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CADEIAS 
PRODUTIVAS 
DA CANA-DE-
AÇÚCAR, DO 
ALGODÃO E DE 
FRUTAS
Professor Dr. Fábio da Silva Rodrigues
Professora Dra. Francielli Gasparotto
Professor Me. Celso Daniel Seratto
Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Acesse o seu livro também disponível na versão digital.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; RODRIGUES, Fábio da Silva; GASPAROTTO, Francielli; 
SERATTO, Celso Daniel; COSTA, Tiago Ribeiro da. 
Cadeias Produtivas da Cana-de-açúcar, do Algodão e de 
Frutas. Fábio da Silva Rodrigues; Francielli Gasparotto; Celso 
Daniel Seratto; Tiago Ribeiro da Costa. 
Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. Reimpresso, 2021.
216 p.
“Graduação - EaD”.
1. Cadeias produtivas. 2. Cana-de-açúcar. 3. Algodão. 4. Frutas. 
5. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-1838-7 CDD - 22 ed. 633.6
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Minco�
James Prestes
Tiago Stachon 
Diretoria de Graduação e Pós-graduação 
Kátia Coelho
Diretoria de Permanência 
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Produção de Conteúdos
Celso Luiz Braga de Souza Filho
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Supervisão de Produção de Conteúdo
Nádila Toledo
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Designer Educacional
Bárbara Neves
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Ilustração Capa
Bruno Pardinho
Editoração
Victor Augusto Thomazini
Qualidade Textual
Ariane Andrade Fabreti
Jaqueline Mayumi Ikeda Loureiro
Ilustração
Bruno Pardinho
Rodrigo Barbosa da Silva
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não so-
mente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in-
tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos 
em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e 
espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos 
de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 
100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: 
nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, 
Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos 
EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e 
pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros 
e distribuímos mais de 500 mil exemplares por 
ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma 
instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos 
consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos 
educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educa-
dores soluções inteligentes para as necessidades 
de todos. Para continuar relevante, a instituição 
de educação precisa ter pelo menos três virtudes: 
inovação, coragem e compromisso com a quali-
dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de 
Engenharia, metodologias ativas, as quais visam 
reunir o melhor do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes 
áreas do conhecimento, formando profissionais 
cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian-
do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças 
capazes de alcançar um nível de desenvolvimento 
compatível com os desafios que surgem no mundo 
contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi-
ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, 
contribuindo no processo educacional, complemen-
tando sua formação profissional, desenvolvendo com-
petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos 
em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no 
mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm 
como principal objetivo “provocar uma aproximação 
entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o 
desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe-
cimentos necessários para a sua formação pessoal e 
profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cresci-
mento e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó-
runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma 
equipe de professores e tutores que se encontra dis-
ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
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Professora Dra. Francielli Gasparotto
Possui doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá 
(2010) com área de concentração em Proteção de Plantas, mestrado em 
Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2006) e graduação em 
Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2004). Professora Titular 
do Centro Universitário Cesumar (Unicesumar), atuando no Mestrado em 
Tecnologias Limpas e nos cursos de Graduação em Agronomia e Tecnólogo 
em Agronegócios. Possui experiência na área de Fitopatologia, Microbiologia 
Ambiental, Processos de produção da Agroindústria Sucroalcooleira e 
Cadeias produtivas. Desenvolve projetos na linha de pesquisa Agroindústria 
e agropecuária sustentável. http://lattes.cnpq.br/2673470812353146
Professor Dr. Fábio da Silva Rodrigues
Possui doutorado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá 
(2018), mestrado em Agronegócios pela Universidade Federal de Mato Grosso 
do Sul (2008), especialização em Economia e Gestão do Agronegócio pela 
UEM (2006) e graduação em Administração pela Universidade Estadual de 
Maringá (2004). Possui experiência na área de Administração, com ênfase em 
Agronegócios, atuando principalmente nas seguintes áreas: administração geral, 
marketing, administração pública, pesquisa em administração, diagnóstico 
organizacional e agronegócios. Possui experiência em EAD - Educação a 
Distância. Atualmente, desenvolve pesquisa em Agronegócios, discutindo a 
questão da sustentabilidade competitiva em sistemas agroalimentares. http://
buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4501271Y9
Professor Me. Celso Daniel Seratto
Possui mestrado em e graduação em Agronomia pela Universidade Estadual 
de Maringá (1992). Atualmente é Engenheiro Agrônomo da Empresa de 
Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná. Tem experiência na área de 
Agronomia, com ênfase em Extensão Rural. http://buscatextual.cnpq.br/
buscatextual/visualizacv.do?id=K4777477U8
Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
Possui Mestrado na área de Genética Quantitativa e Melhoramento 
Vegetal (Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento - 
PGM / Universidade Estadual de Maringá), graduado em Agronomia e em 
Engenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM). Atua como Professor Assistente do Centro Universitário Cesumar 
(UniCesumar - Maringá - Paraná), no curso presencial de Agronomia e nos 
cursosde Tecnologia em Agronegócios, Tecnologia em Gestão Ambiental, 
Tecnologia em Segurança do Trabalho e Gestão Comercial, na modalidade de 
Educação à Distância. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.
do?id=K4533077U4
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) aluno(a), por meio deste livro, você terá a oportunidade de estudar sobre 
três cadeias produtivas que se situam entre as mais importantes da economia do agro-
negócio brasileiro. Iniciaremos nosso estudo pelo tópico “Cadeia produtiva da cana-de-
-açúcar”, após isso, versaremos sobre a “Cadeia produtiva do algodão” e, depois, finaliza-
remos com a análise da “Cadeia produtiva da fruticultura”. Sendo assim, conheceremos 
assuntos que vão da tecnologia e chegam até a conjuntura atual de mercado de seus 
produtos.
Para tanto, com o objetivo de situá-lo(a) nesse universo, o material didático foi organi-
zado com informações atualizadas e dados importantes, além disso, constam alguns 
temas clássicos. Desse modo, foi possível produzir uma combinação ímpar, ao mesmo 
tempo em que fica bem informado(a), é dado a você uma formação com qualidade para 
exercer atividades relacionadas com o papel de agente e gestor de agronegócios.
Assim sendo, na Unidade 1, que trata da cadeia da cana-de-açúcar, você conhecerá sobre 
os aspectos relacionados com o histórico dessa atividade e a produção, as técnicas de 
cultivo e manejo, as tecnologias de colheita, chegando ao ponto em que abordaremos, 
com uma breve discussão, sobre a sustentabilidade da produção dessa matéria-prima.
Na Unidade 2, incluíram-se temas relacionados ao estudo da cadeia produtiva em si, 
como a conjuntura de mercado dos produtos da cana-de-açúcar, o potencial de apro-
veitamento que vem sendo dado ao que era considerado até pouco tempo atrás como 
seus subprodutos. Além disso, é apresentada a logística que envolve a distribuição dos 
produtos e também uma breve análise sobre o custo de produção da matéria-prima, o 
que pode ser considerado bastante específico entre as diversas usinas, dadas as suas 
especificidades quanto ao uso das tecnologias e ao ambiente, com os recursos naturais 
que estão disponíveis nas regiões em que se encontram instaladas as usinas.
A Unidade 3 é dedicada ao exame da cadeia do algodão, iniciaremos com seu histórico 
de cultivo e, depois, você se concentrará no estudo dos sistemas de produção da fibra, o 
que envolve conhecimentos sobre as técnicas de cultivo, manejo e colheita, para depois 
discutirmos os custos que abrangem a produção nas principais regiões produtoras do 
país, permitindo refletir sobre a relação que existe entre os fatores ambiente, tecnologia 
e sustentabilidade. E, por fim, a biotecnologia utilizada para obtenção de novos cultiva-
res de algodão, com características que visam facilitar o processo produtivo e melhorar 
a qualidade do produto final.
Na Unidade 4, continuaremos estudando a cadeia produtiva do algodão, agora com 
foco na análise das estatísticas internacionais e nacionais ligadas à cotonicultura, além 
de distinguirmos alguns indicadores importantes. Nesse ponto, o nosso objetivo é pos-
sibilitar que você se situe sobre a conjuntura internacional e nacional dessa cadeia pro-
dutiva, de modo que você possa correlacionar tais fatos, o que irá deixá-lo(a) apto(a) 
para fazer análises a respeito das perspectivas sobre a produção e os mercados, nacio-
nais e internacionais. Por fim, abordaremos sobre a importância da indústria têxtil, no 
Brasil e no mundo.
APRESENTAÇÃO
CADEIAS PRODUTIVAS DA CANA-DE-AÇÚCAR, 
DO ALGODÃO E DE FRUTAS
Em nossa última unidade, a Unidade 5, trataremos da “Cadeia produtiva da fruti-
cultura”, com uma abordagem que privilegia o estudo da conjuntura nacional, a 
produção das principais frutas consumidas e comercializadas pelo país, com seus 
respectivos mercados de destino e sua importância relativa.
