentar sua capacidade de 
produção. Muitos desses avanços visaram à produção e o consumo sem 
avaliar questões de risco ambiental e social. 
O crescimento populacional no pós-guerra (com consequente aumento pela 
demanda por combustíveis fósseis, alimentos e tecnologia) resultou em um 
fluxo enérgico desequilibrado ecossistemicamente. Há muitos anos estamos 
sendo alertados sobre a insustentabilidade dos hábitos de consumo 
resultantes da economia capitalista. 
Atualmente, as sociedades tornaram-se cada vez mais complexas e 
conectadas. Desenvolveu-se o modo globalizado de vida, sendo que padrões 
de consumo adotados em escala mundial resultam em perdas progressivas 
de características geográficas, regionais e culturais, bem como na 
contaminação ambiental, que resulta em perda de diversidadede fauna e 
flora. 
Nesse mesmo contexto, surge o termo responsabilidade socioambiental. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2020), a responsabilidade 
socioambiental está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e 
políticas que tenham entre seus principais objetivos a sustentabilidade. 
Responsabilidade socioambiental também pode ser compreendida como um 
conjunto de práticas exercidas por cidadãos, governos e empresas públicas e 
privadas que têm por objetivo providenciarem a inclusão social 
(responsabilidade social) e o cuidado com o meio ambiente 
(responsabilidade ambiental). 
Se de um lado temos observado diversas atividades que causam degradação 
socioambiental e colocam em risco a qualidade de vida e a sobrevivência das 
futuras gerações, do outro há diversas organizações se mobilizando para nos 
conscientizar da necessidade de mudança para que o planeta Terra e a 
humanidade possam coexistir (Figura 1). 
 
Figura 1. Mobilização popular enfatizando a necessidade de mudança para um perfil 
responsável socioambientalmente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020. ID: 
1388894739. 
O NASCIMENTO DO MUNDO GLOBALIZADO E A 
QUESTÃO SOCIOAMBIENTAL 
 
Nos últimos 250 anos, os impactos causados pelas diversas mudanças 
decorrentes do desenvolvimento industrial ainda não estão totalmente 
desenhados e são debatidos por diversas organizações e meios de 
comunicação. Nos dias de hoje, podemos dizer que a máxima do 
desenvolvimento industrial é a globalização. 
Para chegarmos ao mundo como conhecemos hoje, o mundo globalizado, 
alguns momentos históricos foram cruciais. A Revolução 
Industrial intensificou o uso e a pressão sobre os recursos naturais 
renováveis e não renováveis para atender à intensificação da produção 
industrial em escala. Com a maior demanda por trabalhadores nas indústrias 
e em busca de “uma vida melhor” – aos moldes capitalistas –, muitas pessoas 
saíram do campo para morar nas cidades, processo que culminou 
na urbanização. A revolução verde levou ao campo das tecnologias nunca 
vistas, permitindo incrementos anuais na produtividade de vegetais e carnes, 
comercializados para atender a demanda interna e externa das redes de 
mercado global. 
 
EXPLICANDO 
Recursos naturais renováveis são aqueles que possuem maior 
capacidade de manutenção e não se esgotam facilmente, são 
exemplos: água, solo, matéria orgânica e vento. Os recursos naturais 
não renováveis são aqueles que se esgotam quando usados sem 
práticas sustentáveis e seu tempo de reposição não é comparado à 
cronologia de vida humana, são exemplos: petróleo, carvão mineral, 
gás natural, xisto betuminoso e energia nuclear. Com exceção à 
energia nuclear, todos os exemplos citados são de origem fóssil. 
Estas transformações foram e são acompanhadas pelos impactos negativos 
ao meio ambiente e à perda de características sociais: há aumento das áreas 
desmatadas, da poluição atmosférica, do solo e hídrica, perda de 
biodiversidade, os produtos consumidos não são corretamente descartados, 
há aumento da desigualdade social, entre outros (Figura 2). 
 
