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ANTROPOLOGIA CULTURAL

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Escrito pelo renomado Conrad Phillip Kottak, pesquisador proeminente na área da
antropologia, que realizou suas pesquisas, entre outros lugares, no Nordeste brasileiro,
Um espelho para a humanidade traz uma introdução acessível à antropologia cultural,
equilibrando a abordagem dos temas fundamentais da área com a apresentação do que há 
de novo no campo. 
Ricamente ilustrados por exemplos, os capítulos trazem os quadros “Antropologia hoje” e 
“Aplicando a antropologia à cultura popular”, que permitem ao leitor não apenas atualizar-se 
em relação aos desenvolvimentos da área como relacioná-la às vivências de seu dia a dia.
Um espelho para a humanidade
UMA INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA CULTURAL
Conrad Phillip 
Kottak
“Os pontos fortes de Kottak são a escrita lúcida, a capacidade de focar em ideias 
importantes e a seleção de exemplos interessantes.” 
 RITA SAKITT, Suffolk County Community College
“Aprecio o estilo de Kottak, a clareza com que escreve e a inclusão das defi nições de 
termos-chave. Os quadros de destaque, muito bem escolhidos, apresentam o nível 
adequado.” 
WILLIAM GRIFFIN, St. Charles Community College
Acesse a Área do Professor em www.grupoa.com.br para baixar apresentações 
PowerPoint® em língua portuguesa.
Acesse o link deste livro em www.grupoa.com.br para fazer um quiz (em português) 
e testar os conhecimentos adquiridos a partir da leitura do livro.
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ANTROPOLOGIA
Um espelho para a humanidade
UMA INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA CULTURAL
A Penso Editora inicia suas publicações em 
Antropologia pelo clássico Um espelho para 
a humanidade, de Conrad Phillip Kottak, 
um dos mais reconhecidos professores de 
Antropologia dos Estados Unidos. O livro, 
escrito de forma acessível e ilustrado por 
diversos exemplos que remetem o leitor 
tanto a temas fundamentais como a seu 
próprio dia a dia, traz uma introdução a 
essa área do conhecimento. 
O professor Kottak fez trabalho de campo etnográfi co no Brasil 
(em Arembepe, Bahia), em Madagascar e nos Estados Unidos. 
Seu interesse geral são os processos pelos quais as culturas 
locais são incorporadas – e resistem à incorporação – a sistemas 
maiores. Esse interesse vincula seu trabalho anterior sobre 
ecologia e formação do Estado na África e em Madagascar com 
sua pesquisa mais recente sobre globalização, cultura nacional e 
internacional e meios de comunicação de massa.
Em projetos mais recentes, Kottak e seus colegas pesquisaram 
o surgimento da consciência ecológica no Brasil e a participação 
popular no planejamento do desenvolvimento econômico no 
Nordeste do País.
Para contatar diretamente o autor, escreva para: 
ckottak@bellsouth.net.
 
www.grupoa.com.br
0800 703 3444
A Penso Editora é parte do Grupo A, uma 
empresa que engloba diversos selos 
editoriais e várias plataformas de distri-
buição de conteúdo técnico, científi co 
e profi ssional, disponibilizando-o como, 
onde e quando você precisar. A Penso 
Editora é dedicada exclusivamente às 
Ciências Humanas e está gradativamen-
te substituindo e ampliando a atuação da 
Artmed Editora no segmento. O Grupo A 
publica com exclusividade obras com o 
selo McGraw-Hill em língua portuguesa.
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Kottak 8ª
edição
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K87e Kottak, Conrad Phillip 
 Espelho para a humanidade [recurso eletrônico] : uma
 introdução concisa à antropologia cultural / Conrad Phillip Kottak ;
 tradução: Roberto Cataldo Costa ; revisão técnica: Carlos
 Caroso. – 8. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH,
 2013.
 Editado também como livro impresso em 2013.
 ISBN 978-85-8055-191-4
 1. Antropologia cultural – Humanidade. I. Título.
CDU 572.026
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB10/2052
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Um espelho para a humanidade 33
AS SUBDISCIPLINAS DA 
ANTROPOLOGIA
Antropologia cultural
A antropologia cultural é o estudo da so-
ciedade e da cultura humanas, o subcampo 
que descreve, analisa, interpreta e explica as 
semelhanças e diferenças sociais e culturais. 
Para estudar e interpretar a diversidade cul-
tural, os antropólogos culturais realizam 
dois tipos de atividade: etnografia (com 
base no trabalho de campo) e etnologia 
(com base na comparação intercultural). A 
etnografia fornece uma descrição de deter-
minada comunidade, sociedade ou cultura. 
