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AVI - Enunciado com texto de duas questões de Ética (1)

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Questão 01
Os povos indígenas do Brasil enfrentam um substancial aumento da grilagem, do roubo de madeira, do garimpo, das invasões e até mesmo da implantação de loteamentos em seus territórios tradicionais, explicitando que a disputa crescente por estas áreas atinge um nível preocupante, já que coloca em risco a própria sobrevivência de diversas comunidades indígenas no Brasil. É o que evidencia o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2018, sistematizado anualmente pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que tem seu lançamento realizado nesta terça-feira (24), em Brasília.
No último ano foram registrados 109 casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio”, enquanto em 2017 haviam sido registrados 96 casos. Nos nove primeiros meses de 2019, dados parciais e preliminares do Cimi contabilizam, até o lançamento do relatório, 160 casos do tipo em terras indígenas do Brasil.
Também houve um aumento no número de assassinatos registrados (135) em 2018, sendo que os estados com maior número de casos foram Roraima (62) e Mato Grosso do Sul (38). Em 2017, haviam sido registrados 110 casos de assassinatos.
Agravamento da ofensiva sobre as terras ancestrais
Segundo o Cimi, um novo modelo de esbulho possessório das terras indígenas está sendo praticado atualmente no Brasil. Trata-se de um modo renovado de apropriação das terras indígenas, que é ainda mais agressivo na violação de direitos dos povos.
“Geralmente, os invasores entravam nas terras e roubavam a madeira, os minérios, a biodiversidade, etc… mas, em algum momento, eles iam embora. Agora, no entanto, em muitas regiões, eles querem a posse da própria terra e as invadem com o propósito de permanecer nelas. Chegam a dividir os territórios ancestrais em lotes e vendem estas áreas. O que pouco se fala é que estas terras são de usufruto exclusivo dos indígenas, mas elas pertencem à União. As terras indígenas são patrimônio da União! Então, podemos dizer que toda a sociedade brasileira está sendo prejudicada, extorquida, de certo modo. Porque, quando não forem totalmente destruídos, estes bens naturais serão apropriados e vendidos para beneficiar apenas alguns indivíduos, justamente os invasores criminosos”, explica Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira, secretário executivo do Cimi.
“Os povos indígenas são, historicamente, vítimas do Estado brasileiro porque, através das instituições que representam e exercem os poderes político, administrativo, jurídico e legislativo, ele atua, quase sempre, tendo como referência interesses marcadamente econômicos, e não os direitos individuais, coletivos, culturais, sociais e ambientais. A gestão pública é parcial, pois toma como lógica a propriedade privada, contrapondo-se à vida, ao bem- estar e à dignidade humana”, avalia Dom Roque Paloschi, presidente do Cimi e arcebispo de Porto Velho, no artigo de apresentação do Relatório.
Dados preliminares 2019: dobro de terras já foram invadidas
Nos nove primeiros meses de 2019, dados parciais e preliminares do Cimi apontam para um aumento alarmante nos
casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio dos povos indígenas”. Foram contabilizados, até o lançamento do relatório, 160 casos do tipo em terras indígenas do Brasil.
Chama atenção o aumento não só de casos em relação ao ano completo de 2018, mas também o aumento de terras afetadas por este tipo de conflito e da abrangência territorial dos registros: enquanto, em todo o ano de 2018, o Cimi contabilizou 111 casos de invasão ou exploração ilegal de recursos em 76 terras indígenas diferentes, distribuídas em 13 estados do país, os 160 casos contabilizados até setembro de 2019 afetaram 153 terras indígenas em 19 estados do Brasil.
Violências contra o patrimônio
Em relação aos três tipos de “violência contra o patrimônio”, que formam o primeiro capítulo do Relatório, foram registrados os seguintes dados: omissão e morosidade na regularização de terras (821 casos); conflitos relativos a direitos territoriais (11 casos); e invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao
patrimônio (109 casos registrados); totalizando 941 casos de violências contra o patrimônio dos povos indígenas – que estão relacionadas com invasões, caça e pesca ilegais, construção de obras sem consulta ou estudos ambientais, roubos de madeira e garimpos, arrendamentos, além da contaminação do solo e da água por agrotóxicos e incêndios, dentre outras ações criminosas.
