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1_4 Relação entre Engenharia e Sociedade brasileira

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DEFINIÇÃO
A cidadania no Brasil, o papel da Constituição e dos Direitos Humanos.
PROPÓSITO
Expor a questão da cidadania no Brasil, a partir da materialização dos direitos fundamentais na Constituição de 1988.
OBJETIVOS
INTRODUÇÃO
Apresentaremos, neste tema, questões pertinentes à cidadania no Brasil, desde a definição do conceito, passando pelas bases históricas e sociais em que ela foi criada, até a relação com os direitos fundamentais expressos na Constituição de 1988. Além disso, evidenciaremos a percepção dos Direitos Humanos e da cidadania na construção de novos sujeitos de Direito.
MÓDULO 1
Empregou criticamente o conceito de cidadania no contexto brasileiro
 04 2021				Engenharia Civil - 2º Semestre			Engenharia e Sociedade
O CONCEITO E A ORIGEM DO TERMO CIDADANIA
Fonte: freepik
De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho (2004), aqui no Brasil, a palavra cidadania só foi cair no gosto popular depois de 1985, com o fim da Ditadura Militar.
Atenção
Isso tem razões óbvias, pois falar sobre cidadania envolve reconhecimento de direitos fundamentais tais como: civis e políticos, sociais, econômicos, culturais e o respeito à dignidade. Eles devem ser assegurados pelo Estado.
Durante o período militar, o que vimos foi uma total violação desses direitos.
No entanto, se você estudar com atenção, perceberá que o histórico da cidadania vai acontecer muito antes desse período. Vamos pegar uma máquina do tempo e dar uma paradinha na Antiga Grécia, lá pelos idos do século VIII a.C., em uma sociedade na qual os homens eram considerados livres e iguais e viviam na chamada pólis grega.
Acrópole de Atenas. Fonte: milosk50 / Shutterstock.
Pepino, o Jovem, consagrado como rei pelo papa Estêvão II em 754, em um vitral na catedral de Bruxelas, Bélgica. Fonte: jorisvo / Shutterstock.
Nesse início, havia um paradoxo: ser cidadão não era para qualquer um. Apenas aqueles que possuíam riquezas e propriedades de terra poderiam ser considerados cidadãos da pólis.
Já é possível perceber uma relação entre cidadão e cidade — sim, tem tudo a ver. A forma como nos organizamos em sociedade e nas cidades precisa ser respaldada por direitos e deveres, e isso passa pela nossa prática cidadã.
Caminhando mais um pouco nessa gênese da cidadania, vamos ver que na Idade Média, com o feudalismo, a cidadania também encontrou obstáculos para ser realizada. A Igreja Católica era quem administrava as cidades e o exercício desse poder era hierárquico e inquestionável. Dessa forma, falar sobre cidadania ainda não era possível, pois se entre os gregos, a cidadania seria a igualdade entre os homens, no feudalismo, o poder estava centrado nas mãos dos religiosos, e ninguém poderia contestá-lo.
Avançando mais um pouquinho no tempo, veremos que com o Renascimento (séculos XIV e XVI) a palavra cidadania ganha novos significados. Era considerado cidadão aquele que se destacava na cidade-estado, no caso, a elite dominante. Mas já é possível vislumbrarmos, nesse período, uma mudança em relação a forma de pensar o mundo. As pessoas não mais explicavam os fenômenos sociais a partir de uma origem divina, mas o homem assume um papel central na vida citadina. Nesse período, saberes como a Ciência, a Literatura, e as Artes ganham espaços e passam a orientar as visões das pessoas. Estamos na famosa época do humanismo.
Escola de Atenas, afresco renascentista por Rafael Sanzio, Museu do Vaticano, Itália. Fonte: Viacheslav Lopatin / Shutterstock.
Nesse caminho que traçamos, de forma bem resumida, para explicar a origem da cidadania, chegamos à época moderna, em que todo o cidadão deve ser reconhecido como uma pessoa plena e igual na sociedade.
Atenção
Ser cidadão é conquistar os direitos e cumprir com seus deveres. É com a cidadania que o indivíduo pode lutar por direitos não apenas para si, mas para a coletividade em coisas bem simples, mas essenciais, como o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade e à fraternidade.
Com a Carta de Direitos das Organizações das Nações Unidas em 1948, o conceito de cidadania se torna pleno. Nela, está escrito que todos os homens são iguais perante a lei, independentemente de raça, credo e etnia. Todos também podem buscar o seu sustento por meio de um salário digno, ascendendo socialmente através dos estudos. Todos têm direito à saúde, à moradia digna e, claro, ao lazer.
Comentário
Infelizmente, falta muito para que tudo o que foi descrito até aqui aconteça. Somente por esse resumo, já percebemos que os homens (isso inclui mulheres, homossexuais, transexuais) precisam fazer valer seus direitos, questionar, lutar, reivindicar o tempo todo, quando outros já deixaram registrado ao longo da História. No entanto, temos de exigir que as normas e leis, elaboradas e decididas coletivamente, não se transformem em direitos de uma minoria. Trata-se de um trabalho árduo, mas necessário.
Voltando ao termo cidade e cidadania, é importante ressaltar que a luta pelos direitos sempre se deu no interior de um espaço territorial e envolveu quem vai tutelar esses direitos. No caso de uma nação, estamos falando do Estado. Em outras palavras, a relação das pessoas com o Estado e com a nação vai determinar e muito a extensão da cidadania. As pessoas se tornam cidadãos na medida em que começam a se sentir parte de uma nação e de um Estado.
Atualmente, a globalização coloca em xeque essa relação entre os cidadãos e seus países.
Como é possível estabelecer uma identidade de pertencimento, se fazemos parte cada vez mais de outros locais? Se falamos inglês melhor do que dominamos nosso idioma? Se conhecemos bem a cultura de outros locais em detrimento da nossa?
A internacionalização do sistema capitalista — que se intensificou nos últimos anos, sobretudo com a acessibilidade da tecnologia, encurtando nossas distâncias, abrindo fronteiras e facilitando o acesso a outras culturas — diminuiu consideravelmente o poder local dos Estados e provocou uma crise nas identidades nacionais.
Todo esse movimento acabou incidindo diretamente nos direitos políticos e sociais das pessoas. Por isso, tantos tratados internacionais, por isso a nossa Constituição se abrindo a leis propostas internacionalmente, decretos ou viveríamos em uma ilha, sem contato com o mundo lá fora e com direitos locais não sendo respeitados globalmente.
Fonte: freepik
“Cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder neles intervir e transformá-los.”
(PENA, 2020)
Fonte: freepik
Mais do que nunca precisamos discutir sobre cidadania, porque isso afeta nossas vidas, impacta nossa relação com o outro, com credos diferentes, orientações políticas distintas, orientações sexuais múltiplas, com mais ou menos renda, preto, branco, indígena ou mulato, homem ou mulher, crianças, idosos, todos precisam ser contemplados de forma igualitária ou teremos falhado no percurso histórico sobre cidadania.
A colonização deixou marcas na nossa História. A dominação de povos, o extermínio, a guerra, a escravização, a doença dizimando milhões de indígenas, a forma como a colonização se apresentou, muito marcadamente de forma comercial, como um empreendimento, que estabeleceu de cara relações hierárquicas e desiguais entre senhores de engenho e indígenas e africanos escravizados. O passado tem um peso enorme quando discutimos cidadania, sobretudo aqui no Brasil. É o que vamos discutir agora com os detalhes da formação de cidadãos no país.
A CIDADANIA NO BRASIL
Escravidão no Brasil, pintura de Jean-Baptiste Debret (1768-1848). Fonte: Wikipedia.
Sem dúvida, como nos mostra Carvalho (2004), a escravidão foi um fator extremamente negativo na formação da cidadania no Brasil. Escravidão e grande propriedade não se transformaram em ambientes propícios à formação de futuros cidadãos. Os escravos não podiam ser chamados assim, pois não tinham direitos civis básicos à integridade física. Eram tidos como coisase podiam ser espancados, mortos, caso a obediência não fosse uma condição nata.
Segundo Carvalho, os senhores também não eram cidadãos, apesar de livres, de votarem e serem votados. “Eram os homens bons do período colonial” (p.21). Faltava-lhes, contudo, o sentido da cidadania, ou seja, a noção de igualdade de todos perante a lei. Mas a eles estavam destinadas as funções do Estado, sobretudo as funções judiciárias. Isso significa que os senhores de engenho transformavam a principal garantia dos direitos civis em instrumento de poder pessoal. “O poder do governo terminava na porteira das grandes fazendas.”
(CARVALHO, 2004, p.21).
