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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira

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Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 1
Curso: Geologia 3º ano 
Disciplina: Pesquisa geológica e exploração mineira 
I – ASPECTOS HISTÓRICOS DA PESQUISA GEOLÓGICA 3 
A DESCOBERTA DOS METAIS 5 
INTRODUÇÃO A PESQUISA GEOLÓGICA E GEOLOGIA MINEIRA 7 
OBJECTO DA PESQUISA GEOLÓGICA 8 
MÉTODOS DE PROSPECÇAO 9 
INDICADORES GEOLÓGICOS 14 
CLASSIFICAÃO DOS INDICADORES 14 
INDICADORES REGIONAIS OU DE DESENGROSSAMENTO 14 
RESUMO SOBRE OS INDICADORES 15 
INDICADORES GEOMORFOLOGICOS 16 
EXPRESSÃO TOPOGRÁFICA DOS AFLORAMENTOS 16 
ENQUADRAMENTO FISIOGRAFICO GERAL DE ALGUNS TIPOS DE JAZIGOS 17 
ENQUADRAMENTO FISIOGRAFICO PARTICULAR DOS PLACERS 18 
ENQUADRAMENTO FISIOGRAFICO GERAL DOS JAZIGOS DE OXIDACAO E DE ENRIQUECIMENTO 
SUPERGENICO 19 
INDICADORES MINERALOGICOS 23 
PADRAO DE FRACTURAS COMO GUIA 36 
GEOLOGIA DOS DEPÓSITOS MINERAIS 40 
DEPÓSITOS MNERAIS ASSOCIADOS Á ROCHAS ÍGNEAS 40 
DEPÓSITOS MINERAIS ASSOCIADOS ÁS ROCHAS ULTRABÁSICAS 40 
SUDBURRY, ONTÁRIO CANADA 41 
A ESSENCIA DE PESQUISA GEOLÓGICA 43 
MODELOS DE PESQUISA GEOLÓGICA 43 
CARTOGRAFIA GEOLÓGICA COMO MÉTODO DE PESQUISA 45 
DIFERENTES APLICAÇÖES DA CARTOGRAFIA GEOLÓGICA NA PESQUISA 46 
MÉTODOS DE PESQUISA GEOQUÍMICA 52 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 2
ESTUDOS DETALHADOS DE DEPÓSITOS DE MINERAL MOSTRAM QUE OS 
ELEMENTOS TENDEM 59 
MÉTODOS DE PESQUISA GEOFÍSICA 68 
MÉTODOS DE PESQUISA DIGITAL 69 
PROSPECÇAO DE ALUVIOES E INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DE RESERVAS 
GEOLÓGICAS 73 
PROSPECÇAO DE ALUVIONAR ESTRATIGRÁFICA 73 
PROSPECÇAO GERAL OU VOLANTE 75 
AMOSTRAGEM POR SONDAGENS 80 
LAVAGEM DOS SEDIMENTOS 81 
JIGA 83 
SLUICE 83 
PROSPECÇAO SISTEMÁTICA E AVALIAÇAO DOS JAZIGOS ALUVIONARES 85 
MÉTODOS DE EXPPLORAÇÃO 110 
CRITÉRIOS DE SELECÇÃO DO MÉTODO DE EXPLORAÇÃO 112 
EXPLORAÇÃO SUPERFICIAL 116 
O CONCEITO DO ÂNGULO DE REPOUSO 117 
PLANEAMENTO 117 
EQUIPAMENTO 121 
TIPOS DE EXPLORAÇÃO SUPERFICIAL 121 
OPEN PIT-BENCH MINING 122 
OPEN CAST OR STRIP MINING 123 
 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 3
CAPÍTULO I 
 
I – ASPECTOS HISTÓRICOS DA PESQUISA GEOLÓGICA 
 
Os filósofos gregos, cujo método de enfrentar a maior parte dos problemas era 
teórico e especulativo, decidiram que a terra era constituída por muito poucos elementos, 
ou substâncias básicas. Cerca de 430 a.c., foram definidos quatro substâncias: a terra, o 
ar, a água e o fogo. Aristóteles, um século mais tarde, propôs que os céus constituíam 
um quinto elemento, o éter. Os alquimistas medievais, no estudo da matéria, perderam-
se em charlatices e magias, mas chegaram a conclusões mais sólidas e razoáveis do 
que os gregos porque pelo menos, manipulavam as matérias sobre as quais 
especulavam. 
Procurando explicar as diversas propriedades, os alquimistas ligaram estas 
propriedades a certos elementos de controle que acrescentaram a lista. Identificaram o 
mercúrio como o elemento que dava propriedades metálicas as substâncias, e o enxofre 
como o elemento que produzia a inflamabilidade. Um dos últimos e melhores alquimistas, 
o médico suíço, conhecido por Paracelso, acrescentou já no século XVI, o sal como o 
elemento que dava resistência térmica. 
Os alquimistas perceberam que uma substância podia ser transformada noutra 
por simples acrescentar e subtracção de elementos nas proporções adequadas. Por 
exemplo, um metal como o Pb, poderia ser transformado em “ouro”, por acrescentar uma 
quantidade adequada de mercúrio. Estes processos de transformação de metais em 
outros levaram a descoberta de substâncias bastante importante como os ácidos 
minerais – ácido azótico, ácido clorídrico e em particular o ácido sulfúrico (propriamente 
obtido em 1300) – e o fósforo. Os ácidos então descobertos produziram uma verdadeira 
“revolução científica”, permitindo decompor substâncias sem usar grandes temperaturas 
ou esperar muito tempo. Ainda hoje os ácidos, em particular o ácido sulfúrico, têm uma 
importância vital na industria. 
Diz-se que o grau de industrialização de uma nação pode ser avaliado pelo seu 
consumo anual de ácido sulfúrico. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 4
Contudo, poucos foram os alquimistas que seguiram esta via, i.e., a procura da 
verdade sobre os elementos e substâncias, optando por aquilo a que chamaram ou 
melhor consideraram ser o seu principal objectivo. Estes membros da comunidade 
científica, pouco escrupulosos, produziram ouro falsificado a fim de garantirem apoios 
financeiros. Este fenómeno levou a que a palavra alquimista, no século dezoito, tivesse 
que ser abandonada para dar lugar a palavra químico. A alquimia passou a ser a ciência 
designada por química. 
Nos inícios desta “nova” ciência, um dos pioneiros mais brilhantes foi Robert 
Boyle, que apresentou as conhecidas leis sobre as fases que têm o seu nome. Foi Boyle 
quem introduziu o critério moderno da definição de um elemento: 
Uma substância básica pode ser combinada com outros elementos de modo a 
formar compostos e que, inversamente, não pode ser decomposta numa substância mais 
simples depois de ser isolada de um composto. 
Contudo, Boyle, assim como Isaac Newton, mantinham a opinião medieval sobre 
os elementos existentes, por exemplo, pensavam que o ouro não era um elemento e 
podia ser formado a partir de outros metais. O imperador Francisco José da Austrália – 
Hungria subsidiou experiências de Isaac Newton para obtenção de ouro até 1867. 
No século seguinte ao de Boyle, o trabalho químico prático, começou a esclarecer 
quais as substâncias poderiam ser divididas noutras mais simples e quais não o podiam 
ser. Henry Cavedish mostrou que o oxigénio se combina com o hidrogénio formando a 
água, pelo que esta não pode ser considerada um elemento. Mais tarde Lovoisier 
separou o elemento ar em oxigénio e azoto. Tornou-se então evidente, que nenhum dos 
elementos dos gregos o era de facto segundo o critério de Boyle, os elementos dos 
alquimistas; mercúrio, enxofre, ferro, estanho, chumbo, cobre, prata, ouro e outras 
substâncias não metálicas como o fósforo, o carbono e arsénio, mostraram “segundo 
Boyle” ser verdadeiros elementos. O “elemento” Sal de Paracelso, acabou por ser 
subdividido em duas substâncias mais simples. Como é óbvio a definição de elemento 
dependia da química da época. Enquanto uma substância não era separada pelas 
técnicas existentes, podia ser considerado como um elemento, por exemplo, a lista de 
trinta e três elementos de Lovoisier continha substâncias como o sal, a magnésia, e 
quartzo até anos depois de Loivisier ter morrido na guilhotina durante a revolução 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 5
francesa. O químico inglês Humphry Devy, usando uma corrente eléctrica para separar 
as substâncias, dividiu o Cal em oxigénio e um novo elemento a que chamou cálcio e do 
mesmo modo dividiu a magnésia em oxigénio e magnésio. Por outro lado, Devy 
conseguiu mostrar que um gás verde que o químico sueco Schecles produzira a partir de 
ácido clorídrico, não era um composto desse ácido e de oxigénio, como se pensava, mas 
sim um verdadeiro elemento a que chamou cloro (do termo grego que indica verde). 
A contínua investigação levou ao conhecimento de outros elementos, desde o 
século XIX os químicos começaram a sentir embaraços para ordenar segundo critérios 
lógicos todos os elementos conhecidos. Assim apareceu depois da introdução do 
conceito de peso atómico, a tabela periódica de Mendeleev, um químico russo, em 1869, 
que mostrava a ocorrência periódica de propriedades químicas semelhantes.A descoberta do Raio-X por Roentgen, inaugura uma nova Era na história da 
tabela periódica. Em 1711, o físico inglês Charles Barkla, tinha descoberto que quando 
os raios - x são bloqueados por um metal, os raios dispersados possuem um poder de 
penetração bem definido, que é função do tipo do metal: 
Por outras palavras, cada elemento produz os seus próprios raios-x 
característicos. 
Estudos aturados permitiram a identificação de elementos radioactivos, elementos de 
transição, elemento pesados, os gases nobres ou inertes, os elementos das terras - raras 
e actanídios. 
 