Chama atenção o aumento da prática ilegal do loteamento das terras indígenas, especialmente na região Norte. As Terras Indígenas Arariboia (MA), Karipuna e Uru Eu Wau Wau (ambas em RO), são alguns exemplos de territórios ancestrais que vêm sendo divididos por grileiros com o interesse criminoso de vende-los.
“Para além da histórica impunidade e da falta de políticas efetivas para a proteção das terras indígenas, o recente desmonte dos órgãos de defesa ambientais e dos direitos indígenas e a explícita intenção de abrir estes territórios para a exploração de todos os seus recursos naturais dá um sinal verde para que os invasores intensifiquem estas práticas criminosas”, analisa Roberto Liebgott.
Outro grave caso de violação aos direitos originários dos povos indígenas é o caso da Terra Indígena (TI) Munduruku, na qual estima-se que já foram instalados mais de 500 garimpos. O garimpo é uma séria preocupação também na TI Yanomami, onde há o registro da presença de dezenas de milhares de pessoas explorando ouro ilegalmente.
Das 1.290 terras indígenas no Brasil, 821 (63%) apresentam alguma pendência do Estado para a finalização do processo demarcatório e o registro como território tradicional indígena na Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Destas 821, um volume de 528 terras (64%) não teve ainda nenhuma providência adotada pelo Estado. Considerando que a Constituição Federal de 1988 determinou a demarcação de todas as terras indígenas do Brasil até 1993, fica evidente uma completa omissão do Executivo no cumprimento desta sua obrigação constitucional.
Este descaso do Estado fica bastante evidente em um levantamento realizado pelo Cimi Regional Mato Grosso do Sul, que mostra que em 31 terras indígenas já reconhecidas pelo Estado brasileiro, as comunidades Guarani-Kaiowá e Ñhandeva ocupam ou estão na posse de apenas 29,04% de suas terras. Com uma população de 54.658 pessoas, segundo a Funai, as comunidades ocupam 70.370 dos 242.370 hectares reconhecidos oficialmente como territórios tradicionais. Chama atenção, áreas como Guyraroká, dos Guarani-Kaiowá, declarada pelo Ministério da Justiça com
11.440 hectares, em que a comunidade ocupa apenas 50 hectares, ou 0,43% a que tem direito. Em Iguatemi, na Terra Indígena Iguatemipeguá I.
Violências contra a pessoa
Os crimes motivados pela disputa das terras indígenas atingem uma dimensão ainda mais grave pelo fato de que, recorrentemente, junto com eles também ocorrem intimidações, ameaças e, muitas vezes, ações físicas violentas contra os indígenas e ataques às suas comunidades.
Em relação à “violência contra a pessoa”, foram registrados os seguintes dados em 2018: abuso de poder (11), ameaça de morte (8), ameaças várias (14), homicídio culposo (18), lesões corporais dolosas (5), racismo e discriminação étnico cultural (17) tentativa de assassinato (22) e violência sexual (15), totalizando 110 casos
Em 2018 foram registrados 135 casos de assassinato de indígenas, 25 a mais que os registrados em 2017. Cabe ressaltar que a própria Sesai reconhece que este dado é parcial, já que ainda pode receber a notificação de novos assassinatos. Desse modo, fica evidente que a situação real em relação ao assassinato de indígenas é ainda mais grave.
Caci: 1.119 assassinatos, desde 1985
A partir dos dados sistematizados pelo Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2018, a plataforma Caci – sigla para Cartografia de Ataques Contra Indígenas, que significa “dor” em Guarani– também foi atualizada. A Caci é um mapa digital que reúne as informações sobre os assassinatos de indígenas no Brasil. Com os dados de 2018, a plataforma agora abrange informações sobre 1.119 casos de assassinatos de indígenas, sistematizados desde 1985.
