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Eletrocardiograma CONCEITO É um exame que avalia a atividade elétrica do coração a partir de eletrodos fixados na pele William Einthowen: desenvolveu uma forma de verificar o comportamento elétrico do coração através de elétrodos na pele (o voltímetro), de modo não invasivo. TIPOS DE ELETRODOS Eletrodos frontais: no braço esquerdo, no braço direito e na perna esquerda. OBS: A perna direita é neutra; Eletrodos precordiais: V1: quarto espaço intercostal paraesternalmente à direita do esterno ( próximo ao ângulo de Charpy) V2: quarto espaço intercostal paraesternalmento à esquerda do esterno V3: V4: interseção da linha M clavicular com o 5º espaço intercostal esquerdo V5: interseção da linha axilar anterior, com a linha que passa por V4 V6: é a interseção da linha axilar média com a linha horizontal que passa por V4 e V5 Ao posicionar o eletrodo, o voltímetro apresentará a ddp (diferença de potencial) entre dois pontos. A carga fica oscilando pelo potencial de ação Parâmetros criados para verificar a normalidade nos pontos dos punhos, tornozelos e a região em torno do coração. A combinação de dois pontos forma um vetor, que varia para determinadas condições de saúde. Curiosidade: A substituição do ponteiro do voltímetro por um pergaminho milimetrado com uma pena criou- se o primeiro eletrocardiograma CALIBRAÇÃO DO ECG: Papel milimetrado Vertical: 1mm= 0,1mv | Horizontal: 1mm=0,04s | Velocidade: 25mm/s Obs: Na calibração padrão não há necessidade informar no papel, apenas se houver mudança Vertical: voltagem; Horizontal: tempo Derivações Frontais: Não esqueça: Onda P: despolarização atrial Complexo QRS: despolarização ventricular Onda T: repolarização ventricular DERIVAÇÕES FRONTAIS Derivação D1: eletrodo negativo no braço direito e eletrodo positivo (explorador) no braço esquerdo. O traçado mostrará uma curvatura positiva sempre que as cargas se deslocarem da direita para a esquerda (à favor do eletrodo explorador) Derivação D2: eletrodo negativo no braço direito e eletrodo positivo (explorador) na perna esquerda. O traçado mostrará uma curvatura positiva sempre que as cargas se deslocarem da direita para esquerda e de cima para baixo (à favor do eletrodo explorador) Derivação D3: eletrodo negativo no braço esquerdo e eletrodo positivo (explorador) na perna esquerda. O traçado mostrará uma curvatura positiva sempre que as cargas se deslocarem de cima para baixo e da esquerda para direita (á favor do eletrodo explorador) Triângulo de Eithowen Átrios: as cargas possuem uma onda isoelétrica (despolarização) Ventrículos: despolarização predominantemente positivo. Obs: os três vetores seguintes são calculados, de modo que o eletrodo negativo está sempre no centro da figura. Assim, iremos definir apenas o eletrodo positivo Derivação aVF: eletrodo positivo (explorador) na perna esquerda. O traçado mostrará uma curva positiva sempre que os elétrons se deslocarem de cima para baixo (à favor do eletrodo explorador). Aponta para a face diafragmática do coração Derivação aVL: eletrodo positivo (explorador) no braço esquerdo. O traçado mostrará uma curvatura positiva sempre que as cargas se deslocarem de baixo para cima e da direita para a esquerda (à favor do eletrodo explorador). Derivação aVR: eletrodo positivo (explorador) no braço direito. O traçado mostrará uma curvatura positiva sempre que as cargas se deslocarem de baixo para cima e da esquerda para direita (à favor do eletrodo explorador). DERIVAÇÕES PRECORDIAIS Nelas não se tem mais a combinação de dois eletrodos, possuem um eletrodo que verifica se as cargas estão se aproximando (curvatura positiva) ou se as cargas estão se afastando (curvatura negativa), ou seja, segue a movimentação das cargas. V1 e V2: negativo V3 e V4: transição V5 e V6: positivo Normal Fora do padrão Fora do padrão SEQUÊNCIA DE INTERPRETAÇÃO DO ELETROCARDIOGRAMA • Frequência Cardíaca • Ritmo • Onda P- Intervalo PR • Complexo QRS (eixo, duração, amplitude, morfologia) • Repolarização (ST - onda T - intervalo QRS) Frequência Cardíaca: O número de batimentos cardíacos/ min é igual a 1500 dividido pelo intervalo entre dois complexos QRS FC= 1500/ R-R Distância entre os quadrados de um intervalo QRS para o outro. Ritmo Cardíaco: • Regular: intervalo R-R é o mesmo ou tem um valor bem próximo • Sinusal: é aquele em que a despolarização decorre do nó sinusal (onda P + complexo QRS + onda T ) É regular e sinusal ao mesmo tempo • Ectópico: é aquele ritmo cuja despolarização não advém do nó sinusal ( apenas complexo QRS, sem onda P e onda T) Obs: não são características excludentes (pode ser mais de uma dessas) Onda P: Amplitude: <2,5mm Duração: <2,5mm Sobrecarga Atriais: Amplitude de onda P > 2,5mm- (AD) Duração da onda P > 