A descoberta dos Metais 
A maior parte dos elementos da tabela periódica são metais. Apenas 20 dos 102 
elementos podem ser considerados como não metálicos. No entanto o uso dos metais 
surgiu relativamente mais tarde na história da espécie humana. Uma razão disto, é que 
com raras excepções, os elementos metálicos estão combinados na natureza com outros 
elementos não sendo fácil de reconhecer ou extrair. Os povos primitivos usaram 
inicialmente apenas os materiais que poderiam ser manipulados por tratamentos simples 
como a gravura, a separação de lascas, o entalhar e o triturar e, portanto os seus 
instrumentos restringiam-se a ossos, pedras e madeira. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 6
Os povos primitivos poderão ter começado a conhecer os metais através da 
descoberta de meteoritos, de pequenas pepitas de ouro ou de cobre metálico presente 
nas cinzas de fogueiras usados como ornamentos muito antes de terem qualquer outra 
finalidade. Estes metais eram raros, atraentes e como tal muito aparecidos e usados 
como trocas até serem aceites como forma de pagamento. 
O facto que acabou por revelar toda a importância dos metais, foi a descoberta de 
que alguns deles poderiam adquirir um rebordo mais cortante do que a pedra, e manter 
esse rebordo mesmo em condições que destruiriam um machado de pedra. O primeiro 
metal a ser obtido em condições razoáveis foi o cobre já cerca de 4.000 a.c. 
A necessidade dos povos se defenderem das agressões e invasões de outros 
povos levou ao desenvolvimento da metalurgia da altura, criando-se ligas que tornavam 
os metais mais resistentes, como por exemplo a liga de Cu e Sn (bronze), 
suficientemente dura para a construção de armas. 
Ao longo de toda a história procurou-se o desenvolvimento que esteja intimamente 
ligado a tudo o que vem da terra. É nos recursos naturais e de entre os minerais, como 
acabamos de ver de uma forma sucinta, que está o futuro da comunidade. Assim sendo, 
o homem teve e tem desenvolvido todos os conhecimentos no domínio da pesquisa, 
prospecção, reconhecimento e exploração dos recursos minerais. 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 7
CAPITULO II 
 
INTRODUÇÃO A PESQUISA GEOLÓGICA E GEOLOGIA MINEIRA 
 
Para introduzir a pesquisa é importante começar por defini-la. A Pesquisa Geológica é 
um conjunto de actividades necessárias antes de se tomar uma decisão fundamental 
(“inteligente”) acerca do tamanho, flowsheet inicial de operações extractivas novas – 
neste aspecto contém um aspecto de avaliação (económica). A prospecção é a fase que 
antecede a pesquisa e que conduz a descoberta de jazigos e pode ser dividida em: 
ƒ Procura de jazigos minerais absolutamente desconhecidos; 
ƒ Procura de jazigos no provável prolongamento de jazigos conhecidos 
ƒ Procura de jazigos dentro de uma área favorável conhecida. 
A finalidade da prospecção é descobrir novos jazigos minerais que possam ser 
explorados no presente ou no futuro. 
O objectivo principal da prospecção é encontrar o maior número de depósitos minerais a 
um investimento mínimo e um tempo óptimo. 
A procura de jazigos é baseada na identificação e perseguição de indicadores, uma vez 
que o jazigo em si é muito pequeno e por vezes esta a grandes profundidades. 
Os indicadores são todos os factores que controlam ou controlaram os processos 
que deram origem a um determinado tipo de jazigos, ou que levaram ao enriquecimento 
ou transformação assim como as consequências da instalação do jazigo na rocha 
encaixante. 
 Os indicadores Geológicos servem para a : 
(i) Localização regional de jazigos ou a definição de áreas mais prováveis; 
(ii) (ii) Localização imediata do minério dentro dum jazigo, também designado 
Pesquisa Mineral na qual se fazem sanjas (<5 m), poços <50 m ), galerias ( 
<100 m) e sondagens (sem limite). 
 O que é que um geólogo de pesquisa faz? 
Esta pergunta continua a ser um grande problema para muitos indivíduos ligados 
a indústria e a economia. Num sentido lato a Pesquisa geológica lida com todos os 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 8
aspectos da geologia desde a idade, génese, mineralogia, quantidade e teor dos 
recursos minerais na crusta terrestre. 
Nesta disciplina restringir-nos-emos a ocorrências naturais de natureza metálica, 
i.e. os depósitos minerais que podem ser considerados minérios. Assim um depósito 
mineral é uma concentração natural de uma substância mineral útil que em 
circunstâncias económicas favoráveis poderá ser explorado de forma rentável. 
Minério é uma concentração metalífera associada a uma rocha encaixante sem 
importância económica (chamada ganga). 
 
OBJECTO DA PESQUISA GEOLÓGICA 
Sabe-se que a pesquisa mineral e a exploração mineira são as duas actividades 
mais antigas da história da humanidade, mesmo mais antigas do que a agricultura. Ainda 
hoje a importância da mineração e dos recursos minerais continua muito alta. 
 
Quais são os alvos da pesquisa geológica hoje em dia? 
Até a 50 anos atrás a pesquisa geológica e a exploração mineira estava centrada 
na procura de jazigos de alto teor e consequentemente pequenos e do tipo fissural e 
associados a veios de quartzo. 
Hoje em dia devido principalmente ao grande progresso tecnológico nos métodos 
de exploração e de pesquisa há agora uma mudança de atitude na pesquisa geológica 
onde depósitos grandes e de teores baixos são os mais procurados, onde equipamentos 
enormes podem ser usados para a recuperação de teores baixos. Para este tipo de 
depósitos o retorno do investimento é mais garantido e os cálculos de reservas são mais 
fiáveis. Como exemplo pode se considerar os depósitos porfiríticos de Cu, os depósitos 
de Pb-Zn em carbonatos, sulfuretos maciço, sistemas de vários veios em stockwork. 
O uso da Geofísica na pesquisa geológica é baseada na premissa de que o 
recurso a ser procurado tem propriedades físicas diferentes do seu encaixante. Em 
outras palavras, quando se mede sistematicamente as propriedades físicas tais como a 
densidade, a susceptibilidade magnética, a velocidade de propagação das ondas 
sísmicas, a radioactividade, a cargabilidade e outras, do minério e do encaixante 
dependem da composição mineralógica, tamanho e a profundidade do corpo de minério. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 9
Durante a pesquisa geológica, a geofísica pode ser usada de forma directa ou de 
forma indirecta (estes assuntos serão discutidos na secção de geofísica aplicada deste 
manual). 
É de conhecimento geral que os depósitos minerais de fácil descoberta já foram todos 
descobertos. Isto significa que, com o tempo, necessitar-se-á de técnicas e métodos de 
pesquisa geológica mais sofisticados com capacidade de tirar conclusões sobre 
informação de depósitos cada vez mais profundos que até agora passaram 
despercebidos. É claro que o papel da geofísica neste exercício é crucial. 
Assim, é importante referir que a pesquisa geológica é uma disciplina multidisciplinarque 
depende da contribuição de várias disciplinas tais como a geologia, a geofísica, a 
geoquímica e a cartografia. Os depósitos minerais são descobertos por equipas e não 
por indivíduos. 
Uma equipe de pesquisa geológica tem diferentes níveis de conhecimento, por 
isso é importante definir alguns termos a serem usados com muita frequência nesta 
disciplina (veja anexo A) 
 
Métodos de Prospecção 
A prospecção desenvolveu-se nos últimos anos no sentido do uso de técnicas bastante 
sofisticadas e cada vez mais dispendiosas. A procura de afloramentos ou mineralizações 
ligadas a afloramentos é cada vez menos atractiva, uma vez que são cada vez maiores 
as áreas prospectadas e cada vez menos os jazigos aflorantes. 
O interesse da pesquisa esta se virar para áreas potenciais em que se espera que as 
concentrações de minerais de interesse sejam maiores e que estejam cobertos de 
aluviões, rochas sedimentares vulcânicas, água dos mares, etc. Por isso tem se tornado 
necessário o desenvolvimento de técnicas que permitam descobrir depósitos “não 
visíveis a partir da superfície”. 
Uma sequencia completa de prospecção começa com: 
- avaliação de regiões vastas e selecção de subáreas de interesse. 
- Reconhecimento das regiões favoráveis na busca de alvos 
- Alvos investigados com detalhe, primeiro a partir da superfície e depois 
tridimensiolmente (sondagens). 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 10
A oferta de produtos minerais é um processo que começa na prospecção, passa pelo 
desenvolvimento e acaba na produção. 
A prospecção é uma actividade de alto risco do ponto de vista financeiro. 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 11
Exemplo dum programa de prospecção (sulfuretos maciços) 
 
 Selecção da área 
o Áreas de background (não favoráveis de momento) 
 Áreas favoráveis 
 
 Reconhecimento aéreo 
o Alvos não prioritários 
 Alvos prioritários 
 
 Trabalhos de prospecção no terreno 
 
o Alvos não prioritários 
 Alvos prioritários 
 
 1° fase de sondagens 
¾ zonas não favoráveis 
 descoberta de mineralização 
 
 2° fase de sondagens 
¾ Alvos não económicos 
 
 Alvos com interesse económico 
¾ 3° fase de sondagens 
 
¾ alvos não económicos 
 
 alvos com interesse económico 
 Jazigos para o delineamento do jazigo 
¾ Jazigos não económicos 
 
 Jazigo com provável interesse económico 
¾ Estudos económicos 
No esquema proposto as duas primeiras fases de sondagem têm por finalidade definir 
corpos que justifiquem o prosseguimento dos estudos. 
 
