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A MULHER QUE ESCREVEU A BÍBLIA, MOACYR SCLIAR

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# 63
Seja bem-vindo ao Literatura Oral, podcast de leitura comentada e de sugestões literárias. Eu sou Sabrina Siqueira, jornalista com doutorado em literatura. 
No último episódio, li o conto de fadas Rumpelstichen, dos irmãos Grimm. Depois teve uma faixa bônus sobre a situação das mulheres no Afeganistão com o taliban. Hoje vou comentar o romance A mulher que escreveu a Bíblia, de Moacyr Scliar, que citei nessa faixa bônus.
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O escritor Moacyr Scliar era também médico sanitarista e professor universitário. Não sei porque, mas me parecia que ela era psiquiatra. Ele nasceu em Porto Alegre, em 1937, e morreu em 2011. Escreveu contos, romances, ensaios, literatura infanto-juvenil e crônicas, e publicou mais de 70 livros. Filho de judeus, fez pós-graduação em medicina em Israel. 
O romance A mulher que escreveu a Bíblia é de 1999 e recebeu o prêmio Jabuti em 2000. Como a obra do Scliar não tá em domínio público, eu vou fazer comentários, não vou ler. Fica como sugestão literária e vale muito a pena! É um dos meus livros preferidos. A primeira coisa que eu tenho a dizer sobre esse romance é sobre o humor. Segundo, o aspecto feminista, sem ser panfletário. A protagonista é uma mulher independente, inteligente, ciente dos seus desejos e de suas capacidades. 
A história tem dois eixos temporais. O primeiro aparece como um prelúdio à história propriamente dita e se passa na modernidade. Um terapeuta de vidas passadas recebe um manuscrito de uma de suas pacientes. Uma paciente por quem ele estava apaixonado e que era muito feia. O manuscrito é a história do romance. Essa paciente faz a terapia de regressão e descobre que viveu nos tempos do rei Salomão, que tinha um harém. Ela era uma das esposas e era extremamente feia. Neste romance a feiura é fundamental, é o estopim de todas as ações da narrativa. Eu to quase por dizer que a feiura é que é a protagonista, e não a feia em si. Era uma feiura que ultrapassava tudo que era tido como feio na sociedade daquela época, tanto na corte como na aldeia, entre os povos que viviam no deserto. Então é errado dizer simplesmente que a protagonista era a mais feia das esposas de Salomão, é bem mais do que isso. Porque é por causa da feiura que a ensinam a ler, e essa é outra característica fundamental da narrativa. Além de ser feia, ela é uma das únicas mulheres daquela época que aprende a ler e escrever. Por esse motivo, recebe a tarefa de escrever o texto que ficaria conhecido como a Bíblia e sobre o qual o Cristianismo estaria assentado. Ou melhor, uma parte da Bíblia, que é o Velho Testamento. A parte anterior à história de Jesus. 
As duas partes do romance têm narrador em 1ª pessoa. Na primeira parte, que é bem curtinha, o narrador é o terapeuta, que vive na modernidade, nos nossos tempos. Na segunda parte, a narradora é a feia sem nome, que é o antepassado da paciente do terapeuta de vidas passadas, e que vive em um passado pré Cristo. O primeiro narrador é formado em História, a segunda é agente da História. 
A Bíblia é a coleção de textos religiosos que tem valor sagrado para o Cristianismo e também para o Judaísmo. Lembra que eu falei que o escritor Moacyr Scliar tem origem judaica? Ele faz referência a essa cultura em diversos romances. Além do A mulher que escreveu a Bíblia, em que retoma a criação do livro sagrado numa perspectiva ficcional, Scliar faz alusão ao judaísmo também em Os deuses de Raquel, Os vendilhões do templo, O centauro no jardim, A guerra no Bom Fim, e outros, sendo que Bom Fim é uma bairro onde moradores judeus se concentram, em Porto Alegre, e foi onde o escritor cresceu. 
