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Direito Administrativo I 
Aula 3 – Princípios da Administração Pública 
Profa. Me. Viviane Nery Viegas 
Doutoranda em Direito/ UAL/Portugal
Mestre em Direito pela Unisinos 
Administração
Princípios	constitucionais	da Pública na Carta de 1988
Relevância e importância para a caracterização do regime jurídico-administrativo
Noções gerais
Princípios	Constitucionais	da	Administração
Pública e deveres fundamentais
Crítica contemporânea (revalorização das regras jurídicas)
Princípio da Legalidade
Sentidos de legalidade administrativa
Legalidade e juridicidade
Legalidade e finalidade
Princípio da Impessoalidade
Princípio da Publicidade
A publicidade como condição de eficácia
A Lei federal nº 12.527/2011
Princípio da Moralidade Administrativa
A	importância	dos	Códigos	de	Ética	na Administração Pública
O desvio de finalidade
Moralidade e probidade administrativa
Princípio da Eficiência Administrativa
Legalidade e eficiência
Outros Princípios
Crítica contemporânea
Sumário de Aula
Princípios Constitucionais da Administração Pública na Carta de 1988
Os princípios são considerados normas jurídicas, ao lado das regras, e podem ser invocados para controlar a juridicidade da atuação do Estado. 
Condensam os valores fundamentais da ordem jurídica. Irradiam-se sobre todo o sistema jurídico, garantindo-lhe harmonia e coerência.”
Princípios são, por conseguinte, mandados de otimização, que são caracterizados por poderem ser satisfeitos em graus variados e pelo fato de que a medida devida de sua satisfação não depende somente de possibilidades fáticas, mas também de possibilidades jurídicas. 
Art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988: 
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (...).”
Princípios Constitucionais da Administração Pública na Carta de 1988
Relevância para a caracterização do regime jurídico-administrativo
“No direito administrativo, os princípios se revestem de grande importância. Por ser um direito de elaboração recente e não codificado, os princípios auxiliam a compreensão e consolidação de seus institutos” (MEDAUAR, 2015, p. 148).
NEOCONSTITUCIONALISMO
Normatividade primária dos princípios constitucionais
Princípios como NORMAS JURÍDICAS ao lado das regras.
Controle da JURIDICIDADE da atuação do Estado.
Legalidade => Sentido Amplo
Princípios Constitucionais da Administração Pública na Carta de 1988
Noções Gerais sobre Princípios
Enunciados amplos, vagos e abertos
Incorporam determinados valores, compreendidos como fundamentais em dado
momento histórico da sociedade;
Incidem sempre no caso concreto  determinação concreta do alcance
Podem ser conjugados ou afastados  exercício de ponderação
Servem de parâmetros às regras jurídicas: fontes interpretativas
Podem ser “positivados” no ordenamento
Podem ser princípios expressos e implícitos: ambos têm igual importância
Princípios Constitucionais da Administração Pública e Deveres Fundamentais
Crítica Contemporânea
O Direito na pós-modernidade
Aproximação do sistema romano-germânico e da common law:
Da legalidade à juridicidade  interpretação  ponderação  papel dos princípios
A Administração Pública no séc. XXI e a submissão concomitante a parâmetros de:
Legalidade;
Legitimidade;
Eficiência;
Qualidade;
Democraticidade.
Princípios Constitucionais da Administração Pública e Deveres Fundamentais
Crítica Contemporânea
Direito Fundamental à Boa Administração na Comunidade Europeia: a importância dos princípios
Art. 41 da Carta de Direitos Fundamentais de Nice (2000)
Art.	II-101	do	Tratado	de	Lisboa	(disciplinado	pelo	Código	Europeu	de	Boa Conduta Administrativa, de 2001).
Direito fundamental dos cidadãos europeus perante a Administração da União Europeia.
Os órgãos administrativos comunitários deverão atuar em conformidade com as regras e princípios a que estão vinculados, com vistas a melhorar a qualidade dos serviços e as relações com os cidadãos.
A relevância dos princípios no direito administrativo vem comprovada na atualidade no chamado “direito administrativo europeu”: a Corte de Justiça da União Europeia vem se valendo de princípios de direito administrativo na solução de muitas questões, em especial a tutela de direitos do cidadão ante medidas da Administração de Estados integrantes (MEDAUAR, 2015, p.148)
Princípios Constitucionais da Administração Pública e Deveres Fundamentais
Crítica Contemporânea
Conceito de Boa Administração no Direito Administrativo brasileiro:
A constitucionalização do Direito Administrativo pela carta de 1988;
A principiologia constitucional da Adminstração Pública  art. 37;
A Administração como protagonista da efetivação dos direitos fundamentais;
O amplo catálogo de deveres explícitos e implícitos da Administração
Predomínio dos deveres constitucionais em face das prerrogativas públicas;
A democratização da Administração e a governança pública.
“Tem-se que o dever último do Poder Público é o da boa administração, entendida esta como a atuação pautada nos princípios e deveres constitucionais, primando-se, sempre, pela concretização dos direitos fundamentais.” (JUSTINO DE OLIVEIRA, 2009)
PRINCÍPIOS INFORMADORES 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O INTERESSE PRIVADO 
REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
PÚBLICO - ARTIGO 175, CF - Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
 