Com essa herança colonial tão negativa, já era de se esperar que a Independência não faria grandes mudanças no desenvolvimento da cidadania no país. A Constituição outorgada de 1824, que regeu o país até o fim da Monarquia, estabeleceu os três poderes tradicionais:
Executivo - Legislativo - Judiciário
A Constituição acabou regulando os direitos políticos — definiu quem podia votar e ser votado. Homens a partir dos 25 anos com renda mínima de 100 mil réis podiam votar. As mulheres, os escravos e as crianças não eram considerados cidadãos. Os libertos podiam votar e os analfabetos também.
Comentário
Carvalho mostra que essa Constituição foi considerada pelos estudiosos da época muito liberal em comparação a de outros países. Com o passar do tempo, a urbanização evoluiu, e com o surgimento da classe operária urbana, as discussões sobre a cidadania foram reeditadas.
O Brasil começa a receber imigrantes, no período de 1884 a 1920, que se dirigiam, inicialmente, para as fazendas de café de São Paulo e outra parte se fixava na capital, sendo empregada na indústria e no comércio. Carvalho (2004) nos mostra que o movimento operário foi importantíssimo para o desenvolvimento da cidadania. Segundo o autor, o movimento lutava por direitos básicos, como o de organização, manifestação, escolha de trabalho e o momento de fazer greve. Os operários lutaram ainda por uma legislação trabalhista que regulasse o próprio trabalho, o descanso semanal, as férias, seguro de acidentes de trabalho e aposentadoria.
Foi com Getúlio Vargas no poder que toda a história da cidadania vai ser modificada.
Carvalho (2004) diz que foi a partir de 1930 que as mudanças sociais e políticas no país começaram a acontecer de forma mais efetiva com muitos avanços dos Direitos Sociais.
Observe:
1930 É dessa data, por exemplo, a criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e Comércio. A seguir, veio uma vasta legislação trabalhista e previdenciária. Já em relação aos direitos políticos, o autor mostra que ora tínhamos ditaduras, ora regimes democráticos.
1937 O golpe de Vargas, apoiado pelos militares, inaugurou um período ditatorial que durou até 1945.
1945 A partir dessa data, uma nova intervenção militar derrubou Vargas e pudemos experimentar o que seria uma experiência de fato democrática. O voto popular ganha peso como também o processo eleitoral. Esse período foi nomeado como política populista, um fenômeno que não era circunscrito apenas ao Brasil, mas atingiu vários países da América Latina.
1964 Os militares novamente tomam o poder e implantam a ditadura. Tudo o que o país ganhou em termos de direitos civis se perdeu. A maioria foi suspenso, principalmente a liberdade de expressão, do pensamento e de organização. Incrivelmente, os militares permitiram alguns movimentos sindicais, mas evidentemente estritamente ligados ao Estado.
Saiba mais
Para Carvalho (2004), nesses 21 anos de Ditadura Militar houve muitos retrocessos em relação à cidadania. Os avanços nos direitos sociais e a retomada dos direitos políticos não resultaram, no entanto, em avanços dos direitos civis. Pelo contrário, foram eles os que mais sofreram durante os governos militares. O habeas corpus foi suspenso para crimes políticos, deixando os cidadãos indefesos nas mãos dos agentes de segurança. A privacidade do lar e o segredo da correspondência eram violados impunemente.
Prisões eram feitas sem mandado judicial e os presos eram mantidos isolados e incomunicáveis, sem direito à defesa; submetidos a torturas sistemáticas por métodos bárbaros que não raro levavam à morte da vítima. A liberdade de pensamento era cerceada pela censura prévia à mídia e às manifestações artísticas, e, nas universidades, pela aposentadoria e cassação de professores e pela proibição de atividades políticas estudantis. (p. 162-164).
1985 Com o fim da ditadura, voltam os direitos civis em cena. Carvalho (2004) diz que essa retomada civil se dá de maneira ordenada e sem retrocessos.
1988 Nasce a Constituição, com muitas garantias de direitos civis.
1989 Ocorre a primeira eleição direta para presidente da República desde 1960. Ainda assim, a estabilidade democrática não está fora de perigo.
Os problemas econômicos mais sérios, como a desigualdade e o desemprego não foram resolvidos pela democracia. Perduram os problemas da área social, sobretudo na educação, nos serviços de saúde e saneamento, e houve agravamento da situação dos direitos civis no que se refere à segurança individual.
Fonte: Shutterstock
Atualmente, a democracia se vê novamente em perigo. Grupos de extrema direita chegam ao poder no mundo todo, inclusive na América Latina. Apoiadores desse movimento ideológico se reúnem, pedindo o fechamento do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e de outras instituições democráticas.
Fonte: Shutterstock
Muitos ocupam as ruas pedindo o retorno da Ditadura Militar. Há retrocessos imensos em termos de direitos sociais que ameaçam os direitos políticos, estes já sem respaldo por parte da população.
O braço violento do Estado entra nas favelas e periferias atirando e matando inocentes. Os Direitos Humanos são violados, a imprensa calada. Uma indústria de fake news se apodera das redes sociais e passa a informar por meio de mentiras milhares de brasileiros. Uma epidemia de um vírus sem quaisquer referências médicas assola globalmente o mundo, parando cidades inteiras, desestabilizando economias e colocando à prova sistemas de saúde. Parece filme de catástrofe, mas é a nossa realidade em 2020. Mais uma vez a democracia é questionada e com ela todos os direitos que conquistamos até aqui.
Problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana, o desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada dos serviços de saúde e saneamento, e as grandes desigualdades sociais e econômicas continuam sem solução ou se agravam, ou, quando melhoram, acontece em ritmo muito lento.
Será possível ainda cultivar a cidadania? É o que veremos a seguir.
OS SUJEITOS DE DIREITOS NO MUNDO GLOBALIZADO
A globalização mudou a forma de nos relacionarmos no mundo. Impossível se manter desconectado ou isolado. A tecnologia nos aproxima de uma forma que nos sentimos sozinhos no meio da multidão. Fronteiras abertas, uma mobilidade intensa de pessoas que carregam as mazelas de doenças globais, quebras de economias, movimentos políticos conservadores que vão tomando corpo nas sociedades.
Fonte: freepik
Atenção
Há uma nova consciência ambiental em curso, já que a ação do homem vem destruindo o meio ambiente de forma global, visando, sobretudo, ao lucro e ao consumo mundial. Diante desse quadro, a cidadania também se transforma e se apresenta como um fenômeno não mais local — nacional —, mas transnacional, com consequências nas mais diversas esferas da vida social e individual.
A globalização provocou o enfraquecimento do Estado-nação. Como será possível agora proteger os direitos dos cidadãos? Será que podemos falar em termos de uma cidadania global?
Resposta
Se pegarmos exemplos, como a União Europeia, vamos ver que o cidadão não é mais da França, da Inglaterra, da Itália, mas, sim, um cidadão europeu. Se antes a cidadania estava inteiramente entrelaçada à questão do território, agora, com fronteiras territoriais totalmente abertas, novas formas de espaços se articulam para receber esse cidadão.
Outros desafios são colocados para aspessoas no mundo contemporâneo. Não se pode mais pensar a cidadania como no século passado. Os pesquisadores e articuladores de políticas públicas devem levar em consideração que para combater a desigualdade social é preciso permitir um desenvolvimento social globalizado. Desta forma, o sentido de cidadania tem de ser reconstruído, não mais em bases da falta, da ausência, como um ser que precisa de proteção, mas como sujeitos de Direitos proativos, pessoas plurais, com várias identidades que conversam entre si em espaços articulados da sociedade: em universidades, nas redes sociais, nos palanques, nos congressos.
Novos espaços são criados, como ciberespaço, onde parte da nossa vida acontece. Assim, grupos antes excluídos são capazes de articularem movimentos por meio de hashtags e denunciar seus problemas, a fim de chamar a atenção das pessoas. A nova cidadania habilita novos aspectos da vida social para o processo político e reconfigura as formas de atuação das pessoas.
Fonte: freepik
Este é o caminho no qual os Direitos Humanos precisam se firmar diante de uma sociedade global que enfrente o desafio do multiculturalismo, do respeito às diversidades, sem perder de vista os valores locais das diversas culturas.
Estabelecer acordos e tratados internacionais é um reconhecimento, mas não a única coisa a se fazer em busca de uma identidade comum. A educação precisa estar bem consolidada e afinada com essas questões e estar junto à economia. Não há lugar no mundo para pessoas que não se utilizem do saber.