VINHETA 
O rei estremece quando manda ela tirar o véu. E ela furiosa, ele tinha que ter mandado tirar o véu? Quando todos saem do espaço, a feia fica absorta olhando o trono e sonhando que um dia teria sua feiura sentada ali, a feiura entronada, e as pessoas prestando reverência. Quando ela é levada para o leito, percebe um par de sandálias no quarto, e a encarregada do harém explica que a mulher que dormia ali morreu. A feia fica indignada. Por que a ela tinha que caber o leito de uma esposa morta, e ainda por cima não tiveram o cuidado de tirar um objeto pessoal da morta. Essa cena me lembra a chegada de Emma, recém casada, à casa de Charles Bovary, no romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Emma é a segunda esposa de Charles, e quando ela entra no quarto ainda está lá o buquê da falecida. E aí a feia é informada que a rotina dela é ficar à espera de um chamado do rei. Ela tá ansiosa pelo chamado, pra consumar o casamento com aquele homem que ela achou lindo e poderoso, mas surge o problema. Como ela é muito feia e as esposas são muitas, a protagonista nunca é chamada. As esposas vão sendo chamadas, e a vez da feia nunca chegava. E ela ficando angustiada. 
Ela incentiva uma greve de sexo entre as mulheres do harém para pedir organização e regulamentação das visitas. E para iniciar o processo organizado, diz que a primeira a ir ver o rei deve ser a feia, ou seja, ela. Como prova de que ele aceita as novas regras. Mas deu tudo errado e o rei broxa vendo a feiura dela. Muito triste, a feia pensa em retaliação, tem a ideia de sequestrar o rei e escreve uma carta ao pai, pedindo ajuda. Nisso, ela tá andando pelo jardim do palácio e escuta uma flauta, com uma melodia conhecida. Sobe o muro e descobre que quem está tocando é o pastorzinho. E vê nele a possibilidade de entregar a carta para o pai, se queixando de que o casamento não foi consumado e, portanto, a aliança com o rei não era real. No dia em que ela termina a carta e arremessa o pergaminho por cima do muro pro pastor, o rei manda chamar. Salomão tinha interceptado a correspondência e estava encantado com o quanto a carta era bem escrita. A feia era a primeira mulher letrada que ele conhecia. E aí conta pra ela que tem o projeto de fazer um livro com a história do povo deles, da edificação do templo de Jerusalém, que servisse de base para a civilização. E pede que ela escreva o livro. Já havia um grupo de anciãos trabalhando nesse projeto há dez anos. Ela começa a revisar o que eles já tinham escrito e fica se perguntando por onde começar. Pág. 94. Claro que os anciãos não concordam com algumas ideias dela. E ela acaba tendo de escrever a história como eles queriam. 
Ela segue trabalhando no livro. Durante uma visita da rainha de Sabá, a quem Salomão prestava assessoria política e sexual, a feia nota uma figura coberta em um manto só com os olhos de fora, que olhava muito pra ela. Era o pastorzinho. Quando os soldados do rei pegaram ele com a carta, ele perdeu um braço. Estava ali pra se vingar. Queria matar o rei Salomão. Acontece um incêndio e uma parte do trabalho dela se perde. Ou será que foi tudo que ela tinha escrito. Já que eu não to lendo o livro, não vou contar o final. Vou deixar que vocês leiam. 
VINHETA 
Quando a protagonista se descobre feia, coisa que ela tinha evitado inconscientemente por anos, quando se vê no espelho da irmã, tudo que parecia fixo e estável sofre desgaste e sua vivência é deslocada ao campo da incerteza. Ela entende que seria sempre uma outsider no grupo, então se refugia na caverna, com a qual sente afinidade pela geografia tortuosa que repete as imperfeições de sua face. Ela encontra como uma possível explicação para a feiura a mãe ter passado muito tempo olhando aquela rocha durante a gravidez. 