A MAIOR violência contra os povos indígenas é a destruição de seus territórios, aponta relatório do Cimi. Conselho Indigenista Missionário, [S. l.], p. s.p, 24 set. 2019. Disponível em: https://cimi.org.br/o-cimi/. Acesso em: 23 ago. 2021.
É necessário refletir sobre o que o presente texto nos aponta e o conteúdo que apresentamos em nossas aulas a respeito de cidadania e Direitos Humanos. Os índios estão presentes ainda hoje em nossa sociedade e aqueles grupos que vivem em regiões mais distantes dos Estado, sofrem mais com as violências daqueles que pretendem explorar suas terras e discriminar sua cultura.
Responda em até 10 linhas de forma dissertativa:
1) Quem elabora o relatório Cimi?
2) Aponte quem são os responsáveis pela invasão e desapropriação das terras indígenas;
3) Qual a conclusão que o relatório Cimi chega?
4) Proteger os índios brasileiros seria uma proteção ao patrimônio?
5) Qual o papel do Estado mediante a esse contexto de violência?
Questão 02
Acesso de negros a escolas cresceu na última década, mas ensino da cultura e história afro-brasileira ainda é desafio
Índices educacionais apresentam dados piores no recorte por pretos e pardos se comparados a brancos. Especialistas defendem que mudança no ensino pode melhorar a autoestima dos alunos e a identificação com a escola.
Por Elida Oliveira, G1
20/11/2020 05h01 Atualizado há 6 meses
“Um dia, um pai nos procurou, chorando. Disse que o filho de 4 anos não queria ir para a escola, porque o amigo falou que não gosta de sentar perto de criança preta”, afirma Humberto Baltar, professor e idealizador do coletivo Pais Pretos Presentes.
“Tenho uma aluna negra, pequena, que é chamada de urubu pelos colegas. Outro, de macaco. Outro, tem o apelido de
negresco”, revela a professora Lidiane Lima, uma das 10 vencedoras do prêmio Educador Nota 10, da edição de 2020.
A educação no Brasil é um direito constitucional, garantido a todos. Mas, para as crianças negras do país, há desafios particulares que ainda precisam ser enfrentados.
Embora a presença de negros (pretos e pardos) em escolas do país tenha crescido nos últimos dez anos (veja gráfico abaixo), as diferenças raciais nos índices de educação ainda são frequentes:
Evasão: a proporção de jovens de 15 a 29 anos que não concluíram o ensino médio e não estudavam em 2019 era maior entre pretos e pardos (55,4%) do que entre brancos (43,4%).
Anos de estudo: pretos e pardos têm menos anos de estudo (8,6), em média, se comparado aos brancos (10,4).
Reprovação: é menor a proporção de pretos e pardos que estudam na série correta de acordo com a idade (85,8%). Entre alunos brancos, o percentual é de 90,4%.
Analfabetismo: a falta de acesso à educação é mais frequente também entre negros. O índice daqueles que não sabem ler e escrever é maior na população negra (8,9%), do que na branca (3,6%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Há 17 anos, a Lei 10639 foi aprovada para alterar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e incluir no currículo a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas públicas e privadas do país. O objetivo é resgatar a contribuição do negro na formação do Brasil, sem restringir o tema à escravidão, elevando a auto-estima de alunos pretos e pardos. Embora exista há quase duas décadas, a lei ainda não está totalmente implementada nas escolas.
“Ainda não rompemos com essa imagem do indivíduo negro ora submisso, ora perigoso”, afirma a doutora em História
Política Iamara da Silva Viana, professora da PUC-Rio.
"A gente acha que exclusão é só falta de acesso à escola. Mas ela também é operada dentro da escola. Não é porque tem garantia de ingresso que todos vão se sentir incluídos no processo. Presença física não é sinônimo de inclusão", afirma o professor e historiador Higor Ferreira, que pesquisa escravos, libertos e livres de cor na capital do Rio de Janeiro no século 19.
A luta do negro para ter educação
Documentos históricos apontam que o acesso à educação era valorizado pelos negros, mesmo quando as leis imperiais dificultavam a aprendizagem deles.