Atenção
A educação é crítica, política e aumenta a visão de mundo do ser humano. Por meio dela, é possível formar cidadãos políticos e conhecedores da política, economia, da cultura, da ciência, da história, enfim, dos vários campos da vida e transformar a sociedade de acordo com as suas necessidades.
Antes de encerrar o Módulo 1, assista ao vídeo abaixo e compreenda a correlação entre espaço, Estado e tempo, para que seja possível alcançar o que significa o termo “cidadania”:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. “Se devessem prevalecer os cidadãos passivos, os governantes acabariam por transformar seus súditos num bando de ovelhas dedicadas tão somente a pastar o capim uma ao lado da outra (e a não reclamar, acrescento eu, nem mesmo quando o capim é escasso.” Norberto Bobbio.
De acordo com esse pensamento, podemos afirmar que:
A cidadania deve ser exercida apenas quando nos sentimos afetados pelo autoritarismo do poder público.
A cidadania deve ser passiva, pois ela depende do pasto que é dado às ovelhas.
A cidadania deve ser ativa, ou seja, o indivíduo deve cobrar, propor e pressionar o tempo todo.
A cidadania não fica ameaçada diante dessa passividade, já que ela é mínima.
Comentário
Parabéns! A alternativa "C" está correta.
A cidadania é proatividade. O cidadão precisa cobrar seus direitos quando eles forem violados. Precisa se fazer ouvir, denunciar e cobrar do Estado a prática da cidadania para todos.
2. Carlos está montando a sua agenda do fim de semana.
“Mainha, sei não, acho que hoje vou na cerimônia de lavagem do Bonfim. Mais tarde vou comer naquele restaurante novo japonês e fechar a noite no show de reggae. Oxe, viu?” O que podemos inferir, a partir da leitura vista até aqui e a partir dos planos de Carlos?
Que Carlos foi influenciado por elementos culturais que ficam acessíveis por intermédio do fenômeno da globalização.
Que Carlos tem a sua naturalidade questionada, por não ter um elemento cultural marcante nos termos de socialização.
Que Carlos não assimilou aspectos da cultura baiana, uma vez que possui interesses diversos desta.
Que a globalização é um fenômeno que atinge apenas determinados nichos da sociedade.
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
A letra A está correta porque o fato de Carlos ir jantar em um restaurante japonês e assistir a um show de reggae indica que ele sofreu influências culturais, devido ao fenômeno da globalização, apesar de ainda apresentar influências da própria cultura baiana.
MÓDULO 2
Reconhecer o papel da Constituição de 1988 na ordem jurídica brasileira
e na aplicabilidade dos Direitos Sociais para população brasileira.
A EUFORIA DA REDEMOCRATIZAÇÃO NO PAÍS
Assista ao vídeo abaixo e entenda o contexto da Constituição de 1988:
Quem encara, atualmente, as redes sociais para pedir o retorno da Ditadura Militar ao Brasil, desconhece o perrengue que foi viver sob o domínio de uma ditadura, em que não se podia criticar, emitir opinião, ter liberdade de ir e vir sem que a Polícia do Exército não parasse você na rua e lhe pedisse explicações. Período obscuro em que nossas liberdades foram suspensas e muita violência foi usada com o suposto objetivo de proteger a sociedade. Veja as imagens do fotógrafo Evandro Teixeira:
Fonte: https://brasil.elpais.com
O Brasil, antes que a Constituição de 1988 surgisse, estava tentando sair do regime político cujo poder esteve nas mãos das Forças Armadas. Com o objetivo de evitar uma ditadura comunista no país, em período de Guerra Fria, os militares deram um golpe de Estado em 1964, que depôs o Presidente João Goulart. Jango era vice-presidente em 1960 e acaba assumindo o poder quando Jânio Quadros renuncia em 1961. A ditadura vigorou no Brasil com a anuência do empresariado, sobretudo àqueles ligados aos bancos e federações industriais.
Fonte: https://brasil.elpais.com
Prisões arbitrárias, torturas, estupros e milhares de assassinatos, repressão aos movimentos dos trabalhadores, tudo aconteceu nesse período com o aval das forças militares e policiais do país. Direitos políticos foram cassados, os meios de comunicação censurados e a cultura artística e literária suspensa. Os presidentes que governaram o Brasil nessa época o fizeram sem o Congresso Nacional.
Fonte: https://brasil.elpais.com
Paralelo a isso, houve um intenso crescimento econômico, industrial e agrícola, em decorrência dos investimentos do Estado no país, mas é preciso dizer que esse crescimento não veio acompanhado de uma justa distribuição de renda, pelo contrário, os mais ricos ficaram milionários graças à grande concentração nas mãos de poucas pessoas privilegiadas.
Somente a partir de 1974, o Brasil começa a experimentar uma abertura lenta e gradual com a pretensão de restaurar as liberdades políticas comuns da democracia representativa. Em 1979, foi decretada a anistia aos presos políticos e exilados, além de ser dada a permissão para a formação de novos partidos políticos. Explodem as greves em 1978, principalmente da região do ABC paulista, o que enfraquece ainda mais o regime militar.
A ruína do regime militar, entretanto, partiu das inúmeras manifestações nas principais capitais brasileiras.
O povo tomou as ruas pedindo a realização de eleições diretas para presidente da República. O movimento foi encampado pelos artistas e pela mídia e ficou conhecido como Diretas Já. Contrariando o interesse popular, os militares não realizaram a eleição direta. Mesmo com a derrota da emenda Dante Oliveira, em 1984, que buscava restaurar integralmente o direito ao voto da população, Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil pelo Colégio Eleitoral. Mas o Brasil não estava com sorte. Pouco antes da posse, Tancredo Neves é internado e morre, levando José Sarney ao poder, o primeiro presidente civil do Brasil depois de 21 anos de Ditadura Militar.
Manifestações pelas eleições diretas para a presidência da República no Plenário da Câmara dos Deputados. Abril de 1984. Fotógrafo: Célio Azevedo. Fonte: Wikipedia.
Saiba mais
Tal processo de transição controlado por parte dos militares, conhecido como distensão, resultou em algumas medidas importantes, tais como: o fim da censura prévia, a revogação daquele que se constituiu do mais violento Ato Institucional – o AI5, o retorno dos partidos políticos e a lei da Anistia.
Os militares saíram intocados do governo e permaneceram assim até hoje. Perderam, contudo, prestígio, legitimidade social e estratégia.
“Não conseguiram manter sob controle o processo de liberalização do sistema político e substituirgradativamente a coerção da ditatura por um governo civil de tipo autoritário.”
(SCHWARCZ; STARLING, 2015, p.471)
Vemos, assim, uma nova República nascendo. O clima de euforia pelos movimentos sociais era grande, sobretudo a favor das eleições diretas.
A ordem agora era restaurar os direitos dos cidadãos que deixaram de existir com a ditadura. Com a eleição de 1986, a Assembleia Constituinte elaborou uma ampla consulta a pesquisadores, especialistas e a vários setores da sociedade, a fim de elaborar uma nova Constituição.
Schwarcz e Starling (2015) mostram que a Assembleia Constituinte tem início em fevereiro de 1987, e a Constituição foi promulgada no ano seguinte, em 5 de outubro de 1988.
Atenção
A Constituição tinha uma tarefa importante: encerrar a ditadura e estabelecer de uma vez por todas a democracia no país, além de criar instituições democráticas sólidas para enfrentar as crises políticas e reestabelecer os direitos e as liberdades dos brasileiros.
NASCE UMA CONSTITUIÇÃO CIDADÃ
“Declaro promulgada. O documento da liberdade, da dignidade, da democracia, da justiça social do Brasil. Que Deus nos ajude para que isso se cumpra”. (Ulysses Guimarães)
Durante vários meses, a figura do deputado Ulysses Guimarães entrava na casa dos brasileiros, proferindo essas palavras pelos vários telejornais das emissoras de televisão, em 1988. Em uma audiência histórica no plenário da Câmara dos Deputados, surgia a Constituição Federal da República Federativa do Brasil.
 Clique na barra para ver as informações.
CONSTITUIÇÃO CIDADÃ - A CARTA DA REPÚBLICA DE 1988
A Carta da República de 1988, também chamada de Constituição Cidadã, é considerada por vários constitucionalistas como uma das mais modernas e democráticas do mundo, especialmente no que se refere ao respeito pelos direitos e garantias individuais do cidadão. É bom que se diga que uma constituição é um pacto social, sobretudo a de 1988, que teve ampla participação popular. De acordo com Schwarcz e Starling (2015), a Constituição marca uma ruptura com o modelo anterior, mais individualista. Ela é cidadã porque incorpora os direitos dos trabalhadores no rol dos direitos fundamentais, dando a condição de cláusulas pétreas, ou seja, normas intocáveis que serão mantidas enquanto a Constituição vigorar.