Os custos associados ao esquema são apresentados em percentagens (500 km2) 
Selecção de área – 4% 
Reconhecimento aéreo - 12% 
Trabalho no terreno – 29% 
Sondagens – 48%; 1a fase – 36%; 2a fase – 9%; 3a fase – 3% 
Sondagens para o delineamento do jazigo – 7% 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 12
A fase de sondagens para delinear o jazigo representa uma pequena percentagem 
quando comparado com o resto das fases porque a probabilidade (1 para 20) que a 
prospecção tem de descobrir uma ocorrência suficientemente atractiva e que justifique 
delineação é muito pequena. 
Outro modo de verificar a maneira como se processa a prospecção é analisar a 
selectividade da prospecção supondo-se uma área de dezenas de milhares de km2 após 
a selecção de área ela ficará reduzida a 500 km2 (Tabela 1) 
 
Tabela 1. Selectividade de áreas de prospecção 
 Antes da decisão Após a decisão selectividade 
Selecção da área Província 500 km2 >50 
Reconhecimento 
aéreo 
500 km2 30 areas conducentes 17 
Trabalho de campo 30 12 alvos 1.7 
Sondagens 
1a fase 12 1 12 
2a fase 1 0.2 5 
3a fase 0.2 0.05 4 
Sondagens de 
delineação 
0.05 0.025 2 
 
Tendo demonstrado que a prospecção é uma operação de alto risco, qualquer programa 
de prospecção deve ser amplo, partindo dum interesse regional (background) e 
seleccionando áreas de interesse dentro de províncias definidas. Então a prospecção 
deve ser única e focalizada, seleccionando e concentrando se em alguns casos que 
podem ter interesse económico. 
Exemplos 
Prospecção de cobre profíritico (SW USA) 
 1a Fase – Estudo regional 
 Compilação geológica 
 Estudos fotogeológicos 
 Análise estrutural 
 Inspecção no terreno (aérea e no terreno) 
 2a Fase – Estudo detalhado 
 Mapeamento e reconhecimento geológico dos afloramentos 
 Campanha geoquímica de linhas de agua 
 Aeromagnética 
 Gravimetria 
 Polarização induzida 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 13
 3a Fase – Estudo detalhado dum alvo (anomalia positiva) 
 Geologia detalhada 
 Estudos mineralógicos e petrológicos 
 Polarização Induzida detalhada 
 4a Fase – Estudo tridimensional do alvo (anomalia positiva 
 Sondagens 
 Diagrafias 
 Cálculo de reservas 
 Análise mineralógica e química de amostras e carotes 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 14
CAPITULO III 
 
 INDICADORES GEOLÓGICOS 
 
Após a dissertação feita nas secções anteriores importa discutir aqui em detalhe 
os indicadores geológicos. Os indicadores podem ser classificados de varias formas, a 
que se apresenta a seguir é uma delas. 
CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES 
™ Ponto de vista geral 
I – Qualitativos (Estruturais – Morfológicas) 
Relacionam-se com aspectos técnicos, geomorfológicos, estruturais, 
mineralógicos e litológicos. 
II – Quantitativos (Geoquímicos) 
Relaciona-se com a presença, ausência ou abundância relativa duma 
certa substância (ião no solo, plantas, aguas) na superfície ou no 
subsolo. 
™ Ponto de vista Génese e/ou cronologia 
I – Sin-genetico 
Relaciona-se com fenómenos contemporâneos a formação do jazigo e 
que controlam a sua génese e concentração 
II – Epigenético (fora da génese do jazigo; pode ser pré ou pós) 
Pós genéticos – posteriores a formação do jazigo e que resultam da 
acção da presença do jazigo; P. Ex. os chapéus de ferro, subsistência 
provocada por trabalhos mineiros antigos. 
 
INDICADORES REGIONAIS OU DE DESENGROSSAMENTO 
 
Rochas ígneas 
a1 – batólitos e outros intrusivos = por ex. Portugal, vários jazigos de 
wolfránio e estanho estão na dependência directa do maciço granítico das Beiras. 
a2 – Rochas vulcânicas de determinadas idades = actividade ígnea por ex. 
rochas verdes de Manica em Moçambique (Au). Continua. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 15
a3- rochas ígneas de aspecto petrológico especial - Podem relacionar-se 
com: 
intrusões ácidas - Wo, Sn, 
intrusões básicas (Ex. noritos)- Ni 
intrusões ultrabásicas Cr, Ni, Pt 
 
Relação das épocas cronológicas com épocas metalogénicas 
Época metalogénica hersínica entre o carbónico e o triássico na Europa (jazigos diversos 
no Norte de Portugal) 
 
 Zonas de fracturarão as quais se associam a região e não as fracturas principais mas sim 
a região. 
Ex. Mather Lode na Califórnia 
 
Rochas sedimentares de determinadas épocas. 
Ex. Fe do jurássico no Luxemburgo, Fe do silúrico em Portugal 
 
Condições climáticas e topográficas actuais ou passadas conducentes a formação de 
determinados jazigos 
a. Climas tropicais Laterização (bauxites de Manica) 
b. Climas áridos a semi-áridos associados a um nível freático e a 
concentração da zona de enriquecimento supergénico. Ex. deposito 
porfiritico de cobre (USA) 
c. Longos períodos de meteorização intensa seguidos de outros de erosão 
rigorosa que leva a formação de placers 
 
Resumo Sobre os IndicadoresIndicadores geoquímicos – geoquímicos, geobotanicos e bioquímicos 
Indicadores - geomorfologicos 
Indicadores - mineralógicos 
Indicadores - estratigráficos e litológicos 
Indicadores - tectónicos e estruturais 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 16
 
INDICADORES GEOMORFOLOGICOS 
 
As características geomorfológicas de uma região podem servir como evidencia 
directa ou indirecta de existência de jazigos minerais. As indicações directas tais como a 
expressão superficial de um jazigo, são naturalmente as de maior utilidade e de fácil 
interpretação. No entanto, as provas indirectas são também úteis na medida em que, 
ajudando a estabelecer uma parte da historia geológica da região podem fornecer ideias 
chave para a prospecção geológica 
 
Expressão topográfica dos afloramentos 
 
Os filões de ganga compactos e resistentes a erosão, como aqueles em que a 
ganga é de quartzo finamente granuloso dão em geral, por erosão diferencial origem a 
afloramentos salientes com cristas erguidas abruptamente na superfície do terreno e com 
alinhamentos bem definidos. Pelo contrario, os filões de ganga carbonatado dão 
frequentemente origem a depressões bem definidas nas quais se instalam linhas de 
agua. No entanto, existem muitas excepções a esta regra. Por exemplo, muitos jazigos 
hipogénicos de ganga essencialmente dão origem a depressões superficiais no terreno 
por serem constituídos por stockwork em vez de enchimento maciço. Também nem 
sempre as zonas ricas são as mas salientes visto frequentemente consistirem em 
material esmagado e fendilhado que é facilmente erodido, enquanto que o quartzo 
estéril, mais maciço resiste, alem disso, os sulfuretos característicos de certas porções 
ricas promovem ou auxiliam a decomposição dos materiais com a excepção do quartzo 
estéril. 
Por outro lado, pode ter se dado o caso de mesmo em jazigos de ganga 
carbonatada, as reacções de meteorização do afloramento terem dado origem a chapas 
de ferro resistentes (Natureza Jaspoide) de maneira a que os afloramentos se 
mantenham salientes. 
Concluindo, quer numa linha de saliência ou reentrância no terreno merece sempre 
muita atenção se bem que o caso só por si não seja significativo 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 17
 
Enquadramento fisiografico geral de alguns tipos de jazigos 
 
Os aspectos topográficos podem não só resultar da presença de filões ou outros 
corpos mineralizados mas também reflectirem determinadas condições favoráveis a 
presença de minério. Estas condições variam tão largamente, dependendo do tipo de 
jazigo e das rochas encaixantes e exprimem-se por uma variedade de formas 
topográficas dependentes do clima e da historia geomorfológicas da região que é 
impossível formar quaisquer proposições gerais, mas numa dada região o estudo das 
relações do jazigo com o seu enquadramento geológico pode em muitos casos levar ao 
reconhecimento de indícios precisos para a prospecção. 
Por exemplo, tem se observado que em determinadas regiões áridas ou semi-
áridas os basamentos das montanhas - áreas mais ou menos planas, cobertas por 
detritos vários e que há equilíbrio entre a erosão e transporte se encontram 
frequentemente associadas a existência de jazigos primários, enquanto que, as 
montanhas representam em geral as rochas mais compactas e resistentes. Os 
basamentos correspondem a áreas enfraquecidas por fracturação e erosão. Ora como se 
compreende é precisamente nesses pontos que se torna mais provável o aparecimento 
de jazigos hidrotermais, não só porque as zonas de perturbação estrutural são mais 
receptíveis as soluções mineralizadoras, mas também porque estas soluções alterando 
as rochas encaixantes, as tornam mais vulneráveis a meteorização alem de que certos 
produtos de alteração do próprio jazigo podem em muitos casos acelerar os processos 
de que resultam (é o caso do acido sulfúrico produzido por alteração de pirite) 
Por idênticas razoes, a maior parte dos aluviões auríferos estão relacionados com 
basamento, ocorrendo em redes hidrográficas que as atravessam em vez de correr em 
regiões mais altas. Com efeito, é nas de basamento que a alteração química das 
formações auríferas libertam totalmente o metal enquanto que nos encostos mais 
inclinados as acções mecânicas podem apenas produzir uma libertação mis completa, 
com a capacidade suplementar de produzir finas partículas, palhetas ou lamelas de ouro 
que sai sedimentam com menor selectividade e menores distancias. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 18
A expressão topográfica dos jazigos de ferro é importante por duas razoes: para que 
o jazigo tenha valor comercial, tem que ser grande, possante e regular, o que 
evidentemente conduz a manifestação morfológica proporcionalmente grande em 
segundo lugar porque em geral, os minérios ou são muito resistentes a erosão (Ex os 
itabiritos de Minas Gerais (Brasil) e as cabeças hematiticas de Portugal) ou muito 
vulneráveis como os minérios carbonatados. 
 