Figura 2. Poluição ambiental resultante da produção industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso 
em: 30/09/2020. 
Nos dias de hoje, uma vez que é indiscutível que diversas fronteiras 
ecológicas mundiais foram ultrapassadas, o mundo globalizado vem exigindo 
continuamente modelos de produção de bens e serviços obtidos por meio de 
tecnologias que repensem questões de competitividade e que considerem 
formas de mitigação do impacto social e ambiental. 
A importância da avaliação dos danos que a produção e os processos têm 
sobre o ambiente e a sociedade toma forma neste contexto. Além da 
avaliação, ações de gestão que contribuam para o desenvolvimento 
ambiental e para o despertar da responsabilidade socioambiental devem ser 
propostas por governos, empresas e cidadãos. 
A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL COMO 
COMPROMISSO DE MODERNIDADE 
 
Assistimos em noticiários, nas redes sociais e vivemos diretamente as 
questões ambientais. Comumente, ouvimos falar sobre responsabilidade 
socioambiental. Isso vem acontecendo porque o mundo moderno se deu 
conta de que os impactos dos nossos hábitos de produção e consumo não 
estão alinhados com o poder de resiliência do planeta, uma vez que seus 
recursos são limitados. 
Por esse motivo, instituições públicas e privadas, organizações 
governamentais e não governamentais têm se dedicado cada vez mais a 
programas de implementação de práticas socioambientais e de 
conscientização da população. A ideia consiste em identificar, eliminar ou, ao 
menos, reduzir o impacto negativo que uma determinada atividade possa 
causar. 
 
EXPLICANDO 
Diversas organizações governamentais e não governamentais se 
dedicam à causa socioambiental. Veja alguns exemplos a seguir: 
• Plano nacional de juventude e meio ambiente (PNJMA); 
• Agenda ambiental na administração pública; 
• Instituto de pesquisas socioambientais (IPESA); 
• Instituto socioambiental (ISA); 
• Fundo casa socioambiental; 
• Verdejar socioambiental; 
• Instituto Ethos. 
Uma vez que elas já existem e não se mostraram totalmente efetivas, as 
práticas de responsabilidade socioambiental vão além de Leis. Atualmente, 
os programas devem fomentar e inserir a responsabilidade socioambiental 
como um compromisso diário a ser adotado pela sociedade, de forma a 
garantir a existência de um mundo melhor para as futuras gerações. 
Lembrando que se trata de uma vertente global, diversas ações podem ser 
adotadas a fim de inserir as práticas de responsabilidade socioambiental no 
dia a dia pessoal e profissional. Hoje, a sociedade sabe identificar cidadãos, 
instituições, organizações e empresas que investem em políticas e na cultura 
organizacional sustentável, posicionando-se de forma ética e responsável. 
A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 
GOVERNAMENTAL, CIDADÃ E EMPRESARIAL 
 
Todos são responsáveis pela elaboração, difusão e aplicação das práticas de 
responsabilidade socioambiental; entre seus agentes, estão os governos, as 
cidades e as empresas. 
O governo atua na pauta socioambiental, formulando leis e ações de 
conscientização que atingem a sociedade civil e empresarial. Para que os 
cidadãos se tornem cientes, possam exigir e exercer a responsabilidade 
socioambiental, o governo deve encontrar meios para que as políticas 
públicas estejam próximas dos cidadãos, divulgando-as nos meios de 
comunicação e redes sociais, adequando currículos escolares e financiando 
instituições de pesquisa. Além disso, a gestão socioambiental deve ouvir os 
cidadãos por meio de seus representantes municipais e estaduais, bem como 
a iniciativa privada e as organizações não governamentais. No Brasil, 
o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e suas esferas são responsáveis pelo 
desenvolvimento de políticas públicas que tenham como objetivo promover 
a produção e o consumo sustentáveis. Além disso, também é 
responsabilidade do governo promover o crescimento do País adotando 
práticas de desenvolvimento sustentável, ou seja, grandes obras de interesse 
social devem fazer uso de práticas sustentáveis e serem baseadas em 
estudos de impacto ambiental. 
 
