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P ag in a | 1 UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA MANUAL DA CADEIRA EXPLORAÇAO MINEIRA E AVALIAÇAO DE JAZIGOS (2° Semestre, Segundo bloco_4º ANO) CURSO DE LICENCIATURA EM GEOLOGIA Salvador Mondlane Júnior Maputo; Ediçao 1A, 2010 P ag in a | 2 À MINHA FAMILIA SALVADOR MONDLANE JÚNIOR 2010 DEDICATÓRIA P ag in a | 3 AGRADECIMENTOS A todas as pessoas de bem na áreas das geociencias, o meu Kanimambu P ag in a | 4 PROGRAMA TEMÁTICO CURSO GEOLOGIA DISCIPLINA GEOLOGIA MINEIRA E AVALIÇÃO ECONÓMICA DE JAZIGOS ANO: 4º SEMESTRE: 8º BLOCO: I CARGA HORÁRIA SEMANAL: 4H Disciplina de formação Geral Básica Específica Básica Especialidade OBJECTIVOS GERAIS No fim desta cadeira o estudante deve ser capaz de: - Definir e diferenciar os métodos de exploração mineira. - Conhecer os métodos de amostragem do jazigos na área mineira. - Saber tratar dados mineiros com vista a avaliação do potencial mineiro duma area - Saber conduzir uma pesquisa geológica na área mineira - Saber desenhar um projecto mineiro com todos os seus elementos. - Saber conduzir uma avaliação económica dos jazigos minerais. - Saber calcular reservas com base nos vários métodos existentes. - Conhecer os princípios de um estudo de viabilidade para a implantação de projecto mineiro. TEMAS Teór. Prat. Lab. TOTAL 1. Introdução 2. Pesquisa subterrânea 3. Amostragem de jazigos 4. Tratamento de dados 5. Métodos de exploração 6. Modelamento de jazigos 7. Avaliação económica de jazigos 8. Cálculo de reservas e do potencial económico de uma mina 9. Estudo de viabilidade técnica, económica e ambiental da Indústria mineira Avaliação 2 5 5 3 4 2 3 4 3 3 3 3 3 6 2 6 4 1 2 8 8 6 10 4 3 10 7 4 TOTAL 36 28 64 Disciplinas Precendentes:Jazigos Minerais II; Pesquisa Geológica e Métodos de Exploração Mineira. Disciplinas Subsequentes: Nenhuma X P ag in a | 5 TEMAS PARA TRABALHOS DE INVESTIGAÇÃO BIBLIOGRÁFICA “SEMINÁRIOS” Formulação Geral do Problema: Escolha um destes depósitos e descreva sumariamente, fale da sua distribuição geográfica, descreve os métodos de amostragem e prospecção e pesquisa usados, métodos de calculo de reservas usados, métodos de exploração e estudos de casos típicos no mundo. 1. Depósitos de Diamantes em Kimberlitos e Métodos de Exploração (Morais) 2. Depósitos de Cu Porpirítico (Mate) 3. Depósitos de Carvão (Paulinda) 4. Depósitos de Sulfuretos Massiços Complexos (Anibal) 5. Depósitos de Alteração (Celia) 6. Depósitos SKARNS (Banda) 7. Depósitos de Ferro (Nhadamo) 8. Depósitos em Placers (Femerape) 9. Depósitos de Pegmatitos 10.Depósitos de Ouro Primário (Ernesto) 11. Depósitos de Ouro em Greenstones Belts Arcáicos (Mondlane) 12.Depósitos dos Elementos do Grupo da Platina (PGE) (Bembele) 13.Depósitos de Nb-Tantalite 14.Depósitos de Grafite 15.Depósitos de Petróleo e Gás Natural 16.Materiais de Construção Key Note: Entregar duas semanas antes do fim do bloco P ag in a | 6 Conteúdo Página 1. INTRODUCÇÃO 10 1.1 GEOLOGIA NA INDÚSTRIA MINEIRA 10 1.2 GEOLOGIA PURA E APLICADA 10 1.3 CAMPOS DE GEOLOGIA APLICADA 10 1.4 ESPECIALIDADES EM GEOLOGIA MINEIRA 11 1.5 A GEOLOGIA NA MINERAÇÃO 11 1.6 MINERAÇÃO E A SOCIEDADE 11 1.7 DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA MINEIRA 13 1.8 REFERENCIAS 16 2. MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO (SUBTERRANEA) 17 2.1 TERMINOLOGIA: (REVISAO) 17 2.2 EXPLORAÇÃO SUBTERRÂNEA 19 2.2.1 ACESSO 20 2.2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO SUBTERRÂNEA 20 2.2.3 MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO SUBTERRÂNEA COM SUPORTE 22 2.2.4 EXPLORAÇÃO EM ROOM & PILLAR 24 2.2.5 SUBLEVEL STOPING 26 2.2.6 CUT AND FILL 29 2.2.7 SHRINKAGE STOPING 30 2.2.8 SQUARE SET STOPING 31 2.2.9 MÉTODOS SEM SUPORTE/ CAVING METHODS 32 2.2.10 BLOCK CAVING 32 2.2.11 SUBLEVEL CAVING 33 2.2.12 LONGWALL MINING 34 2.3 EXPLORAÇÃO MARINHA E DE ALUVIÕES 36 2.3.1 EXPLORAÇÃO DE AREIAS DE PRAIA E ALUVIÕES 36 2.3.2 EXPLORAÇÃO MARINHA 38 2.4 SUMÁRIO DOS MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO 39 2.5 REFERÊNCIAS 39 3. PESQUISA GEOLÓGICA SUBTERRÂNEA 40 3.1 MAPEAMENTO SUBTERRÂNEO 40 3.1.1 INTRODUÇÃO 40 3.1.2 A MINA SUBTERRÂNEA 40 3.1.3 SELECÇÃO DE DADOS GEOLÓGICOS 42 3.1.4 O FORMATO DO MAPEAMENTO 42 3.1.5 PROCEDIMENTO NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO SUBTERRÂNEO 43 3.1.6 DETALHE GEOLÓGICO 45 3.1.7 NOTAS DO MAPEAMENRTO 47 3.1.8 LEVANTAMENTO DE STOPES, SHAFTS E TRABALHOS INCLINADOS (RAISES) 48 3.2 RESUMO 51 3.3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 51 P ag in a | 7 4. AMOSTRAGEM 52 4.1 INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS 52 4.1.1 DEFINIÇÃO 53 4.2 PRINCÍPIOS GERAIS DE AMOSTRAGEM 53 4.3 MÉTODOS DE AMOSTRAGEM 55 4.3.1.1 Amostras do Chão 59 4.4 OUTROS MÉTODOS DE AMOSTRAGEM 59 4.4.1 AMOSTRAGEM EM CHIP ( LASTES) 60 4.4.2 AMOSTRAGEM DO ENTULHO (MUCK SAMPLING) 60 4.4.3 AMOSTRAGEM DE CARROS E/OU VAGONETAS 60 4.4.4 AMOSTRAGEM DAS SONDAGENS 61 4.5 REDUÇÃO DAS AMOSTRAS 61 4.6 ERROS NA AMOSTRAGEM 62 4.7 PRECAUÇÕES CONTRA SALTING (CONTAMINAÇÃO) 63 4.8 RESUMO 64 4.9 REFERENCIAS 65 5. TRATAMENTO DE DADOS DA AMOSTRAGEM E CÁLCULO DE MÉDIAS DAS ANÁLISES 66 5.1 MÉTODO GERAL 66 5.1.1 VALORES ERRATICAMENTE ELEVADOS 69 5.2 DISTRIBUIÇÃO DOS TEORES DENTRO DO BLOCO 71 5.3 FACTORES QUE AFECTAM A LARGURA DE EXPLORAÇÃO E LARGURA DE AMOSTRAGEM NUMA OPERAÇÃO MINEIRA 73 5.3.1 PARA O CASO DE MINÉRIOS DISSEMINADOS 77 5.4 RESUMO 77 5.5 REFERÊNCIAS 78 6. CÁLCULO DO TEOR E DE TONELAGEM DO MINÉRIO 79 6.1 TEOR MÉDIO 79 6.2 VOLUME 79 6.3 TONELAGEM 80 6.4 MINÉRIO AMOSTRADO POR SONDAGENS 81 6.5 RESUMO 82 6.6 REFERENCIAS 82 7. MÉTODO DE CÁLCULO DE RESERVAS 83 7.1 INTRODUÇÃO 83 7.2 CATEGORIAS DE RESERVAS 84 7.3 PROCEDIMENTO NO CÁLCULO DE RESERVAS 85 7.3.1 POSSÍVEL EXTENSÃO DE VALORES (ÁREA DE INFLUÊNCIA) 85 7.3.2 MÉTODO DAS SECÇÕES (PERFIS) 88 7.3.2.1 Teor 88 7.3.2.2 Área 89 P ag in a | 8 7.3.2.3 Áreas irregulares 90 7.3.3 PERFIS TRANSVERSAIS 97 7.4 SUMÁRIO 97 7.4.1 PERFIS LONGITUDINAIS PERFIS TRANSVERSAIS 97 7.4.2 MÉTODO DOS GRUPOS LINEARES 98 7.4.3 SUMÁRIO 98 7.5 PARA SONDAGENS EQUIDISTANTES FORMANDO 60° COORDENADAS 99 7.5.1 MÉTODO DOS GRUPOS TRIANGULARES 99 7.5.2 MÉTODO MATEMÁTICO 101 7.5.3 MÉTODO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA 105 7.5.4 APLICAÇÃO PRÁTICA (BASEADA NO AROGYASWAMY, 1988) 108 7.5.5 MÉTODO DAS ISOESPESSURAS 108 7.6 ESTIMAÇÃO DE RESERVAS DE PETRÓLEO 110 7.7 ESTIMAÇÃO DE RESERVAS DE GÁS NATURAL 111 7.7.1 MÉTODO VOLUMÉTRICO 111 7.8 RESUMO 111 7.9 REFERENCIAS 111 8. AVALIAÇAO ECONÓMICA DE JAZIGOS 113 8.1 INTRODUÇÃO 113 8.2 PREÇO DOS METAIS 113 8.3 CÁLCULO DO PREÇO MÉDIO AJUSTADO A INFLAÇÃO 114 8.4 EXERCÍCIO1 114 8.5 CÁLCULO DO PREÇO USANDO MÉDIAS MÓVEIS 115 8.6 EXERCÍCIO 2 115 9. ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÓMICA E AMBIENTAL DA INDÚSTRIA MINEIRA 117 9.1 DETERMINAÇÃO DE CUSTOS 117 9.2 AVALIAÇÃO ECONÓMICA DOS DEPÓSITOS MINERAIS 127 9.2.1 AVALIAÇÃO DE DEPÓSITOS NOS VÁRIOS ESTÁGIOS DE PROSPECÇÃO GEOLÓGICA 127 9.2.2 O MÉTODO DAS ANÁLISES TÉCNICAS E ECONÓMICAS 128 9.2.3 ANÁLISE DA AVALIAÇÃO ECONÓMICA DOS DEPÓSITOS 134 10. COMPARAÇÃO DOS DEPÓSITOS 138 10.1 COMPARAÇÃO DOS DEPÓSITOS VIA CONTEÚDO DE METAL 138 P ag in a | 9 Tabelas Página Figuras Página P ag in a | 1 0 1. INTRODUCÇÃO 1.1 Geologia na indústria mineira O que é que um geólogo de mina faz? Esta pergunta continua a ser um grande problema para muitos indivíduos ligados a indústria e a economia. “O que é que os dinossauros, a história da terra, etc. tem a vercom a escavação dos minerais?” Estas e outras frases podem bem aparecer nas cabeças de muita gente. Mas o geólogo de mina é o indivíduo capaz de prever o comportamento dos jazigos durante a escavação - ele faz isto com base na colheita de dados e análises, cuja combinação permite elaborar conclusões lógicas acerca do prosseguimento da mineralização na rocha. A previsão de que o poço vai alcançar um certo horizonte de mineralização a uma determinada profundidade, provem de uma cuidadosa e laboriosa tarefa de medição de espessuras de camadas, ângulos de inclinação, etc. 1.2 Geologia pura e aplicada A geologia, como outras ciências, tem ambos aspectos puro e aplicado. Mas em geologia os aspectos aplicados são inseparavelmente identificados com a própria geologia; a geologia mineira encontra campos de investigação, especialmente na identificação dos minerais opacos, no comportamento das soluções hidrotermais, e nas reacções químicas entre a água subterrânea e os sulfuretos. 1.3 Campos de geologia aplicada Mineração, certamente, é um dos campos onde a geologia encontra aplicações práticas. Na pesquisa de petróleo, a técnica geológica é considerada indispensável. No desenvolvimento de recursos de água, a hidrologia é aplicada a já muitos anos. Em projectos de engenharia civil, geólogos são chamados a aconselhar em todos os tipos de problemas ligados a rochas e P ag in a | 1 1 solos - fundações para barragens e pontes, condições previsíveis na abertura de túneis, e fonte de materiais para a construção de auto-estradas. 1.4 Especialidades em Geologia Mineira Geólogo em minas de ouro Geólogo em minas de chumbo Etc. 1.5 A Geologia na Mineração A industria mineira na sua tarefa de encontrar, seguir e extrair depósitos minerais, usou sempre a geologia. Actualmente, a maioria dos projectos de pesquisa e desenvolvimento de metais são feitos por geólogos ou sob orientação de geólogos - sejam estes projectos de pura investigação ou de levantamentos por serviços geológicos ou pelas próprias organizações minerais. A maior parte dos geólogos são empregues pelas minas, serviços geológicos e organizações de prestação de serviços em geologia. 