 
 
 
Enquadramento fisiográfico particular dos placers 
 
As condições geomorfologicas desempenham um papel fundamental no 
condicionamento dos processos de concentração hidrogravitica responsáveis pela 
formação de jazigos aluviais. 
As condições mais favoráveis são as que conduziram a: 
Preparação 
A melhor preparação é uma meteorização prolongada e intensa que afecta 
directamente os minerais numa região de topografia madura ou sub-madura. Este 
conjunto de fenómenos liberta as partículas de minério da sua ganga e prepara para a 
fase seguinte uma formação possante de solo residual já parcialmente concentrado. 
 
Concentração 
Numa fase posterior a região sofre uma sobre elevação acompanhada por erosão 
intensa, estabelecendo-se cursos de água sobre linhas que cortam o antigo solo residual 
a sedimentação preferencial do minério duro em determinados pontos privilegiados 
conduz a formação de placers mais ricos que solo residual de que resultam. 
 
Protecção 
Os jazigos aluviais assim formados podem vir a desaparecer se o processo 
erosivo que lhes deu origem se prolongar por tempo suficiente para que eles próprios 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 19
sejam atingidos. A destruição pode no entanto ser impedida desde que o placer seja 
coberto por outras formações (novos aluviões, resultantes da abertura de canais, mantos 
de lavas etc.) 
Todo este processo, descrito acima, pode ser repetido durante a evolução 
geomorfológica da região, podendo resultar em jazigos extremamente ricos . 
Os índices gerais que se procuram na prospecção de aluviões são sobretudo os 
contactos entre formações de idades diferentes, uma correspondente a rocha onde se 
instalou o valley - bed-rock e outra correspondente á formação mais moderna que 
encheu o vale – o aluvião 
 
Enquadramento fisiográfico geral dos jazigos de oxidação e de enriquecimento 
supergénico 
 
JAZIGOS RESIDUAIS DA ZONA DE OXIDAÇAO 
Dado que a meteorização depende geralmente da morfologia da região os tipos 
de jazigos que devem o seu valor a remoção de certos elementos estáveis ocupam 
posições bem definidas com respeito a superfície de erosão, actuais ou passadas. É o 
que acontece com silicato de níquel (garnierite), a bauxite, os minérios de manganês, 
minérios de ferro laterítico etc. que tem as suas melhores condições de formação em 
regiões planas de regime tropical húmido. É também um pouco do que se passa com os 
chapéus de ferro exploráveis pelo seu teor de Au, Ag, Pb ou Fe. 
Os processos de meteorizaçãoque formam jazigos deste tipo são muito lentos e 
só se realizam ate profundidades que confiram interesse ao jazigo em locais em que o 
nível freático for relativamente profundo e em que houve tempo suficiente para uma 
meteorização profunda e extensiva. Estas condições são geralmente satisfeitas por 
superfícies topográficas estáveis pelo que estes jazigos se encontram com mais 
frequência em planaltos ou peri-planaltos elevados, não demasiado dissecados pela 
erosão. 
 
JAZIGOS DE ZONAS DE SULFURETOS SUPERGENICO 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 20
As condições favoráveis ao enriquecimento supergénico dos minerais de cobre e 
de prata, por exemplo são bastante semelhantes as que a trás são descritas 
Para que o enriquecimento atinja valores interessantes é necessária uma lixiviação de 
grandes quantidades de metal na zona alta do jazigo, o que corresponder a uma grande 
porção do jazigo primário. Nestas condições ou o nível freático era extremamente 
profundo ou o que é mais razoável, a zona de lixiviação foi-se deslocando para baixo a 
medida Que a erosão ia abaixando a superfície, acompanhando o enriquecimento, mas 
sem o ultrapassar. Um tal equilíbrio entre a erosão e o enriquecimento supergénico ou, o 
que vem a dar o mesmo uma consistência na profundidade do nível freático combinado 
com uma descida muito lenta de ambos, é particularmente bem realizado em regiões de 
topografia velha 
Com efeito, se a região for de um relevo jovem a erosão baixaria rapidamente a 
superfície do terreno removendo grandes quantidades de metal útil que não tivesse tido 
tempo de ser solubilizado e transportado em profundidade, nestas condições o 
rendimento da lixiviação seria naturalmente baixo, e o enriquecimento fraco. 
 
JAZIGOS SINGENETICOS 
 
Se o minério faz parte desde a sua formação de uma massa rochosa, a própria rocha 
serve como indicador. A localização é mais exacta em rochas estratificadas, em aspectos 
sedimentares, mas é ainda regra geral, suficientemente definida para ser útil nas rochas 
ígneas homogéneas. 
Se o minério constitui um horizonte de uma formação sedimentar basta conhecer a 
sequência estratigráfica e a estrutura das camadas para se poder prever a localização 
dos afloramentos ou a profundidade de ocorrência do minério. O problema é 
extremamente simples se as camadas sofrerem poucos dobramentos, como acontece 
com os minérios de ferro Jurássico da Europa Central. A dificuldade aumenta com a 
complexidade do enrugamento, de modo que a prospecção e a pesquisa podem exigir a 
resolução de difíceis problemas de enrugamento. 
Excepto no caso de o minério ter sofrido estiramento, processos semelhantes em 
consequência a acção tectónica, a localização das colunas mineralizadas, quando 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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existentes, não é controlada por acidentes como zonas de cizalhamento, zonas 
brechadas ou dobras (que são tão importantes nos jazigos epigenéticos) mas apenas 
pelas condições de sedimentação aquando da deposição do minério, condições que 
incluem não apenas o ambiente físico-químico e biológico do meio, como também a 
forma e a extensão da bacia de sedimentação. 
Os jazigos singéticos de origem ígnea são, em geral, menos regulares que os 
sedimentares. 
No entanto, em soleiras possantes e lopólitos os constituintes minealógicos afectam 
ferquentemente uma deposição zonada do tipo complexo de Busheveld, na SA, onde 
ocorre zonas de Crómio de 150m de espessura ( possança reconhecíveis numa 
extensão de muitos km). As camadas de cromite têm possanças variáveis de 2.5cm a 
1.8 m e concordam com a estratificação. 
Em intrusivos menos regulares, os jazigos singenéticos podem ser de distribuição tão 
irregular que o máximo que se pode afirmar é que existem algures no interior da 
formação. No entanto mesmo neste caso, o facto é útil porque permite limitar o campo de 
investigação. Por exemplo, sabe-se que os jazigos de cromite se circunscrevem a rochas 
ultra-básicas ou a serpenitose a serpentino –xistos delas derivadas. Não devem, pois 
procurar-se noutras rochas nem em serpentinitos de outras origens. A serpentina 
resultante das peridotites ou dunitos identificam-se em geral pela presença de fibras de 
asbestos ou de magnesite, e pela abundância de talco. 
Nos pegmatitos, os minérios metálicos são de distribuição irregular. No entanto notam-se 
em muitos pegmatitos zonas ± bem definidas caracterizadas, caso uma, pela sua 
mineralização peculiar, desde um emaranhado de micas junto da rocha encaixante, 
através de granitos gráficos e manchas fentíticas, até ao núcleo central, em geral 
quartzoso. A Tantalite e o berilo do NE Brasileiro encontram-se geralmente nas 
bordaduras do núcleo. 
 
JAZIGOS EPIGENETICOS 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 22
Os minerais introduzidos nas rochas posteriormente a sua deposição mostram em 
geral forte preferência por determinadas formações que se instalam em fracturas, quer 
substituam o material pré existente. 
Os jazigos de substituição em rochas estratificadas diferem dos sedimentares pelo 
facto de nem todo um horizonte contém minério: A substituição dentro um estrato é 
controlada por circunstancias adicionais que podem consistir em charneiras de dobras, 
fracturas ou filões do jazigo quando localizado por um filão quando corta um estrato 
favorável pode afectar de forma variáveis, desde um mero alargamento ao 
enriquecimento no interior ou nas vizinhanças do filão, i.e, podem verificar –se todos 
os casos desde a localização do minério no filão pela camada ate a localização na 
camada pelo filão. 
 Nem sempre no entanto a formação favorável é sedimentar: mas .....vulcânica ou as 
suas coberturas piroclásticas podem desempenhar o mesmo papel de estratos 
sedimentares. Nem sequer é mesmo necessário que a formação seja estratiforme. 
Há indicações de carácter estático de que certos metais encontram preferencialmente 
associados por razoes de carácter químico a certas rochas hospedeiras. O calcário é 
especialmente receptor para o chumbo e o zinco, mas relativamente fraco para o ouro. 
Os quartzitos são também bons anfitriões para Pb-Zn sendo o Pb especial preferência 
pelos xistos. 
 As rochas receptivas para o ouro são em geral as que contém clorite, se bem que a 
quando da mineralização , a clorite será siricitizada. 
Há, de um modo geral mais jazigos aurificos em xistos cloriticos em filões que em 
quartzitos e calcários. 
Em muitos casos o controle da mineralização não se faz pelos características 
meneralogicas ou texturais da rochas mas sim pelas suas propriedades mecânicas 
dos quais é especialmente importante a competência, em particular no caso dos 
jazigos instalados em fendas. 
 A designação de competente aplica-se a rocha de relativamente rígidas que se 
fracturam em vez de se deformarem. Na maior parte dos casos , os quartzitos, os 
conglomerados bem e as rochas ígneas são competentes. Os xistos argilosos e 
calcários e as rochas cloritizadas, sepentizadas, mostram se em geral incopetentes 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 23
Além de o conceito ser relativo, o tipo de solicitação pode influenciar o comportamento 
de uma dada rocha. Assim, por exemplo, os calcários são frágeis quando solicitados sem 
apertos, mas tornam-se incompetentes quando sob fortes pressões confinantes e em 
especial quando em presença de solventes e sob um aumento de carga suficientementelento para permitir a recristalização e o arranjo do material. 
Como uma rocha competente e, regra geral, bom indicio para jazigos filoneanos e uma 
formação incompetente lhes e normalmente desfavorável, exige-se grande cuidado na 
diagnose de tal característica. Por exemplo, no jazigo de consistente em Montesinho (.... 
a rocha encaixante e uma xisto argiloso com elevada quantidade de sericite. Deste ponto 
de vista poderia, portanto, dizem-se que rocha e desfavorável ao estabelecimento de 
factores francas e portanto há hipótese para a localização de um jazigo filoneano 
interessante. E, no entanto, ele existe. A aplicação pode provavelmente, encontrar-se no 
facto de se pode afirmar com razoável segurança que a rocha, hoje plástica e portanto 
incompetente era, 
ao tempo da mineralização, um xisto metaformizado junto com a meteoração e que 
transformou naquilo que hoje e. De novo, reconhece-se que as zonas de cizalhamento 
são de idade muito posterior a mineralização provavelmente alpinas enquanto que esta e 
hercinica. 
Quando se pode demonstrar, em bases estatísticas, que uma ... da formação e 
favorável para determinada mineralização, pode, evidenciar usar-se essa formação 
como indicador de minério, mesmo quando não se sabe explicar a razão do facto. 
Quando porem, essa razão alem de a probabilidade de acerto bem maior, em geral 
podem considerar-se as previsões mais longe. 
 