As cidades e seus cidadãos têm o compromisso de exercer as práticas de 
responsabilidade socioambiental. Para isso, como mostra o Quadro 1, 
existem diversas ações que podem ser adotadas no nosso dia a dia. Devemos 
exigir dos governantes, políticas que fomentem tal temática e dar 
preferência ao consumo de produtos e serviços de empresas atuantes na 
causa socioambiental. 
Quando nos colocamos como agentes ativos das práticas de 
responsabilidade socioambiental, estamos indiretamente praticando 
assistencialismo, inclusão social, inclusão digital e educação ambiental! 
Envolver-se nessas ações nos torna cidadãos participativos e responsáveis, 
além disso, as questões socioambientais vêm se tornando cada vez mais 
importantes e moldando-se como um dever de todos. 
 
Quadro 1. Práticas de responsabilidadesocioambiental que podem ser adotadas nas cidades 
Os cidadãos exercem a responsabilidade socioambiental individual. Ela 
consiste em atitudes individuais reiteradas para uma maior preservação do 
ambiente a nossa volta. Devemos pensar que ela deve ser praticada 
individualmente, mas por todos nós, resultando em uma ação coletiva e de 
grande poder ambiental. São exemplos de responsabilidade socioambiental 
individual: 
• bullet 
Evitar usar sacolas e embalagens plásticas; 
• bullet 
Não desperdiçar alimentos; 
• bullet 
Separar e reciclar o lixo; 
• bullet 
Armazenar e destinar corretamente o óleo de cozinha; 
• bullet 
Economizar água e energia elétrica, usando de forma 
racional; 
• bullet 
Adquirir eletrodomésticos com baixo consumo de energia. 
As empresas que aderem à responsabilidade socioambiental buscam 
conhecer as características regionais, ouvir seus colaboradores e possuem 
processos e/ou serviços ambientalmente corretos. Elas reconhecem a sua 
responsabilidade socioambiental e assumem voluntariamente compromissos 
que vão para além dos requisitos reguladores convencionais, aos quais estão 
necessariamente vinculadas. Procuram elevar o grau de exigência das 
normas relacionadas com a proteção ambiental, com o desenvolvimento 
social e com o respeito aos direitos fundamentais, adotando uma cultura 
organizacional aberta em que interesses de todas as esferas se conciliam em 
direção a uma abordagem global da qualidade de vida e do desenvolvimento 
sustentável. 
Como podemos observar na Figura 3, adotando as práticas de 
responsabilidade socioambiental e estratégias de marketing, além dos 
benefícios sociais e ao meio ambiente, as empresas também melhoram sua 
imagem corporativa e aumentam seus lucros. Ocorre ainda a valorização da 
marca, maior fidelização dos clientes, redução dos custos, aprimoramento da 
comunicação externa e o melhor desempenho dos empregados. 
 
Figura 3. Ao adotar as práticas de responsabilidade socioambiental há geração de 
lucro. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 30/09/2020. 
Empresas podem adotar práticas de responsabilidade socioambiental por 
meio da adoção de programas e projetos de inclusão social ou digital, de 
direitos das mulheres e inserção no mercado do trabalho de maneira 
igualitária, por programas de alfabetização, reciclagem, reflorestamento e 
recuperação de áreas degradadas e destinação e/ou liberação correta de 
resíduos industriais (efluentes ou gasosos). 
Aspectos legais 
Seção 3 de 6 
 
No que diz respeito às leis de responsabilidade socioambiental, pode-se dizer 
que o Brasil possui uma das legislações mais complexas e avançadas do 
mundo. O cumprimento das leis socioambientais nacionais é, em sua grande 
parte, de aspecto jurídico, mas também podem ser aplicáveis às pessoas 
físicas. 
A Constituição Federal de 1988 prevê que toda pessoa, física ou jurídica, que 
apresentar conduta ou atividade que cause dano ao meio ambiente estará 
passível de sanções penais administrativas, que serão aplicadas 
independentemente da obrigatoriedade de recuperar o dano causado. O 
poluidor é a pessoa jurídica ou física responsável, direta ou indiretamente, 
pelo dano causado. O sujeito se responsabilizará pelo dano ambiental real e 
potencial, que será estipulado por entidades da área. Uma vez que o meio 
ambiente é um direito da atualidade e das gerações futuras, os prejuízos e 
dimensões do dano são de interesse mundial, o que torna a ação jurídica de 
extrema relevância. Contudo, há grande dificuldade na comprovação da 
escala do dano causado, devido à complexidade de mensuração, assim, a 
responsabilidade deverá ser objetiva. 
O Estado, uma vez que é o responsável pela saúde pública, também pode ser 
responsabilizado pelo dano causado ao meio ambiente quando 
há omissão de sua responsabilidade legal. 
 