Como você perceberá, o estudo dessas cadeias produtivas passa pelo uso e análi-
se de muitos números, cujos valores mudarão no futuro. Portanto, não espero que 
você memorize todos eles, mas sim, que eles possam servir para situá-lo(a), permi-
tindo você aprimorar seus conhecimentos e fazer as comparações relativas. Assim, 
eles poderão ser úteis para interpretar a importância do que você estudará.
Portanto, tenho certeza de que as oportunidades de estudo aqui oferecidas, as quais 
aliadas ao tempo que você irá dedicar àquilo em que irá se apaixonar, permitirão a 
você uma boa formação que o auxiliará a abrir as portas do mercado de trabalho 
e novas oportunidades com que sonha. Por isso, leia, estude e apaixone-se, pois, o 
futuro te espera.
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
11
UNIDADE I
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, 
CULTIVO E COLHEITA
19 Introdução
20 Histórico, Características e Desenvolvimento da Cana-de-açúcar 
23 Técnicas de Cultivo 
29 Fitossanidade 
36 Métodos de Colheita 
41 Desenvolvimento Sustentável na Produção de Cana-de-açúcar 
44 Considerações Finais 
49 Referências 
51 Gabarito 
SUMÁRIO
12
UNIDADE II
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: CADEIA PRODUTIVA, 
SUBPRODUTOS E LOGÍSTICA
55 Introdução
56 Produção de Cana-de-açúcar no Brasil 
66 O Mercado de Etanol no Brasil e no Mundo 
82 A Produção e o Mercado do Açúcar Brasileiro 
88 Subprodutos da Agroindústria Sucroenergética 
92 Logística na Produção de Cana-de-açúcar 
95 Considerações Finais 
99 Referências 
101 Gabarito 
SUMÁRIO
13
UNIDADE III
A CULTURA DO ALGODÃO: HISTÓRICO, PRODUÇÃO, MEIO AMBIENTE 
E TECNOLOGIA
105 Introdução
106 Histórico e Características Morfológicas do Algodoeiro 
110 Aspectos Técnicos do Cultivo do Algodão 
118 Fitossanidade do Algodoeiro e a sua Colheita 
125 Custos de Produção da Cultura do Algodão 
129 Biotecnologia e Meio Ambiente 
131 Considerações Finais 
136 Referências 
138 Gabarito 
SUMÁRIO
14
UNIDADE IV
A CULTURA DO ALGODÃO: ESTATÍSTICAS INTERNACIONAIS E 
NACIONAIS E A CADEIA PRODUTIVA ALGODOEIRA 
141 Introdução
142 As Estatísticas Internacionais 
146 A Geografia do Cultivo de Algodão no Brasil 
149 As Estatísticas Nacionais 
156 A Cadeia Produtiva do Algodão 
160 A Indústria Têxtil 
164 Considerações Finais 
170 Referências 
171 Gabarito 
SUMÁRIO
15
UNIDADE V
FRUTICULTURA
175 Introdução
176 A Cadeia Produtiva da Fruticultura no Brasil 
187 A Produção e as Exportações de Frutas Produzidas no Brasil 
192 A Produção e a Exportação das Principais Frutas Brasileiras 
202 A Inovação e a Agregação de Valor na Fruticultura 
205 Considerações Finais 
210 Referências 
212 Gabarito 
213 CONCLUSÃO
214 ANOTAÇÕES
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Professor Dr. Fábio da Silva Rodrigues
Professora Dra. Francielli Gasparotto
Professor Me. Celso Daniel Seratto
Professor Me. Tiago Ribeiro da Costa
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: 
HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, 
CULTIVO E COLHEITA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Conhecer a evolução da cana-de-açúcar, sua origem, como 
ela chegou ao Brasil, suas características morfológicas e 
desenvolvimento.
 ■ Compreender as principais técnicas de cultivo e adubação da cultura 
da cana-de-açúcar.
 ■ Identificar e diferenciar as principais pragas, doenças e plantas 
daninhas que atingem a cultura, tal como os principais métodos de 
controle das mesmas.
 ■ Entender os métodos de colheita da cana-de-açúcar e suas 
implicações.
 ■ Atinar sobre a produção de cana-de-açúcar e sua influência nas 
dimensões social, econômica e ambiental.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Histórico, características e desenvolvimento da cana-de-açúcar
 ■ Técnicas de cultivo
 ■ Fitossanidade
 ■ Métodos de colheita
 ■ Desenvolvimento sustentável na produção de cana-de-açúcar
INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade de nosso livro, apresentamos as principais informações 
sobre a cultura da cana-de-açúcar, uma das principais do agronegócio brasileiro 
que se destaca devido aos grandes avanços tecnológicos e pelo seu potencial paraajudar a equalizar problemas ambientais.
O setor sucroalcooleiro passou por um momento favorável à sua expansão, 
sobretudo no que se refere ao cenário internacional para os preços do açúcar 
somado à adoção do álcool combustível na matriz energética de alguns países. 
Devido às condições climáticas desfavoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar e à 
consequente diminuição da produtividade nas últimas safras, aliada às oscilações 
negativas nos preços do açúcar, no mercado internacional, o setor vem passando 
por dificuldades nos últimos anos.
O desenvolvimento do setor canavieiro é muito importante para economia 
brasileira, visto que a cana-de-açúcar está entre as três culturas mais importantes 
do país, decorrente do aumento da demanda por açúcar e etanol para atender o 
mercado consumidor interno e externo. Para aumentar a sua competitividade, 
este setor utiliza várias tecnologias. Desde o controle biológico da broca da cana-
-de-açúcar, passando pela mecanização das lavouras e chegando até a colheita, 
onde, especialmente, vem ocorrendo a substituição da colheita manual com 
queima prévia pela colheita mecânica sem queima prévia.
Muitos são os fatores que interferem na produtividade desta cultura, esten-
dendo-se desde o plantio, com a densidade de plantas, o preparo adequado do 
solo, a época, a escolha das variedades, a qualidade e a idade das mudas até o 
manejo do canavial e o tipo de colheita empregado.
Portanto, a seguir, levaremos você a conhecer melhor esse importante setor 
do agronegócio brasileiro, iniciando com sua trajetória, desde o descobrimento 
até os dias atuais, com a pujança que alcançou a atividade para o país com a tec-
nologia de produção empregada no cultivo da cana-de-açúcar.
Introdução
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A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E20
HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E 
DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR
Caro aluno, iniciaremos agora o nosso estudo sobre a cadeia produtiva da cana-de-
-açúcar e, para que este seja o mais produtivo possível, começaremos conhecendo 
um pouco mais da história que envolve o cultivo dessa gramínea em nosso país 
e suas principais características. 
HISTÓRICO
A cana-de-açúcar teve sua origem em regiões da Ásia e Oceania, provavelmente 
na ilha conhecida como Nova Guiné. No período entre 800 a 600 AC, com a 
intensificação da migração dos povos, a cultura se adaptou a novos ambientes, 
principalmente no sudeste asiático, assim, atingiu as Ilhas Solomon e as Novas 
Hébridas, as Filipinas e o norte da Índia. E, do território indiano, foi levada para 
a Europa, de onde, no século XVI, foi transportada para o continente ameri-
cano, chegando posteriormente ao Brasil (FAUCCONIER; BASSEREAU, 1970).
Histórico, Características e Desenvolvimento da Cana-de-açúcar
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21
Você sabe o que mudou desde os antigos engenhos de cana do Nordeste brasi-
leiro do século XVIII até os dias atuais?
De fato, muita coisa mudou. No século XVIII, o cultivo era exclusivamente 
dedicado à produção de açúcar. Na atualidade, a despeito desta finalidade, o 
cultivo da cana-de-açúcar se encontra entre os mais importantes do mundo, 
podendo ajudar a reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, além disso, 
pode contribuir nas cidades, com um ambiente mais equilibrado e um ar mais 
limpo. E o melhor, isso pode trazer muitas vantagens econômicas para o Brasil.
MORFOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR
Hoje em dia, as variedades da cana-de-açúcar, cultivadas comercialmente, são 
híbridas do gênero Saccharum, isto é, cruzamentos de espécies do referido gênero, 
com destaque para a espécie Saccharum officiarum, que apresenta alto teor de 
açúcares, sendo conhecida como “cana nobre” (MOZAMBANI et al., 2006).
As plantas desta cultura se desenvolvem em forma de touceira (moita), 
sendo constituídas por colmos, folhas, inflorescência, frutos, raízes e rizomas. 
A cana é uma gramínea adaptada ao cultivo em regiões de clima tropical, pois 
necessita de alta intensidade luminosa e altas temperaturas, não tolerando gea-
das (SEGATO et al., 2006).