1.6 Mineração e a Sociedade A mineração e a agricultura são a indústria primaria do mundo, a base para uma actividade económica avançada. Ao longo da história, a sociedade humana tem estado dependente dos produtos minerais e o uso de nomes como idade da pedra, idade do bronze e idade do ferro mostra esta relação. Talvez esta dependência é menos obvia hoje em dia. Muitas coisas usadas hoje na vida diária, exceptuando o ar, água e luz solar são produtos minerais ou são manufacturados com ajuda de produtos minerais. Consequentemente, toda a estrutura da sociedade apoia-se na livre circulação de minerais e produtos minerais. Depósitos minerais economicamente exploráveis são raros e eraticamente distribuídos na terra, e, actualmente, sabe-se que o domínio e posse de minerais tem sido motivo para muitos conflitos entre países. Um dos objectivos da invasão Romana ao Reino Unido era assegurar o fornecimento de estanho e outros metais básicos e, as expedições Espanholas a América do sul procuravam ouro. Mesmo hoje em dia , disputas sobre a soberania de alguns territórios P ag in a | 1 2 envolve minerais; por exemplo, o Sahara Espanhol (fosfatos), o canal Inglês (óleo - (petróleo)). Nenhum território é auto-suficiente em minerais (a ex URSS estava muito próximo desta posição) e, mesmo países ricos em minerais como os EUA devem importar produtos básicos como óleo, ferro, estanho, crómio, manganês e diamantes. Consequentemente, desde lá muito tempo que os minerais têm sido o principal produto comercializado internacionalmente (tabela 1.1). Tabela 1.1 - Transações mundiais de minerais seleccionados Mineral Produção Mundial em M.tons Exportação Mundial em M. tons Principais exportadores Principais importadores Bauxite 45 20.5 Jamaica, Suriname, Austrália, Guiana USA, Japão, Canada, Alemanha, CEI, Itália, UK, Franca Cobre 5.5 0.4 Canada, Chile Japão Alemanha Minério de ferro 680 235 Canada, Austrália, CEI, Suécia, Franca, Índia, Venezuela Japão, USA, Alemanha, Bélgica, UK, Czechoslovakia Chumbo 3.1 0.6 Canada, Perú, Austrália Bélgica, Alemanha, Japão, Franca Minério de Mn 18 8.5 África do Sul, Gabão, CEI, Brasil, Índia Franca, Alemanha, Noruega, UK Tungsténio 0.03 0.01 Korea do Sul, Bolívia, China, Austrália, Portugal UK, Alemanha Zinco 5.1 2.0 Canada, Peru, Austrália Bélgica, Japão, Franca, UK Carvão 3100 300 Austrália, USA Japão O rendimento directo ou indirecto gerado pela mineração e processamento mineral é consideravelmente alto. O mercado internacional de minerais tem sido para muitos países, sobretudo os do terceiro mundo, a principal fonte de divisas. Em 1975, por exemplo, 96% dos rendimentos em divisa da Zâmbia foram derivados de exportações de minerais (exemplo tabela 2). P ag in a | 1 3 Tabela 1.2 Exportações de minerais 1972 Região geográfica % por valor de mineral num total das exportações (1972) América do Norte 13.2 América do Sul 36.2 Europa 14.8 África 49.4 Médio Oriente 85.7 Ásia e Oriente 13.9 Austrália 22.9 Média Mundial 20.2 Em todos os países onde se pratica a mineração em qualquer escala, a indústria tem directa ou indirectamente um importante impacto económico. Directamente, ela providência emprego, paga salários, compra serviços, aumenta a habilidade de trabalhar do povo, paga impostos e, pela exportação a obtenção de divisas. Indirectamente, ela cria e mantém cidades novas, escolas, lares, lojas, hospitais, igrejas e serviços sociais, que por sua vez originam mais actividade económica. Ainda mais, as redes de transporte de muitas cidades surgem devido a necessidade de transportar minerais. 1.7 Desenvolvimento da industria mineira Mineração é a remoção de minerais do seu ambiente geológico natural e o seu transporte para os pontos de tratamento e uso. Definindo assim, a mineração abarcaria os materiais gasosos, líquidos e sólidos, mas por convenção o óleo, gás natural e a água são excluídos, uma vez que muitos dos problemas que eles apresentam são diferentes dos apresentados pelos materiais sólidos e, até recentemente, os dois lados da indústria tiveram pouco contacto. É importante observar o crescimento e o desenvolvimento histórico da indústria porque as tendências e generalidades que podem ser deduzidas hoje têm sido aparentes por muitas décadas, se não séculos. A mineração de uma forma ou de outra tem providenciado ao homem matérias primas essenciais a mais de 30.000 anos. A cerâmica argilosa czechoslovaka datada a 30000AC tem sido encontrada e as matérias primas para isto era provavelmente encontrada em trabalhos de P ag in a | 1 4 superfície pouco sofisticados. O uso de materiais minerais é retractado pelo menos a 18000AC (ouro e cobre), bronze (liga de estanho e cobre) a partir dos anos 3000AC. Por volta de 1000AC muitas culturas, notavelmente a Grega, estavam avançadas na manufactura de ferro e aço, embora a precisa natureza das técnicas dos trabalhos mineiros é pouco certa. Por volta de 8000AC, as primeiras minas de Flint” no Grime’s Graves, Norfolk, continha uns 800 poços subterrâneos, às vezes com 12m de profundidade e ligados por túneis subterrâneos de cerca de 1m². Tabela 1. 3 - Desenvolvimento histórico da mineração Período Avanços nas tecnologias mineiras Antes 2000 BC Pedreiras superficiais de flint, ferro meteórico, Cu e Au nativo; Pequenos poços subterrâneos com a forma de sino, mais túneis. Ferramentas primitivas tais como o uso de chifres como picaretas. 2000 - 1000 BC Idade de BronzeProcura de Cu, Sn, Au, Ag, Pb e Zn por trabalhos superficiais e subterrâneos. O fogo é usado para causar a expansão diferencial nas rochas quebrando-as. Uso de suporte do tecto das escavações. Uso da ventilação artificial. 1000 - 50 BC Idade do Ferro Maior variedade de minerais é trabalhada. Trabalhos superficiais mais largos, minas subterrâneas mais profundas (algumas minas egípcias atingiam 250 m de profundidade e empregavam 400 pessoas). Drenagem por baldes. Minério transportado por homens. 50 BC - AD 300 Idade Romana O princípio de Arquimedes e rodas de agua são usadas para a drenagem. Lâmpadas de azeite são usadas para iluminar as minas subterrâneas. Transporte manual de minério (cestos e sacos). Algumas minas espanholas atingiram 200 m de profundidade. AD300 - 1550 Medieval Uso da roda de agua puxada por cavalos. Bombas primitivas são usadas para drenar minas profundas (até 180 m). Primeira linha férrea construída nas minas (1480). Energia usada para britar e fundir minérios. AD 1550 - 1700 Aumenta o uso de túneis a partir de vales para drenar as minas profundas, onde túneis com comprimentos de 8 - 10 km eram comuns. Pó detonador é usado para explosões de rochas (1613). Varas de sondagens de ferro são introduzidos para a prospecção. O primeiro verdadeiro livro sobre a mineração é publicado (Georgius Agricola, 1556). AD1700 - 1800 Revolução Industrial Primeira maquina a vapor para o bombeamento (1712). Motores melhorados e aplicadas para bombagem e extracção de fumos. Linhas férreas. Maior expansão da actividade mineira na Europa, especialmente de carvão e ferro. AD 1800 - 1900 Cinturas introduzidas para puxar elevadores nos poços. Introdução de cabos de ferro. Ventilação das minas por ventoinha. Primeiro cortador de carvão mecânico (1850 - 1860). Ar comprimido usado com sucesso para sondagens mecânicas (1870 em diante) e para transporte. Electricidade usada para rodar e bombear (1880s). Desenvolvido a prospecção de minas. Teorias geológicas (ex. estratigrafia) são usadas P ag in a | 1 5 para prever a ocorrência de corpos de minério. Pás hidráulicos são introduzidos (1890 em diante) usado para escavações a céu aberto. Desenvolvimento de explosivos baratos seguros e fáceis de manejar. AD 1900 até o presente Aumento da diversificação da utilização dos minerais. Mudança progressiva de exploração superficial para exploração subterrânea. Desenvolvimento da mecanização parcial ou total para operações mineiras de grande volume , baixo custo sem esforço físico humano. A tabela 3 sumariza os avanços que ocorreram na mineração ao longo do tempo e, várias tendências podem ser identificadas. Destas as seguintes são as mais importantes: 1. O número de minerais explorados tem aumentado. A partir do tempo pré-histórico de, principalmente Flints e argilas, a mineração produz hoje minerais baseados na maioria dos elementos que ocorrem naturalmente. Poucos, se algum, minerais caíram em desuso (mesmo Flint ainda é muito procurado) e a industria tornou-se crescentemente bastante diversificada. 2. A procura de minerais cresceu exponencialmente e a escala da mineração em termos de número de minas e, mais particularmente, a produção de cada mina tem aumentado. 3. Tem se notado contínuo crescimento na sofisticação dos métodos disponíveis para a localização, mineração e processamento de minerais, em resposta a esta maior actividade. 