A Constituição Federal, alicerçada nos valores da solidariedade, dignidade 
humana e justiça social, instituiu o “estado social”, que deve orientar as 
relações sociais e econômicas. Para que cidadãos, governos e empresas 
exerçam práticas de responsabilidade socioambiental, devemos ter em 
mente que, antes de qualquer coisa, há necessidade da regulação das 
políticas e dos direitos sociais, entre eles, educação, saúde, habitação e 
assistência social. 
Uma vez que há uma forte tendência de mudança com relação à adoção de 
uma postura ambientalmente correta, a responsabilidade socioambiental 
associada às penalidades legais e exercida pelas leis, normas e infrações 
devem ser conhecidas e praticadas pela sociedade civil, governos e 
empresas. 
Nas empresas, há a responsabilidade socioambiental empresarial, que tem 
natureza de responsabilidade jurídica caracterizada como encargos sociais 
que, quando não cumpridos, resultam em multas e/ou penalidades. Os 
encargos sociais têm origem na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT). Eles 
são os custos pagos pelo empregador sobre a folha de pagamento de salário 
dos colaboradores. 
LEIS SOCIOAMBIENTAIS BRASILEIRAS 
 
O Quadro 2 lista algumas das leis ambientais mais importantes no País. 
Existem também as leis estudais e municipais, bem como os órgãos que se 
certificam de que elas estão sendo cumpridas, como o Conselho Nacional de 
Meio Ambiente (CONAMA) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) 
 
Quadro 2. Exemplos de leis ambientais brasileiras Fonte: BRASIL. Acesso em: 01/10/2020. 
A Lei 5.452 é uma das principais leis sociais brasileiras; ela rege os direitos 
dos trabalhadores. Nela, são discutidas questões sobre registro em carteira 
de trabalho e rescisão contratual, vale-transporte, descanso semanal 
remunerado, pagamento de salário, férias, fundo de garantia do tempo de 
serviço (FGTS), décimo terceiro salário, hora extra, adicional noturno, aviso 
prévio, licença maternidade e paternidade. 
A responsabilidade social empresarial aborda questões que vão além das 
regulamentadas por lei. Ela trabalha a igualdade de oportunidades. Deve 
considerar os critérios de promoção dos funcionários, igualdade de gênero e 
pessoas com deficiência, acidentes de trabalho, capacitação continuada para 
o aprimoramento do nível do conhecimento do colaborador, além da relação 
ética entre os colaboradores. 
A RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL ALÉM DAS 
EXIGÊNCIAS LEGAIS 
 
Quando uma empresa ou organização segue leis de cunho socioambiental ou 
normas determinadas por lei, ela está exercendo seu papel como pessoa 
jurídica, ou seja, a empresa está somente seguindo os aspectos jurídicos 
inerentes ao seu setor. Ser uma empresa social e ambientalmente 
responsável vai além das obrigações legais e econômicas: significa que ela se 
posiciona e atua no combate aos problemas, buscando o desenvolvimento 
socioambiental sustentável. 
 
