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Manejo de Impacto Reduzido com Ênfase nas Etapas e Elaboração de Planos de Manejo - SFB

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Prévia do material em texto

JAIR MESSIAS BOLSONARO
Presidente da República
TEREZA CRISTINA CORRÊA DA COSTA DIAS
Ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento
SERVIÇO FLORESTAL BRASILEIRO
VALDIR COLATTO
Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro
JAINE ARIÉLY CUBAS DAVET
Diretora de Cadastro e Fomento Florestal
PAULO HENRIQUE MAROSTEGAN E CARNEIRO
Diretor de Concessão Florestal e Monitoramento
FERNANDO CASTANHEIRA NETO
Coordenador-Geral de Fomento e Inclusão Florestal
VITO ENZO GENESI
Coordenador de Fomento e Inclusão Florestal
BRUNO MALAFAIA GRILLO
DÉBORA SILVA CARVALHO
GRACIEMA RANGEL PINAGÉ
Equipe Técnica
IRAN PAZ PIRES
ANA CAROLINA C. VIEIRA
Conteudistas especializados do Instituto Floresta Tropical 
(IFT)
AVANTE BRASIL INFORMÁTICA E TREINAMENTO LTDA.
Projeto Gráfico e Ilustração
1 Introdução ao Manejo Florestal 6
Apresentação 8
1.1 Uso sustentável da Floresta 9
1.2 Recursos da floresta 12
1.3 Exploração convencional 14
1.4 Definição de manejo florestal 16
1.5 Exploração de Impacto Reduzido (EIR) 17
1.6 Exploração de uso múltiplo da floresta 19
1.7 Manejo florestal de uso múltiplo 21
1.8 Importância do Manejo Florestal para a comunidade e para a floresta 22
1.9 Conceitos utilizados no manejo florestal 23
1.10 Preocupações com a saúde e a segurança no trabalho 28
1.11 Equipamentos de Proteção Individual necessários para cada etapa do Manejo Florestal 31
1.12 Atividades pré-exploratórias, exploratórias e pós-exploratórias 33
1.12.1. Atividades pré-exploratórias 34
1.12.2. Atividades Exploratórias 35
1.12.3. Atividades pós-exploratórias 35
1.13. Estrutura mínima para condução do Manejo Florestal 36
1.13.1. Equipe 37
1.13.2 Infraestrutura/equipamentos 40
1.13.3 Conhecimentos técnicos operacionais 41
Encerramento do módulo 1 42
2 Macroplanejamento da Exploração Florestal 43
Apresentação 44
2.1 Procedimentos do Macroplanejamento do Manejo Florestal 45
Encerramento do módulo 2 49
3 Microplanejamento da Exploração Florestal 50
Apresentação 51
3.1 Atividades e procedimentos para a realização do microplanejamento do Manejo Florestal 52
3.2 Atividades pré-exploratórias 53
3.2.1. Delimitação da Unidade de Trabalho (UT) 54
3.2.2. Inventário florestal 100% 56
3.2.3. Corte de Cipós pré-exploratório 59
3.2.4. Processamento de dados 60
3.2.5. Confecção de mapas 62
3.2.6. Planejamento e instalação das infraestruturas florestais (estradas e pátios) 66
Encerramento do módulo 3 67
4 Infraestruturas do Manejo Florestal - Planejamento e Construção 68
Apresentação 69
4.1 Tipos de Infraestruturas do Manejo 70
4.2 Importância das infraestruturas 74
4.3 Planejamento das infraestruturas 75
4.4 Dimensionamento de pessoal, materiais e equipamentos 78
4.5. Estradas 79
SUMÁRIO
4.5.1. Categoria de estradas permanentes 79
4.5.2. Metodologia de planejamento de estradas 82
4.5.3. Metodologia de construção das estradas 83
4.5.4. Critérios para implantar as principais estruturas das estradas 84
4.6. Pátios 86
4.6.1. Metodologia de planejamento de pátios de estocagem 86
4.6.2. Metodologia de construção dos pátios 87
Encerramento do módulo 4 89
5 Introdução ao Manejo Atividades Exploratórias - Corte direcional no Manejo Florestal 90
Apresentação 91
5.1 Introdução 92
5.2 Principais desafios na implantação das técnicas de corte 93
5.3 Corte de árvores 94
5.4 Metodologia para o corte de árvores 95
5.4.1. Fluxograma dos passos operacionais do corte direcional 95
5.4.2 Traçamento das árvores 108
5.4.3 Equipe 110
5.4.4 Produção 112
5.4.5 Material e equipamento 113
Encerramento do módulo 5 116
6 Arraste de toras 117
Apresentação 118
6.1. Planejamento de Arraste 119
6.1.1. Arraste de toras 119
6.1.2. As vantagens do planejamento das operações de arraste 121
6.1.3. Critérios e considerações mínimas no planejamento das operações de arraste de toras 121
6.1.4. Realizando o planejamento das operações de arraste de toras 125
6.1.4.1 Materiais e equipamentos necessários 127
6.2. Arraste de toras 128
6.2.1. Arraste das toras no manejo florestal 129
6.2.2. Recomendações metodológicas na execução da operação de arraste 130
6.2.3 Equipamentos utilizados 131
6.2.4 Equipe 132
6.2.5. Formas de arrastes mecanizados 132
Encerramento do módulo 6 135
7 Operações de pátio 136
Apresentação 137
7.1 Introdução 138
7.2. Metodologia 139
7.3. Classificação e Traçamento das toras no pátio 140
7.4. Medição de toras 142
7.4.1. Romaneio 142
7.5 Cubagem de toras 144
7.5.1. Comprimento da tora 145
7.5.2. Diâmetros da tora 145
7.6. Empilhamento 146
7.7. Armazenamento de Toras 148
7.8. Carregamento e Transporte das toras dos pátios 149
7.9. Descarregamento 151
7.10. Equipe 151
7.11. Materiais e Equipamentos 152
Encerramento do módulo 7 153
8 Atividades pós-exploratórias e silvicultura pós-colheita 154
8.1. Tratamentos silviculturais 157
8.2. Parcelas Permanentes e Remedição do Inventário Contínuo 158
8.3. Condução de regeneração natural 159
8.4. Corte de cipós pós-exploratório 161
8.5. Plantios em Linha 162
8.6. Plantios de enriquecimento em clareiras de copa 162
8.7. Plantios de enriquecimento em áreas de cipó 164
8.8. Desbaste de Refinamento 166
8.8.1. Sistemático (cego) 166
8.8.2. Desbaste Seletivo (Método Wadsworth) 168
8.9. Exploração Seletiva Planejada (EIR) 170
8.10. Proteção Florestal 170
8.11 Avaliação de danos e desperdícios da exploração 172
8.11.1 Avaliação de desperdícios de madeira 172
8.11.2. Metodologia 173
8.11.3. Variáveis de Avaliação de Desperdícios 174
8.11.4. Avaliação de danos no manejo florestal 176
8.11.5. Danos às árvores remanescentes 176
8.11.6. Danos ao solo da floresta (área exposta pela exploração) 177
8.11.7. Coleta dos dados da avaliação de danos 178
8.11.8. Coleta da saúde da árvore remanescentes 179
Encerramento do módulo 8 180
9 Manutenção de infraestruturas 181
Apresentação 182
9.1. Introdução 183
9.2. Estradas/Pátios 184
9.3. Pontes/Bueiros 186
9.4. Alojamentos/Acampamentos 187
9.5. Rede divisional/Aceiros 187
9.6. Aspectos-chave para implementação da manutenção 188
9.7. Equipe e equipamentos necessários 189
Encerramento do módulo 9 190
Referências Bibliográficas 191
MÓDULO 1 
Introdução ao Manejo 
Florestal
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 17
ANDRÉ
CESARIRAN
MARGARIDA
SONIA
Módulo 1 - Introdução ao Manejo Florestal
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 18
Apresentação
Olá! Que bom ter vocês aqui neste curso de Manejo de Impacto Reduzido, com 
ênfase nas etapas e elaboração de planos de manejo. Eu sou a técnica instrutora 
Sônia, e contarei com a colaboração do engenheiro florestal Iran, o operador César, 
e o técnico em segurança do trabalho André. Apresentaremos mais adiante outros 
profissionais envolvidos nas atividades de manejo.
É muito bom contar com um público tão diverso neste momento de aprendizado e 
colaboração.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 19
1.1 Uso sustentável da Floresta
Vamos iniciar nosso curso refletindo sobre a imensidão 
da floresta amazônica e seus diversos tipos de vegeta-
ção. Encontramos aqui florestas altas e fechadas, flo-
restas com abundância de palmeiras e bambus, flores-
tas com árvores espaçadas e até campos abertos.
E todas elas possuem um papel importante para o 
desenvolvimento socioeconômico das populações que 
vivem nessas regiões.
Quando algum produto da floresta é extraído para o consumo próprio ou para 
comercializar, consideramos que há uma movimentação da economia florestal, 
que gera trabalho e renda. No entanto, a floresta tem muito mais a nos oferecer 
do que matéria-prima ou os chamados produtos florestais (madeiras, raízes, óleos, 
resinas, látex, sementes, cipós, frutos, cascas, plantas medicinais etc.). Há também 
os serviços ambientais que a floresta em pé oferece a todos.
Sônia, precisamos ressaltar que a floresta tem um papel importante para manter o ar limpo, 
regular os efeitos do aquecimento global com a captação do carbono da atmosfera, protegeros rios, nascentes, os igarapés e os solos, oferecer proteção contra incêndios e abrigo e 
alimentação para diversas espécies de animais.