O poder que a alfabetização confere à feia excede as expectativas da vida de uma moradora de aldeia na época narrada, porque é uma habilidade pouco difundida mesmo entre os homens, detentores de mais privilégios na sociedade patriarcal da comunidade aldeã retratada por Scliar. Nesse aspecto, a feiura desencadeou um privilégio, já que foi a motivação para que a narradora recebesse o ensinamento. Quando iniciada na habilidadede manipular letras em palavras e palavras em frases, a importância da feiura é relativizada e ela já se sente “interessante”. Portanto, a feiura inicial, revelada pelo espelho, era aterrorizante porque estava atrelada à inutilidade, tendo em vista que sendo feia era provável que não desempenhasse a função principal de mulher aldeã, que era a de constituir família, porque não competia pela atenção masculina em pé de igualdade com as outras mulheres da aldeia. A feiura naquele ponto era determinante para que não fosse nunca nada. Nessa época, no romance, tudo que restava a uma mulher era ser bela para ser escolhida para casamento. 
Tendo aprendido a ler e a escrever, a feiura perde o tom assustador, porque já não implica inutilidade. Conquistada a habilidade da escrita, a feia ganha ascendência até sobre o patriarca da tribo, seu pai, uma vez que domina uma sabedoria na qual ele é ignorante. Ela passa, então, a transcrever em pergaminhos a história de sua gente, antecipando, sem saber, aquela que seria sua missão no palácio do rei Salomão. Assim, vai exercitando a habilidade de narradora.
No espaço dramatizado em A mulher que escreveu a Bíblia, a maioria das personagens e quase todas as mulheres são vistas e desempenham sua função social enquanto grupo e não tanto como indivíduos, como as mulheres da aldeia e as esposas e concubinas de Salomão. Nesse sentido, a feia aproxima-se dos homens em seu campo de ação: assemelha-se ao pai, patriarca da tribo, e ao rei, na sua individualidade de exercer uma tarefa que é só dela. Ela conquista certa individualidade por ser a única muito feia e a única alfabetizada nos espaços que habita. Com a recriação/reinvenção de si mesma a partir do conhecimento da escrita, a feia entra em contato com o preceito de início, que utiliza depois, para escrever a Bíblia.
Sendo feia, a protagonista via-se constantemente isolada, pois desde a infância as outras crianças fugiam de sua companhia. Ficando só, ela dispõe de tempo e privacidade para duas atividades fundamentais a uma futura narradora: a observação das ações alheias e a organização do pensamento oriunda das horas de meditação sobre essa observação. Dessa forma, quando finalmente é ensinada a escrever, a moça havia desenvolvido previamente a capacidade de organização dos fatos observados de modo a contá-los como uma narrativa com argumentos conectados. 
A semelhança com a montanha faz com que a feia desenvolva afeto pelo acidente geográfico. É pra lá que ela vai pra ficar sozinha. Quando é alfabetizada, surge um outro problema. Ela tem uma nova habilidade, mas na aldeia não há livros, não tem como usar essa habilidade. É um tempo em que predomina a oralidade, porque saber ler e escrever era raríssimo. Então, mais do que para ler, a feia exercita seu aprendizado para escrever. E aí acontece a mágica: apesar de feia, ela consegue criar beleza. Beleza nas palavras, nas ideias que imortaliza quando escreve, a beleza dos textos. 
Antes da alfabetização e de se tornar uma narradora, a feia tem problemas de comunicação em família e na aldeia, com as pessoas a evitando. Depois de se tornar articulada pela prática narrativa, ela adquire capacidade de liderança. Dá pra dizer que todas as mudanças na vida da protagonista estão relacionadas ao letramento. 
Sem citar mais do que o início e mencionar algumas personagens populares do texto bíblico, o romance leva ao questionamento do quanto a história dos povos que têm sua consciência espiritual influenciada pela Bíblia poderia ter sido diversa, caso os ou as encarregados(as) da tarefa possuíssem o entendimento da personagem Salomão, de que o poder da mensagem se dissemina pelo mundo e resiste ao tempo, e de que ideias são mais perigosas que armas. Ou compartilhassem da opinião da feia, de que a história do povo de Salomão havia de ser uma história de afeto, e não de abominação e pecado. 
