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Políticas públicas de atenção ao deficiente físico

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BREVE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS DE ATENÇÃO AO DEFICIENTE FÍSICO 
• O conceito relativo a essa população tem evoluído com o passar dos tempos, 
acompanhando, de uma forma ou de outra, as mudanças ocorridas na sociedade 
e as próprias conquistas alcançadas pelas pessoas portadoras de deficiência. 
• O marco dessa evolução é a década de 60, em cujo período tem início o processo 
de formulação de um conceito de deficiência, no qual é refletida a “estreita 
relação existente entre as limitações que experimentam as pessoas portadoras de 
deficiências, a concepção e a estrutura do meio ambiente e a atitude da população 
em geral com relação à questão”, conforme definição estabelecida pela 
Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde). 
• A Declaração da ONU que fixou 1981 como o Ano Internacional da Pessoa 
Deficiente colocou em evidência e em discussão, entre os países membros, a 
situação da população portadora de deficiência no mundo e, particularmente, nos 
países em desenvolvimento, onde a pobreza e a injustiça social tendem a agravar 
a situação. 
• A principal consequência daquele Ano Internacional foi a aprovação na 
assembleia geral da ONU, realizada em 3 de dezembro de 1982, do Programa de 
Ação Mundial para Pessoas com Deficiências. 
• Tal documento ressalta o direito dessas pessoas a oportunidades idênticas às dos 
demais cidadãos, bem como o de usufruir, em condições de igualdade, das 
melhorias nas condições de vida resultantes do desenvolvimento econômico e do 
progresso social. 
• Nesse programa, foram estabelecidas diretrizes nas diversas áreas de atenção à 
população portadora de deficiência, como a de saúde, de educação, de emprego 
e renda, de seguridade social, de legislação, etc., as quais os estados membros 
devem considerar na definição e na execução de suas políticas, seus planos e 
programas voltados a tais pessoas. 
• No âmbito específico do setor, cabe como registro a Classificação Internacional de 
Deficiências, Incapacidades e Desvantagens (CIDID), elaborada pela Organização 
Mundial da Saúde (OMS), em 1989, que definiu deficiência como: 
o Deficiência → toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função 
psicológica, fisiológica ou anatômica; a incapacidade como toda restrição 
ou falta – devida a uma deficiência – da capacidade de realizar uma 
atividade na forma ou na medida que se considera normal para um ser 
humano. 
o Desvantagem → uma situação prejudicial para um determinado indivíduo 
em consequência de uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou 
impede o desempenho de um papel que é normal em seu caso (em função 
da idade, do sexo e dos fatores sociais e culturais. 
• A OMS, quase dez anos depois – em 1997 –, reapresentou essa Classificação 
Internacional com um novo título e novas conceituações. Agora com a 
denominação de Classificação Internacional das Deficiências, Atividades e 
Participação: um manual da dimensão das incapacidades e da saúde (CIDDM-2), 
 
 
o documento fixa princípios que enfatizam o apoio, os contextos ambientais e as 
potencialidades, em vez da valorização das incapacidades e das limitações. 
• Em maio de 2001, a Assembleia Mundial da Saúde aprovou a International 
Classification of Functioning, Disability and Health – Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) –, da Organização Mundial da Saúde 
(OMS), que apresenta uma evolução da abordagem e traz significados sobre as 
mudanças em termos conceituais, filosóficos, políticos e metodológicos, na medida 
em que a concepção leva em conta a capacidade de pessoas com deficiência, 
não a incapacidade ou a questão da doença ou a situação que causou a sequela, 
mas outros fatores, como a capacidade do indivíduo em se relacionar com o seu 
ambiente de vida. 
• A deficiência passou a ser compreendida como parte ou expressão de uma 
condição de saúde, mas não indica necessariamente a presença de uma doença 
ou que o indivíduo deva ser considerado doente (CIF, 2003). 
• A CIF contribuiu com o aperfeiçoamento da avaliação de potenciais, inserindo 
dados no contexto da gestão da saúde pública e em associação com a 
Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à 
Saúde (CID), que considera as condições de saúde relacionadas às doenças, aos 
transtornos ou às lesões, fornecendo um modelo baseado na etiologia, na anatomia 
e nas causas externas das lesões. 
EPIDEMIOLOGIA ACERCA DA POPULAÇÃO COM DEFICIÊNCIA 
• Os dados sobre deficiências no Brasil indicam que, até a última década do século 
XX, o país ressentia-se da inexistência de dados oficiais sobre a população com 
deficiência. 
• Os estudos, as pesquisas e os projetos voltados para essa população tomavam 
como referência a estimativa da OMS segundo a qual 10% da população de um 
país, em tempos de paz, possui algum tipo de deficiência. 
• O Censo Demográfico de 2000 avançou no sentido de superar as dificuldades 
conceituais com relação às deficiências, o que provocou um impacto positivo no 
sentido de aproximação com a realidade e com os dados internacionais. 
• Adotou um conceito ampliado de deficiência, que inclui a percepção que as 
pessoas pesquisadas têm em relação às alterações provocadas pela deficiência na 
capacidade de realização, no comportamento e na participação social. 
• As principais causas das deficiências são: 
o os transtornos congênitos e perinatais, decorrentes da falta de assistência ou 
da assistência inadequada às mulheres na fase reprodutiva; 
o as doenças transmissíveis e crônicas não-transmissíveis; 
o as perturbações psiquiátricas; 
o o abuso de álcool e de drogas; 
o a desnutrição; 
o os traumas e as lesões, principalmente nos centros urbanos mais 
desenvolvidos, onde são crescentes os índices de violências e de acidentes 
de trânsito. 
• Os resultados do Censo Demográfico 2010 apontaram 45 606 048 milhões de pessoas 
que declararam ter pelo menos uma das deficiências investigadas, correspondendo 
a 23,9% da população brasileira. 
 