Na Carta podemos encontrar 250 artigos e 114 disposições constitucionais transitórias.
A Constituição foi realizada em um momento que os movimentos sociais clamavam por Direitos Humanos. Presentes nas pautas dos parlamentares que fizeram parte das discussões sobre a Constituição, estavam temas como a qualidade de vida da população, mas também o desenvolvimento social e a distribuição de renda estavam presentes na pauta dos parlamentares que participaram da Assembleia Constituinte, eleita 18 meses após o fim oficial do regime militar.
É preciso jamais esquecer do seu preâmbulo:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.
(CONSTITUIÇÃO FEDERATIVA DO BRASIL, 1988)
Somente por meio do preâmbulo já fica evidente que a Constituição preza pelos Direitos fundamentais, como vimos anunciando aqui. Além disso, a Constituição de 1988 rompeu de uma vez por todas com o antigo regime. Nesse sentido, inclui a prática da tortura, tão presente no período anterior, como um crime inafiançável.
A Constituição é ponto norteador para que todas as normas do ordenamento jurídico possam ter legitimidade e serem interpretadas, para que se tornem aplicáveis na sociedade.
A Constituição brasileira está calcada em cinco fundamentos:
Soberania
Cidadania
Dignidade da pessoa humana
Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa
Pluralismo político
Segundo Schwarcz (2019), ela trata de vários assuntos, tais como: direitos e garantias fundamentais, organização do Estado, dos poderes, defesa do Estado e das instituições democráticas, tributações, ordem social. No entanto há um problema sério que a Constituição ainda não conseguiu resolver, apesar de deixar expresso por meio das suas leis e normas: a enorme desigualdade social enraizada entre nós. É desigualdade econômica, racial, regional, social, de gênero, de geração e de oportunidades presentes nas várias áreas de atuação, saúde, educação, moradia, transporte e lazer.
O LEGADO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 – A PRÁTICA DA CIDADANIA E O RESPEITO À DIVERSIDADE
Não há dúvida de que os direitos sociais são o grande legado da Constituição de 1988.
Mas estamos respeitando a Constituição até hoje?
Golpes de Estado, impeachment e emendas têm aberto fraturas no processo constituinte que nos fazem questionar se ainda é possível dar garantias da democracia constitucional e, por tabela, a todos os direitos nela inclusos.
Segundo Schwarcz (2019), a desigualdade tende a aumentar em países que não investem no trabalho, geração de renda e não estimulam o consumo de bens culturais. Por essa razão, os países periféricos são os mais atingidos. Por meio de uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2018, a desigualdade de renda segue como um problema para nós, além disso, a pesquisa mostrou que a pobreza e a pobreza extrema aumentaram muito no país.
Fonte: Stock Photos & Vectors / Shutterstock
Comentário
Não adianta apenas registrar direitos em um documento oficial. É preciso que na prática eles aconteçam. É lógico que nosso passado escravocrata tem muito a ver com isso. O homem é um ser social e dotado de direitos fundamentais, que o permitem ser ativo na sociedade. Assim, como agente social que é, deve ter assegurados determinados direitos, como os políticos, sociais e econômicos, que o transformam em ator da história de sua cidadania. O País carrega um passado que transformou esse homem comum, em coisa, em objeto, sendo usado como escravo, servo, e mesmo depois, por meio do trabalho assalariado, ainda tem vivido uma condição de explorado.
A Constituição de 1988 estabelece um verdadeiro projeto social para o Brasil. Ao Estado, por meio de seus vários poderes e instâncias, compete implantar esse conjunto de objetivos, traduzido em políticas, diretrizes e metas a serem alcançadas.
O exercício dos direitos depende, necessariamente, da atuação do Legislativo, na produção de um ordenamento jurídico justo, de uma atuação do Executivo que promova a implementação de políticas públicas que atendam às demandas sociais e de que o Poder Judiciário facilite o acesso à justiça na resolução dos conflitos. Estas condições se estendem, no plano da Federação, à União, aos Estados e aos Municípios.
(ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO, s.d., p.3)
O cidadão do século XXI precisa ser proativo e promover mudanças na sociedade. É o tempo todo um exercício de direitos e deveres. A prática da cidadania vincula-se à instauração da democracia, tendo como suporte todas as regras presentes na Constituição. Ela está comprometida com a efetivação dos direitos positivados por meio da cooperação entre indivíduos e grupos. O respeito aos grupos com matrizes culturais diferentes é uma premissa que vai gerar novos sujeitos de direitos, a ampliação do espaço participativo e a efetivação dos direitos humanos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. No Brasil, a Constituição de 1988 demonstra uma preocupação mais explícita com os valores de justiça e liberdade. Nesse contexto, o exemplo de um direito social contemplado na Constituição brasileira é a garantia de:
a. Liberdade de manifestar o pensamento.
b. Igualdade entre homens e mulheres em direitos e obrigações.
c. Votar para escolher representantes no Legislativo.
d. Acesso à educação, saúde, trabalho e moradia.
Comentário
A alternativa"D" está correta.
A Constituição de 1988 garante vários direitos sociais, tais como, educação, saúde, moradia, trabalho, mobilidade e outros. Esses direitos estão baseados em princípios como a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.
2. A Constituição de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, foi considerada uma grande conquista democrática após mais de duas décadas de regimes militares por garantir amplos direitos à população brasileira, em vários âmbitos da vida social. Aponte, dentre as alternativas abaixo, qual direito não está garantido na Constituição de 1988.
a. Direito de voto a toda a população, incluindo analfabetos e adolescentes maiores de 16 anos.
b. Direito ao acesso à Previdência Social pelos trabalhadores do campo.
c. Garantia do direito amplo de greve aos trabalhadores.
d. Direito das forças policiais de praticarem a tortura para obter confissões.
Comentário
A alternativa "D" está correta.
Exatamente a fim de combater uma prática do anterior regime ditatorial e romper de uma vez por todas com ele, a Constituição proibiu veementemente a prática de tortura, transformando-a em crime inafiançável.
MÓDULO 3
Definir a importância dos Direitos Humanos para a prática cidadã
POR QUE É PRECISO RESPEITAR OS DIREITOS HUMANOS?
Não é preciso estudar Direito para entender o que sejam os Direitos Humanos. Eles se caracterizam por todos os direitos inerentes aos seres humanos, independentemente do sexo, da raça, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição social. Os Direitos Humanos incluem ainda o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação. Todas as pessoas no mundo merecem esses direitos sem discriminação.
Fonte: Arthimedes/ Shutterstock
Os Direitos Humanos são expressamente garantidos pela Lei de Direitos Humanos, que tem a função de proteger pessoas e grupos contra quem, por meio de ações, interfira na liberdade e na dignidade humana.
Sem os direitos estabelecidos para as pessoas, não há como viver em sociedade. Os Direitos Humanos regem não somente o modo como os indivíduos interagem entre si, como também a relação que os indivíduos têm com o Estado e as obrigações que o Estado tem com o seu povo.
Agora que já compreendemos o que significa Direitos Humanos, precisamos entender que toda norma traz em si determinadas características que as definem e as constituem, assim, as mais importantes são:
1- Os Direitos Humanos surgiram do respeito pela dignidade e o valor de cada pessoa.
2- Eles são universais, ou seja, são direcionados de forma equitativa e sem discriminação a todos os seres humanos.
3- Os Direitos Humanos são inalienáveis, ninguém pode ficar de fora da atuação desses direitos; contudo, a doutrina explica que eles podem ser limitados em situações específicas, por exemplo, o direito à liberdade pode ser restringido se uma pessoa for considerada culpada de um crime perante um tribunal.
4- Os Direitos Humanos são indivisíveis, inter-relacionados e interdependentes, não se pode respeitar alguns direitos e outros não. Isso significa que a negação ou violação de um direito pode afetar o respeito por outros.
5- Todos os Direitos são considerados importantes e sem hierarquias, mas é preciso ter sempre em mente a dignidade e o valor de cada ser humano.
É preciso que se diga que todos os Direitos Humanos estão expressos em tratados, ou seja, “conjuntos de princípios e outras modalidades do Direito” (NAÇÕES UNIDAS). Segundo este mesmo site, a legislação proposta pelos Direitos Humanos obriga os Estados a agir de uma forma e os proíbem a se envolverem em determinadas questões específicas. No entanto, é preciso lembrar que a legislação não estabelece os direitos humanos, estes, por sua vez, são direitos inerentes a cada pessoa. Os tratados servem, então, para proteger formalmente os direitos das pessoas ou grupos contra ações ou abandonos dos governantes. Por essas e outras razões, regularmente, ouvimos nos noticiários algumas pessoas pedindo ajuda sobre violações de Direitos Humanos à ONU, mas para fazer isso é preciso esgotar todos os recursos jurídicos no país de origem.
