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POLÍTICA_E_GESTÃO_DA_EDUCAÇÃO_II_2021

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1POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Universidade Federal de Uberlândia
Curso de Pedagogia a Distância
POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Robson Luiz de França
2 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
FRANÇA, R. L. Política e Gestão da Educação II. Coleção Pedagogia a Distância UFU/UAB. Uberlândia – 
MG: Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Aberta do Brasil, 2021. 59 p.
SOBRE O AUTOR
Robson Luiz de França possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Belo 
Horizonte (1990), Bacharel em Direito pela UNIMINAS – Uberlândia, MG, especialização em Tecnologias 
para Educação a Distância e mestrado em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (1997), 
Especialista em Direito Educacional, possui também doutorado em Educação na Linha de Políticas Públicas 
pela Universidade Julio Mesquita Filho – UNESP/Araraquara e Pós-Doutorado em Educação. Atualmente 
é professor da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Uberlândia, e atua no Programa de Pós-
Graduação em Educação na Linha de Pesquisa em Sociedade, Trabalho e Educação. Ministra a disciplina 
de Política e Gestão da Educação e a disciplina de Princípios de Organização do Trabalho do Pedagogo do 
Curso de Pedagogia a Distância, da Faculdade de Educação. É membro do Grupo de Pesquisa em Trabalho, 
Educação e Formação Humana, participa como pesquisador do Centro de Investigação em Educação (CIE), da 
Universidade da Madeira – Funchal em Portugal, composto por pesquisadores de diversos países, e desenvolve 
estudos e pesquisas sobre Currículo e formação profissional, Trabalho e educação, cidadania e precarização 
do trabalho.
CAPA 
 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:USMC-100925-M-9780H-010.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:USMC-100925-M-9780H-010.jpg
3POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
 Aléxia Pádua Franco – UFU
 Carlos Rinaldi – UFTM
 Carmem Lúcia Brancaglion Passos – UFScar
 Célia Zorzo Barcelos – UFU
 Diva Souza Silva – UFU
 Eucidio Arruda Pimenta – UFMG
 Ivete Martins Pinto – FURG
 João Frederico Costa Azevedo Meyer – UNICAMP
 Maria Irene Miranda – UFU
 Marisa Pinheiro Mourão – UFU 
EQUIPE DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA UFU - CEaD/UFU
ASSESSORA DA DIRETORIA
 Sarah Mendonça de Araújo
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
 Alberto Dumont Alves Oliveira
 Darcius Ferreira Lisboa Oliveira
 Dirceu Nogueira de Sales Duarte Júnior
 Gustavo Bruno 
 Otaviano Ferreira Guimarães
REVISORA 
 Carina Diniz Nascimento
4 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Jair Messias Bolsonaro
MINISTRO DA EDUCAÇÃO 
Milton Ribeiro
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL 
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA/CAPES 
Carlos Cezar Modernel Lenuzza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA - UFU 
REITOR 
Valder Steffen Junior
VICE-REITOR 
Carlos Henrique Martins da Silva
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
DIRETOR
Vinícius Silva Pereira
 REPRESENTANTE UAB/UFU 
Maria Teresa Menezes Freitas 
SUPLENTE UAB/UFU 
Aléxia Pádua Franco 
DIRETORA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO - FACED - UFU
Geovana Ferreira Melo
CURSO DE PEDAGOGIA A DISTÂNCIA
COORDENADORA DO CURSO 
Maria Irene Miranda 
5POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
SUMÁRIO 5
FIGURAS 7
REFERÊNCIA 8
INFORMAÇÕES 10
INTRODUÇÃO 11
SUMÁRIO QUINZENAL 13
MÓDULO I – FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ASPECTOS HISTÓRICOS E 
IDEOLÓGICOS 13
I – TEXTO BÁSICO 14
II - SÍNTESE DO MÓDULO 21
III - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA 21
IV - REFERÊNCIAS 22
SUMÁRIO SEMANAL 24
MÓDULO II – FUNDEF E PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO NOS ANOS 2000 
I – TEXTO BÁSICO 25
II - SÍNTESE DO MÓDULO 34
III - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA 34
IV - REFERÊNCIAS 35
SUMÁRIO SEMANAL 37
MÓDULO III – Avaliação do sistema educacional brasileiro: mudança da cultura avaliativa da escola 
pública 
I – TEXTO BÁSICO 38
II - SÍNTESE DO MÓDULO 47
III - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA 47
IV - REFERÊNCIAS 47
SUMÁRIO
6 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
SUMÁRIO SEMANAL 50
MÓDULO IV – Avaliação como mecanismo de controle: centralidade dos processos avaliativos 
I – TEXTO BÁSICO 51
II - SÍNTESE DO MÓDULO 57
III -BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA 57
IV - REFERÊNCIAS 58
SUMÁRIO
7POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
FIGURAS
Figura 1 – Financiamento da educação brasileira: aspectos históricos e ideológicos. 14
Figura 2 – Fundef e participação no desenvolvimento da educação nos anos 2000 25
Figura 3 – Avaliação do sistema educacional brasileiro: mudança da cultura avaliativa da escola pública 38
Figura 4 – Financiamento da educação brasileira: aspectos históricos e ideológicos 51
8POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, Jorge. Financiamento gasto público da Educação Básica no Brasil e comparações com alguns 
países da OCEDE e América Latina. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 92, p. 841-858, Especial - Out. 2005. 
Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 20 dez. 2012.
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28, n. 100 - Especial, p. 857-876, out. 2007 857. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 
20 dez. 2012.
AFONSO, J. A. Políticas educativas e avaliação educacional. Portugal: Universidade do Minho, 1998. In: 
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CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: Avanços e novos desa-
fios. São Paulo, Perspec., v. 23, n. 1, p. 5-18, jan./jun. 2009.
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HELENE, Otaviano. Quatro problemas nacionais brasileiros. In: _______ Universidade e Sociedade. Ano IV, 
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Educação & Sociedade, ano XXII, n. 77, Dez. 2001. 
MELCHIOR, J. C. de A. Mudanças no financiamento da educação no Brasil. Campinas: Autores Associa-
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MONLEVADE, João. Educação pública no Brasil: contos & de$conto$. Ceilândia: Idea Editora, 1997.
NEVES, Gleise Heisler. O município, o governo local e a sociedade civil: contexto plural da municipaliza-
9POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
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Campinas: Autores Associados, 1995. 
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Washington. 1986.
______. Prioridades y estrategias para la educación. Washington. D. C. capítulo 3 El financiamiento pú-
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_______. Prioridades y estrategias para la educación. Washington. 2006.
_______. Mudança educacional na América Latina e no Caribe. Washington. 2000.
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BRASIL. Ministério da Educação. Lei no. 9.394, de 20.12.1996, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Brasília, DF, 1996.
_______. Emenda Constitucional 14/96, de 12/09/96 – Diário Oficial da União - 13/09/96. Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Balanço do FUNDEF – 1998 – 2000. Brasília, 2000.
______. Lei n. 9424 – 24 de Dez. de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do En-
sino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60, & 7o., do Ato das Disposições 
Constituiuconais Transitórias, e da outras providências. Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação – proposta do Executivo ao Congresso 
Nacional. Brasília: MEC/INEP, 1998.
10POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Prezado(a) aluno(a), 
Ao longo deste guia impresso você encontrará alguns “ícones” que lhe ajudará a identificar as atividades.
Fique atento ao significado de cada um deles, isso facilitará a sua leitura e seus estudos.
INFORMAÇÕES
11POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
INTRODUÇÃO
A reforma da educação alastra neste momento pelo mundo (…). Uma 
instável, irregular, mas aparentemente imparável torrente de ideias 
reformadoras intimamente relacionadas entre si, está a possibilitar e a 
reorientar sistemas de educação com percursos e histórias muito diferentes, 
em situações sociais e políticas diversas (BALL, 2002, p.3)
 Prezados e Prezadas, 
 Os anos de 2020 e 2021 foram desafiadores em todos os sentidos.
 Passamos por uma Pandemia que ceifou milhares de vidas no Brasil e no mundo aliada a uma 
preocupação e inseguranças no âmbito social, político, de saúde pública e de segurança pública pouco visto na 
história do Brasil.
 No entanto, estamos firmes e seguindo em frente, prontos para concluirmos esta etapa final do Curso 
de Licenciatura em Pedagogia.
 Nesta linha é que apresentamos a vocês o conteúdo de PGE II que versará basicamente sobre dois 
temas: Financiamento da Educação e Avaliação Sistêmica. 
 Esses conteúdos poderão contribuir para que vocês possam conhecer de onde vem os recursos aplicados 
na educação e como são distribuídos para os municípios e para as escolas. No que se refere à avaliação, vocês 
poderão entender para que servem as avaliações externas aplicadas anualmente à educação. 
 Desejamos felicidades e muito sucesso. Dediquem-se, estudem, leiam as obras recomendadas e assistam 
aos vídeos indicados. 