4. O trabalho manual tem sido largamente eliminado e substituído por máquinas. Destas tendências a mais fundamental é o rápido crescimento na procura dos produtos minerais, e a sua relação com a qualidade dos recursos disponíveis. Um exemplo simples mostra estas tendências; Em 1941 a população mundial era de 2000 milhões e a produção mundial do cobre metal era de 2.4 x10 6 toneladas provenientes de Mineralizações contendo, em média, 1.2% Cu. Isto conduz nos a um outro problema relacionado com o teor, nos anos 1900 os teores médios em que se explorava era de 5 - 8 % Cu. Agora explora-se a menos de 1.2% Cu (fig.1.1), o que exige maior sofisticação e maior esforço na compreensão da geologia. É muito difícil prever o futuro da industria mineira. É importante sublinhar aqui que um dos grandes factores que pode alterar significativamente as projecções do futuro da actividade mineira é o início de programas intensivos de reciclagem dos materiais, de modo que maior proporção da procura é satisfeita por esta via ou por materiais secundários e também a existência de substitutos. EXE. 1.1 Qual é o futuro da industria mineira na sua opinião? P ag in a | 1 6 Fig. 1.1 Mudanças no teor de cobre em minérios explorados nos EUA ( Minerals Yearbook) 1.8 Referencias Apontamentos sobre o curso de Geologia Mineira na Universidade Aberta da Inglaterra. Minerals Yearbook (1935-1970) Anos 2.0 1.5 1.0 0.5 0 1938 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 P ag in a | 1 7 2. MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO (Subterranea) 2.1 Terminologia: (revisao) Escavação - feita durante a fase de prospecção ou de desenvolvimento da mina, podendo ser: (I) Escavação feita fora do deposito mineral 1. Paralelo a direcção do deposito 2. paralelo a inclinação do deposito 3. Transversal a direcção de inclinação do deposito (ii) Escavação feita dentro do deposito de minério 1. Paralelo a direcção do deposito 2. paralelo a inclinação do deposito 3. Transversal a direcção de inclinação do deposito Existem vários métodos de exploração e diversas classificações, veja-se esta por exemplo: I. Exploração Alluvionar 1. Bateamento 2. Rocker 3. Longton 4. Slicing 5. Derrick and Cableway 6. Hydraulicking 7. Drift mining 8. Dredging II. Exploração a céu aberto 1. Carregamento manual a) Camiões e dumpers b) Transporte directo c) Transporte por cabo aéreo 2. Carregamento por maquinas a) Drag line b) Pás eléctricas c) Scrapers d) Land dredges e) Pontes sobre a cobertura f) Escavadoras “bucket wheel” g) Tapetes rolantes (flight/belt) h) Spreaders P ag in a | 1 8 3. Glory hole 4. Exploração de Kaolino III. Exploração Subterrânea Sem Suporte 1. Gophering 2. Open Stoping 3. Open Underhand Stoping 4. Open Overhand Stoping 5. Underground Glory hole 6. Room and Pillar 7. Sublevel method Com Suporte A. Frentes protegidas de madeira (método dos quadrados) 1. Flat backed 2. Domed 3. Rill 4. Vertical face 5. Underhand B. Stopes preenchidos 1. Filled flat back (vein) 2. Filled flat back (wide ore bodies) 3. Filled dry wall (wide ore bodies) 4. Resuing 5. Crosscut method 6. Inclined cut and fill - filled rill - stopes C. Shrinkage Stopes D. Mitchell Sching System E. Caving methods 1. Top sclicing 2. Sub-level caving 3. Block caving P ag in a | 1 9 2.2 EXPLORAÇÃO SUBTERRÂNEA A exploração subterrânea é menos flexível que a superficial. O tempo perdido para conseguir acesso ao minério é normalmente maior e é muito mais difícil desviar-se dos níveis de produção planificados. A produção máxima em qualquer frente de trabalho é sempre menor que na exploração superficial e geralmente é necessário explorar mais do que uma frente em simultâneo. É extremamente importante que o plano de toda a mina e o programa de trabalho seja cuidadosamente preparado com antecedência a operação. Antes da produção começar o acesso a um número suficiente de áreas de trabalho devem ser obtidos para garantir a continuidade a um ritmo de produção desejado. Este estágio pode levar muitos anos a completar-se. No estágio de produção a escavação do minério deve ser coordenado com o desenvolvimentosubterrâneo de ruas horizontais, verticais ou inclinados para permitir o acesso a cada bloco de minério. Para manter um nível constante de produção, o desenvolvimento deve ser feito antes da exploração de modo a garantir que o espaço de trabalho e de solução de possíveis problemas tais como água subterrânea, zonas de fraqueza das rochas, etc. esteja disponível. Assim a planificação deve ser feita com pelo menos 12 meses de antecedência. Na exploração subterrânea há que considerar alguns termos específicos como os apresentados na fig. 8.14. Fig. 8.14 Temos na exploração subterrânea (Peters, 1987) “Colar” de Poço Entradas Estação do Nível Rampa em Espiral Afloramento do veio Galeria/adif Winze Raise Passagem de Minério Frente “incline” Passagem de Pessoal Passagem de Minério Camara de Careregamentos Galeria Galeria Atrás Atrás Travessa Travessa Stope Pillar Estação de Sondagem “Sump” Subníveis “Chutes” Saídas do Minério P ag in a | 2 0 2.2.1 ACESSO O prrimeiro estagio na exploração subterranea de um jazigo é obter o acesso a partir da superfície para as áreas de trabalho. As entradas apresentadas na fig. 8.15 são geralmente categorizados de acordo com a sua inclinação da seguinte forma: (1) poços verticais; (2) declives (túneis de ligeira inclinação - entre 5 e 20 graus); (3) Túneis horizontais (adits). O principal objectivo de um acesso e desenvolvimentos associados é permitir aos homens, equipamento, rejeitos, agua e ar usados poder ser trazidos para a superfície. A selecção do tipo de acesso depende principalmente da geometria e posição do depósito em relação a superfície e parcialmente dos custos. Fig. 8.15 Diferentes tipos de acessos ao minério (Open University, 1991) 2.2.2 Classificação dos Métodos de Exploração Subterrânea Devido a grande importância de controlar o comportamento das rochas encaixantes, os métodos subterrâneos são tradicionalmente classificados de acordo com o tipo de suporte usado. (a ) (b ) (c ) Poço Poço Adit (galeria) Slope Galeri a P ag in a | 2 1 MÉTODOS SUBTERRÂNEOS MÉTODOS COM SUPORTE MÉTODOS SEM SUPORTE (CAVING) SUPORTE NATURAL SUPORTE ARTIFICIAL ROOM & SUBLEVEL CUT & SHRINKAGE SQUARE BLOCK SUBLEVEL LONG- PILLAR STOPING FILL SET CAVING CAVING WALL Fig. 8.16 Classificação dos principais métodos de exploração subterrânea (Open University, 1991) A escolha do método é muito difícil, exigindo um estudo detalhado das condições da mecânica das rochas, geologia, estrutura, etc. Contudo, estas condições não podem cobrir todo o depósito, pelo que é possível mudar de método para certas partes do deposito. Alguns critérios para agrupar estas características são: - Veios e camadas podem ser considerados estreitos (finos) quando tiverem menos de 2 m, e largos (espessos) quando tiverem 5 - 10 m. - Rochas facilmente quebráveis, tais como o carvão, são consideradas fracas, as rochas mais competentes, como os calcários, são consideradas médias e por exemplo o granito é forte. - Inclinação - <10° - semi - horizontal; 10°- 50° - inclinados e 50°- 90° - muito inclinados. Tabela 8.1 Critérios de Selecção dos Métodos Subterrâneos Características das rochas Características Geológicas Método Exploração Minério Ganga Tipo de Deposito Inclinação Depo. Suporte Natural Room & Pillar Médio a Forte Médio a Forte Bandas estratificadas finas ou espessas Horz. a pouco inclinado Sublevel Stoping Médio a Forte Forte 1. Veios largos ou estr. 2. massiços Muito Inclinado Suporte P ag in a | 2 2 artificial Cut & Fill Médio a Forte Fraco a Médio 1. Veios estr. a largos 2. Massiços Inclinado a muito inclinado Shrinkage Médio a Forte Médio Veios estreitos a largo Incl. a mto inclinado Square Set Fraco Fraco a Médio 1. Veios estreitos a larg 2. Massiços Inclinados a muito inclinados Sem Suporte Caving Block Caving Fraco a Médio Fraco Médio 1. Veios largos 2. Massiços Muito inclinados Sublevel Caving Médio a Forte Fraco a Médio 1. Veios largos 2. Massiços Muito inclinados Longwall Fraco a Médio Fraco a Médio Bandas finas estratificadas Horizontal a pouco inclinado EXE. 7 Identifique os métodos apropriados para os seguintes depósitos I) Bandas fortes de rocha de Ferro com 2 m de espessura mergulhando 5°e coberta por um argilito médio. ii) Veio de quartzo mineralizado com Au, variando de 3 a 20 m, mergulhando 5° e sobreposta por rochas médias. iii) Uma rocha massiça forte contendo Cu rodeado por uma ganga forte. 