 
• Dessas pessoas, 38 473 702 se encontravam em áreas urbanas e 7 132 347, em áreas 
rurais. 
• A Região Nordeste concentra os municípios com os maiores percentuais da 
população com pelo menos uma das deficiências investigadas 
• Em relação à proporção de pessoas com pelo menos uma das deficiências 
investigadas segundo os grupos de idade, constatou-se que 7,5% das crianças de 0 
a 14 anos de idade apresentaram pelo menos um tipo de deficiência. 
• A prevalência de pelo menos uma das deficiências investigadas foi maior (24,9%) 
na população de 15 a 64 anos de idade e atingiu mais da metade da população 
de 65 anos ou mais de idade (67,7%). 
• Esse aumento proporcional da prevalência de deficiência em relação à idade 
advém das limitações do próprio fenômeno do envelhecimento, onde há uma 
perda gradual da acuidade visual e auditiva e da capacidade motora do indivíduo. 
 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
• Instituída por meio da Portaria nº 1.060, de 5 de junho de 2002, a Política Nacional 
de Saúde da Pessoa com Deficiência está voltada para a inclusão das pessoas com 
deficiência em toda a rede de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e 
caracteriza-se por reconhecer a necessidade de implementar o processo de 
respostas às complexas questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas 
com deficiência no Brasil. 
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
• São diretrizes da Política Nacional de Saúde da pessoa com deficiência: 
o Promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência 
o Assistência integral à saúde da pessoa com deficiência 
o Prevenção de deficiências 
o Ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação 
 