As primeiras mudas de cana-de-açúcar que foram trazidas ao Brasil provi-
nham da Ilha da Madeira (território português) e foram transportadas por 
Martim Afonso de Souza, o responsável pela instalação do primeiro enge-
nho em São Vicente, no ano de 1533. Em seguida, muitos outros engenhos 
se proliferaram pela costa brasileira. O Nordeste brasileiro, principalmente 
o litoral pernambucano e o baiano, dominavam a maior parte da produção 
açucareira da colônia na época. Para saber mais, acesse: https://www.infoes-
cola.com/historia/ciclo-da-cana-de-acucar.
Fonte: adaptado de Silva (2018).
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E22
A cana é propagada via reprodução assexuada, vegetativamente pela brotação 
de suas gemas e seu desenvolvimento envolve as fases de brotação, perfilha-
mento, crescimento dos colmos e maturação. A fase de brotação inicia-se cerca 
de 20 até 30 dias após o plantio, ela consiste na emissão da parte aérea da planta 
e também das raízes primárias. A segunda fase é o perfilhamento, processo em 
que vários colmos são produzidos por planta, constituindo uma touceira, que 
pode chegar a ter 25 ou mais colmos (SEGATO et al., 2006). 
Fase de brotação
e estabelecimento
Fase de per�lhamento Período de
crescimento
dos colmos
Fase de
maturação
Figura 1 - Fases do desenvolvimento da cana-de-açúcar
Fonte: adaptada de Santos (2017).
Após o perfilhamento, ocorre o crescimento dos colmos e a maturação do cana-
vial, em que os colmos mais desenvolvidos continuam o crescimento em altura 
e espessura, acumulando sacarose. O acúmulo de sacarose é influenciado por 
diferentes fatores, entre estes, destacam-se os ambientais, como a temperatura 
e a disponibilidade de água e nutrientes (SEGATO et al., 2006). Após 11 a 20 
meses do plantio, a cana está madura e pronta para ser colhida por meio do corte 
manual ou mecanizado.
Técnicas de Cultivo 
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23
TÉCNICAS DE CULTIVO 
Agora, aprofundaremos nossos conhecimentos sobre o plantio da cana-de-açú-
car, com suas formas e épocas de produção, seu tempo de desenvolvimento e as 
técnicas de calagem e adubação. Vamos juntos?
PLANTIO
No Brasil, o plantio da cana-de-açúcar é realizado de duas formas, o plantio de 
18 meses, ou cana-de-ano-e-meio, e o de 12 meses, ou cana-de-ano. Na modali-
dade de 18 meses, o plantio ocorre de janeiro a maio, a cultura é implantada no 
verão (clima quente e úmido) em que inicia sua brotação e passa por um perí-
odo de repouso durante o outono e mais acentuadamente no inverno, voltando 
ao seu desenvolvimento na primavera e verão, estando pronta para a colheita no 
inverno seguinte. Desta forma, a cana se desenvolve nos 3 meses iniciais do plan-
tio, reduz seu desenvolvimento por 5 meses e volta a vegetar durante 7 meses, 
amadurecendo no inverno seguinte (Quadro 1).
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Quadro 1 - Época de plantio, de desenvolvimento e de colheita da cana-planta de ano e meio (18 meses) 
relacionada à estação e aos meses do ano, na região centro-oeste e centro sul do Brasil
CRESCIMENTO CRESCIMENTO LIMITADO CRESCIMENTO
Verão Outono Inverno Primavera
Jan Fev Mar Abr Mai JunJul Ago Set Out Nov
CRESCIMENTO MATURAÇÃO/COLHEITA
Verão Outono Inverno
Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Fonte: Segato et al. (2006).
A cana de 12 meses é implantada de setembro a novembro, apresentando pleno 
desenvolvimento na primavera e verão, a diminuição do seu desenvolvimento 
a partir de abril e a colheita no inverno seguinte. Neste tipo de plantio, tem-se 
aproximadamente 8 meses de desenvolvimento vegetativo da cultura e 4 meses 
de maturação (Quadro 2).
Quadro 2 - Época de plantio, de desenvolvimento e de colheita da cana-planta (12 meses) relacionada à 
estação e aos meses do ano, na região centro-oeste e centro sul do Brasil
CRESCIMENTO MATURAÇÃO/COLHEITA
Primavera Verão Outono Inverno
Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago
Fonte: adaptado de Segato et al. (2006). 
Como a cana-de-ano-e-meio apresenta aproximadamente 10 meses de desen-
volvimento vegetativo, segundo Segato (2006), a mesma apresenta uma maior 
produção do que a de 12 meses. É preciso, porém, ressaltar que após o corte da 
cana-planta (primeira colheita), inicia-se outro ciclo da cultura que recebe o 
nome de cana-soca e que apresentará aproximadamente 12 meses. O número 
de ciclos de cana-soca é variável e depende de vários fatores, como a variedade, 
o manejo do canavial e as condições ambientais, entre outros.
A cana-de-açúcar, durante muito tempo, teve seu plantio realizado exclusi-
vamente pelos colmos de plantas adultas, porém, nos últimos anos, o plantio de 
mudas pré-brotadas teve um crescimento significativo. O Centro de Tecnologia 
Canavieira (CTC, 2018, on-line)¹ possui um projeto para tornar mais eficiente 
o plantio da cana, o centro está desenvolvendo sementes para o plantio de cana 
de açúcar pela técnica de clonagem. O mesmo afirma que as altas taxas de 
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multiplicação, a redução dos custos de produção e a produção de material gené-
tico sadio são alguns dos benefícios desta tecnologia, e, ainda, por usar sementes, 
o plantio será operacionalmente mais simples e mais eficiente. 
No plantio com colmos (toletes), estes são obtidos de canaviais com 8 a 12 meses 
de idade, especialmente preparados, vigorosos e saudáveis. A colheita dos colmos 
é feita, nesse caso, sem a queima. O corte é feito rente ao solo, com a remoção das 
ponteiras em seguida. Deve-se ter cuidado para não ferir as gemas. Antes do plantio, 
é feito tratamento preventivo dos colmos, com a aplicação de fungicidas e de inse-
ticidas. O plantio das canas deve ser feito logo após o corte, pois se os toletes forem 
armazenados por mais de quatro dias, a germinação será comprometida. De acordo 
com a variedade a ser utilizada e das condições de plantio como o espaçamento, 
necessitam-se de 8 a 15 toneladas de colmos por hectare (TOWNSEND, 2000).
A cana é plantada em sulcos, com profundidade de 30 cm, quanto ao espaça-
mento, vários tipos são utilizados, com distância entre sulcos, variando de 1 a 1,6 
m em espaçamento simples. Uma modalidade que vem sendo muito empregada 
é o plantio em linhas duplas, as quais ficam dispostas 0,9 m entre si e, espaçadas 
a 1,5 a 1,6 m entre a outra fileira de linhas nas laterais.
A distribuição dos colmos deve permitir a emergência de 12 a 18 gemas por 
metro linear. Deve-se observar que as gemas da ponta da cana apresentam maior 
vigor e estão menos sujeitas a injúrias que as gemas da base, podendo haver domi-
nância apical. Por este motivo, os colmos serão colocados no sulco “pé com ponta”, 
em colmos com entrenós curtos, e “pé com pontas cruzadas”, quando tiverem 
entrenós mais longos. Assim, em seguida, os colmos devem ser cortados com 
facão em toletes menores com o tamanho que abriga de 3 a 4 gemas. O facão 
usado deve estar bem amolado e 
desinfetado. A desinfecção é feita 
com a imersão periódica desse 
equipamento na solução à 10% 
de creol ou formol, para evitar 
a disseminação de doenças. Em 
seguida, os colmos serão cober-
tos com uma camada de 5 a 10 
cm de solo (TOWNSEND, 2000).
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Os primeiros 90 dias constituem um período crítico e os tratos culturais 
deverão ser feitos com extremo cuidado, pois a planta jovem é muito mais 
suscetível ao ataque de pragas e de doenças, bem como a competição com 
plantas daninhas, do que a planta adulta. Lembre-se que observar com fre-
quência o desenvolvimento do canavial recém-plantado permite o controle 
de problemas, com o ajuste de operações subsequentes, evitando surpresas 
desagradáveis.
CALAGEM E ADUBAÇÃO 
De acordo com Rosseto e Santiago ([2019], on-line)², a correção da acidez e do 
teor de nutrientes do solo (adubação) é essencial para produtividade das cul-
turas. O sistema radicular da cana-de-açúcar é do tipo fasciculado e consegue 
atingir camadas profundas do solo, desde que não existam impedimentos físi-
cos e químicos. Desta forma, a correção do solo é fundamental nos ambientes 
de produção de cana-de-açúcar.
Ainda, segundo os autores, a correção da acidez do solo com o emprego de 
calcário, a redução da atividade de alumínio e o acréscimo de cálcio em profun-
didade via gesso e a adição de fósforo em área total são consideradas práticas 
de correção do solo. Essas práticas, com destaque para a calagem, podem con-
tribuir para o aumento da longevidade dos canaviais, estudos mostram que este 
aumento pode ser de um ciclo a mais da cultura.