 O conteúdo de Política e Gestão da Educação I considera os seguintes tópicos:
MÓDULO I – FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ASPECTOS HISTÓRICOS E 
IDEOLÓGICOS
1.1 A legislação relativa ao financiamento da educação
MODULO II – FUNDEF E PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO NOS 
ANOS 2000
2.1 O Fundeb e o desenvolvimento esperado na educação brasileira
2.2 Financiamento da Educação e Controle Social
MÓDULO III – AVALIAÇÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO: MUDANÇA DA CULTURA 
AVALIATIVA DA ESCOLA PÚBLICA 
3.1 Avaliações da educação básica
3.2 Eficiência do sistema escolar
3.3 A Cultura da Avaliação e a Sociedade
12POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
MODULO IV – AVALIAÇÃO COMO MECANISMO DE CONTROLE: CENTRALIDADE DOS 
PROCESSOS AVALIATIVOS
4.1 As múltiplas faces da Avaliação Educacional
4.2 Avaliação interna: o microssistema escolar
4.3 Possibilidades das avaliações externas
Os objetivos da disciplina PGE II são: 
• compreender de forma crítica como ocorre o financiamento da Educação Pública no Brasil; 
• entender como os entes da federação participam com os impostos e como são destinados.
• analisar os conceitos de avaliação sistêmica brasileira. 
• entender as formas de regulação do sistema educacional por meio da avaliação educacional.
Para que possamos alcançar os objetivos acima, será necessário que se realize uma leitura atenta do guia 
de estudos e das leituras complementares indicadas. Desejo a vocês sucesso nesta etapa final e um grande e 
fraternal abraço a todos.
Prof. Dr. Robson Luiz de França – PhD
13POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
MÓDULO I – FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: 
ASPECTOS HISTÓRICOS E IDEOLÓGICOS
SUMÁRIO QUINZENAL
Conteúdos básicos do módulo I
1.1 A legislação relativa ao financiamento da educação
1.2 Financiamento da Educação e Controle Social
Objetivos do módulo I
Ao final do estudo e da disciplina PGE – II, módulo I, esperamos que você possa:
• conhecer as responsabilidades de cada ente da federação (União, Estados, Municípios e Distrito 
Federal) com o financiamento da educação;
• analisar os objetivos, organização e importância da distribuição de recursos financeiros para a educação 
e o impacto na melhoria da qualidade da educação básica. 
14 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
I – TEXTO BÁSICO
FIGURA 1 – Financiamento da educação brasileira: aspectos históricos e ideológicos.
FONTE – http://www.sxc.hu/pic/l/s/sa/sarej/448894_82304673.jpg
A educação, ao situar-se no âmbito das responsabilidades do Poder Público, 
compondo o núcleo central dos atuais sistemas de bem estar social, absorve 
quantidade expressiva de recursos públicos. Esses recursos, ao darem as 
principais condições materiais para viabilizar a formulação e implementação 
das políticas educacionais, podem ser um limite, um obstáculo intransponível 
ao atendimento das necessidades e demandas por educação (ABRAHÃO, 2005, 
p. 842).
Com base no texto abaixo responda: quais as principais fontes públicas de recursos para a 
educação brasileira e de onde são provenientes? 
http://www.sxc.hu/pic/l/s/sa/sarej/448894_82304673.jpg
15POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
O QUE É O FUNDEB?
De acordo com o site do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação): 
“O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação (Fundeb) é um Fundo especial, de natureza contábil e de 
âmbito estadual (um total de vinte e sete Fundos), composto por recursos provenien-
tes de impostos e das transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios vincu-
lados à educação, conforme disposto nos arts. 212 e 212-A da Constituição Federal” .
Portanto o Fundeb foi instituído como instrumento permanente de financiamento da educação pública por 
meio da Emenda Constitucional n° 108, de 27 de agosto de 2020, e encontra-se regulamentado pela Lei nº 
14.113, de 25 de dezembro de 2020.
Vale lembrar que a fonte dos recursos que “nutrem” o Fundo parte do princípio da redistribuição com finali-
dade única e exclusiva na manutenção e no desenvolvimento da educação básica pública o que por sua vez 
inclui, necessariamente os profissionais da educação.
 
Além das fontes de receita de impostos e de transferências constitucionais dos Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios, integram a composição do Fundeb os recursos provenientes da União a título de complementação 
aos entes federados que não atingiram o valor mínimo por aluno/ano definido nacionalmente ou que efeti-
varam as condicionalidades de melhoria de gestão e alcançaram a evolução dos indicadores a serem definidos 
sobre atendimento e melhoria de aprendizagem com a redução dasdesigualdades.
A contribuição da União neste novo Fundeb sofrerá um aumento gradativo, até atingir o percentual de 23% 
(vinte e três por cento) dos recursos que formarão o Fundo em 2026. Passará de 10% (dez por cento), do mod-
elo do extinto Fundeb, cuja vigência se encerrou em 31 de dezembro de 2020, para 12% (doze por cento) em 
2021; em seguida, para 15% (quinze por cento) em 2022; 17% (dezessete por cento) em 2023; 19% (dezenove 
por cento) em 2024; 21% (vinte e um por cento) em 2025; até alcançar 23% (vinte e três por cento) em 2026.
 
Os investimentos realizados pelos governos dos Estados, Distrito Federal e Municípios e o cumprimento dos 
limites legais da aplicação dos recursos do Fundeb são monitorados por meio das informações declaradas no 
Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope), disponível no sítio do FNDE, no 
endereço eletrônico: http://www.fnde.gov.br/fnde_sistemas/siope.
É recorrente no atual contexto afirmar que o financiamento da educação 
brasileira é insuficiente para a demanda e que um dos grandes problemas da 
qualidade da educação é pela insuficiência de recursos destinada a esse campo 
social. Porém, faz-se mister considerar que nos últimos anos não houve um 
avanço significativo no aporte de recursos com o objetivo de ampliar as fontes 
de recursos direto para a educação, como se pode depreender da TAB 1 abaixo 
que reflete a relação do Investimento Direto em relação ao Produto Interno 
Bruno (PIB) no período de 1994 a 2007:
16 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
TABELA 1
Brasil: Investimento direto em Educação em relação ao produto interno bruto (PIB) – 2010 a 2020
(crédito: Todos pela Educação/Reprodução)
Em 20 de dezembro de 2020, da lei de regulamentação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
da Educação Básica – FUNDEB, na forma da Lei Federal nº 14.113/2020. Essa Lei foi fundamentada 
na Emenda Constitucional nº 108/2020, Lei de regulamentação que deu novas configurações à política 
pública de financiamento da Educação iniciada em 2002 já no Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, 
então eleito Presidente do Brasil e assim os Governos de Dilma, Michel Temer e o recente governo de 
Bolsonaro deram continuidade na política de tentativa de ampliação dos recursos porém com controle de 
gastos, o que na verdade de traduz como redução dos investimentos.
Os constituintes de 1988 determinaram na Carta Magna (Constituição Federal de 1988) o PISO de 
investimentos na Educação com ampliação paulatina, cabendo a União, Estados e Municípios as 
respectivas reservas de investimentos.
Ainda assim em 2020 temos a implementação do NOVO FUNDEB que consiste em uma forte demanda 
dos movimentos sociais da área da educação, que EXIGIRAM um aumento gradual em contraponto ao 
Governo Federal, que reiteradamente resiste ao mandamus constitucional de ampliação do investimento 
na Educação e especialmente na Educação Básica, que vinculam recursos tanto para a Educação quanto 
para a Saúde, conforme se verifica do Quadro abaixo:
17POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
De acordo com Cersar Callegari (https://cesarcallegari.com.br/2021/06/18/para-entender-novo-
fundeb-2021), o FUNDEB
“mantém os mecanismos existentes até 2020, mas traz 15 inovações que alteram seu fun-
cionamento e, em alguns casos, mudam os fluxos de impostos vinculados à educação, el-
ementos para os quais os gestores públicos e profissionais da educação devem estar atentos”
Senão vejamos: 
1. Alteração da cesta de impostos redistribuídos pelo FUNDEB; 
2. Matrículas contabilizadas na distribuição de recursos dos FUNDEBs estaduais e da complementação 
da União
3. Fatores de ponderação das matrículas para distribuição de recursos dos FUNDEBs estaduais e da 
complementação da União
4. Quatro conceitos diferentes de valor aluno/ano – VAAF, VAAT, VAAR e CAQ VAAF 
5. Prazo para uso de resíduos do FUNDEB no exercício seguinte.
6. Instâncias de fiscalização e controle
7. Conselho de Acompanhamento e Controle Social (CACS-FUNDEB
8. Siope e monitoramento dos dados Comissão Intergovernamental 
9. Valor da complementação da União ao FUNDEB: A complementação, até 2020, era destinada aos 
estados mais pobres do país, cujo valor aluno/ano no FUNDEB se encontrasse abaixo do mínimo nacional (o 
modelo conhecido como “VAAF”). Na prática, esse valor mínimo nacional era definido após o rateio equal-
izador de um montante federal equivalente a 10% da soma de todos os fundos estaduais do país. 
10. No novo FUNDEB, esse montante federal passa a ser no mínimo 23% da soma de todos os fundos 
estaduais do país, alcançando mais entes federativos e cumprindo novos propósitos, conforme se explicita 
abaixo. O crescimento de 10% para 23% se dará gradualmente ao longo de seis anos:
• 2021: 12,5%, sendo 10% no modelo VAAF (atual) e 2,5% no modelo VAAT (a ser implemen-
tado apenas no 2º semestre de 2021);
• 2022: 15,0%, sendo 10% no modelo VAAF (atual) e 5,0% no modelo VAAT;
• 2023: 17,0%, sendo 10% no modelo VAAF (atual) e 6,25% no modelo VAAT e 0,75% no mod-
elo VAAR;
• 2024: 19,0%, sendo 10% no modelo VAAF (atual) e 7,5% no modelo VAAT e 1,5% no modelo 
VAAR;
• 2025: 21,0%, sendo 10% no modelo VAAF (atual) e 9% no modelo VAAT e 2% no modelo 
VAAR;
• 2026: 23,0%, sendo 10% no modelo VAAF (atual) e 10,5% no modelo VAAT e 2,5% no mod-
elo VAAR.