Constituem um conjunto de direitos e garantias do ser humano, estando relacionado com igualdade e liberdade e estão expressos no Direito Internacional.
Fonte: Yuriy Boyko/ Shutterstock
É importante frisar que os Direitos Humanos não são apenas leis presentes em um documento. Eles dizem respeito às decisões que tomamos e situações que vivenciamos cotidianamente.
Exemplo
Por exemplo, se uma pessoa pública fez algo que nos incomoda, a maioria não hesita em correr para as redes sociais para compartilhar o péssimo exemplo. Quando fazemos isso, estamos exercendo um Direito Humano — o direito à liberdade de expressão.
Não temos conta de quando os Direitos Humanos são respeitados, eles passam quase que despercebidos. Nenhuma criança, por exemplo, acorda comemorando o fato de poder ir para a escola. Mas aqueles que moram em periferias e encontram suas escolas fechadas, sem professor ou sem merenda, precisam colocar a boca no trombone para terem seus direitos respeitados.
Diante do tanto que já discutimos aqui, ficou claro para você a relação entre Direitos Humanos e cidadania?
Resposta
Enquanto os Direitos Humanos garantem as liberdades básicas que uma pessoa deve ter, desde a sua liberdade de opinião, de ter uma religião, de ir e vir dentro da sua cidade; a cidadania diz respeito ao fato de as pessoas usufruírem dos direitos que o Estado concede. É uma relação básica.
DIREITOS HUMANOS X DIREITOS FUNDAMENTAIS
Aposto que você já ouviu a expressão Direitos Fundamentais e Direitos Humanos como sinônimos. Não está errado. Apesar de o conteúdo de ambos serem os mesmos...
Direitos Humanos 
Constituem um conjunto de direitos e garantias do ser humano, estando relacionado com igualdade e liberdade e estão expressos no Direito Internacional.
DIreitos Fundamentias 
Englobam a coletividade, são os direitos humanos incorporados pela Constituição, no caso do Brasil, da Constituição cidadã de 1988.
Dessa forma, a Constituição Federal dividiu os Direitos e Garantias Fundamentais em:
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
São os direitos ligados ao conceito de pessoa humana e à sua personalidade, tais como o direito à vida, à igualdade, à dignidade, à segurança, à honra, à liberdade e à propriedade. (Artigo 5º e seus incisos).
DIREITOS SOCIAIS
Esses direitos são referentes à educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. Sua finalidade é a melhoria das condições de vida dos menos favorecidos, concretizando, assim, a igualdade social. (A partir do artigo 6º).
DIREITOS DE NACIONALIDADE
Nacionalidade significa o vínculo jurídico político que liga um indivíduo a certo e determinado Estado, fazendo com que este indivíduo se torne um componente do povo, capacitando-o a exigir sua proteção e, em contrapartida, o Estado sujeita-o a cumprir deveres impostos a todos.
DIREITOS POLÍTICOS
Permitem ao indivíduo, por meio de direitos públicos subjetivos, exercer sua cidadania, participando de forma ativa dos negócios políticos do Estado. (Artigo 14).
Direitos relacionados à existência, organização e à participação em partidos políticos: Garante a autonomia e a liberdade plena dos partidos políticos como instrumentos necessários e importantes na preservação do Estado democrático de Direito. (Artigo 17). (Informações adaptadas de Silva (2006)).
Dessa forma, para Oliveira (2010, p.23):
“Os direitos humanos reportam a categorias normativas destinadas a assegurar a dignidade da pessoa humana, com reconhecimento em âmbito internacional” — independentemente de vinculação a uma ordem jurídica interna específica —, e que os direitos fundamentais se referem “a categorias normativas, tomando em conta os direitos humanos acolhidos, expressa ou implicitamente, na ordem jurídica de determinado Estado”.
(OLIVEIRA, 2010)
A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Os Direitos Humanos possuem um documentochave, um representante de todas as ideias contidas no sentido atribuído a eles, chamado de Declaração Universal dos Direitos Humanos. Este documento foi elaborado por pessoas de diferentes origens culturais e jurídicas de todo o mundo. A Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, mais precisamente no dia 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A(III) da Assembleia Geral e foi instituída como uma norma comum a ser atingida por todos os povos e nações. Pela primeira vez, ela estabelece a proteção universal dos Direitos Humanos.
Você sabia
A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu depois de toda violência e dos assassinatos em massa ocorridos depois da Segunda Guerra Mundial. Os horrores da guerra estavam estampados nas pessoas que sobreviveram. Era preciso impedir que aquela barbárie acontecesse, e um novo mundo precisava ser reconstruído. O documento marcou, assim, um novo caminho para os países que se envolvessem em conflitos, pois princípios como a dignidade da pessoa humana precisavam ser fortalecidos.
A Declaração pode ser apresentada como princípios regulatórios que abarcam as ações estatais, mas também as ações dos próprios cidadãos. É possível resumir todo o seu conteúdo em conceitos como: cidadania, democracia e paz. Infelizmente, depois de muitos anos desde o seu nascimento, os direitos contidos na Declaração ainda precisam ser efetivados em diversas nações.
É papel de todas as pessoas fiscalizarem e cobrarem pelos direitos que a Declaração propõe.
Direitos Humanos é um assunto que diz respeito a todas as pessoas no mundo, independentemente de suas diferenças.
Comentário
No entanto há uma tendência, especialmente no Brasil, em desconsiderar os Direitos Humanos e mais ainda a desprezá-los e inclui-los como categorias ideológicas a serem combatidas. Vimos como os Direitos Humanos são reconhecidos como um marco da história humana. No Brasil, o senso comum geralmente atribui como sinônimo de Direitos Humanos, impunidade, injustiça e uma forma de não punição para bandidos. Trata-se, contudo, de um grande engano que precisa ser corrigido o quanto antes, tendo em vista a importância de garantir nossos direitos.
São esses direitos que nos permitem construir uma sociedade inclusiva e justa, são eles que colocam a lei como parâmetro, e desautorizá-la não vai melhorar em nada a nossa situação.
OS DIREITOS HUMANOS E A CONTEMPORANEIDADE
Aposto que você já assistiu Tropa de Elite (2007). O filme do cineasta brasileiro José Padilha causou muito barulho na época, sendo, inclusive, comercializado antes da exibição nos cinemas. Ao apresentar uma violência institucionalizada na Polícia Militar, o filme, mais do que pura diversão, mostrou, por meio do exaltado Capitão Nascimento, como anda a questão dos Direitos Humanos no Brasil. O filme não aborda apenas a ação dos policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) nas favelas do Rio de Janeiro, mas deixa claro as lógicas que estruturam, em nosso país, as relações sociais marcadas pela ausência da lei, pela violência física e simbólica e por hierarquias de poder que delimitam quem pode ou não ser designado cidadão.
“BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO!”
Essa fala não pode ser atribuída apenas ao Capitão Nascimento no filme. Ela ganhou uma multidão que passou a repeti-la como um bordão e a mudar as práticas cidadãs em xeque no país. Bandido bom, na perspectiva apresentada, seria o cidadão, aquele capaz de ter direitos, direito de defesa, por exemplo, e em uma visão maior, direito à própria vida.
A matéria do jornal O Globo de 2017 mostrou, de acordo com a pesquisa do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania, da Universidade Cândido Mendes, que para 37% dos cariocas, a frase “Bandido bom é bandido morto” está correta e deve ser seguida. A mesma reportagem apresenta que apesar da diminuição de pessoas que seguem essa crença, segundo uma pesquisadora desse Instituto, a questão dos Direitos Humanos acabou sendo mal compreendida nos últimos tempos.
“DIREITOS HUMANOS PARA HUMANOS DIREITOS”
Ainda há outras sentenças piores, como nos lembra o digital influencer, Cauê Moura, “Direitos humanos para humanos direitos”, como se fosse possível naturalizar o fato de que alguém pode decidir quem vive e quem morre, quem pode ou não ser portador de direitos. Somente não podemos nos esquecer de que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”, como está expresso no art. 1, do Código Civil.