Além das práticas corretivas, a adubação do canavial é de suma importância 
para atender as necessidades da cultura e contribuir para maiores produtividades. 
Como a cana-de-açúcar produz uma grande massa total (120 a 200 toneladas de 
folhas e colmos por hectare) ela necessita de uma elevada quantidade de nutrien-
tes do solo, os quais precisam ser repostos pela adubação.
De acordo com Oliveira et al. (2007), para produzir 120 t/ha, cerca de 100 
t de colmos industrializáveis, o uso de nutrientes na parte aérea das plantas 
alcança 150 kg de nitrogênio (N), 40 kg de fósforo (P), 180 kg de potássio (K), 
90 kg de cálcio (Ca), 50 kg de magnésio (Mg) e 40 kg de enxofre (S). Tratando-se 
dos micronutrientes, apesar da quantidade necessária ser menor, não é menos 
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importante e, para produzir 120 t/ha, as plantas acumulam cerca de 8,0 kg de 
ferro (Fe), 3,0 kg de manganês (Mn), 0,6 kg de zinco (Zn), 0,4 kg de cobre (Cu) 
e 0,3 kg de boro (B).
Portanto, é necessário conhecer a fertilidade do solo em que será cultivada 
essa cultura, para estabelecer a necessidade de adubação e calagem, que permi-
tirá a produtividade ótima, com eficiência econômica.
Conforme pesquisou Oliveira et al. (2007), o nitrogênio e o potássio são os 
nutrientes absorvidos em maiores quantidades pela cana-de-açúcar. O nitrogê-
nio promove a aceleração da atividade meristemática das plantas, induzindo ao 
desenvolvimento da parte aérea, resultando em maior perfilhamento e índice de 
área foliar da cana-de-açúcar. O acúmulo de N pela planta depende do cultivar, 
da idade do plantio e da disponibilidade deste e de outros nutrientes no solo, 
com seu equilíbrio, mas sabe-se que, para cada tonelada de matéria natural acu-
mulada pela parte aérea, ocorre absorção de 1,5 kg de N pela planta.
Dessa maneira, nos sistemas de produção em que a produtividade é supe-
rior a 120 t/ha, a quantidade de N absorvida pela cultura ultrapassa 180 kg/
ha. A ureia (45% de N) é o adubo nitrogenado mais usado na cana-de-açúcar 
por seu menor custo por unidade de N, quando comparado com outras fontes, 
mas a aplicação de ureia sobre o solo ou palhada pode gerar perdas de até 40% 
(OLIVEIRA et al., 2007).
Alémdos adubos minerais, parte da adubação nitrogenada pode ser forne-
cida por meio de bactérias fixadoras de nitrogênio. No caso da cana-de-açúcar, 
a relação das bactérias com a planta é do tipo associativa, em que as mesmas dis-
ponibilizam nitrogênio ao redor das raízes da planta.
A substituição da adubação nitrogenada mineral pela inoculação com 
bactérias diazotróficas é uma prática sustentável, pois reduz os impactos 
ambientais do uso de adubos nitrogenados e também reduz os custos de 
produção da cultura. 
Fonte: os autores.
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Com relação ao fósforo, deve ser aplicada a maior parte da dose no fundo do sulco 
de plantio, pois, assim, a adubação terá maior eficiência, contudo, será preciso 
aplicar fósforo novamente nas rebrotas da cana-de-açúcar, após cada colheita, 
sendo aplicados os adubos fosfatados, mais comumente, o superfosfato simples, 
o superfosfato triplo e o termofosfato.
O potássio é aplicado na operação de plantio e, depois, logo após cada um dos 
cortes para a colheita, uma vez que a cana-planta e as rebrotas também respondem 
a esse tipo de adubação. A principal fonte de potássio utilizada na cana-de-açú-
car é o cloreto de potássio (KCl), mas, nas lavouras em que a vinhaça é viável de 
ser aplicada, ela também é utilizada em substituição ao KCl.
O cálcio e o magnésio são fornecidos por ocasião da calagem e não é neces-
sário aplicar enxofre em áreas que receberam vinhaça ou gesso agrícola, mas 
naquelas áreas em que existe carência desse nutriente, podem ser aplicados 30 
kg/ha. As principais fontes de enxofre são o sulfato de amônio (22 a 24% de S) e 
o superfosfato simples (10 a 12% de S) (OLIVEIRA et al., 2007).
Em geral, não é necessário aplicar micronutrientes na cultura da cana-de-
-açúcar. Quando os canaviais são implantados em áreas de baixa fertilidade, 
contudo, pode haver necessidade desses elementos.
Lembre-se que adubar é muito mais que simplesmente aplicar fertilizantes 
no solo. Para que a adubação seja bem-sucedida, é necessário ter um diag-
nóstico preciso da fertilidade do solo, com os laudos de análise de micro e 
macronutrientes para calibrar as quantidades mais econômicas. Além disso, 
é preciso estar atento à época mais adequada e à maneira com que são apli-
cados os corretivos e os adubos aplicados. Isso não elimina a necessidade 
de realizar o diagnóstico da nutrição foliar, com as análises de amostras de 
tecido vegetal, para avaliação do estado nutricional da planta. Aplicações de 
matéria orgânica, como vinhaça e torta de filtro, contribuem para aumentar 
a fertilidade do solo, e reduzir a dependência de adubos minerais. Proceden-
do desta maneira, você conseguirá melhores resultados com a adubação, e 
poderá controlar melhor seus custos de produção!
Fonte: os autores.
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FITOSSANIDADE 
A produtividade de uma cultura é um somatório de diversos fatores, entre estes, 
temos os ligados à fitossanidade da mesma, isto é, à sanidade da cultura, se a 
mesma está sendo afetada por alguma praga, doença ou planta daninha. Neste 
tópico, iremos abordar os principais fatores que interferem na sanidade da cul-
tura da cana-de-açúcar.
PRAGAS E SEU CONTROLE
A cana-de-açúcar é alvo preferido de diversas pragas, as quais obrigam o uso 
de práticas e a aplicação de técnicas especiais para o seu controle, sob pena de 
sofrer a redução na sua produção e na sua qualidade, o que pode até inviabilizar 
economicamente a atividade. Para sua melhor compreensão, apresentaremos, a 
seguir, algumas das principais pragas que atingem a cana-de-açúcar.
A broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) pode ser considerada a 
principal praga da cultura no país (OLIVEIRA et al., 2007). Na fase adulta, a bro-
ca-da-cana se caracteriza como uma mariposa de cor amarelo-palha. A fêmea 
deposita os ovos nas folhas e, quando eclodem, surgem as larvas de cor amare-
lo-palha e cabeça marrom. As larvas caminham para os colmos e os perfuram, 
abrindo galerias ascendentes, o que, além do dano físico, abre portas de entrada 
que tornam os colmos susceptíveis a fungos, bactérias e vírus.
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Na cana nova, os danos podem provocar até a morte da gema apical, com 
perda da última folha, sintoma que é chamado de “coração morto”. Quando a 
larva vai empupar, para se transformar na mariposa, ela abre outro orifício para 
sair. As pupas se tornam adultas e, após o acasalamento, o ciclo recomeça. Em 
média, o ciclo completo da broca é de 70 dias.
No Nordeste brasileiro, ocorre outra praga endêmica denominada broca-gigante 
da cana (Telchin licus), que também é uma mariposa. Segundo Almeida, Stingel e 
Arrigoni (2009), ela tem ocorrido em uma área de aproximadamente 320 mil hec-
tares, na qual foram observados níveis de infestação de 7%, o que representa uma 
perda de cana-de-açúcar equivalente a R$ 34,5 milhões a cada safra naquela região. 
O seu controle consiste na retirada dos rizomas infestados e catação das formas 
biológicas presentes. Este método, porém, torna-se inviável para a prática em larga 
escala, além de excessivamente caro (ALMEIDA; STINGEL; ARRIGONI, 2009).
Os danos causados pelas brocas podem ser diretos, tal qual a perda de peso 
dos colmos, a morte da gema apical com o coração morto, a quebra da cana por 
ação mecânica do vento e os danos indiretos incluem a penetração de fungos 
(Fusarium ou Colletotrichum), que causam a podridão vermelha e a inversão da 
sacarose armazenada nos colmos, ocasionando prejuízos na qualidade e na pro-
dutividade da matéria-prima.
O principal método de controle utilizado para as brocas é o controle biológico 
que é feito com um inimigo natural específico, a Cothesia flavipes, uma vespa que 
é multiplicada em laboratório e liberado nos canaviais. A fêmea deste inseto caça 
a larva da broca, entrando nas galerias abertas. Ao encontrar o alvo, ela paralisa a 
larva com uma picada e introduz o ovipositor, a partir daí, surgirão as larvas que 
se alimentarão dos tecidos internos da broca, levando-a a morte. O monitora-
mento é feito por amostragem de cinco canas por carga, colhidas ao acaso quando 
chegam ao pátio. De acordo com Negrisóli Junior (2015), ainda não há um con-
senso para amostragem e monitoramento no campo para a broca-gigante, muitas 
empresas amostram cinco pontos por talhão (1 ha), sendo que em cada ponto (2 
m lineares) é contado o total de colmos nas touceiras e o total daqueles atacados. 