A série ISO (International Organization for Standardization – organização 
internacional para padronização) estabelece sistemas de gestão na cultura 
organizacional de empresas. As séries ISO são compostas por normas que 
vão além das exigências legais e algumas podem se tornar tão importantes 
que passam a ser exigidas em lei. As normas ISO no Brasil são controladas 
pela ABNT NBR (Associação Brasileira de Normas Técnicas). 
A série ISO 14001 possui normas de gestão ambiental que permitem que a 
empresa pratique ideias de mitigação dos possíveis danos ambientais 
decorrentes de sua atividade, objetivando tornar-se sustentável no curto e 
no longo prazo. A norma estabelece algumas práticas: 
• bullet 
Implementação de um sistema de gestão ambiental; 
• bullet 
Rotulagem ambiental; 
• bullet 
Análise de desempenho ambiental; 
• bullet 
Análise de ciclo de vida; 
• bullet 
Integração de aspectos ambientais no projeto e 
desenvolvimento de produtos; 
• bullet 
Comunicação ambiental; 
• bullet 
Mitigação das mudanças climáticas. 
A adoção das normas também pode trazer benefícios, como: 
• bullet 
Redução de custos devido ao uso de matéria-prima, água e 
energia de forma consciente; 
• bullet 
Captação de novos clientes, devido à inserçãono mercado 
ambiental; 
• bullet 
Melhoria dos processos inter e intra setoriais, bem como, 
da cultura organizacional; 
• bullet 
Menor risco de falência; 
• bullet 
Abertura a patrocínios e boa visão internacional; 
• bullet 
Possível diversificação setorial; 
• bullet 
Adesão de novos grupos de clientes; 
• bullet 
Maior qualidade e controle dos produtos, serviços e 
processos. 
A série ISO 9000 fornece meios para implementação e monitoramento 
contínuo de técnicas para otimização de processos pela implementação de 
um sistema de gestão da qualidade. As normas que compõem a série ISO 
9000 estão sempre sendo atualizadas e são conhecidas e desejadas por 
empresas do mundo todo. Aderir às normas ISO 9000 traz uma série de 
benefícios: 
• bullet 
Aumento da produtividade; 
• bullet 
Redução de custos; 
• bullet 
Produtos e serviços de maior qualidade; 
• bullet 
Credibilidade e reconhecimento interno e externo; 
• bullet 
Visão mais ampla do fluxo de trabalho; 
• bullet 
Segurança nos procedimentos internos; 
• bullet 
Colaboradores engajados e integrados. 
A série ISO 45001 implementa um sistema de gestão de saúde e segurança 
ocupacional com foco na melhoria do desempenho das empresas em termos 
de saúde e segurança do trabalho. Segundo a própria norma, uma 
organização é responsável pela saúde e segurança ocupacional dos 
trabalhadores e outros que podem ser afetados por suas atividades. Esta 
responsabilidade inclui promover e proteger sua saúde física e mental. 
 
 
Podem ser citadas como benefícios da implementação da norma ISO 45001 
em uma empresa: 
• bullet 
Gerenciamento de risco e acidentes de trabalho; 
• bullet 
Redução de afastamentos por acidente de trabalho; 
• bullet 
Maior qualidade de vida e melhor relacionamento 
empregador x empregado; 
• bullet 
Redução dos prejuízos financeiros devido a processos 
trabalhistas. 
A ISO 50001 tem objetivo de melhorar a eficiência enérgica das empresas. 
Implementando um sistema de gestão de energética, a empresa tem como 
benefícios: 
• bullet 
Uso de tecnologias modernas e eficientes; 
• bullet 
Redução dos custos com energia; 
• bullet 
Redução da emissão de gases de efeito estufa e das 
mudanças climáticas. 
A adoção das normas ISO atesta a responsabilidade no desenvolvimento das 
atividades de uma empresa. Para sua obtenção e manutenção, são realizadas 
auditorias periódicas por uma empresa certificadora, que deve ser 
credenciada e reconhecida por órgãos nacionais e internacionais. 
Organizações que aderem às normas ISO possuem sistema de manejo 
integrado e se colocam no mercado como responsáveis 
socioambientalmente. 
 