 
o Organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa com 
deficiência 
o Capacitação de recursos humanos 
PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS COMDEFICIÊNCIA 
• A implementação dessa diretriz compreenderá a mobilização da sociedade, nesta 
incluídos setores do governo, organismos representativos de diferentes segmentos 
sociais e organizações não-governamentais – entre as quais as instituições que 
atuam na promoção da vida independente – a fim de assegurar a igualdade de 
oportunidades às pessoas portadoras de deficiência. 
• Tal garantia deverá resultar no provimento de condições e situações capazes de 
conferir qualidade de vida ao citado segmento populacional. Para tanto, além da 
prevenção de riscos geradores de doenças e morte, constituirá foco dessa diretriz a 
implementação de ações capazes de evitar situações e obstáculos à vida, com 
qualidade, das pessoas portadoras de deficiência. 
• Entre os elementos essenciais nesse sentido estão a criação de ambientes 
favoráveis, o acesso à informação e aos bens e serviços sociais, bem como a 
promoção de habilidades individuais que favoreçam o desenvolvimento das 
potencialidades de tais pessoas. 
• No tocante aos ambientes favoráveis à saúde desse segmento, especial atenção 
será concedida às facilidades para a locomoção e a adaptação dos diferentes 
espaços, tanto os públicos – como vias e edifícios – quanto os domiciliares, 
eliminando-se, assim, barreiras urbanísticas e arquitetônicas que dificultem a efetiva 
integração e inclusão. 
• No conjunto dessas facilidades está a construção de rampas e de corrimãos, bem 
como a adoção de múltiplas formas de comunicação. 
• De outra parte, deverá ser promovido o amplo acesso das pessoas portadoras de 
deficiência às informações acerca dos seus direitos e das possibilidades para o 
desenvolvimento de suas potencialidades, seja na vida cotidiana e social, seja no 
trabalho, no esporte e no lazer. 
ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
• A assistência a esse segmento pautar-se-á no pressuposto de que a pessoa 
portadora de deficiência, além da necessidade de atenção à saúde específica da 
sua própria condição, é um cidadão que pode ser acometido de doenças e 
agravos comuns aos demais, necessitando, portanto, de outros tipos de serviços 
além daqueles estritamente ligados a sua deficiência. 
• Nesse sentido, a assistência à saúde do portador de deficiência não poderá ocorrer 
somente nas instituições específicas de reabilitação, devendo ser assegurado a ele 
o atendimento na rede de serviços, nos diversos níveis de complexidade e de 
especialidades médicas. 
• O diagnóstico presuntivo da deficiência precocemente formulado por profissionais 
que atuam principalmente nos serviços de saúde de menor complexidade será 
fundamental na orientação da família para a busca de atenção necessária no local 
adequado. 
• A atuação dos agentes comunitários de saúde e das equipes de saúde da família 
terá um papel fundamental na disseminação das práticas e das estratégias de 
reabilitação baseada na comunidade. 
 
 
• A atenção integral à saúde das pessoas portadoras de deficiência inclui a saúde 
bucal e a assistência odontológica, acompanhada de procedimentos anestésicos 
e outros, em casos específicos. 
• Será considerada parte integrante do processo de reabilitação a concessão de 
órteses e próteses, dado que tais equipamentos complementam o atendimento, 
aumentando as possibilidades de independência e inclusão da pessoa com 
deficiência. 
• A concessão desses equipamentos estará estreitamente vinculada ao atendimento 
de reabilitação, devendo a prescrição obedecer a criteriosa avaliação funcional, 
constituindo-se, dessa forma, um ato médico. 
• A assistência domiciliar em reabilitação configurará medida essencial no 
atendimento desse segmento populacional, compreendendo desde os serviços de 
apoio à vida cotidiana até o oferecimento de suporte clínico especializado em 
situação de internamento no domicílio. 
PREVENÇÃO DE DEFICIÊNCIAS 
• As medidas preventivas envolverão ações de natureza informativa e educativa 
dirigidas à população, relacionadas ao atendimento pré-natal adequado e à 
detecção precoce de deficiências, bem como de conscientização e formação de 
recursos humanos qualificados para a prestação de uma atenção eficiente em tal 
contexto. 
• Nesse sentido, deverão ser promovidos processos educativos e campanhas de 
comunicação social que esclareçam e estimulem a população em geral e os 
segmentos de risco a adotar estilos de vida saudáveis e, consequentemente, a 
abandonar hábitos nocivos, como o sedentarismo, o tabagismo e o uso de drogas. 
• Os programas de vacinação que, sabidamente, contribuem para a prevenção de 
deficiências deverão incluir ações informativas à população em geral, enfocando 
a inter-relação da imunização e a prevenção de deficiências, utilizando-se de 
linguagem acessível e de recursos variados e abrangentes. 
• Nesse particular, ênfase especial será dada às atividades de vacinação contra a 
poliomielite, o sarampo e a rubéola. 
• Serão implementadas medidas que contemplem a segurança e a saúde nos 
ambientes de trabalho, destinadas a prevenir os acidentes e as doenças 
profissionais, tanto no setor urbano quanto no rural. 
• Acesso da população aos exames mais específicos para detecção de doenças 
genéticas que determinam deficiência, com destaque para o exame de cariótipo 
e pesquisa para outros erros inatos do metabolismo em geral, tais como: 
fenilcetonúria, hemoglobinopatias, hipotiroidismo congênito, entre outras 
enfermidades que são detectadas pelo teste do pezinho. 
AMPLIAÇÃO E FORTALECIMENTO DOS MECANISMOS DE INFORMAÇÃO 
• Deverão ser criados mecanismos específicos para a produção de informações a 
respeito de deficiências e incapacidades no âmbito do SUS. 
• O monitoramento permanente da ocorrência de deficiências e incapacidades, 
assim como a análise de prevalência e tendência, constituirá prioridade do SUS 
nas três esferas de governo. 
 