Durante o trabalho de campo etnográfico, o 
etnógrafo reúne dados que organiza, des-
creve, analisa e interpreta para construir e 
apresentar essa descrição, que pode se dar 
na forma de livro, artigo ou filme. Tradicio-
nalmente, os etnógrafos têm morado em 
pequenas comunidades e estudado com-
portamentos, crenças, costumes, vida so-
cial, atividades econômicas, política e reli-
gião locais (ver Wolcott, 2008).
A perspectiva antropológica derivada 
do trabalho de campo etnográfico costuma 
ser bastante diferente da que deriva da eco-
nomia ou da ciência política. Esses campos 
trabalham com organizações e políticas na-
cionais e oficiais e, muitas vezes, com elites, 
mas os grupos que os antropólogos têm es-
tudado costumam ser relativamente pobres 
e desprovidos de poder. Os etnógrafos ob-
servam muitas práticas discriminatórias 
voltadas a essas pessoas, que enfrentam es-
cassez de alimentos, deficiências alimenta-
res e outros aspectos da pobreza. Os cientis-
tas políticos tendem a estudar os programas 
que os planejadores nacionais desenvolvem, 
enquanto os antropólogos descobrem como 
esses programas funcionam em nível local.
As culturas não são isoladas. Como 
observado por Franz Boas (1940/1966) há 
muitos anos, o contato entre tribos vizinhas 
sempre existiu e se estendeu sobre áreas 
enormes. “As populações humanas cons-
troem suas culturas em interação umas 
com as outras, e não isoladamente” (Wolf, 
1982, p. ix). Moradores de aldeias partici-
pam cada vez mais de eventos regionais, na-
cionais e mundiais. A exposição a forças ex-
ternas se dá pelos meios de comunicação de 
massa, pela migração e pelo transporte mo-
derno. A cidade e a nação cada vez mais in-
vadem as comunidades locais com a chega-
da de turistas, agentes de desenvolvimento, 
autoridades governamentais e religiosas e 
candidatos a cargos políticos. Essas ligações 
são componentes importantes de sistemas 
regionais, nacionais e internacionais de po-
lítica, economia e informações. Esses siste-
mas maiores afetam mais e mais as pessoas 
e os lugares tradicionalmente estudados 
pela antropologia. O estudo desses vínculos 
e sistemas faz parte do tema da antropolo-
gia moderna.
A etnologia examina, interpreta, ana-
lisa e compara os resultados da etnografia – 
os dados coletados em diferentes sociedades 
– e os usa para comparar, contrastar e fazer 
generalizações sobre a sociedade e a cultura. 
Olhando além do particular e vislumbran-
do o mais geral, os etnólogos tentam identi-
ficar e explicar as diferenças e similaridades 
culturais, testar hipóteses e construir teorias 
para melhorar nossa compreensão de como 
funcionam os sistemas sociais e culturais. A 
etnologia obtém seus dados para compara-
ção não apenas da etnografia, mas também 
de outros subcampos, em especial da antro-
pologia arqueológica, que reconstrói os sis-
temas sociais do passado. (A Tabela 1.2 re-
sume os principais contrastes entre etno-
grafia e etnologia.)
Antropologia arqueológica
A antropologia arqueológica (dito de 
forma mais simples, “arqueologia”) recons-
trói, descreve e interpreta o comportamen-
to e os padrões culturais humanos por meio 
34 Conrad Phillip Kottak
de restos materiais. Em locais onde as pes-
soas vivem ou viveram, os arqueólogos en-
contram artefatos – itens materiais que os 
sereshumanos produziram, usaram ou 
modificaram, como ferramentas, armas, 
acampamentos, construções e lixo.
Os restos de vegetais e animais e o lixo 
antigo contam histórias sobre consumo e 
atividades. Os grãos selvagens e os domesti-
cados têm características diferentes que 
permitem que os arqueólogos distingam 
entre coleta e cultivo. O exame de ossos de 
animais revela a idade dos animais abatidos 
e fornece outras informações úteis para de-
terminar se as espécies eram selvagens ou 
domesticadas.
Analisando esses dados, os arqueólogos 
respondem a várias perguntas sobre as anti-
gas economias. O grupo obtinha sua carne 
da caça ou domesticava e criava animais, 
matando apenas os de certa idade e determi-
nado sexo? Os alimentos vegetais vinham de 
plantas silvestres ou da semeadura, cuidado e 
colheita dos cultivos? Os moradores produ-
ziam, comercializavam ou compravam de-
terminados itens? As matérias-primas esta-
vam disponíveis localmente? Se não, de onde 
vinham? A partir dessas informações, os ar-
queólogos reconstroem os padrões de pro-
dução, comércio e consumo.
Os arqueólogos passaram muito 
tempo estudando fragmentos de cerâmica, 
pois são mais duráveis do que muitos ou-
tros artefatos, como os têxteis e a madeira. 