 
Desenvolvimento sustentável 
Seção 4 de 6 
 
O crescimento econômico no século XX se desenvolveu nos moldes 
capitalistas, passando a depender do consumo cada vez maior de energia e 
recursos naturais (recursos renováveis e não renováveis). Atrelado a isto, da 
década de 1950 em diante, a preocupação com uma eminente explosão 
demográfica global resultante do crescimento dos países pobres causou um 
interesse global pelos temas populacionais. Iniciaram-se diversos 
movimentos para controlar a fecundidade dos países pobres. Na Conferência 
Mundial de População, realizada pela ONU em Bucareste, 1974, de um lado, 
os países desenvolvidos articulavam que, para reduzir a pobreza, deveriam 
haver programas de estímulo à redução do crescimento da população por 
meio de redução da taxa de natalidade, do outro, os países pobres e em 
desenvolvimento defendiam que políticas de desenvolvimento eram 
necessárias. 
Após longos períodos de debates, constatou-se que os moldes de 
desenvolvimento até então adotados poderiam ser insustentáveis, e novos 
meios de produção e consumo deveriam ser adotados uma vez que a 
disponibilidade dos recursos era finita. 
 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a produção sustentável 
baseia-se na incorporação, ao longo do ciclo de vida de bens e serviços, de 
medidas que minimizem os custos ambientais e sociais resultantes da ação 
humana. Sobre consumo sustentável, entende-se como o uso de bens e 
serviços suficientes para atender às necessidades básicas, proporcionando 
melhor qualidade de vida, enquanto reduz o uso de recursos naturais e 
materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes. 
De acordo com o Relatório de Brundtland, os principais objetivos das 
políticas de desenvolvimento sustentável seriam os seguintes: 
• Retomar o crescimento; 
• Alterar a qualidade do desenvolvimento; 
• Atender às necessidades essenciais do emprego, educação, 
alimentação, saúde, energia, água e saneamento; 
• Manter um nível populacional sustentável; 
• Conservar e melhorar, por meio da tecnologia, as bases dos recursos; 
• Incluir o meio ambiente e a economia nas decisões que afetem a 
sociedade. 
Para atingir tais objetivos de produção e consumo, a modificação das 
organizações deveria ser contínua, contar com o apoio da ciência e manter-
se dinamicamente equilibrada. Práticas produtivas exploratórias, predatórias 
e que visassem o lucro deveriam dar espaço para relações sociais justas e 
para bem-estar dos seres vivos. 
Em um primeiro momento, a busca pelo desenvolvimento sustentável das 
nações parece limitar seu potencial de desenvolvimento. Na realidade, deve-
se entender o desenvolvimento sustentável como um conjunto de práticas 
que não limite o desenvolvimento econômico, mas que considere que os 
recursos naturais são finitos e devem ser usados sob um viés 
conservacionista. Assim, se estabelece um paradigma que consiste em 
diminuir o consumo e a exploração dos recursos renováveis e não renováveis 
pelos países desenvolvidos, garantindo que países industrializados – em 
desenvolvimento – possam se modernizar, proporcionando qualidade de 
vida às suas populações em sinergia com o meio ambiente. 
Muito se discute sobre desenvolvimento sustentável; às vezes, há consenso 
entre as atitudes a serem adotadas, às vezes, não há. De fato, diversas ações 
foram tomadas e cada vez fica mais evidente que ainda há muito a ser feito. 
 
ASSISTA 
A Organização das Nações Unidas vem se posicionando como uma 
grande difusora das ideias de desenvolvimento sustentável no 
mundo todo. Assista ao vídeo da Cúpula das Nações Unidas sobre o 
Desenvolvimento Sustentável, realizada em 2015. 
AÇÕES GLOBAIS RUMO AO DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
 
Chegamos a um ponto em que assuntos relacionados aos impactos da ação 
humana, bem como sobre a necessidade das práticas de responsabilidade 
social são vistos diariamente nos meios de comunicação. Cada dia mais é 
exigido que a sociedade adote uma postura de mudança diante de seus 
meios de produção e de suas opções de consumo. 
 
As consequências do desenvolvimento em condições de insustentabilidade 
fizeram com que diversos cientistas discutissem a transgressão das fronteiras 
planetárias. As fronteiras planetárias se referem ao poder de fornecimento 
de recursos e da resiliência do planeta diante dos hábitos e moldes de 
produção e consumo. O conceito pode ajudar a sociedade civil e o poder 
público na definição de modelos de produção seguros para a humanidade e a 
vida na Terra. As nove fronteiras planetárias, segundo Martine e Alves, são: 
[...] mudanças climáticas; mudança na integridade da 
biosfera (perda de biodiversidade e extinção de 
espécies); depleção da camada de ozônio estratosférico; 
acidificação dos oceanos; fluxos biogeoquímicos (ciclos 
de fósforo e nitrogênio); mudança no uso da terra; uso 
global de água doce; concentração de aerossóis 
atmosféricos; e introdução de poluentes orgânicos, 
materiais radioativos, nanomateriais e microplásticos. 
Das nove, quatro já foram ultrapassadas: mudanças 
climáticas, perda da integridade da biosfera, mudança no 
uso da terra e fluxos biogeoquímicos (MARTINE; ALVES, 
2015, p. 445). 
Sobre o aquecimento global e mudanças climáticas, devemos considerar 
duas situações. A primeira trata do efeito estufa natural,que consiste na 
absorção, pelos gases do efeito estufa, dos raios infravermelhos emitidos 
pela superfície terrestre. Este processo permite que a superfície terrestre se 
mantenha em temperaturas ideais para os seres vivos. A segunda situação 
aborda o efeito estufa antrópico, no qual o aumento da concentração 
atmosférica dos gases do efeito estufa, causados pelo uso excessivo de 
recursos não renováveis – como os combustíveis fósseis –, resulta no 
aumento da temperatura da superfície terrestre, chamado de aquecimento 
global (Figura 4). 
 