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
PRIVADO - ARTIGO 173, § 1º - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...)
 
rol exemplificativo dos arts. 21, 23, 25, §§ 1o e 2o, e 30, CF
- serviços de prestação obrigatória e exclusiva do Estado (art. 21, X, da CF); 
- serviços de prestação obrigatória pelo Estado, sendo também obrigatória a sua delegação (art. 223 da CF);
- serviços de prestação obrigatória pelo Estado, mas sem exclusividade: são os serviços em que tanto o Estado, quanto o particular são titulares, em decorrência de previsão constitucional (ex.: educação, saúde, previdência social, assistência social); 
- serviços de prestação não obrigatória pelo Estado, mas não os prestando é obrigado a promover-lhes a prestação, por meio dos institutos da concessão ou permissão de serviços (ex.: energia elétrica, telefonia, transporte rodoviário). 
QUEM DEFINE? A CONSTITUIÇÃO OU A LEI. 
 
Isto significa que a Administração Pública possui prerrogativas ou privilégios, desconhecidos na esfera do direito privado, tais como a autoexecutoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de ocupar temporariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão, o de aplicar sanções administrativas, o de alterar e rescindir unilateralmente os contratos, o de impor medidas de polícia. Goza, ainda, de determinados privilégios como a imunidade tributária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo, processo especial de execução, presunção de veracidade de seus atos.
PRINCÍPIOS INFORMADORES 
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
Em nome da supremacia do interesse público, o Administrador pode muito, pode
quasetudo, mas não pode abrir mão do interesse público.
 
Munus publico – o administrador tem o dever de guarda, conservação e aprimoramento dos bens, direitos e interesses públicos. 
 
Interesse primário – interesse público propriamente dito (geral). 
 