 
• Fomentar a realização de estudos epidemiológicos e clínicos, com periodicidade 
e abrangência adequadas, de modo a produzir informações sobre a ocorrência 
de deficiências e incapacidades. 
• No que se refere aos censos demográficos, deverá ser buscado, por intermédio 
dos órgãos competentes, o estabelecimento de articulação com o IBGE, visando 
ao ajuste dos quesitos específicos das planilhas censitárias. 
• No tocante à infraestrutura dos serviços e aos profissionais de saúde, serão 
promovidos, anualmente, levantamentos e cadastramentos de unidades e 
especialistas envolvidos na assistência às pessoas portadoras de deficiências. 
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO À PESSOA 
COM DEFICIÊNCIA 
• A atenção à saúde das pessoas portadoras de deficiência comportará a 
organização das ações e dos serviços em pelo menos três níveis de complexidade, 
interdependentes e complementares: 
o atenção básica; 
o atenção ambulatorial especializada; 
o atenção ambulatorial e hospitalar especializada. 
• No nível de atenção básica, os serviços deverão estar qualificados para 
desenvolver: 
o ações de prevenção primária e secundária – como, por exemplo, controle 
da gestante de alto-risco, atenção à desnutrição – detecção precoce de 
fatores de riscos – como controle da hipertensão arterial e combate ao 
tabagismo – bem como o atendimento às intercorrências gerais de saúde 
da população portadora de deficiência; 
o ações básicas de reabilitação com vistas a favorecer a inclusão social, de 
que são exemplos orientações para a mobilidade de portadores de 
deficiência visual, prevenção de deformidades mediante posturas 
adequadas e estimulação da fala para portadores de distúrbios de 
comunicação. 
• A unidade básica constituirá, portanto, o local por excelência do atendimento à 
pessoa portadora de deficiência dada a sua proximidade geográfica e 
sociocultural com a comunidade circundante e, para isso, será necessário que 
esteja apta a oferecer atendimento resolutivo para a maioria dos problemas e das 
necessidades.CAPACITAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 
• A disponibilidade de recursos humanos capacitados para o desenvolvimento das 
ações decorrentes desta política será enfocada como prioritária. Nesse sentido, a 
formação de recursos humanos em reabilitação deverá superar a escassez de 
profissionais com domínio do processo reabilitador e que atuem segundo a 
interdisciplinaridade aqui proposta. 
• Visando a garantir o direito ao atendimento de saúde estabelecido nesta política e 
o acesso à reabilitação a quem dela necessitar, buscar-se-á formar equipes 
interdisciplinares, compostas por profissionais de níveis técnico e universitário, as 
quais serão submetidas continuamente a cursos de qualificação e atualização. 
• Os programas de formação e treinamento serão promovidos junto aos diferentes 
órgãos envolvidos com a questão, tanto dos níveis federal quanto estadual e 
 
 
municipal, os quais buscarão o engajamento das instituições públicas não-estatais 
nesse trabalho. 
• Promover o desenvolvimento de ações conjuntas com o Ministério da Educação e 
as instituições de ensino superior, tendo em vista a necessidade de que sejam 
incorporados disciplinas e conteúdo de reabilitação e atenção à saúde das pessoas 
portadoras de deficiência nos currículos de graduação da área da Saúde. 
• Os agentes comunitários de saúde e os profissionais que atuam nas equipes de 
saúde da família deverão receber treinamento que os habilite para o 
desenvolvimento de ações de prevenção, detecção precoce, intervenção 
específica e encaminhamento adequado das pessoas portadoras de deficiência. 
REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
Instituída por meio da Portaria de Consolidação n° 3/GM/MS de 28 de setembro de 2017 
(Origem: Portaria nº 793 de 24 de abril de 2012), a Rede de Cuidados à Pessoa com 
Deficiência, no âmbito do SUS, parte da necessidade de ampliar, qualificar e diversificar 
as estratégias para a atenção às pessoas com deficiência física, auditiva, intelectual, 
visual, ostomia e múltiplas deficiências, por meio de uma rede de serviços integrada, 
articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender às pessoas com 
deficiência, assim como iniciar precocemente as ações de reabilitação e de prevenção 
precoce de incapacidades. 
DIRETRIZES DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
I - Respeito aos direitos humanos, com garantia de autonomia, independência e de 
liberdade às pessoas com deficiência para fazerem as próprias escolhas; 
II - Promoção da equidade; 
III - Promoção do respeito às diferenças e aceitação de pessoas com deficiência, com 
enfrentamento de estigmas e preconceitos; 
IV - Garantia de acesso e de qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e 
assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; 
V - Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas; 
VI - Diversificação das estratégias de cuidado; 
VII - Desenvolvimento de atividades no território, que favoreçam a inclusão social com 
vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania; 
VIII- Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle 
social dos usuários e de seus familiares; 
IX - Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com 
estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; 
X - Promoção de estratégias de educação permanente; 
XI - Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com deficiência física, 
auditiva, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, tendo como eixo central a 
construção do projeto terapêutico singular; e 
XII- Desenvolvimento de pesquisa clínica e inovação tecnológica em reabilitação, 
articuladas às ações do Centro Nacional em Tecnologia Assistiva (MCT). 
OBJETIVOS DA REDE DE CUIDADOS À PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
• Objetivos gerais: 
I - Ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência temporária 
ou permanente; progressiva, regressiva ou estável; intermitente ou contínua no SUS; 
 
