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ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. CASO/QUESTÃO: Mário foi casado com Beatriz no período de dezembro de 2011 a novembro de 2015, quando se divorciaram. Em 23.12.2013, ocorreu o nascimento de Plínio, que foi registrado como filho do casal. Plinio hoje mora com a mãe em Salvador, enquanto Mario reside em Camaçari. No início deste ano de 2016, Mário tomou conhecimento de que era portador de uma doença congênita, que não lhe permite procriar, conforme atestado médico. Dessa forma, Mário concluiu não ser o pai biológico de Plínio e lhe procurou na condição de advogado para saber o que poderia fazer juridicamente sobre tal questão. Redija a peça processual cabível, abordando todas as questões de direito pertinentes. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Excelentíssimo (a) Senhor (a) Doutor (a) Juiz (a) de direito da _____ª Vara de Família, Sucessões, Órfãos, Interditos e Ausentes, Comarca de Camaçari, Estado da Bahia. MARIO SANTOS DA SILVA, brasileiro, divorciado, motorista, filho de João Oliveira da Silva e Joana Santos da Silva, inscrito no CPF sob o nº 563.501.595-34, portador do RG nº 38.789.074-3 SSP/BA, residente e domiciliado na Rua Manoel de Medeiros Souza, nº 178, casa 03, Bairro Jardim Souza, CEP 04917-090, Camaçari-BA, telefones (71)98907-3429/(71)8543-4967,endereço eletrônico Marioss@gmail.com, devidamente vem à digna presença de Vossa Excelência, por seus procuradores e advogados que a presente subscrevem (m. J. – anexo), com endereço profissional indicado no rodapé da presente, onde recebem as intimações de lei e estilo, apresentar: AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE c/c ANULAÇÃO DE ASSENTAMENTO DE REGISTRO DE NASCIMENTO e EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS em face de PLINIO SANTANA DA SILVA, brasileiro, menor impúbere, nascido em 23 de dezembro de 2013, representado por sua genitora, BEATRIZ JESUS SANTANA, brasileira, solteira, estudante, filha de Silvia Gonçalves de Santana e Mario Amado de Jesus Santana, RG 1010589262, CPF 089.225.615-82, residente e domiciliada na Avenida Garibaldi, nº 177, Casa 02, Salvador-BA, pelos fatos e fundamentos a seguir alinhados: mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. BREVE RESUMO DOS FATOS Relata o Requerente que manteve relacionamento com a genitora do Requerido, tendo se casado com esta em dezembro do ano de 2011. Em 23 de dezembro de 2013, nasceu Plínio Santana da Silva, registrado como filho do casal, conforme certidão de nascimento em anexo. Após menos de dois anos do seu nascimento, em dezembro de 2015, o Requerente e a mãe do Requerido se separaram, momento em que o Requerente retornou para a cidade de Camaçari, a partir daí não obteve quase nenhum contato com a criança, o vendo pouquíssimas vezes. Já no início do ano de 2016, o Autor tomou conhecimento de que era portador de uma doença congênita, que não lhe permite procriar, conforme atestado médico em anexo. Aliado aos traços físicos extremamente diferentes dos seus, tal informação levou o Requerente à irrefragável conclusão no sentido de que não é o pai biológico do menor em questão. Ressalta-se portanto, que a mãe do Requerido nunca fez questão de que os dois tivessem uma relação entre pai e filho, saudável e próxima. O Requerente não possui nenhum vínculo afetivo com o Requerido, que hoje tem 02 (dois) anos e não reconhece no Requerente a figura paterna. Apesar disso, o Requerente cumpre suas obrigações paternas com relação às necessidades materiais da criança, no que tange ao pagamento de pensão alimentícia. Assim, para corrigir a situação, considerando que incorreu em erro, já que não é o pai biológico do réu, o Requerente propõe a presente demanda, para que seja negada a existência de vínculo paterno-filial biológico e afetivo entre ele e o Requerido. DO DIREITO mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. I – Do Estado de Filiação Estado de Filiação é questão que diz respeito à própria condição de pessoa, sendo direito personalíssimo e indisponível de interesse de todos, inclusive do Requerido. Assiste-lhe antes de tudo o DIREITO de fazer constar de seu registro a verdade, ter conhecimento de quem seja o seu verdadeiro pai. O artigo 1.601 do Código Civil embasa o fundamento da presente, onde estabelece que: Art. 1.601. “Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher sendo tal ação imprescritível. ” No