2.2.3 Métodos de Exploração Subterrânea com Suporte Estes métodos têm como objectivo preservar a integridade estrutural das rochas a volta da escavação. Estes evitam colapsos de rochas e subsidências. Quando se considera suporte natural as cargas são devido ao stress e peso das rochas no tecto da escavação são sustentadas ou por paredes laterais ou por pilares feitos de minério não escavado. A principal vantagem do suporte natural é ser barato, simples e flexível. A principal desvantagem é a baixa recuperação, fraca selectividade, etc. A fig. 8.17 ilustra uma amostra de uma mina com as várias operações mineiras e termos (Mallinson 1995). P ag in a | 2 3 Casa de Máquinas Suporte de Produção Ventoínha Poço de Ventilação Pilar Horizontal Open Pit Cobertura Subnível I Nível Auxiliar Stope Rampa Subnível II Passagem de Minério Poço Principal Galeria de Rolagem Nível Principal I Corpo de Minério Raise de Passagem de Pessoal Passagem de Minério Passagem da Ganga Nível Principal II Britadeira Subterranea Murro Tecto Silo de Minério Skip Estação de Enchimento Sump Winze Galeria de Exploração Sondagens P r o s p e c ç ã o D e s e n v o l v I m e n t o p a r a P r o d u ç ã o P r o d u ç ã o Fig. 8.17 Diagrama de uma mina em operação (Mallinson 1995). P ag in a | 2 4 2.2.4 Exploração em Room & Pillar Geralmente aplicado para depósitos regulares e estratificados horizontais ou com menos de 30° de inclinação. O minério, o tecto e o muro devem ser de resistência média. Usado para depósitos não metamorfisados, tais como carvão, calcário, sal e potássio. Na essência o método consiste na escavação do metal o mais completo possível, deixando somente pilares para o suporte do tecto. As dimensões relativas do local de trabalho (chamado sala) e os pilares são determinados pela resistência do minério e da ganga e do peso do material do tecto. Escolhe-se uma geometria simples de layout (planta) para facilitar a planificação da mina, a mecanização e a alta produtividade. Exemplo fig. 8.18 é um exemplo típico em que o material deixado como pilar constitui cerca de 10% em material mais resistente até 50% em material menos competente e depósitos muito inclinados. Nos depósitos de pequena possança (7 m de espessura) as salas são avançadas num ciclo simples de operações (fig.8.19) - sondagem, explosão, carregamento, transporte, e limpeza da frente. Isto é chamado avanço completo da frente. Fig. 8.19 Sequência de operações em R&P a) Sondagem, b) Explosão, c) carregamento, e) Britagem primaria (Open University,1991) Em depósitos mais espessos este procedimento é inconveniente e caro - geralmente só se extrai com este método a parte superior. As secções inferiores são exploradas num ciclo semelhante ao descrito na fig. 8.20. Superfíc ie Fig. 8.18 Planta de uma escavação R&P típica. O R é a sala, o P o pilar, o D é a pilha do minério para a britagem primária em C. ( Open University, 1991) (a) (b) (c) (d) (e) Britage m Para a superfície Direcção de avanço P ag in a | 2 5 Fig. 8.20. R&P para minérios com mais de 7 m de espessura (Peters, 1987). Nos depósitos muito espessos, o ciclo de exploração poderá exigir uma série de bancadas - a fig. 8.21 mostra o arranjo. Quando o tecto é fraco, então deixa-se uma parte do minério para sustei-lo. A altura máxima das salas é de 30 m em rocha firme e menos em estratos mais fracos. Os depósitos com espessura maior que esta poderão ser explorados por níveis. EXE. 8 Uma camada de gesso de 8 m de espessura é explorada pelo método R&P usando uma configuração semelhante a da fig. 8.18. Os pilares são 10m² e as salas têm 10 m de largura. Horizontes de 1 m de espessura são deixados no tecto e no muro. Qual é a percentagem de extracção por volume? A maior vantagem deste método é a flexibilidade, capacidade de aumentar ou diminuir a produção, facilidade de mecanização, as áreas trabalhadas funcionam como vias de acesso de trabalho, uma ventilação adequada, e ser barato. Desvantagens - o tecto pode deteriorar-se e os pilares também - o que implica custos adicionais para a manutenção. - O abandono do minério que serve de pilar Os pilares mais tarde são retirados. bancada Ciclo simples completo Fig. 8.21 Mina em R&P com múltiplas bancadas (sem tecto) (Open University, 1991). P ag in a | 2 6 2.2.5 Sublevel stoping Aplicado para depósitos massiços ou corpos de minério muito inclinados e irregulares em tamanho. A rocha encaixante deverá ser forte e o minério poderá ser médio. Poderá ser modificado para veios estreitos mas uma largura mínima de 6 m é exigido para se alcançar maior produtividade. Procedimento: Supõe que um corpo muito inclinado está para ser explorado aplicando este método (fig.8.22a). Inicialmente o depósito é dividido em blocos de 30 a 100 m de altura, se o comprimento do depósito for maior que 100 m poderá ser subdividido (fig. 8.22b); Neste caso em três, cada região é marcada por um S (stope) o que significa que será explorado separadamente. Considere agora o procedimento da escavação dos três stopes superiores. As galerias de acesso a partir da galeria principal são abertas até perto do minério no bloco considerado. Os túneis são escavados perpendicularmente as galerias de acesso e paralelamente ao corpo de minério (fig. 8.22c) - estes são chamados drives ou drifts. Os crosscuts são feitos a partir dos drives para dentro do corpo (fig. 8.22d) e os crosscuts do topo e da base do bloco são ligados por um raise muito inclinado através do minério (fig. 8.22e). Como é que se faz a escavação?! Os raises adjacentes são ligados por uma série de drives de sondagem no topo e na base do bloco nas elevações intermédias - chamadas sublevels (fig. 8.22e). Um dos raises é estendido por toda a largura do corpo e toda a altura do bloco. São feitas sondagens no corpo e o minério é explodido no ciclo inicial onde cai para o fundo do stope (fig. 8.22e). Cones são abertos por cima de cada crosscut e estes agem como funis para colher o minério quebrado onde pode ser transportado. P ag in a | 2 7 Fig. 22 Sequência das operações no desenvolvimento de uma mina por sublevel stopping (Open University, 1991) A figura 8.23 ilustra um stope parcialmente explorado. (a) (b) (c) (d) Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 30 - 100m 30 - 100m 30 - 100m S S S S S S S S S Galeria Travessas Acesso do poço principal Travessa a partir do poço Sub-Níveis Galeria de Sondagem Raise (e) P ag in a | 2 8 Fig. 8.23 Diagrama de um stope parcialmente explorado. (Mallison, 1995) Após a exploração do stope - este é deixado aberto e sem suporte. Geralmente deixa-se algum pilar para suporte (fig.8.24). Na prática o arranjo é mais complexo que o descrito nas fig. 8.22, 8.23 e 8.24 mas o principio é o mesmo. Este método tem a vantagem de ser barato e simples. A sondagem, explosão, carregamento são operações feitas independentemente, o que permite alta utilização das máquinas e maior produtividade dos homens. Contudo o método é relativamente inflexível, baixa flexibilidade, qualquer irregularidade do corpo resulta na diluição do minério. Pilar Sondagens Poço Principal Rolagem de acesso Stope Minério Raise Stope Explorado Subnível Galeria de Rolagem Galeria de Sondagem Fig. 8.24 Representação esquemática de três stopes completamente explorados (Open university, 1991) Minério Quebrado Ponto de Saída do Minério Travessas Galeria P ag in a | 2 9 2.2.6 Cut and Fill Originalmente desenvolvido para exploração de veios muito inclinados, contudo agora é aplicado de uma forma modificada para depósitos massiços. O corpo é dividido verticalmente em intervalos de 30 a 100 m por uma série de níveis de movimentação importantes como no sublevel stoping. Estes são feitos à muro e ligados com o shaft principal. Os crosscuts são feitos a partir do drift principal para intersectar o minério em todos 15 - 30 m. Em veios estreitos ou médios em largura o depósito é dividido longitudinalmente em blocos (S) normalmente de 30 - 100 m de comprimento. O depósito é assim dividido em blocos convenientes cujas dimensões são 30 - 100 x 30 - 100 [m]. Geralmente deixa-se pilares de minério entre “stopes” adjacentes. Em cada bloco um ou mais raises são abertos entre os níveis de transporte principais para fornecer ventilação e acesso para homens e máquinas. Fig. 8.25 Operações no método C & F (Peters 1987) Depois deste trabalho preparatório o minério é extraído em séries de fatias que começam da base ao topo. A fig. 8.25 ilustra as operações mais comuns no C & F. A espessura de cada fatia é entre 2 e 4 m e o minério é furado e explodido carregado e transportado. Quando uma fatia completa tiver sido extraído, parte do vazio resultante é enchido por desperdícios para suportar as paredes laterais da escavação e servir de piso para a fatia seguinte. Na figura 8.26 está representado um diagrama do método. Raise de Serviço Tubagem Torre de Drenagem Enchimento Húmido Minério Quebrado Enchimento Passagem de Minério Sondagem p/ explosivos Minério Barricada Raise do Draino Ancoragem P ag in a | 3 0 Fig. 8.26 Diagrama do método C & F (Hustrulid, 1982) Devido a problemas de acesso e limitado espaço, o equipamento é pequeno. As máquinas de sondagem ou são manuais ou são pequenas sondas e scrapers mecânicas que são usadas para carregar o minério. Cut & fill é o método mais comum nos métodos com suporte artificial, provavelmente porque é fácil de mecanizar. As outras vantagens são a habilidade de seguir os corpos irregulares. É um método bastante selectivo (teor). As desvantagens são de ordem económica. O s custos são acrescidos pela necessidade de material para enchimento. A produtividade é baixa - menos de 10 toneladas por turno por homem. 2.2.7 Shrinkage Stoping É semelhante ao cut & fill. A sequência inicial para o desenvolvimento é idêntica. Contudo, é comum fazer-se uma série de pontos de descida de minério (cones interligados) a partir do crosscut. A principal diferença entre cut & fill e shrinkage é que o minério partido é deixado no local para suportar as paredes laterais e formar o piso de trabalhocom o progresso do stope (fig.8.27). Os acessos para homens são mantidos para permitir ventilação. Rampa Passagem de Pessoas Galeria de Transporte Passagem de Minério Material de Enchimento Sondagem Raise p/ o enchimento, transporte, ventilação, etc P ag in a | 3 1 Fig. 8.27 Método Shrinkage, representação esquemática. (Peters, 1987) Quando o minério é explodido há um aparente aumento de volume ( 70%) devido a presença de vazios no material partido. Isto significa que depois de explodir é preciso limpar o lugar para se poder ter espaço para trabalhar. Quando o stope alcançar o nível de cima o minério partido deixado anteriormente é recuperado. Ostensivamente este método oferece todos os benefícios de cut & fill com extra vantagem de não precisar de material para enchimento. Contudo o seu uso tem diminuído devido as seguintes desvantagens: - Cerca de 60% do minério matem-se no stope até a ultima fase. - É difícil tirar o minério, mesmo providenciar um piso bom para trabalhar, e minério partido pode estar pendurado e atrasar as operações ou mesmo criar acidentes. - Em depósitos com paredes fracas ocorre diluição significante. - Depois de explorar todo o minério um grande vazio é deixado no local - podendo causar subsidências ou afectar a estabilidade de outros stopes. Geralmente enche-se este vazio para minimizar estes problemas - o que significa custos adicionais. 