11. Modelo de complementação VAAT e VAAT-EI: redes de ensino mais pobres do país – independente 
do Estado de origem – passam a receber recursos para equalização de baixo para cima do valor aluno/ano total 
(VAAT).
12. Modelo de complementação VAAR 
13. Fatores de ponderação de equidade
14. Avaliação periódica do FUNDEB
15. Revisão periódica do FUNDEB.
18 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Vejamos na TAB 2 como, ilustrativamente como ficou a distribuição de recursos a partir de 
2020.
Conforme se depreende do quadro acima 80% de todos os recursos do financiamento da edu-
cação são destinados exclusivamente à Educação Básica e apenas 20% são destinados ao En-
sino Superior Público Brasileiro.
Portanto importa considerar que o financiamento da educação pública é instrumento funda-
mental para a redução das desigualdades sociais no Brasil. 
Existe uma forte vinculação entre o financiamento público da educação e a situação socio-
econômica do País, na medida em que as principais fontes de recursos para a educação provêm 
da arrecadação de impostos, que é afetada pelo desempenho da economia. 
Um importante aspecto da política econômica adotada por sucessivos governos foi a conten-
ção de gastos para possibilitar o equilíbrio das contas públicas e viabilizar o pagamento das 
dívidas externa e interna. Atualmente, o gasto público brasileiro com educação considerando 
as três esferas de governo é inferior a 5% do Produto Interno Bruto (PIB), política que o atual 
governo tenta mudar por meio de maior dotação orçamentário conforme afirmamos anterior-
mente.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) recomenda, aos 
países em desenvolvimento, um gasto mínimo de 10% do PIB com Educação.
 
No entanto, é preciso considerar que o financiamento da educação, e de outras políticas públi-
cas, deve ser discutido considerando não só os valores a ele reservados, mas também discutir 
o assunto no contexto da realidade socioeconômica brasileira e do sistema tributário nacional.
 
Assim, antes de nos dedicarmos ao entendimento do financiamento da Educação, buscamos 
saber sobre quem recai a geração de recursos que financiará a escola pública dita gratuita, ou 
qualquer outra política pública conduzida pelo Estado brasileiro, além de como se encontra 
distribuída e concentrada a renda, reveladora das profundas e históricas desigualdades sociais 
e econômicas. Isso irá estabelecer a base em que se obtêm os recursos financeiros públicos 
19POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
1.1 A LEGISLAÇÃO RELATIVA AO FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO
Nenhuma medida em curto prazo pode resolver esses problemas de escolarização e de distribuição de renda 
no Brasil, principalmente,considerando-se que a escolarização é um processo longo e complexo e que os 
países que conseguiram superar o atraso no setor educacional, tais como Cuba, Argélia, Coreia, Indonésia, 
Egito, dentre outros, o fizeram na razão de um crescimento nas taxas de matrícula de aproximadamente 2% 
a 3% ao ano para o ensino secundário e de 1% a 2% ao ano para o ensino superior, taxas consideradas muito 
baixas e, portanto, com crescimento muito lento. Isso revela que, se o Brasil considerar de fato a importância 
da educação e investir o necessário, seria gastos, segundo os padrões dos países acima citados, cerca de 30 a 
40 anos para superar os déficits escolares acumulados (HELENE, 2019, p. 60).
Outra questão é que do montante de recursos destinado à educação, segundo o Banco Mundial, “para cada 100 
dólares destinados à educação pública no Brasil, apenas 40 chegam à sala de aula” (BM, 2018). Em outras 
palavras, os recursos destinados ao setor educacional estão sendo mal administrados e, além desse aspecto, 
várias despesas estão sendo incluídas indevidamente no orçamento educacional, 
estão aí incluídos treinamento específico de funcionários públicos, despesas 
feitas pelos municípios (como pavimentação de ruas, compra de veículos, 
pagamentos de funcionários que prestam serviços a setores diferentes do 
educacional), indevidamente debitadas na conta ‘educação’, pagamentos 
de aposentadorias (que estariam melhor numa alínea ‘previdência social’), 
manutenção de hospitais.
Assim, menos da metade daquilo que o governo diz gastar em educação é gasto 
de fato, o que reduz o percentual do PIB investido nessa função a menos de 
2%, valor comparável ao praticado pelos países mais desorganizados do mundo 
e que se apresentam com desempenhos escolares equivalentes ao brasileiro 
(HELENE, 2019, p. 45).
A questão da busca de melhor aplicação dos recursos públicos na educação converte-se em necessidade 
urgente, quando se considera a relação entre a escolarização e a melhora de renda da população e passa, 
necessariamente, pela questão do financiamento na educação.
O conceito de financiamento é abrangente, pois envolve todos os gastos realizados pelo setor público e “parte 
financiada pelo setor privado mediante os gastos realizados pelas famílias e indivíduos, associações, entidades 
privadas� e empresas privadas” (CASTRO, 2001, p.11). 
No Brasil, a estrutura de financiamento da educação está definida na Constituição Federal de 1988, que 
estabeleceu, explicitamente, que a educação é um direito social e está sob a responsabilidade da família e do 
estado. Sendo que a responsabilidade pelo ensino público está assim dividida: 
• Ensino fundamental cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 
• Ensino médio cabe aos Estados e ao Distrito Federal; 
• Ensino superior, técnico e tecnológico cabe à União e aos Estados. 
Em 1996, por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96, atribuiu-se a responsabilidade 
pela manutenção e expansão do ensino à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios.
As principais fontes públicas de recursos ² para a educação brasileira são provenientes das seguintes esferas: 
arrecadados e utilizados pelo Estado para a sua manutenção administrativa e para a implemen-
tação das políticas públicas econômicas e sociais. 
20 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Recursos provenientes da União
• recursos oriundos das receitas de impostos federais (18% da arrecadação tributária, Art. 212 da 
Constituição Federal); 
• recursos provenientes do salário-educação (alíquota de 2,5% da folha de salário-contribuição 
devido pelas empresas comerciais e industriais e 0,8% sobre o valor comercial dos produtos das 
empresas agrícolas);
• operações de crédito;
• renda líquida da loteria federal e
• renda de órgãos autônomos.
Recursos provenientes dos Estados
• recursos orçamentários ordinários advindos da receita tributária estadual (25% da arrecadação 
dos impostos estaduais, Art. 212 da Constituição Federal); 
• Fundo de Participação dos Estados (FPE), resultante da transferência de recursos federais 
(25%); 
• recursos provenientes da quota-parte do salário-educação (2/3 do total arrecadado no Estado); 
• recursos de diversas fontes transferidos aos Estados, destacando-se os provenientes da quota 
de salário-educação e
• operações de crédito.
Recursos provenientes dos Municípios
• recursos orçamentários ordinários provenientes da receita tributária municipal (25% da 
arrecadação dos impostos municipais, Art. 212 da Constituição Federal); 
• Fundo de Participação dos Municípios (FPM), resultante da transferência de recursos federais 
(25%) e
• recursos de diversas fontes transferidos aos municípios, destacando-se os provenientes da 
quota do salário-educação estadual e federal.
21POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
A Constituição Federal determina que a União deva aplicar pelo menos 18% de sua receita líquida de impostos 
(excluídas as transferências) na manutenção e desenvolvimento do ensino. Os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, também por determinação constitucional, devem aplicar pelo menos 25% de suas receitas 
líquidas de impostos com a mesma finalidade, conforme o quadro acima. A Constituição prevê ainda o salário 
educação como fonte adicional de financiamento do ensino fundamental. 
____________________________________________________________
² Fonte: Constituição Federal, LDB n. 9394/96 e outras leis extraordinárias
Observa-se, na estrutura de financiamento acima, que a maior parcela de recursos para o financiamento da 
educação é proveniente do aparato fiscal com vinculação direta de impostos.
No sentido de análise das vinculações dos impostos, para arrecadação de receitas para a educação, essas 
medidas são entendidas como positivas, considerando-se a disponibilidade de recursos para o cumprimento 
das políticas educacionais.
O artigo 212 da Constituição Federal previa o investimento de 50% das verbas vinculadas à educação, 
conforme acima mencionadas, na erradicação do analfabetismo e na universalização do ensino fundamental, 
por um período de dez anos. Este dispositivo constitucional nunca foi cumprido pela União, talvez pela 
compreensão do Governo Federal de que os 50% vinculados ao combate do analfabetismo e à manutenção 
e desenvolvimento do ensino deveriam considerar as três esferas (União, Estados e Municípios), conforme 
entendimento expresso no artigo 212. Dessa maneira, a União percebeu que não necessitava aplicar o 
percentual obrigatório, considerando que o valor investido pelos estados e municípios já era suficiente para 
atender a demanda legal.
II - SÍNTESE DO MÓDULO
Neste módulo, conhecemos um pouco sobre financiamento da educação brasileira e as fontes de recursos 
dos entes da federação. Conhecemos um pouco sobre legislação que normatiza o financiamento educacional 
brasileiro. 
III - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA
ABRAHÃO, Jorge. Financiamento gasto público da Educação Básica no Brasil e comparações com alguns 
países da OCEDE e América Latina. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 92, p. 841-858, Especial. Out. 2005. 
Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>.
Esse artigo aborda o financiamento e o gasto público voltados para a educação básica no Brasil e de alguns 
países da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da América Latina, de 
forma a se ter um quadro comparativo. Para isso, mostram-se a atual estrutura de financiamento da educação 
brasileira e seus principais problemas e os dados do gasto público na área de educação no período de 1995 a 
2002. Além disso, apresentam-se dados e indicadores de financiamento e gasto público na área de educação 
para o Brasil em comparação com alguns países que participam da OCDE e da América Latina.
http://www.cedes.unicamp.br
22POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
IV - REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, Jorge. Financiamento gasto público da Educação Básica no Brasil e comparações com alguns 
países da OCEDE e América Latina. Educ.Soc., Campinas, v. 26, n. 92, p. 841-858, Especial - Out. 2005. 
Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 20 dez. 2012.
_______. Financiamento e gasto público na educação básica no Brasil: 1995-2005. Educ. Soc., Campinas, v. 
28, n. 100 - Especial, p. 857-876, out. 2007 857. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 
20 dez. 2012.
AFONSO, J. A. Políticas educativas e avaliação educacional. Portugal: Universidade do Minho, 1998. In: 
MARTINS, Ângela Maria Martins. A descentralização como eixo das reformas do ensino: uma discussão da 
literatura. Revista Educação & Sociedade, ano XXII, n. 77, Dez. 2001.
AZEVEDO. José Maria. Avaliação das Escolas: Fundamentar Modelos e Operacionalizar Processos. Lisboa: 
Editora Asa 2005. 
BRACHO, Teresa. El Banco Mundial frente al problema educativo: um análisis de sus documentos de 
política sectorial. México. Centro de Investigación y docência Econômicas – CIDE. 1992. Campinas: Autores 
Associados, 1997. (Polêmicas do Nosso Tempo).
CASTRO, Claudio M.; CARNOY, Martín (Org.). Como anda a reforma da educação na América Latina? 
Tradução de Luiz Alberto Monjardim e Maria Lucia Leão Velloso de Magalhães. Rio de Janeiro: Fundação 
Getúlio Vargas, 1997.
CASTRO, Jorge Abrahão. Financiamento da Educação no Brasil. In: Em aberto. Financiamento da Educação 
no Brasil. Brasília, v. 18, n. 74, p.1-164, dez. 2019.
CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: Avanços e novos desa-
fios. São Paulo, Perspec., v. 23, n. 1, p. 5-18, jan./jun. 2015.
DAVIES, Nicolas. Política fiscal golpeia política educacional. Contexto e Educação. Ano 13, n. 50, Abr./Jun. 
1998. p. 72-85.
HELENE, Otaviano. Quatro problemas nacionais brasileiros. In: ______. Universidade e Sociedade. Ano IV, 
n. 6, Jul. 2018.
LIMA, L. C.; AFONSO A. J. A emergência de políticas de racionalização, de avaliação e controle da qualidade 
na reforma educativa de Portugal. Educação e Sociedade, Campinas, v. 14, n. 44, Abr. 1994.
MARTINS, Ângela Maria. A descentralização como eixo das reformas do ensino: uma discussão da literatura. 
Educação & Sociedade, ano XXII, n. 77, Dez. 2001. 
MELCHIOR, J. C. de A. Mudanças no financiamento da educação no Brasil. Campinas: Autores Associa-
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______. Impasses e alternativas do financiamento das políticas públicas de educação. In: ______. Coletânea 
CBE – Estado e educação. Campinas: Papirus; Cedes, São Paulo: Ande; Anped, 1992.
MONLEVADE, João. Educação pública no Brasil: contos & de$conto$. Ceilândia: Idea Editora, 1997.
23POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
DOCUMENTOS
BANCO MUNDIAL. El financiamiento de la educación en los países en desarrollo – opciones de política. 
Washington. 1986.
______. Prioridades y estrategias para la educación. Washington. D. C. capítulo 3 El financiamiento pú-
blico como médio de lograr la eficiência y la equidad p. 59 – 79. 2006.
_______. Prioridades y estrategias para la educación. Washington. 2006.
 _______. Mudança educacional na América Latina e no Caribe. Washington. 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 18 ed., atualizada e ampliada. São Paulo: 
Saraiva, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei no. 9.394, de 20.12.1996, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Brasília, DF, 1996.
_______. Emenda Constitucional 14/96, de 12/09/96 – Diário Oficial da União - 13/09/96. Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Balanço do FUNDEF – 1998 – 2000. Brasília, 2000.
______. Lei n. 9424 – 24 de Dez. de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do En-
sino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60, & 7o., do Ato das Disposições 
Constituiuconais Transitórias, e da outras providências. Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação – proposta do Executivo ao Congresso 
Nacional. Brasília: MEC/INEP, 1998.
24 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
MÓDULO II – FUNDEF E PARTICIPAÇÃO NO DESENVOLVIM-
ENTO DA EDUCAÇÃO NOS ANOS 2000
Conteúdos básicos do módulo II
2.1 O Fundeb e o desenvolvimento esperado na educação brasileira
2.2 Financiamento da Educação e Controle Social
Objetivos do módulo II
Ao final do estudo e da disciplina PGE – II, módulo II, esperamos que você possa:
• entender a diferença entre o Fundef e o Fundeb, bem como sua concepção e 
• compreender como se dá a repartição de competências e o ato regulador e de controle social por meio 
do Estado em relação ao financiamento da educação. 
SUMÁRIO SEMANAL
25POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
I – TEXTO BÁSICO
FIGURA 2 – Fundef e participação no desenvolvimento da educação nos anos 2000
FONTE - http://freethumbs.dreamstime.com/8/big/free_83605.jpg
a educação tem sujeito e objeto distintos do direito individual e social à 
educação, e por isso é protegida diretamente como realidade social. Esta 
proteção, é certo, expande-se indiretamente para a proteção daqueles direitos 
fundamentais (RANIERI, 2000, p. 21).
Com base no texto abaixo responda: quais as principais diferenças entre o Fundef e o 
Fundeb? 
26 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Com a preocupação de dar destaque a medidas que atendessem o ensino fundamental e de se posicionar 
como articulador das políticas educacionais, a partir da segunda metade da década de 1990, o MEC 
encaminha e consegue a aprovação da Emenda 14/96, que cria o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento 
do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef). 
A legislação que criou o Fundef – Emenda Constitucional n. 14, Lei n. 9.424/96 e Decreto n. 2.264/97 – 
redistribui recursos e responsabilidades entre os Estados e seus Municípios, determinando que:
• pelo prazo de 10 anos, os Estados e Municípios devem aplicar, no mínimo, 15% das suas receitas, 
inclusive as provenientes de transferências intergovernamentais, exclusivamente na manutenção e 
desenvolvimento do ensino fundamental; 
• os recursos que compõem o Fundef sejam redistribuídos entre cada Estado e seus Municípios de 
acordo com o número de alunos matriculados nas respectivas escolas estaduais e municipais do 
ensino fundamental; no mínimo, 60% desses recursos devem ser utilizados exclusivamente no 
pagamento da remuneração dos profissionais do magistério em efetivo exercício; 
• deverá ser fixado, a cada ano, um valor mínimo nacional por aluno, levando-se em conta a previsão 
de receita total para o Fundo e a matrícula total do ensino fundamental e 
• Governo federal deve complementar o recurso do Fundo sempre que, no âmbito de cada Estado, seu 
valor anual por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente.
Os recursos que compõem o Fundef são provenientes de 15% das seguintes fontes principais 
de receitas dos Estados e Municípios: 
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); 
• Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios (FPE e FPM); 
• Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações (IPIexp) e
• ressarcimento pela Desoneração de Exportações de que trata a Lei Complementar n. 87/96 (Lei 
Kandir).
A utilização dos recursos do Fundo pelas redes estaduais ou municipais deve se dar de modo 
que sejam atendidas as seguintes exigências: 
• no mínimo, 60% dos recursos devem ser destinados à remuneração de profissionais do magistério em 
efetivo exercício no ensino fundamental das respectivas redes de ensino, sendo, entretanto, permitida 
a utilização de parte desses recursos na capacitação (habilitação) de professores leigos, até o ano de 
2001; 
• os 40% restantes devem ser aplicados em outras ações de manutenção e desenvolvimento do ensino 
fundamental, como a construção, ampliação, conclusão ou reforma de escolas; 
• a capacitação de professores e
• a aquisição de material didático/escolar e de equipamentos e serviços diversos.
Assim, fica reafirmada a necessidade de, de fato, os Estados e Municípios vincularem os 25% constitucionais 
para a Educação e 60% desse percentual, à partir de 1998, sejam destinados ao ensinofundamental. Além 
disso, salienta que é de competência dos Estados, Distrito Federal e municípios a responsabilidade de assumir 
todas as despesas e recursos necessários à formação do Fundef. Procedemos a um resumo exemplificativo 
abaixo:
27POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
QUADRO 1
Financiamento do ensino fundamental: Constituição Federal – Emenda n. 14
Fonte: Constituição Federal e legislação complementar. Elaboração própria
Portanto, a Lei n. 9.424/96, de âmbito federal, editada em 24 de dezembro de 1996, regulamentou a vigência, 
composição e aplicação dos recursos, acompanhamento e controle do Fundef. Segundo Melchior (1997, p. 
