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CONTABILIDADE PÚBLICA Professor Me. Carlos Vicente Berner Professor Esp. Arlan Marcos Lima Sousa GRADUAÇÃO Unicesumar Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção Operacional de Ensino Katia Coelho Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura Design Educacional Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Fernando Henrique Mendes Revisão Textual Ana Paula da Silva, Cristiane de Oliveira Alves, Jaquelina Kutsunugi e Nayara Valenciano Ilustração Fernando Henrique Mendes C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Contabilidade Pública. Carlos Vicente Berner; Arlan Marcos Lima Sousa. Maringá - PR, 2014. 204 p. “Graduação - EaD”. 1. Contabilidade Pública 2. Direito Constitucional 3. Direito Civil 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos fará grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecida como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Professor Me. Carlos Vicente Berner Mestrado em Ciências Contábeis na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado- FECAP, Brasil (2009). Coordenador Administração da Associação Educacional do Cone Sul - ASSECS, Brasil Professor Esp. Arlan Marcos Lima Sousa Formação Contábil pela UFT(2007). Pós Graduado em Gestão e Auditoria na administração Pública-ITOP, Pós Graduando em Direito Administrativo - Gama Filho, graduando em Direito 5º Período - FASEC. A U TO RE S SEJA BEM VINDO! Olá, caro(a) acadêmico(a) de graduação! É um prazer tê-lo(a) conosco. Sou o Professor Carlos Vicente Berner, atuo como docente de graduação e pós-gradu- ação desde que me formei em Ciências Contábeis. Sou Mestre em Ciências Contábeis com ênfase em Controladoria pela FECAP – Fundação Escola de Comércio Álvares Pen- teado de São Paulo-SP. Atualmente trabalho com as disciplinas: Teoria da Contabilidade, Contabilidade Geral, Contabilidade Intermediária, Contabilidade Gerencial, Contabilidade Avançada, Tópicos Especiais em Contabilidade, Gestão e Contabilidade aplicada às entidades governamen- tais e Controladoria. Ministro aulas na pós-graduação na área de Gestão de Custos, Con- troladoria, Planejamento, Gestão Pública, dentre outras, que me possibilitaram agregar diversos conhecimentos a respeito do ensino de gestão e contabilidade aplicada às en- tidades governamentais. Sou o Professor Arlan Marcos Lima Sousa, graduado em Ciências Contábeis pela Uni- versidade Federal do Tocantins no ano de 2007 e com Especialização em gestão e Au- ditoria na Administração Pública, atuando na área acadêmica como docente do ensino superior e atualmente ministrando algumas disciplinas, como Contabilidade Gerencial, Contabilidade e Orçamento Público, Tópicos Especiais em Contabilidade e Análise das Demonstrações Contábeis, Teoria da Contabilidade e Auditoria. Juntamente com a área acadêmica, ainda exerço o cargo de Auditor de Controle Externo no Tribunal de Contas do Estado do Tocantins desde 2009, exerço as atribuições do cargo relacionado à Audi- toria e fiscalização das contas públicas, dos órgãos da administração direta e indireta ligada ao Governo do Estado e também das Prefeituras municipais do Estado do Tocan- tins. Neste material, que é dividido em cinco unidades, trataremos de temas relevantes para os estudos Gestão e Contabilidade Pública, com o objetivo de propiciar a você uma vi- são geral sobre os assuntos pertinentes a às entidades governamentais. Na primeira unidade, a atuação da Gestão e da Contabilidade Pública, enfatizaremos o papel e as responsabilidades do Gestor enquanto servidor público. Trataremos ainda dentro desta unidade, o campo de atuação da Administração Pública seja ela direta ou indireta, as normas e leis que regulamos crimes, responsabilidades e infrações inerentes à Gestão Pública. Na segunda unidade, daremos sequência ao tema de Orçamento Público e Lei de Res- ponsabilidade Fiscal – LRF. Trataremos dos conceitos e objetivos do Orçamento Público que é instrumento que efetua o Planejamento do Governo, em seguida evidenciaremos os Tipos e Ciclos do Orçamento Público. Veremos que o ciclo orçamentário é flexível e tem a função de controlar os programas da Gestão Pública. APRESENTAÇÃO CONTABILIDADE PÚBLICA Os Princípios Orçamentários serão citados, pois estes são normas que aprovam, exe- cutam e controlam o Patrimônio Público e estão definidos na Constituição Federal – CF, no Plano Plurianual – PPA, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei nº. 4320/64. Ainda dentro da segunda unidade discorreremos sobre a Receita Corrente em rela- ção à LRF, bem como as sanções pessoais prevista nesta Lei. Na terceira unidade, daremos sequência a Receitas e Despesas Públicas a você, in- teressado(a) em obter conhecimento sobre o destino das Receitas e Despesas Pú- blicas. Trataremos primeiramente dos conceitos e objetivos, em seguida discorreremos so- bre a classificação das receitas e despesas e seus estágios. A quarta unidade apresentará a Escrituração Contábil para a área Pública e Plano de Contas por meio de registros contábeis deste setor. Identificaremos as necessidades de informações do setor público bem como o pro- cesso para tomada de decisão, com aplicação do Plano de Contas destinado à área pública. Na quinta unidade, abordaremos sobre a Evidenciação das Demonstrações Finan- ceiras da área pública. Padronização destas Demonstrações, bem como discussão sobre as Normas Brasi- leiras aplicadas ao setor público. Esperamos que você possa aproveitar este conteúdo e conte conosco para o que precisar. Um grande abraço! Professor Me. Carlos Vicente Berner <carlosvberner@hotmail.com> Professor Esp. Arlan Marcos Lima Sousa <alanmarcos@uol.com.br> APRESENTAÇÃO SUMÁRIO UNIDADE I ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES 13 Introdução 14 Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais 33 Gestão Pública – Conceitos e Objetivos Gerais 39 Considerações Finais UNIDADE II ORÇAMENTO PÚBLICO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF 49 Introdução 50 Orçamento Público – Conceitos e Objetivos Gerais 70 Lei De Responsabilidade Fiscal – Conceitos E Objetivos Gerais 77 Considerações Finais UNIDADE III RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS 85 Introdução 86 Receitas Públicas – Conceitos e Objetivos Gerais 98 Despesas Públicas – Conceitos e Objetivos Gerais 113 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE IV PLANO DE CONTAS E ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL PARA A ÁREA PÚBLICA 119 Introdução 120 Conceitos de Conta 125 Plano de Contas 156 Considerações Finais UNIDADE V DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DA ÁREA PÚBLICA 163 Introdução 164 Demonstrações Financeiras – Aspectos Fundamentais 197 Considerações Finais 200 Conclusão 202 Referências U N ID A D E I Professor Me. Carlos Vicente Berner Professor Esp. Arlan Marcos Lima Sousa ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender os conceitos da Contabilidade Pública. ■ Entender as definições da Contabilidade Pública. ■ Identificar o objetivo e campo de atuação da Contabilidade Pública. ■ Entender sobre a adoção das Normas das Normas Internacionais aplicadas à Contabilidade Pública. ■ Compreender os conceitos da Gestão Pública. ■ Entender as definições da Gestão Pública. ■ Identificar as Responsabilidades do Gestor Público. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Contabilidade Pública - Conceitos e Objetivos Gerais ■ Objeto de Estudo da Contabilidade Pública ■ Função da Contabilidade Pública ■ Campo de Atuação da Contabilidade Pública ■ Administração Pública Direta e Indireta ■ Normas e Leis destinadas à Contabilidade Pública ■ Gestão Pública – Conceitos e Objetivos Gerais ■ Responsabilidade Penal e Administração da Gestão Pública ■ Infrações Administrativas na Gestão Pública ■ Crimes de Responsabilidade da Gestão Pública ■ Crimes contas às Finanças Públicas ■ Inovações previstas na Lei de Denúncia Caluniosa 12 - 13 INTRODUÇÃO Olá estudante, Nesta unidade iremos iniciar nosso trabalho com a identificação dos concei- tos e definições da Contabilidade Pública, a relevância da Administração Pública para Sociedade bem como o papel do Gestor como servidor Público. Na primeira unidade, a atuação da Gestão e da Contabilidade Pública, enfa- tizaremos o papel e as responsabilidades do Gestor enquanto servidor público. Trataremos, ainda, dentro desta unidade, o campo de atuação da Administração Pública seja ela direta ou indireta, as normas e leis que regulam os crimes, res- ponsabilidades e infrações inerentes à Gestão Pública. Identificaremos os objetivos e o campo da Contabilidade Pública, estudare- mos o objeto da Contabilidade que independente de organizações públicas ou privadas, o patrimônio das entidades é o objeto de estudo. Identificaremos os tipos de Administração Pública Indireta – (API) que são as organizações denominadas de autarquias, fundações e organizações de eco- nomia mista. Discutiremos sobre o papel da Administração Pública e do Gestor Público bem como sobre as normas internacionais aplicadas ao setor público. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 12 - 13 ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 14 - 15I CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E OBJETIVOS GERAIS Neste tópico, estudaremos sobre os conceitos e objetivos gerais aplicados à Contabilidade Pública. CONCEITOS E OBJETIVOS GERAIS A Contabilidade Pública está amparada na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, em todos as esferas sejam elas: Federal; Estadual e Municipal ou Distrito Federal. Esta lei delibera, de forma geral, normas de direito financeiro para o con- trole e elaboração dos orçamentos e balanços das três esferas. Araujo e Arruda (2010) ressaltam que o objetivo da Administração Pública é o cumprimento das finalidades do Estado, um conjunto de pessoas e órgãos com o intuído de realizar objetivos em prol da sociedade. Conforme Angélico (1994), é a disciplina que tem a finalidade de apurar os registros em conformidade com o direito financeiro, gerando informações do controle patrimonial das entidades públicas (ARAUJO; ARRUDA, 2010). A Contabilidade Pública estuda os registros dos atos e fatos administrativos inerentes ao setor público, emite e apura os resultados em conformidade com os princípios de contabilidade e de finanças públicas. No que diz respeito à Lei nº 4.320/, de 17 de Março de 1964 ressaltamos que esta lei está para a Contabilidade Pública, assim como a Lei nº 6.404 de 15 de Dezembro de 1976 está para a Contabilidade empresarial. A diferença da Pública e da Privada é que a Contabilidade empresarial estuda o patrimônio particular e a Contabilidade Pública tem como objetivo contro- lar o patrimônio público. Segundo Araujo e Arruda (2010, p.4) A administração pública é o conjunto coordenado de funções que vi- sam à boa gestão pública, de modo a possibilitar que os interesses da sociedade sejam alcançados. Entre os diversos conceitos comumente apresentados pela doutrina, pode-se ver que a administração pública engloba todo o aparelhamento do Estado, preordenado à realização de seus serviços, que buscam a satisfação das necessidades coletivas Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 14 - 15 A Contabilidade aplicada ao Setor Público tem por finalidaderegistrar a previ- são da receita e a fixação da despesa, conforme instituído no Orçamento Público e aprovado para o exercício. A Contabilidade Pública efetua a escrituração da execução orçamentária da receita e da despesa, compara a previsão e a realização das receitas e despe- sas, mantém o controle das operações de créditos, da dívida ativa, dos valores, dos créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio. A Lei nº 4.320/64 apregoa que Contabilidade Pública evidencia o Patrimônio Público por meio dos registros e controle, assim como o acompanhamento da execução do orçamento. É o estudo do patrimônio das entidades levando em considerações suas parti- cularidades por meio de leis, normas e princípios aplicadas à cada tipo de atividade. Observa-se que a Contabilidade Pública passa por mudanças, cujo objetivo é de aproximação das Normas Internacionais de Contabilidade. Araujo e Arruda (2010) ressaltam que o Estado é uma sociedade que tem como função de realizar o bem social. A seguir, evidenciaremos na figura, conforme a Constituição Federal – CF de 1988 no artigo nº. 2º, os poderes da União, independentes entre si, o Legislativo, Executivo e Judiciário. Figura 1: Poderes da União Fonte: Constituição Federal (1988) ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 16 - 17I Segundo Art. nº. 18 da Constituição Federal, confi gura que a organização entre as quatro esferas têm autonomia perante a Constituição Federal. Figura 2: Esferas do Poder Público Fonte: Constituição Federal 1988 As organizações públicas são fundos, órgãos e pessoas jurídicas com personali- dade jurídica, equiparando-se para efeito contábil às pessoas físicas que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fi scal ou creditício, de órgão público. A contabilidade pública fornece aos usuários informações sobre os resulta- dos alcançados e os aspectos de natureza orçamentária, econômica, fi nanceira e física do patrimônio da entidade do setor público e suas mutações. A Contabilidade Pública dá apoio ao processo de tomada de decisão; a ade- quada prestação de contas; e o necessário suporte para a instrumentalização do controle social (ARAUJO; ARRUDA, 2010). Segundo Kohama (2010), as informações geradas pela contabilidade pública é compromisso fundado na ética profi ssional, que sejam compreensíveis e úteis aos cidadãos no desempenho de sua soberana atividade de controle do uso de recursos e patrimônio público pelos agentes públicos. Controla o patrimônio das organizações por meio de registros e fatos ocor- ridos dentro de um determinado período de tempo, com a fi nalidade de levar informações sobre o resultado das operações aos diversos usuários sejam eles internos ou externos. De acordo com Kohama (2010), a contabilidade pública faz a interpretação dos fenômenos que afetam as situações fi nanceiras, orçamentárias e patrimo- niais das organizações do setor público dentro das esferas: Federal, Estadual e Municipal, bem como as autarquias. Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 16 - 17 Kohama (2010) considera a Contabilidade aplicada ao setor público um ramo que requer dedicação e trabalho, pois os recursos empregados na Gestão Pública deverão ser evidenciados de forma clara, objetiva e com transparência. O responsável pela Gestão Pública tem como função o acompanhamento da execução orçamentária, necessita, ainda, de conhecimentos sobre a composição patrimonial, determinação dos custos de serviços industriais, para o levanta- mento das demonstrações financeiras, análise e interpretação dos resultados econômicos e financeiros (LEI Nº. 4320/64). OBJETO DE ESTUDO – CONTABILIDADE PÚBLICA O objeto de estudo da contabilidade é o Patrimônio, conjuntos de bens, direitos e obrigações do poder público. São bens de uso comum, praças, ruas, estradas, e, ainda, bens de uso espe- cial: veículos, prédios e terrenos públicos bem como outros bens como: portos e terrenos da marinha (Art. 99. CÓDIGO CIVIL). Diante do exposto no Art. nº. 99 do Código Civil, o interesse da Contabilidade Pública vai além do patrimônio e suas variações, mas também na elaboração e execução do orçamento, com a previsão e arrecadação da Receita e a execução da despesa. A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº. 1137/08 define: Os bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públi- cos, ou aqueles eventualmente recebidos em doação, devem ser incluí- dos no ativo não circulante da entidade responsável pela sua adminis- tração ou controle, estejam, ou não, afetos a sua atividade operacional. Registra todos os fatos contábeis modificativos, permutativos e mistos e os atos potenciais praticados pelo administrador, que poderão alterar qualitativa ou quantitativamente o patrimônio. entende-se como patrimônio público: “o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, pro- duzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor pú- blico, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 18 - 19I econômica por entidades do setor público e suas obrigações (RESOLU- ÇÃO CFC Nº. 1129/08). A Contabilidade Pública executa serviços na captação de recursos financeiros para saciar os anseios da sociedade, o patrimônio público estará sempre em mudanças em seus elementos, sejam eles ativos ou passivos. Ressaltamos que a abordagem da Contabilidade baseia-se nos instrumentos de autorização e arrecadação das receitas bem como a execução das despesas. Dessa forma, o orçamento público estrutura-se nos gastos públicos, onde as finanças asseguram os compromissos adquiridos pelo governo perante à socie- dade, assegurados por intermédio dos instrumentos de planejamento evidenciados por meio do Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual - LOA. Esses instrumentos possuem responsabilidade a partir dos seguintes pressupostos: a) Plano Plurianual – PPA: tem como finalidade criar diretrizes e objetivos bem como as metas para o setor público, despesas de capital e também as decorrentes desta, ainda para as relativas dos programas de duração continuada. b) Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO: atinge as metas e prioridades do setor público, responsável pelas despesas de capital para o exercício posterior. c) Lei Orçamentária Anual – LOA: prevê as receitas denominadas também como fontes de recursos, assim como a fixação das despesas. Para agregar maior conhecimento em Planejamento da Administração Pú- blica, sugerimos acessar o portal da Câmara dos Deputado por meio do en- dereço eletrônico: <www2.camara.leg.br>. Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 18 - 19 FUNÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA A função da Contabilidade destinada às entidades do setor público contempla de forma sistemática as etapas da Contabilidade Pública com a finalidade de demonstrar as informações que levem aos gestores públicos à tomada de deci- sões bem como auxiliá-los na prestação de contas e na realização do controle social (ANGÉLICO, 2010). Corroborando com Angélico (2010) observa-se que a contabilidade tem por finalidade fornecer informações sobre o patrimônio das entidades públicas e, para tanto, dividimos em duas funções: a) Função Administrativa: tem a prerrogativa de controle do patrimônio. b) Função Econômica: tem a prerrogativade apuração do resultado. Andrade (2013) recorda que são aplicadas estas funções pela utilização do patri- mônio público, devido aos objetivos sociais desejados, independente da geração de recursos financeiros. Ainda há a preocupação com os resultados sociais que amparam a socie- dade. Além destas duas funções, o autor apresenta outras: ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 20 - 21I Classificação Os fatos administrativos que ocorrem nas entidades, mediante documentos hábeis e legais, que comprovem operações rea- lizadas em determinado período preestabelecido, são agru- pados na mesma natureza e característica sob determinada denominação, condizente com a sua realidade (orçamentário, financeiro e/ou patrimonial), facilitando a leitura da informa- ção e a característica do fato. A individualização dos fatos se agrupa e se organiza em contas, representações sintéticas que se identificam pela natureza em sua ordem de liquidez no lado do ativo, e pela ordem de exigibilidade, no lado do passivo. Registro Com base na classificação contábil, previamente estabelecida por um planejamento, o registro aponta o fato ocorrido e tor- nando-o, tempestivamente ou em data futura, uma prova em favor da entidade e de outros usuários da informação, como credores, devedores, instituições financeiras, órgãos fiscaliza- dores. Informação Interpretação das demonstrações e dos registros com base nas classificações dos fatos, transparecendo o resultado das ações administrativas sobre o patrimônio da entidade. Controle Aplicação dos métodos de acompanhamento e fiscalização de atos, fatos e demonstrações oriundas destes, buscando o aperfeiçoamento e a integridade da entidade. Análise Exame de cada parte do todo contábil, mediante aplicação de procedimentos próprios ou externos, buscando o conheci- mento da natureza dos fatos, das proporções, da evolução e da involução dos resultados e propiciando a tomada de decisões com eficiência e eficácia. Quadro 1: Funções da Contabilidade Pública Fonte: adaptado de Andrade (2013) Estas funções são executadas sobre o patrimônio das entidades do setor público, denominadas como campo de atuação da atividade contábil. ©shutterstock Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 20 - 21 CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA A Contabilidade Pública subdivide-se em diferentes entidades e atividades cujo campo de atuação está atrelado ao Direito Público das entidades nas esferas: Federal, Estadual e Municipal, (PISCITELLI, 2010). Conforme Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas BC T 16.1, que trata da Conceituação, Objeto e Campo de Aplicação da contabilidade destina- das às entidades do setor público tem as seguintes abrangências: a) Pessoas Jurídicas de Direito Público, esferas: Federal, Estadual, Municipal e Distrito Federal, bem como suas autarquias, fundações, órgãos e fundos. b) Serviços Sociais. c) Conselhos Profissionais. d) Para entidades que possuem personalidade de Direito Privado, que con- trolam os recursos públicos e executam as suas atividades, garantindo procedimentos suficientes de prestação de contas e ferramentas do con- trole social. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 22 - 23I ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA A Administração Pública estrutura-se mantendo o controle das contas destina- das às entidades do setor público Federal, Estadual e Municipal. Segundo Araujo e Arruda (2010), o Administrador Público é responsável pela gestão do ente público, tem poderes e competência para tomar decisões, bem como responsabilidades. Sendo assim, o Administrador Público tem a função de manter em ordem as atividades da entidade pública com a finalidade de cumprir o plano de governo. Para tanto dividimos a administração pública em dois tipos: a direta e indireta. ADMINISTRAÇÃO DIRETA Na Administração que atua como força de Estado, não há atribuição de suas funções à outra Organização, somente órgãos públicos: Governo Federal; secre- tariais estaduais e municipais. Segundo Araujo e Arruda (2010, p.8) A administração direta compreende a estrutura administrativa dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), Ministério Público e De- fensoria Pública e suas subdivisões (tais como estrutura administrativa dos poderes, Ministério Público, Defensoria Pública, ministérios, se- cretarias estaduais e/ou municipais com seus respectivos departamen- tos e seções). É um conjunto de unidades organizacionais que integram diretamente a estrutura administrativa de cada esfera de governo. Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 22 - 23 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Entidades jurídicas próprias definidas como autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, cuja diferença está na per- sonalidade jurídica de cada entidade, exemplos a seguir: a) Autarquias. b) Fundações públicas. c) Empresas públicas. d) Sociedade de Economia Mista. A seguir, demonstraremos a comparação entre os dois tipos de Administração: COMPOSIÇÃO DOS NÍVEIS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ESTADUAL Direta Indireta • Poder Legislativo a) Assembleia Legislativa b) Tribunal de Contas • Poder Executivo a) Governo do Estado b) Secretarias de Estado • Poder Judiciário a) Tribunal de Justiça • Ministério Público • Defensoria Pública • Autarquias • Fundações • Empresas Públicas (inclui as estatais depen- dentes) • Sociedade de economia mista (inclui as estatais dependentes) Quadro 2: Tipos de Administração Pública Fonte: adaptado de Araujo e Arruda (2010) A instituição das autarquias baseia-se no art. nº. 37 inciso XIX, da Constituição Federal: somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 24 - 25I FORMAS DE CRIAÇÃO DE AUTARQUIAS Esta entidade administrativa tem a sua criação por meio de específico direta- mente, entidades autônomas, independentes da administração direta. Segundo Araujo e Arruda (2010, p.9) As autarquias correspondem a entidades autônomas criadas por lei es- pecifica, com personalidade jurídica de direito público interno, sujeitas à fiscalização do Estado. Possuem patrimônio próprio e atribuições es- tatais especificas. A uma autarquia somente deve ser atribuído serviço de caráter estatal ou de interesse da coletividade. As autarquias possuem as seguintes características: a) Estabelecidas por lei. b) De Personalidade Jurídica de Direito Público. c) Patrimônio criado pelo Estado. d) Os bens são do Patrimônio Público. e) Seguem normas da Administração Direta. f) Os atos dos gestores são igualados aos atos administrativos. g) Todas as contratações estão sujeitas à licitações. h) Pessoal sujeito ao regime jurídico único. i) Imunes de impostos sobre o patrimônio rendas e serviços. j) Impenhorabilidade de bens e rendas. AGÊNCIAS REGULADORAS NA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA As Agências Reguladoras são denominadas autarquias especiais, devido à sua autonomia considera-se que essas agências possuem maior autonomia do que as demais autarquias considerados comuns. Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19d e fe ve re iro d e 19 98 . 24 - 25 Seu objetivo é constituir valor do contrato entre o consumidor e as empre- sas. Conceitua-se como uma independente, com decisões técnicas e não políticas (CHIAVENATO, 2008). As agências, controlam, disciplinam e gerem as atividades públicas e algu- mas privadas, normatizando de forma supletiva a previsão legal. Possuem um regime jurídico semelhante ao das autarquias, mas com maior autonomia para nomeação dos seus dirigentes e maior poder de gerenciamento. Exemplos de Agências Reguladoras: a) Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL. b) Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. c) Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. AGÊNCIAS EXECUTIVAS NA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA As Agências Executivas também consideradas como Fundações Públicas, cele- bram o contrato da gestão com o ente Público. Por meio do contrato, as agências executam o Plano Estratégico de Modernização com o intuito de prestar serviços públicos com maior eficiência e baixo custo, em troca de mais recursos e maior autonomia (CHIAVENATO, 2008). Entende-se como regime jurídico desses tipos de agências, o mesmo regime presente nas autarquias e fundações públicas. Exemplo de Agência Executiva: Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial. FORMAS DE CRIAÇÃO PARA OUTRAS ENTIDADES Nessa entidade administrativa, a sua criação ocorre efetivamente quando o Executivo, os atos constitutivos no Registro público que compete. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 26 - 27I O Supremo Tribunal Federal – STF aconselha que as Fundações Públicas – FP sejam criadas conforme artigo nº. 37 inciso XIX, da Constituição Federal. As Empresas Públicas – EP, Sociedades de Economia Mista – SEM, são pes- soas jurídicas de direito privado, podendo alternar e serem criadas também por lei específica. Seguindo o STF, essas entidades devem ter lei complementar para atuarem como fundações públicas, é o caso de uma fundação pública para assistência social e saúde. Para Araujo e Arruda (2010, p.9) Fundações englobam entes que objetivam, principalmente, a realiza- ção de atividades não lucrativas e que podem ser realizadas pelo setor público ou privado, mas que são de interesse coletivo, domo educação, cultura, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, entre outros. Conforme Araujo e Arruda (2010), enumeramos as características das funda- ções públicas: a) Personalidade Jurídica de Direito Público. b) Criadas por lei. c) Sem fins lucrativos. d) Pessoal sujeito ao regime jurídico. e) Contratações sujeitas a Licitações. f) Desenvolvimento de atividades que não sejam executadas por órgãos de Direito Público. g) Possuem patrimônio próprio. h) Possuem autonomia administrativa. i) Imunidade de impostos sobre rendas, serviços e patrimônio. j) O orçamento está atrelado às normas da Administração Direta. k) Os recursos para seu custeio do Estado como forma de prestação de ser- viços. Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 26 - 27 As entidades de administração indireta designadas como contabilidade pública estão sujeitas ao orçamento fiscal e seguridade social. Em relação às Sociedades de Economia Mista, segundo Piscitelli (2010), no que se refere ao direito privado, praticam a contabilidade empresarial. Segundo Araujo e Arruda (2010), elencamos a seguir as características da sociedades mistas: a) Sua constituição é por meio de Estatuto Social. b) Os sócios são acionistas. c) O capital é separado em partes iguais e são denominados como ações. d) O Estatuto Social contém objeto, sede, valor do capital, denominações e prazo de duração. e) Há partilha dos lucros e prejuízos e direitos dos acionistas no que diz res- peito aos votos, direitos e deveres. Araujo e Arruda (2010, p.10) Sociedade de economia mista é um ente dotado de personalidade jurí- dica de direito privado, criado por lei para o exercício de atividade eco- nômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações, que permitem direito a voto, pertencem em sua maioria ao Estado. Também possui privilégios fiscais. Kohama (2010) diz que não está incluso na atuação da contabilidade pública: as empresas, fundações públicas e sociedades de economia mista. Recomenda-se o organograma da Administração Pública conforme figura a seguir: ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 28 - 29I Figura 3: Organograma da Administração Pública Fonte: adaptada de Araujo e Arruda (2010) É correto afirmar que sobre as atividades desenvolvidas pela administração pública, as normas foram apresentadas com o objetivo de padronizar os proce- dimentos contábeis destinados à área pública. NORMAS E LEIS DESTINADAS À CONTABILIDADE PÚBLICA Como já mencionamos, no início desta unidade, a Contabilidade Pública é ampa- rada pela Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964. Esta Lei regula as normas de Direito Financeiro para o controle do orça- mento e confecção dos Balanços dos entes: Federal; Estadual e Municipal e Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF nº. 101 de 04 de maio de 2000. Citamos abaixo artigos referentes à Contabilidade pública: a) Artigos 34 e 35: Exercício Financeiro. b) Artigo 43: Superávit Financeiro. c) Artigos: 83 a 85 e 87 a 89: Referente à Contabilidade. Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 28 - 29 d) Artigos: 90, 91 e 93: Referente à Contabilidade Orçamentária e Financeira. e) Artigos: 94 a 100: Referente à Contabilidade Patrimonial. f) Artigos: 101 a 106: Referente aos Balanços. O Conselho Federal de Contabilidade – CFC também evidencia normas, a seguir: a) Resolução 1.111/2007: Trata dos Princípios da área pública. b) Resolução 1.282/2010: Trata dos Princípios de Contabilidade. c) Resolução 1.330/2011: NBC T 2.7 – Balancete; NBC T 2.4 – Retificação do Lançamento; NBC T 2.2 – Documentação Contábil; NBC T 2.1 – For- malidades da Escrituração Contábil. As normas brasileiras aplicadas à área pública editadas em 2008, conforme qua- dro a seguir: RESOLUÇÕES NBC T DESCRIÇÃO 1128 16.1 conceito, objeto e campo de aplicação 1129 16.2 patrimônio e sistemas Contábeis 1130 16.3 planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil 1131 16.4 transações no setor público 1132 16.5 registro contábil 1133 16.6 demonstrações contábeis 1134 16.7 consolidação das demonstrações contábeis 1135 16.8 controle interno 1136 16.9 depreciação, amortização e exaustão 1136 16.10 avaliação e mensuração de ativos e passivos em enti-dades do setor público. Quadro 3: Especificações da NBC T 16 Fonte: Conselho Federal de Contabilidade – CFC Na esfera Federal, a Instrução Normativa – IN da Coordenação Geral de Contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda – STN/MF, de n. 8, de 14 de novembro de 1996, definiu os conceitos básicos do plano de contas único. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 30 - 31I Sobre assunto, Plano de Contas e Escrituração Contábil, trabalharemos na Unidade 4 (quatro) deste material Escrituração Contábil para a área pública e Plano de Contas. Na Portaria nº. 184/2008, o Ministério da Fazenda promove a convergência da Contabilidade Pública às Normas Internacionais de Contabilidade publicadas pela International Federation of Accountants (IFAC), com a finalidade de aper- feiçoamento dos registros e evidenciação das informações contábeis. Todas as leis, normas e resoluções inerentes à contabilidade pública,servem para apuração dos resultados bem como a demonstração dos relatórios gerados pela contabilidade. Os procedimentos como: realização das receitas e despesas, planejamento, controle e avaliação, são regidos pelas Leis nº. 4.320, de 17 de março de 1964; Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF nº. 101 de 04 de maio de 2000; Portarias; Normas Brasileiras de Contabilidade, Ministério do Planejamento e Orçamento e Secretaria do Tesouro Nacional – STN. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO – LEI 12.527/11 A Lei 12.527/2011 apregoa que órgãos e entidades públicas devem divulgar infor- mações de interesse coletivo, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto legal, conforme disciplina os Artigos nº. 6º e 7º abaixo transcrito: Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, auten- ticidade e integridade; e III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, obser- vada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e eventual res- trição de acesso. Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter: Contabilidade Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 30 - 31 I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a infor- mação almejada; II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, in- clusive as relativas à sua política, organização e serviços; VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e VII - informação relativa: a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de con- tas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. § 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as infor- mações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- de e do Estado. § 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. § 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles con- tidas utilizados como fundamento da tomada de decisão e do ato ad- ministrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo. § 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 32 - 33I § 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o inte- ressado requerer à autoridade competente a imediata abertura de sin- dicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. § 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação. Conforme previsto no Artigo nº. 11, parágrafo 1º, inciso II: O ente público poderá negar acesso total ou parcial a uma informação solicitada. Na ocorrência do estabelecido no referido artigo, o ente público deverá jus- tificar por escrito a negativa e informar ao requerente o motivo da recusa. Os órgãos deverão indicar os prazos e condições para tal recurso, além da autori- dade responsável por julgá-lo. Ainda, o ente público que se recusar a fornecer informações, retardar o acesso a elas ou fornecer dados incorretos deliberadamente comete infração adminis- trativa, e poderá ser punido conforme Artigo nº. 32, parágrafo 1º inciso II, no mínimo com uma suspensão: § 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão consideradas: I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, trans- gressões militares médias ou graves, segundo os critérios neles estabe- lecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. Os procedimentos deverão ser observados pelos entes públicos nas três esferas: Federal, Estadual e Municipal com a finalidade de garantia à acessibilidade das informações e o direito garantido pela Constituição Federal. Gestão Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 32 - 33 GESTÃO PÚBLICA – CONCEITOS E OBJETIVOS GERAIS É notório e de conhecimento de todos que os desafios da Administração e Gestão Pública devem ser conquistados pelos seus responsáveis, que por sua vez devem dar exemplo de governabilidade. Com o estabelecimento da Democracia e o aumento da sociedade por ações sociais e projetos voltadas às áreas de interesse público tornou-se um desafio para os gestores que devem estar articulados e capacitados para defender os anseios dos interessados. Diante desse leque de desafios governamentais que os gestores estão expos- tos ao sistema administrativo, os mesmos devem evidenciar melhores resultados que satisfaçam os anseios da população bem como das fronteiras hierárquicas. A transparência das informações e a prestação de contas pelos gestores públi- cos deve ser realizada por pessoas (gestores) especializados, que entendam do processo, as inovações feitas pela Constituição Federal por meio leis e normas pelos governos. O foco principal é a capacitação destes gestores, evidenciando a responsabi- lidade que cada um deles devem ter perante à prestação de serviço do governo para com a sociedade. Sabe-se que anterior à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, os estudos eram voltados a questões fiscais e orçamentárias, os gestores públicos por meio da con- tabilidade, apresentavam a prestação de contas do governo apenas para servir de base, resumia-se a um resumo das contas efetuadas pelo Estado. Com a obrigatoriedade da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF tornou-se obrigatório maior rigor nas prestações de contas, sendo assim o gestor púbico passa a ter um nível maior de responsabilidade junto aos orgãos fiscalizadores. Para tanto, o aperfeiçoamento em educação continuada na área determinará o nível de aprendizado e consequentemente as responsabilidades destes gestores. Dessa forma com este acúmulo de responsabilidades atribuídas aos gesto- res públicos, fica evidente que o objetivo da Contabilidade Pública é de fornecer informações em tempo real aos seus usuários bem como tomar decisões e prestar contas aos órgão de controle Interno e Externo com afinalidade de cumpri- mento da legislação. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 34 - 35I RESPONSABILIDADE PENAL E ADMINISTRATIVA DA GESTÃO PÚBLICA Neste tópico, trataremos da responsabilidade penal e administrativa da pessoa do gestor público, para tanto, é válido ressaltar o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF nº. 101/2000 e Lei 10.028/2000. Essas leis tratam dos crimes contra as finanças públicas, que criaram e espe- cificaram os crimes e contravenções administrativas cometidas pelos gestores públicos contra as leis e normas inerentes e acordadas em seu mandato. Vemos que a identificação dos crimes colaboraram para o desempenho e cobranças exigidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal no que diz respeito às responsabilidades dos gestores públicos. É notório que a transparência das responsabilidades e serviços prestados, permitem aos gestores estarem mais preocupados com a elaborações dos servi- ços que por sua vez, refletem em fatos verdadeiros na sua apresentação. Admitimos que os gestores públicos após as identificações dos crimes con- tra o patrimônio público amparados conforme a LRF, estão mais prudentes em relação ao que se é praticado. No descumprimento da lei, configura-se a transgressão contra o ente público, que pode até refletir em punições como perda do cargo, multa, cassação do man- dato e outros tipos de punições que serão tratados no item a seguir. Para acompanhar o rol de recursos impetrados na justiça sobre a Responsa- bilidade do Gestor Público, sugerimos acessar o portal JusBrasil por meio do endereço eletrônico: <www.jusbrasil.com.br>. Gestão Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 34 - 35 INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS NA GESTÃO PÚBLICA Sobre as Infrações e contravenções na gestão pública, estão especificados no Artigo 5º da Lei nº 10.028 de 19 de Outubro de 2000. A seguir, elencamos as infrações abordadas pela presente Lei. I) Deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o Relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei. II) deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei; III) propor lei de diretrizes orçamentárias anual que não contenha as metas fiscais na norma da lei; IV) deixar de expedir ato determinado limitação de empenho e movimenta- ção financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei; V) deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execu- ção de medida para a redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo. Ainda nos parágrafos: §1º: A infração prevista neste artigo é punida com multa de 30% dos vencimentos anuais do agente que lhe der causa, sendo o pagamento da multa de sua responsabilidade pessoal; §2º: A infração que se refere a este artigo será processada e julgada pelo Tribunal de Contas a que competir a fiscalização contábil, financeira e orçamentária da pessoa jurídica de direito público envolvida; Além da multa de 30% sobre os vencimentos anuais do gestor público, poderá incorrer de forma cumulativa atos de improbidade administrativa. O gestor público poderá ser caracterizado como infrator de fatos adminis- trativos bem como de improbidade administrativa, cujo órgão fiscalizados será sempre o Tribunal de Contas a que compete a fiscalização contábil. Já a responsabilidade civil do gestor estará diante do Poder Judiciário, apre- sentando-se como ação civil pública. ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 36 - 37I Ressalta-se que estas responsabilidades são autônomas, cuja a autuação está em esferas de instrução e julgamento individualmente. Ocorrerá esta separação individual, pois o gestor sofrerá as seguintes sanções: a) Suspensão dos direitos políticos. b) Perda da função pública. c) Devolver na íntegra os valores e danos causados ao Poder Público. d) Proibição de contrato com o Poder Público. e) Proibição de recebimentos de benefícios e incentivos. f) Multa de 30%. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DA GESTÃO PÚBLICA Sobre os crimes de responsabilidade do gestor público, está definido no Artigo 3º. da Lei 10.028/2000 alterando a Lei nº. 1079 de 10 de abril de 1950, recai (ainda) sobre os crimes cometidos pelo Presidente, Ministros, Procuradores, Governadores, Secretários. Sobre estes crimes praticados, estes gestores consequentemente terão seus cargos destituídos bem como processo contra o Orçamento Anual. As punições inerentes a estes crimes de responsabilidades recaem sobre perdas de mandatos de 8 anos, impedindo o gestor de exercer suas funções públi- cas, embora sem privação de liberdade ou sanções jurídi- cas (LEI Nº. 1079/50). Segundo a Lei nº. 8038/90, os crimes de res- ponsabilidade praticados pelos gestores públicos, têm previsão de ação penal de competência do STF e STJ. Gestão Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 36 - 37 CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS A Lei nº. 10028/2000 estabelece os crimes, infrações e responsabilidades dos gestores, dá também, prosseguimento à ampliação do rol de condutas ilícitas previstas. Essa lei acrescentou aos quatro crimes de responsabilidade contra a Lei Orçamentária, previstos no art. 10 da Lei no 1.079/50. Segundo Artigo 1º Decreto Lei 201 de 27/02/1967 Art.1o (...) XVI – deixar de ordenar a redução do montante da dívi- da consolidada, nos prazos estabelecidos em lei, quando o montante ultrapassar o valor resultante da aplicação do limite máximo fixado pelo Senado Federal; XVII – ordenar ou autorizar a abertura de cré- dito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal; XVIII – deixar de promover ou de ordenar, na forma da lei, o cancelamento, a amortização ou a constitui- ção de reserva para anular os efeitos de operação de crédito realizada com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei; XIX – deixar de promover ou de ordenar a liquidação integral de operação de crédito por antecipação de receita orçamentária, inclusive os respectivos juros e demais encargos, até o encerramento do exercí- cio financeiro; XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de operação de crédito com qualquer um dos demais entes da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente; XXI – captar recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido; XXII – ordenar ou autorizar a destinação de recursos prove- nientes da emissão de títulos para finalidade diversa da prevista na lei que a autorizou; XXIII – realizar ou receber transferência voluntária em desacordo com limite ou condição estabelecida em lei. Acerca desse assunto destacaremos o artigo seguinte que consideramos rele- vantes para o estudo e avaliação dos atos praticados contra as finanças públicas. Estes artigos descritos abaixo estão inclusos ao Código Penal. Art. 2o. O Título XI do Decreto-lei no 2.848, de 1940, passa a vigorar acrescido do seguinte capítulo e artigos: CAPÍTULO IV DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS. Contratação de operação de crédito. Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: Pena – reclu- são,de 1 (um) a 2 (dois) anos. Parágrafo único. Incide na mesma pena ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 38 - 39I quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito, interno ou exter- no: I – com inobservância de limite, condição ou montante estabeleci- do em lei ou em resolução do Senado Federal; II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei. Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar. Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura Art. 359-C. Or- denar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadri- mestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Ordenação de despesa não autorizada Art. 359-D. Ordenar des- pesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Prestação de garantia graciosa Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Não-cancelamento de restos a pagar Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de pro- mover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. Gestão Pública – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 38 - 39 INOVAÇÕES PREVISTA NA LEI DE DENÚNCIA CALUNIOSA Com as inovações previstas na Lei 10028/2000, por meio do Artigo nº. 1, haverá também a necessidade de mencionar os aspectos da referida lei que trata sobre denúncia caluniosa. Com a inovação, a lei trata de crimes em desfavor à gestão pública, instaura- ção de inquérito administrativo dos fatos criminosos constantes com denúncia caluniosa em que o enquérito deve ser feito por instauração policial. Estas atitudes repudiaram os pesquisadores da área, por se tratar de inuti- lidade pública. É válido recordar que a instauração de inquérito civil deve ser efetivada por ação de improbidade administrativa, a atitude deve ser de conduta investiga- tória criada pelo Ministério Público com a intenção de investigar a ocorrência de ameaça de lesão ou propriamente a lesão em si a interesse coletivo (LEI 10028/2000). constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denun- ciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provoca- do (ARTIGO Nº. 19, LEI Nº. 8429/1992). A intenção da improbidade administrativa será de natureza civil, sendo que a ação civil terá como objetivo a proteção do interesse público por vias jurídicas civil sobre atos de improbidade em desfavor ao patrimônio público (LEI Nº. 8429/1992). ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE PÚBLICA – CONCEITOS E DEFINIÇÕES Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 40 - 41I CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluir, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na Unidade I. Entendemos a identificação dos conceitos e definições da Contabilidade Pública e verificamos o papel do gestor como servidor Público, dentro da Organização Pública verificamos, ainda, sobre as normas internacionais do ente público. Ficou evidenciado, nesta unidade, a atuação da Administração Direta e Indireta e suas ramificações. Verificamos os tipos de Administração Pública Indireta – API, as autarquias, fundações e as organizações de economia mista. Identificamos a atuação deste setor que é considerado responsável pelo bom andamento da contas públicas, cujo objetivo será sempre o bem-estar social. Atrelado à atuação da Gestão, evidenciamos os crimes e infrações bem como as responsabilidades de gerir uma organização governamental, sempre citando os princípios e normas que norteiam a Gestão Pública. 