Isso mesmo, Iran. Talvez a característica mais 
marcante das florestas tropicais, existentes 
em vários continentes em faixas ao longo da 
linha do Equador, seja uma alta diversidade 
de espécies animais e vegetais coexistindo em 
áreas relativamente pequenas, ou uma alta 
biodiversidade.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 110
A alta biodiversidade das florestas tropicais tem pelo menos duas 
implicações práticas:
(a) a necessidade de preservar estas espécies para as futuras gerações, 
por meio da criação de largas extensões de áreas de florestas protegidas 
na forma de Áreas Protegidas;
(b) a necessidade de utilizar os recursos necessários para a sobrevivência 
das populações locais e para os mercados estabelecidos para os produtos 
florestais tropicais de uma forma racional, promovendo a conservação da 
natureza.
Preservar: visa à integridade e à perenidade (continuidade) de algo. O termo se refere 
à proteção integral, a “intocabilidade”. Tende a compreender a proteção da natureza, 
independentemente do interesse utilitário e do valor econômico que possa conter.
Conservar: proteção dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua 
sustentabilidade e existência para as futuras gerações. Na conservação a participação 
humana precisa ser harmônica e sempre com intuito de proteção.
Neste curso, faremos uso de alguns termos 
bastante comuns para o Manejo Florestal. 
Iremos apresentá-los a seguir, e pedimos 
para que sempre retornem a eles quando 
surgir alguma dúvida.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 111
Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) é o documento técnico básico que apresenta 
as diretrizes e procedimentos para administração da floresta de acordo com os princípios 
do manejo florestal sustentável (Resolução CONAMA nº 406/2009). O PMFS é o instrumento 
básico de gestão da propriedade florestal e está alicerçado nos seguintes fundamentos 
técnicos (Souza & Soares, 2013):
• Caracterização do meio físico e biológico;
• Determinação do estoque;
• Intensidade de exploração compatível com a capacidade de sítio;
• Promoção da regeneração natural da floresta;
• Adoção de sistema silvicultura adequado;
• Monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente;
• Garantia da viabilidade técnico-econômica e dos benefícios sociais;
• Garantia de medidas mitigadoras dos impactos ambientais.
Plano Operacional Anual (POA) é o documento a ser apresentado ao órgão ambiental 
competente, contendo as informações definidas em suas diretrizes técnicas, com a 
especificação das atividades a serem realizadas no período de 12 meses (Resolução Conama 
nº 406/2009).
Autorização para Exploração (Autex) é o documento expedido pelo órgão competente que 
autoriza o início da exploração da Unidade de Produção Anual (UPA), e especifica o volume 
máximo por espécie permitido para exploração (Resolução Conama nº 406/2009).
Área de Preservação Permanente (APP) é a área protegida, coberta ou não por vegetação 
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade 
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem-estar das populações humanas (Lei nº 12651/2012).
Reserva Legal (RL) é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, 
delimitada nos termos do art. 12 da Lei nº 12.651/2012, com a função de assegurar o uso 
econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação 
e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem 
como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
Termos comuns relacionados ao Manejo Florestal.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 112
1.2 Recursos da floresta
Os recursos da floresta podem ser definidos como os bens ou produtos que a floresta 
possui com determinado valor de uso.
Social, como no caso de uma planta que é utilizada em celebração cultural de 
uma população.
Biológico, como as árvores da floresta que fixam o carbono da atmosfera e 
colaboram com equilíbrio climático, entre outros.
Econômico, como a madeira, sementes e outros produtos.
Vamos conferir mais alguns conceitos importantes neste módulo 
introdutório.
Recursos florestais
São elementos ou características de uma floresta que geram 
produtos ou serviços florestais. Por exemplo, a árvore é um 
elemento da floresta e gera um produto florestal, que é a madeira.
Produtos florestais ou produtos da sociobiodiversidade
Podem ser a madeira ou produtos não-madeireiros, como óleos, 
frutos, resinas, plantas ornamentais, plantas medicinais, pescado, 
entre outros; além do material lenhoso (galhada) gerado na 
exploração madeireira.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 113
Entende-se por sociobiodiversidade a relação entre bens e serviços gerados a partir 
de recursos naturais, voltados à formação de cadeias produtivas de interesse de povos e 
comunidades tradicionais e de agricultores familiares.
Serviços florestais ou ambientais
São serviços úteis oferecidos pela floresta, como a regulação de gases de efeito estufa 
(produção de oxigênio e captura de carbono), regulação do clima, manutenção da 
biodiversidade, proteção dos solos e regulação das funções hídricas, belezas cênicas, valor 
sociocultural, abrigo para animais e muito mais.
Manejo sustentável dos recursos
Explorar produtos e serviços florestais em áreas tropicais de alta diversidade é uma tarefa 
de elevada complexidade e, de fato, a ciência ainda precisa avançar para responder a 
muitas questões envolvidas neste tema. A base da conservação das florestas tropicais é o 
manejo sustentável dos recursos, ou seja, explorá-los de uma forma tão meticulosamente 
planejada que não afete a biodiversidade existente ou a resiliência da floresta. Esta é a 
meta do manejo de uso múltiplo da floresta, que passaremos a partir deste ponto chamar 
simplesmente de manejo florestal.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 114
1.3 Exploração convencional
Pessoal, ainda é predominante na Amazônia a exploração predatória ou ex-
ploração convencional dos recursos florestais. Neste tipo de exploração flo-
restal, não se realiza um planejamento detalhado e criterioso das etapas ope-
racionais que envolvem a exploração florestal, não existe o cuidado com o 
estado futuro da floresta após a exploração, ou seja, a exploração é feita de 
uma forma que extrapola a capacidade da floresta em se recuperar.
A exploração convencional (EC) apareceu em um tempo 
no qual imensas extensões de florestas foram exploradas 
durante o processo de colonização da Amazônia. Neste 
sistema, a exploração é repetida na mesma área toda vez 
que uma nova espécie de madeira se torna atrativa ao 
mercado, de forma que a floresta não tem tempo suficiente 
para se recuperar naturalmente.
Após algumas destas entradas na área sobre-
exploração, todas as árvores passíveis de 
aproveitamento são exploradas, e com isso não 
resta mais nenhum uso econômico possível para 
a floresta remanescente a não ser queimá-la para 
a implantação de agropecuária, principalmente 
pecuária extensiva de baixa produtividade.
O resultado desta exploração desordenada é a 
degradação florestal decorrente do excessivo 
dano provocado à floresta como a sobre 
exploração de espécies sem o estudo diamétrico, 
excesso de áreas abertas para as estradas, 
pátios e ramais de arraste e do desperdício 
excessivo, em que muitas toras são perdidas pelo 
uso de práticas inadequadas no corte ou são 
simplesmente esquecidas na floresta.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOSDE MANEJO MÓDULO 115
O estudo diamétrico refere-se a distribuição diamétrica ou distribuição dos diâmetros. Conceitua-
se distribuição diamétrica como sendo a distribuição do número de árvores por hectare (N/ha) 
ou densidade absoluta (DA) da comunidade florestal por classe de diâmetro (dap). A estrutura 
diamétrica da espécie é a distribuição do número de árvores por hectare, por espécie e por classe 
de dap. Também é utilizada como guias de corte e, sobretudo, como verificador de sustentabilidade 
ambiental de manejo.
Agostinho Lopes de Souza e Carlos Pedro Boechat Soares. Editora UFV. 
Florestas Nativas: estrutura, dinâmica e manejo. Viçosa-MG. Ed. UFV, 2013. 322p. il.; 29cm. ISBN 
978-85-7269-463-6
A degradação florestal está ligada diretamente à fragmentação da paisagem, extração seletiva de 
madeira e/ou ocorrência de fogo florestal. Segundo INPE (2008) degradação florestal é o processo 
gradual e de longo-prazo da perda da cobertura florestal por meio da extração seletiva de madeira 
e da ocorrência de incêndios florestais.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Monitoramento da cobertura florestal da 
Amazônia por satélites: Sistemas PRODES, DETER, DEGRAD e QUEIMADAS 2007-2008. p. 47. São 
José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2008.
Outro ponto importante é que, na exploração convencional, não há um plano de 
segurança e saúde do trabalhador implementado, nem ao menos a preocupação 
e estímulo quanto ao uso adequado dos equipamentos de proteção individual, os 
chamados EPIs, itens de segurança que servem justamente para salvaguardar suas 
vidas em casos de acidentes, não respeitando desta forma as leis trabalhistas e 
ambientais.
Figura 1: Degradação florestal ocasionada pela 
exploração convencional
Fonte: Acervo de fotos do IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 116
Na Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei nº 11.284/2006), em seu artigo 3°, inciso 
VI, manejo florestal é definido como a “administração da floresta para a obtenção 
de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de 
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou 
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos 
e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços de 
natureza florestal”.
Saiba Mais
1.4 Definição de manejo florestal
Vamos então reforçar o conceito de manejo florestal?
Manejo florestal pode ser definido como o uso de práticas de 
planejamento e princípios de conservação que visam garantir que 
uma determinada floresta seja capaz de suprir, de forma contínua, um 
determinado produto ou serviço.
Só é possível fazer o bom uso da floresta se planejarmos como o faremos. 
Para o início da atividade de planejamento, quatro questões se tornam 
indispensáveis: o que vai ser manejado, onde será manejado, quanto pode 
ser manejado e como será manejado.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 117
1.5 Exploração de Impacto Reduzido (EIR)
A Exploração de Impacto Reduzido (EIR) é assim chamada por comparação 
com a exploração convencional e a exploração tradicional, realizada há 
séculos, principalmente pelas populações ribeirinhas, que retiram baixo 
volume de madeira.