 
II - Promover a vinculação das pessoas com deficiência auditiva, física, intelectual, 
ostomia e com múltiplas deficiências e suas famílias aos pontos de atenção; 
III - Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde 
no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento e classificação de risco. 
• Objetivos Específicos: 
I - Promover cuidados em saúde especialmente dos processos de reabilitação auditiva, 
física, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências; 
II - Desenvolver ações de prevenção e de identificação precoce de deficiências na 
fase pré, peri e pós-natal, infância, adolescência e vida adulta; 
III - Ampliar a oferta de Órtese, Prótese e Meios Auxiliares de Locomoção (OPM); 
IV - Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com deficiência, por meio do 
acesso ao trabalho, à renda e à moradia solidária, em articulação com os órgãos de 
assistência social; 
V - Promover mecanismos de formação permanente para profissionais de saúde; 
VI - Desenvolver ações intersetoriais de promoção e prevenção à saúde em parceria 
com organizações governamentais e da sociedade civil; 
VII - Produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e 
cuidado e os serviços disponíveis na rede, por meio de cadernos, cartilhas e manuais; 
VIII - Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Cuidados à 
Pessoa com Deficiência; e 
IX - Construir indicadores capazes de monitorar e avaliar a qualidade dos serviços e a 
resolutividade da atenção à saúde. 
REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
• A habilitação/reabilitação da pessoa com deficiência compreende um conjunto de 
medidas, ações e serviços orientados a desenvolver ou ampliar a capacidade 
funcional e desempenho dos indivíduos, tendo como objetivo desenvolver 
potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, 
psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista 
da autonomia e participação social em igualdade de condições e oportunidades 
com as demais pessoas. 
• A habilitação/reabilitação prevê uma abordagem interdisciplinar e o envolvimento 
direto de profissionais, cuidadores e familiares nos processos de cuidado. 
• As ações e serviços de reabilitação podem ser ofertadas em qualquer ponto de 
atenção da rede pública de saúde. No entanto, são nos Serviços Especializados em 
Reabilitação, como Centros Especializados em Reabilitação (CER), onde se 
concentra a oferta dessas ações. Estes serviços são em geral, de abrangência 
regional e qualificados para atender as pessoas com deficiência. 
• As equipes multiprofissionais são compostas por diversas categorias, como: 
o Assistentes Sociais; 
o Enfermeiros; 
o Fisioterapeutas; 
o Fonoaudiólogos; 
o Médicos; 
o Psicólogos; 
o Terapeutas Ocupacionais, entre outros. 
 