Os danos da broca-gigante são muito parecidos com os originados pelo ataque das 
brocas do gênero Diatraea, os mesmos podem ser diferenciados pelo diâmetro das 
galerias formadas por essas pragas, sendo o ocasionado pela broca-gigante maior.
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Além deste inimigo natural que parasita as lagartas para controlar esta praga, 
ainda pode-se usar um inimigo natural que atua como parasitoide dos ovos da 
broca (Trichogramma galloi). Este organismo, como dito, parasita os ovos da 
broca da cana, não deixando que a mesma chegue à fase adulta. Segundo Rosseto 
e Santiago ([2019], on-line)², o uso deste organismo juntamente com Cotesia fla-
vipes que parasita as lagartas pode levar a uma redução de 60% da infestação da 
cana-de-açúcar com a broca.
Para calcular o nível de dano, os colmos são abertos longitudinalmente e 
são contados o número de entrenós, além daqueles atacados por broca/podri-
dão vermelha. Assim, calcula-se o índice de infestação pela relaçãonúmero de 
entrenós brocados/número total de entrenós x 100. O nível de dano econômico 
aceitável é de até 3%, devendo-se adotar as medidas de controle.
 Outra praga que afeta a cultura é a cigarrinha das raízes (Mahanarva fim-
briolata), que ataca, especialmente, na época das chuvas. O inseto encontra 
condições favoráveis para se multiplicar sob a palha e com umidade. Com o 
advento da colheita mecanizada sem queima e o acúmulo de palha no solo, vem 
ocorrendo um aumento dos danos ocasionados por esta praga nas áreas de pro-
dução de cana-de-açúcar.
A primeira geração ocorre de forma discreta e passa despercebida. A popu-
lação aumenta na segunda geração, e são observadas três a quatro gerações 
por ano. As ninfas da cigarrinha (a sua forma jovem) atacam as raízes super-
ficiais da cana, liberando uma espuma branca, que se acumula no pé de cana, 
ao nível do solo.
Sugando as raízes, as ninfas debilitam a planta, impedindo ou dificultando 
o fluxo de água e nutrientes. Desse modo, ocorre a morte das raízes, o cho-
chamento e o afinamento de colmos, com a secagem prematura das folhas. 
Em consequência, cai a produção do canavial, e a cana perde qualidade, com 
aumento no teor de fibras, impurezas e contaminantes no caldo, junto à redu-
ção no teor de açúcar.
Esta praga também deve ser monitorada por amostragem de campo, sendo 
identificada a presença de espumas brancas junto ao pé da planta, ao nível do 
solo. O nível de controle estabelecido pela pesquisa é alcançado quando são 
encontradas de três a cinco ninfas/m linear de plantio.
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A cigarrinha pode ser combatida pelo controle biológico, para tanto, se uti-
liza o fungo Metarhizium anisopliae. Produtos comerciais do mercado, contudo, 
têm apresentado baixa eficiência em condições de campo. Até o momento, o con-
trole químico é a alternativa mais eficiente. O afastamento da palha do pé da 
cana, sempre que possível, aumenta a eficiência do produto. 
DOENÇAS E SEU CONTROLE
Além dos insetos pragas que afetam a cultura da cana, de acordo com Rosseto e 
Santiago ([2019], on-line)³ existem mais de 216 doenças que também pode afe-
tar a mesma, e destas, cerca de 58 enfermidades ocorrem no Brasil, sendo 10 
consideradas as de maior impacto econômico para a cultura. Os agentes causais 
dessas doenças envolvem fungos, bactérias e vírus e a forma de controle mais 
utilizada em nossos canaviais é o uso de variedades resistentes.
Uma das doenças mais recentes em nosso país nesta cultura é a ferrugem 
alaranjada, causado pelo fungo Puccinia kuehnii que foi detectada pela primeira 
vez, no Brasil, em 2009, na região de Araraquara, interior de São Paulo. O sin-
toma característico desta doença são as pústulas produzidas nas folhas da cana 
por ação do fungo para liberação de seus esporos e que apresentam coloração 
alaranjada, devido a isto a doença recebeu o nome de ferrugem alaranjada. Outra 
Muitos são os organismos que ocasionam danos na cultura da cana-de-açú-
car, nas diversas fases do desenvolvimento da cultura. Estes danos podem 
ser diretos, impactando no volume produzido de cana, ou indiretos, redu-
zindo a qualidade do produto final derivado desta cultura. É importante 
também destacar que o controle dessas pragas pode ser realizado com o 
uso de substâncias químicas ou por meio do controle biológico. Para saber 
mais, acesse: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-a-
cucar/arvore/CONTAG01_131_272200817517.html.
Fonte: os autores.
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_131_272200817517.html
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doença fúngica que afeta a cultura é a podridão, que muitas vezes ocorre asso-
ciada ao ataque da broca, que abre orifícios facilitando a entrada do patógeno. O 
sintoma visível é a formação de manchas alongadas de cor vermelho intenso na 
nervura principal das folhas. E o sintoma interno, associado ao ataque da broca, 
é a presença de colmos avermelhados que podem ser manchados com pontua-
ções brancas no caso do ataque de Colletotrichum, ou completamente vermelhos, 
no caso do ataque de Fusarium.
A doença é transmitida pelo uso de colmos contaminados, pelo vento e 
até mesmo chuva e enxurrada. Para seu controle, podem ser usadas variedades 
resistentes ou tolerantes, o tratamento térmico das mudas por imersão em água 
quente (50º C) durante duas horas e, preventivamente, com o combate à broca 
(OLIVEIRA et al., 2007).
O carvão da cana é causado pelo fungo Ustillago scitaminea. A sua identifi-
cação é fácil, pois ocorre a emergência de um chicote, modificação do meristema 
apical do colmo induzida pelo fungo. O tamanho do chicote é variável, variando 
de uns poucos centímetros até 1 m de comprimento. O chicote é composto pelos 
tecidos modificados da planta junto com os tecidos do fungo, contendo milha-
res de esporos. As plantas doentes, antes da emissão do chicote, apresentam o 
ângulo de inserção das folhas mais agudo, limbo foliar estreito e curto, colmos 
mais finos que o normal e as touceiras apresentam-se com superbrotamento. O 
chicote surge em plantas com 2 a 4 meses de idade e o pico da formação dos chi-
cotes ocorre quando estas se encontram com seis a sete meses.
A ocorrência da doença é altamente dependente das condições ambientais, 
sob condições de estresse,mesmo variedades com resistência ao fungo poderão 
apresentar sintomas da doença. O calor e o estresse hídrico favorecem a doença.
O controle mais efetivo desta enfermidade é feito com o uso de varieda-
des resistentes ao fungo. Em São Paulo, para essa finalidade, recomendam-se 
IACSP94-2101, IACSP94-4004, IACSP94-6025 e IACSP95-6114. A prevenção 
também é eficiente, ou seja, o uso de mudas sadias no plantio reduz o inóculo 
inicial da cana-planta, para tanto, é necessário fazer o tratamento térmico de 
mudas, com imersão em água quente (52º C por 30 minutos). Outra medida é 
o rouguing, ou eliminação de plantas doentes, antes que ocorra a liberação dos 
esporos (SANTOS, 2003).
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
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IU N I D A D E34
O raquitismo das soqueiras é causado por uma bactéria (Leifsonia xyli subsp. 
xyli), a qual é considerada por muitos pesquisadores como sendo a doença mais 
importante que afeta a cana-de-açúcar no mundo. As perdas causadas por essa 
doença atingem a produtividade, reduzindo-a em 5 a 30%. A doença é favorecida 
em condições de estresse hídrico, sendo facilmente transmitida por ferramen-
tas infectadas e mudas doentes. Assim, também existe evidências de que pode 
ser transmitida por máquinas colheitadeiras.
Em condições de campo, o raquitismo das soqueiras não é reconhecido facil-
mente, pois pode haver confusão com práticas culturais, com as condições de 
umidade inadequada e de deficiência nutricional. Portanto, é necessário recor-
rer a um laboratório de fitopatologia. A doença fica mais evidente nas soqueiras 
de variedades suscetíveis, onde se observa, na parte interna de colmos maduros, 
vasos com coloração alterada (de laranja-claro a vermelho-escuro). Os sintomas 
externos são colmos mais finos e internódios curtos, com queda da produtividade.
A principal forma de controle é o uso de resistência varietal. Outra maneira 
é o tratamento térmico de colmos ou gemas, do mesmo modo que na podri-
dão-vermelha. Ainda assim, todos os equipamentos utilizados no corte da 
cana-de-açúcar devem ser desinfetados, com o uso de produtos químicos (solu-
ção de creolina, lisol ou formol a 10%) ou mesmo pelo calor, passando os podões 
(ou facões) pelo fogo para destruição do patógeno (SANTOS, 2003).
