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Exercícios formaçao de palavras

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01. O humor da primeira tira é construído a partir da oposição semântica entre as palavras fundar e afundar. Ambas as palavras apresentam a mesma origem latina (fundus, fundare), porém historicamente ganharam sentidos diferentes 
a) Que diferença de sentido há entre essas palavras?
b) Que elemento mórfico é responsável pela oposição de sentido entre as palavras?
02.A palavra fundador, empregada na primeira tira, apresenta o sufixo -dor. Compare essa palavra a estas outras: vendedor, elevador, catador, fiador, agitador. Que sentido o sufixo -dor acrescenta ao radical de todas essas palavras?
03. O humor da segunda tira também está relacionado com o sentido e a origem das palavras.
a) Que palavras, na visão do primeiro monge, estariam ligadas pelo mesmo radical?
b) A que classes de palavras elas pertencem?
c) Que substantivo deu origem à palavra canonizar?
d) Que verbo poderia ser formado a partir da palavra cano?
e) Sabendo que várias palavras da língua se formam pelo acréscimo do sufixo -izar a um nome (canal + -izar = canalizar; humano + -izar = humanizar; banal + -izar = banalizar), levante hipóteses: Qual foi o raciocínio do monge para chegar à conclusão.
04. Observe os elementos mórficos que compõem estas palavras: fundador – afundar – canonizado – encanar – canalizar; Quais dessas palavras se formaram a partir do acréscimo:
a) de apenas sufixo? b) de prefixo e sufixo?
 
05.O humor da tira é construído a partir da contraposição dos sentidos de duas palavras. Quais são essas palavras?
06.Sabendo que téo, demo e cracia são radicais gregos, responda:
a) Qual é o processo de formação das palavras cujos sentidos são contrapostos na tira?
b) Qual é o sentido dos radicais téo, demo e cracia? Se necessário, consulte o dicionário.
c) Logo, a definição dada pelo garoto à palavra teocracia está correta?
07. Ao atribuir um possível sentido à palavra democracia, o garoto levou em conta um processo de formação de palavras. A palavra demo, quando empregada sozinha, pode ter os significados indicados ao lado. Conclua:
a) Qual é o sentido habitual da palavra democracia?
b) Qual foi o sentido provavelmente atribuído pelo garoto ao radical demo?
c) Por que motivo o garoto teria ficado preocupado, segundo ele afirma?
Você já reparou que constantemente nos deparamos com palavras que antes não existiam? E que palavras muito usadas caem em desuso com o tempo? Leia o texto a seguir, extraído de uma crônica de Walcyr Carrasco.
Pequenas virtudes
[...] Ando perdido em uma selva de palavras. Existem termos destinados a dar a impressão de que algo não é exatamente o que é. Ou para botar verniz sobre uma atividade banal. Já estão, sim, incorporados no vocabulário. Servem para dar uma impressão enganosa. E também para ajudar as pessoas a parecer inteligentes e chiques porque parecem difíceis. Resolvi desvendar algumas dessas armadilhas verbais.
Seminovo – Já não se fala em carro usado, mas em seminovo. Vendedores adoram. O termo sugere que o carro não é tão velho assim, mesmo que se trate de uma Brasília sem motor. Ou que o câmbio saia na mão do comprador logo depois da primeira curva. É pura técnica de vendas. Vou guardá-lo para elogiar uma amiga que fez plástica. Talvez ela adore ouvir que está “seminova”. Mas talvez...
Sale – É a boa e velha liquidação. As lojas dos shoppings devem achar liquidação muito chula. Anunciam em inglês. Sale quer dizer que o estoque encalhou. A grife está liquidando, sim! Não se envergonhe de pedir mais descontos. Pode ser que não seja
chique, mas aproveite.
[...] Cult – Não aguento mais ouvir falar que alguma porcaria é cult. O cult é o brega que ganhou status. O negócio é o seguinte: um bando de intelectuais adora assistir a filmes de terceira, programas de televisão populares e afins. Mas um intelectual não pode revelar que gosta de algo considerado brega. Então diz que é cult. Assim, se pode divertir com bobagens, como qualquer ser humano normal, sem deixar de parecer inteligente.
Como conceito, próximo do cult está o trash. É o lixo elogiado. Trash é muito usado para filmes de terror. Um candidato a intelectual jamais confessa que não perde um episódio da série Sexta-feira 13, por exemplo. Ergue o nariz e diz que é trash. [...] Depois, agarra um saquinho de pipoca, senta na primeira fila e grita a cada vez que o Jason ergue o machado. [...]
Releitura – Ninguém, no meio artístico ou gastronômico, consegue sobreviver sem usar essa palavra. Está em moda. Fala-se em releitura de tudo: de músicas, de receitas, de livros. [...]
[...] Daria para escrever um livro inteiro a respeito. Fico arrepiado quando alguém vem com uma conversa abarrotada de termos como esses. Parece que vão me passar a perna. [...] Nessas horas, fico pensando: será que sou bobo? Ou tem gente esperta demais?
(Pequenos delitos. São Paulo: Best Seller, 2004. p. 170-2.)
08. Na primeira frase do texto ― “Ando perdido em uma selva de palavras” ―, há uma metáfora que traduz a sensação do autor em relação ao mundo das palavras. Identifique essa metáfora e explique o sentido que ela tem.
09. A partir do 2º parágrafo do texto, o cronista apresenta uma lista de palavras e comenta o uso social de cada uma.
a. Que opinião ele tem quanto ao emprego das palavras seminovo, sale e cult?
b. Levante hipóteses: Qual é o possível motivo da objeção do cronista ao uso da palavra releitura?
c. Relacione a expressão “armadilhas verbais”, presente no 1º parágrafo, a afirmação “Parece que vão me passar a perna” feita pelo cronista no último parágrafo.
10. Entre as palavras que o cronista comenta, algumas são de origem estrangeira.
a. Quais são elas? De que língua são provenientes?
b. De exemplos de outras palavras ou de expressões provenientes dessa língua que circulam com frequência em nosso país?
c. A que é possível atribuir a influência dessa língua na nossa? 
11. Ha, no texto, palavras que são originarias de mais de uma língua e que já estão incorporadas no português: chique, shopping, grife, status. Troque ideias com os colegas e tentem descobrir a origem delas. Se necessário, consultem o dicionário.
12. Além de assimilar palavras de outras línguas, o português aumenta seu léxico com palavras formadas por meio de processos próprios da língua, como o acréscimo de prefixos e sufixos. Observe estas palavras, presentes no texto lido: seminovo - enganosa - comprador - releitura
Nelas, que sentido tem:
a. o prefixo semi-, da palavra seminovo?
b. o sufixo -osa, da palavra enganosa?
c. o sufixo -or, da palavra comprador?
d. o prefixo re-, da palavra releitura?
13. A palavra brega e uma gíria já incorporada à nossa língua há vários anos.
a. Que outra palavra ou expressão da gíria atual tem sentido equivalente a brega?
b. Que palavra ou expressão do registro formal da língua pode substituir a palavra brega?

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