Comentário
A mídia, os produtos da indústria cultural, como o cinema, por exemplo, contribuem de forma decisiva para a construção dessa imagem mental de que o bandido não tem correção, não tem solução, não tem jeito, tampouco merece sequer o direito de viver. Filmes como esse, programas sensacionalistas, reportagens mal apuradas e subjetivadas ajudam a afastar a noção correta de Direitos Humanos dos consumidores desses produtos culturais. Desse modo, toda a história da origem dos Direitos Humanos, da globalização e internacionalização de seus sentidos e aplicabilidades caem por terra. E assim, infelizmente, vamos acompanhando a trajetória de pessoas que entraram no crime, encarceradas, sem a menor perspectiva de socialização, sendo devolvidas precocemente à sociedade, sem uma oportunidade para recomeçar e já condenadas de antemão.
A representação de como os policiais da dita elite corporativa pensam o bandido, no filme Tropa de Elite, torna-se mais importante que a própria realidade. No mundo da chamada pós-verdade, a verdade é o que menos importa. O que se acha dela, o juízo de valor, esse sim, molda e organiza toda relação com o mundo. As representações do bandido como lixo, inimigo, totalmente demonizado, acabam prevalecendo e reverberando em toda sociedade. Assim, o “bandido bom” nunca deverá ser o cidadão detentor de direitos, mas o inimigo que deve ser abatido, com licença para ser morto.
Nesse sentido, entre todos os direitos, a Educação é essencial, pois é ela que ajudará a desenvolver uma consciência crítica que permita mudar pensamentos e ações como essa. As pessoas precisam entender que são sujeitos sociais e que podem transformar a sociedade. Portanto, o direito à Educação se insere como instrumento de mudança social prevista na Constituição Federal, art. 205 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Alunos de escola pública em Salvador, Bahia. Fonte: Joa Souza/ Shutterstock
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania […]”
(LEI Nº 9.394/96)
As crianças não nascem com conhecimento das leis, dos direitos e deveres, de cidadania, é todo um processo, um aprendizado contínuo que passa pela socialização e escolarização, e este processo precisa ser efetivado.
A educação pública é um dever básico do Estado com seus cidadãos.
Para modificar tais concepções de vida que excluem, que designam quem pode ou não ser portador de direitos, só mesmo por meio da Educação. Isso porque anunciada desde a consolidação da Declaração dos Direitos Humanos em 1948, a Educação permite o respeito aos Direitos Humanos. A Educação envolve “princípios de posicionamento político, tanto para que os grupos que historicamente foram desfavorecidos na sociedade estejam conscientes de seus direitos e possam lutar coletivamente por eles, quanto para fortalecer a Cidadania”. (RUTKOSKI, 2006).
Atenção
Dessa forma, por meio da Educação, as pessoas precisam acreditar que os Direitos Humanos, na contemporaneidade, são fundamentais para um salutar convívio na sociedade. Só assim esse discurso que viralizou deslegitimando os Direitos Humanos poderá se esvaziar e os valores civis básicos, como o direito à vida e à dignidade de todas as pessoas, serão de fato respeitados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão. Esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideiaspor quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Tal princípio está positivado na(o).
a. Constituição de 1946.
b. Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas.
c. Declaração dos Direitos Humanos.
d. Código Civil.
Comentário
A alternativa "C" está correta.
A Declaração dos Direitos Humanos estabelece uma série de proposições que vai desde o princípio que garante a lei e a Liberdade das pessoas até o direito de se manifestar sobre as questões da vida.
2. A questão da cidadania atrelada aos Direitos Humanos é um dos aspectos mais marcantes da contemporaneidade. “A noção clássica que influencia até hoje a discussão sobre o tema, advém de Marshall (1967), que afirmava que a cidadania é aquele estatuto que se concede aos membros de pleno direito de uma comunidade. Os seus beneficiários são iguais no que respeita a direitos e obrigações.” (BERAS, Cesar. Democracia, cidadania e sociedade civil. Curitiba, Intersaberes, 2013, p. 36)
A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações a seguir:
I) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, ou seja, é ter direitos civis.
II) Ser cidadão é também possuir direitos políticos, poder votar, ser votado, e expressar opiniões ideológicas diversas.
III) Ser cidadão é também possuir direitos sociais, que inclui o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo e à saúde.
É correto o que se afirma em:
a. I, apenas.
b. III, apenas.
c. I e II, apenas.
d. I, II e III.
Comentário
A alternativa "D" está correta.
As três asserções estão corretas porque englobam os conceitos básicos que definem a cidadania e o papel do cidadão: o direito à liberdade e à igualdade, o acesso aos direitos políticos e aos direitos sociais.
MÓDULO 4
Reconhecer a responsabilidade do cidadão para a transformação socioambiental, a partir da relação entre meio ambiente e sociedade
O MEIO AMBIENTE E A SOCIEDADE
Há algum tempo, tornou-se rotina ligar a tevê e encontrar alguma pauta nos telejornais sobre o meio ambiente, tais como: efeito estufa, aquecimento global, geleiras derretendo, animais morrendo, alterações nos climas, garimpos clandestinos destruindo matas, Amazônia em chamas. Os desastres naturais nunca foram tão discutidos como agora.
Fonte: Tridsanu Thopet / Shutterstock
Mas qual a relação entre meio ambiente e sociedade, o que quer dizer sustentabilidade?
Será que eu e você temos alguma culpa em relação a toda essa destruição?
Temos como mudar a situação?
Essas são algumas questões que eu te convido a refletir aqui neste módulo, afinal, temos uma responsabilidade com o meio ambiente e, é claro, isso passa pela questão da cidadania.
O QUE É O MEIO AMBIENTE?
Na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, que aconteceu em Estocolmo em 1972, definiu-se o meio ambiente como “o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais, capazes de causar efeitos diretos e indiretos em um prazo curto ou longo sobre os seres vivos e as atividades humanas”. Partindo dessa definição, é preciso diferenciar duas ciências distintas, mas essenciais para se estudar o meio ambiente:
CIÊNCIAS AMBIENTAIS
É um campo amplo, que necessariamente inclui o homem na relação com o meio ambiente, envolvendo sustentabilidade, planejamento e gestão ambiental, licenciamento ambiental entre outros assuntos. Neste contexto, o homem e o meio ambiente seriam indissociáveis.
ECOLOGIA
Diz respeito a como os organismos interagem uns com os outros e com o meio físico ao seu redor.
Apesar de distintas, essas duas ciências são importantes no estudo do meio ambiente, pois conhecer os princípios de uma é essencial para se compreender completamente a outra.
Ambas fornecem conhecimentos importantes sobre o meio ambiente e como as pessoas podem preservá-lo ou explorá-lo de maneira consciente e sustentável.
SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade é outra palavrinha mágica nessa questão sobre meio ambiente. E não. Isso não é um papo ecochato. Se quisermos viver bem, com abundância de recursos naturais, temos de dominar esses assuntos ou em breve não teremos mais lugar neste mundo.
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Atenção
Sustentabilidade é simples de se compreender: refere-se ao equilíbrio entre o que precisamos da natureza e o que oferecemos em troca. Significa economizar recursos e utilizar melhor o que consumimos, como água e energia; é reciclar, diminuir resíduos e poluentes, pensar no destino de tudo o que produzimos e descartamos, e na origem de tudo o que utilizamos; é tratar o meio ambiente com responsabilidade.
O termo sustentabilidade está ligado diretamente à ideia de utilização de algo, sem que com isso, a capacidade de ser consumida por outras pessoas termine por esgotá-lo. A sustentabilidade ambiental também tem esse significado, porém de maneira mais complexa, por estar ligada ao meio ambiente e a tudo que o engloba. Assim, as próximas gerações não ficarão sem suprimentos.
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É simples: ser sustentável é ter a responsabilidade de utilizar, mas também cuidar para que não falte ao próximo que vai utilizar.
Começamos a ouvir falar de sustentabilidade a partir de 1980, estando ligada ao desenvolvimento sustentável. A partir dessa data foi quando pesquisadores, gestores de políticas públicas e organizações não governamentais começaram a discutir o crescimento e desenvolvimento das nações sem a extinção dos recursos naturais. Desde essa discussão que as populações de todo mundo perceberam que a água, por exemplo, um bem natural que jamais se cogitou seu fim, poderia desaparecer do planeta.
Nossas ações modificam o meio ambiente para o bem ou para o mal. Se compreendermos que, sem a água, o oxigênio, os minérios, o solo, a energia e o calor do sol, as florestas e os animais não conseguiremos viver, talvez ações sustentáveis passem a fazer parte do dia a dia das pessoas de forma consciente.
Você sabia
Desde março de 2020, com a pandemia do novo coronavírus, as pessoas tiveram de cumprir isolamentos sociais para evitar a propagação do vírus. Isso foi o suficiente para que animais silvestres pudessem ser encontrados em ruas das grandes cidades, baías e rios antes poluídos voltassem a ficar limpos e o ar ficasse menos poluído.