INDICADORES MINERALOGICOS 
 
De todos os guias, os mais importantes, que conduzem as descobertas de corpos 
mineralizados são os guias mineralógicos. É pois, a observação dos minerais a 
superfície, que põe em evidencia a presença de um jazigo. 
Os minerais mais frequentemente associados a parageneses e a sua abundância 
relativa podem servir de indicadores de minério. Variações nas proporções de 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 24
determinados minerais, quer na rocha encaixante, quer no próprio jazigo, podem quando 
convenientemente cartografados constituir indicadores de minério, frequentemente os 
minerais da zona superficial de oxidação servem como indicadores de ocorrência de 
determinados minerais em profundidade. As variações da composição mineralógica as 
rochas encaixantes, excepto quando singeneticos, resultam normalmente da alteração 
por acção dos fluidos responsáveis pela mineralização ou das acções físico-químicas e 
termodinâmicas associadas com a génese do minério. 
A utilização dos minerais como guia apresenta-se de diversas maneiras. Podemos 
considerar: 
- os minerais primários inalterados: 
ƒ em eluviões e aluviões 
ƒ no afloramento 
- a alteração das rochas encaixantes das mineralizações e suas características 
mineralógicos. 
- Os minerais dos chapéus oxidados e a estrutura dos produtos de alteração, 
susceptíveis de nos fornecerem dados sobre a natureza da mineralização subjacente. 
 
MINERAIS PRIMÁRIOS 
 
Em Eluviões e Aluviões 
 
Um certo número de minerais úteis são muito estáveis em condições de alteração 
superficial, e mantêm -se quimicamente inalterados, mesmo depois dum transporte 
prolongado. São sobretudo os elementos nativos (ouro, platina, diamante), os óxidos 
(cassiterite, rútilo, ilmenite, etc.), e ainda outras combinações, como os fosfatos ) p. Ex. 
Monazite) 
A partir de jazigos primários, nos quais eles estão normalmente muito dispersos e são 
inexploráveis, podem formar eluviões, ou sofrendo transporte através de cursos de agua, 
concentrados em aluviões fluviais. 
A prospecção das aluviões têm dois papeis distintos: 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 25
1. obter o percurso dos minerais pesados para descobrir os jazigos primários de 
origem. 
2. Reconhecer as concentrações exploráveis nos aluviões e eluviões. É a 
prospecção aluvionar propriamente dita. 
 
A prospecção dos aluviões permite remontar aos jazigos primários sem que seja 
necessário entrar em considerações quantitativas rigorosas. 
Nas regiões recentemente degeladas, e onde a alteração não penetrou ainda 
profundamente, os índices de minerais em blocos glaciares das moreias, podem conduzir 
aos jazigos primários, de minerais como os de cobre, arsénio, ouro, chumbo, etc. 
 
Minerais em afloramentos 
 
Os minerais pouco alteráveis a superfície, são evidentemente os melhores guias. 
As suas associações gerais, ou regionais, devem ser perfeitamente conhecidas do 
prospector: um mineral sem interesse prático, pode conduzir a um mineral útil. 
O quartzo das províncias auríferas pode, em certas regiões, apresentar uma cor ou um 
grão determinado, mas não existe nenhuma regra geral. A flourite é um mineral da ganga 
característico para certos corpos mineralizados, especialmente de chumbo, zinco e 
estanho. Ela é relativamente resistente as condições de meteorização e, em alguns 
distritos, pode ser utilizada para indicar a posição dos corpos mineralizados. 
A natureza dos carbonatos pode constituir um guia para a geologia de superfície. 
Embora os carbonatos sejam bastante lexiviáveis na zona de oxidação, retêm nas suas 
cavidades vestígios pela forma e cor das mesmas. 
Os diversos aspectos da zonalidade mineralógica; em relação aos plutonitos, e 
zonalidade sedimentar (ou paleogeográfica), contribui bastante para a pesquisa dos 
jazigos minerais. 
Em trabalhos de superfície, trabalhos mineiros, ou sondagens, os valores poderão ser 
traçados, não em função das variações mineralógicas, mas na relação entre os teores 
dos diversos metais. P. Ex. Pb/Zn ou Au/Ag. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 26
Um problema prático frequentemente posto, é a distinção entre as zonas de sulfuretos 
supergénicos e hipogénicos; os critérios mineralógicos microscópicos são contributo para 
a sua resolução. 
 
ALTERACAO DAS ROCHAS ENCAIXANTES 
 
As transformações mineralógicas mais comuns nas rochas encaixantes dos jazigos 
endogenicos são geralmente do tipo haloquimico, como por Ex as que resultam da 
introdução de elementos novos e remoção de elementos primitivos, embora por vezes se 
verifiquem apenas transformações texturais, estruturais ou mineralógicas sem apreciável 
variação de composição química (transformação topoquímica). Podemos pois considerar 
como um caso particular do metamorfismo na sua forma geral. 
As alterações, da mesma forma que as concentrações metalíferas, são consideradas 
com manifestações de concentrações hidrotermais libertadas de plutonitos ou aparelhos 
subvulcanicos e vulcânicos; é por isso que elas estão ligadas e nem tão pouco podem 
existir umas sem as outras. 
Essas soluções fazem recristalização das rochas, transportando elementos novos para a 
solução inicial (flúor, boro, enxofre, ..., metais), ou lexiviam as rochas encaixantes 
(drenagem lateral). A composição química das soluções, varia em função do tempo e do 
espaço, e, ao longo da circulação nas rochas depositam os minerais por abaixamento de 
temperatura. 
A agua tem um papel importante como mineralizador, solvente, agente de transporte de 
elementos e de calor. 
As “trocas físicas” manifestam-se pelas modificações de cor de granulometria, 
porosidade e textura (as rochas lexiviadas são porosas e leves). As “trocas 
mineralógicas”, em relação com as mineralizações hipotermais estão no aparecimento de 
granadas, anfíbolas, piroxenas, turmalina, biotite; com as mineralizações mesotermais (e 
por vezes hipo ou epi) estão no aparecimento de sericite, clorite, carbonatos, silica; as 
mineralizações epitermais e também as vulcanicas, em geral sericite, clorite, carbonatos, 
adulária, alunite e argilas. A propelitização é uma combinação demuitas neogéneses 
minerais: clorite, anfíbola, calcite e epídoto. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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Os minerais mais correntes entre os quais se caracterizam os três tipos de 
mineralização hidrotermal são: 
Mineralização hipotermal – granadas, anfibolas, piroxenas turmalinas e biotite 
Mineralização mesotermal- sericite, clorite, carbonatos e silica 
Mineralização epitermal- pouca sericite, muita clorite e carbonatos 
Um mineral resultante da alteração relacionada com jazigos de qualquer dos tipos é a 
pirite, a alteração não deve ter uma alteração demasiado grande nem demasiado 
pequena; se for muito extenso não tem significado suficiente para apresentar valor em 
prospecção, pelo contrario quando demasiado restrito o corpo pode tornar-se difícil de 
identificar como o próprio jazigo. 
O aparecimento de uma só fase de alteração é raro, há normalmente sobreposição de 
fases sucessivas e a mineralização não está em geral ligada senão a uma ou duas fases, 
normalmente mais tardias. 
A alteração pode variar com a zonalidade dos depósitos mineralizados. Por isso as 
auréolas de alteração são um bom guia para a prospecção dum jazigo. 
As auréolas são representadas por minerais difusos relacionados com o jazigo em 
causa. 
As auréolas mais extensas e possantes contem elementos que tem afinidade com 
enxofre (chumbo, zinco, cobre, molibdénio), e as menos extensas contem elementos 
com afinidade com o oxigénio (estanho, tungsténio, zircónio, tório). (Sg. N. I. Safranov) 
 
O mesmo autor refere que se observa uma correlação directa entre os seguintes 
elementos: chumbo, zinco e prata; arsénio e bário; prata, bismuto e cobre; zinco, chumbo 
e bismuto; bário, estrôncio, mercúrio e cobre; molibdénio e cobre. 
Tem bastante importância a zonalidade vertical de elementos indicadores concordantes 
com a ordem de deposição dos elementos. Da base para o topo: estanho, tungsténio, 
molibdénio, arsénio, bismuto, arsénio, cobre, urânio, níquel, cobalto, zinco, chumbo, 
bário, prata, ouro, antimónio, arsénio, mercúrio, telúrio. 
 