2.2.8 Square set Stoping É essencialmente uma variante do método cut & fill com um aditivo de suporte em madeira. No cut & fill o minério deve ser de resistência média sempre que o tecto do stope não é suportado. Em minério fraco o tecto deve ser suportado e isso é alcançado no método square set pelo uso de madeiras em padrão regular. A principal vantagem desta técnica é a habilidade de explorar minério fraco confinado em paredes fracas. Contudo, o uso de madeira para suporte aumenta os custos e baixa Secção Longitudinal Secção Transversal Tecto Murro Pilar do Tecto Pilar do nível Minério Sondagens Sondagens Raise de Movimentação e Ventilação Pilares Laterais Raise Minério Quebrado Galeria de Pessoal Pontos de Saída do Minério Nível Galeria de Rolagem P ag in a | 3 2 substancialmente a produtividade. O método não é próprio à mecanização e é obsoleto, sobrevivendo somente em depósitos com teores altos, especialmente em regiões onde a madeira é barata. 2.2.9 Métodos sem suporte/ caving methods Nestes métodos o minério e/ou rochas encaixantes são encorajados a desmoronar-se dentro duma área escavada. Este método aproveita-se das fraquezas das rochas. A subsidência provocada por este método destrui o tecto do depósito. Os métodos não podem ser usados em zonas de difícil subsidência; a presença de água superficial ou subterrânea pode minimizar o uso deste método e, não pode ser usado na exploração de minerais que podem sofrer combustão espontânea; por exemplo a pirotite. 2.2.10 Block caving É aplicado a depósitos massiços largos e/ou muito inclinados de baixa a média resistividade é um dos métodos de exploração mais barato. A figura 8.28 mostra os estágios na exploração por block caving. Fig. 8.28 Diagrama esquemático dos estágios de exploração por Block caving (Open University, 1991) O corpo de minério é dividido em grandes blocos, geralmente com secção horizontal que excede os 1000 m². A maior via de transporte e comunicação é instalada dentro do bloco a ser explorado com um padrão regular de distribuição de drives. A partir dos drives uma série de cones de extracção do minério são feitos. Estes cones são intercomunicados uma vez que constituem a via de extracção do minério. Encravamento Galeria de Rolagem Sondagem de Explosão do Corte Inferior P ag in a | 3 3 O bloco é completamente descalço por sondagens, explosão e remoção de uma fatia horizontal por cima dos cones. O descalçamento do bloco conduz a fracturação gradual sob influência da gravidade e o minério partido cai dentro dos cones para ser carregado e retirado. Quando o minério caverna - se o tecto também cai para cobrir o vazio deixado pelo minério (fig. 8.29). Fig. 8.29 Método Block caving (Peters, 1987) O método tem a vantagem de ser barato e seguro, uma vez que o homem não precisa entrar na frente de trabalho. Contudo, as etapas iniciais são complexas e difíceis de mecanizar. Uma exigência importante é que o bloco deve soltar-se em pedaços suficientemente pequenos para evitar o bloqueio dos cones e a necessidade de explosões secundarias. É muito difícil evitar a diluição, por isso este método é aplicado a jazigos de baixo e uniforme teor. Uma maneira de maximizar a recuperação com mínima diluição os níveis superiores já explorados devem ser mantidos horizontais - isto consegue-se por um grande controlo do grau de sadia do minério nos vários cones. 2.2.11 Sublevel caving Tem muita semelhança com o método sublevel stoping. É geralmente aplicado ao mesmo tipo de jazigos, i.e. massiços ou veios muito largos e muito inclinados de minério médio a forte. A principal e mais importante diferença é que o sublevel caving é aplicado quando encontrar-se numa rocha encaixante de resistência média a fraca que não resiste sem suporte depois da remoção do minério. Assim, é a rocha encaixante que cai em vez do minério. Ganga Minério não Cavernado Superfície original Ganga e Cobertura Cavernada Minério Quebrado Ponto de Saída do Minério Explusão de Furos Nível de Corte Inferior Nível Raise de Transferência Nível de Rolagem P ag in a | 3 4 A sequência geral de desenvolvimento é a mesma que sublevel stoping (fig.8.30). Contudo, quando o minério é perfurado e explodido ele é rodeado por encaixante nos três lados; o murro, o tecto, e o material da remoção anterior. É importante a planificação cuidadosa do padrão dos níveis e outros porque qualquer erro guia a alta diluição e baixa recuperação do minério. Fig. 8.30 Diagrama de desenvolvimento do método Sublevel Caving (Open University, 1991) As principais vantagens destes métodos são: - o homem trabalha em condições relativamente seguras, alta produtividade poderá ser alcançada com o uso de equipamento mecanizado. Contudo, a ventilação de muitos becos sem sadia é muito difícil e se a desmorronação der-se muito rapidamente e a remoção tiver que ser feita logo a seguir isto pode perigar os homens. Os custos de desenvolvimento deste tipo de minas são muito altos. 2.2.12 Longwall mining É aplicado a depósitos extratiformes estreitos com espessura entre 0.5 e 2.5 m. O minério pode ser de resistência fraca a média mas a camada de cobertura pode ser suficientemente fraca para desmoronar naturalmente ou com ajuda de explosivos. Este é o método padrão para a extracção de carvão na maioria das minas de carvão na Europa. Encravamento da Cobertura Exploração por Sondagem e Carregamento Sondagens Prontas para a exploração Sondagens Desenvolvimento das ruas Prospecção Nível Principal Passagem de Minério P ag in a | 3 5 A fig. 8.31 mostra uma mina típica. O depósito é dividido numa série de painéis de 100 - 200 m de largura. Uma frente de trabalho é aberta até ao drive por toda a largura do painel e normalmente por toda a altura da camada de carvão, apesar de se a rocha do tecto for muito fraca, um horizonte de carvão poderá ser deixado para servir de suporte. Esta frente é mais tarde avançada a partir do drift de transporte por remoção sucessiva de fatias do mineral. A área de trabalho adjacente a frente é deixada aberta usando suportes do tecto que são movimentadas enfrente em fase com a extracção (veja fig. 8.31 e 8.32 de Peters, 1987). Fig. 8.32 Suporte hidráulico na exploração longwall (Peters 1987)O tecto sem suporte desmorona-se no vazio. A industria do carvão tem desenvolvido um sistema de suporte do tecto muito sofisticado e altamente mecanizado, maquinas são usadas para a remoção do carvão. Com o avanço da frente as ruas são mantidas livres para ligar as duas extremidades da frente com o drive de transporte, para permitir ventilação, dar acesso aos homens e materiais e permitir a saída do minério extraído. Com este método alto stress é Fig. 8. 31 Uso de maquinaria de corte na exploração longwall numa mina de carvão (Peters, 1987) P ag in a | 3 6 introduzido nas rochas, por isso recomenda-se o suporte das vias de acesso principais por armações de metal (ferro ou aço) e sacos cheios de escombro de modo a minimizar a subsidência e diminuir o stress a volta da mina. Uma variação do método é desenvolver as ruas de abastecimento ao longo de todo o painel e depois trabalhar a frente para trás em direcção ao drift de transporte principal. Fig. 8.31 Esquema de uma mina por método Long wall (Hustrulid, 1982) Por este método alcança-se níveis de produção de 1000 toneladas por dia numa única frente de longwall mecanizado e com o uso de cintas rolantes para o transporte de minério para fora da frente. 