mesmo sentido decidiu o STJ: RECURSO ESPECIAL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA. Tem-se como perfeitamente demonstrado o vício de consentimento a que foi levado a incorrer o suposto pai, quando induzido a erro ao proceder ao registro da criança, acreditando se tratar de filho biológico. A realização do exame pelo método DNA a comprovar cientificamente a inexistência do vínculo genético, confere ao marido a possibilidade de obter, por meio de ação negatória de paternidade, a anulação do registro ocorrido com vício de consentimento. Não pode prevalecer a verdade fictícia quando maculada pela verdade real e incontestável, calcada em prova de robusta certeza, como o é o exame genético pelo método DNA. E mesmo considerando a prevalência dos interesses da criança que deve nortear a condução do processo em que se discute de um lado o direito do pai de negar a paternidade em razão do estabelecimento da verdade biológica e, de outro, o direito da criança de ter preservado seu estado de filiação, verifica-se que não há prejuízo para esta, porquanto à menor socorre o direito de perseguir a verdade real em ação investigatória de paternidade, para valer-se, aí sim, do direito indisponível de reconhecimento do estado de filiação e das consequências, inclusive materiais, daí advindas. Recurso especial conhecido e provido. mailto:unebassociados@hotmail.com- http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622709/artigo-1601-da-lei-n-10406-de-11-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. (REsp 878954 / RS RECURSO ESPECIAL 2006/0182349-0, Terceira Turma, RELATORA Ministra NANCY ANDRIGHI.) Diante disso, a ação negatória de paternidade não possui os exíguos prazos decadenciais de outrora, como afirma, inclusive, o Prof. Carlos Alberto Gonçalves: A rigidez desse sistema vem sendo abrandada pela jurisprudência, especialmente em face do progresso científico, que permite afastar, com absoluta certeza, por meio do exame de DNA, a paternidade biológica. Não pode desejar a sociedade que prevaleça por mero rigor formal e em desrespeito à realidade dos fatos, uma inverdade, especialmente quando diz respeito ao estado de filiação,direito indisponível e personalíssimo. Soa absurdo fazer prevalecer no registro de assentamento do Menor o nome de um pai que na realidade não o é. É o que se pretende provar nos presentes autos. É bom ressaltar que houve no presente caso um reconhecimento espontâneo feito pelo autor na mais absoluta boa-fé. E a boa-fé merece sempre todo o amparo e o prestígio do bom direito, devendo sempre prevalecer em detrimento daqueles que usam de artifícios com o fim de enganar terceiros. Esta é a regra em matéria de direito. Em questões dessa natureza interessa a todos o prevalecimento da verdade real. De acordo com este entendimento está o ensinamento do Festejado Civilista Caio Mário da Silva Pereira: Na paternidade reconhecida o pai concede status ao filho, que o seja biologicamente. Em contendo o ato uma proclamação de paternidade que não corresponde à realidade (o pai reconhece como seu filho que o não é), o reconhecimento, embora formalmente perfeito, e até inspirado em pia causa, não pode produzir o efeito querido, e será anulado por falsidade ideológica, em se provando a inverdade da declaração(wissenserkarung),no pressuposto de corresponder à verdade, e somente produzirá o efeito que a lei lhe atribui quando à manifestação formal corresponder o pressuposto fático da relação biológica paternal subjacente. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Embora seja a certidão de nascimento, um documento que goza de fé pública, há ressalva para a possibilidade de alegação contrária no art. 1.604 do Código Civil de 2002. No caso em tela, o requerente possui dúvidas razoáveis quanto a relação de parentalidade com a criança. Art. 1.604 – Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento,salvo provando-se erro ou falsidade do registro. A decisão abaixo colacionada aplica-se ao caso em tela, senão vejamos: O princípio da irrevogabilidade dos atos do registro civil não é absoluto, comportando sua anulação quando ocorrem vícios do ato jurídico ou se demonstrada a falsidade ideológica. (Ac. Unânime da 4a Câm. Civ. do TJSP, AC 194.503, rel. Des. Ferreira de Oliveira, JTJSP, 15:259. No mesmo sentido: RT, 301:273). (grifos aditados) Portanto, resta demonstrado o direito do requerente em dirimir sua dúvida e averiguar a real existência