Podemos dizer que este tipo de exploração causa menos danos à floresta?
Quando a exploração realizada por comunidades locais para uso próprio 
geralmente é sustentável, mas quando é feita para fins comerciais, pode ser 
ou não prejudicial para a floresta.
A Exploração de Impacto Reduzido é uma alternativa à exploração convencional, pois é executada 
segundo um planejamento detalhado, baseado na estrutura da floresta que se pretende manejar e 
empregando técnicas especiais de colheita florestal. O manejo florestal deve garantir a exploração 
sustentável de produtos florestais sem ameaçar a qualidade da floresta ou sua composição e a 
diversidade no longo prazo, assim como seus processos e serviços ecológicos essenciais.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 118
A EIR é um dos principais fundamentos do manejo florestal. Surgiu como 
uma alternativa à exploração madeireira convencionalmente feita na 
Amazônia, de forma a amenizar os danos ambientais das atividades 
operacionais da exploração florestal. Desde a década de 1990, diversos 
modelos têm sido implantados, resultando em maiores benefícios e 
menores impactos em comparação à exploração convencional.
Figura 2: Comparativo da área impactada entre exploração 
convencional e EIR
Fonte: IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 119
A floresta tropical contém uma alta biodiversidade, com uma 
diversidade enorme de plantas e animais. A alta complexidade destes 
ambientes faz com que as espécies convivam e interajam de muitas 
maneiras, provocando uma relação de dependência entre elas para a 
sua sobrevivência.
1.6 Exploração de uso múltiplo da floresta
Biodiversidade é a variedade de vida na Terra. É composta por 
todos os seres vivos e engloba desde vírus microscópicos até 
os maiores animais do planeta. Humanos são parte integrante 
da biodiversidade. É composta por todos os genes, espécies, 
ecossistemas e paisagens que integram nosso mundo envolvendo 
comunidades e relacionamentos com elementos interagindo 
constantemente em todos os níveis.
https://www.revistaplaneta.com.br/tudo-o-que-voce-sempre-quis-
saber-sobre-biodiversidade/. Acesso em: 14/01/2020
Essa diversidade de espécies também gera uma diversidade de produtos, como 
frutos, óleos, resinas, sementes, cascas, cipós e outros, que são utilizados pelas 
populações locais para alimentação, medicina, produção de utensílios domésticos 
e ferramentas de trabalho, artesanato etc., e muitos desses produtos possuem 
valor comercial para compor a renda familiar. Além disso os produtos florestais 
também são consumidos pela fauna silvestre, para alimentação, estabelecimento 
de ninhos e tocas.
Saiba Mais
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 120
Por isso dizemos que a floresta, com sua diversidade de essências 
e produtos derivados delas, possui múltiplos usos, e que toda 
atividade aqui deve valorizar essa produção, combinando a produção 
madeireira com o extrativismo de produtos não-madeireiros e assim 
diversificando a produção florestal e incrementando a economia da 
floresta.
“Em silvicultura, o termo essência é sinônimo de espécie florestal, e em 
relação a um determinado país dizem-se: Espontânea, indígenas ou 
autóctones quando vegetam e se reproduzem naturalmente; Exótica 
se provenientes de outros territórios ainda não integradas ou mesmo 
não integráveis na flora natural e que, em princípio não se regeneram 
naturalmente, salvo em casos especiais; Sub-espontânea se, uma 
vez introduzidas, se aclimatam e reproduzem regularmente num 
novo ambiente, integrando-se nele com maior ou menor dificuldade; 
Naturalizada, se as plantas se encontram totalmente adaptadas;”
FELIPE, Julis Orácio. Floresta, uma definição atualizada. Revista Jus 
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 8, n. 66, 1 jun. 2003. Disponível 
em: https://jus.com.br/artigos/4173. Acesso em: 13 jan. 2020.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 121
O Manejo Florestal de Uso Múltiplo é a administração da 
floresta para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e 
ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação 
do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, 
cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas 
espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos 
não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e 
serviços de natureza florestal (Decreto nº 2.788/1998).
1.7 Manejo florestal de uso múltiplo
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASENAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 122
1.8 Importância do Manejo Florestal para 
a comunidade e para a floresta
Entendemos que o manejo florestal é a melhor maneira de obter os recursos 
das florestas sem comprometer as funções que elas têm, pensando também 
futuras gerações. Esse modo de exploração depende de sistemas de colheita 
(madeira e outros produtos) e de tratamento da floresta após a colheita que 
garantam a sustentabilidade da produção e da floresta.
O manejo melhorou muito após a adoção de práticas 
de exploração de impacto reduzido, pois o manejo 
de florestas nativas utiliza técnicas e práticas 
adequadas. A utilização de boas práticas depende 
essencialmente do treinamento e capacitação 
dos diversos atores que atuarão nas atividades de 
produção do manejo florestal sustentável, seja em 
áreas de concessões florestais, quanto em áreas 
privadas e áreas de comunidades tradicionais. Este 
nosso curso busca exatamente isto!
Para nós da comunidade o manejo florestal representa uma das 
atividades econômicas mais importantes para manter continuamente 
a capacidade produtora da floresta e assim viabilizar transformações 
desejadas localmente, promovendo a autonomia social e econômica 
em florestas comunitárias. Também, as condições de saúde e 
segurança no trabalho são consideradas, e os grupos comunitários 
passam a acessar um mercado formal garantindo estabilidade e 
legalidade na comercialização de produtos florestais madeireiros e 
não madeireiros por meio do uso múltiplo da floresta.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 123
1.9 Conceitos utilizados no manejo florestal 
A seguir, apresentaremos alguns termos e conceitos fundamentais para 
que o manejo florestal caminhe com sustentabilidade. É basicamente a 
preocupação com estes itens que torna o manejo florestal superior a outros 
meios predatórios, quando temos em vista a conservação dos recursos e dos 
serviços florestais no longo prazo.
CICLO DE CORTE
É o período, em anos, entre sucessivas colheitas de produtos florestais 
madeireiros ou não-madeireiros numa mesma área (Resolução 
CONAMA nº 406/2009). Período necessário para que a floresta se 
recupere após a exploração florestal antes que seja possível uma 
segunda exploração, ou seja, o tempo de pousio da floresta.
INTENSIDADE DE CORTE
É o volume comercial das árvores derrubadas para aproveitamento, estimado por meio 
de equações volumétricas previstas no PMFS e com base nos dados do inventário florestal 
a 100%, expresso em metros cúbicos por unidade de área (m³/ha) de efetiva exploração 
florestal, calculada para cada unidade de trabalho (UT) (Resolução CONAMA nº 406/2009).
AUTORIZAÇÃO PARA EXPLORAÇÃO (Autex)
Documento expedido pelo órgão competente que autoriza o início da exploração da 
Unidade de Produção Anual-UPA e especifica o volume máximo por espécie permitido 
para exploração (Resolução CONAMA nº 406/2009).
VISTORIA TÉCNICA
É a avaliação de campo para subsidiar a análise, acompanhar e controlar rotineiramente 
as operações e atividades envolvidas na AMF, realizada pelo órgão ambiental competente 
(Resolução CONAMA nº 406/2009).
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 124
UMF
Unidade de Manejo Florestal é a área do imóvel rural a ser utilizada no manejo florestal 
(Resolução CONAMA nº 406/2009).
AMF
Área de Manejo Florestal: conjunto de Unidades de Manejo Florestal que compõem o PMFS, 
contíguas ou não, localizadas em um único Estado (Resolução CONAMA nº 406/2009). 
Estas áreas, que podem ter mais de uma UMF, compõem o mesmo plano de manejo.
UPA 
Unidade de Produção Anual: subdivisão da Área de Manejo Florestal, destinada a ser 
explorada em um ano (Resolução CONAMA nº 406/2009).
UT
Unidade de Trabalho: subdivisão operacional da Unidade de Produção Anual (Resolução 
CONAMA nº 406/2009).
DAP
É o diâmetro à altura do peito, medida de diâmetro de uma árvore medida a 1,30 m do 
solo (Resolução CONAMA nº 406/2009).
DMC
É o diâmetro mínimo de corte de uma árvore a partir do qual é permitido seu corte em 
um PMFS. O diâmetro mínimo em florestas da Amazônia é de 50 centímetros, medido na 
altura do DAP (Resolução CONAMA nº 406/2009).
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 125
Pelas normas brasileiras (Instrução Normativa MMA 05/2006 e Resolução CONAMA 
406/2009), o ciclo de corte deve estar entre 25 e 35 anos se a exploração for feita 
de forma mecanizada. Para um empreendimento florestal sem o arraste de toras 
mecanizadas, situação típica de comunidades florestais que fazem a exploração 
de baixa intensidade (até 10 metros cúbicos por hectare) o ciclo de corte pode ser 
diminuído para 10 anos.
Para um empreendimento florestal que queira explorar de forma contínua e 
permanente uma área de floresta (Unidade de Manejo Florestal – UMF), o período 
do ciclo de corte deve ser igual ao número de Unidades de Produção anual - UPAs. 
Um empreendimento, por exemplo, que adote um ciclo de 30 anos deve ter um 
planejamento para a exploração de 30 UPAs.
Importante
No manejo florestal com EIR isto não acontece. O ciclo de corte adotado implica 
que uma área de manejo deve ter um tamanho suficiente para que cada unidade 
produtiva (no jargão técnico, cada UPA) seja explorada em um dado ano de forma 
que volte a ser explorada novamente apenas quando completado o ciclo de corte.