Como opta por descrever Deus como energia geradora, em protesto à crença dos escribas e do rei em um deus masculino, a feia legaria ao mundo o direito de imaginar o criador como cada um desejar. Sua narrativa é liberal e contestadora, como quando se utiliza de suas próprias fantasias para descrever o encontro de Adão e Eva como algo mais próximo do possível, colocando o sexo presente no texto sagrado. Da forma com que escolhem narrar, os anciãos e a feia, o início da humanidade caracteriza-se como uma ficção e não como documento do desenrolar da ocupação humana no mundo, o que sugere o caráter de parcialidade da Bíblia e marca a ironia da pretensão de texto sagrado atribuída ao livro, que não faz menção à evolução celular, por exemplo. São textos sobre o início da humanidade contados de forma simbólica. Sendo assim, por que não escolher uma linha narrativa que seja modelo de cooperação entre as pessoas? A mulher queria que fosse assim, os homens preferem um texto que faça as gerações futuras viverem amedrontadas por um Deus punitivo e perverso. 
Scliar faz esse romance com uma narrativa ambientada em um tempo histórico contemplado pela épica, já que a forma “romance” é mais historicamente recente e o tempo a que nos remete A mulher que escreveu a Bíblia é bastante anterior ao contexto burguês no qual a forma romanesca ascendeu. É uma narrativa em que a protagonista age como um sujeito moderno, que duvida da própria realidade, questiona a existência do deus de Salomão e pondera sobre as convenções de seu tempo. Como é uma personagem que reflete, ela acaba por tomar decisões apropriadas, não age por impulso. Ao questionar a narrativa da qual é redatora, a feia formaliza e aponta as fissuras do relato bíblico: a história da Bíblia, dentro da história da feia, viria a contrariar o estilo de vida de seu idealizador, Salomão. 
No romance A mulher que escreveu a Bíblia, as mulheres estão condenadas a ter sucesso de acordo com quão belas forem. Sucesso até por ali, né? Porque mesmo as que casam com o rei Salomão têm uma vida miserável, presas no harém. O harém é um confinamento imposto, uma prisão de luxo. E desenvolvem relações de competição. Pela maior parte da narrativa, não há cumplicidade das personagens femininas com a feia. Primeiro a mãe omissa e distante, a quem ela atribui a culpa pela feiura devido à insistente mirada da montanha, depois a irmã bela e inconsequente ao manipular o espelho dentro de casa, legando à feia a dor provocada pelo conhecimento de sua fealdade. O primeiro exemplo de possibilidade de uma relação harmoniosa entre mulheres, a feia lê no texto dos anciãos, quando narram sobre Ruth e Naomi, sogra e nora e seu pacto de fidelidade. Até então, a identificação da feia era com as personagens masculinas. A primeira atitude de bondade vem do pai, que podia tê-la jogado fora quando bebê, mas não o fez. Assim como ela, o pastorzinho, outra personagem masculina com quem a feia estabelece afinidade, passa por um percurso de amadurecimento entre o apedrejamento na aldeia e o confronto com os guardas, quando perde o braço. Essa depreciação de sua aparência o aproxima fisicamente da feia, amadurece sua visão de mundo e o torna mais propenso a admirar as qualidades dela. Quando ela vai ao seu encontro, em contrapartida, está embelezada pelo conhecimento da escrita e com autoestima elevada pela tarefa que cumprira. Além de sentir-se uma mulher plena pela consumação do casamento na noite de sua fuga do harém.