da paternidade no presente pleito e caso reste comprovada a inexistência do vínculo, tornar-se-á imperiosa a anulação do registro. É válido também, ressaltar a necessidade da presente demanda para que o direito do Requerido de obter a verdade de sua real filiação seja respeitado por todas as partes envolvidas no caso. O Estado já se posiciona no sentido de que não há qualquer benefício para a criança, a manutenção de uma paternidade apenas jurídica. Quanto à desconstituição do Registro Público, além de jurídico, o pedido é justo em que pese a necessidade de que os registros públicos reflitam a verdade real, como é a do presente caso.Imponível, pois, caso seja averiguada a inexistência da relação de filiação e, seja declarada, por conseguinte, decretação de invalidade do assentamento do registro de nascimento do requerido com a exclusão do nome dos avós paternos. II- Da Doença Congênita mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Uma característica congênita é aquela que acompanha o indivíduo ao longo de toda a sua vida, surgindo no seu nascimento ou mesmo antes, durante a gestação no ventre de sua progenitora. Em outras palavras, congênito é a particularidade de algo que está presente desde o seu nascimento. E isso independe de ser genético (herdado) ou não. Desta forma, atestada a doença gênita do Requerente impossibilitando-o de procriar, resta comprovada a impossibilidade do Requerido ser filho do mesmo, porém para que não haja dúvidas acerca disto, requeremos a realização do Exame de DNA entre as partes envolvidas nesta demanda. III – Da Ausência de Relação Afetiva Conforme aduzem Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, a filiação socioafetiva (que é o outro lado da paternidade socioafetiva) “não está lastreada no nascimento (fato biológico), mas em ato de vontade, cimentada, cotidianamente, no tratamento e na publicidade, colocando em xeque, a um só tempo, a verdade biológica e as presunções jurídicas. Socioafetiva é aquela filiação que se constrói a partir de um respeito recíproco, de um tratamento em mão-dupla como pai de filho, inabalável na certeza de que aquelas pessoas, de fato, são pai e filho” (FARIAS; ROSENVALD, 2010, p.590). É fato, ademais, que, atualmente, o Requerente não mantém qualquer contato com a criança, situação, inclusive, que é reforçada por atitudes da genitora, que tem se negado a permitir o contato do menor com o Autor. Portanto, hodiernamente, sequer existe vínculo afetivo entre as partes. Importante, ainda, salientar que a prova material obtida através do atestado médico comprovando a doença congênita do Requerente e o resultado do Exame de DNA que irá sanar qualquer dúvida que ainda houver quanto a impossibilidade do mesmo ser pai do Requerido, excluirá a paternidade do Requerente sobre o Requerido, e só irá concretizar o que já é um fato para os mesmos: A completa ausência de relação afetiva entre o até então pai, e seu filho. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Motivo pelo qual requer a liberação de todas as obrigações a que vem se submetendo até o presente e que são inerentes da paternidade; qual seja, a de continuar prestando alimentos ao Requerido, que, como já comprovado de forma inquestionável não é seu descendente. Sendo assim não existe nenhum vínculo que justifique a manutenção das obrigações alimentares. Nesse sentido: CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO AFETIVO. EXCLUSÃO DA PATERNIDADE.1. É direito do pai registral esclarecer suas dúvidas acerca da paternidade legalmente assumida no curso de relacionamento estável. 12. Comprovada a exclusão genética do suposto pai, após realização de exame de DNA, a lei faculta ao indigitado pai a sua exclusão do registro de nascimento daqueles que, até então, supunha ser geneticamente seus filhos.3. É certo que a paternidade não cinge-se em vínculo meramente biológico, porém, para que se imponha ao pai registral o dever de continuar a haver como seus, filhos de outrem, os quais descobriu somente após o exame de DNA que não o são, é imprescindível que entre suposto pai e filhos haja vínculo afetivo, amparado em afetuosa convivência. 