40 - 41 1) Em relação ao campo de atuação da Gestão e Contabilidade Pública, identifi- que, a seguir, as alternativas, marcando (V), para as alternativas VERDADEIRAS e (F), para as alternativas FALSAS. ( ) Estende-se às pessoas jurídicas de direito público, bem como a algumas de suas entidades vinculadas, não apenas de direito público. ( ) Visa precipuamente ao controle da aplicação dos recursos públicos provenientes do Tesouro. ( ) Não visa, diferentemente da contabilidade empresarial, ao controle do patrimô- nio público, mas sim ao controle dos recursos orçamentários disponíveis. ( ) Abrange as entidades privadas que recebem recursos oriundos de contribuições parafiscais. ( ) Abrange as fundações e empresas públicas que utilizam recursos da conta do orçamento público. A sequência CORRETA é: a) F, F, F, F, V. b) F, F, V, V, V. c) V, F, V. F, V. d) V, F, F, F, V. 2) Está implícito que os registros dos fatos da Contabilidade Industrial, Comercial e da Gestão Pública, devem ser organizados conforme Normas e Princípios es- tabelecidos por lei de cada segmento. Diante desta afirmativa, identifique a se- guir as alternativas, marcando (V), para as alternativas VERDADEIRAS e (F), para as alternativas FALSAS, em relação à obrigação de registro contábil da Contabi- lidade: ( ) Todos os atos administrativos, praticados durante a gestão da Azienda. ( ) Todos os fatos que alteram o patrimônio, quer qualitativamente, quer quantita- tivamente. ( ) Todos os fenômenos que possam gerar riquezas futuras à entidade, em observân- cia ao princípio da prudência. ( ) As receitas de exercícios futuros em contas do passivo exigível quando estas po- dem, por algum motivo, ser devolvidas. ( ) As receitas de vendas a prazo somente no recebimento e as despesas somente no pagamento em observância ao princípio da competência do pagamento. A sequência CORRETA é: a) F, V, F, V, F. b) F, V, V, V, V. c) V, V, V. F, V. d) F F, V, F, V. 3) Segundo Angélico (2010), a Contabilidade destinada ao setor público tem como objetivo evidenciar as informações que permitam que os gestores públicos to- mem decisões e que essas informações ajudam na prestação de contas para o bem comum da sociedade. Diante desse objetivo, citado pelo autor, identifique a alternativa CORRETA, agora com o OBJETO DA CONTABILIDADE: a) O Patrimônio. b) A Empresa. c) A Pessoa Física e Jurídica. d) A Apuração dos Resultados de uma Organização. A NOVA CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO A Contabilidade passa por um momento histórico no Brasil. O processo de conver- gência às normas internacionais é uma verdadeira revolução para a contabilida- de brasileira. É um processo que abrange tanto a área privada,quanto o setor pú- blico. Mas o que é o processo de convergência? É o processo de adoção das normas in- ternacionais de contabilidade em busca de informações padronizadas e de maior qualidade. O setor privado segue as IFRS editadas pelo IASB – International Accou- nting Standard Board. No Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis editou, com base nas IFRS, os Pronunciamentos Contábeis, que são observados por di- versas entidades normativas como CVM, SUSEP, RFB, entre outras. Por outro lado, o setor público segue as IPSAS (Normas In- ternacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público), que são editadas pelo IFAC. O que é o IFAC? IFAC é a sigla para International Federa- tion of Accounts (Ferderação Internacio- nal de Contadores). É uma organização mundial composta por 173 membros e associados, incluindo o Brasil, que tem como objetivo contribuir para o desen- volvimento da economia internacional e é responsável pela edição das IPSAS. Fonte: <http://www.ifac.org/> Seguindo a tendência mundial de aperfei- çoamento da contabilidade, o Ministério da Fazenda pública, em 2008, a Portaria 184/08, considerada o marco inicial do processo de convergência da contabilida- de governamental aos padrões interna- cionais. Como parte desse processo, a STN edita anualmente o Manual de Contabili- dade Aplicada ao Setor Público (MCASP) com base nas IPSAS e nas normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), respeitando a legislação vigente. Papel importante também é desempenhado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que editou, em 2008, as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP), de observância obrigatória para as entidades do setor pú- blico. Outra ação importante no processo de convergência foi a tradução das IPSAS, que surgiu de um trabalho conduzido pelo Comitê Gestor da Convergência no Brasil, em uma ação conjunta do Conse- lho Federal de Contabilidade (CFC) com o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), com a cooperação técnica da Secretaria do Tesouro Nacional – STN. Você conhece o MCASP? O MCASP estabelece regras e procedi- mentos contábeis a serem observados pela Administração Pública, para todos os poderes e entes da Federação. Seu obje- tivo é padronizar os procedimentos con- tábeis colaborando com o processo de elaboração e execução do orçamento e dos registros patrimoniais, econômicos e financeiros, gerando informação útil para os usuários da informação contábil atra- vés de demonstrativos adequados aos padrões internacionais. Fonte: <http://www.fazenda.sp.gov.br/ipsas/cartilha.pdf>. Acesso em: 21 ago. 2014 MATERIAL COMPLEMENTAR Material Complementar Gestão Estratégica de Pessoas no Setor Público Sandro Trescastro Bergue Editora: Atlas Sinopse: Livro-texto para as disciplinas Gestão Pública e Contabilidade Pública, trata a gestão de pessoas a partir de três dimensões principais e articuladas: a gestão de pessoas como área da organização (visão funcional); a gestão de pessoas como função gerencial (visão de processos); e a perspectiva que deposita sobre as pessoas – os agentes públicos – o valor central da organização pública. U N ID A D E II Professor Me. Carlos Vicente Berner Professor Esp. Arlan Marcos Lima Sousa ORÇAMENTO PÚBLICO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender os Objetivos do Orçamento Público. ■ Entender a aplicação, execução e controle do Orçamento Público. ■ Avaliar a aplicabilidade da Lei de Responsabilidade Fiscal. ■ Entender o processo de fiscalização das contas públicas por meio dos da Lei de Responsabilidade Fiscal. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ ORÇAMENTO PÚBLICO – Conceitos e Objetivos Gerais ■ Tipos de Orçamentos Públicos ■ Ciclos do Orçamento Público ■ Princípios Orçamentários ■ LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – Conceitos e Objetivos Gerais ■ Origem da Lei de Responsabilidade Fiscal ■ Objetivos da Lei de Responsabilidade Fiscal ■ Equilíbrios das Contas Públicas em Relação à LRF ■ Receita Corrente em relação à LRF ■ Sanções Pessoais previstas na LRF 48 - 49 INTRODUÇÃO Caro (a) Aluno (a), esta unidade tem como objetivo entender como se desen- volve o processo de Cisão de Empresas. Iremos destacar, primeiramente os conceitos e objetivos gerais do Orçamento Público e da Lei nº. 101 de 04 de maio de 2000, tratada como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Verificaremos que o Orçamento Público é um instrumento de planejamento do ente público. Veremos ainda os tipos e ciclos orçamentários, mencionando que esses ciclos são flexíveis e o seu objetivo está atrelado ao desempenho de controle dos pro- gramas da Gestão Pública. Identificaremos as abordagens dos Princípios inerentes à Contabilidade pública citados como normas que efetivam a aprovação, execução e controle do Patrimônio das entidades governamentais. Esses princípios estão apregoados na Constituição Federal; no Plano Plurianual; na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei nº. 4320/64. Ainda, estudaremos, nesta unidade, sobre a receita corrente em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal e as sanções prevista nesta Lei. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 48 - 49 ORÇAMENTO PÚBLICO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 50 - 51II ORÇAMENTO PÚBLICO – CONCEITOS E OBJETIVOS GERAIS O Orçamento Público é um instrumento que efetua o planejamento do governo constituído de despesas fixadas pelo Legislativo a qual autoriza o Executivo a realizar estas despesas no exercício financeiro por meio de arrecadação de recei- tas estimadas. Após a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, nº. 101 de 04 de maio de 2000, item a ser trabalhado em específico no final desta unidade, observa-se que o orçamento passou a ser forma esclarecedora, um espelho da imagem da gestão pública para o conhecimento da sociedade, não tão somente documento admi- nistrativo e contábil. Conforme Araujo e Arruda (2010), o orçamento é regido pela Lei nº. 4320/64, autorizado pelo Poder Legislativo, é dependente de um sistema orçamentário, um agrupamento de pessoas e tecnologia com a organização do poder público com o objetivo de cumprir o processo orçamentário. O orçamento público, originário da Inglaterra, no século XIII, estabelecia que “nenhum tributo ou auxílio será instituído no Reino, senão pelo Conselho Comum, exceto para a finalidade de resgatar a pessoa do Rei...”