PLANTAS DANINHAS
Outro fator que afeta a sanidade da cultura da cana são as plantas daninhas, 
plantas que crescem no canavial concorrendo com as plantas de cana por água, 
luz e nutrientes, influenciando de forma negativa no desenvolvimento e pro-
dutividade da cultura. Existe uma variedade de plantas daninhas que podem 
afetar os canaviais e a ocorrência das mesmas varia de propriedade para pro-
priedade, entre estas, de acordo com Rosseto e Santiago (2019, on-line)4, as que 
ocorrem com maior frequência nos canaviais brasileiros são a corda-de-viola 
(Ipomoea spp.), o capim-marmelada (Brachiaria plantaginea) e o capim-col-
chão (Digitaria horizontalis).
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A principal fase de influência das plantas daninhas na cultura da cana é 
na fase inicial de desenvolvimento da mesma, na cana-planta, principalmente 
durante a brotação das gemas. Na cana-soca, o período crítico de competição 
com plantas daninhas corresponde aos primeiros 60 dias após cada corte no 
canavial. Nesse período, o controle deve ser bem feito, para evitar perdas de pro-
dutividade (ANDRADE; ANDRADE, 2007).
Em áreas em que ocorre a queima do canavial e a colheita manual, após apli-
cação de vinhaça nas soqueiras, os herbicidas são aplicados com pulverizadores 
de barra, tracionados por trator, adequados para cana-planta. 
É indispensável, no entanto, atentar-se para as condições adequadas de umi-
dade do solo, pois o uso dos herbicidas exige essa condição para que sejam mais 
eficientes. É justamente nos meses entre maio a agosto (início e meio de safra) que 
geralmente as condições de umidade no solo são inadequadas. Outra alternativa 
é empregar cultivo mecânico ou mesmo capinas manuais, com o uso de enxadas.
Em áreas onde a colheita é mecanizada ou manual sem queima da palha, 
o palhiço exerce um bom controle de plantas daninhas. Nesse caso, a aplicação 
do herbicida é feita de forma dirigida ou localizada, apenas onde surge o mato, 
com o uso dos pulverizadores costais motorizados ou manuais. Por outro lado, 
em áreas pequenas, o controle pode ser feito de maneira eficiente com a capina 
manual (ANDRADE; ANDRADE, 2007).
O uso de agrotóxicos é regulamentado pela Lei Federal n. 7.802, de 11 de julho de 
1989 e regulamentada pelo Decreto Federal 4.074, de 4 de janeiro de 2002. No Es-
tado do Paraná, no entanto, é disciplinado complementarmente pela Lei Estadual 
n. 7.827, de 29 de dezembro de 1983 e seu Regulamento, aprovado pelo Decreto 
Estadual n. 3.876, de 20 de setembro de 1984, além das demais Resoluções, Portarias 
Estaduais e Federais e outras legislações específicas. A prescrição de uso dos agrotó-
xicos, todavia, deve ser feita, obrigatoriamente, mediante o receituário agronômico, 
sendo imprescindível que o profissional seja habilitado e que respeite as disposições 
do Art. 66, parágrafo único do Decreto Federal n. 4.074, de 4 de janeiro de 2002. Para 
saber mais, acesse: http://creajrpr.files.wordpress.com/2010/12/manual-receituario-
-agronomico.pdf e http://celepar07web.pr.gov.br/agrotoxicos/.
Fonte: os autores.
http://creajrpr.files.wordpress.com/2010/12/manual-receituario-agronomico.pdf
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http://celepar07web.pr.gov.br/agrotoxicos/
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MÉTODOS DE COLHEITA
A colheita da cana-de-açúcar é uma operação extremamente importante, pois 
influi no desempenho de todo o processo industrial. O melhor momento para se 
fazer a colheita é quando a planta está com a maior concentração de açúcares, o 
que vai depender de fatores, como condições edafoclimáticas, adubação,região, 
idade do canavial, variedade, ocorrência de pragas e doenças (XAVIER, 2007).
A tabela a seguir, em que POL é a porcentagem de sacarose aparente contida 
no caldo de cana; ART são açúcares redutores totais; AR são açúcares redutores 
e Brix é a porcentagem de sólidos dissolvidos na água, apresenta alguns parâ-
metros para a escolha do momento ideal para a colheita. Esta pode ser manual 
ou mecânica, mas independentemente do tipo de colheita, os cuidados são fun-
damentais para o sucesso da operação.
Tabela 1 - Indicadores da qualidade da cana-de-açúcar para cana-de-açúcar e valores dos parâmetros 
recomendados pela Fermentec
INDICADOR VALOR RECOMENDADO
POL > 14%
Pureza (POL/Brix) > 85%
ART (sacarose, glicose, frutose) > 15% (maior possível)
AR (glicose, frutose) < 0,8%
Fibra 11 a 13%
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INDICADOR VALOR RECOMENDADO
Tempo de queima/corte < 35 horas para cana com corte manual
Terra na cana (minerais) < 5 kg/tonelada de cana
Contaminação da cana < 5,0 X 105 bastonentes/mL no caldo
Teor de álcool no caldo da cana < 0,06% ou 0,4% Brix
Acidez sulfúrica < 0,80
Dextrana < 500 ppm/Brix
Amido na cana < 500 ppm/Brix
Broca na cana < 1,0%
Índice de Honig-Bogstra > 0,25
Palhiço na cana < 5%
Ácido aconítico < 1500 ppm/Brix
Fonte: Xavier (2007).
A prática da queima prévia das lavouras, até então usual para facilitar a colheita dos 
colmos, contudo, é motivo de muitas discussões nas esferas técnica e ambiental, 
pois provoca a emissão de gases de efeito estufa, de perdas dos açúcares conti-
dos nos colmos por exsudação e, ainda, perdas de matéria orgânica e umidade 
no solo, por outro lado, reduz o tempo para corte e moagem da cana, sendo o 
que praticamente viabiliza a colheita manual (VEIGA FILHO, 2006, on-line)5.
Essa prática, no entanto, exige a autorização prévia sob condições específicas 
que são determinadas pelos órgãos ambientais estaduais e foram estabelecidos 
limites para o seu uso. Além disso, nos principais estados brasileiros, a prática da 
queima está sendo restringida cada vez mais, ano a ano, de acordo com a legisla-
ção de cada estado. No caso do Estado de São Paulo, de acordo com a legislação, 
o corte de cana queimada deveria acabar até 2021 em áreas mecanizáveis (com 
declividade menor que 12%) e até 2031 para as áreas não mecanizáveis (com 
declividade superior a 12%), porém, em 2007, foi assinado o Protocolo agro-
ambiental entre o Governo Estadual e a União da Agroindústria Canavieira do 
Estado de São Paulo - UNICA, em que os mesmos firmaram um acordo no qual 
foi previsto que as áreas mecanizáveis não seriam mais queimadas após 2014 e, 
nas áreas não mecanizáveis, esta prática não seria mais adotada após 2017.
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
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IU N I D A D E38
Por esta razão, as usinas estão abandonando a colheita manual, em prol da 
colheita mecânica. Outro fator que influi nesse posicionamento da agroindús-
tria é o custo da mão de obra que se elevou, pesando contra a colheita manual 
(XAVIER, 2007). 
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2018), 
na safra 2018/2019, apenas 3% da cana será colhida de forma manual na Região 
Centro-Sul. Na Região Norte/Nordeste, porém, este percentual é bem maior, 
cerca de 74,6%, isto se deve ao relevo mais acidentado da região e pela disponi-
bilidade de mão de obra. Ainda de acordo com a companhia, o corte manual de 
cana-de-açúcar passou de 75,6%, na safra 2007/08 para 8,4%, na referida safra.
A COLHEITA MANUAL
Esta prática exige a queima prévia do canavial para eliminar a palha, o que 
aumenta o rendimento da operação de corte e, além disso, elimina a mistura 
de palhiço na matéria-prima que vai para a usina. O corte manual de cana crua 
para moagem, porém, vem sendo inviabilizado com o baixo rendimento obtido 
e seu custo operacional considerado elevado. Além dos problemas industriais, 
causados pelo excesso de palha durante o preparo da matéria-prima dentro da 
agroindústria, para exemplificar a eficiência dessa operação, o corte de cana 
crua para mudas tem o rendimento de 3 a 4 toneladas/homem/dia, enquanto o 
corte de cana queimada para a indústria rende de 7 a 10 toneladas/homem/dia.
A Lei n. 11.241, de 19 de fevereiro de 2002, dispõe sobre a eliminação grada-
tiva da queima da palha da cana-de-açúcar e a regulamentação da queima 
da cana para a colheita no Estado de São Paulo, além do acordo estabeleci-
do entre o Governo paulista e a UNICA. Para saber mais, acesse: http://www.
al.sp.gov.br/legislacao/norma.do?id=217 e http://unica.com.br/protocolo-
-agroambiental/ .