Por fim, o reconhecimento pelo rei do poder investido no ato de escrever é manifestado quando convida a feia a sentar-se no trono e julgar o pastorzinho. Ocupar o assento real, ainda que por alguns instantes, havia sido o desejo da protagonista na primeira vez em que estivera no salão, como tentativa de entronizar sua feiura. Quando é convidada pelo rei a julgar, ela é bela, poderosa e revela-se também sábia, tendo em vista a sentença misericordiosa de deixar o réu em liberdade. Nesse momento, mesmo o expoente feminino máximo de poder e beleza presente no recinto, a rainha de Sabá, presta seu reconhecimento à feia.
O fogo que destrói os pergaminhos, a exemplo do que acontece com a supostaPoética II, de Aristóteles, em O nome da Rosa, do escritor Umberto Eco, pode criar no leitor um vínculo de empatia com a versão do texto bíblico escrito pela feia: de alguma forma, o que chega aos nossos tempos como história da humanidade contada pelo texto sagrado coincide em alguns pontos com a narrativa redigida em um dos cômodos do palácio do rei Salomão, por uma certa feia.
Se cada personagem de destaque da parte principal de A mulher que escreveu a Bíblia tem sua contrapartida na parte inicial do romance, o terapeuta de vidas passadas poderia ser a reencarnação de Salomão, porque assim como ele leva um tempo a perceber as qualidades e se apaixonar pela feia. As personagens do presente mantêm características do passado. A feia da modernidade, que lembra a vida passada e escreve sua história (continua uma narradora na vida moderna), também tem um pai influente. No passado era filha do patriarca da tribo, no presente é filha de pai fazendeiro, com o qual também tem dificuldade de relacionamento. A protagonista continua a ser uma pessoa reclusa, tendo na irmã bela a sua confidente. Essa irmã envolve-se com o amado da feia, um empregado da fazenda, como outrora fora pastorzinho na aldeia do pai. Como no passado, o patriarca manda dar-lhe uma surra e, algum tempo depois, o jovem se percebe apaixonado pela feia. O terapeuta é o homem inteligente, que teve sua carreira de professor de história influenciada pela trajetória do pai, que acreditava que o filho seria o grande líder que ele não chegou a ser. 
A mulher que escreveu a Bíblia é uma história de empoderamento feminino, escrita quando esse termo talvez ainda não fosse tão imperativo. Um empoderamento que independe, e até se beneficia, da ausência da beleza, característica comumente associada às mulheres bem sucedidas em fábulas, contos de fadas e alguns romances. Sendo assim, a feia está na contramão das belas princesas que são salvas por apaixonados príncipes e, via de regra, não têm outra função social que não inspirar os súditos por sua beleza e bondade. 
A protagonista do romance não é heróica, nem trágica, mas alguém ambivalente, com aspectos positivos e negativos. Ela preenche os critérios de personagem romanesca também ao cumprir um percurso e apresentar-se como alguém que evolui, que se transforma e que é educada pela vida. Nesse sentido, esta narrativa de Scliar se apresenta como um romance de formação. O heroísmo da feia está em sua disposição de agir.
Existe uma relação entre o aprendizado da escrita e as relações de poder na vida da protagonista, cujas ações são alinhavadas pela feiura. A narradora passa por um movimento de amadurecimento gradual, com desenvolvimento de autocontrole, conquistado a partir da socialização e do sentimento de utilidade alcançado com a tarefa de escrever o livro. Ela se transforma a partir do que vive e das experiências de solidão nos diferentes espaços: a aldeia, o harém e o quarto em que escreve no palácio. No texto contado pela feia, sabedoria e poder exalam beleza. O domínio da escrita permite que a feia se reinsira num mundo do qual já se julgava apartada.
Hoje eu comentei o romance A mulher que escreveu a Bíblia, de Moacyr Scliar. E aí, gostaram da história da feia poderosa? Deixa teu like e teu comentário pra eu saber a tua impressão. E leiam esse livro!
Por hoje, fico por aqui. Fiquem bem, usem máscara e até o próximo episódio do Literatura Oral.

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