PRODUTOS DE ALTERACAO SUPERGENICA 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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Na zona oxidada os sulfuretos decompõem -se passando a sulfatos e o seu conteúdo em 
metal é arrastado em solução ou fixado, inteira ou parcialmente, em compostos estáveis, 
principalmente óxidos, carbonatos e silicatos dissolvem-se com facilidade e os silicatos 
decompõem -se. 
Dos minerais originais da ganga, o quartzo é único sobrevivente, os outros estão 
representados unicamente pelos seus produtos de decomposição: óxidos de ferro e 
manganés, argilas, outros compostos metálicos, etc. 
Os produtos de oxidação de jazigos primários constituem um dos guias mais utilizados 
em toda a historia mineira. Os produtos de oxidação vulgares nos afloramentos e podem 
ser identificados com muita facilidade. Nem sempre o jazigo, mesmo quando oxidável, 
apresenta chapéus de ferro ou formações semelhantes, a glaciação e outros agentes de 
erosão rapidamente podem remover qualquer formação oxidada que se tenha constituída 
e pôr a nu o minério primário, noutros casos é o próprio clima- essencialmente frio e ou 
seco que não favorece a alteração. 
Quando chapéus de ferro apresentam ou não interesse em si mesmo levanta-se sempre 
a questão: o que existe por baixo quais os minerais primários que originam os metais 
oxidados 
Estes problemas são comuns a todos os jazigos com afloramentos oxidados, mas tem 
particular importância nos de sulfuretos. Na zona de oxidação, os sulfuretos foram 
oxidados a sulfatos e os seus metais frequentemente carregados em soluções e a 
distancia maior ou menor fixados sob a forma de compostos de maior estabilidade, em 
geral óxidos, carbonatos ou silicatos. A maior parte das gangas não resiste também a 
meteorização, das gangas iniciais após oxidação intensa e prolongada apenas o quartzo 
resiste, no entanto nem sempre a oxidação é completa e produz a transformação total do 
material original, noutros casos podem sobreviver pseudomorfoses por epigeniais ou por 
moldagem, quer pelas formas cristalinas quer pelas texturais a estruturais 
 Durante o processo de alteração superficial, em alguns locais não se efectuam trocas 
químicas, podendo restar quantidades variáveis de minerais originais e de produtos de 
transição. Por outro lado, as limonites podem ser quase totalmente transportadas 
depositando-se noutros locais, são as limonites transportadas. A esta massa de óxidos 
sobre o jazigo é chamada “chapéu de ferro”. Os cristais minerais úteis ou da ganga que 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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foram lixiviados, deixaram cavidades características, enchidas por vezes por minerais 
secundários provenientes da alteração do mineral que os constitui. Essas variedades, 
chamadas “boxwork”, podem permitir deduzir a natureza da mineralização do jazigo 
original. Mas, é necessário não perder de vista as características dos “boxwork”, cujos 
locais necessitam dum estudo minucioso dos minerais. 
A título de exemplo daremos um quadro e alguns desenhos de “boxwork”. (sg. A. M. 
Bateman) 
 
Figura. Exemplos de boxworks celulares grosseiros de Calcopirite 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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A – (x2) Com veios de quartzo, paredes celulares de jaspe limonítico e limonite 
intersticial 
B – (x5) Aspecto quadrangular com paredes celulares paralelas e estrutura cruzada 
C – (x5) Tipo médio 
D – (x2) Boxwork celular grosseiro de Blenda com veios de quartzo, paredes celulares de 
jaspe limonítico e limonite intersticial 
E e F (x5) Boxworks triangular encurvado de bornite com células em forma de olho 
G – (x1) Boxwork foliáceo de molibdenite contendo palhetas de limonite e veios de 
quartzo 
H e I (x5) Boxworks em curva de tetraedrite 
J e K (x3) Boxworks de galena; aspecto clássico (J); galena fina (K) 
 
VEJAMOS ALGUNS CASOS PARTICULARES DE METAIS DA ZONA DE OXIDAÇAO 
 
OURO 
Devido a sua grande resistência o ouro permanece nas zonas de oxidação, se a ganga é 
toda do tipo facilmente solúvel ou acatável (carbonatos sulfuretos) normalmente o 
chapéus de ferro apresentar-se-á mais ou menos enriquecido. Se pelo contrario a ganga 
for essencialmente quartzosa, com pequena quantidade de sulfuretos pode não ter 
havido variações sensíveis nas teores 
Descoberto um jazigo oxidado com determinados teores em ouro como saber se é ou 
não de esperar em profundidade um empobrecimento? 
Em geral poderia dizer-se que, se o material é do tipo terroso pode ter resultado de 
enriquecimento e portanto poderá suspeitar-se um abaixamento de teores em 
profundidade, se pelo contrario, um chapéu de ferro não contem ouro ou contem em 
teores baixos não é de esperar que em profundidade eles venham a aumentar. 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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ESTANHO 
A cassiterite é o único mineral de estanho de grande importância económica. Ela é 
altamente estável e sobrevive em depósitos aluviais, é tal como o ouro susceptível de 
enriquecimento nas zonas de oxidação. 
A possibilidade de um enriquecimento supergénico na zona de sulfuretos, principalmente 
estanite, é plausível, pela decomposição desta e oxidação em cassiterite, embora em 
condições especiais, pois esta também apresenta uma certa estabilidade. 
 
CHUMBO 
Dos metais básicos, o Chumbo é o mais resistente à lixiviação porque os seus sulfatos e 
carbonatos são praticamente insolúveis embora a galena se oxide em anglesite com 
bastante facilidade, oprocesso é retardado pela insolubilidade desta, que forma uma 
película protectora. No entanto de lento vai progredindo até à transformação completa. 
Por sua vez a anglesite em presença de águas gasocarbónicas ou outras fontes de iões 
CO32- converte-se em cerusite, muito mais estável. Apesar da sua pequena solubilidade, 
os minérios Pb podem ser lixiviados, deixando vazios que vêm a ser parcialmente 
ocupados por limonite porosa e friável. No entanto o processo não chega nunca a 
completar-se, pelo que uma prospecção superficial ou até alguma dezenas de 
centímetros de profundidade por meio de sanjas vão revelar a presença de minérios de 
Pb, pode-se concluir com razoável segurança que o material primário não continha este 
metal em quantidade apreciável. 
 
ZINCO 
 O Zinco é o mais solúvel dos metais correntes. Embora o seu carbonato e silicato 
sejam razoavelmente estáveis o sulfato é tão solúvel que os minérios secundário de Zn 
raras vezes aparecem à superfície. Só nas rochas carbonatadas é que formam 
quantidades interessantes e, mesmo nestas, só a considerável profundidade na zona de 
oxidação e mesmo abaixo. 
 Em determinadas regiões mineiras, a razão dos teores Pb-Zn-Ag é tão constante 
que a composição dos chapéus de ferro pode dar uma indicação sobre os teores do 
material primário. O cálculo baseia-se na hipotese de que as quantidades de chumbo e 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
 32
sílica num dado volume de minério primário permaneceram constantes no minério 
oxidado. Recalcula-se o chumbo como galena, junta-se blenda, de acordo com a razão 
Pb-Zn, característica da região; recalcula-se o ferro como pirite; adicionam-se os 
componentes solúveis, em geral calcite ou dolomite. Evidentemente tem que se ter em 
linha de conta a migração do ferro e a compactação do chapéu de ferro. O método esta 
muito longe de ser rigoroso, mas pode ser útil para conduzir a decisão se um 
determinado jazigo merece ou não ser pesquisado em profundidade. 
 A presença de Pb e Zn no jazigo primário pode também ser detectada por 
determinados estratos de limonite que enchem os vazios deixados pelos minérios destes 
metais. 
 
COBRE 
 O Cobre é também facilmente solúvel. Quando existe Pirite em quantidades 
suficientes para fornecer H2SO4 em quantidades e quando a ganga e a rocha encaixante 
não são excessivamente básicas, a maior parte do Cobre é dissolvido e removido, 
deixando sempre alguns resíduos. Locke afirma mesmo que se nos afloramentos não 
existir Cobre, a experiência mostra que também não exista no material primário. 
 Quando a rocha conter um mineral que neutralize o H2SO4, o Cobre pode permanecer 
na zona de oxidação sob a forma de malaquete com azurite e crisocola. É sabido que a 
presença de Cobre em rochas carbonatadas pode dar uma impressão exagerada 
quanto à riqueza das partes mais profundas, visto que os calcareous são fortemente 
desfavoráveis as enriquecimento supergénico. 
 Uma técnica desenvolvida por Locke nas relações entre os produtos de oxidação dos 
minérios de Cobre e da pirite tem sido um sucesso na prospecção nos USA. O método 
consiste em estabelecer uma estimativa das percentagens aproximadas de Cobre que o 
material original continha o que envolve: 
 1o O cálculo da percentagem total de sulfuretos 
 2o O cálculo da razão dos sulfuretos cupriferos para os totais, que na prática se 
toma como razão pirite/calcosite. 
 Quando a pirite sofre uma oxidação lenta mas total, por oxigénio do ar em presença de 
uma dada quantidade de água, mas na ausência de outras substâncias excepto gangas 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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inertes ( quartzo, p.e.), os produtos formados e os suas proporções são determinadas 
pelos campos de fases do diagrama Fe2O3—SO2—H2O. De princípio, quando a 
proporção de H2O é alta, e a dos produtos de oxidação baixa, forma-se um pouco de 
goetite, que volta a dissolver-se quando o processo prossegue. 
Todos os produtos permanecem em solução até que, por saturação, precipitam sulfatos 
básicos de Ferro, assim na presença de grandes quantidades de água ( acima de 46 % 
do peso total do sistema), a pirite pode ser completamente dissolvida sem precipitação 
de material limonítico. 
 