28), 
O fundo intensifica processo de correção das desigualdades porque a União 
complementará os Fundos que não atingirem o mínimo per capita por aluno, 
estipulado nacionalmente. E a tendência geral será a de favorecer Estados e 
Municípios das regiões mais pobres do País. Mas a principal medida do Fundo 
é a de subvincular 60% dos seus recursos para os salários dos professores. Sem 
salário não há trabalho digno e de qualidade. 
De 1993 a 1999, segundo o IPEA, o MEC teve seus gastos com a educação aumentados devido a dois fatores: o 
primeiro se refere ao fato de que os gastos com a Alimentação Escolar passam a ser incorporados no programa 
28 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
de ensino fundamental realocando os recursos que antes estavam na saúde; o segundo se refere às verbas que 
estão destinadas ao Fundef. De acordo com o MEC,
a participação dos municípios no volume total de recursos do FUNDEF passa 
de 38% em 1998 para 45% em 2000. No primeiro ano, 49% dos municípios 
brasileiros obtiveram ganhos de receita, proporção que deverá alcançar neste 
ano 62%. Com isso o dispêndio por aluno/ano, por exemplo, no conjunto das 
municipalidades do Nordeste, deverá registrar cerca de 108% de aumento em 
relação ao que poderia ser dispendido sem o FUNDEF. Na região Norte esse 
ganho deverá ser de 90%. Mesmo na região Sudeste, onde se registrou pequena 
queda nos anos de 1998 e 1999, neste ano espera-se um aumento de cerca de 
20%, em razão do acentuado movimento de municipalização das redes escolares 
(MEC, 2000, p. 112). 
Para o MEC, só os recursos do FUNDEF, para o ano de 2000, poderiam chegar a aproximadamente 32% do 
ganho líquido do Fundo de Participação dos Municípios. 
Em substituição ao Fundef, foi criado o Fundeb pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela 
Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/2007, com vigência estabelecida para o período 2007-2020. 
Assim a subvinculação das receitas dos impostos e transferências dos estados, Distrito Federal e municípios 
passaram de 18% para 20% (vinte por cento) e sua utilização foi ampliada para toda a educação básica por 
meio do Fundeb, que passou a promover a distribuição dos recursos com base no número de alunos da edu-
cação básica informado no Censo Escolar do ano anterior, sendo computados os estudantes matriculados nos 
respectivos âmbitos de atuação prioritária (§§ 2º e 3º do art. 211 da Constituição Federal). Ou seja, os Mu-
nicípios passaram a receber os recursos do Fundeb com base no número de alunos da educação infantil e do 
ensino fundamental e os Estados com base nos alunos do ensino fundamental e médio, conforme se depreende 
do Quadro 4 abaixo:
29POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Essa análise carece de aprofundamento, pois o PIB do Brasil representa, em média, US$ 700 bilhões. 
Estima-se que o dos EUA seja US$ 5,7 trilhões e o da França, US$ 1,1 trilhões. Outros aspectos precisam ser 
considerados, tais como o percentual de população americana que conclui o 2º Grau que está em torno de 88%, 
o da França, 97%, e o do Brasil, 15%. Além disso, a França tem uma população de 57 milhões de habitantes, 
dos quais 14 milhões entre 0 e 14 anos; já o Brasil tem uma população de 152 milhões, dos quais 49 milhões 
na faixa de 0 a 14 anos. 
Comparando a situação do Brasil e da França, podemos concluir que aqui aplicamos menos recursos financeiros 
para mais do triplo de população. 
2.1 O Fundeb e o desenvolvimento esperado na educação brasileira 
Como elementos importantes, a lei traz a participação de cada nível de educação, subdivido em vários grupos, 
a criação da CIFEBQ – Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade, 
além da forma de distribuição e acompanhamento dos recursos do Fundeb. 
Os recursos recolhidos pelo Fundeb terão de contemplar as seguintes etapas e modalidades da educação básica: 
1. creche;
2. pré-escola;
3. séries iniciais do ensino fundamental urbano;
4. séries iniciais do ensino fundamental rural;
5. séries finais do ensino fundamental urbano;
6. séries finais do ensino fundamental rural;
7. ensino fundamental em tempo integral;
8. ensino médio urbano;
9. ensino médio rural;
Esses dados podem ser vistos como indicadores de prioridades macroeconômicas, pois se comparados com 
outros gastos do governo, podemos constatar que o Governo está investindo menos na educação que em 
décadas anteriores, apesar do discurso federal afirmar que os investimentos no setor educacional são crescentes 
se comparado com outros países.
30 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
10. ensino médio em tempo integral;
11. ensino médio integrado à educação profissional;
12. educação especial;
13. educação indígena e quilombola;
14. educação de jovens e adultos com avaliação no processo e 
15. educação de jovens e adultos integrada à educação profissional de nível médio, com avaliação no 
processo.
O avanço na aprovação do FUNDEB em 2020 foi positivo pois previu um crescente aumento até 2026, no 
entanto, se destaca negativamente o valor baixo por aluno, bem como o afastamento gradual dos recursos da 
união no tocante ao total de aportes ficando para os Estados e Municípios arcarem com o aumento gradual 
anual investido na educação. 
Vale reafirmar que a Emenda Constitucional 108 tornou, conforme informado pela “Agência Câmara de 
Também aumenta seu alcance e amplia em 13 pontos percentuais os recursos destinados ao setor pela União. 
Fundeb é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais 
da Educação e foi criado em 2007. 
A emenda aumenta dos atuais 10% para 23% a participação da União no Fundo. Essa participação será elevada 
de forma gradual: em 2021 começará com 12%; passando para 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 
21% em 2025; e 23% em 2026.
Os valores alocados pelo governo federal continuarão a ser distribuídos para os entes federativos que não 
alcançarem o valor anual mínimo aplicado por aluno na educação. Da mesma forma, o fundo continuará rece-
bendo o equivalente a 20% dos impostos municipais e estaduais e das transferências constitucionais de parte
dos tributos federais. Os entes federativos deverão usar os recursos do Fundeb exclusivamente em sua atuação 
prioritária definida na Constituição: os municípios cuidam da educação infantil e do ensino fundamental; e os 
estados, do ensino fundamental e médio. Assim, o dinheiro não poderá ser aplicado, por exemplo, em univer-
sidades, pois o ensino superior é de responsabilidade prioritária do governo federal.
O valor mínimo nacionalmente definido no Fundeb (valor anual por aluno – VAA) é calculado da seguinte 
forma: primeiro é estipulado o montante da complementação da União. O valor mínimo atual é de 10% do 
total dos fundos — a União tem repassado nos últimos anos apenas o valor mínimo.
Esse dinheiro é primeiramente destinado ao fundo de menor valor per capita até que esse valor se iguale ao 
de segundo menor valor; o restante da verba federal é, em seguida, destinado a esses dois fundos até que os 
valores se igualem ao terceiro menor fundo, e assim por diante – até o esgotamento dos recursos.
O VAA para 2020 foi estipulado em R$ 3.643,16. Essa fórmula de cálculo fez com que 9 estados recebessem 
complementação: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí.
A emenda prevê que, dentro da novaparcela da complementação federal, 15% desse dinheiro seja destinado 
para despesas de capital - para investimentos em infraestrutura, melhoria de equipamentos e instalações - e não 
somente gasto com despesas correntes.
Parte dos recursos deverá ser destinada a investimentos em infraestrutura, melhoria de equipamentos e in-
stalações, pois segundo dados do Censo Escolar 2018, 12% das escolas da rede pública não têm banheiro no 
prédio; 33% não têm internet; 31% não têm abastecimento de água potável; 58% não têm coleta e tratamento 
de esgoto; 68% não têm bibliotecas; e 67% não possuem quadra de esportes.
Desta feita, o Custo Aluno-Qualidade (CAQ), constante no Plano Nacional de Educação, será considerado 
como parâmetro para o padrão mínimo de qualidade do ensino.
Ainda dentro da nova parcela de complementação de recursos da União, no mínimo outros 70% serão des-
tinados ao pagamento de salários dos profissionais da educação. Atualmente esse piso é de 60% e beneficia 
apenas professores.
A emenda prevê ainda que os entes federados, uma vez recebida a complementação da União, devam redis-
31POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
2.2 Do Financiamento
A cesta de recursos do Fundeb é composta de 20% das receitas provenientes das seguintes fontes, as quais 
foram mantidas pela emenda: Fundo de Participação dos Estados (FPE); Fundo de Participação dos Municípios 
(FPM); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre Produtos Industrializados, 
proporcional às exportações (IPIexp); Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD); Imposto 
sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); e cota-parte de 50% do Imposto Territorial Rural (ITR) 
devida aos municípios.
Ficam de fora do fundo 5% dos referidos impostos e transferências, embora continuem vinculados à educação, 
além de 25% dos impostos municipais próprios (Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre 
Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto sobre Serviços (ISS), bem como o Imposto de Renda retido 
na fonte de servidores públicos estaduais e municipais.
A estrutura e as fontes de financiamento do Brasil buscam garantir os percentuais mínimos da receita para 
manutenção e desenvolvimento do ensino, 18% da receita da União e 25% da receita dos estados, Distrito 
Federal e municípios.