Isto permite que o processo de regeneração da floresta através da sucessão 
florestal ocorra nas clareiras de exploração e que as espécies possam crescer e se 
recuperar até a próxima intervenção na floresta. Também evita os danos causados 
por sucessivas trilhas de arraste sem planejamento.
O ciclo de corte depende, desta forma, da capacidade de recuperação da floresta, 
da intensidade em que for feita a exploração (ou seja, quantos metros cúbicos ou 
quantas árvores serão extraídas em cada unidade de área florestal) e do grau de 
danos que forem causados à floresta durante a exploração.
Importante
Como vimos anteriormente, na exploração convencional, é comum 
ocorrer uma nova entrada na mesma área de floresta, toda vez que uma 
nova espécie florestal passa a ter valor comercial.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 126
Após todas estas considerações, podemos compreender que determinar o ciclo de corte 
para cada floresta pode ser uma tarefa extremamente complicada, uma vez que, isto 
depende de muitos anos de acompanhamento, principalmente do desenvolvimento da 
floresta para entender seu comportamento.
Para entender um pouco melhor sobre esse assunto a legislação 
brasileira (Resolução Conama nº 406/2009) considera uma 
relação entre a intensidade de corte e o ciclo de corte igual a 
0,86  m³/ha*.
Este seria o caso, por exemplo, de uma intensidade máxima de 
corte de 25 m³/ha em um ciclo de 30 anos, por exemplo. É possível 
então ao aumentar o ciclo de corte (até 35 anos), aumentar a 
intensidade de exploração de uma forma proporcional a esta 
relação. No outro extremo, se o empreendimento optar por um 
ciclo de corte de 25 anos, o ciclo de corte mínimo permitido para 
a exploração com o uso de máquinas, ele poderá explorar até 
21,5 metros cúbicos de madeira em tora por hectare de floresta.
*Outra forma simples de ver este índice é de considerar que 
a combinação de espécies florestais exploradas poderá se 
regenerar e crescer a uma taxa que não excede 0,86 metros 
cúbicos de madeira comercial em cada hectare a cada ano. Este 
cálculo leva em consideração as árvores comerciais acima de 50 
cm de DAP (ver definição de diâmetro mínimo de corte).
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 127
Quanto maior a intensidade a ser adotada, maior deve ser o ciclo 
de corte, de forma a propiciar que a floresta tenha tempo para se 
recuperar até a próxima exploração. O ciclo de corte, intensidade 
máximade corte e o diâmetro mínimo para a extração 
estabelecidos na regulação do manejo florestal é para permitir 
que a floresta se regenere mantendo a estrutura da floresta 
até que ocorra a segunda exploração na mesma área (2º ciclo). 
Outro ponto importante é que, devido ao melhor planejamento 
da exploração e ao uso de técnicas adequadas, a exploração 
de impacto reduzido, provoca danos muito menores à floresta 
remanescente, assim como uma proporção muito menor de 
desperdícios, colaborando com a conservação e regeneração da 
floresta.
Ciclo de Corte Fator de Crescimento Intensidade de Corte
(anos)
25
26
27
30
35
(m3/ha1)
0,86
0,86
0,86
0,86
0,86
(m3/ha)
21,5
22,3
23,2
25,8
30
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 128
1.10 Preocupações com a saúde e a 
segurança no trabalho
Um dos instrumentos-chave para consulta pelos produtores interessados no manejo 
florestal é a Norma Reguladora 31 (NR 31). Para além do previsto na normativa, há 
recomendações para a elaboração e operacionalização de um programa eficiente de 
segurança no trabalho em empreendimentos florestais de diferentes escalas em projetos 
de manejo florestal na Amazônia (NOGUEIRA et al.; 2011).
Vamos analisar melhor os termos relacionados à segurança do trabalho a seguir.
Ao estruturar uma operação de manejo florestal, existem quatro 
aspectos imprescindíveis para garantir a segurança e a saúde dos 
trabalhadores.
i. equipamentos adequados para a implementação do manejo;
ii. conhecimentos e técnicas de planejamento essenciais;
iii. estrutura de vivência e de conforto mínimos para os 
trabalhadores; e
iv. equipamentos e requerimentos mínimos de saúde e 
segurança no trabalho.
Existem regulamentações específicas para guiar os produtores 
florestais de diferentes escalas em esforços ligados a segurança e 
saúde no trabalho (SST) no manejo florestal, incluindo as condições 
de vivência e conforto no trabalho e os equipamentos de proteção 
individual (EPI) mínimos para cada atividade.
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 129
É a potencialidade de determinado fato ocorrer, seja por negligência, imperícia, imprudência, 
ou outro fator que possa levar a um acidente. Também se entende por todas as situações de 
perigo comumente existentes no ambiente florestal e no acampamento florestal. É necessário 
adotar medidas de avaliação e gestão dos riscos com a seguinte ordem de prioridade:
l. Eliminação dos riscos; 
ll. Controle de riscos na fonte;
lll. Redução do risco ao mínimo através da introdução de medidas técnicas ou 
organizacionais e de práticas seguras, inclusive através de capacitação;
lV. Adoção de medidas de proteção pessoal, sem ônus para o trabalhador.
Risco
É aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal 
ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, a redução permanente ou temporária 
de sua capacidade para o trabalho (Lei nº 8.213, de 1991).
Acidente de trabalho
É uma ocorrência não planejada com potencial de causar um acidente, mas que não afetou 
nenhum dos envolvidos, a empresa ou a rotina de trabalho.
Incidente de trabalho
Muito citado na legislação e no cotidiano dos trabalhadores, o EPI é todo dispositivo de uso 
individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a 
segurança e a saúde no trabalho (NR 6), por exemplo, capacete. É obrigatório o fornecimento 
de equipamentos de proteção individual (EPI) aos trabalhadores, gratuitamente.
Equipamento de Proteção Individual (EPI)
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 130
Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho, de modo a 
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida do trabalhador.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR)
As máquinas e implementos devem ser utilizados segundo as especificações técnicas do 
fabricante e dentro dos limites operacionais e restrições por ele indicados, e operados 
por trabalhadores capacitados, qualificados ou habilitados para tais funções. É vedado o 
transporte de pessoas em máquinas autopropelidas e nos seus implementos.
Deve-se realizar avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e, com 
base nos resultados, adotar medidas de prevenção e proteção para garantir que todas 
as atividades, lugares de trabalho, máquinas, equipamentos, ferramentas e processos 
produtivos sejam seguros e em conformidade com as normas de segurança e saúde.
Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas
É todo dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a 
preservar a integridade física e a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros, por exemplo, 
extintor de incêndio (CPN - GESTÃO 2004/ 2005).
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC)
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 131
1.11 Equipamentos de Proteção Individual 
necessários para cada etapa do Manejo Florestal 
O Manejo Florestal pode ser dividido em três etapas principais, conforme 
veremos mais adiante. Cada etapa constitui de diversas atividades 
florestais para serem implantadas. Estas atividades podem ocasionar 
riscos à segurança do trabalhador, haja vista a sua periculosidade.
Veja os EPIs e EPCs essenciais para o bom funcionamento do 
plano de segurança no trabalho.
Para cada etapa do manejo florestal, um conjunto mínimo de 
equipamentos deve ser disponibilizado aos trabalhadores.
Importante
Pré-Exploratória Exploratória Pós-ExploratóriaEPI
Capacete simples X X
Capacete notosserrista X
Protetor auricular (tipo concha) X
Protetor auricular (plug) X
Camisa manga longa X X X
Luvas de couro X
Calça anti-corte X
Colete de sinalização refletivo X X X
Botas bicos de aço X
Bainha para facão X X X
Botas antiderrapante X X X
Calça comum X
Viseira ou protetor facial X
Apito X
Luvas de pano pigmentada X X X
EPC Pré-Exploratória Exploratória Pós-Exploratória
Perneira de segurança X X X
Cones X X X
Extintores X X X
Fita Zebrada X X X
Placas de Sinalização X X
Kit Primeiros Socorros X X X
Proteções em Máquinas X X
Treinamentos X X X
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 132
No manejo florestal, um conjunto mínimo de equipamentos deve ser disponibilizado aos 
trabalhadores em suas diferentes funções e cargos:
O parataxônomo (mateiro) aprende sua profissão com seus pais ou na convivência dentro da floresta, 
raramente, tem base científica para diferenciar os indivíduos, não utiliza regras nem condições para a 
identificação das espécies, acarretando erros gravíssimos e trazendo prejuízos irreparáveis quando se 
refere ao manejo florestal.
https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/575230/parataxonomo-profissional-
indispensavel-no-processo-de-inventario-para-o-manejo-florestal. Acesso em 13/01/2020
Um parataxonomista é um adulto recrutado da população rural, com pouca educação formal, mas 
boa centelha, morador e um membro integrante de sua comunidade de entorno.
https://www.acguanacaste.ac.cr/programa-de-parataxonomos
Acesso em 13/01/2020
Motosserr 
ista Téc./Eng.
Paratoxô-
nomo
Trabalha
dor Motorista Zelador
Operador 
de 
máquina
Adminis-
tradorCozinheiro MecânicoEPI
X XX X XX XCapacete simples
XCapacete motosserrista
X X
Protetor 
auricular 
(tipo concha)
X XX XProtetor auricular (plug)
X X XX X XX XX XCamisa manga longa
XLuva de couro
XCalça anti-corte
XBota bicos de aço
X XX X XX XXBota antiderrapante
XViseira ou protetor facial 
X XX XX X
Luvas de pano 
pigmentada
X XX XPerneira de segurança
X X XX X XX X
Colete de 
sinalização 
refletivo
X XX X XX XX XCalça comum
XAvental em PVC
XXAvental em PVC
Apito
X X XXBainha para facãoMANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 133
1.12 Atividades pré-exploratórias, exploratórias e 
pós-exploratórias
Confira agora as atividades do manejo florestal, divididas em: pré-exploratórias, exploratórias e 
pós-exploratórias.