 
 
 
CENTROS ESPECIALIZADOS EM REABILITAÇÃO 
• O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação que 
realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de 
tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde 
da pessoa com deficiência no território. É organizado a partir da combinação de no 
mínimo duas modalidades de reabilitação (auditiva, física, intelectual, visual). 
Atualmente, os CERs estão presentes em todos os estados da Federação. 
• O CER pode ser organizado das seguintes formas: 
o CER II - composto por dois serviços de reabilitação habilitados; 
o CER III - composto por três serviços de reabilitação habilitados; 
o CER IV - composto por quatro ou mais serviços de reabilitação habilitados; 
• No âmbito da saúde bucal, a Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência 
se propõe a garantir o atendimento odontológico qualificado e resolutivo a todas as 
pessoas com deficiência. 
• Todo atendimento a esse público deve seriniciado na atenção básica, que 
referenciará para o nível secundário (CEO) ou terciário (atendimento hospitalar) 
apenas os casos que apresentarem necessidades específicas que demandam uma 
maior complexidade no atendimento. 
ÓRTOSES, PRÓTESES E MEIO AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO (OPM) 
• As OPM são Dispositivos de Tecnologia Assistiva adjuvantes de grande importância 
no processo de reabilitação, cujo acesso pelas pessoas com deficiência está entre 
as prioridades do MS. 
• As OPM têm como objetivo ampliar a funcionalidade, participação e a 
independência, proporcionando assim maior autonomia, qualidade de vida e 
inclusão social da pessoa com deficiência, contribuindo fundamentalmente na 
superação de barreiras. 
• ÓRTESES: são dispositivos aplicados externamente para modificar as características 
estruturais e funcionais do corpo ou membro afetado, podendo desempenhar 
funções de imobilização, mobilização, correção, alívio e estabilização. 
• PRÓTESES: são dispositivos aplicados externamente para substituir total ou 
parcialmente um membro, órgão ou tecido ausente ou com alteração da estrutura. 
• MEIOS AUXILIARES DE LOCOMOÇÃO: são dispositivos que auxiliam a função motora, 
o qual não corrige ou substitui função ou segmento do corpo. 
• ÓRTESES: 
o Externas: Bengalas, muletas, colares 
cervicais, andadores, coletes, aparelhos 
auditivos, lentes de contato, aparelhos 
ortodônticos, palmilhas ortopédicas, 
joelheiras, munhequeiras. 
o Internas: Marca-passo, instrumentos para 
estabilizar a coluna, bombas de infusão. 
o Órtese Dinâmica: são frequentemente 
confundidas com próteses. Elas permitem a 
mobilidade controlada de articulações 
específicas através da aplicação de 
tração, que atua guiando o movimento e 
restringindo algumas ações. Como é o caso 
da órtese Magic Arms, feita por impressão 
 
 
em 3D, que dá suporte ao movimento dos membros superiores por meio da 
tração por elásticos. 
• PRÓTESES: 
o Externas: Perna mecânica, dentaduras, 
prótese mamária. 
o Internas: Prótese articular, prótese não 
convencional para substituição de tumor, 
coração artificial, válvula cardíaca, 
ligamento artificial. 
• O SUS oferece OPM nas diversas modalidades de reabilitação, como por exemplo: 
lupas, lentes e óculos especiais, bengalas articuladas, aparelhos auditivos, Sistema 
de Frequência Modulada (sistema FM), diversos modelos de cadeiras de rodas, 
muletas, palmilhas, coletes, próteses de membros inferiores e superiores, além de 
sistemas coletores de fezes e urina para ostomizados. 
• Contudo, a prescrição e concessão das OPM devem ser feitas de forma 
individualizada e qualificada, por equipe multiprofissional, sendo confeccionadas e 
adaptadas com vistas à atenção das necessidades e características específicas de 
cada pessoa. 
PUBLICAÇÕES DA REDE DE CUIDADOS À SAÚDE DA PESSOA COM DE FICIÊNCIA 
(REDE PCD) 
• Diretrizes de Atenção à Pessoa Amputada 
• Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down 
• Cuidados de Saúde às Pessoas com Síndrome de Down 
• Diretrizes de Atenção à Pessoa com Paralisia Cerebral 
• Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular 
• Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do 
Autismo (TEA) 
• Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Traumatismo Cranioencefálico 
• Diretrizes de Atenção à Saúde Ocular na Infância: Detecção e Intervenção Precoce 
para a Prevenção de Deficiências Visuais 
• Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal 
• Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral 
• Diretrizes de Estimulação Precoce: Crianças de zero a 3 anos com Atraso no 
Desenvolvimento Neuropsicomotor 
• Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Síndrome pós-Poliomielite e 
Comorbidades 
• Guia de Atenção à Saúde das Mulheres com Deficiência e Mobilidade Reduzida. 
• Guia Para Prescrição, Concessão, Adaptação e Manutenção de Órteses, Próteses 
e Meios Auxiliares de Locomoção. 
• Guia de Atenção à Saúde Bucal da Pessoa com Deficiência.

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