A Constituição Federal deu uma forma de financiamento adequado para a construção do sistema nacional 
articulado de educação, cujos objetivos são de alcance das metas contidas em planos nacionais de educação 
(PNE). 
No entanto, se percebe a necessidade de aumentar o montante estatal de recursos investidos na educação, além 
de solucionar o desequilíbrio regional por meio de reforma tributária pautada pela justiça social e o equilíbrio 
regional, bem como a garantia de recursos financeiros para a efetivação de direitos sociais e distribuição de 
renda e ainda de efetivar políticas de renúncia e guerra fiscal que têm prejudicado o financiamento público da 
educação. 
O financiamento à educação deve tomar como referência o mecanismo do custo- aluno qualidade (CAQ), o 
que, por sua vez, exige amplo debate:
• o número de alunos por turma
• remuneração adequada
• formação continuada aos profissionais da educação
tribuir os recursos entre suas unidades de ensino, para diminuir desigualdades no âmbito de uma mesma rede 
de ensino.
A emenda também prevê que os estados aprovem legislação, no prazo de dois anos a partir de sua promul-
gação, para distribuir entre os municípios parte dos recursos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços (ICMS) com base em indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da 
equidade.
Atualmente os estados repassam parte do ICMS arrecadado (25%) às cidades. A emenda diminui o total repas-
sado proporcionalmente às operações realizadas no território de cada município e aumenta o mesmo tanto no 
repasse que nova lei estadual deverá vincular às melhorias na educação.
A emenda altera ainda o artigo da Constituição que define os princípios do ensino, incluindo a garantia do 
direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. Também foram incluídos os termos “a qualidade e a 
equidade” como metas a serem perseguidas pelos sistemas de ensino, atuando em regime de colaboração.
32 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Notadamente o financiamento da educação envolve os processos de gestão, acompanhamento, controle 
e fiscalização dos recursos e ainda a necessidade de trazer de volta a reflexão sobre a necessidade de sua 
vinculação ao produto interno bruto (PIB). 
Por outro lado, a política de financiamento da educação básica, nos termos de um sistema nacional articulado 
de educação, deve amparar-se na definição de um CAQ e, ainda, considerar de fato o regime de colaboração 
entre os sistemas de ensino conforme previsto na Constituição Federal e na LDB n. 9394/1996, o que não pode 
prescindir das seguintes ações: 
1. regulamentar o regime de colaboração entre os entes federados; 
2. fortalecer a cultura do relacionamento entre o Conselho Nacional de Educação, os conselhos 
estaduais e municipais de educação;
3. ampliar o investimento em educação pública em relação ao PIB, na proporção de 1% ao ano, 
de forma a atingir, no mínimo, 7 % do PIB até 2011 e, no mínimo, 10% do PIB até 2014;
4. definir e aperfeiçoar os mecanismos de acompanhamento, fiscalização e avaliação da sociedade;
5. ampliar o atendimento dos programas de renda mínima associados à educação, a fim de garantir 
o acesso e a permanência na escola a toda população;
6. estabelecer política nacional de gestão educacional; 
7. elaborar e implementar com planos estaduais e municipais de educação; e articular a construção 
de projetos político-pedagógico escolares, sintonizados com a realidade e as necessidades locais;
8. promover a autonomia das escolas, bem como o aprimoramento dos processos de gestão, para 
a melhoria de suas ações pedagógicas;
9. criar instrumentos que promovam a transparência na utilização dos recursos públicos; 
10. estabelecer mecanismos democráticos de gestão; 
11. definir financiamento, em regime de colaboração, para políticas e estratégias de solução dos 
problemas do transporte escolar; 
• condições de trabalho aos professores e funcionários
• materiais necessários à aprendizagem dos estudantes (salas de informática, biblioteca, salas de 
ciência etc.) 
33POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
12. orientar os conselhos municipais de educação para que se tornem órgãos normatizadores do 
ensino público municipal e das instituições privadas de educação infantil, no contexto do SNE; 
Entendemos que para se avançar na consolidação de políticas de financiamento, faz-se necessário desvincular 
os recursos destinados à educação de qualquer nível de contingenciamento e, ainda, a revogação de imediato, 
a DRU para todas as áreas sociais, por um lado, e, por outro, a busca da garantia do aumento dos recursos 
da educação de 18% para, no mínimo, 20% (da União) e de 25% para, no mínimo, 30% (de estados, DF e 
municípios), bem como a efetiva a responsabilização administrativa e fiscal dos gestores públicos que não 
executem a integralidade dos recursos orçamentários destinados à educação e a perda do mandato nos termos 
da legislação em vigor (Lei 101 C).
Também é preciso a retirada urgente de despesas com aposentadorias e pensões da conta dos recursos 
vinculados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino da União, estados, DF e municípios, garantindo a 
paridade entre aposentados e ativos. 
Na verdade, o avanço ocorreu, conforme já afirmamos anteriormente, com a implementação do Fundeb e 
trouxe, apesar das críticas acima, duas vantagens: 1) aumentou substancialmente o compromisso da União 
com a educação básica, ampliando o aporte, a título de complementação, de cerca de R$ 500 milhões (média 
no Fundef) para cerca de R$ 5 bilhões de investimento ao ano e, ainda, 2) instituiu um único fundo para toda 
a educação básica e não apenas para o ensino fundamental.Vale salientar também que o Fundeb trouxe três inovações e foram incorporadas ao financiamento da educação 
básica: 1) diferenciação dos coeficientes de remuneração das matrículas não se dá apenas por etapa e modalidade 
da educação básica, mas também pela extensão do turno: a escola de tempo integral recebe 25% a mais por 
aluno matriculado; 2) a creche conveniada foi contemplada para efeito de repartição dos recursos do fundo e 
3) a atenção à educação infantil é complementada pelo ProInfância, programa que financia a expansão da rede 
física de atendimento da educação infantil pública. 
Precisamos entender também que o Fundeb por si só não é suficiente para garantir a universalização da oferta 
de vagas na educação básica e tampouco a permanência do aluno na escola até a conclusão do ensino médio 
com qualidade, o que exige a aplicação de recursos financeiros na educação básica para além desse fundo. 
34 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
Prezado(a) aluno(a),
você que realizou um breve estudo sobre o Fundef e o Fundeb pode perceber as diferenças 
entre cada um dos programas, portanto você deve identificar quais as principais diferenças 
entre o Fundef e o Fundeb. (10 pontos)
II - SÍNTESE DO MÓDULO
Prezado(a) aluno(a),
Neste módulo, entendemos um pouco sobre o Fundef e também que o Fundeb e foi possível compreender 
a importância desses programas para garantir a universalização da oferta de vagas na educação básica e 
contribuir para a permanência do aluno na escola o mais tempo possível. 
III - BIBLIOGRAFIA ADICIONAL COMENTADA
Perfil do financiamento e da expansão do setor público e privado da educação superior brasileira pós-
LDB, de Vera Lúcia Jacob Chaves, disponível em: <http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/
trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0534.pdf> 
O artigo analisa o perfil do financiamento da expansão do ensino superior, visando discutir a parceria público-
privada a partir da aprovação da LDB de 1996. O estudo evidencia por outro lado a política de expansão do 
setor privado por meio de incentivos governamentais, especialmente nos programas Prouni e Fies. 
35POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
IV - REFERÊNCIAS
ABRAHÃO, Jorge. Financiamento gasto público da Educação Básica no Brasil e comparações com alguns 
países da OCEDE e América Latina. Educ. Soc., Campinas, v. 26, n. 92, p. 841-858, Especial - Out. 2005. 
Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 20 dez. 2012.
_______. Financiamento e gasto público na educação básica no Brasil: 1995-2005. Educ. Soc., Campinas, v. 
28, n. 100 - Especial, p. 857-876, out. 2007 857. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 
20 dez. 2012.
AFONSO, J. A. Políticas educativas e avaliação educacional. Portugal: Universidade do Minho, 1998. In: 
MARTINS, Ângela Maria Martins. A descentralização como eixo das reformas do ensino: uma discussão da 
literatura. Revista Educação & Sociedade, ano XXII, n. 77, Dez. 2001.
AZEVEDO. José Maria. Avaliação das Escolas: Fundamentar Modelos e Operacionalizar Processos. Lisboa: 
Editora Asa 2005. 
BRACHO, Teresa. El Banco Mundial frente al problema educativo: um análisis de sus documentos de 
política sectorial. México. Centro de Investigación y docência Econômicas – CIDE. 1992. Campinas: Autores 
Associados, 1997. (Polêmicas do Nosso Tempo).
CASTRO, Claudio M.; CARNOY, Martín (Org.). Como anda a reforma da educação na América Latina? 
Tradução de Luiz Alberto Monjardim e Maria Lucia Leão Velloso de Magalhães. Rio de Janeiro: Fundação 
Getúlio Vargas, 1997.
CASTRO, Jorge Abrahão. Financiamento da Educação no Brasil. In: Em aberto. Financiamento da Educação 
no Brasil. Brasília, v. 18, n. 74, p.1-164, dez. 2001.
CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Sistemas de avaliação da educação no Brasil: Avanços e novos desa-
fios. São Paulo, Perspec., v. 23, n. 1, p. 5-18, jan./jun. 2009.
DAVIES, Nicolas. Política fiscal golpeia política educacional. Contexto e Educação. Ano 13, n. 50, Abr./Jun. 