Por isso, consumir produtos orgânicos, evitar o consumo excessivo de produtos químicos, reutilizar sempre que possível embalagens, separar o lixo e incentivar a reciclagem, utilizar transportes menos poluentes; são pequenas ações, mas que podem transformar nosso meio ambiente. Neste sentido, a educação ambiental faz toda a diferença, pois ela começa a ensinar crianças e adolescentes a lidar com a nova cultura. Para tal, é importante que, além das escolas, as empresas também adotem a sustentabilidade ambiental, incorporando ações que resultem num crescimento econômico sem prejuízos ao meio ambiente.
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Todos esses conceitos estão interligados e fazem parte do nosso meio social. Vivemos em cidades cada vez maiores e mais populosas, mas nem sempre nos damos conta dos custos ambientais que essa escolha gera. Não analisamos o que e como consumimos, ou como descartamos nossos rejeitos, e a capacidade da terra de repor tudo que precisamos e reciclar o que rejeitamos. Consumimos mais do que precisamos e descartamos muito além do que podemos gerenciar. Hoje os resíduos já são enviados de um país a outro por termos, cada vez mais, espaços limitados para o seu armazenamento.
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O consumo exacerbado de recursos naturais e a falta de preocupação com os resíduos gerados são duas causas primordiais por trás dos impactos que o homem tem causado ao meio ambiente.
Outro problema que precisamos enfrentar também diz respeito aos resíduos que são gerados pelo consumo dos recursos naturais pela população humana. O meio ambiente precisa de tempo para que os recursos naturais renováveis sejam naturalmente repostos e precisa também de tempo para que os resíduos gerados possam ser incorporados pelo sistema. Da mesma forma, para que os serviços ecossistêmicos sejam mantidos, é preciso que os sistemas naturais sejam mantidosem funcionamento adequado.
Se consumimos e geramos resíduos numa velocidade acima da que o ambiente leva para repor recursos e lidar com os resíduos, então temos um problema de insustentabilidade. Aliada à insustentabilidade, estão os problemas adicionais que estes resíduos causam no meio ambiente.
Isto significa que as próximas gerações sofrerão as consequências mais severas dos problemas que só recentemente reconhecemos.
Estes problemas são muitos e serão discutidos neste bloco, mas, basicamente, referem-se a desequilíbrios diversos nos sistemas vivos e físicos, descritos na unidade anterior.
Comentário
Como dependemos destes sistemas, estamos comprometendo o futuro da nossa própria espécie. É claro que já estamos sofrendo as consequências de nossos atos no presente, mas as gerações futuras serão mais drasticamente afetadas. Alterações de ordem política, social e econômica decorrentes da escassez de recursos (como solos férteis e água, por exemplo) são esperadas, agravando ainda mais a crise mundial.
O CONSUMO CONSCIENTE
Outra questão que está no cerne dos problemas ambientais atuais é o padrão de consumo exacerbado. Embora mais pessoas no mundo, necessariamente, levem a um aumento do consumo de recursos e utilização de serviços ambientais, uma proporção da população mundial tem consumido muito mais recursos do que o restante. Basicamente, o padrão de consumo destas pessoas é muito alto.
Exemplo
Por exemplo, a área média produtiva que um americano requer para prover tudo que ele precisa é quase 8 vezes maior que a de um indiano e 2,7 vezes maior que a de um brasileiro (Global Footprint Network).
Caso toda a população mundial tivesse o mesmo padrão de consumo dos americanos, precisaríamos de mais de cinco planetas para sustentar a população atual.
Assim, além do consumo exacerbado, a desigualdade na distribuição das riquezas é outro problema.
Há um abismo na distribuição da riqueza entre os países ditos desenvolvidos e os subdesenvolvidos. Tal abismo se repete também dentro de cada país, seja ele desenvolvido, onde o fosso que separa ricos e pobres é menor, ou subdesenvolvido, onde o abismo é maior.
Segundo declarou a organização não governamental britânica Oxfam durante o Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça), cerca de 7 milhões de pessoas que compõem o grupo dos 1% mais ricos do mundo concentram 82% de toda riqueza global gerada em 2017. Nessas condições, a vida torna-se uma batalha diária e a preocupação com o meio ambiente fica em segundo plano.
Isso é fácil de entender: se você constantemente passasse fome por não ter dinheiro para comprar alimentos, mas pudesse obter carne caçando animais silvestres, você deixaria de caçar? Ou se você mal tivesse dinheiro para comer, se preocuparia em comprar produtos que agridem menos ao meio ambiente?
E no meio de toda essa dificuldade, grande parte dessa população miserável ainda é bombardeada por propagandas que a instigam a buscar o inatingível padrão de consumo dos mais ricos. Isso só faz crescer a demanda por recursos naturais, os impactos ambientais e a geração de resíduos e poluição.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A Educação é um direito de todos os cidadãos e um processo de transmissão de culturas, saberes e conhecimentos. Por meio da Educação é possível garantir a nossa socialização, que começa ainda pela família e se estende de maneira formal pela escola.
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A educação traz conhecimento e, portanto, favorece nosso desenvolvimento social, econômico e ambiental.
A educação ambiental, como todo processo educacional, “busca desenvolver as potencialidades das pessoas, a fim de favorecer uma melhor relação humano-ambiente, ou seja, com todo o meio que nos cerca” (ANDRADE E BONFIM, 2018, p.13). Dessa forma, ela representa uma importante ferramenta para enfrentarmos o desafio imposto pela questão ambiental.
Uma nova relação entre homem e natureza é proposta no seio da educação ambiental, em que ambos andam lado a lado, constituindo uma das bases do desenvolvimento sustentável, que leva a um envolvimento maior da população nas decisões e ações ambientais. A população deixa de ser passiva e passa a ser ativa e participativa.
“Entendem-se por educação ambiental, os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (Art. 1º da Política Nacional de Educação Ambiental).
Atenção
Nas escolas, a educação ambiental deverá fazer parte de todos os níveis de ensino, como tema transversal, ou seja, presente em todas as disciplinas. Aprender sobre o meio ambiente desde pequeno é um dos recursos que possibilita a sensibilização e a preparação da população para colaborar na solução dos problemas ambientais que afligem o planeta. Por meio do estudo, busca-se conscientizar as pessoas a respeito da gravidade dos problemas ambientais e desenvolver técnicas e métodos que permitam a ação da sociedade em defesa do meio ambiente.
A partir do momento que a educação ambiental se torna uma realidade na sociedade, ela fomenta cidadãos mais conscientes, capazes de desenvolver laços com outros cidadãos, fortalecendo o senso individual e coletivo a partir das ações em busca de alternativas e soluções para os problemas ambientais que vivemos. E o compartilhamento de informações leva os indivíduos a ações, que podem ser desde as mais simples, como fechar a torneira enquanto estiver escovando os dentes, até técnicas mais sofisticadas de reutilização de resíduos.
Segundo Marcatto (2002), a Lei Federal nº 9.795/99 é a mais recente e importante para a educação ambiental, pois define os princípios relativos que deverão ser seguidos em todo o país. A norma foi regulamentada em 25 de junho de 2002 por meio do Decreto nº 4.281 e estabelece que todos tenham direito à educação ambiental, sendo esta um dispositivo fundamental para respaldar e direcionar as ações de educação ambiental nos diversos espaços de ensino.
Fonte: BlurryMe / Shutterstock
Rio-92
Tais orientações e novos olhares para a natureza direcionam ao caminho do desenvolvimento sustentável, possibilitando mudanças no sistema político e social. As mudanças caminham para redução dos conflitos homem-natureza, levando a uma sociedade mais sustentável. A nossa forma de agir no mundo ainda se baseia no capitalismo selvagem, no consumo desenfreado, na geração de riqueza e na busca incessante por um progresso que nunca chega.
Atenção
O problema é que esta postura gera subprodutos que ameaçam a nossa própria existência. Por isso, precisamos de uma nova ética, para mudar nossa postura frente ao mundo e frente às pessoas com as quais o dividimos.
CIDADANIA E MEIO AMBIENTE
O que podemos fazer para reverter este destino e por que não começamos logo?
Esta é uma questão que exige uma mudança de paradigma que inclui o nosso modelo de crescimento econômico, mas a mudança requer também mudanças individuais na maneira como vemos o mundo e o nosso papel nele.
Muitas pessoas precisam da sensação imediata de perda individual para reagirem. Infelizmente, não podemos depender somente deste sentimento. Na verdade, devemos fazer uso da nossa capacidade diferencial de prever acontecimentos futuros e da nossa consciência — que, para muitos, são características que nos diferenciam dos outros animais.