. Araujo e Arruda (2010) comentam sobre esse procedimento, que se com- pararmos o salário de uma pessoa no final do mês, no momento em que essa pessoa relaciona todos os gastos do mês em relação àquilo que recebeu, neste exato momento estará elaborando o orçamento referente ao mês. Assim como na pessoa jurídica, nenhuma organização poderá efetuar desembolsos com investimentos sem este constar no orçamento, isto garante a continuidade do negócio (ARAUJO; ARRUDA, 2010). Vejamos isso para o lado da transparência, se para as empresas do setor pri- vada é necessário esse procedimento, esse instrumento se torna relevante para o poder público, observando que esse trabalho com recursos do povo e que a eles devem ser revertidos. Araujo e Arruda (2010) comentam que o orçamento público representa a realidade nítida do ente público perante à sociedade. A evolução e construção de orçamento público necessitam primeiramente de serviços especializados Orçamento Público – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 50 - 51 advindos da gestão pública que por sua vez deve prestar serviços de qualidade, com atendimento às necessidades sociais. Constatado quea sociedade é provedora dos recursos financeiros desti- nados à Administração Pública, por meio do pagamento de impostos, taxas e contribuições de melhorias, nada mais justo que benefícios sejam revertidos à essa sociedade. Para esses procedimentos burocráticos de recebimentos e pagamentos desses tributos, é necessário o sistema de arrecadação de receitas que tenha por finali- dade contrair interesse que repercuta a satisfação do contribuinte. Técnicas estas de planejamento e programação de trabalhos e projetos que estão inseridas no Orçamento Público. Kohama (2010) enfatiza que a administração de serviços públicos, ordenado para a realização das necessidades e a satisfação de interesses coletivos, execu- tando e gerindo os recursos e procedimentos atribuídos à Entidade Pública, denomina-se Administração Pública. O sentido de administrar, para o poder público, vai além da execução dos serviços, busca também a transparência das informações geradas pelo órgão competente, pressupondo o bom atendimento e funcionamento da entidade competente. O conjunto de atribuições a serem verificadas no orçamento, no que diz res- peito ao controle e planejamento, chamamos de processo orçamentário, o qual envolve decisões atreladas aos recursos públicos, objetivos e como esses recur- sos estão sendo utilizados. Ainda dentro do processo orçamentário, há a exigência de controle gerencial e operacional os quais são responsáveis por averiguações quanto ao cumprimento dos objetivos e eficiência na elaboração das ações do ente público (ARAUJO; ARRUDA, 2010). Ainda, Piscitelli (2010) diz que o Orçamento Público é fundamental peça para o planejamento e controle dos gastos públicos, instrumento do poder público nas esferas Federal, Estadual e Municipal. O Orçamento Público expressa, em determinado período de tempo, o pro- grama de atuação das origens e recursos que devem ser obtidos, bem como a natureza dos recursos a serem efetuados. ©shutterstock ORÇAMENTO PÚBLICO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 52 - 53II O Orçamento Público é um documento aprovado pela Lei do Orçamento Anual – LOA. Nele, contidas as previsões de receitas e a fixação de despesas para o exercício subsequente a sua aprovação. Giacomoni (2010) fala que o poder público se apodera do orçamento como ins- trumento para o planejamento e avaliação dos recursos públicos. Considera-se o orçamento de duas formas, uma objetivando-o como docu- mento contábil com a finalidade de prever as receitas e fixar as despesas dentro do período exercido pela entidade detentora dos recursos financeiros. Seu foco está no planejamento e nas necessidades sociais, atribuído como recurso no qual a Entidade Pública realizará seus serviços. Giacomoni (2010) ressalta que a outra forma traz o conceito por meio de uma definição de orçamentos modernos definidos como lei que antecipa a pre- visão das receitas e despesas necessárias às entidades públicas dentro do período estipulado por essa entidade, ou pela autorização do Legislativo ao Executivo para arrecadar as receitas previstas em lei assim como as despesas para o fun- cionamento da entidade. Orçamento Público – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 52 - 53 TIPOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO Neste item, elencamos os tipos de orçamento público, onde verificaremos qual orçamento será elaborado conforme o regime político em vigência. Orçamento Tradicional ou Clássico Esse orçamento prevê as receitas e autoriza as despesas cujo foco são os gastos. Levamos em consideração as necessidades socioeconômicas da gestão pública anterior à Lei nº 4320/64. Anteriormente, o orçamento tradicional não mencionava privilégios a pro- gramas de trabalhos e conjuntos de objetivos a cumprir, efetuava somente a adoção a qualquer órgão com recursos, suficientes, para pagamento de pessoal e compras de permanente e materiais de consumo para o período financeiro. O orçamento Tradicional ainda evidenciava os órgãos conforme os gastos praticados no exercício anterior, sem a intenção de realização para o próximo exercício. Orçamento de Desempenho ou de Realizações O Orçamento de Desempenho, também conhecido como pós-tradicional, tem como objetivo verificar quais são os destinos dos recursos financeiros pratica- dos pela gestão pública. Esse tipo de orçamento atenta-se aos resultados dos gastos não somente com o gasto em si. Nesse tipo de orçamento não há vincu- lação com o orçamento anterior. Constata-se a evolução do orçamento Tradicional para o Orçamento de Desempenho, mas sem nenhuma característica essencial que vincula os mes- mos ao planejamento. Nota-se que a partir do orçamento-programa, passa-se a ter a vinculação das receitas e despesas ao Sistema de Planejamento, tópico a ser descrito no pró- ximo item. Orçamento-programa O Orçamento-programa, parte integrante do plano de governo que efetua o detalhamento das despesas por meio da política econômica, faz a previsão para ORÇAMENTO PÚBLICO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. 54 - 55II o próximo exercício, evidenciando os objetivos e metas de programas de traba- lhos bem como a destinação dos recursos praticados nos programas. A Lei 4.320/1964, por meio do Decreto Lei 200/1967, divulga que para a criação do Orçamento-programa deve-se efetuar o detalhamento de cada etapa do programa plurianual que realizaremos no próximo exercício, que servirá de guia para o programa anual do governo. Conforme Araujo e Arruda (2010, p.62). O orçamento-programa surgiu, originalmente, nos Estados Unidos, no final da década de 1950, sob a denominação de Sistema de Planeja- mento, Programação e Orçamentação (PPBS – Planning Programming Budgeting System) e representa a modalidade de orçamento na qual a estimativa dos recursos financeiros e sua destinação derivam da elabo- ração de um plano ou programa de trabalho. Araujo e Arruda (2010) evidenciam características do orçamento-programa elencadas a seguir: a) Relacionar os gastos e produtos. b) Definir Metas especificando os objetivos e finalidades. c) Efetuar a Integração, Planejamento e o Orçamento. d) Efetivar a Gestão dos Objetivos e Finalidades apregoadas. e) Evidenciar os Resultados. f) Analisar o financeiro em relação ao físico. g) Acompanhar a programação. No orçamento, os objetivos da gestão pública devem estar atrelados aos progra- mas de integração, identificando os custos dos insumos e somando a estes as medidas de desempenho com a finalidade de avaliar os esforços alcançados pela gestão pública (GIACOMONI, 2010). Retrata-se como um orçamento moderno resistente às mudanças dentro da gestão pública. É um instrumento de opera- cionalização das ações do gestor público com interesse nas atividades e projetos contempladas dentro das diretrizes e planos governamentais. Perante os objetivos e conceitos dos orçamentos: Tradicional e Orçamento- programa, apresentamos, conforme Giacomoni (2010), a comparação entre os dois: Orçamento Público – Conceitos e Objetivos Gerais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 54 - 55 QUANTO À (AO) ORÇAMENTO TRADICIONAL ORÇAMENTO-PROGRAMA Finalidade Ênfase no que o governo com- pra, nas coisas por ele adquiri- das. Ênfase nas ações que o governo realiza e nos meios reais que utiliza. Uso dos Tipos de Classificação Base na classificação institucio- nal por objeto gasto. Utiliza-se praticamente de todos os tipos: Institucional; Econômi- ca; Por elemento de despesa; Por objetivos; Rico em informações. Relação com o Planejamento Normalmente não reflete ações planejadas. Constitui-se em um dos ins- trumentos do planejamento,
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