A quantidade de fragmentos de cerâmica 
permite estimar tamanho e densidade da 
população. A descoberta de que os ceramis-
tas usavam materiais que não estavam dis-
poníveis localmente sugere sistemas de co-
mércio. Semelhanças na fabricação e deco-
ração em locais diferentes podem ser prova 
de conexões culturais. Grupos que tenham 
vasilhames semelhantes podem ter relações 
históricas e, talvez, compartilhem antepas-
sados culturais, tenham negociado entre si 
ou pertençam ao mesmo sistema político.
Muitos arqueólogos examinam a pa-
leoecologia. A ecologia é o estudo das inter-
-relações entre seres vivos em um ambiente. 
Juntos, organismos e ambiente constituem 
um ecossistema, uma configuração de flu-
xos de energia e intercâmbios que segue de-
terminados padrões. A ecologia humana es-
tuda os ecossistemas que incluem pessoas, 
enfocando as formas como o uso humano 
“da natureza influencia a organização social 
e os valores culturais e por eles é influencia-
do” (Bennett, 1969, p. 10-11). A paleoecolo-
gia observa os ecossistemas do passado.
Além de reconstruir padrões ecológi-
cos, os arqueólogos podem inferir transfor-
mações culturais, por exemplo, ao observar 
mudanças no tamanho e no tipo dos sítios e 
na distância entre eles. Uma cidade grande 
se desenvolve em uma região onde, alguns 
séculos antes, só existiam cidadezinhas, al-
deias e vilarejos. O número de níveis de as-
sentamento (cidade grande ou pequena, 
povoado, aldeia) em uma sociedade é uma 
medida da complexidade social. As cons-
truções dão pistas sobre as características 
políticas e religiosas. Templos e pirâmides 
 TABELA 1.2 Etnografia e etnologia – duas dimensões da antropologia cultural
ETNOGRAFIA ETNOLOGIA
Exige trabalho de campo para coletar dados Utiliza os dados coletados por 
 uma série de pesquisadores
Muitas vezes descritiva Normalmente sintética
Específica de um grupo ou comunidade Comparativa/intercultural
 
Um espelho para a humanidade 35
sugerem que uma antiga sociedade tinha 
uma estrutura de autoridade capaz de mo-
bilizar o trabalho necessário para construir 
esses monumentos. A presença ou a ausên-
cia de determinadas estruturas, como as pi-
râmides do Egito e do México antigos, reve-
la diferenças de funções entre os assenta-
mentos. Por exemplo, algumas cidades 
eram lugares a que as pessoas iam para as-
sistir a cerimônias, outras eram locais de se-
pultamento e outras, ainda, comunidades 
agrícolas.
Os arqueólogos também reconstroem 
os padrões de comportamento e estilos de 
vida do passado fazendo escavações, ou 
seja, cavando uma sucessão de níveis em 
um sítio. Em uma determinada área, ao 
longo do tempo, os assentamentos podem 
mudar de forma e propósito, assim como as 
conexões entre eles. As escavações podem 
documentar alterações em atividades eco-
nômicas, sociais e políticas.
Embora sejam mais conhecidos pelo 
estudo da pré-história, isto é, o período 
anterior à invenção da escrita, os arqueó-
logos também estudam as culturas dos 
povos históricos e até mesmo dos que ainda 
vivem (ver Sabloff, 2008). Estudando na-
vios afundados na costa da Flórida, arqueó-
logos subaquáticos foram capazes de verifi-
car as condições de vida nos navios que 
trouxeram ancestrais afro-americanos para 
o Novo Mundo, na condição de pessoas es-
cravizadas. Em um projeto de pesquisa que 
iniciou em 1973, em Tucson, Arizona, o ar-
queólogo William Rathje aprendeu sobre a 
vida contemporânea com o estudo do lixo 
moderno. O valor da “lixologia” (garbolo-
gy), como Rathje a chama, é que ela fornece 
“evidências do que as pessoas faziam, e não 
do que elas acham que faziam, do que 
acham que deveriam ter feito ou do que o 
entrevistador acha que elas deveriam ter 
feito” (Harrison, Rathje e Hughes, 1994, p. 
Uma equipe de arqueólogos trabalha em Harappa, onde esteve uma antiga civilização do Vale 
do Indo, que remonta a aproximadamente 4.800 anos.
36 Conrad Phillip Kottak
108). O que as pessoas informam pode ser 
muito diferente do seu comportamento 
real, como revelado pela lixologia. Por 
exemplo, o lixólogos descobriram que os 
três bairros de Tucson que relataram o 
menor consumo de cerveja tinham, na ver-
dade, o maior número de latas de cerveja 
descartadas por domicílio (Podolefsky e 
Brown, 1992, p. 100)! A lixologia de Rathje 
também mostrou ideias equivocadas sobre 
a quantidade de diferentes tipos de lixo que 
está em aterros sanitários: embora a maio-
ria das pessoas considerasse as embalagens 
de fast-food e as fraldas descartáveis como 
os grandes problemas em termos de lixo, na 
verdade, elas eram relativamente insignifi-
cantes em comparação com o papel, in-
cluindo o papel reciclável, que não seria 
prejudicial ao meio ambiente (Rathje e 
Murphy, 2001).