Interesse secundário – interesse do Estado enquanto sujeito de direitos. 
Princípio da Legalidade
Sentidos de Legalidade Administrativa
Vinculação da atuação administrativa à Lei
Supremacia da lei sobre atos da Administração Pública
Reserva de Lei  matérias que devem ser veiculadas somente por lei
Vedação a edição de atos administrativos ou normas em contrariedade à lei
Lei Federal nº 4.717/1965:
Art. 2º. (...)
Parágrafo único: Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes
normas:
(...)
c) A ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. (...)”
Fonte: MEDAUAR, 2015, pp. 149-150
Princípio da Legalidade
Legalidade e Juridicidade
Constitucionalização do Direito Administrativo
Crise da concepção do princípio da legalidade
Respeito ao direito  Bloco de legalidade
Lei Federal nº 9.784/1999:
Art. 2º. (...)
Parágrafo único: Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito; (...)”
[...] Na atualidade, a Administração Pública está submetida ao princípio da legalidade, em sua faceta juridicidade, que impõe, em sua atuação, inclusive na seleção de candidatos para ocupar cargos públicos e, em contrapartida, na anulação do certame, a observância de todo o “bloco de legalidade”, constituído pelas regras e princípios gerais de direito implícitos e explícitos em nosso ordenamento jurídico [...] (STF - ARE 1041696-MG, j.27.04.2017).
Princípio da Legalidade
Legalidade e Finalidade
A	finalidade da atuação administrativa relaciona-se com o atendimento ao interesse público
No âmbito dos atos administrativos, a finalidade está prevista na norma jurídica (juridicidade)
Lei Federal nº 4.717/1965:
Art. 2º. (...)
Parágrafo único: Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: (...)
e) O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência. (...)
[...] 10. Por presunção de validade, entende-se aqui, pois, a ilação, elementar, precária e relativa, de cada ato da Administração Pública ser conforme e compatível com o direito. Esta presunção não se atém aos aspectos formais dos atos da Administração Pública, devendo ser considerada também quanto aos aspectos material e teleológico do comportamento. Estende-se ela, pois, a todos os elementos do ato da Administração Pública, forma e merecimento, e a todos os elementos que lhe integram a essência como o perfeito atendimento do interesse público [...] (STF – RCL 15625-DF, j. 11.11.2014)
Princípio da Impessoalidade
APLICAÇÃO CONCRETA:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR. LEI 8.736/2009 DO ESTADO DA PARAÍBA QUE INSTITUI PROGRAMA DE INCENTIVO AOS PILOTOS DE AUTOMOBILISMO. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. I - A Lei estadual 8.736/2009 singulariza de tal modo os beneficiários que apenas uma única pessoa se beneficiaria com mais de 75% dos valores destinados ao programa de incentivo fiscal, o que afronta, em tese, o princípio da impessoalidade.
(STF, ADIn-MC nº 4259/PB, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJU 19.08.2010)
A diretriz da impessoalidade na Administração:
Obstaculizar atuações não voltadas à finalidade pública definida no ordenamento.
Afastar	o	uso	da	estrutura	administrativa	para	vinganças,	represálias,	nepotismo, favorecimentos, etc.
Concretização positiva – exemplos:
Processos Licitatórios com regras objetivas (art. 37, inciso XXI da Constituição Federal)
Concursos Públicos para seleção de pessoal (art. 37, inciso II da Constituição Federal)
Regras Objetivas para o exercício do poder de polícia administrativa de forma geral.
Princípio da Publicidade
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. HABEAS DATA. [...]
9. In casu, o recorrente requereu à Secretaria da Receita Federal do Brasil, os extratos atinentes às anotações constantes do sistema de conta corrente de pessoa jurídica – SINCOR, o sistema conta corrente de pessoa jurídica – CONTACORPJ, como de quaisquer dos sistemas informatizados de apoio à arrecadação federal, no que tange os pagamentos de tributos federais, informações que não estão acobertadas pelo sigilo legal ou constitucional, posto que requerida pelo próprio contribuinte, sobre dados próprios. (STF RE 673707-MG j. 17.06.2015)
A diretriz da transparência da Administração  art. 5º, caput da CF/88
Corolário do princípio democrático – repúdio à atuação sigilosa do Estado (sigilo é exceção)
Dever de transparência e viabilização do controle social
Concretização:
Direito de Petição e de Certidão (art. 5, inciso XXXIV, alíneas a e b da CF/88)
Habeas Data (art. 5º, inciso LXXII da CF/88)
Diretriz do Processo Administrativo (Lei nº 9784/1999, art. 2º, V)
Princípio da Publicidade
A publicidade como condição de eficácia dos atos administrativos
APLICAÇÃO CONCRETA:
Mandado de Segurança. (...) 7. Necessidade de motivação expressa, pública e fundamentada das decisões administrativas dos tribunais. 8. Regra geral, que também vincula a votação de atos de remoção de magistrados (...). (STF, MS 25.474/SC, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 17.05.2012, DJe 18.06.2012)
O sentido da publicidade  viabilização do controle da Administração
Somente a decisão tornada pública pode ser controlada
A motivação dos atos administrativos e a publicidade
Princípio da Publicidade
A Lei Federal nº 12.527/2011
APLICAÇÃO CONCRETA:
STJ, MS n. 14.449-DF, DJU 02.08.2010 - MANDADO DE SEGURANÇA. CONSULTA PÚBLICA. IMPLEMENTAÇÃO DA AUDIODESCRIÇÃO. PORTARIA Nº 661/2008. DISPONIBILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS EM FORMATO INACESSÍVEL E EM LÍNGUA ESTRANGEIRA. CONCESSÃO PARCIAL DA ORDEM.
Pergunta: a disponibilização do documento em língua pátria não atenderia o princípio da publicidade? Em que se fundamenta a necessidade de disponibilização em língua estrangeira?
Lei de acesso a informações públicas (art. 5º, inciso XXXIII da CF/88)