Tudo começa com a identificação de uma área florestal na qual o Manejo Florestal será realizado. 
Assim, a primeira ação é o Macroplanejamento. Esta etapa consiste em uma avaliação geral da área 
de manejo florestal quanto:
i) aptidão da área para o manejo florestal;
ii) qualificação da área a nível de espécies comerciais disponíveis para realização do manejo 
florestal; 
iii) a viabilidade econômica da atividade manejo florestal;
iv) indicação das infraestruturas mínimas para realização da atividade; e
v) um planejamento mínimo de gestão e equipe necessária para funcionamento do empreendi-
mento. 
Essas são as informações mínimas para a tomada de decisão quanto à viabilidade do empreendi-
mento florestal. 
As informações levantadas nesta etapa possibilitarão o início do processo de licenciamento 
ambiental do manejo, além de contribuir na elaboração do microplanejamento das etapas pré-
exploratória e exploratória. Com o intuito de maximizar a produção florestal, as atividades para 
enriquecer, manter e/ou acelerar o crescimento do patrimônio físico e ambiental das áreas são 
realizadas na etapa pós-exploratório do manejo. 
Vamos passar agora pelas atividades!
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 134
São as atividades que antecedem e preparam a exploração florestal. É a etapa do manejo 
florestal em que se realiza um estudo detalhado da: 
i) Unidade de Manejo Florestal por meio do macroplanejamento; e 
ii) Unidade de Produção Anual por meio do microplanejamento. 
Esta etapa indica a aptidão da área florestal para o Manejo Florestal, a viabilidade econômica 
do empreendimento. 
É durante a etapa pré-exploratória que se realizam os procedimentos de licenciamento 
ambiental, são dimensionados os custos de produção, planejamento e construção das 
infraestruturas, e são levantadas informações que possibilitam a exploração racional da 
área de manejo florestal. Dentre as atividades que a compõe estão a delimitação das áreas 
efetivas para o manejo florestal e nelas realizadas inventários florestais, instaladas parcelas 
de monitoramento, processadas informações de campo e produção de mapas temáticos. 
Essas atividades devem ser realizadas pelo menos um ano antes da etapa exploratória.
Devem ser consideradas as técnicas que colaborem para minimizar os danos ambientais 
e riscos à segurança e saúde do trabalhador florestal, o que chamamos de exploração de 
impacto reduzido (EIR). Atenção! A etapa exploratória só pode ser realizada após a aprovação 
do PMFS pelo órgão competente, e da AUTEX para a primeira UPA.
1.12.1. Atividades pré-exploratórias
As parcelas de monitoramento ou parcelas permanentes são delimitações feitas com piquetes 
dentro da floresta, geralmente sugeridas como tendo uma área de 1 ha (10.000 m², o que equivale 
a um retângulo de 20 x 500m) para cada 250 ha de floresta manejada.
INSTITUTO FLORESTA TROPICAL. Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em 
Florestas Naturais de Produção na Amazônia. Informativo Técnico do IFT 1. IFT. Belém: IFT, 
2012. 31 p. Disponível em www.ift.org.br.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 135
Após a execução da colheita, a floresta continua a crescer e é preciso acompanhar esse 
processo para conhecer sua dinâmica de crescimento e monitorar seu funcionamento. 
Desta forma, as atividades pós-exploratórias visam viabilizar os próximos ciclos de corte a 
partir dos seguintes levantamentos: 
i) dos danos provocados pela exploração; 
ii) do crescimento da floresta; e
iii) de medidas para catalisar este crescimento. 
Basicamente, nessa etapa são sugeridas as seguintes atividades: manutenção de infraestru-
turas, avaliação de danos e desperdícios da exploração, inventário contínuo, silvicultura pós-
-colheita, medidas de proteção florestal, entre outras atividades. 
Um elemento importante desta etapa está na elaboração do relatório pós-exploratório, que 
irá descrever os resultados produtivos, a avaliação de danos e próximos passos que serão 
realizados na UPA para colaborar com a regeneração florestal. 
1.12.2. Atividades Exploratórias
1.12.3. Atividades pós-exploratórias
Esta é a etapa operacional do manejo florestal, ou a colheita florestal. Faz parte das atividades 
exploratórias: o corte direcional de árvores, planejamento de arraste, traçamento de árvores em 
toras, arraste florestal, operação de pátio, romaneio e rastreabilidade. Para a realização dessas 
atividades, é necessário um planejamento prévio para a redução de danos ambientais, dos custos 
de produção e dos acidentes de trabalho durante a execução da colheita.
O inventário contínuo é uma mensuração da floresta explorada que deve ser realizada permanen-
temente, pois seu objetivo, dentre outros, é o de monitorar o crescimento e a regeneração natural 
da floresta 
INSTITUTO FLORESTA TROPICAL. Manejo Florestal e Exploração de Impacto Reduzido em 
Florestas Naturais de Produção na Amazônia. Informativo Técnico do IFT 1. IFT. Belém: IFT, 2012. 
31 p. Disponível em www.ift.org.br.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 136
Quando pensamos em estrutura mínima para a condução do manejo florestal, estamos 
falando de: A) equipe, B) infraestrutura/equipamentos e C) conhecimentos técnicos 
operacionais necessários para o manejo florestal. 
Esta estrutura, depende da escala do empreendimento, das condições físicas e logísticas 
para a exploração da floresta, e dos requerimentos legais de ordem social e ambiental da 
área em questão. 
1.13. Estrutura mínima para condução do Manejo 
Florestal
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 137
A equipe que irá trabalhar no Manejo Florestal deve ser treinada para a realização do manejo 
florestal com exploração de impacto reduzido, visando sua atualização quanto às tecnologias 
e legislações para realização do Manejo.
Apresentaremos aqui uma estrutura de equipe mínima necessária para o Manejo Florestal 
que detenha à sua disposição máquinas pesadas para realização do trabalho. 
Mas esta não é a única configuração para realização de um bom manejo. Para empreendi-
mentos florestais verticalizados, por exemplo, onde há o aproveitamento de resíduos flores-
tais, haverá outras funções operacionais, assim como em empreendimentos que trabalham 
o manejo de baixa intensidade onde há pré-processamentos de toras na floresta ou coleta de 
produtos florestais não-madeireiros. Nesses casos serão necessárias funções como: opera-
dor de serraria portátil, classificador, escalador de árvores etc.
As funções a serem desempenhadas em uma atividade florestal são diversas, contudo, um 
trabalhador (manejador) florestal pode desempenhar mais de uma função na atividade de 
manejo. Por isso o dimensionamento da equipe, ou número de trabalhadores, varia com o 
tamanho do empreendimento e a função social do manejo florestal. 
Por exemplo, no caso do manejo florestal comunitário, que tem como objetivo central a 
geração de renda para as famílias detentoras do plano e infraestrutura comunitária, equipes 
maiores são dimensionadas a fim do manejo proporcionar trabalho ao maior número de 
famílias possível. 
1.13.1. Equipe
Serraria Portátil: é uma máquina de fácil transporte entre diferentes áreas, e que contém uma serra-circular 
ou serra-fita capaz de fazer o “desdobro” ou “processamento” da madeira em tora. Com uso da serraria 
portátil, evita-se o transporte de toras.
A escolha desse equipamento deve-se à: facilidade de transporte (a serraria é levada até a tora), facilidade 
de montagem (monta-se a serraria em pouco tempo, considerando as condiçõesdo terreno), facilidade de 
manuseio (não há necessidade de um longo treinamento para trabalhar com a máquina), segurança (a 11 
probabilidade de acidentes é bem menor), redução do impacto ambiental (a tora não será arrastada, mas 
sim, conduzida em forma de pranchas, o que também permite um menor custo na retirada dessa madeira). 
Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia INPA. RENDIMENTO DO DESDOBRO DE TORAS, UTILIZAÇÃO 
DOS RESÍDUOS E OTIMIZAÇÃO DO TEMPO DE TRABALHO COM UMA SERRARIA PORTÁTIL (LUCAS MILL) NUMA 
COMUNIDADE RURAL NA AMAZÔNIA. Cícero Irisvam Furtado de Souza. Dissertação apresentada ao Programa 
de Biologia Tropical e Recursos Naturais do Convênio INPA/UFAM , como parte dos requisitos para obtenção 
do Título de Mestre em Ciências de Florestas Tropicais. Manaus-AM 2006. 75 páginas.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 138
Confira então os cargos e funções em atividades de manejo florestal.
Gerenciamento do manejo (supervisão): É a função profissional responsável por conduzir 
e gerenciar a execução técnica, política e financeira dos investimentos do empreendimento 
florestal, como a compra de insumos, maquinários, pagamentos de pessoal etc. Compete 
também a elaboração de relatórios, avaliações, planejamentos, além de monitorar o 
desenvolvimento profissional dos membros da equipe técnica. Essa atividade pode ser 
desenvolvida por profissionais da área de administração de empresas, engenharia florestal 
ou formação de nível técnico, bem como por dirigentes comunitários com vivência no setor.
Engenharia Florestal (Engenheiro Florestal): Atuará como responsável técnico pelo Manejo 
Florestal, com a responsabilidade de conduzir os procedimentos de licenciamento e execução 
do Plano de Manejo (PMF) e Plano de Operação Anual (POA).