2.3 Exploração marinha e de aluviões 2.3.1 Exploração de areias de praia e aluviões Os depósitos alluvionares resultam da meteorização e degradação de rochas sólidas e de minério seguida de transporte pela água das partículas erodidas. Tais depósitos são inicialmente formados no fundo dos vales que pode ser húmido, mas a característica mais importante é não serem consolidados. De modo que um dos maiores problemas encontrado nos outros métodos de exploração, nomeadamente a partição física do material sólido em fragmentos de tamanho manejável, não existe na exploração de aluviões. Barricada de Explusões Furos de Rebatimento Suporte Temporário Scraper Pilares de Madeira ou Betão p/ Suportar o tecto Galeria de Trasnporte P ag in a | 3 7 Em termos volumétricos dos produtos, os mais importantes dos minerais alluvionares são a área e cascalho. Em relação ao valor os materiais mais significantes são Sn, Au, Pt, W, Nb, Mn, Co, Ta, Ti e gemas alluvionares, notavelmente os diamantes. Estatísticas revelam que 900 milhões de toneladas de minerais são extraídos por ano nos depósitos alluvionares - o que significa 25% da actividade mineira mundial. Quase 80% da produção mundial de diamantes é derivada da exploração aluvial. Do mesmo modo que 90% da produção mundial de Sn provem dos depósitos alluvionares, enquanto que nos últimos anos, depósitos de praia de titanio têm assumido maior importância como resultado do progresso tecnológico de tratamento mineral. Por outro lado depósitos marinhos do alto mar raramente são explorados. A selecção do método de exploração para depósitos aluvionares depende principalmente do nível freático. Depósitos secos são explorados por métodos convencionais com a escolha a depender do tamanho do depósito e do valor recuperável. Assim, pequenas operações geralmente empregam um dragline (fig. 8.32) de baixo custo e tapetes rolantes, ou pá e camião para a escavação e transporte do material. Fig. 8.32 Exploração de um placer por Bucket line dredge (Peters, 1987) Depósitos maiores ou mais valiosos que permitem o uso de grandes investimentos de escavação continua e maquinarias. A sequência de exploração é semelhante a outros tipos de exploração de corpos de minério superficiais, começando com a remoção do material de cobertura, depois a remoção do depósito (sem sondagens e explosões) e terminando com uma espécie de restauração da paisagem. Se existir um nível freático permanente no depósito, então é possível bombear a água e trabalhar como seco. Outra maneira é trabalhar na água com uma escavadora localizada fora do poço. Uma forma mais cara é a instalação de uma escavadora flutuante. Direcção de Exploração Plano de Tratamento Stacker Esferil grosseiro Areia Escavadora Estado Pivot Pond P ag in a | 3 8 2.3.2 Exploração marinha É uma concepção popular de que a exploração marinha é nova, se não técnica do futuro. De facto a exploração marinha tem mais de um século e há três tipos desta exploração já feitas. (I) a extracção dos constituintes dissolvidos na água do mar; Mg, NaCl, bromine e água fresca são todos produzidos desta maneira em várias partes do mundo. De facto em 1969 estas indústrias tiveram produção no valor de US$ 384,4 milhões. Este aspecto de produção não constitui exploração mineira no senso convencional, uma vez que a água do mar é bombada para a terra e de lá é tratada quimicamente. (ii) a exploração dos minerais sólidos que existem em maior quantidade no fundo do mar que na terra. Um exemplo notável é o carvão submarino em Cumbria e Durham, que tem sido explorado através de minas sediadas na terra a vários séculos. Nestes casos, mesmo com certos problemas especiais de subsidência, ventilação e acesso a presença do oceano é irrelevante. (iii) a exploração de material relativamente não consolidado no fundo do mar. É claro que muitas operações de exploração marinha são semelhantes aos de exploração de aluviões e certamente que há uma gradação de um tipo para outro. A principal diferença entre exploração aluvial e marinha é a grandeza e as extremas condições físicas encontradas no último, incluindo a profundidade, acção das ondas e a distância da terra. O potencial mineral do fundo do mar não é não bem conhecido presentemente. Sabe-se que grande quantidade de metais básicos ocorrem em depósitos de nódulos não consolidados no fundo de alguns oceanos, e outras concentrações de minerais do fundo do oceânico merecem atenção. A falta de uma actividade de exploração marinha fora das aguas territoriais pode, portanto, ser devido a três causas: 1- Uma nova tecnologia de exploração é necessária, e isto ainda não está adequadamente desenvolvida, apesar da intensa investigação na área. 2 - A economia da exploração do fundo do mar é incerta e daí que a viabilidade de explorar estes depósitos não é comprovada. 3 - A propriedade dos minerais que ocorrem nas aguas internacionais é questão de disputa que ainda não foi resolvida pela Lei da Conferência dos Oceanos. Parece haver uma pequena dúvida sobre se os depósitos marinhos constituirão no futuro uma fonte importante de minerais. P ag in a | 3 9 2.4 Sumário dos Métodos de Exploração Neste capítulo considero-se métodos de: - Exploração superficial - Exploração subterrânea Foi demostrado que a grande flexibilidade e geralmente baixos custos dos métodos superficiais torna-os mais recomendáveis sempre que possível. Nestas técnicas distinguem-se - Open pit bench mining - Open cast mining Da variedade dos métodos de exploração subterrânea, todos podem ser considerados como variantes dos seguintes: - Room and pillar (com suporte) - Sublevel stoping (com suporte) - Cut and fill (com suporte) - Shrinkage stoping (com suporte) - Square set stoping (com suporte) - Block caving (sem suporte) -Sublevel caving (sem suporte) - Longwall caving (sem suporte) Todos os métodos acima descritos foram desenvolvidos para explorar depósitos a seco. Contudo um campo de exploração até agora não considerado exploração mineira é a exploração marinha e Aluvionar. 2.5 Referências Open University text book on mining methods and mineral processing; 1980. Arogyaswamy, 1988 - Courses in Mining geology pp 337 - 413. Peters, W. C. (1987) - Exploration Geology and Mining, John Wiley and Sons, New york. Mallisnson, C., 1995 - An introduction to the financial evaluation of mineral deposits, ined. Geology Department, Rhodes University. P ag in a | 4 0 3. PESQUISA GEOLÓGICASUBTERRÂNEA 3.1 Mapeamento subterrâneo 3.1.1 Introdução Os trabalhos subterrâneos têm a maior probabilidade de conter muitas informações importantes. Se os trabalhos são activos, eles fornecem exposições geológicas frescas com o avanço dos trabalhos e oferecem boa localização das sondagens subterrâneas e amostragem em bulk. Minas abandonadas são guias directos das Mineralizações da região e servem de primeiras indicações sobre o tipo de minério. De facto, os gastos de poucas centenas de USD para encontrar acesso a uma mina poderá fornecer muito mais informação do que a elaboração de uma nova sondagem, e os dados devem servir como base de comparação para o planeamento de novas sondagens. De uma forma ou doutra todas as projecções geológicas e analises são geologia subterrânea, e também é a interpretação final dos levantamentos geoquímicos e geofísicos. Mapas subterrâneos e logs de sondagem simplesmente fornecem a informação mais directa. A Colorado School of Mines Publication (Le Roy and Others, 1977) reveu várias edições e tem servido durante várias décadas como referência a geologia subterrânea aplicada a mineração, petróleos, e trabalhos de construção. 3.1.2 A Mina Subterrânea INTRODUÇÃO O reconhecimento da segurança dos acesos nas minas, activas ou abandonadas é resultado de muita experiência; caso esta experiência ainda não tenha sido ganha, aconselha-se que se procure um mineiro muito experiente. A tabela 12 - 1 (Peters, 1987) enumera as precauções básicas de segurança para trabalhos geológicos subterrâneos. Como todas as regras, algumas são muito óbvias e outras não são universalmente aplicáveis. Por exemplo, em muitos casos o geólogo não devia trabalhar sozinho, mas pode-se justificar quando se tratar de uma mina activa desde que a localização específica e o programa é conhecido pelo capataz e os P ag in a | 4 1 mineiros. Numa mina abandonada esta regra é um dever; devem ser pelo menos dois homens no fundo e devem dar a conhecer o programa ao responsável na superfície. Leva tempo e prática a capacidade de observar características geológicas nas frentes e sentir- se em “casa” na mina. Um geólogo de mina experiente compreende o ambiente da mina e dos mineiros e tem aprendido a ler estruturas e texturas nas características únicas de rocha fresca quebrada. O geólogo de mina usa a lâmpada do capacete para iluminar as estruturas nas rochas. Não há muita dificuldade em o geólogo manejar a lâmpada, lupa, amostra, faca de bolso ao mesmo tempo, mas não é uma capacidade instintiva. Uma das melhores capacidades de um geólogo de mina é a de relacionar observações com a disposição de toda a mina. Uma parte desta habilidade vem do treino em geometria e outra parte provem do dia a dia de trabalho com perfis, bloco diagramas e modelos de minas. Mesmo assim, uma orientação e reorientação enquanto estiver a trabalhar é necessária - porque os desvios dos drifts ou os raises em espiral podem atrapalhar num ambiente em que não se espera ver nenhuma marca paisagística. Poeira e água são parte do ambiente de mina e criam problemas mesmo para as pessoas mais experientes; em adição a lama que se espalha sobre os papeis e mapas, a poeira masca as paredes. Óculos de protecção são equipamento essencial para o geólogo de mina e os mineiros, mesmo quando lentes correctivas não são necessárias, para prevenir embaciamento quando se vai de uma área fria para uma quente e v. v.; para os geólogos velhos se usa também uma acoplagem de lentes bifocal para melhorar a vista. As lentes de contacto podem ser perigosas devido a poeiras e a aguas ácidas. EQUIPAMENTO ESPECIAL A complementar o equipamento de geólogo de superfície há que considerar algum equipamento especial para trabalhos subterrâneos a saber: - o capacete munido de uma lâmpada e a respectiva bateria, mascara de oxigénio, porta - mapas de alumínio, cadernetas de campo pequenos que cabem nos bolsos para o mapeamento de stopes. Um transferidor e um conjunto de canetas. De modo a ter as duas mãos livres para subir escadas, para levantamentos e amostragem se usa um casaco com bolsos para transportar todo estes material. As folhas para o mapeamento e desenho de perfis são resistentes a água, quadriculadas ou milimétricas. Fita métrica com cerca de 30 metros de comprimento também P ag in a | 4 2 resistente a água. Para medições curtas se usa uma régua dobrável de tecido ou de madeira. Bússola de mina e clinómetro são também parte do equipamento. 