4. A paternidade socioafetiva deriva de convívio amigável e afetuoso entre pais e filhos, não podendo ser imposta ao pai registral que nunca conviveu com os filhos por ele assumidos no passado e que enganosamente supunha serem seus. 5. Recurso conhecido e provido. (20070710146908APC, Relator NILSONI DE FREITAS, 2ª Turma Cível, julgado em 24/03/2010, DJ 15/04/2010 p. 66) APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAMEDE DNA. AUSÊNCIA DE AFETIVIDADE ENTRE PAI REGISTRAL E FILHO. ANULAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. POSSIBILIDADE, NA HIPÓTESE. No caso, não há razão para se prestigiar uma paternidade registrada em estado de erro, principalmentequando inexistente paternidade socioafetiva e ausente a paternidade biológica, mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. confirmada por exame de DNA. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 70026016311, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS.) IV – Dos Danos Morais A moral é reconhecida como bem jurídico imensurável, recebendo dos mais diversos diplomas legais a devida proteção, inclusive, estando amparada pelo art. 5º, inc. V e X da Constituição Federal de 1988: “Art. 5º, V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”; “Art. 5°, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. É notável que a relação abusiva sofrida, pelo Autor, uma vez portador de doença congênita, conforme atestado, resta evidente a infertilidade do mesmo, logo foi vítima da má fé da genitora do menor. O comportamento indigno da sua ex-companheira deve ser considerado como ofensa a honra do requerente. Existe dano moral quando alguém é privado da verdade. Há de se ressaltar que o valor da indenização serve, principalmente, para inibir condutas como essas. Insta salientar, que foram violados os direitos de lealdade e respeito exigidos dos companheiros em união estável. Art. 1.724 do CC/02. Demonstrada a lesão aos direitos da personalidade do autor, uma vez que experimentou constrangimentos que extrapolam a frustração do fim da união estável, pois foi ofendido em sua honra bem como humilhado diante de seus familiares, amigos e colegas de profissão, em razão da verdade revelada. mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Em relação ao DANO MORAL, a doutrina tem se encarregado de decifrar o dano moral em seus vários aspectos com riqueza de elementos. Segundo Maria Helena Diniz, "Dano moral vem a ser a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica, provocada pelo fato lesivo" (Curso de Direito Civil Brasileiro, Editora Saraiva, SP, 1998, p. 81).Dessa forma, verifica-se que o conceito de dano moral é indefinido como se viu pelas diferenças apontadas em cada um dos conceitos anteriormente esposados. Segundo Minozzi, um dos Doutrinadores Italianos que mais defende a ressarcibilidade, Dano Moral "é a dor, o espanto, a emoção, a vergonha, a aflição física ou moral, em geral uma dolorosa sensação provada pela pessoa, atribuindo à palavra dor o mais largo significado". (Studio sul Danno non Patrimoniale, DannoMorale, 3ª edição, p. 41). Assevera o autor Sílvio Rodrigues que: “O abuso de direito ocorre quando o agente, atuando dentre das prerrogativas que o ordenamento jurídico lhe concede, deixa de considerar a finalidade social do direito subjetivo e, ao utilizá-lo desconsideradamente, causa dano a outrem. Aquele que exorbita no exercício de seu direito, causando prejuízo a outrem, pratica ato ilícito, ficando obrigado a reparar. Ele não viola os limites objetivos da lei, mas, embora os obedeça. Desvia-se dos fins sociais a que esta se destina, do espírito que a norteia”. No mesmo sentido decidiu o STJ: “A concepção atual da doutrina orienta-se no sentido de que a responsabilização do agente causador do dano moral opera-se por força do simples fato da violação (damnum in reipsa), não havendo que se cogitar da prova do prejuízo”. (REsp nº 23.575-DF, Relator Ministro César Asfor Rocha, DJU 01/09/97). "Dano moral - Prova. Não há que se falar em prova do dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que os ensejam (...)" (REsp nº 86.271-SP, Relator Ministro Carlos A. Menezes, DJU 09/12/97). mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. Ocorre que, o dano moral como sabido, deriva de uma dor íntima, uma comoção interna, um constrangimento gerado naquele que o sofreu, e que repercutiria de igual forma em outra pessoa nas mesmas circunstâncias. Conforme disposto na Jurisprudência pátria: INDENIZAÇÃO. UNIÃO ESTÁVEL. FALSA PATERNIDADE BIOLÓGICA. DANO MATERIAL. ALUGUEL E CONDOMÍNIO DA MORADIA DO CASAL. PLANOS DE SAÚDE. MENSALIDADE ESCOLAR. DESPESAS MÉDICAS. MÓVEIS INFANTIS. EXAME DE DNA. HONORÁRIOS DE ADVOGADO. DANO MORAL. DEVER DE LEALDADE E RESPEITO NA UNIÃO