Operação de corte direcional (Motosserrista): Execução das atividades de corte e traçamento 
das árvores em conformidade com a lista de espécies autorizada pela AUTEX. Requer 
profissionais muito bem preparados para minimizar danos à floresta remanescente, evitar 
acidentes e facilitar as atividades exploratórias subsequentes.
Planejador de Infraestruturas florestais (Técnico Florestal e/ou Trabalhador treinado mais 
ajudante): Consiste em atividades de planejamento de infraestruturas de permanentes ou 
temporárias, como estradas, pátios, pontes, bueiros e ramais de arraste. O importante é que o 
profissional possua habilidade e treinamento para realização da função de planejamento das 
infraestruturas para posterior construção.
Operação de máquinas pesadas (Tratorista, Skideiro etc.): Consiste em viabilizar atividades 
estruturantes como construção de infraestruturas, arraste de toras, abertura de estradas 
e ramais, e operações de pátio, que necessitam de equipamentos de grande porte e 
dimensionados para maximizar a produção.
Trabalhadores florestais (Ajudantes): Desempenham atividades auxiliares em quase todas 
as atividades do manejo. Representam o maior quantitativo de mão de obra no manejo, pois 
estarão em menor ou maior número apoiando as atividades nas etapas pré-exploratória, 
exploratória e pós-exploratória, e no acampamento florestal. 
Identificação de espécies (Parataxonomista): Tem o objetivo de identificar as espécies 
comerciais e potencialmente comerciais que possam viabilizar o manejo da floresta, tanto na 
etapa pré quanto pós exploração. 
Apoios ao gerenciamento (Cozinheiro, motoristas, mecânicos, segurança do trabalho, etc): 
São funções em apoio ao gerenciamento do manejo, podendo variar. Por exemplo, na área do 
acampamento será preciso pessoas para apoiar na cozinha, zeladoria, almoxarifado, oficina 
mecânica dentre outras funções. 
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 139
Confira um exemplo de composição de profissionais para um empreendimento empresarial 
que explora 45 mil m³ de toras/ano. (UPA de 2.500 ha):
Nº de funcionáriosFunção
Eng. Florestal 1
Técnico Florestal 3
Técnico de Segurança 1
Operador de skidder 2
Operador de trator de esteiras 2
Operador de motoniveladora 1 
Operador de carregadeira 2
Cozinheira 1
Motosserrista 8
Ajudante de cozinheira 1
Motorista 7
Almoxarife 1
Identificador botânico 2
Auxiliar de processamento de dados 1
Total 60
Operários florestais 25
Romaneadores 2 
Romaneador: cargo ligado aos profissionais responsáveis pela coleta do comprimento, diâmetro e demais 
informações de origem da tora. Com essas informações é possível fazer o romaneio e a mensuração do 
volume (cubagem das toras).
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 140
Para a infraestrutura e equipamentos existem pelo menos quatro pontos importantes que 
precisam ser observados para o manejo florestal: 
· Equipamentos necessários para a implementação do manejo em si;
· Conhecimentos e técnicas de planejamento essenciais; 
· Estrutura de vivência e de conforto mínimos para os trabalhadores;
· Equipamentos e requerimentos mínimos de saúde e segurança no trabalho
Por fim, é muito importante que o empreendimento florestal tenha metodologias para 
o levantamento de informações sobre a área de manejo (características da área, como a 
topografia, rios, solo etc.) e os profissionais envolvidos sejam capacitados na implementação 
dessa metodologia.
O uso de GPS, para caracterização das áreas e realização de inventários florestais, somados 
ao uso de programas de informações geográficas e imagens de satélite colaboram na 
elaboração de mapas, operacionalização do manejo florestal contribuindo com uma maior 
agilidade, precisão no levantamento de informações e menor custo operacional aumentando 
a produtividade das equipes. 
1.13.2 Infraestrutura/equipamentos
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 141
1.13.3 Conhecimentos técnicos 
operacionais
A capacitação e o treinamento da equipe que executará o manejo florestal são fundamentais 
para que se garanta a implementação das ações descritas no Plano de Manejo. As capacitações 
servem para o nivelamento técnico dos profissionais, para o aprimoramento técnico, para 
obtenção de novos conhecimentos ligados as tecnologias de realização do manejo florestal 
bem como atualização da legislação vigente. Esses elementos colaboram com a melhoria na 
qualidade técnica do manejo florestal, da produção, da segurança no trabalho florestal, além 
de estimular e valorizar os trabalhadores envolvidos. 
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO MÓDULO 142
Encerramento do módulo 1
A oferta de cursos e treinamentos específicos em Manejo Florestal é 
reduzida, mas o cenário está mudando, como a facilidade de acesso 
a cursos realizados por instituições governamentais relacionados às 
atividades florestais, assim como este que você está participando aqui.
Finalizamos aqui este módulo. Esperamos que 
todos tenham compreendido a importância do 
manejo florestal para a manutenção da floresta.
Nos vemos no próximo módulo!
Muito bom saber e aprender sobre todos esses 
cuidados e zelo que devemos ter tanto com 
as florestas quanto com os trabalhadores 
que realizam esse manejo de forma a buscar 
a preservação.
É importante que os administradores dos empre-
endimentos busquem apoio e informações com as 
empresas de assistência técnica local, sindicatos, 
órgãos fundiários, entre outros. 
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO
MÓDULO 2 
Macroplanejamento da 
Exploração Florestal
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 44
MÓDULO 2
Apresentação
Olá!
No módulo 1, estudamos os principais conceitos atribuídos ao manejo florestal e como 
a floresta pode fornecer produtos e serviços (uso múltiplo) com o uso de boas práticas 
de manejo, com especial atenção aos impactos gerados na floresta, a segurança dos 
trabalhadores e a geraçãode renda para pequenos, médios e grandes empreendimentos.
Neste módulo, veremos que as áreas destinadas ao manejo florestal precisam comprovar 
viabilidade técnico-financeira, portanto, uma fase inicial e primordial é a realização do 
macroplanejamento do manejo florestal.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 45
MÓDULO 2
2.1 Procedimentos do Macroplanejamento 
do Manejo Florestal
Você sabia que o macroplanejamento é a primeira etapa, sendo realizada antes mesmo de 
decidir realizar o manejo na área florestal pretendida? É isso mesmo! 
As informações reunidas nesta fase são importantes para a elaboração do Plano de Manejo 
Florestal Sustentável (PMFS), e, posteriormente, do Plano Operacional Anual (POA). Esta etapa 
gera as informações necessárias para a tomada de decisão quanto à viabilidade econômica 
do manejo florestal, além de subsidiar as demais atividades do empreendimento.
O macroplanejamento compreende: 
a. Seleção das áreas aptas ao manejo florestal
A seleção das áreas é realizada dentro da Área de Manejo Florestal (AMF) a partir da análise 
de imagens (satélite, foto ou radar) e após visitas de prospecção às áreas potenciais, onde 
será definida a dimensão total da unidade de área destinada para o manejo florestal (UMF). 
A partir dos resultados das análises da AMF é possível definir a Unidade de Manejo Florestal 
(UMF) subtraindo destas aquelas já abertas com construções ou sem vegetação (como áreas 
abertas para pastos, roçados ou áreas sem cobertura florestal) e áreas com belezas cênicas 
relevantes. No caso do manejo florestal comunitário, é muito importante que a seleção destas 
áreas de manejo seja feita de forma participativa, consultando e confirmando as informações 
junto do grupo de manejadores e as outras pessoas das comunidades envolvidas.
b. Quantificação do potencial da floresta para o manejo florestal
Para subsidiar a tomada de decisão sobre a elaboração do PMFS, a área a ser manejada passa 
por um processo de levantamento e avaliação do potencial madeireiro por meio de inventário 
florestal amostral ou diagnóstico. 
Inventário Florestal Amostral consiste no levantamento de informações qualitativas e 
quantitativas sobre determinada floresta, utilizando do processo de amostragem, conforme 
Resolução CONAMA nº 406/2009.
No inventário amostral, observa-se apenas uma parcela da população e com as informações 
estima-se os parâmetros da floresta como: 
1) as espécies florestais comerciáveis; 
2) a quantidade de produtos a serem manejados (número de indivíduos por espécie, 
volume, área basal etc.);
3) revela a tipologia e estrutura da floresta; e
4) a intensidade do manejo florestal. 
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 46
MÓDULO 2
Uma metodologia de inventário florestal amostral foi desenvolvida pelo Serviço Florestal 
Brasileiro, conhecida como Inventário Florestal Nacional, e no ano de 2017 foi reeditado o 
“Manual de Campo: procedimento para coleta de dados biofísicos e socioambientais”, 
onde pode ser encontrada a metodologia do Inventário Nacional de maneira detalhada por 
bioma.
O inventário amostral é uma metodologia de coleta de informações utilizado em grandes 
populações, especialmente quando os resultados devem ser obtidos no menor espaço de 
tempo, pelo menor custo e com a precisão desejada.
No inventário amostral, as características essenciais da floresta são reveladas (tipologia 
da floresta), podendo indicar, por exemplo, se a estrutura da floresta comporta o uso de 
máquinas pesadas para realização do manejo ou não, indica a intensidade da exploração 
florestal possível, respeitando os preceitos ambientais e legais.
c. Avaliação da viabilidade econômica do empreendimento 
Para estimar o valor monetário de um produto florestal, primeiro avalia-se o estoque do 
produto florestal, por espécie, classe de tamanho e/ou, classe de qualidade, mediante a 
realização de inventário florestal. Depois obtêm-se os preços de mercado, mediante uma 
pesquisa dos preços praticados, em que são realizadas as compras e as vendas do referido 
produto (LEUSCHNER, 1984); e, por último, calcula-se o valor monetário, por hectare, mediante 
a multiplicação do valor de estoque, pelo preço de mercado (SOUZA, 2013). Outros pontos a 
serem levados em consideração ao avaliar este tópico é a distância da área de manejo em 
relação ao local onde serão vendidos os produtos do manejo, pois o transporte muitas vezes 
responde por custos significativos, e a existência de mercado para madeira dura e madeira 
branca no mercado pretendido. 