Saber ler e escrever, aliás, não era comum no Brasil Império. O Censo de 1890, feito um ano após a Proclamação da República, aponta que havia 14,3 milhões de pessoas no Brasil. Entre elas, 12,2 milhões não sabiam ler ou escrever.
Embora a primeira lei sobre educação do Brasil, de 1827, não impedisse o acesso de negros à escola, outra lei, editada pela Província do Rio de Janeiro em 1837, proibia a presença de "escravos e pretos africanos" e de pessoas com "moléstias contagiosas" nas escolas, conforme indica Ferreira.
“Isso demonstra que o cenário é mais complexo do que se imagina. Quem tem mais propensão a ficar com doença contagiosa? Comunidades mais pauperizadas, formadas por negros libertos ou filhos deles”, afirma Ferreira. “Os negros não são proibidos, eles podem ir à escola, mas temos provas de que nem sempre a acolhida é a melhor”, afirma.
Dentro deste cenário, houve iniciativas lideradas por negros para educar seus filhos. Uma delas é a escola fundada por Pretextato dos Passos e Silva, em 1853.
Um dossiê feito por Pretextato, encontrado no Arquivo Nacional pela pesquisadora Adriana Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), traz a informação que “em algumas escolas ou colégios, os pais dos alunos de cor branca não querem que seus filhos ombreiem com os de cor preta”.
Também descrevia que os alunos negros não tinham boa acolhida nas escolas e que ele mesmo, por ser "preto", foi convocado pelos pais de família para abrir uma “pequena escola de instrução primária, admitindo seus filhos da cor preta, e parda”.
Ferreira também destaca exemplos de autodidatismo, como o de Luiz Gama. "Quem ensinou Luiz Gama a ler e escrever foi um amigo, um companheiro da mesma fazenda em que ele trabalhava", conta Ferreira.
"Além disso, temos relatos de senhores botando escravos para ler e escrever, pensando nesta instrução como 'negócio', porque poderia vendê-los por um preço maior", afirma. "Ensino era estratégico, e para o cativo também era interessante, porque se ele se alforriasse, teria mais chances [de sobrevivência]", relata Ferreira.
Cultura afro-brasileira na sala de aula
Para educadores, ensinar a história e a cultura afro-brasileira pode mudar a percepção dos alunos sobre si e sobre o espaço que ocupam.
"Descolonizar o currículo, para mim, é diário, faço isso o ano todo", afirma Lidiane Lima, professora de português que foi uma das vencedoras do prêmio Educador Nota 10 de 2020.
O projeto premiado, inclusive, trabalha com o slam (poesia periférica), o RAP, e a literatura afro-brasileira para estimular a auto-estima dos alunos e resgatar a identidade de suas cores. O trabalho foi desenvolvido com alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em uma escola municipal de São Paulo, antes da pandemia. Ao fim, os alunos publicaram um livro de poesias.
"O objetivo é desconstruir o imaginário forjado pelo Ocidente para explicar a escravidão, de que África é formada por pessoas selvagens, sem conhecimento. E trago esculturas do povo iorubá. Por meio delas, de gravuras, e pinturas, vou reconstruindo outra historia sobre África. Cabeças de ifé, o retrato do imperador Mansa Muça, o homem mais rico que já existiu", explica Lima.
"É legal os alunos saberem que descendem de povos que eram reis e rainhas, donos de grandes impérios", diz a educadora premiada.
Outra professora que leva o ensino da história e cultura afro-brasileira para dentro das salas de aula é Catia Pereira, que dá aulas há 24 anos em uma escola privada em São Paulo.
"Escolho textos de autoria negra para trabalhar em sala de aula, ou textos que tematizam a questão negra", diz a professora de português. Da turma de 42 alunos, somente um é negro. "Quando a gente pensaem uma educação antirracista, é para todos, tanto para protagonistas (negros) quanto aliados (não negros)", explica.