3.1.3 Selecção de dados geológicos O reconhecimento de aspectos importantes a ser retractados num mapa geológico de mina pode requerer várias visitas ao mesmo local e a informação evolui com o desenvolvimento da mina. O geólogo pode observar uma característica em vários locais durante a fase de orientação e mais tarde concentrar-se naquilo que pareceu ser a chave da investigação. No princípio de um mapeamento é prática comum encontrar uma designação dos tipos de rochas, mineralização e alteração no geral ou mesmo como tipo A ou B até as amostras serem analisadas à luz do sol e no laboratório e daí designa-las por exemplo quartzo-diorito. 3.1.4 O Formato do Mapeamento ESCALA A escala a usar depende do trabalho pretendido e da precisão . A escala mais pequena na mina é de 1:1200 - usada para reconhecimento - mas é muito pequena para muitos propósitos. Na América do Norte é prática usar escalas 1: 600 e 1:480. Quando maior detalhe é exigido, por exemplo onde o minério é associado a micro falhas, eixos de dobras e mudanças litológicas, o mapeamento é feito a 1:240 ou à escala 1:120. Nos países onde se funciona no sistema métrico se usa 1:500 e 1:250 para maior detalhe. MAPAS DE BASE E MALHA DA MINA Em minas operacionais, as malhas de localização e elevações dos pontos de prospecção subterrânea designados pontos topográficos são mostrados em mapas de Engenharia bastante precisas. Em minas abandonadas ainda se pode encontrar alguns P.T. (pontos topográficos). O levantamento topográfico para a colocação destes marcos na mina é feito por uma equipe de topógrafos com auxílio de um Teodolito. P ag in a | 4 3 3.1.5 Procedimento no Mapeamento Geológico Subterrâneo Por razões de segurança e melhor atenção a detalhes geológicos convém sempre formar equipes de pelo menos duas pessoas, com um a plotar os dados e outro a fazer as leituras com a bússola, uso de lupa e martelo. NÍVEL DOS TRABALHOS (CONTROLO DOS LEVANTAMENTOS) O formato básico é um mapa plano - os dados são colhidos a uma altura uniforme (altura da cintura); podendo ser a altura do peito ou até a altura dos olhos em alguns sistemas. As galerias inclinadas podem requerer o uso de dados “inclinados”. Planos e vistas (exposições) auxiliares são usados para ilustrar as características complexas ou horizontais, como mostra a fig. 2.1. As vistas auxiliares podem ser paredes, perfís transversais com informação projectada na geleria principal. Em algumas localidades, tais como Bisbee e Arizona, as cadernetas dos geólogos estão organizadas de forma a incluir vistas contínuas dos dois lados incluindo áreas de empréstimo ribs assim como um mapa de entulhos. Deve ser conhecida a posição das feições geológicas em relação aos pontos de controle no nível da mina. Numa mina operacional, o geólogo precisa colocar algo de modo a reconhecer o ponto a partir da estação de levantamento. Pode se esticar uma fita entre os dois pontos estabelecidos com uma das extremidade calcada por uma pedra por exemplo. È importante ter em conta o tráfego de uma mina operacional. Estacas de madeira que suportam as galerias podem ser usadas para estimar as distancias se estas estiverem dispostas a intervalos regulares, bastando para isso contar os passos entre as estacas. Este é o método mais prático nas minas operacionais. Onde não houver pontostopográficos, como acontece em minas abandonadas deve-se estabelecer pontos de referencia a partir de entradas, cruzamento de galerias, travessas, poços e outros e, tirar a direcção de orientação das galerias. A distancia entre os níveis e a posição dos mesmos devem ser determinados pela bússola e fita métrica. Para as estações em poços verticais um azimute inicial pode ser obtido por bússola e a cota pode ser determinada por uma corda ou altímetro. O ponto de referencia inicial é estabelecido a unha na madeira na estação perto do poço ou na entrada da galeria. Enquanto alguém segura a extremidade da fita no ponto de partida, o P ag in a | 4 4 parceiro estende a fita até ao próximo ponto escolhido, geralmente a 30 metros ou na bifurcação ou curva de galerias. Cada elemento nos extremos da fita faz a leitura da direcção (azimute) da lanterna do parceiro. As duas direcções devem ser “iguais” com uma pequena diferença que permite a tomada da média das duas leituras. Se as duas direcções não forem próximas ou iguais então uma das explicações pode ser a presença de martelos, fivelas de cintos, relógios electrónicos, linhas férreas, tubos de ventilação, etc. Neste caso é preciso encontrar formas de provar a razão exacta e depois encontrar métodos de tomada de direcção ou saltar uma estação ou ainda usar a orientação do poço como referência. A linha de azimute para a próxima estação é desenhada a partir do ponto inicial ao longo dum transferidor orientado numa das linhas da malha de coordenadas da folha (fig. 2.1). A distancia até a próxima estação é plotada e a fita mantém-se no local até se terminar o levantamento das paredes. O procedimento repete-se para as próximas estações. Alguns geólogos preferem estabelecer pontos de referência para todo o nível antes de se concentrar no detalhe; este procedimento tem o mérito de permitir maior concentração em aspectos geológicos durante o levantamento geológico sem no entanto ter que desviar a atenção para o levantamento de galerias, etc.. Neste procedimento deixa-se no chão em cada estação um marco que pode ser um pedaço de rocha, no caso de estações temporárias, ou para estações duradoiras pintam-se as paredes a intervalos estabelecidos. A topografia das paredes é feita durante a marcação das estações. P ag in a | 4 5 Fig. 2.1 Exemplo de uma folha de levantamentos subterrâneos (Peters, 1987) 3.1.6 Detalhe Geológico O tipo de rocha é geralmente mostrado por bandas a cores ou por um padrão de símbolos ao longo das paredes. Uma prática menos comum é mostrar um tipo de rocha dentro das áreas de trabalho como se de preenchimento se tratasse do que como fronteiras (limites). Todas as estruturas são projectadas a altura de levantamento e por vezes estas podem cruzar as galerias e frentes. fig. 2.2. Secção transversal Litologia das paredes Metros Zona de Falha Azimut e Angulo interior Fita métrica Escada de madeira Direcção de referencia a partir do poço principal P ag in a | 4 6 Fig. 2.2 Exemplo de um levantamento de galerias e frentes com símbolos Estruturas pouco inclinadas observadas próximo do chão e com direcção paralela a galeria pode ser projectada a altura da cintura fora das paredes, (veja fig. 2.2 extremo Sul). Secções transversais auxiliares na fig. 2.2 ilustram a projecção de um afloramento (exposição) no fundo da galeria (drift). Estruturas planares podem ser plotadas com a sua própria direcção por registar a posição à altura da cintura na parede oposta e desenhar uma linha que ligue os dois pontos e continuar fora das paredes (fig. 2.2). Na fig.2.2 entre as secções 3 e 4 pode se ver uma zona de falha brechoide e que as seguintes medições foram feitas: Secção 3 + 8.5 m, parede esquerda até o topo da zona , 0.9 m + 11.0 m, parede direita até ao topo da zona, 0.9 m + 12.2 m, parede esquerda até a base da zona, 0.9 m + 15.0 m, parede direita até a base da zona, 1.2m A direcção da estrutura pode ser verificada por parar perto de uma das paredes e obter a direcção com auxilio de uma bússola à mesma altura do levantamento. O mergulho pode ser obtido directamente na estrutura. A direcção e a inclinação podem ser obtidos como uma média de medições feitas em ambas paredes. Poço Granito Riolito Diaclase Falha Calcário Diabase Quartzito Raise Veio Winze 40º 70º Raise Clivagem Veio Falha Argilito Portão Cota 620 Lagging Escala: 1:100 50º 62º 45º 82º 65º 70º P ag in a | 4 7 O angulo entre estruturas de intersecção e o pitch de uma estrutura linear numa superfície de acamamento (bedding) ou de falha pode ser medido por uma bússola (Brunton) ou ainda mais facilmente usando régua de caixa de madeira igual a dos carpinteiros, dobrável, com uma bolha de nível e um nariz graduado (fig. 2.3). Esta régua pode ser usada quando se pretende fazer levantamentos preliminares e muito rápidos. Em locais onde a bússola não é eficaz a atracção magnética a régua do carpinteiro é mais apropriada. Em muitas minas, o comportamento geral das estruturas é mais importante do que a leitura precisa de uma estrutura singular. O mapeamento geológico de uma mina típica de grande tonelagem (explorado pelo método block caving ) pode ser tomado como exemplo. Na mina São Manuel, Arizona, onde o mapeamento geológico é feito a altura do ombro, a uma escala de 1:120 para permitir o registo de notas sobre estruturas, tipos de rochas e alteração, mas há muito pouco tempo ou justificação para descrever atitudes de estruturas individuais em detalhe. A densidade da fracturação e as características das superfícies de fractura são mais importantes. A direcção e inclinação de muitas estruturas são estimadas em vez de medidas, e a posição é dada pela contagem de passos entre as estações. Enquanto que não há nenhum interesse em descrever a topografia das paredes há sim um grande ênfase na observação de áreas húmidas ou ensopadas porque são indicadoras das condições mecânicas da rocha. 