1998. p. 72-85.
HELENE, Otaviano. Quatro problemas nacionais brasileiros. In: _______ Universidade e Sociedade. Ano 
IV, n. 6, Julho, 2006.
LIMA, L. C.; AFONSO A. J. A emergência de políticas de racionalização, de avaliação e controle da qualidade 
na reforma educativa de Portugal. Educação e Sociedade, Campinas, v. 14, n. 44, Abr. 1994.
MARTINS, Ângela Maria. A descentralização como eixo das reformas do ensino: uma discussão da literatura. 
Educação & Sociedade, ano XXII, n. 77, Dez. 2001. 
MELCHIOR, J. C. de A. Mudanças no financiamento da educação no Brasil. Campinas: Autores Associa-
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______. Impasses e alternativas do financiamento das políticas públicas de educação. In: ______. Coletânea 
CBE – Estado e educação. Campinas: Papirus; Cedes, São Paulo: Ande; Anped, 1992.
MONLEVADE, João. Educação pública no Brasil: contos & de$conto$. Ceilândia: Idea Editora, 1997.
RANIERI, Nina Beatriz. Educação superior, direito e estado: na Lei de Diretrizes e Bases (Lei n. 9.394/96). 
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DOCUMENTOS
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Washington. 1986.
______. Prioridades y estrategias para la educación. Washington. D. C. capítulo 3 El financiamiento pú-
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blico como médio de lograr la eficiência y la equidad p. 59 – 79. 2006.
_______. Prioridades y estrategias para la educación. Washington. 2006.
_______. Mudança educacional na América Latina e no Caribe. Washington. 2000.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 18 ed., atualizada e ampliada. São Paulo: Sa-
raiva, 1998. 
BRASIL. Ministério da Educação. Lei no. 9.394, de 20.12.1996, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Brasília, DF, 1996.
_______. Emenda Constitucional 14/96, de 12/09/96 – Diário Oficial da União - 13/09/96. Brasília, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Balanço do FUNDEF – 1998 – 2000. Brasília, 2000.
______. Lei n. 9424 – 24 de Dez. de 1996. Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do En-
sino Fundamental e de Valorização do Magistério, na forma prevista no art. 60, & 7o., do Ato das Disposições 
Constituiuconais Transitórias, e da outras providências. Brasília, DF, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação – proposta do Executivo ao Congresso 
Nacional. Brasília: MEC/INEP, 1998.
37POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
MÓDULO III – Avaliação do sistema educacional brasileiro: mudança 
da cultura avaliativa da escola pública
Conteúdos básicos do módulo III
3.1 Avaliações da educação básica
3.2 Eficiência do sistema escolar
3.3 A cultura da avaliação e a sociedade
Objetivos do módulo III
Ao final do estudo e da disciplina PGE – II, módulo 3, esperamos que você, possa:
• conhecer os conceitos de avaliação sistêmica e suas aplicações e
• entender o sentido da aplicação na educação brasileira e o mecanismo de controle social por 
meio do Estado. 
SUMÁRIO SEMANAL
38 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
I – TEXTO BÁSICO
FIGURA 3 – Avaliação do sistema educacional brasileiro: mudança da cultura avaliativa da escola pública
FONTE – http://s3.amazonaws.com/estock/fspid11/11/08/34/5/turkey-istanbul-school-1108345-h.jpg
A discussão dos problemas da educação básica no Brasil tem sido marcada, 
nos últimos anos, pela divulgação mais ampla de informações produzidas 
pelo sistema de avaliação externa, em larga escala, centralizada e com foco no 
rendimento do aluno e no desempenho dos sistemas de ensino. As avaliações 
dos desempenhos de aprendizagem em Lingua Portuguesa e em Matemática 
dos estudantes do sistema público de educação básica, nos segmentos do ensino 
fundamental e do ensino médio, e seus resultados insatisfatórios ao longo de 
mais de dez anos, alimentam polêmicas em diferentes espaços e, sobretudo 
na mídia, acerca das políticas públicas e da gestão educacional. Essa situação 
assume contornos diferentes quando compreendemos como a avaliação se 
inseriuhistoricamente na gestão do sistema educacional brasileiro (COELHO, 
2008, p.1)
Conceitue a avaliação sistêmica e apresente suas principais aplicações na política educacional. 
http://s3.amazonaws.com/estock/fspid11/11/08/34/5/turkey-istanbul-school-1108345-h.jpg
39POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
No Brasil os primeiros esforços em torno da avaliação educacional são localizados por Saul (2001ab), Gatti 
(2002), Vianna (2002) e Dias Sobrinho (2003), a partir dos anos 1960.
Nesse período, de acordo com Sousa (2005), ao analisar estudos divulgados na época, o significado atribuído 
à expressão avaliação educacional era de forma dominante de seleção e medida educacional: o uso de testes 
educacionais de modo mais generalizado se deu no Brasil a partir de meados da década de 1960. Seu emprego 
em nosso meio está muito associado a exames vestibulares, por meio dos quais esta maneira de avaliar 
conseguiu ampla divulgação. É, também, neste período, que uma perspectiva mais tecnicista e economicista 
começa a dominar na área educacional, principiando a proliferação de textos mais específicos sobre medidas 
educacionais, nos quais se discutem as técnicas de elaboração das chamadas questões e provas objetivas e as 
questões estatísticas envolvidas na teoria das medidas (GATTI, 1987, p.34).
Saul (2001ab) também demarca os anos de 1960 para referir-se a trajetória da avaliação educacional no Brasil 
e indicar que esta foi fortemente influenciada pela produção norte-americana.
A influência apontada por Saul (2001ab) é constatada por Vianna (1995; 2002) ao registrar os esforços de 
algumas experiências de programas de avaliação na década de 1960 e 1970 em proceder segundo princípios 
metodológicos com base em fontes norte-americanas (FUNBEC, EDURURAL).
No meio acadêmico brasileiro, são as ideias de Tyler que receberão importante atenção, pois é a obra Princípios 
Básicos do Currículo e Ensino que chegou a ter nove edições no período de 1974 a 1984. 
Deve-se levar em conta que a perspectiva tyleriana de avaliação, ainda que tenha permitido um avanço na 
fundamentação teórica do campo, como por exemplo, a introdução de vários procedimentos de avaliação 
(inventários, escalas, listas de registro, questionários, fichas de registro), carrega consigo uma concepção 
positivista de avaliação. 
Depois dos anos 1973, os problemas da avaliação passaram a merecer um enfoque teórico mais aprofundado 
(VIANNA, 1992; SAUL 2001a; SOUSA, 2005), período em que as produções se direcionam para a avaliação 
programas educacionais.
Do início dos anos de 1980 são os estudos de Saul (2001) que contribuem, a partir de sua pesquisa, para 
sua tese de doutoramento para a construção de um novo paradigma para a avaliação, a chamada avaliação 
emancipatória.
O novo paradigma proposto pela autora (SAUL, 2001) surge como reação aos pressupostos teórico-
metodológicos e ao autoritarismo dos modelos clássicos de avaliação educacional, em particular de 
currículo, pois trata-se de uma proposta de caráter político-pedagógico, que incorpora uma perspectiva 
crítico-transformadora da realidade educacional como fundamento e uma prática democrática como 
processo.
É nessa mesma perspectiva que Pedro Demo (2005) irá centrar seus estudos, pois para ele a avaliação 
qualitativa pretende ultrapassar a avaliação quantitativa, porém sem dispensar esta. Entende que, no 
espaço educativo, os processos são mais relevantes que os produtos, não fazendo jus à realidade, se reduzida 
apenas às manifestações empiricamente mensuráveis.
Nos anos 1980, ainda, assistirão a criação de alguns programas de avaliação que se tornaram alvo das 
pesquisas científicas, surgindo conhecimentos específicos a partir de processos decorrentes da implantaçãode 
educacionais:
• Avaliação do rendimento de alunos de escolas de 1º grau da rede pública em todo o país;
• O projeto de avaliação sobre o desempenho escolar de alunos da 3ª série do ensino médio;
• O Programa de Avaliação da Reforma Universitária (PARU);
40 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
• O Grupo de Estudos da Reforma da Educação Superior (GERES)
Ainda no que tange a avaliação como mecanismo de ação de governo, nos anos 1990, a avaliação terá papel 
central na formulação e implementação das políticas educacionais, tanto no nível básico quanto no superior, 
para tanto serão criados:
• O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), em 1990; 
• O Programa da Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB), em 1993;
• O Exame Nacional dos Cursos (ENC), em 1995; 
• O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 1998.
De acordo com o Banco Mundial (2006) destaca-se a consolidação das avaliações educacionais no Brasil e 
cita como um grande avanço a criação, em 2005, do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). 
O indicador atribui notas, em uma escala de 0 a 10, a cada escola pública do País. “Nenhum outro grande país 
com regime federativo no mundo conseguiu esse feito”, diz o estudo.
O IDEB mede a qualidade do ensino oferecido pelas escolas públicas com base na nota da Prova Brasil e 
dos índices de reprovação. Ele atribui uma nota a cada escola, assim como às redes municipal e estadual, que 
precisam cumprir metas bienais para melhorar seus índices. O relatório destaca que cada segmento do sistema 
educacional brasileiro tem um ponto de referência para medir o grau de aprendizado de seus estudantes estão 
aprendendo e a eficiência da escola ou sistema escolar. 