Antropologia biológica ou física
O tema da antropologia biológica, ou físi-
ca, é a diversidade biológica humana no 
tempo e no espaço. O foco na variação bio-
lógica une cinco interesses especiais na an-
tropologia biológica:
 1. Evolução humana segundo a revela o 
registro fóssil (paleoantropologia).
 2. Genética humana.
 3. Crescimento e desenvolvimento hu-
manos.
 4. Plasticidade biológica humana (capaci-
dade do corpo para mudar ao enfrentar 
estresse, como calor, frio e altitude).
 5. A biologia, a evolução, o comporta-
mento e a vida social de macacos, sí-
mios e outros primatas não humanos.
Esses interesses ligam a antropologia 
física a outros campos: biologia, zoologia, 
geologia, anatomia, fisiologia, medicina e 
saúde pública. A osteologia – o estudo dos 
ossos – ajuda os paleoantropólogos, que 
examinam crânios, dentes e ossos, a identi-
ficar os ancestrais humanos e acompanhar 
as mudanças na anatomia ao longo do 
tempo. O paleontólogo é um cientista que 
estuda os fósseis. Um paleoantropólogo é 
uma espécie de paleontólogo que estuda o 
registro fóssil da evolução humana. Os pa-
leoantropólogos muitas vezes trabalham 
em conjunto com os arqueólogos, que estu-
dam artefatos, na reconstrução de aspectos 
biológicos e culturais da evolução humana. 
É comum serem encontrados fósseis e fer-
ramentas juntos. Diferentes tipos de ferra-
mentas fornecem informações sobre os há-
bitos, os costumes e o estilo de vida dos hu-
manos ancestrais que as usavam.
Mais de um século atrás, Charles Dar-
win percebeu que a variedade que existe em 
toda a população permite que alguns indi-
víduos (com características privilegiadas) 
se saiam melhor do que outros na sobrevi-
vência e na reprodução. A genética, que se 
desenvolveu mais tarde, ajuda a esclarecer 
Aplicando a antropologia à cultura popular
INDIANA JONES
Pensemos em qualquer um dos quatro filmes de Indiana Jones, dirigidos por Steven Spielberg. Os arqueó-
logos costumam se queixar de que esses filmes distorcem a percepçãopública de seu campo de trabalho, 
retratando-os como saqueadores gananciosos, aventureiros, amorais e não científicos. De que forma India-
na Jones influenciou sua opinião sobre a arqueologia, se é que houve alguma influência? Falando em ter-
mos mais gerais, as imagens dos arqueólogos na mídia fazem você ter uma opinião melhor ou pior do 
campo da arqueologia?
Um espelho para a humanidade 37
as causas e a transmissão dessa variedade. 
No entanto, não são apenas os genes que 
causam a variedade. Durante a vida de 
qualquer indivíduo, o ambiente funciona 
junto com a hereditariedade para determi-
nar as características biológicas. Por exem-
plo, pessoas com tendência genética a ser 
altas serão menores se forem mal alimenta-
das na infância. Assim, a antropologia bio-
lógica também investiga a influência do 
ambiente sobre o corpo à medida que o in-
divíduo cresce e amadurece. Entre os fato-
res ambientais que influenciam o corpo em 
sua evolução estão altitude, nutrição, tem-
peratura e doenças, bem como os fatores 
culturais, como os padrões de atratividade.
A antropologia biológica (junto com a 
zoologia) também inclui a primatologia. Os 
primatas incluem os nossos parentes mais 
próximos: símios e macacos. Os primatólo-
gos estudam a biologia, a evolução, o com-
portamento e a vida social daqueles prima-
tas, muitas vezes em seus próprios ambien-
tes naturais. A primatologia auxilia a 
paleoantropologia, porque o comporta-
mento dos primatas pode ajudar a explicar 
o início do comportamento humano e da 
natureza humana.
Antropologia linguística
Não sabemos (e é provável que nunca che-
garemos a saber) quando nossos ancestrais 
adquiriram a capacidade de falar, embora 
os bioantropólogos tenham examinado a 
anatomia do rosto e do crânio para especu-
lar sobre a origem da linguagem, e os pri-
matólogos descrito os sistemas de comuni-
cação de macacos e símios. Sabemos que 
existem línguas complexas e gramatical-
mente bem desenvolvidas há milhares de 
anos. A antropologia linguística oferece 
mais um exemplo do interesse da antropo-
logia na comparação, na mudança e na va-
riação. A antropologia linguística estuda a 
língua em seu contexto social e cultural, no 
espaço e no tempo. Alguns antropólogos 
linguistas fazem inferências sobre as carac-
terísticas universais da linguagem, ligadas, 
talvez, a uniformidades no cérebro huma-
no; outros reconstroem línguas antigas 
comparando suas descendentes contempo-
râneas e assim fazem descobertas sobre a 
história; outros, ainda, estudam as diferen-
ças linguísticas para descobrir percepções 
variadas e padrões de pensamento em cul-
turas diferentes.