3.1.7 Notas do mapeamenrto Todas as notas, esboços e explicações devem ser feitas na folha de trabalho em vez de usar folhas extras. As notas podem ser editadas mais tarde quando se estiver a enviar a informação, mas a folha de trabalho deve representar a base factual por inteiro para toda a interpretação subsequente. Em algumas minas é procedimento standard plotar a vista contínua das duas paredes assim como a respectiva planta. Sempre que possível recomenda-se o uso de abreviações e símbolos como os apresentados no anexo 1. A fig. 2.3 ilustra as anotações típicas numa folha de mapeamento subterrâneo. Se as explicações não cooberem na folha de trabalho estas podem ser feitas na caderneta de campo e referidas na folha por letras ou números. As notas subterrâneas podem ser feitas num formato para tratamento em computador. P ag in a | 4 8 Fig. 2.3 Porção de uma folha de mapeamento subterrâneo (Peters, 1987) 3.1.8 Levantamento de stopes, shafts e trabalhos inclinados (raises) A informação dos stopes é mostrada nos mapas em linha tracejada e anotações indicando a posição do stope. Em minas operacionais os dados geológicos e amostragem são plotados com o avanço das galerias. Stopes (frentes) abandonadas são difíceis de mapear porque maior parte do stope pode não ser seguro. Neste caso a única alternativa é fazer vistas a distancia e projecções geológicas. Os pontos de controle do levantamento podem estar dispersas de tal forma que poderá ser necessário fazer secções a partir do nível mais próximo. O ponto de origem num nível pode ser fixado de qualquer maneira, desde que seja reconhecível posteriormente. As direcções são lidas com auxilio das lâmpadase as inclinações são medidas por clinómetro ao longo da fita métrica. Nível da Mina Bonita. Paredes de Rocha inteiramente granito gneissica Veio vertical, co gr fl, qz, cal 729 N N Metros 0 5 10 720 N 720 N Crescimento da foliação no granito gneisse P ag in a | 4 9 Fig. 2.4 Vista plana de uma frente (Peters, 1987) Uma vez obtidas a orientação e a localização da estação pode se registar dados sobre a topografia e a geologia no plano ou em secção, dependendo da geometria da mineralização. Se muito detalhe geológico numa frente pode ser representada numa vista plana, como ilustra a figura 2.4, os dados do nível são escolhidos e características vizinhas são projectadas em cada frente como se fossem dados colhidos a altura da cintura. Se os dados mostrarem melhor detalhe em secção vertical, como é o caso de muitas frentes compridas e estreitas pode-se usar uma série de secções transversais ou longitudinais como mostra a fig. 2.5. No mapeamento de frentes largas as medições da direcção e inclinação são feitas ao longo de duas fitas métricas esticadas perpendicularmente entre elas, em que a longitudinal é usada como linha de base e a transversal é colocada a espaçamento regular com a colocação de perfís. A relação das medições inclinadas em projecções horizontais ou inclinadas demora algum tempo, mesmo com uma calculadora, mas é sempre melhor fazer na mina de modo a estudar preliminarmente as relações enquanto no local. 540 N 540 N 680 E 680 E 55 32 31 65 60 80 Track +10m Track + 20m P ag in a | 5 0 Fig. 2.5 Secções transversais para o caso de frentes compridas e estreitas (Peters, 1987) Os raise e poços são mapeados por métodos similares aos anteriormente descritos para frentes. A geologia pode ser plotada em sucessivos planos - mapas horizontais, mas em muitos casos uma ou dus paredes adjacentes fornecem planos de mapeamento. A fig. 2.6 ilustra a geologia de um raise inclinado plotado em planos e duas secções de paredes verticais. Fig. 2.6 Ilustração da geologia de um raise (Peters, 1987) At 720 N At 740 N At 760 N 635 635 1. 635 Nível 100 4000 N 4000 N 87 Parede Oeste Parede Norte 75 Track + 13m Track + 19m Track + 13m Track + 10m Track + 18m 8500 E 4000 N 8500 E P ag in a | 5 1 3.2 Resumo Neste capitulo aprendeu se como fazer um mapeamento geológico de frentes de trabalho subterrâneos, galerias, raise e poços; que informação e a nível de detalhe ela deve ser registada. 3.3 REFERÊNCIAS Peters, W. C. (1987) - Exploration Geology and Mining, John Wiley and Sons, New york. McKinstry, H. E. (1961) - Mining Geology; Prentice - Hall, INC, New Jersy. Pg. 46 - 59. P ag in a | 5 2 4. AMOSTRAGEM 4.1 Introdução e objectivos Uma avaliação económica de um depósito mineral e um controle de produção mais efectivo depende muito de (1) valor total do metal contido na rocha mineralizada, (2) percentagem dos valores (teores) que são recuperáveis, (3) custos de recuperação do metal. O objectivo de uma amostragem é facultar estas informações dentro de uma margem de erro aceitável a custos mínimos. Muitas minas entraram na falência por causa de uma insuficiente amostragem ou estudo; mas também, muito esbanjamento tem ocorrido por amostragem exagerada. Um erro de 10% na estimação da tonelagem pode alterar a vida da mina por um ano ou mais, mas um erro de 10% na estimação do teor pode resultar na falência ou a perca de oportunidade de lucro da mina. “Quanto maior for o valor unitário maior é o tamanho da componente mineral válida, o que implica maior dificuldade no procedimento da amostragem.” Por exemplo, um deposito de Cu igualmente disseminado, como grãos pequenos de calcopirite num deposito de cobre porferítico encaixado em rocha intrusiva pode ser confidentemente amostrado por sondagens numa malha de 150 m, enquanto que um deposito de cobre porfirítico encaixado em calcários como bolsadas irregulares de calcopirite requereria sondagens numa malha de 30m. A amostragem de depósitos erráticos, nuggets de ouro é um grande problema, as chaminés diamantífiras só podem ser amostradas por registos de produção durante vários anos de operação. Uma avaliação estatística é necessária para cada depósito para determinar a frequência, tamanho e o método óptimo para amostragem. Neste capítulo também vamos responder a perguntas com: - Quanto é que uma amostragem é bastante? - Qual é o melhor método para amostragem? - Qual deve ser o tamanho das amostras? P ag in a | 5 3 4.1.1 Definição Antes de dissertar sobre estes e outros aspectos, vejamos a definição da amostragem. Amostragem é um processo de tomar uma pequena porção de um certo material, esta porção que deve ser representativa de todo o material. Esta definição trás nos outro problema - a representatividade das amostras e da amostragem. Mas é óbvio que não se pode tomar todo o material como amostra. A amostragem é um processo selectivo e científico aplicado a largas massas, grupos, ou populações - para reduzir o seu tamanho e por razões de interpretação identifica-se uma parte componente (i.e. a Amostra) que reflecte as características da unidade mãe ou população, dentro de limites aceitáveis de exactidão (X) e precisão (normalmente 95%). Apesar de a razão principal de amostrar numa mina ser puramente económica, os resultados das análises tornam se dados de carácter puramente geológico. Se a geologia beneficia da amostragem, então ela também contribui para tal - a amostragem deve ser conduzida conforme princípios geológicos. Muitas companhias mineiras colocam a turma de amostragem sob a direcção do geólogo chefe da mina, como forma de reconhecimento da intima relação existente entre geologia e amostragem. Mesmo geólogos que não estão ligados a industria mineira ou a turma de amostragem, terão oportunidade e necessidade de colher muitas amostras como geólogos. Assim, a necessidade de compreender os princípios de amostragem como sendo parte de todo o equipamento necessário no processo. N.B. Amostragem é a fundação de toda a Indústria Mineira. Não importa quão sofisticados sejam os processos de análise e laboratoriais se as amostras não forem colhidas devidamente e/ou não serem representativas. 4.2 Princípios Gerais de Amostragem O corpo de minério é uma mistura de minerais em proporções que variam nas diferentes partes da massa. Como consequência a proporção do metal(is) contido(s) varia de lugar para lugar da massa. Contudo, uma simples amostra colhida em qualquer ponto pode não conter a P ag in a | 5 4 mesma proporção de metais que todo o corpo de minério, se não por coincidência. O provável erro, que seria muito grande se apenas colhêssemos uma amostra diminui com o aumento do número de amostras, mas nunca desaparece completamente a não ser que as amostras são tão numerosas e tão grandes que a sua soma é igual a massa total - o que significaria usar todo o corpo na amostragem. Esta prática sai do objectivo e definição de uma amostragem. Alguns erros prováveis estarão sempre presentes. Assim o nosso objectivo particular é reduzir este provável erro a limites aceitáveis. Isto significa balançar o número de amostras contra a exactidão necessária: se as amostras não forem suficientes os resultados não são fiáveis; e se as amostras são demasiadas, o tempo e os custos de colhe-las são excessivos. Num corpo de minério, a exactidão da amostragem depende não só do número de amostras mas também da própria distribuição das amostras pelo corpo, para isso seria incorrecto colher todas as amostras na parte rica ou na parte pobre. Portanto é importante seleccionar lugares de modo
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