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Mito de Narciso e o Narcisismo na Psicanálise

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Narcisismo
Mito de Narcíso
▶ Filho do deus Céfiso, protetor do rio do mesmo
nome, e da ninfa Liríope, Narciso era de uma
beleza ímpar. Atraiu o desejo de mais de uma
ninfa, dentre elas Eco, a quem repeliu.
▶ Desesperada, esta adoeceu e implorou à deusa
Nêmesis que a vingasse. Durante uma caçada, o
rapaz fez uma pausa junto a uma fonte de águas
claras: fascinado por seu reflexo, supôs estar
vendo um outro ser e, paralisado, não mais
conseguiu desviar os olhos daquele rosto que era
o seu.
▶ Apaixonado por si mesmo, Narciso mergulhou os
braços na água para abraçar aquela imagem que
não parava de se esquivar. Torturado por esse
desejo impossível, chorou e acabou por perceber
que ele mesmo era o objeto de seu amor.
▶ Quis então separar-se de sua própria pessoa e
se feriu até sangrar, antes de se despedir do
espelho fatal e expirar. Em sinal de luto, suas
irmãs, as Náiades e as Díades, cortaram os
cabelos. Quando quiseram instalar o corpo de
Narciso numa pira funerária, constataram que
havia se transformado numa flor.
História
►Alfred Binet (1857-1911), para descrever uma
forma de fetichismo que consiste em se tomar a
própria pessoa como objeto sexual.
►Havelock Ellis (1898) para designar um
comportamento psicológico.
►Paulo Nacke (1899) introduz no campo da
psiquiatria como uma perversão.
Freud
► 1905→ Três ensaios sobre a teoria da
sexualidade
► 1910→ Leonardo da Vinci e uma lembrança de
sua infância
► 1911→ Estudo sobre o caso Schreber
► 1914→ Sobre o narcisismo: uma introdução
A partir deste texto
► 1° → Pulsão do ego (autopreservação)
→ Pulsão sexual (libido)
► 2° → Pulsão do Ego → P. autopreservação
→ P. sexual (narcisismo)
► Pulsões sexuais (libido) → libido do ego
→ libido objetal
Libido
► energia sexual que parte do corpo e investe em
objetos. Energia psíquica das pulsões sexuais, que
encontram seu regime em termos de desejo, de
aspirações amorosas... Explica a presença e a
manifestação do sexual na vida psíquica.
►Libido do ego → Investimento da libido
que toma como objeto a própria pessoa.
► Libido objetal → Investimento da libido
que toma como objeto o exterior.
► Freud constata a existência permanente e
simultânea de uma oposição entre a libido do eu e
a libido do objeto, e a formular a hipótese de um
movimento de gangorra entre as duas... Se uma
enriquece, a outra empobrece, e vice versa.
Formação do Eu
► Há um EU (uma identidade) estabelecido no
sujeito desde o início da vida?
► “É uma suposição necessária a de que
uma unidade comparável ao Eu não esteja
presente no indivíduo desde o início; o Eu precisa
antes ser desenvolvido”. (Freud, 1914/2004, p.99)
► O nascimento psicológico e o físico não são,
portanto, simultâneos.
► O Eu não surge do corte do cordão umbilical.
Desenvolvimento da Libido
Auto erotismo
↓
Narcisismo Primário
↓
Amor Objetal → Narcisismo Secundário
Narcisismo Primário
► Os objetos investidos pelas pulsões são as
próprias partes do corpo.
► Sua majestade o Bebê (narcisismo dos pais que
atribuem ao filho toda perfeição e projetam nele
todos os sonhos que eles tiveram de renunciar.
► O outro é o si mesmo (eu ideal).
Narcisismo
Nacismo Secundário
► Retorno do investimento dos objetos
transformando em investimento do eu.
► A criança passa a ser submetida a exigências
externas que se traduzem simbolicamente através
da linguagem. A criança percebe que a mãe o
deseja mas deseja outras coisas também. Para
suportar esta ferida no narcisismo o objetivo será
fazer-se amar pelo outro, em agradar para
reconquistar seu amor.