Segundo o Ministério da Educação no relatório de 2011, 
a Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 
são avaliações para diagnóstico, em larga escala, desenvolvidas pelo Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC). Têm 
o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo sistema educacional 
brasileiro a partir de testes padronizados e questionários socioeconômicos”. 
Nos testes aplicados na quarta e oitava séries (quinto e nono anos) do ensino 
fundamental e na terceira série do ensino médio, os estudantes respondem a 
itens (questões) de língua portuguesa, com foco em leitura, e matemática, com 
foco na resolução de problemas. No questionário socioeconômico, os estudantes 
fornecem informações sobre fatores de contexto que podem estar associados ao 
desempenho (MEC, 2011, p. 7). 
Da mesma forma para composição de dados, os professores e diretores das turmas e escolas avaliadas também 
respondem a questionários que coletam dados demográficos, perfil profissional e de condições de trabalho.
É portanto a partir de informações contidas nos dados do SAEB e da Prova Brasil, que o Ministério da Educação, 
bem como as secretarias estaduais e as municipais de Educação definem “ações voltadas ao aprimoramento 
da qualidade da educação no país e a redução das desigualdades existentes, promovendo, por exemplo, a 
correção de distorções e debilidades identificadas e direcionando seus recursos técnicos e financeiros para 
áreas identificadas como prioritárias”. 
Da mesma forma que os dados contribuem para o conhecimento da realidade social e econômica das escolas, o 
conhecimento obtido pelos alunos traduzidos por médias de desempenho nessas avaliações também subsidiam 
o cálculo do IDEB, ao lado das taxas de aprovação nessas esferas. Nessa linha, 
Uma vez que as metodologias da Prova Brasil e do SAEB são a mesma, elas 
passaram a ser operacionalizadas em conjunto, desde 2007. Como são avaliações 
complementares, uma não implicará a extinção da outra. O aspecto mais relevante 
da Prova Brasil é oferecer a todas as escolas participantes um diagnóstico 
consistente sobre o desempenho de seus alunos, usando a mesma métrica de 
avaliação do SAEB. Os resultados são comparáveis e permitem que a escola 
identifique suas potencialidades e fragilidades em relação ao desempenho de seu 
município, Estado, ou em relação ao país (CASTRO, 2009, p. 11).
Por outro lado, esses dados são fundamentais para consolidar a transparências das ações empreendidas41POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
pelos governos em cumprimento do dever constitucional para com a educação e também justificar os gastos 
investidos no setor. 
3.1 Avaliações da educação básica
No Brasil, em nível federal, o órgão responsável pelo desenvolvimento da avaliação é o Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (INEP), que tem status de autarquia federal vinculada ao 
Ministério da Educação (MEC).
Na verdade, o Ministério da Educação cumpre uma prerrogativa de Lei tanto Constitucional como 
infraconstitucional. O marco legal da avaliação e regulação da Educação no Brasil parte inicialmente da 
Constituição de 1988 às sucessivas Medidas Provisórias, passando pela nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB), 
pelo Plano Nacional de Educação (PNE) e por vários decretos. 
No caso brasileiro, a avaliação sistêmica tem o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de 
políticas públicas para a área educacional a partir de parâmetros de qualidade e equidade, bem como produzir 
informações claras e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e público em geral. 
De acordo com o Ministério da Educação como parte integrante da estrutura organizacional do INEP, a 
Diretoria de Avaliação da Educação Básica (DAEB) tem sob sua responsabilidade as seguintes avaliações:
AVALIAÇÕES, EXAMES E INDICADORES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes)
Tem o objetivo de assegurar o processo nacional de avaliação das Instituições de Educação Superior (IES), dos 
cursos de graduação e do desempenho acadêmico dos estudantes, visando melhoria da qualidade da educação 
superior, orientação da expansão da sua oferta, aumento permanente da sua eficácia institucional, efetividade 
acadêmica e social e promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades sociais das IES. 
Seus instrumentos são:
 • - Avaliação interna (auto-avaliação) Realizada por cada instituição, o 
relatório contém análises qualitativas e ações de caráter administrativo, político, 
pedagógico e técnico-científico. Esses aspectos devem guiar o processo de 
avaliação e identificação dos meios e recursos necessários para a melhoria da 
IES.
• - Avaliação externa (in loco) - Feita por membros externos, pertencentes 
à comunidade acadêmica e científica, reconhecidos pelas suas capacidades em 
áreas específicas e conhecimento sobre instituições e cursos universitários. São 
selecionados e capacitados pelo Inep.
• - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)
Realizado desde 2004, avalia o desempenho dos concluintes dos cursos de 
graduação. O exame é obrigatório e a periodicidade máxima da avaliação é 
trienal para cada área do conhecimento. Avalia o rendimento dos concluintes 
dos cursos de graduação, em relação aos conteúdos programáticos, habilidades 
e competências adquiridas em sua formação.
• Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida)
Orienta o reconhecimento de diplomas de medicina emitidos por instituições 
de educação superior estrangeiras. A primeira etapa é uma prova objetiva com 
questões de múltipla escolha e discursivas. A segunda etapa é uma avaliação de
42 POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
• Indicadores de Qualidade da Educação Superior - Expressos em escala 
contínua e em cinco níveis, são importantes instrumentos de avaliação da edu-
cação superior brasileira. São quatro indicadores:
• - Conceito Enade (CE) - Avalia os cursos de graduação a partir dos re-
sultados obtidos pelos estudantes no Enade. É divulgado anualmente para os 
cursos que tiveram pelo menos dois estudantes concluintes participantes do 
Exame.
• - Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado 
(IDD) - Mede o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes 
concluintes, considerando seus desempenhos no Enade e suas características de 
desenvolvimento ao ingressar no curso de graduação avaliado
• - Conceito Preliminar de Cursos (CPC) - Combina, em uma única me-
dida, diferentes aspectos relativos aos cursos de graduação. Seus componen-
tes podem ser agrupados em quatro dimensões: desempenho dos estudantes, 
valor agregado pelo processo formativo oferecido pelo curso, corpo docente, e 
condições oferecidas para o desenvolvimento do processo formativo.
• - Índice Geral de Cursos (IGC) - Resultado de avaliação das Instituições 
de Educação Superior (IES). É uma média ponderada, a partir da distribuição 
dos estudantes nos níveis de ensino, que envolve as notas contínuas de CPC 
dos cursos de graduação e os conceitos Capes dos cursos de programas de pós-
graduação stricto sensu das IES.
• Sistema de Avaliação de Escolas de Governo (Saeg) - Avaliação in loco 
das Escolas de Governo com a finalidade de promover a melhoria da qualidade, 
o aumento permanente da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e 
social, e a promoção do aprofundamento dos compromissos e responsabilidades 
sociais.
AÇÕES INTERNACIONAIS
Exame de Certificação de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) - Único certi-
ficado brasileiro de proficiência em português como língua estrangeira reconhecido oficialmente, é conferido 
em quatro níveis. É aplicado no Brasil e em outros países com o apoio do Ministério das Relações Exteriores.
Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja Exterior) - Ofertado a jo-
vens e adultos residentes no exterior que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos em idade própria 
e buscam certificação do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Atualmente, é aplicado em dez países com 
apoio do Ministério das Relações Exteriores.
Programme for International Student Assessment (Pisa) ou Programa Internacional de Avaliação de Estu-
dantes - Iniciativa de avaliação comparada coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico (OCDE), aplicada de forma amostral a estudantes matriculados a partir do 8º ano do Ensino Fun-
damental na faixa etária dos 15 anos.
Progress in International Reading Literacy Study (Pirls) ou Estudo Internacional sobre o Progresso do Letra-
mento em Leitura - Estudo realizado a cada cinco anos pela International Association for the Evaluation of 
Educational Achievement (IEA) para avaliar a as capacidades de leitura e de compreensão de textos de estu-
dantes do 4º ano do ensino fundamental.
Sistema de Acreditação Regional de Cursos de Graduação do Mercosul (ARCU-SUL) - Resultado de um 
acordo entre os Ministros de Educação de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile, o sistema 
executa a avaliação e acreditação de cursos universitários. No Brasil, o Inep é o responsável pela gestão e 
realização das ações do Arcu-Sul)
Indicators of National Education Systems (Ines) ou Programa de Indicadores dos Sistemas Educacionais Na-
cionais - Iniciativa da OCDE para construção de indicadores educacionais comparáveis internacionalmente 
e elaboração de estudos técnicos, pesquisas e levantamentos para a análise das dimensões da constituição de 
indicadores.
Teaching and Learning International Survey (Talis) ou Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem - 
Coleta de dados comparáveis internacionalmente sobre o âmbito de aprendizagem e as condições de trabalho 
dos professores nas escolas de diversos países que visam a revisão e definição de políticas para o aprimora-
43POLÍTICA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO II
3.2 Eficiência do sistema escolar
A preocupação principal em avaliar o sistema nacional de ensino baseia-se nos baixos resultados de eficiência 
da sua rede educacional. Uma situação que traduzida por resultados insignificantes de rendimento da 
aprendizagem, altas taxas de reprovação e repetência e por alto índice de evasão escolar.
Dessa maneira, a implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação buscou, como meta principal, 
a melhoria dos indicadores de desempenho da educação medida pela redução das taxas de repetência e evasão 
escolar. Além disso, a garantia da aprendizagem também

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