ESTÁVEL. VIOLAÇÃO A DIREITO DE PERSONALIDADE. I - AS P ARTES VIVERAM EM UNIÃO ESTÁVEL POR DOIS ANOS E A CRIANÇA NASCEU NO PERÍODO DA CONVIVÊNCIA. APÓS O FIM DA UNIÃO ESTÁVEL, EXAME DE DNA COMPROVOU A FALSA PATERNIDADE BIOLÓGICA ATRIBUÍDA AO AUTOR. II - IMPROCEDE A CONDENAÇÃO AO RESSARCIMENTO PELOS GASTOS EFETUADOS NA VIDA EM UNIÃO ESTÁVEL, TAIS COMO O PAGAMENTO DE ALUGUEL E CONDOMÍNIO DA MORADIA DO CASAL, COMPRA DE ROUPAS E SAPATOS PARA A RÉ, PORQUE MOTIVADOS POR VALORES SENTIMENTAIS QUE AFASTAM AS ALEGAÇÕES DE DANOS EMERGENTES OU ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. III - HÁ DEVER DE RESSARCIR OS GASTOS EMPREENDIDOS COM A MENOR PORQUE DECORRENTES DE PATERNIDADE IMPUTADA DE MÁ-FÉ PELA APELADA-RÉ AO APELANTE-AUTOR. IV - NÃO PROCEDE PEDIDO DE RESSARCIMENTO DOS VALORES GASTOS COM O EXAME DE DNA E COM OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS PELO A JUIZAMENTO DE AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE, PORQUANTO CONFIGURA-SE EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO. V - HÁ DANO MORAL NA OMISSÃO DA VERDADEIRA PATERNIDADE DA FILHA E FORAM VIOLADOS OS DIREITOS DE LEALDADE E RESPEITO EXIGIDOS DOS COMPANHEIROS EM UNIÃO ESTÁVEL. ART. 1.724 DO CC/02. DEMONSTRADA A LESÃO AOS DIREITOS DA PERSONALIDADE DO AUTOR, UMA VEZ QUE EXPERIMENTOU CONSTRANGIMENTOS QUE EXTRAPOLAM A FRUSTRAÇÃO DO FIM DA UNIÃO ESTÁVEL, POIS FOI OFENDIDO mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. EM SUA HONRA BEM COMO HUMILHADO DIANTE DE SEUS FAMILIARES, AMIGOS E COLEGAS DE PROFISSÃO, EM RAZÃO DA VERDADE REVELADA. VI - A VALORAÇÃO DA COMPENSAÇÃO MORAL DEVE OBSERVAR O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE, A GRAVIDADE E A REPERCUSSÃO DOS FATOS, A INTENSIDADE E OS EFEITOS DA LESÃO. VII - APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.(TJ-DF - APL: 519579520058070001 DF 0051957-95.2005.807.0001, Relator: VERA ANDRIGHI, Data de Julgamento: 09/05/2012, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: 31/05/2012, DJ-e Pág. 154) DOS PEDIDOS Diante dos fatos e fundamentos da presente ação, seguem os pedidos a ela pertinentes: A) A citação do Requerido na pessoa de sua representante legal, para apresentar defesa, sob pena dos efeitos da revelia e confissão quanto à matéria de fato, e, ao final aguarda a PROCEDÊNCIA da ação, com a consequente declaração de que o Requerente não é o pai biológico do Requerido, exonerando-o da obrigação alimentar. B) a realização dos exames necessários, genéticos, de sangue e outros das partes, provas estas indispensáveis para a obtenção de uma resposta segura; C) que seja, caso se comprove a ausência de vínculo genético, declarada a inexistência de relação de filiação entre o Requerente e oRequerido, bem como a nulidade do assentamento do registro de nascimento do menor, procedendo-se, conseqüentemente: (a) à exclusão do nome do autor, MARIO SANTOS DA SILVA, do assentamento do registro civil de nascimento de PLINIO SANTANA DA SILVA; (b) à exclusão do patronímico DA SILVA do nome da criança; (c) à exclusão dos nomes dos avós paternos, a Sra. Joana Santos da Silva e o Sr. João Oliveira da Silva; mailto:unebassociados@hotmail.com- ADVOGADOS ASSOCIADOS A D V O C A C I A RUA CARLOS III, Nº 135, ED. EMPRESARIAL WALL STREET, SALAS 1004/1008, JARDIM BRASIL, NESTA CAPITAL. CEP: 41.442-23 – TELEFONE: 55 (71) 3340-2246 – EMAIL: UNEBASSOCIADOS@HOTMAIL.COM- SALVADOR-BAHIA-BRASIL. D) que seja expedido Ofício à Empregadora do Requerente para que sejam interrompidos os descontos em folha de pagamento, em face da exoneração deferida. E) seja intimado o membro do Ministério Público para intervir no feito; F) seja determinada a expedição de mandado ao competente Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, a fim de promover as devidas alterações; G) requer seja condenada a parte ré em honorários advocatícios a serem arbitrados por ocasião do julgamento em vinte por cento (20%) do valor da causa, e em custas processuais, conforme Código de Processo Civil, artigo 20. H) protesta pela produção de todas as provas permitidas em Direito, especialmente a documental, a testemunhal, a pericial (notadamente o exame para análise do ácido desoxirribonucleico). I) Danos morais no valor de 15.000,00 (Quinze mil reais ) Pede Deferimento. Salvador, 16 de novembro de 2016. _____________________________________ ADVOGADO OAB/BA nº mailto:unebassociados@hotmail.com-
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