A linguística histórica considera a va-
riação no tempo, como as mudanças em 
sons, gramática e vocabulário entre o inglês 
médio (falado desde aproximadamente 
1050-1550 d.C.) e o inglês moderno. A so-
ciolinguística investiga as relações entre va-
riações sociais e linguísticas. Nenhuma lín-
gua é um sistema homogêneo em que todos 
falam da mesma maneira. De que formas os 
diferentes falantes usam um determinado 
idioma? Como as características linguísticas 
se relacionam com os fatores sociais, in-
cluindo as diferenças de classe e gênero 
(Tannen, 1990)? Uma das razões para a va-
riação é a geografia, como acontece com os 
dialetos e sotaques regionais. A variação lin-
guística também se expressa no bilinguismo 
dos grupos étnicos. Os antropólogos lin-
guistas e culturais colaboram no estudo de 
ligações entre a língua e muitos outros as-
pectos da cultura, por exemplo, a forma 
como as pessoas avaliam parentesco e como 
percebem e classificam as cores.
ANTROPOLOGIA E OUTROS 
CAMPOS ACADÊMICOS
Como já mencionado, uma das principais 
diferenças entre a antropologia e os outros 
campos acadêmicos é o holismo, a mistura 
singular que a antropologia faz de perspec-
tivas biológicas, sociais, culturais, linguís-
ticas, históricas e contemporâneas. Para-
doxalmente, embora diferencie a antropo-
logia, essa amplitude é o que também a 
38 Conrad Phillip Kottak
conecta a muitas outras disciplinas. Técni-
cas usadas para datar fósseis e artefatos che-
garam à antropologia vindas da física, da 
química e da geologia. Como os restos de 
plantas e animais são encontrados muitas 
vezes com ossos humanos e artefatos, os an-
tropólogos colaboram com botânicos, zoó-
logos e paleontólogos.
Como é uma disciplina ao mesmo 
tempo científica e humanista, a antropolo-
gia tem ligações com muitas outras áreas 
acadêmicas. É uma ciência – um “campo de 
estudo ou corpo de conhecimento sistemá-
tico que visa, por meio de experimentação, 
observação e dedução, produzir explicações 
confiáveis de fenômenos, com referência no 
mundo material e físico” (Webster’s New 
World Encyclopedia, 1993, p. 937).
Os capítulos seguintes apresentam a 
antropologia como uma ciência humanista 
dedicada a descobrir, descrever, compreen-
der e explicar semelhanças e diferenças no 
tempo e no espaço entre os seres humanos e 
nossos antepassados. Clyde Kluckhohn 
(1944) descreveu a antropologia como “a 
ciência das semelhanças e diferenças huma-
nas” (p. 9). Sua declaração sobre a necessi-
dade desse campo ainda permanece: “A an-
tropologia fornece uma base científica para 
lidar com o dilema crucial do mundo de 
hoje: como povos de aparência diferente, 
línguas ininteligíveis entre si e formas dife-
rentes de vida podem conviver pacifica-
mente?” (p. 9). A antropologia elaborou um 
impressionante corpo de conhecimento 
que este livro tenta sintetizar.
Além de suas ligações com as ciências 
naturais (p. ex., geologia, zoologia) e as 
ciên cias sociais (p. ex., sociologia, psicolo-
gia), a antropologia também tem fortes li-
gações com as humanidades, que incluem 
inglês, literatura comparada, temas clássi-
cos, folclore, filosofia e artes. Essas áreas es-
tudam idiomas, textos, filosofias, artes, mú-
sica, atuações e outras formas de expressão 
criativa. A etnomusicologia, que estuda as 
formas de expressão musical em nível mun-
dial, tem uma ligação particularmente ínti-
ma com a antropologia. Também está ligada 
ao folclore, o estudo sistemático de histó-
rias, mitos e lendas de diversas culturas. Po-
de-se argumentar que a antropologia está 
entre os mais humanistas de todos os cam-
pos acadêmicos por causa de seu respeito 
fundamental à diversidade humana. Os an-
tropólogos ouvem, registram e representam 
as vozes de uma enorme quantidade de na-
ções e culturas. A antropologia valoriza o 
conhecimento local, visões de mundo dife-
rentes e distintas filosofias. A antropologia 
cultural e a antropologia linguística, em 
particular, trazem uma perspectiva compa-
rada e não elitista sobre formas de expres-
são criativa, incluindo língua, arte, narrati-
vas, música e dança, vistas em seu contexto 
social e cultural.