Figura 4. À esquerda, efeito estufa natural e, à direita, efeito estufa causado pela atividade 
humana que resulta em aumento da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, 
entre eles o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O). Fonte: Adobe 
Stock. Acesso em: 30/09/2020. 
A sociedade vem discutindo ativamente as consequências do segundo caso, 
bem como as formas de mitigar as emissões reduzindo a velocidade das 
mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. 
Os cientistas relatam que, caso nenhuma ação seja tomada, eventos 
extremos podem começar a acontecer, como: aumento da temperatura dos 
oceanos, ondas de calor, alteração dos regimes pluviométricos, 
desertificação, derretimento das calotas polares, redução da diversidade de 
fauna e flora, entre outros. 
 
O termo “pegada de carbono” refere-se ao consumo individual diante das 
práticas de responsabilidade ambiental, ou seja, o quanto os hábitos de uma 
pessoa podem impactar o desenvolvimento sustentável do planeta. A pegada 
de carbono pode ser calculada, tornando-se um índice, geralmente, expresso 
em emissão de dióxido de carbono – um dos principais gases do efeito estufa 
causado pelo homem – que quantifica o efeito da utilização dos recursos 
sobre a bioesfera. Estes dados individuais podem ser extrapolados para 
medir os efeitos da atividade humana, servindo como base para elaboração 
de políticas públicas e desenvolvimento de novos produtos. 
 
CURIOSIDADE 
Você pode calcular a sua pegada de carbono pessoal ou 
simplesmente saber mais sobre a pegada de carbono na sua região. 
Fornecendo informações sobre sua dieta, seus hábitos de transporte 
e consumo de energia, uma calculadora especializada fará os cálculos 
e você poderá comparar sua pegada com a de pessoas de outros 
países. 
Sem dúvida, não podemos conceber um mundo sem uso de fontes 
energéticas. Porém, existem diversas alternativas sendo disponibilizadas e 
aprimoradas pela ciência. Diante desse contexto, abordamos a ideia 
de energia limpa. Ela vem de fontes de energia renováveis (Figura 5), e 
quando optamos por utilizá-las, estamos reduzindo a emissão de gases do 
efeito estufa para a atmosfera. São exemplos de energia limpa aquelas 
provenientes de fontes solares, eólicas, geotérmicas, hidráulicas e 
maremotrizes. 
 
Figura 5. Energia derivada de recursos não renováveis e a energia limpa proveniente de 
fonte de energia renováveis. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 01/10/2020. 
Empresas que reduzem as emissões de gases do efeito estufa em seus 
processos produtivos podem comercializar créditos de carbono. Esse 
mercado internacional cresce anualmente. Os créditos baseiam-se na 
quantidade de gás não emitido para a atmosfera, sendo que cada crédito se 
refere a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (t CO2e). Não 
somente o dióxido de carbono é contabilizado, outros gases causadores do 
aquecimento global também, mas seus valores são calculados considerando 
sua equivalência em moléculas de dióxido de carbono. 
Os consumidores estão se tornando cada vez mais exigentes e conscientes 
em relação à produção e à origem dos alimentos. Nesse sentido, a agricultura 
intensiva vem avançando lentamente na busca de tecnologias e processos 
que minimizem problemas de poluição e degradação dos recursos naturais e 
que ofereçam produtos seguros ao consumidor final. Podemos citar o 
zoneamento econômico-ecológico, a agricultura de precisão, a fixação 
biológica de nitrogênio, as práticas de controle da erosão do solo, os 
sistemas de plantio direto e o manejo integrado de pragas. Além disso, 
a produção orgânica será decisiva como a agricultura do futuro, assim como 
os sistemas agroflorestais, a agricultura sintrópica e o consumo local. Cada 
vez mais, os consumidores buscam opções de produtos originários do 
modelo orgânico de produção. Tais sistemas resultam em sustentabilidade 
no curto e no longo prazo, uma vez que são baseados em práticas de 
responsabilidade socioambientais com abordagens integradas. Os processos 
produtivos nesses sistemas são baseados nos mecanismos e processos 
naturais que eliminam o uso dos agrotóxicos e fertilizantes sintéticos. 
 