Os resultados do inventário amostral, como a estimativa do volume de árvores comerciáveis 
na floresta, conjuntamente a infraestrutura e equipe necessária para o manejo, ajudam a 
estimar quanto é preciso investir e quanto será o retorno financeiro da atividade florestal. 
Em relação aos custos do manejo florestal, os empreendimentos terão de considerar durante 
suas operações, minimamente:
• Os custos de transação envolvidos no manejo florestal, que incluem a contratação 
de um engenheiro florestal para a elaboração do PMFS e seu posterior 
acompanhamento, as licenças ambientais, a emissão de guias florestais etc.
• Os custos operacionais do empreendimento, como a construção de estradas e de 
infraestruturas florestais, a compra ou o aluguel de equipamentos, o transporte 
da matéria-prima, o processamento da matéria-prima florestal (se houver), o 
treinamento e a capacitação de pessoal etc.
• Os custos de gerenciamento financeiro e operacional. 
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 47
MÓDULO 2
d. Definição das estratégias de gerenciamento da floresta
Com o mapa da área (polígono da AMF) e UMF apta para o manejo em mãos, é feito o 
planejamento geral da utilização da floresta, ou seja, a divisão da UMF em UPAs, e depois 
em UTs com tamanhos e quantidades suficientes para atender a capacidade da indústria, a 
demanda de mercado dos produtos a serem extraídos e a regulação da produção que definiu 
o ciclo de corte ideal; a definição das áreas de preservação permanente e áreas inacessíveis, 
áreas de preservação absoluta (quando a área é certificada) e definição da ordem de exploração 
das unidades de produção anual. 
e. Dimensionamento e definição das áreas das Unidades de Produção Anual (UPAs)
Durante a definição das estratégias de gerenciamento da floresta é determinado o tamanho 
das UPAs. Nessa unidade é feito o planejamento de execução do manejo florestal para o 
período de um ano. Ou seja, a UMF, desconsiderando a área de reserva absoluta, é dividida 
em áreas anualmente exploráveis, as UPAs, de forma a facilitar a execução da exploração 
florestal. 
A área da UPA a ser manejada deve ter tamanho compatível com o consumo de matéria-prima 
(SILVA, 2001) que estará condicionada à demanda do mercado e ao potencial volumétrico por 
unidade de área, revelado no inventário 100%. As UPAs, por sua vez, são também divididas 
em áreas menores denominadas Unidades de Trabalho (UTs), para que facilite a organização 
do trabalho da exploração florestal. Embora não seja uma regra, geralmente a UT tem uma 
área de 100 ha ou 1000x1000 metros. 
Figura 3: Exemplo da alocação de diversas UPAs subdivididas em UTs dentro da AMF
Fonte: Acervo do IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 48
MÓDULO 2
f. Definição e dimensionamento das infraestruturas gerais 
Dentro do macroplanejamento, tão importante quanto verificar a potencialidade dos 
recursos madeireiros, também é preciso avaliar as condições de acessibilidade e logística 
para o escoamento da produção florestal. Nessa fase do manejo são identificadas as estradas 
e caminhos já existentes dentro e fora do futuro empreendimento florestal. Além das estradas, 
os rios também são verificados quanto ao comprimento, profundidade e largura, pois quando 
comparados às vias terrestres, estes possibilitam umtransporte mais barato da produção. 
Depois, durante o microplanejamento, no ano da exploração, na escala da UPA, são definidos 
os locais nos quais serão locadas as infraestruturas, como estradas, pontes e bueiros.
Durante o macroplanejamento é determinada a alocação das infraestruturas gerais 
(acampamento permanente, estradas principais e estradas de acesso) e durante o 
microplanejamento as demais infraestruturas que darão suporte ao manejo florestal. 
g. Quantificação e definição da necessidade de recursos humanos
Conhecendo o potencial florestal, o tamanho das UPAs e a forma de gerenciar as mesmas, é 
possível estimar o número de profissionais e trabalhadores necessários para executar o PMFS. 
De maneira geral, estima-se que, para cada 5.000 ha de floresta a ser manejada anualmente 
(Exemplo de área de uma UPA), em se tratando de empreendimentos madeireiros empresariais, 
emprega-se 90 funcionários, incluindo trabalhadores da exploração e profissionais florestais 
de gerenciamento. No caso de comunidades, a proporção do número de trabalhadores 
envolvidos por unidade de área pode ser maior, tendo em vista que o objetivo finalístico do 
manejo florestal comunitário é gerar renda para o maior número de famílias possíveis.
Uma vez definidas as áreas aptas ao manejo, é importante dar início ao processo de 
licenciamento ambiental da atividade florestal, com a elaboração da APATs (Autorização 
Prévia à Análise Técnica do PMFS), caso a legislação estadual exija. No caso de Plano de Manejo 
Florestal Sustentável em terras da União esta etapa é necessária. É muito importante checar 
as exigências do órgão que vai licenciar o Plano antes da execução de qualquer etapa. A APAT 
pode ser submetida ao órgão licenciador antes do PMFS, e trata de análise documental e de 
geoprocessamento tanto do detentor do Plano quanto da área de manejo. Após a aprovação 
da APAT, o próximo documento a ser submetido à análise do órgão licenciador é o Plano de 
Manejo Florestal Sustentável (PMFS). 
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 49
MÓDULO 2
Encerramento do módulo 2
Concluímos mais um módulo do curso. Lembrem-se de realizar as 
atividades deste módulo!
MÓDULO 3 
Microplanejamento da 
Exploração Florestal
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 51
MÓDULO 3
Apresentação
O módulo anterior abordou o macroplanejamento da atividade 
de manejo florestal. Assim, uma vez comprovada a viabilidade 
financeira e as demais condicionantes legais atendidas, com PMFS 
aprovado, o projeto chega na sua fase de planejamento tático, em 
que as atividades operacionais iniciais necessárias para a produção 
deve ser planejada em campo e, posteriormente, construídas para 
subsidiar as demais etapas e atividades do manejo. 
É o que vamos aprender agora! Será 
estudado o microplanejamento da 
exploração florestal.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 52
MÓDULO 3
3.1 Atividades e procedimentos para a realização 
do microplanejamento do Manejo Florestal
O microplanejamento é a etapa que orienta as operações anuais do 
manejo florestal, sendo realizado na Unidade de Produção Anual 
(UPA). Nessa etapa, é realizado o planejamento ao nível da UPA, para 
estimar o volume da produção anual, recursos humanos, maquinário e 
investimentos no período de um ano.
É o levantamento de informações 
detalhadas para um ano de exploração. 
Para isso, deve ser realizada uma série de 
atividades que antecedem a exploração 
florestal, por esse motivo as etapas de 
macro e microplanejamento são chamadas 
de atividades pré-exploratórias.
O microplanejamento viabiliza as operações anuais do manejo 
florestal, sendo realizado na Unidade de Produção Anual 
(UPA) durante a etapa pré-exploratória. Para definição do 
tamanho das UPA e sua respectiva área efetiva para manejo, 
as áreas são avaliadas quanto a presença de APPs tais como 
margens de rios e áreas com declives superiores a 45º situação 
facilmente identificada nos mapas de hidrografia e topografia 
na região. A realização do inventário 100% também possibilita 
identificar áreas impróprias para manejo não identificadas 
anteriormente.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 53
MÓDULO 3
3.2 Atividades pré-exploratórias
Apresentaremos agora as atividades pré-exploratórias da atividade de manejo florestal.
É nesta fase que são levantadas informações que possibilitam a exploração racional da 
área, como a delimitação de unidades de trabalho, inventário florestal 100%, tratamento 
silvicultural pré-exploratório, inventário contínuo, sistematização e processamento de dados, 
produção de mapas e construção de infraestruturas. Essas atividades devem ser realizadas 
pelo menos um ano antes da exploração.
Confira detalhes sobre cada uma delas.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 54
MÓDULO 3
3.2.1. Delimitação da Unidade de Trabalho (UT)
A UT é uma unidade física que compõe uma determinada UPA. Geralmente, a soma das áreas 
das UTs é o tamanho total da área da UPA. Mas se a UPA for pequena e os manejadores tiverem 
capacidade operacional para explorar ela de uma vez, então a UPA poderá ter o mesmo 
tamanho da UT.
Figura 4: Exemplo de delimitação da Unidade de Trabalho
	 Fonte: Acervo IFT
Embora não seja uma regra, as UTs possuem uma área de 100 ha, o que equivale a um polígono 
de 1000 m por 1000 m. A divisão da UPA em UTs delimitadas facilita, entre outras ações: a 
realização do inventário 100%, o planejamento das estradas secundárias, o corte direcional, 
o planejamento dos ramais de arraste, o dimensionamento de equipes e maquinários, a 
organização do trabalho e a instalação de trilhas de orientação favorecendo positivamente a 
execução do manejo florestal e obtenção dos dados de rendimento.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 55
MÓDULO 3
Figura 5: Exemplo de delimitação da Unidade de Trabalho
Fonte: Acervo IFT
Figura 6: Exemplo de delimitação da Unidade de Trabalho
Fonte: Acervo do IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 56
MÓDULO 3
Este é o segundo inventário realizado na área, também chamado de censo florestal, para 
espécies comerciais ou potencialmente comerciais. É um levantamento detalhado de todas 
as árvores de interesse dentro da área de manejo quando são mensuradas árvores em 
tamanhos propícios de corte (DAP maior ou igual a 50cm) e árvores remanescente com 10cm 
abaixo do DMC, com objetivo de conhecer o estoque de espécies e indivíduos comerciais e 
potencialmente comerciais para futura exploração.