Formação do professor
Para Lucimar Felisberto dos Santos, pós-doutora em história e pesquisadora do Instituto Hoju, houve um ingresso tardio de homens negros e mulheres negras nas universidades, o que levou ao atraso nas pesquisas étnico-raciais.
"Quando entrei na universidade, em 1997, o dado era que 2% dos universitários eram negros", afirma. "Isso fez com que as pessoas negras, com força para sensibilizar as brancas em espaços de decisões políticas, demorassem a aparecer. Quando se tem homens e mulheres negras pensando a reestruturação curricular, as demandas destes setores da sociedade vão estar lá", defende Santos.
"O mais problemático é fazer entender que a questão racial é de toda uma sociedade e não de um grupo específico", diz a pós-doutora, que defende que professores não negros também abracem o ensino da cultura e história afro- brasileira.
Atualmente, o percentual de alunos negros e pardos no ensino superior subiu para 38,14%, segundo o Censo do Ensino Superior, do MEC. Ainda assim, há desigualdades. Dos 3,2 milhões de alunos pretos e pardos na graduação em 2019, a minoria (882.977) estudava em instituições públicas. A maior parte, 2,3 milhões de alunos, estudava na rede privada.
Para Paola Prandini, co-fundadora do AfroeducAção, entidade que produz ações estratégicas para a equidade racial brasileira, hoje é raro encontrar um professor que não conheça a Lei 10639 (que prevê o ensino da cultura e história afro-brasileira nas escolas), mas a aplicação precisa melhorar.
A entidade faz pelo terceiro ano seguido a campanha #tiraraleidopapel, com vídeos nas redes sociais para refletir sobre a importância da aplicação desta legislação.
"Avançamos em alguns pontos, como por exemplo o conhecimento em torno da lei, ou de quem fale que não tem acesso a material pedagógico, porque tem muito material disponível hoje em dia, em vários formatos: YouTube, site, portal, podcast, na linguagem que quisermos imaginar."
Papel das escolas
Prandini afirma que, apesar da lei 10639 e dos materiais disponíveis, ainda há desafios para implementá-la.
"Ainda assim encontramos escolas em que, infelizmente, não se trabalha com a temática [do negro na sociedade brasileira] ou trabalha restritivamente só nesta semana da Consciência Negra. Isso não é o que a lei determina. Ela determina que histórias e questões da cultura afro-brasileiras devam ser trabalhadas transversalmente em todas as disciplinas."
"A exclusão não acontece de um dia para outro, ela é construída", afirma Denise Carreira, coordenadora da Ação Educativa, que luta para melhorar as relações raciais nas escolas. A associação desenvolveu uma metodologia gratuita, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para identificar o racismo nas escolas.
"Têm professores e professoras comprometidos com a luta antirracista, mas ainda precisam ser mais reconhecidos nas escolas. As secretarias de Educação têm que ampliar o investimento na formação do professorado", defende Carreira.
OLIVEIRA, Elida. Acesso de negros a escolas cresceu na última década, mas ensino da cultura e história afro-brasileira ainda é desafio. G1, [S. l.], 20 nov. 2020. Educação, p. 1. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/11/20/acesso-de-negros-a-escolas-cresceu-na-ultima-decada-mas- ensino-da-cultura-e-historia-afro-brasileira-ainda-e-desafio.ghtml. Acesso em: 23 ago. 2021.
O texto jornalístico escrito por Elida Oliveira no G1, tem muita relevância no tema negros e o processo educativo no Brasil. A autora estabelece em seu texto, diferentes ações necessárias para que o processo educacional incluir, desenvolver, e emancipar o negro do racismo que ainda paira na sociedade em que vivemos.
Em um texto de até 10 linhas, responda de forma dissertativa:
1) O que foi estabelecido na Lei 10.639 e por quê?
2) Por que existe a necessidade de se desvincular de uma história eurocêntrica?
3) Alguns professores afirmam que não basta ter vaga para o aluno negro ou este estar presente na sala de aula, o que é necessário então? (resposta a partir do texto)
4) Explique como o racismo restringe a cidadania da população iletrada negra.
5) A partir do texto, estabeleça o papel da escola.

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