2,5mm- (AE) Intervalo PR: tempo de contração entre o átrio e o ventrículo (atraso do potencial de ação) PR < 120ms = intervalo curto Problema: não da tempo do ventrículo encher de sangue, tendo o seu volume sistólico e diastólico baixos PR > 200ms= intervalo longo Problema: Ter outra despolarização do átrio antes do ventrículo se despolarizar (uma fibrilação atrial), a eficiência do fluxo vai estar prejudicada, sem sincronia. Desfibrilador é para fibrilação ventricular Bloqueios A-V: o potencial de ação não vai ao ventrículo pelo nó sinusal e ele começa a se despolarizar a partir do nó átrio ventricular. Primeiro grau: é aquele que ocorre quando há um atraso maior que 200ms entre o início da onda P e o início do complexo QRS (toda onda P gera um complexo QRS) Segundo grau: ocorre quando alguns potenciais da onda P aos ventrículos e outros não. Terceiro grau: é quando não passa nenhum impulso proveniente do nó sinusal, nenhuma onda P gera complexo QRS Complexo QRS: • Eixo físico: pirâmide de base invertida, com o ápice cardíaco apontando para baixo, para esquerda e um pouco para frente; • Eixo elétrico dos ventrículos: o potencial elétrico vai de cima para baixo e da direita para esquerda (distribuição de cargas) Combinar dois vetores quaisquer, encontra-se o vetor resultante (melhor opção é pegar D1 e aVF para aplicar Pitágoras) Ex: sem desvio de eixo (normal) O 1º quadrante na circunferência do ECG é o 4º quadrante do círculo trigonométrico LAD: Desvio de eixo à esquerda. RAD: Desvio de eixo à direita. Obs: Quando D1 for positivo e AVF for negativo, deve- se verificar a derivação D2. Se D2 for positivo não há desvio de eixo; Se D2 for negativo há desvio de eixo para a esquerda (condição quando o eixo fica no 4º quadrante) • Duração do complexo QRS= 60-120ms Um quadradinho corresponde a 40ms então deve-se ter entre 1,5 a 3 quadrados • Amplitude: 5 a 25mm/ 0,5 a 2,5 Deve ser de 1 a 5 quadrados grandes. Obs: A amplitude aumentada indica uma hipertrofia ventricular e o desvio de eixo o seu local • Morfologia Onda Q: despolarização do septo; primeira negativa; duração menor que 1mm; sua amplitude é menor que 1/3 da onda R Onda R: despolarização do ventrículo no sentido do ápice; primeira positiva; se estiver muito alta é indicativa de hipertrofia Onda S: despolarização do final da base do ventrículo; segunda onda negativa Obs: A Onda Q aumentada/profunda (patológica) pode indicar infarto antigo, achado incidental. Na maioria das vezes não aparece; duração maior que 1mm; sua amplitude é maior que 1/3 da onda R Repolarização (ST- Onda T- Intervalo QT): Segmento ST: em condições normais, é isoelétrico; no ciclo cardíaco é o período de esvaziamento/ejeção; ainda está em contração/ em sístole; o músculo do ventrículo não está sendo perfundido (havendo fluxo sanguíneo), está esquemiado, mas têm sangue dentro do ventrículo; o músculo está despolarizado (platô de potencial de ação). OBS: Alteração no segmento ST para cima é denominada de supra ST ou para baixo, denominado de infra ST,tais mudanças são indicativas de infarto agudo do miocárdio. Teste ergométrico/ de esforço: analisar a vascularização do paciente (principal porção na análise é o segmento ST) Supra ST: lesão subepicárdica Infra ST: lesão subendocárdica Onda T: indica a repolarização ventricular e têm a vê com a perfusão sanguínea normal; os distúrbios da onda T comuns: retificação ou inversão da onda T, comum em hipertensos descompensados. Lembre-se: a despolarização (do endocárdio para o epicárdio) é positiva e a repolarização (do epicárdio para o endocárdio) é negativa; são inversas por causa da isquemia do miocárdio Obs: despolarização e contração ventricular são simultâneos? NÂO Complexo QRS: indica despolarização ventricular, ou seja, primeiro contrai para depois despolarizar Repolarização ventricular e relaxamento ventricular são a mesma coisa? NÃO São fenômenos distintos, um é elétrico e o outro é um fenômeno de cinemática e também não são simultâneos, primeiro repolariza para depois relaxar. A contração acaba ao final da onda T. Intervalo QT: é o espaço mais a onda (segmento ST + onda T), é o momento que o músculo está contraído, é bom que seja curto por causa da isquemia, não pode ser maior que metade do tempo total, para não encurtar a diástole. Cálculo de padronização normal para o intervalo QT: Duração < 450 ms em homens e < / 460 ms QT corrigido= QTc; RR=intervalo RR, é um ciclo cardíaco todo. • Os fármacos Cloroquina e Azitromicina pode causar um aumento do intervalo QT. O QUE DEVO ANALISAR EM UM ELETROCARDIOGRAMA? • Identificação • Padronização do papel (barra de calibração ou padrão) • Analisar o D2 longo - Ritmo cardíaco (é regular? É sinusal?) - FC? - Onda P? - Duração PR?
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