ANTROPOLOGIA APLICADA
A antropologia não é uma ciência do exóti-
co realizada por estudiosos excêntricos em 
torres de marfim; ela tem muito a dizer ao 
público. A principal organização de profis-
sionais da antropologia, a American An-
thropological Association (AAA), assumiu 
formalmente um papel de serviço público 
ao reconhecer que a área tem duas dimen-
sões:
 1. antropologia acadêmica ou geral e
 2. antropologia aplicada ou profissional.
Esta última se refere à aplicação de 
dados, perspectivas, teoria e métodos antro-
pológicos para identificar, avaliar e resolver 
problemas sociais contemporâneos. Como 
afirma Erve Chambers (1987, p. 309), a an-
tropologia aplicada é o “campo de pesquisa 
que trata das relações entre o conhecimento 
antropológico e os usos desse conhecimento 
no mundo para além da antropologia”. Cada 
vez mais antropólogos dos quatro subcam-
pos trabalham nessas áreas “aplicadas”, como 
Um espelho para a humanidade 39
ANTROPOLOGIA HOJE
Filho de antropóloga é eleito presidente
É sabido que Barack Obama é filho de pai que-
niano e mãe branca norte-americana, do Kansas. 
Menos reconhecido é o fato de que o 44o presi-
dente dos Estados Unidos é filho de uma antro-póloga, a Dra. Stanley Ann Dunham Soetoro (em 
geral chamada apenas de Ann Dunham). Essa 
descrição centra-se em sua vida e sua atração 
pela diversidade, que a levou a trabalhar em 
antropologia. Antropóloga sociocultural por for-
mação, Dunham trabalhou com microfinanças e 
questões socioeconômicas que afetam as 
mulheres da Indonésia, um exemplo de aplica-
ção da antropologia para identificar e resolver 
problemas contemporâneos. Em outras pala-
vras, ela fazia, ao mesmo tempo, antropologia 
cultural e aplicada.
Os antropólogos estudam a humanidade em 
tempos e lugares variados e em um mundo em 
rápida transformação. Em virtude de suas ori-
gens, sua enculturação e sua experiência no 
exterior, Barack Obama é um excelente símbolo 
da diversidade e das interconexões que caracte-
rizam um mundo desse tipo. Além disso, sua 
eleição é uma homenagem aos Estados Unidos 
como país cada vez mais diversificado.
Na versão resumida da história de Barack Obama, 
sua mãe é simplesmente a mulher branca do Kan-
sas... Durante a campanha eleitoral, ele a chamou 
de sua “mãe solteira”. No entanto, nenhuma dessas descrições consegue retratar a vida não conven-
cional de Stanley Ann Dunham Soetoro, quem mais influenciou Obama entre seus pais.
No Havaí, ela se casou com um estudante africano aos 18 anos. Depois, casou-se com um 
indonésio, mudou-se para Jacarta, tornou-se antropóloga, escreveu uma dissertação de 800 pági-
nas sobre a atividade dos ferreiros camponeses de Java, trabalhou para a Fundação Ford, defen-
deu o trabalho das mulheres e ajudou a levar o microcrédito aos pobres do mundo.
Ela tinha grandes expectativas para seus filhos. Na Indonésia, acordava o filho às 4h da manhã 
para que fizesse cursos de inglês por correspondência antes de ir à escola. Trazia para casa grava-
ções de Mahalia Jackson, discursos do reverendo Dr. Martin Luther King Jr. e, quando Obama 
pediu para ficar no Havaí para cursar o ensino médio, em vez de voltar à Ásia, ela aceitou viver 
longe dele – uma decisão que sua filha diz ter sido uma das mais difíceis na vida de Stanley Ann.
“Ela achava que, de alguma forma, vagando por territórios desconhecidos, poderíamos trope-
çar em algo que, em um instante, pareceria representar quem somos no íntimo”, disse Maya Soe-
toro-Ng, meia-irmã de Obama. “Essa era basicamente a sua filosofia de vida: não se limitar por 
medo de definições estreitas, não construir muros ao redor de nós mesmos e fazer o melhor que 
pudermos para encontrar a afinidade e a beleza em lugares inesperados”.
Barack Obama... pouco viu o pai após os 2 anos de idade. Embora seja impossível precisar a 
influência de um pai sobre a vida de um filho, as pessoas que conheceram bem Stanley Ann afir-
mam ver sua influência de forma evidente em Obama.
(continua)
O menino Barack Obama com sua mãe, a 
antropóloga Ann Dunham.
40 Conrad Phillip Kottak
ANTROPOLOGIA HOJE
Filho de antropóloga é eleito presidente (continuação)
“Ela era uma grande pensadora”, disse Nancy Barry, ex-presidente do Banco Mundial das 
Mulheres, uma rede internacional de fornecedores de microfinanças na qual Soetoro trabalhou em 
Nova York no início da década de 1990.