Precisamos ainda de um sentimento coletivo altruísta, de que todos importam e não somente os que estão aqui e agora ao nosso redor.
Fonte: Roman Rybaleov / Shutterstock
Exemplo
A pandemia do novo coronavírus, por exemplo, trouxe uma realidade desconhecida. Primeiro foi preciso encarar o distanciamento social; em seguida, o uso de máscaras em ambientes públicos, uma prática comum em países orientais. Se tivéssemos pensado no outro e mantido as duas ações, talvez não teríamos perdido tantas vidas. O homem anda muito egoísta ultimamente.
Os cientistas têm feito parte do trabalho,estudando os impactos no meio ambiente e alertando a sociedade para as consequências de todas as modificações que presenciamos. No entanto, as medidas necessárias para solucionar os problemas ainda são frágeis. A relação entre a sociedade e o meio ambiente tem sido bastante discutida em todas as nações no mundo.
Atenção
O Brasil possui grande parte dos recursos naturais de todo o Planeta, com o maior rio do mundo, o Amazonas, e a maior floresta tropical. Por isso, o cidadão brasileiro precisa desenvolver a consciência de que a preservação do meio ambiente é garantia de seu bem-estar, de sua saúde e de sua sobrevivência.
Todos nós somos responsáveis pelo meio que nos cerca. Quando um cidadão que está no trânsito abre a janela do seu carro para jogar um copo de plástico na rua, ele precisa ter em mente que o plástico vai demorar mais de cem anos para se decompor. Esse material vai se acumular nos bueiros e quando uma chuva em abundância cair, a cidade ficará submersa, entrando água nas casas das pessoas e provocando doenças e tragédias.
Fonte: Justek16/ Shutterstock
A natureza anda reclamando das ações destrutivas do homem.
Tsunamis, furacões, enchentes devastadoras, deslizamentos em áreas urbanas, calor intenso ou invernos glaciais. Doenças desconhecidas que nos atormentam acabam sendo o resultado da péssima relação do homem com os animais, do crescimento das cidades e do aumento das populações urbanas e das ocupações em lugares de risco.
As soluções para pelo menos minimizar esse circuito de destruição do meio ambiente seriam, por exemplo:
Utilizar materiais menos agressivos como embalagens que facilitassem não somente a reutilização, mas também o descarte.
A reciclagem, que nada mais é do que o reaproveitamento dos materiais descartados pelo homem, seja pelo excesso de consumo, seja pelo fim mesmo da mercadoria.
O uso de uma energia alternativa, com a luz solar.
Além disso, a sustentabilidade na produção e desenvolvimento de produtos, bem como um planejamento urbano e uma real política de conservação das matas, florestas e solo. Essas são algumas das soluções bem possíveis capazes de retardar esse processo de degradação do meio ambiente. Todas essas propostas de ações são possíveis de acontecerem, mas desde que o cidadão faça a sua parte. O descarte correto do lixo, saneamento básico e uma economia interplanetária da água é imprescindível. Dessa forma, o meio ambiente poderá ser preservado e poderemos sobreviver a um futuro bem próximo.
Você sabe qual a relação entre a educação ambiental, responsabilidade ambiental, responsabilidade social e como o respeito a esses processos lhes permite estruturar e fortalecer a cidadania?
Assista ao vídeo abaixo para saber:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. FEPESE – 2011 (Adaptada) Enchentes devastadoras, desmoronamento de encostas, destruição de pontes e estradas são algumas consequências das mudanças climáticas que estamos vivendo. Assinale a alternativa que menciona algumas das causas desses eventos.
a. A influência das tempestades solares, cada vez mais violentas.
b. A alteração do eixo de inclinação do planeta, causando grande movimentação das massas de ar na atmosfera.
c. A atividade vulcânica, o aumento de furacões e tornados e a mudança do regime das marés.
d. O crescimento das cidades e da população urbana, com a consequente alteração do curso dos rios, ocupação de encostas e locais de risco.
ResponderComentário
A alternativa "D" está correta.
O meio ambiente anda reclamando da péssima relação que o homem tem com o meio em que vive. Há uma falta de responsabilidade com as ações ambientais, sobretudo por falta de uma política de planejamento das cidades que permitam um convívio harmonioso entre o homem e o seu meio.
2. Uma das práticas a serem adotadas visando a efetiva conservação da natureza e o desenvolvimento sustentável é, sem dúvida, a educação ambiental. Considerando os diferentes aspectos desse processo, assinale a alternativa incorreta.
a. Lei Federal nº. 9.795/99, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, estipula que ela não seja uma prática instituída como disciplina específica no currículo de ensino.
b. A participação coletiva corresponde a um dos objetivos fundamentais da educação ambiental na lei brasileira, sendo incentivada em detrimento da participação individual.
c. A interdisciplinaridade representa um princípio da educação ambiental não só no Brasil como também no cenário internacional.
d. A abordagem participativa integra as populações locais na conservação de um ambiente, sendo os insucessos encarados como parte do processo de aprendizagem.
Comentário
A alternativa "A" está correta.
A lei incentiva que a partir de pequenas ações individuais, o meio ambiente pode ser transformado, e essas ações ajudarão no coletivo, pois por meio da educação ambiental, as pessoas serão multiplicadoras, capazes de se organizarem e organizarem o meio ambiente.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ter uma constituição é fundamental para a organização da sociedade, além disso, uma constituição considerada cidadã é essencial para a construção de um Estado Democrático de Direito. Por esse motivo, devemos respeitar e defender a nossa Constituição com todas as forças, pois ela permitirá direitos e garantias fundamentais, de cunho individual e coletivo.
A Constituição de 1988 externalizou princípios, valores e direitos. Por esta razão, a cidadania, como atualmente é compreendida, significa a prática de quem pode usar e fruir de suas liberdades públicas, dos seus direitos sociais e solidários. Daí a máxima Direitos Humanos para todos e não apenas para "humanos direitos". As leis existem para serem cumpridas e para garantir que todas as pessoas tenham dignidade para viver. São essas mesmas leis que vão garantir um bom relacionamento do homem com a sociedade e com o meio ambiente.
Precisamos respeitar os Direitos Humanos na mesma proporção que precisamos respeitar o nosso contexto social e ambiental. Isso será possível a partir de uma tomada de consciência por parte do ser humano. Reciclar, reutilizar, não exceder no consumo de mercadorias, utilizar uma energia alternativa, respeitar o habitat dos animais, são atitudes sustentáveis que vão garantir uma vida mais saudável no nosso sistema.
PODCAST
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REFERÊNCIAS
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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO. Fórum São Paulo. Século XXI. Cidadania. Consultado em meio eletrônico em: 10 ago. 2020.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 2016.
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil. O longo caminho. 5. ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.
COELHO, H. Um em cada três cariocas apoia a frase “bandido bom é bandido morto”, diz pesquisa. in: G1, Rio de Janeiro, 2017. Publicado em: 05 abr. 2017.
JUNGES, J. R. Ética ambiental. São Leopoldo: Unisinos. 2004. 120 p.
LAYRARGUES, P. P.; CASTRO, R. S. (orgs.). Repensar a educação ambiental: um olhar crítico. São Paulo: Cortez, 2009.
MARCATTO, C. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002.
OLIVEIRA, C. D. D. (O) direito do trabalho contemporâneo. São Paulo: LTr, 2010. p. 65.
RUTKOSKI, J. S. A pedagogia de Paulo Freire: Uma proposta da educação para os Direitos Humanos. in: PIOVESAN, F. Direitos humanos. Curitiba: Juruá, 2006.
SCHWARCZ, L. M. Sobre o autoritarismo brasileiro. 1. ed., São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
SILVA, F. M. A. Direitos Fundamentais. in: DireitoNet. Consultado em meio eletrônico em: 10 ago. 2020.
Sites consultados
Portal da Transparência
Nações Unidas
Global Footprint Network
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista:
· A democracia em pretoe branco – Documentário, direção Pedro Asberg, 2014. Fonte: Filmow.
· Encontro com Milton Santos – Documentário, direção Silvio Tender, 2006. Fonte: Filmow.
· Terra — O filme, direção Yan Arthus-Bertrand e Michael Pitiot, 2009. Fonte: Filmow.
· Tropa de Elite, direção José Padilha, 2007. Fonte: Filmow.
Pesquise:
· Veja as principais características da Constituição de 1988 resumidas e adaptadas pelo Professor Zulmar Fachin, no site Tribunapr.
CONTEUDISTA
Renata Luzia Feital de Oliveira
Currículo Lattes

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