Dever de Transparência Ativa (art. 3º II)
Disponibilização da informação acessível
“Art. 3º. Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as seguintes diretrizes:
I – publicidade como regra e sigilo como exceção;
II – divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;
III – utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
IV – fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;
V – desenvolvimento do controle social da administração Pública.”
Princípio da Moralidade Administrativa
A diretriz da moralidade: atuação administrativa ética, leal e séria  Art. 37, caput, da CF/88
A Importância do Código de Ética na Administração Pública
Desenvolvimento de uma cultura administrativa de ética e transparente
As boas práticas: tutela da moralidade e o combate sistemático à corrupção
Desdobramento para a Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013)  Sistema de compliance no setor privado para assegurar o cumprimento de regras e boas práticas de gestão
O Desvio de Finalidade
O interesse público no centro da atuação administrativa
O Administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros
“A presunção de que o fim legal equivale a presunção de moralidade” (Franco Sobrinho, 1974, in MEDAUAR, 2015, p. 152)
Princípio da Moralidade Administrativa
A Moralidade e a Probidade Administrativa – Instrumentos de Controle
Ação de improbidade administrativa (art. 37, par. 4º CF/88, e Lei nº 8.429/1992)
Ação Popular (art. 5º, incisoLXXIII da CF/88, e Lei nº 4.717/1965)
Lei da ficha limpa e inelegibilidades (LC nº 64/1990 e LC nº 135/2010)
Lei anticorrupção (Lei nº 12.846/2013)
APLICAÇÃO CONCRETA:
EMENTA:	ADMINISTRAÇÃO	PÚBLICA.	VEDAÇÃO	NEPOTISMO.	NECESSIDADE	DE	LEI	FORMAL. INEXIGIBILIDADE. PROIBIÇÃO QUE DECORRE DO ART. 37, CAPUT, DA CF. RE PROVIDO EM PARTE. I - Embora restrita ao âmbito do Judiciário, a Resolução 7/2005 do Conselho Nacional da Justiça, a prática do nepotismo nos demais Poderes é ilícita. II - A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibir a prática. III - Proibição que decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal. IV - Precedentes. V - RE conhecido e parcialmente provido para anular a nomeação do servidor, aparentado com agente político, ocupante, de cargo em comissão. (RE 579951 RG / RN (Repercussão geral) - Julgamento: 24/10/2008).
Pergunta: Que critério serviu à ponderação entre os princípios da legalidade e da moralidade?
Princípio da Eficiência Administrativa
A diretriz da moralidade: atuação administrativa ética, leal e séria  Art. 37, caput, da CF/88 (EC nº 19/1998 e Reforma Administrativa)
Ação para produzir resultado, de modo rápido e preciso
Administração de resultados e legitimidade da atuação administrativa
Previsões legais: Lei de concessão e permissão de serviços públicos – Lei nº 8.987/1995, art. 1º:
Legalidade e Eficiência
A eficiência não pode ser analisada exclusivamente sob o prisma econômico, pois a Administração tem o dever de considerar outros aspectos igualmente fundamentais (...). A medida administrativa será eficiente quando implementar, com maior intensidade e com os menores custos possíveis, os resultados legitimamente esperados. (OLIVEIRA, 2017, p. 43)
“O princípio da eficiência vem suscitando o entendimento errôneo no sentido de que, em nome da eficiência a legalidade será sacrificada. Os dois princípios constitucionais da Administração devem conciliar-se, buscando esta atuar com eficiência dentro da legalidade” (MEDAUAR, 2015, p. 161)
Princípio da Eficiência Administrativa
Eficiência e razoável duração do processo administrativo  Art. 5º, inciso LXXVIII (EC 45/2004):
APLICAÇÃO CONCRETA:
DEVER DE EFICIÊNCIA - STJ, RESP n. 983659-MS, DJU 06.03.2008 - ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DEMORA INJUSTIFICÁVEL DO ESTADO EM DEFERIR PEDIDO DE APOSENTADORIA
1. Comete ato ilícito, por omissão, a administração pública que, sem apresentar qualquer motivo justificador, demora 10 (dez) meses e 18 (dezoito) dias para deferir pedido de aposentadoria de servidor público. Inexistência de qualquer diligência determinada para firmação de convencimento. Péssimo funcionamento do serviço, atuando com atraso injustificável. (...) 3. Responsabilidade Civil que se reconhece e indenização deferida.
A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
Crítica Contemporânea
“Como achar normas dentro de princípios: (...) chamamos de princípios textos que somos levados a entender como normativos, mas cujo conteúdo, de tão escasso, não nos revela a norma que supostamente contém. (...) [princípios são] normas iniciais, insuficientes, indeterminadas, cujo conteúdo precisa ser especificado por outras (as finais) para poderem funcionar” (SUNDFELD, 2014, pp. 63 e 65)
Indeterminação dos Princípios x Segurança Jurídica
Facilitação e legitimação de “voluntarismos” (tanto da Administração, quando do
Judiciário)  ARBITRARIEDADE
Ideias “soltas” (sem concreção) podem servir de motivação para decisões judiciais?
O	uso de bons princípios (fins justos e	de contornos vagos), e frases bonitas, justifica o afastamento da lei?
A intuição, e	os “bons	propósitos” dos juízes, é suficiente para assegurar higidez e segurança (estabilidade e confiabilidade) ao ordenamento jurídico?
“Do contrário teremos decisões puramente arbitrárias, construídas de modo voluntarista, gerando uma jurisprudência capaz de flutuar ao sabor das instituições e dos azares – em resumo: pura feitiçaria. É preciso insistir nisto: citar múltiplos, belos e vagos princípios, transcrever páginas e páginas de elogios a eles, manifestar propósitos generosos, nada disso é motivar: é soltar fumaça.” (SUNDFELD, 2014, p. 84)
Dilemas atuais
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE 
 