Em uma aula de russo na Universidade do Havaí, Ann Duham conheceu o primeiro aluno afri-
cano da faculdade, Barack Obama. Eles se casaram e tiveram um filho em agosto de 1961, uma 
época em que o casamento inter-racial era raro nos Estados Unidos.
O casamento durou pouco. Em 1963, Obama partiu para Harvard, deixando a esposa e o filho. Ela 
então se casou com o estudante indonésio Lolo Soetoro. Quando ele foi chamado a seu país, em 1966, 
após a agitação em torno da ascensão de Suharto, Stanley Ann e Barack foram junto com ele.
Seu segundo casamento também acabou, na década de 1970. Stanley Ann queria trabalhar, 
disse um amigo, e seu marido queria mais filhos. Ele ia se tornando mais norte-americano, ela disse 
uma vez, enquanto ela se tornava mais javanesa. “Existe uma crença javanesa de que, se você 
estiver casado com alguém e não funcionar, a situação vai deixá-la doente”, disse Alice G. Dewey, 
antropóloga e amiga. “É simplesmente uma idiotice permanecer casada.”
Em 1974, Stanley Ann estava de volta a Honolulu, fazendo pós-graduação e criando Barack e 
Maya, nove anos mais nova. Quando ela decidiu retornar à Indonésia, três anos mais tarde, para 
fazer seu trabalho de campo, Barack decidiu não ir.
Fluente em indonésio, Stanley Ann mudou-se com Maya primeiro para Yogyakarta, o centro do 
artesanato javanês. Tendo sido tecelã na faculdade, ela ficou fascinada com o que Soetoro-Ng 
chama de “as deslumbrantes minúcias da vida”. Esse interesse inspirou seu estudo sobre indústrias 
de aldeia, que se tornou a base da sua tese de doutorado em 1992.
“Ela adorava morar em Java”, disse a Dra. Dewey, que se lembra de acompanhar Stanley Ann 
até uma aldeia onde se trabalhava com metal. “As pessoas diziam: ‘Oi, tudo bom?’. E ela dizia: 
‘Como vai a sua esposa? A sua filha ganhou nenê?’. Eles eram amigos. Aí ela pegava o caderno e 
dizia: ‘Quantos de vocês têm energia elétrica? Você está tendo problemas para conseguir ferro?’”.
Ela se tornou consultora da Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional 
na criação de um programa de crédito em aldeias e, em seguida, responsável de programas da 
Fundação Ford em Jacarta, especializada em trabalho de mulheres. Mais tarde, foi consultora no 
Paquistão e, em seguida, trabalhou no banco mais antigo da Indonésia, naquilo que é descrito 
como um programa mundial de microfinanças sustentáveis, criando serviços como crédito e pou-
pança para os pobres.
Os visitantes sempre frequentavam o escritório dela na Fundação Ford, no centro de Jacarta, 
e sua casa em um bairro ao sul, onde mamoeiros e bananeiras cresciam no jardim e eram servidos 
pratos javaneses no jantar. Os seus convidados eram líderes do movimento indonésio de direitos 
humanos, gente de organizações de mulheres, representantes de grupos comunitários que faziam 
desenvolvimento de base.
Soetoro-Ng se lembra de conversas com a mãe sobre filosofia ou política, livros, motivos eso-
téricos em trabalhos indonésios em madeira.
“Ela nos deu um entendimento muito amplo do mundo”, disse sua filha. “Ela detestava a into-
lerância e estava muito determinada a ser lembrada por uma vida de serviço e achava que servir 
era de fato a verdadeira medida de uma vida”. Muitos de seus amigos veem seu legado em Obama 
– na autoconfiança e motivação que ele demonstra, em sua disposição para ir além dos limites e 
até mesmo seu conforto aparente com mulheres fortes.
Ela morreu em novembro de 1995, quando Obama estava começando sua primeira campanha 
para um cargo público. Depois de uma cerimônia fúnebre na Universidade do Havaí, disse um 
amigo, um pequeno grupo de amigos partiu de carro para o litoral sul, em Oahu. Com o vento 
arremessando as ondas sobre as pedras, Obama e Soetoro-Ng colocaram as cinzas de sua mãe no 
Pacífico, enviando-as na direção da Indonésia.
Fonte: Janny Scott, “A free-spirited wanderer who set obama’s path”, New York Times, 13 de março de 2008. 
Direitos autorais © 2008 The New York Times. Co. Reproduzido com permissão.
Um espelho para a humanidade 41
saúde pública, planejamento familiar, negó-
cios, desenvolvimento econômico e gestão 
de recursos culturais.
A antropologia aplicada abrange qual-
quer uso de conhecimentos e/ou técnicas 
dos quatro subcampos para identificar, ava-
liar e resolver problemas práticos. Em função 
de sua amplitude, a antropologia tem muitas 
aplicações. Por exemplo, os profissionais da 
antropologia da saúde aplicada consideram 
os contextos socioculturais e biológicos e as 
implicações de doenças e problemas de 
saúde. As percepções de saúde boa e ruim, 
junto com ameaças à saúde e problemas 
reais, diferem entre as sociedades.