 PRATA 
 A prata, como cobre e zinco, forma sulfatos solúveis ao contrário destes metais, o seu 
carbonato não é estável. 
 A mobilidade da prata varia largamente com as condições de agente químico. Quando 
“imercida” na galena é protegida e normalmente permanece na tetraedrite e outros 
minerais de cobre e, é libertado durante a sua alteração e carreada para longe do jazigo. 
Assim, ao contrário do ouro, a sua inexistência no chapéu de ferro, não é sinónimo de 
ausência em profundidade. 
 
NIQUEL 
Os jazigos de sulfuretos de níquel, oxidam-se de forma muito parecida aos sulfuretos de 
cobre e formam sulfatos solúveis. O níquel que existe nos jazigos de pirrotite lexivia-se 
normalmente da cobertura oxidada, mas pode deixar traços, em forma de manchas de 
verde maça, constituídos essencialmente por garnierite. Quando existe arsénio no jazigo 
primário, o afloramento pode reter traços de annabergite, também de cor verde maça. 
Os jazigos de silicato de nicquel (garnierite), que se encontram sobre peridotitos e 
serpentinitos, são o produto de um enriquecimento residual de um escasso conteúdo de 
níquel, que estava presente na rocha mãe. Tais jazigos estão limitados a zona de 
oxidação e as diaclases, poucos metros de profundidade. 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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COBALTO 
Os minerais primários de cobalto decompõem -se na zona de oxidação. O sulfato é 
solúvel, mas o arsenito, de tom rosa, a eritrina, é estável e forma as “flores de cobalto”, 
um guia muito visível do cobalto. 
 
MOLIBDÉNIO 
O único mineral primário, a molibdeníte, é relativamente resistente a oxidação. A pirite 
associada, em vez de facilitar a oxidação tem provavelmente um efeito protector sobre a 
molibdenite. 
O óxido azul, a ilsemannite, forma uma película sobre a molibdenite mas não sobrevive 
tanto tempo como esta. A molibdenite, é bastante solúvel na agua, é um mineral terroso, 
amarelo, o contrário da ferrimolibdenite que é um mineral terroso, amarelo esverdeado, 
mas é bastante estável, pelo que constitui um bom índice para a mineralização 
subjacente. 
A powelite, é um produto da oxidação da molibdenite, difícil de distinguir a luz natural, 
mas é fluorescente sob luz ultra-violeta. Se existe chumbo no chumbo no jazigo, é um 
precipitante tão activo do molibdénio que se forma wulfenite durante a oxidação. 
 
Crómio 
A cromite é relativamente estável em condições oxidantes. Com muita frequência 
encontra-se inalterada em afloramentos, e inclusive em placers. 
Em condições de extrema meteorização, lixivia-se deixando retículo de limonite. 
 
A seguir analisa-se em separado os jazigos singenéticos e os jazigos: 
 
INDICADORES E GUIAS FACIO-LITOLÓGICOS 
 
 Estes indicadores são constituídos pelas rochas caracteristicamente associadas a 
determinados tipos de minérios, que poerque deram origem a (batólitos geradores de 
campos filoneanos) quer porque se formaram simultaneamente (gneisses a pegmatitos 
associados a sistemas filoneanos) quer porque localmente substituídos por minérios ( 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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jazigos de Zn- Pb de substituição em calcários quer ainda pelas suas propriedades 
mecânicas favorecerem a instalação de fracturas posteriormente mineralizadas, quer 
porquepela sua impermeabilidade constituíram barragens ao movimente de substância 
útil ( jazigos endógenos de barragens, jazigos de petróleo). 
Diversas formações rochosas caracterizam-se por depósitos de uma composição litogica 
determinada. Os controles litológicos são um meio muito eficaz nas descobertas de 
jazigos, tanto sedimentares como magmáticos. É muito importante conhecer os tipos de 
fácies que apresentam os jazigos sedimentares de minerais úteis, assim como a rocha 
encaixante. 
 Os minerais ferríferos de fácies lacustre ou pantanosa, caracterizam-se pela fraca 
possança das camadas sedimentares, estratificação bem diferenciada e predominância 
de argilas. 
 Os leitos ferríferos de fácies marinha são compostos de oólitos, detritos orgânicos 
e cimento. 
 Os depósitos de minerais oólitos de manganes manifestam-se de maneira análoga 
aos de ferro de fácies marinha. 
 Acumulações de minerais de ferro formam-se sobre maciços de rochas 
ultrabásicas (ou ao lado). 
 
Os controles fácio litológicos utilizam-se na pesquisa dos horizontes ferríferos e 
manganíferos, assim como dos sedimentos químicos associados aos anteriores. Os 
mesmos controles utilizam-se na pesquisa de bauxite e de fosforites. 
As fosforites estão relacionadas ou com a plataforma, com fácies glauconito-arenosa; ou 
com geossinclinais que se caracterizam pela eleva da espessura das camadas e forma 
irregular em extensão. 
 
CONTROLES E GUIAS ESTRUTURAIS 
 
Quando se examina a influencia das estruturas na repartição, localização e forma dos 
jazigos hipogénicos, deve ter-se em conta três fenómenos: 
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1. Repartição dos terrenos metalogénicos nos limites de zonas pregnadas ou de 
plataforma. 
2. Repartição das regiões e das zonas mineiras nos terrenos metamórficos. 
3. Localização dos jazigos metalíferos nas zonas mineiras. 
Geralmente as zonas minerais localizam-se em regiões de grande fracturação dos 
terrenos. 
Padrão de fracturas como guia 
Princípios mecânicos de fracturação 
Stress 
Planos de stress principal 
 
O padrão dos planos do stress 
Em stress uniforme 
Em stress não uniforme 
 
Relação das fracturas e stress 
Fracturas cizalhadas 
Fracturas de tensão 
 
Características de fracturas de cizalhamento e de tensão 
As forças causadoras das fracturas. 
Stress – quando o material estiver dentro dos limites elásticos, cada parede exerce força 
nas juntas. Esta força interna é designada Stress. 
O stress pode ser de tensão ou de compressão. 
 
Relação das fracturas com o stress 
Nos maciços rochosos as forças de tensão e de cizalhamento , são frequentes Fracturas 
de cizalhamento. 
Os ângulos dos planos de cizalhamento , são geralmente menos de 45º; em calcários e 
arenitos ( grés ) os ângulos são entre 15º e 30º cuja superfície do plano apresenta 
fragmentos resultantes do movimento. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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De acordo com Mohr Theory – o material desliza ao longo de um plano onde existe a 
combinação óptima entre o stress de cizalhamento e o stress normal. 
 
Fracturas de tensão 
Se a um corpo é aplicado um stress de tensão ele quebrará em ângulo recto; contudo 
devido a heterogeniedade dos grãos é possível formar-se superfícies irregulares. 
As rochas sofrem ruptura pelas zonas de maior fraqueza descritas anteriormente como 
indícios da localização do minério. 
 
Padrão de veios como guia 
Análise do padrão de veios 
1º - Observar o padrão na sua forma verdadeira 
- projecção dos veios num plano horizontal 
2º - Ver se o padrão pode ser observado em termos de padrão de stress. 
O aspecto mais importante é correlacionar o padrão de veios com características 
geológicas: 
Formação rochosa que foi mais favorável à fracturação, superfície de fraqueza que 
desviaram os veios e a atitude das fracturas em relação ao acamamento e dobramento. 
A compreensão da origem e do mecanismo do padrão de veios não só inspira maior 
confidência nos resultados e conclusões mas também permite previsões mais 
inteligentes. Se souber porquê é que um veio acomoda minério sobre certas condições, 
estará em melhores condições de prever onde é que poderá ocorrer novo. 
Pesquisa baseada puramente na geometria do padrão de veios tem guiado à descoberta 
de muitos jazigos. 
 
Aplicação 
Os mapas geralmente só mostram uma parte do padrão de veios, e o resto é aquele que 
é semi-completamente explorado ou completamente, e alguns que ainda não foram 
descobertos. 
A assumpção guia é que a parte não visível tem o mesmo padrão que a parte visível. 
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Uma pesquisa com um espaçamento mais reduzido, mostra os veios a cortarem-se 
muitas vezes do que o espaçamento menor. 
 
Dependendo das condições estruturais, podem distinguir-se os seguintes tipos de zonas 
minerais: 
1. Localizadas nas charneiras das estruturas anticlinais ao longo da sua extensão. 
2. Localizadas em fortes curvaturas de grandes estruturas. 
3. Localizadas nas zonas axiais dos anticlinais de ordem superior. 
4. Localizadas nas intercepções de grandes fracturas, assim como intercepções de 
falhas com zonas de compressão e intercepções de falhas com anticlinais. 
5. Localizadas nas extremidades paraclinais dos anticlinais. 
Dobras 
Em algumas áreas de rochas dobradas, o minério é encontrado caracteristicamente em 
certas partes da dobra; nas cristas de anticlinais , nas gargantas de sinclinais , ou 
mesmo em limbos. Qual é a posição mais favorável depende de várias circunstâncias: 
uma delas é a relação de idades entre o minério e o dobramento. 
Dobramento pós-mineralização 
Dobramento pré-mineralização 
A estrutura das rochas influencia ( afecta, impõe ) a deposição do minério: 
a) Influência das camadas dobradas na fracturação. 
b) Determina a forma das camadas a substituir 
6. Localizadas nas extremidades periclinais dos sinclinais. 
7. Controladas por grandes falhas que cortam os horizontes “favoráveis”. 
8. Localizadas em maciços granitoides com intrusoes, ou em acumulações de 
intrusões delgadas que se intercalam nos acidentes tectónicos ou que se 
encontram nos corpos intuídos. 
9. Localizadas em flexuras estreitas das rochas do tecto que assentam sobre 
maciços intrusivos antigos. 
10. Localizadas nos contactos de grandes estruturas. 
 