Esse princípio, que alguns chamam de princípio da presunção de legalidade, abrange dois aspectos: de um lado, a presunção de verdade, que diz respeito à certeza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade, pois, se a Administração Pública se submete à lei, presume-se, até prova em contrário, que todos os seus atos sejam verdadeiros e praticados com observância das normas legais pertinentes.
 
Juris tantum – relativa – admite prova em contrário 
Decisões administrativa tem execução direta.
AUTOTUTELA
 
Esse poder da Administração está consagrado em duas súmulas do STF. Pela de nº 346, “a administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”; e pela de nº 473, “a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
MOTIVAÇÃO 
O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. MECANISMO DE CONTROLE 
Na Lei nº 9.784/99, o princípio da motivação é previsto no artigo 2º, caput, havendo, no parágrafo único, inciso VII, exigência de “indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão”. Além disso, o artigo 50 estabelece a obrigatoriedade de motivação, com indicação dos fatos e fundamentos jurídicos, nas hipóteses elencadas.  
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657, de 4-9-42, antigamente chamada de Lei de Introdução ao Código Civil), com as alterações introduzidas pela Lei nº 13.655, de 25-4-18, veio tornar mais rigorosa a exigência de motivação nas decisões das decisões administrativas e dos órgãos de controle. Pelo artigo 20, “nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão”. O parágrafo único determina que “a motivação demonstrará a necessidade e adequação da medida imposta ou da invalidação em face das possíveis alternativas”. Por sua vez, o artigo 21 determina que “a decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas”.
 