Vários grupos étnicos reconhecem di-
ferentes doenças, sintomas e causas, e de-
senvolveram diferentes sistemas de saúde e 
estratégias de tratamento.
A arqueologia aplicada, emgeral cha-
mada de arqueologia pública, inclui ativi-
dades como gestão de recursos culturais, 
serviços de arqueologia prestados por con-
trato, programas de educação pública e 
preservação histórica. Um papel impor-
tante para a arqueologia pública foi criado 
pela lei que exige a avaliação de locais 
 ameaçados por barragens, rodovias e ou-
tras atividades de construção. Decidir o 
que precisa ser salvo e preservar informa-
ções importantes sobre o passado quando 
isso não puder ser feito é o trabalho da 
gestão de recursos culturais (GRC). A 
GRC envolve não só a preservação de lo-
cais, mas também permite sua destruição, 
se eles não forem importantes. A parte re-
lativa a “gestão” diz respeito a avaliação e 
tomada de decisão. Os gestores de recursos 
culturais trabalham para órgãos federais, 
estaduais e municipais e para outros clien-
tes. Os antropólogos culturais que fazem 
trabalho aplicado por vezes trabalham 
com os arqueólogos públicos, avaliando os 
problemas humanos gerados pela mudan-
ça proposta e determinando como podem 
ser reduzidos. A Tabela 1.3 relaciona os 
quatro subcampos da antropologia a suas 
duas dimensões.
RESUMO
 1. A antropologia é o estudo holístico, 
biocultural e comparativo da humani-
dade. É a exploração sistemática da di-
versidade biológica e cultural humana 
no tempo e no espaço. Examinando as 
origens e as alterações da biologia e da 
cultura humanas, a antropologia apre-
senta explicações para semelhanças e 
diferenças entre seres humanos e suas 
sociedades.
 2. Os quatro subcampos da antropologia 
geral são (sócio) cultural, arqueológi-
co, biológico e linguístico. Todos consi-
deram a variação no tempo e no es-
paço. Cada um também examina a 
adaptação – o processo pelo qual os or-
 ganismos lidam com as pressões am-
bientais. A perspectiva biocultural da 
antropologia é uma forma particular-
mente eficaz de se aproximar de inter-
-relações entre biologia e cultura. As 
forças culturais moldam a biologia hu-
 TABELA 1.3 Os quatro campos e as duas dimensões da antropologia
SUBCAMPOS DA ANTROPOLOGIA EXEMPLOS DE APLICAÇÃO 
(ANTROPOLOGIA GERAL) (ANTROPOLOGIA APLICADA)
Antropologia cultural Antropologia do desenvolvimento
Antropologia arqueológica Gestão de recursos culturais (GRC)
Antropologia biológica ou física Antropologia forense
Antropologia linguística Estudo da diversidade linguística em salas de aula
 
42 Conrad Phillip Kottak
mana, incluindo nossos tipos e ima-
gens corporais.
 3. A antropologia cultural explora a di-
versidade cultural do presente e do 
passado recente. A arqueologia recons-
trói padrões culturais, muitas vezes de 
populações pré-históricas. A antropo-
logia biológica documenta diversidade 
envolvendo fósseis, genética, cresci-
mento e desenvolvimento, reações cor-
porais e primatas não humanos. A an-
tropologia linguística examina a diver-
sidade entre as línguas e, também, 
estuda as mudanças na fala em situa-
ções sociais e ao longo do tempo.
 4. As preocupações com biologia, socie-
dade, cultura e língua ligam a antropo-
logia a muitos outros campos das ciên-
cias naturais, ciências sociais e huma-
nidades.
 5. A antropologia tem duas dimensões: 
geral e aplicada. A segunda utiliza pers-
pectivas, teoria, métodos e dados antro-
pológicos para identificar, avaliar e re-
solver problemas sociais. Os campos do 
trabalho antropológico aplicado in-
cluem negócios, governo, desenvolvi-
mento econômico, educação e serviços, 
ação e programas sociais. Os antropólo-
gos que fazem trabalho aplicado são es-
tudiosos dos quatro subcampos.
TERMOS FUNDAMENTAIS
adaptação, 29
antropologia, 28
antropologia aplicada, 38
antropologia arqueológica, 33
antropologia biológica 
(ou física), 36
antropologia cultural, 33
antropologia geral, 30
antropologia linguística, 37
biocultural, 31
ciência, 38
culturas, 28
etnografia, 33
etnologia, 33
gestão de recursos culturais 
(GRC), 41
holística, 28
produção de alimentos, 30
sociedade, 28
sociolinguística, 37
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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