► Para isso tem que satisfazer as exigências do
mundo (representações sociais, culturais, éticas
transmitidas pelos pais).
↓
ideal do eu
↓
Posteriormente considera função do superego
Outros caminhos para o Narcisismo
Doença Orgânica
► O sujeito atormentado por uma dor orgânica
deixa de se interessar pelas coisas do mundo.
► O doente recolhe seus investimentos libidinais
para o Eu e torna a enviá-los depois da cura.
► “...retira o interesse libidinal de seus objetos
amorosos: enquanto sofre, deixa de amar... o
homem enfermo retira suas catexias libidinais de
volta para seu próprio ego, e as põe para fora
novamente quando se recupera.” (pág.98)
Hipocondria
► A erogeneidade está no corpo. O indivíduo
sente a dor, mas não tem um órgão adoecido. A
questão somática está localizada entre os órgãos e
o psíquico.
► Retira a libido dos objetos e a concentra no
órgão.
► Na doença psicossomática esta ligação não
existe e a “pulsão desligada” descarrega em um
órgão atacando o próprio corpo. Não há saída
além a de matar o próprio corpo.
►“...necessário para nossa vida mental ultrapassar
os limites do Narcisismo e ligar a libido a objetos...
devemos começar a amar a fim de não
adoecermos, e estamos destinados a cair doentes
se, em consequência da frustração, formos
incapazes de amar.” (página 101)
A vida amorosa
► A fonte de escolha objetal de tipo anaclítico ou
de ligação → As crianças derivam seus objetos
sexuais de suas experiências de satisfação. As
pulsões sexuais estão, inicialmente, ligadas as
satisfações das pulsões do ego. Mesmo que
depois se encontrem independentes escolherão
uma vinculação a partir destes primeiros objetos
originais.
Narcisismo
► Escolha anaclítica de objeto: baseada no
modelo das figuras parentais, isto é, ser amado e
tratado como o foi pela mãe / pai / cuidadores.
► Escolha em conformidade com o tipo narcisista
→ o modelo escolhido não é a mãe, mas seus
próprios eus, procuram a si mesmas como um
objeto amoroso.
► “...ambos os tipos de escolhas objetais estão
abertos a cada indivíduo, embora ele possa
mostrar preferência por um ou por outro. Dizemos
que um ser humano tem originalmente dois objetos
sexuais - ele próprio e a mulher que cuida dele - e
ao fazê-lo estamos postulando a existência de um
narcisismo primário em todos, o qual, em alguns
casos, pode manifestar-se de forma dominante em
sua escolha objetal.”(página 104)
Autoconceito/Autoestima
►“Uma parte é primária, resíduo do narcisismo
infantil, outra parte provém da onipotência
confirmada pela experiência (a realização do ideal
de-Eu) e uma terceira origina-se da satisfação da
libido objetal”. (Freud, 1914, p.117).
►“Tornar a ser seu próprio ideal, como na infância
...isso é o que as pessoas se esforçam, por atingir
como sendo sua felicidade”.(pág.118)
Patologias
► Neuroses de transferência (Histerias, fobias,
neuroses obsessivas): Após a passagem pelo
Édipo a pulsão busca e reconhece um objeto.
Porém, para o neurótico, este não é o objeto real,
mas sim o produzido em sua fantasia. A libido é
assim deslocada para fatos reais ou de sua
fantasia ao invés de se retirar sobre o ego. (Ex: o
paciente que fala em uma sessão de sua mãe ele
fala da mãe inscrita em sua fantasia, em sua
imaginação, e não a mãe como ela realmente
possa ser). Outro ponto a ressaltar é que nesta
patologia a regressão esta localizada nas fases
anteriores do desenvolvimento infantil.
► Parafrenias (Psicoses-Esquizofrenias)
→ Aparecem através de construções delirantes
ricas, porém mal sistematizadas, a base de
alucinações e fabulações. Esta patologia se
instaura entre o narcisismo primário e o narcisismo
secundário, já que o bebê não reconhece o objeto
e, consequentemente não constrói a relação
objetal. O Indivíduo chega até o Édipo, entretanto
se dá por uma passagem inconsistente,
esburacada, já que a relação fica constituída como
narcísica.

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