 
ESPECIALIDADE 
 
Dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público decorre, dentre outros, o da especialidade, concernente à ideia de descentralização administrativa.
 
Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas administrativas – as autarquias – como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos, com vistas à especialização de função, a lei que cria a entidade estabelece com precisão as finalidades que lhe incumbe atender, de tal modo que não cabe aos seus administradores afastar-se dos objetivos definidos na lei; isto precisamente pelo fato de não terem a livre disponibilidade dos interesses públicos.
TUTELA ADMINISTRATIVA  
HIERARQUIA 
Em consonância com o princípio da hierarquia, os órgãos da Administração Pública são estruturados de tal forma que se cria uma relação de coordenação e subordinação entre uns e outros, cada qual com atribuições definidas na lei.
RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE 
 
Trata-se de princípio aplicado ao Direito Administrativo como mais uma das tentativas de impor-se limitações à discricionariedade administrativa, ampliando-se o âmbito de apreciaçãodo ato administrativo pelo Poder Judiciário. 
 - não guarde uma proporção adequada entre os meios que emprega e o fim que a lei deseja alcançar, ou seja, que se trate de uma medida desproporcionada, excessiva em relação ao que se deseja alcançar
Embora a Lei nº 9.784/99 faça referência aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, separadamente, na realidade, o segundo constitui um dos aspectos contidos no primeiro. Isto porque o princípio da razoabilidade, entre outras coisas, exige proporcionalidade entre os meios de que se utiliza a Administração e os fins que ela tem que alcançar.
 
- necessidade 
- adequação 
- proporcionalidade em sentido estrito. 
SEGURANÇA JURÍDICA, PROTEÇÃO À CONFIANÇA E BOA-FÉ 
O princípio da segurança jurídica, que não tem sido incluído nos livros de Direito Administrativo entre os princípios da Administração Pública, foi inserido entre os mesmos pelo artigo 2º, caput, da Lei nº 9.784/99. Essa ideia ficou expressa no parágrafo único, inciso XIII, do artigo 2º, quando impõe, entre os critérios a serem observados, “interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”.
 
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657, de 4-9-42), com as alterações introduzidas pela Lei nº 13.655, de 25-4-18) também protege as situações jurídicas previamente constituídas, em respeito ao princípio da segurança jurídica, ao exigir regime de transição quando a decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, imponha novo dever ou novo condicionamento de direito. Esse regime de transição deve ser previsto “quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais” (art. 23).
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA 
 
O art. 5 o , LV, do texto constitucional estabelece que em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
o caráter prévio da defesa: é a anterioridade da defesa em relação ao ato decisório, exigindo-se procedimentos e penas predeterminados, para que a parte saiba exatamente como e do que deve se defender; b) o direito à informação geral decorrente do contraditório, o acesso ao processo, além do direito de cópias desde que as despesas corram a cargo do interessado; c) o direito de solicitar a produção de provas, vê-las realizadas e interferindo efetivamente no convencimento do julgador; d) a defesa técnica: seria aquela realizada pelo representante legal do interessado, o advogado, que contribui substancialmente para o equilíbrio e a legalidade do processo, mas tem presença facultativa.
  ATENÇÃO: Súmula Vinculante no 5 do STF, que diz: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição” 
e) o direito de interpor recurso administrativo, independentemente de previsão explícita em lei, com a aplicação da parte final do art. 5 o , inciso LV, que garante esse direito, além do exercício do direito de petição, previsto no art. 5 o , XXXIV, alínea a, todos da CF.

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