AS TRÊS DIMENSÔES DA SUSTENTABILIDADE 
 
A responsabilidade socioambiental é alcançada por meio da adoção de 
práticas de desenvolvimento sustentável por empresas, por políticas 
governamentais e pela atuação do cidadão. Ela se concretiza sob o emprego 
das três dimensões da sustentabilidade, como mostrado na Figura 6. 
A esfera social, sob uma perspectiva sustentável de produção e consumo, 
deve considerar a qualidade de vida dos seres humanos tendo em vista a 
diversidade cultural, étnica, religiosa e de gênero, bem como questões 
regionais da comunidade. 
Do ponto de vista econômico, deve-se considerar o papel da sociedade na 
rentabilidade e a viabilidade empresarial por meio de ações ganha-ganha, de 
forma que haja retorno, na forma de lucro, ao investimento realizado pelo 
capital privado e qualidade de vida aos colaboradores. 
 
Figura 6. Tripé da sustentabilidade. Fonte: BERLATO; MERINO; FIGUEIREDO, 2018. 
(Adaptado). 
Na esfera ambiental da sustentabilidade, os processos de produção e 
consumo deverão considerar a adoção de práticas ambientalmente corretas. 
Termos como ecoeficiência, pegada de carbono, energia limpa e sete R’s 
proporcionarão uma cultura organizacional ambiental nas empresas, 
residências e espaços públicos, uma vez que conduzem ao desenvolvimento 
do perfil de responsabilidade socioambiental. 
 
Debates mundiais 
Seção 5 de 6 
 
Em 1972, a ONU convoca a Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente, em Estocolmo, e a pauta ambiental começa a ser debatida 
oficialmente, resultando no Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente. Após alguns anos depois da Conferência das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente de 1983, nasce um grande marco da pauta ambiental 
elaborado pela Comissão de Brundtland, o relatório nomeado como Nosso 
futuro comum. 
Após a Conferência, diversos outros eventos discutiram os ideais e os meios 
de conduzir o desenvolvimento mundial para os moldes do desenvolvimento 
sustentável. Em 1988, uma união entre a ONU Meio Ambiente e a 
Organização Meteorológica Mundial (OMM) resultou na criação do Painel 
Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), sendo que os 
resultados de pesquisas sobre mudanças climáticas realizadas no mundo 
todo são reunidas e relatórios e planos de ação são publicados 
periodicamente. A famosa Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 
1992, foi um marco de sua década, pois discutiu a importância de se agregar 
os componentes sociais, econômicos e ambientais nas buscas pelo 
desenvolvimento sustentável e finalizou a Agenda 21. O Protocolo de Kyoto, 
de 1997, estabeleceu metas obrigatórias de redução das emissões de gases 
de efeito estufa nos 37 países signatários. 
 
 
Em 2000, a Cúpula do Milênio das Nações Unidas definiu oito objetivos 
concretos e mensuráveis, que foram acompanhados em escala nacional, 
regional e global. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) 
foram resultado de uma série de cúpulas multilaterais realizadas na década 
de 90 sobre as condições do desenvolvimento humano. A formulação dos 
ODM contou com especialistas renomados de diversas áreas que estiveram 
focados na redução da pobreza extrema observada, principalmente, nos 
países pobres e em desenvolvimento.

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