Contactos 
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São lugares favoráveis para a deposição porque eles são potenciais superfícies de 
fraqueza – Mas não só, um veio pode seguir o contacto por longa distância. O lugar onde 
o veio corta o contacto, é muito favorável para formar um nó estrutural e concentrar 
minério. 
Os contactos entre maciços ígneos e rochas encaixantes, são sítios favoráveis para 
ocorrência de minérios, mesmo quando o minério não é geneticamente relacionado a 
intrusão. 
(O contacto em strengh) A resistência do contacto entre a massa intrusiva e os estratos 
sedimentares – o contacto constitui um lugar privilegiado para a fracturação não só 
durante a deformação mas também durante o ajustamento acompanhante da colocação 
da intrusão. 
 
 
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GEOLOGIA DOS DEPÓSITOS MINERAIS 
 
Depósitos minerais associados á rochas ígneas 
Rochas ígneas são aquelas que se formam por solidificação total ou parcial do magma . 
com base na posição relativa das rochas ígneas em relação á superfície , podem ser: 
Plutónicas(profundas), Hipobissais (intermédias),e sub-vulcânicas (pouco profundas). O 
magma que atinge a superfície terrestre é designado de lava, que é resultante de um 
processo chamado de vulcanismo. O vulcanismo pode ser submarino, ou subáreo. O 
vulcanismo submarino é o mais importante para a metalogenia. 
As rochas ígneas também podem ser divididas de acordo com a sua composição 
química. Os parâmetros químicos mas importantes são: o SiO2, (K2O, Na2O), e Al2O3, 
que resultam na distinção entre rochas ultrabásicas , básicas , intermédias , ácidas , 
alcalinas e peri-alcalinas. 
Assim a composição química e a profundidade a que se localizam as rochas ígneas 
hospedeiras de mineralização são os dois critérios mais importantes para classificar os 
depósitos minerais associados ás rochas ígneas . 
 
Depósitos minerais associados ás rochas ultrabásicas 
 
Estes podem ser: 
Imensos complexos acamados e pós- tectónicos; 
Corpos ultrabásicos do tipo alpino em cinturões ofiolíticos ; 
Rochas toleilticas ou komatitos hipobissais a vulcânicos em séries vulcano-sedimentares 
associados á cinturões orogénicos 
Basaltos toleiticos em cinturões ofiolíticos; 
Rochas ígneas ultrabásicas alcalinas associados a eventos explosivos, diques, 
chaminés, exemplo: kimberlitos e carbonatitos 
Depósitos de sulfuretos de Cr, Pt e Ni associados á complexos ultrabásicos inter- 
acamadas 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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Do ponto de vista económico, as intrusões inter-acamadas pós-tectónicos são um 
ambiente metalogénico mais importante das rochas ultrabásicas , exemplo: o complexo 
Stillwater em Montana nos EUA , Sudburry , em Ontário no Canadá e Norisl´ky nos 
UraIS, Rússia. Estes complexos geralmente contêm rochas ultrabásicas na sua base, 
sobrepostos por rochas ígnea básicas, intermédias e ácidas, respectivamente. Eles são 
hospedeiros de depósitos de Cu,Pt, EGP, e Ni. 
 
Complexo de Bushvedt, SA, Fig... 
 
Mede 480x380Km e tem 9 Km de espessura ou 13.5 se incluir a cobertura das rochas 
ácidas. As camadas de cromite (2 Km de espessura), com 50-90% de cromite são 
contidas por vários km de reservas de minério por camadas, Ex: a camada “F” é 1.3m 
de espessura e tem um comprimento de 35 Km, o que implica 312 milhões de toneladas 
de minério com 47.6% de Cr2O3. 
Os PGM ocorrem geralmente associados a sulfuretos mineralizados de Ni-Fe-Cu de 
baixo teor ou com bandas de cromite muito finas. O Merensky Reef é um exemplo de 
camadas mineralizada 
 
Complexo do Great Dyke. Fig... 
 
Não é exactamente um dique, mas sim uma soleira com 530 km, de N para S; 
distinguem –se 4 camadas, nomeadamente: Musumguezi, Hrtley, Selukwe e Wedza. 
Cada camada constituída por múltiplos ciclos. Ex: a camada ou complexo de Hartley é 
constituído por 11 camadas de cromite com espessura que vai de 2 a 12 Cm ( Fig...) 
 
Sudburry, Ontário Canada 
 
Mede 60 x27 Km e é aproximadamente 8 km de espessura. Contém 
mineralizações sulfuréticas de Ni, Cu que ocorrem em lentes no contacto entre a base 
das rochas eruptivas e o murro da rocha encaixante. É importante mencionar aqui, que 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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Sudburry é um complexo único e que a sua origem não é conhecida. Alguns geólogos 
aventam a hipótese de uma origem devido a um impacto de meteorito. 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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(compilação)
(Investigação Geológica)
Criterios de 
selecção de area 
de Pesquisa 
CAPITULO IV 
 
A Essência de pesquisa Geológica 
 
A pesquisa de jazigos quer metálicos ou não metálicos envolve dois aspectos 
fundamentais: Onde fazer a pesquisa e como fazer a pesquisa. 
 
Onde Fazer as Pesquisa? 
População de Depósitos Feições geológicas e os 
Depósitos Típicos seus padrões de associação 
 
 Possíveis processos geológicos 
 
 (Análise) 
 
 Modelos de formação de Jazigos 
 
 (Predicção) 
 
 Feições adicionais (?) 
 
 
 
 
Modelos de Pesquisa Geológica 
 
Modelo em geologia é um padrão conceptual ou empírico que contém os principais 
parâmetros dos jazigos minerais conhecidos. Embora os modelos possam ser 
descritivos, essencialmente estes são interpretativos, explicando as relações entre os 
vários parâmetros existentes. 
Os modelos são um instrumento bastante forte na organização das informações de tal 
forma que a predicção é mais certeira e conducente a conclusões lógicas e correctas. 
 
Os modelos podem ser Empíricos ou descritivos e Genéricos. 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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Modelos empíricos ou descritivos: - baseia se na observação de similaridades 
entre os jazigos. A analise destas similaridades podem mostrar grupos de afinidades 
específicas entre os depósitos. Este modelo considera os seguintes aspectos: 
Contexto geológico, morfologia, geoquímica, mineralização e zoneamento. Também se 
considera a frequência em que um certo parâmetro aparece como critério para a 
selecção da área. 
 
Modelo Genético ou metalogénico: Estes modelos reflectem o pensamento lógico 
dos cientistas em relação a origem dos diferentes tipos de jazigos. Estes modelos 
consideram os mesmos aspectos acima mencionados e baseia-se na ideia de que a 
conformidade de processos produz feições em conformidade. O mérito deste modelo 
assenta no que os diferentes parâmetros geológicos considerados no critério de selecção 
de área são explicados na base dos processos geológicos causativos. 
O modelo dá uma explicação racional e consistente das características do depósito em 
termos de ligá-los aos processos geológicos conhecidos ou postulados. 
 
Como Fazer a Pesquisa? 
 
A pesquisa é um processo selectivo de parâmetros e factores que influenciam e 
controlam a localização de jazigos minerais. Este processo deve ser eficiente, 
economicamente viável onde a analise de Custos vs benefícios é positiva em cada 
estágio de decisão relacionada com a continuidade e passagem de um nível de 
conhecimento da área para outro (ex. de reconhecimento para o detalhe e delimitação). 
A figura mostra a relação entre os custos e os benefícios. 
 
 
Scan Fig.... 
 
 
 
Pesquisa Geológica e Exploração Mineira Curso: Geologia 3o Ano 
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A pesquisa de jazigos quer metálicos ou não metálicos envolve dois aspectos 
fundamentais: Onde fazer a pesquisa e como fazer a pesquisa. 
O primeiro aspecto está ligado a identificação de áreas potenciais para a ocorrência de 
mineralizações importantes. Isto quando devidamente enquadrado no tempo geológico e 
uma adequada interpretação genética conduz à identificação de terrenos mais favoráveis 
para a presença de jazigos. Ex. Bushveld Complex, Great Dyke do Zimbabwe, Complexo 
Monte Atchiza. 
 
O segundo aspecto está ligado a sequencia e tipo de métodos usados para a pesquisa 
geológica. Nesta fase são identificados todos os parâmetros geológicos relacionados 
com a mineralização a ser pesquisado até a localização do jazigo. Vários métodos de 
pesquisa são aplicados. 
 
Antes de iniciar a pesquisa é importante ter um conhecimento profundo de todos os 
métodos de pesquisa e aqueles que estão disponíveis para o trabalho em causa. Com 
este conhecimento deve-se escolher então aqueles que adequadamente podem realçar 
as anomalias devidas a mineralização em causa. 
Em termos genéricos os seguintes métodos e técnicas são usadas: 
Métodos de pesquisa geofísica (aéreos e de superfície) 
Métodos de pesquisa geoquímica 
Teledetecção como método

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