Figura 7: Realização da atividade de inventário
	 Fonte: Acervo IFT
Este inventário inclui informações dendrométricas (altura, DAP e qualidade do fuste), 
identificação das espécies1 e a localização das árvores dentro da floresta. O inventário 100% 
levanta detalhadamente o potencial produtivo da floresta (quantidade e qualidade), seja este 
relacionado às espécies madeireiras ou a espécies que produzem produtos não madeireiros. 
Nesta etapa, também são anotadas informações relevantes para a exploração, como 
ocorrência de grotas, cursos d’água, área de cipó etc. 
A qualidade de fuste (QF) é uma avaliação do fuste da árvore realizada durante o inventário 
para determinar o nível de aproveitamento de uma dada árvore na indústria. Toras que 
contenham muito defeitos ou tortuosidades (QF 3), ocas (QF 4) e cônicas (QF 5) são descartadas 
da exploração e, portanto, mantidas em pé na floresta; enquanto árvores com fustes retos (QF 
1) ou pouco tortuosos (QF 2) são explorados.
1 É bastante importante a adoção de procedimentos técnico-científicos na identificação das espécies que comporão o 
inventário. Tais procedimentos são previstos nos regulamentos de manejo florestal (Resolução CONAMA 406/2009). A 
identificação incorreta das espécies constituiuma das falhas mais importantes que se nota nos dias de hoje nos PMFS sendo 
executados, e podem trazer problemas graves para a indústria, que geralmente se baseia nas estimativas de produção do 
inventário para fazer previsões de estoques e de produção. 
3.2.2. Inventário florestal 100%
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 57
MÓDULO 3
Figura 8: Aproveitamento do fuste
Fonte: Acervo do IFT
O inventário pode ser feito usando como base uma malha de trilhas abertas de forma 
sistemática na floresta para a orientação dos trabalhadores que coletarão os dados ou, 
com os avanços atuais em tecnologias de georreferenciamento, com o apoio de aparelhos 
GPS. O principal produto do inventário é a produção de um mapa contendo a localização de 
todas as árvores comerciais e remanescentes que poderá ser usado para o planejamento da 
exploração. O inventário 100% é importante por fornecer informações para:
A tomada de decisão;
i. O planejamento da colheita e das atividades de pós-colheita; 
ii. O microzoneamento e mapeamento da UT;
iii. A negociação para comercialização dos produtos da colheita.
Figura 9: Procedimento de censo 100%
Fonte: Acervo IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 58
MÓDULO 3
Figura 10: Mapa Inventário 100%
Fonte: Acervo do IFT
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ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 59
MÓDULO 3
3.2.3. Corte de Cipós pré-exploratório
Em geral, é recomendável fazer esta intervenção na floresta antes que a exploração seja 
executada para melhorar as condições de exploração ou de coleta. Por exemplo, em áreas 
com muitos cipós, é recomendado o corte destas plantas presas às árvores selecionadas 
para o corte e de suas vizinhas evitando que, no momento da derruba da árvore, os cipós não 
prendam as árvores umas às outras, causando a queda desnecessária de árvores e situações 
de risco para os trabalhadores de campo. O corte de cipós pode ser realizado durante o 
inventário 100%, visando a otimização da equipe e a redução de custos. 
Figuras 11 e 12: Execução do corte de cipós pré-exploratório
 
Fonte: Acervo do IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 60
MÓDULO 3
Essa atividade tem como objetivo organizar e analisar as informações coletadas durante o 
Inventário Florestal. Os dados das medições do inventário 100% e do inventário contínuo 
podem ser trabalhados de forma mais prática utilizando ferramentas básicas de informática, 
como planilhas eletrônicas e gerenciadores de banco de dados. O processamento permite 
gerar informações para tomar decisões sobre a UT. No processamento de dados é possível 
extrair um conjunto de informações que passam por vários critérios exigidos pela legislação 
ambiental. 
Figura 13: Ficha de campo Inventário 100%
Fonte: Acervo do IFT
3.2.4. Processamento de dados
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 61
MÓDULO 3
Os principais critérios de seleção são: 
a. Diâmetro Mínimo de Corte: pode-seexplorar somente as árvores que possuem DAP maior 
ou igual a 50,0 cm. As árvores mais finas com DAP menor de 50 cm ficarão crescendo para 
a exploração futura (estoque de remanescente).
b. Árvores matrizes ou porta sementes: pela lei, deve-se deixar 10% das árvores potenciais 
para corte de cada uma das espécies identificadas no inventário 100%. São árvores que 
permanecem na floresta para produzir sementes e assim garantir que novas árvores de 
todas as espécies continuem nascendo e povoando a floresta. 
c. Critérios de retenção de espécies: pela lei (IN 05/2006 MMA), uma espécie terá sua 
quantidade reduzida de árvores à exploração se tiver menos do que três árvores em cada 
100 hectares e DAP maior ou igual a 50,0 cm. Essas espécies, apesar de não serem proibidas, 
ocorrem em pouca quantidade na floresta e não devem ser exploradas em locais nesta 
situação.
d. Espécies proibidas: São aquelas constantes da “Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora 
Ameaçadas de Extinção”. São árvores de espécies protegidas por lei, portanto, proibidas 
para corte, devido sua importância cultural, econômica e ambiental para o território onde 
se encontra. 
Na Amazônia, são exemplos as espécies castanheira e a seringueira no âmbito federal, 
contudo, cada estado pode definir listas especificas de espécies proibidas. Portanto, a 
coleta de outros subprodutos (óleo, látex, sementes etc.) é permitida, desde que não leve a 
morte do indivíduo. Para saber quais espécies estão na lista de retenção para exploração, 
consulte a Portaria MMA 443, de 17 de dezembro de 2014 e IN MMA 1, de 12 de fevereiro de 
2015, além de normativas específicas por estados da federação. 
e. Áreas de Preservação Permanente (APP): são aquelas áreas que margeiam os rios e 
igarapés, entorno de nascentes e lagos e encostas muito íngremes. Nestas áreas é proibido 
o corte de árvores para produção madeireira, contudo, essas áreas são passíveis de manejo 
para produção de não-madeireiros, como frutos, óleos, resinas, extração de cipós, cascas 
e sementes. 
f. Árvores ninho: são aquelas árvores que servem de abrigo para aves e outros animais.
Depois de selecionadas as árvores a serem exploradas, podemos fazer os cálculos para 
estimar os volumes de produção.
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 62
MÓDULO 3
A utilização de mapas é uma prática crucial para o sucesso do manejo florestal, permitindo 
maior precisão na execução das práticas de campo. O mapa pode tanto ser gerado em 
computadores por meio de programas de informações geográficas (SIG) ou manualmente, no 
caso da exploração realizada em áreas menores por pequenos produtores ou por comunidades 
tradicionais.
Os mapas que compõem o processo de licenciamento da área para o manejo só são aceitos em 
formatos digitais com informações geométricas (SIG), enquanto mapas para uso operacional 
podem ser tanto de construção digital quanto manual.
Vamos detalhar agora os mapas para orientação das operações florestais.
Croqui da área da UT, feito durante a delimitação e inventário da UT. Sugere-se utilizar 
escala de 1:5000, facilitando levantamento em campo com papel milimetrado, em que cada 
centímetro no papel equivale a 50 m na floresta. A função do croqui é fazer um primeiro 
esboço das condições topográficas, hidrográficas e espaciais dentro da UT (grotas, canais 
de drenagens, aglomerações de rochas, áreas cipoálicas etc.). Nessa fase, o croqui pode ser 
substituído pela coleta de informações via GPS, georreferenciando as condições do terreno 
para posterior inserção em mapas operacionais. 
Figura 14: Croqui em papel milimetrado feito durante microzoneamento da UT
Fonte: Acervo do IFT
3.2.5. Confecção de mapas
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 63
MÓDULO 3
Mapa base da UT, contém todas as informações sobre a UT, como a área total, os limites, a 
ocorrência de cursos d’água e grotas etc. Sugere-se utilizar escala de 1:1000 para facilitar as 
operações na floresta.
Figura 15: Mapa da base da UT
Fonte: Acervo do IFT 
Mapa pré-exploratório, gerado a partir do processamento de dados do inventário 100%, 
indicando a localização das árvores comerciais, das árvores remanescentes, das árvores 
substitutas e qualquer outra informação que julgar relevante (árvores porta-sementes, árvores 
protegidas por lei, árvores ninho etc.). Sugere-se utilizar a escala de 1:1000.
Figura 16: Mapa pré-exploratório
Fonte: Acervo do IFT
MANEJO DE IMPACTO REDUZIDO COM ÊNFASE NAS 
ETAPAS E ELABORAÇÃO DE PLANOS DE MANEJO 64
MÓDULO 3
Mapa de corte, utilizado pelo operador de motosserra, indicando a localização das árvores 
selecionadas para o corte e sua sinalização de queda direcionada, pós corte. Sugere-se utilizar 
escala de 1:1000 para facilitar as operações de corte e, posteriormente, de planejamento de 
arraste.
Mapa de

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