Fonte: os autores.
http://www.al.sp.gov.br/legislacao/norma.do?id=217
http://www.al.sp.gov.br/legislacao/norma.do?id=217
http://www.al.sp.gov.br/legislacao/norma.do?id=217
http://www.al.sp.gov.br/legislacao/norma.do?id=217
http://www.al.sp.gov.br/legislacao/norma.do?id=217
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http://unica.com.br/protocolo-agroambiental/
http://unica.com.br/protocolo-agroambiental/
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http://unica.com.br/protocolo-agroambiental/
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A operação de corte é realizada em leitos de cinco linhas, para espaçamen-
tos entre 1,3 e 1,5 m ou, em quatro linhas, para espaçamentos de 1,7 a 1,8 m. No 
campo, para que o cortador saiba quanto será remunerado no fim da jornada, 
transformam-se as toneladas em metros cortados por leito, após avaliação do 
rendimento da produtividade do talhão. Nesta etapa, a cana pode ser depositada 
no solo na forma esteirada, ou em montes distanciados de 2 m um dos outros, 
com ou sem desponte, para maior eficiência no carregamento.
O carregamento pode ser realizado com carregadoras mecânicas conven-
cionais, montadas em tratores (operação que só é viável com declividades de 
até 12%), e autopropelidas (declives acima de 12%), cada carregadora apre-
senta rendimento médio de 30 a 40 toneladas/hora. Após o carregamento, 
faz-se a catação de bitucas, que são canas inteiras ou pedaços que caem durante 
o carregamento, as quais depois de amontoadas, elas são enviadas à indústria 
(XAVIER, 2007).
A COLHEITA MECÂNICA
Esta operação pode ser feita com cana crua ou queimada, usando transbordos ou 
diretamente nos caminhões. O trabalho intenso de pesquisa e desenvolvimento, 
combinado ao rendimento operacional das máquinas com a qualidade de corte 
para melhorar a produtivi-
dade agrícola e longevidade 
dos canaviais, tem tornado 
essa prática bastante usual.
A Conab (2018) estima 
que, na safra 2018/2019, 
91,6%c daprodução bra-
sileira de cana será colhida 
de forma mecanizada, 
um valor muito maior do 
que o observado na safra 
2007/2008, que foi de 24,4%. 
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
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IU N I D A D E40
Ainda segundo a Conab (2018), a colheita mecanizada sem queima prévia 
acarreta em benefícios, como a menor emissão de gases de efeito estufa no 
campo e na indústria, proporcionando a intensificação do processo, já que 
a limpeza da cana-de-açúcar colhida nesta modalidade é processada a seco, 
proporcionando redução do uso de água neste processo e evitando perdas 
no teor de sacarose.
A qualidade da cana cortada mecanicamente é superior quando o corte 
é feito em cana crua, porém a colheita de cana crua também traz algumas 
desvantagens, que devem ser levadas em conta, como a maior incidência de 
pragas, principalmente cigarrinha, devido ao acúmulo de palha no solo, o 
risco de incêndio da palhada e a dificuldade de brotação de algumas varieda-
des dado o menor aquecimento e o maior sombreamento do solo. Por outro 
lado, as vantagens apontadas são: o maior teor de matéria orgânica disponí-
vel no solo; a menor compactação do solo; a maior retenção de umidade; a 
menor incidência de plantas daninhas; e condições mais favoráveis para o 
equilíbrio do microambiente, com o desenvolvimento dos inimigos naturais 
(XAVIER, 2007).
Os espaçamentos mais utilizados são sulcos simples, de 1,4 e 1,5 m entre-
linhas ou o espaçamento duplo, que consiste no plantio de duas linhas duplas 
paralelas espaçadas de 40 a 50 cm e distantes 1,3 m uma da outra, com 1,7 
a 1,8 m entrelinhas. Com a adaptação das máquinas para a colheita de duas 
linhas simultaneamente, o espaçamento tem sido adaptado para o uso de 
linhas duplas, as quais ficam dispostas a 0,9 m entre si e, espaçadas a 1,5 e 
1,6 m entre a outra fileira de linhas nas laterais. Essa estratégia também evita 
o tráfego do rodado dos pneus sobre as linhas de plantio, reduzindo perdas.
O rendimento operacional depende do planejamento prévio de espaça-
mento, do dimensionamento de talhões e o comprimento das linhas de plantio, 
da sistematização do solo, da escolha de variedades adequadas, da velocidade 
de trabalho e manobras planejadas e precisas, de sincronismo com o cami-
nhão e/ou transbordo, e da boa manutenção das colhedoras mecânicas. O 
rendimento efetivo de colhedora varia de 700 a 800 toneladas/dia por colhe-
dora (XAVIER, 2007).
Desenvolvimento Sustentável na Produção de Cana-de-açúcar 
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41
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA PRODUÇÃO 
DE CANA-DE-AÇÚCAR 
As discussões envolvendo a temática do desenvolvimento sustentável são atuais 
e pertinentes e têm alcançado cada vez mais importância devido a recentes cons-
tatações sobre o efeito do aquecimento global, com o derretimento de geleiras 
e as irregularidades das estações e dos eventos climáticos, os quais são nota-
dos recentemente com as variações de temperatura, as chuvas irregulares e as 
épocas de seca prolongadas, além dos desastres ambientais, dentre outros pro-
blemas similares. Essas questões têm afetado o agronegócio, sendo consideradas 
como externalidades negativas, dificultam as operações oportunas de plantio, 
de colheita e do transporte.
O conceito de desenvolvimento sustentável, contudo, leva em consideração 
não somente a preocupação de produzir bens e serviços para atender a demanda 
atual da população em suas necessidades, atentando para a preocupação com os 
interesses econômicos da empresa, mas também leva em consideração a neces-
sidade de conservar os recursos disponíveis para as gerações futuras, para o uso 
da própria empresa e da sociedade. Assim, ele inclui uma dimensão social e não 
apenas a ambiental.
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
Reprodução proibida. A
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IU N I D A D E42
Nesse sentido, a definição de desenvolvimento sustentável apresentada 
no Relatório de Brundtland pelo The World Comission on Environment and 
Development - WCED, em 1987 (The Brundtland Comission), enfatizava o aten-
dimento às necessidades das gerações atuais sem o comprometimento das 
habilidades das gerações futuras em atender suas próprias necessidades.
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, na safra 2018/2019, 
estima-se que a área em que esta cultura será colhida abrangerá cerca de 8,66 
milhões de hectares que serão produzidos 635,51 milhões de toneladas de 
cana. E devido a esta grande produção, a cada ano que passa, esse segmento da 
agroindústria apresenta participação cada vez maior na balança comercial e no 
PIB brasileiro. Não há como contestar que a pujança econômica da cana-de-
-açúcar contrasta, sob o prisma social e ambiental, com impactos nos estados 
e municípios.
No que se refere à área social, afirma-se que o setor passa por um momento 
de transformação. O dilema apresentado se refere à mecanização da colheita 
da cana que acaba com o problema das queimadas, mas gera uma redução na 
demanda de mão de obra pouco qualificada. Por outro lado, o corte manual da 
cana-de-açúcar é considerado um trabalho árduo e desgastante, porém, é a fonte 
de renda de um milhão de trabalhadores no país.
A renda média dos cortadores tem aumentado desde a década de 70 e hoje 
alcança valor de 81% acima do valor do salário mínimo nacional. Especialistas 
defendem que isso é fruto de um aumento da quantidade colhida por dia por cor-
tador e não de um aumento efetivo da remuneração (ALVARENGA; QUEIROZ, 
2006). Outro problema social apontado no corte de cana se refere às precárias 
condições de trabalho a que naturalmente são submetidos os trabalhadores 
rurais empregados no corte. Ainda assim, constataram que as condições de 
pagamento por produtividade levam os trabalhadores a jornadas exaustivas de 
trabalho, para conseguirem o máximo de produtividade pessoal. Quanto mais 
toneladas o mesmo cortar, mais rendimento obterá ao final do mês.
A remuneração média percebida pelos cortadores de cana (pessoas com 
baixa escolaridade média) cria uma falsa ilusão, pois não ocorrem aumentos 
consideráveis na remuneração, mas sim um aumento que se deve ao acréscimo 
Desenvolvimento Sustentável na Produção de Cana-de-açúcar 
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da produtividade individual (toneladas/homem), muitas vezes acima da capa-
cidade individual sustentável (ALVARENGA; QUEIROZ, 2008).
Deve-se reconhecer, no entanto, que avanços vêm ocorrendo, como a melho-
ria nas condições de transporte, de higiene, de segurança com o fornecimento 
dos equipamentos de proteção individual, nas condições para alimentação e no 
respeito à legislação trabalhista.
O dilema se instala quando se fala em mecanização da lavoura, quando a 
prática é obrigada pela legislação que proíbe a queimada da palhada da cana-
-de-açúcar. Por outro lado, a mecanização tem demandado mão de obra mais 
qualificada para operar os novos equipamentos e processos.
No que se refere à questão ambiental, porém, ocorreu uma significativa subs-
tituição do uso de combustíveis fósseis por renováveis, tal qual é o consumo de 
álcool combustível em detrimento da gasolina, graças ao aumento das vendas 
dos carros a biocombustível. Assim, isso se torna cada vez mais relevante nos 
termos dos esforços para se reduzir as emissões de gás carbônico. Além disso, 
a cogeração de energia a partir do bagaço de cana, que é considerada mais uma 
fonte energética alternativa, também tem cumprido esse mesmo papel.
Os sistemas de produção da cana são reconhecidos como causadores de danos 
ambientais nos espaços geográficos locais em que é produzidaessa matéria-prima. 
Além do mais, o uso inadequado de seus subprodutos, como a torta de filtro e a 
vinhaça, pode contaminar tanto o solo quanto o lençol freático. Nesse sentido, 
outro problema reconhecido se refere à queima da cana afetando a população 
das regiões circunvizinhas às plantações de cana-de-açúcar.
A mecanização resolveria, por um lado, o problema ambiental, evitando a 
poluição, a queimada, as cinzas, o aquecimento gerado por essa queima, den-
tre outras externalidades negativas geradas, no entanto, a introdução completa 
das máquinas, eliminaria os postos de trabalho dos cortadores de cana, restando 
ainda algumas soluções propostas para equacionar esse problema.
Nesses termos, cabe ao gestor em agronegócios, além dos demais profis-
sionais inseridos na administração dessas organizações buscar as soluções que 
minimizem ou eliminem os efeitos negativos apontados para a produção da 
cana-de-açúcar, encontrando alternativas viáveis à solução desses problemas.
A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS, CULTIVO E COLHEITA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E44
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), é com grande satisfação que chegamos ao final desta uni-
dade, dedicada ao estudo histórico, morfológico, tecnológico de produção, de 
meio ambiente e de custo de produção aplicados na cultura da cana-de-açúcar, 
no Brasil. Nele, você conheceu a fundo esta cultura explorada em muitas regi-
ões de nosso país que possuem clima favorável para seu cultivo, obtendo, assim, 
ótimas produtividades.
Como você pode ter notado, a forma de cultivo desta cultura em nosso 
país mudou muito desde sua introdução pelos portugueses até os dias atuais, 
passando do cultivo e colheita manuais com baixa tecnologia para o cultivo 
intensivo, com sua grande quantidade de máquinas e muitos insumos. Além 
disso, os produtos derivados deste setor também se modificaram, no início pro-
duzíamos cachaça e rapadura, hoje, o mesmo produz etanol e açúcar, produtos 
que são comercializados no mercado interno e também no exterior, geralmente 
altos rendimentos ao setor.
Assim, como você pôde comprovar, se trata de um setor muito dinâmico, 
que possui competitividade em relação a outros países, como a tecnologia uti-
lizada para implantação e condução da cultura, com destaque para o controle 
biológico da broca da cana-de-açúcar e o uso de resíduos do processamento na 
adubação da cana. Este setor, devido ao seu apelo ambiental por produzir com 
um combustível renovável, tende a se expandir ainda mais, gerando oportuni-
dades a inúmeros profissionais e em suas respectivas categorias.
Portanto, melhore seu nível de conhecimento com informações sobre os 
sistemas produtivos adotados em sua região e, ainda mais, se esse assunto lhe 
atrai, estude mais, busque novas fontes e procure se possível, um estágio em uma 
agroindústria da cana-de-açúcar próximo a sua localidade, pois pode ser uma 
porta para o seu ingresso no mercado profissional.
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1. Como a cana-de-açúcar chegou ao Brasil? Pesquise sobre a questão histórica 
desta cultura em nosso país.
2. Por que e como as técnicas de plantio/cultivo, calagem e adubação e controle 
de pragas, doenças e ervas daninhas são fundamentais para a produtividade 
das lavouras de cana-de-açúcar?
3. Quais as vantagens e as desvantagens da colheita mecanizada sem queima 
prévia?
4. O que é desenvolvimento sustentável e como essa questão se relaciona com o 
setor sucroalcooleiro?
5. Nos últimos anos, o setor sucroalcooleiro vem passando por mudanças na 
busca por melhorar sua imagem frente à sociedade, este setor sofre com mui-
tas críticas ligadas às questões ambientais e sociais. Leia as assertivas sobre 
as principais críticas enfrentadas pelas agroindústrias inseridas na cadeia da 
cana-de-açúcar no contexto social.
I. A substituição do homem pela máquina na colheita mecanizada, ocasio-
nando desemprego.
II. A insalubridade e as condições precárias de trabalho enfrentadas por traba-
lhadores em algumas agroindústrias dessa cadeia produtiva.
III. O sistema de pagamento por produtividade que ocasiona lesões e danos à 
saúde dos trabalhadores.
IV. A queima da cana que causa a morte de microrganismos do solo. 
É correto o que se afirma em: 
a) Somente as alternativas I e III.
b) Somente as alternativas II e IV.
c) Somente as alternativas I, III e IV.
d) I, II, III e IV.
e) Somente as alternativas I, II e III.
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Como vimos nesta unidade, a cultura da cana-de-açúcar é implantada convencional-
mente com o uso de toletes, em que a partir das gemas presentes nestes são originadas 
novas plantas. Hoje, porém, esta prática vem sendo pouco a pouco substituída pelo uso 
de mudas pré-brotadas. Conheça mais sobre esta inovação na produção desta gramínea 
lendo o texto a seguir.
Inovação: plantio da cana-de-açúcar
Um novo conceito na forma de multiplicação rápida da cana-de-açúcar, principalmente 
em viveiros para uso no plantio de canaviais, tem chamado a atenção de produtores 
rurais e empresários do setor sucroenergético. Trata-se do sistema de Mudas Pré-Bro-
tada (MPB), desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão Preto (SP). Com 
a novidade, saí de cena o tradicional e usual tolete (colmo semente) e entra na história 
mudas já prontas, que são cultivadas por um período de 60 dias até ir para o campo.
Essa tecnologia, que já está acessível ao produtor, ajuda a reduzir o consumo de mudas, 
gera uniformidade no plantio, qualifica o processo de produção nos canaviais e con-
tribui para um salto na qualidade fitossanitária das mudas. A nova tecnologia desen-
volvida pelo Programa Cana do IAC é direcionada a aumentar a eficiência e os ganhos 
econômicos na implantação de viveiros, replantio de áreas comerciais e possivelmente 
renovação e expansão de áreas de cana-de-açúcar.
A equipe do IAC trabalhou por três anos nos experimentos e o sistema MPB completou, 
em novembro de 2013, um ano de lançamento. Alguns produtores já têm experimenta-
do a tecnologia em busca de conquistar mais vigor no plantio e maior produtividade. É 
um método simples que pode ser adotado por pequenos produtores e associações, não 
ficando restrito às usinas.
Segundo o pesquisador do IAC, Mauro Alexandre Xavier, uma das vantagens do siste-
ma está na redução da quantidade de colmo e mudas para plantio da cana. Ele destaca 
que hoje, no plantio mecanizado de cana-de-açúcar da forma tradicional, são utiliza-
dos, aproximadamente, de 16 a 18 toneladas do chamado colmo semente para plantar 
um hectare. Por meio do MPB, são usadas apenas duas toneladas por hectare. Outro 
exemplo é que em um metro são usados 10 toletes, enquanto no sistema MPB são 
necessárias apenas três mudas. “Além disso, os canaviais apresentam menos falhas com 
esse sistema e a possibilidade de não brotar é zero, pois as mudas já estão prontas, o 
que reflete em produtividade. É possível explorar uma distribuição espacial mais uni-
forme e adequada”, reforça.
Mauro acrescenta que a partir do momento que se tem a muda, o produtor pode es-
tabelecer distâncias entre as plantas no momento do plantio, o que não é possível a 
partir da gema. “Com a redução do número de colmos e mudas, o produtor pode ainda 
aproveitar as canas, que seriam usadas para retirar as gemas, de forma comercial, au-
mentando a produção”, destaca.
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Processos
A tecnologia do MPB permite mudar a forma de produção de mudas. No lugar dos col-
mos como sementes, entram as mudas pré- brotadas, que são produzidas a partir de 
cortes de canas, chamados minirrebolos – onde estão as gemas. Depois passam por 
uma seleção visual e são tratados com fungicida. São colocados em caixas de brotação 
com temperatura e umidade controlada e, ao final, colocadas em tubetes que passam 
por duas fases de aclimatação. O ciclo completo leva 60 dias. Logo depois do plantio, é 
possível perceber o potencial de perfilhar das mudas, ou seja, já passam a fazer acúmulo 
de biomassa.

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